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Apoio Meteorológico Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais

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Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I.P .Rua C – Aeroporto de Lisboa1749-077

Lisboa – Portugal

Tel: (+351) 21 844 7000 Fax: (+351) 21 840 2370 url: www.ipma.pt

INSTITUTO PORTUGUÊS

DO MAR E DA ATMOSFERA, IPMA

Apoio Meteorológico

Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais

ww.ipma.pt

RELATÓRIO de Agosto de 2015

Caracterização Meteorológica e Climatológica

Índice de Perigo de Incêndio, FWI, e sub-indices. Índices de risco de incêndio, RCM, ICRIF: Análise de Resultados

Quantidade de Carbono e de CO2 Equivalente Libertado pelos Incêndios.

(2)

RESUMO ... 3

1.1 Caracterização Meteorológica ... 4

1.2 Caracterização Climatológica [1] ... 6

2. VALORES OBSERVADOS DO RISCO DE INCÊNDIO FLORESTAL: ANÁLISE DE RESULTADOS ... 7

2.2 Índice Meteorológico de Perigo de Incêndio Florestal, FWI, em agosto de 2015 ... 7

2.2.1 Sub-Índices do FWI: O Índice de Seca e a Taxa Diária de Severidade ... 7

2.2.2 Sub - Índices do FWI: Índice de Combustíveis e Índice de Propagação Inicial ... 10

2.2.3 Evolução da média diária do FWI ... 11

2.3 Índice de Risco Conjuntural Meteorológico, RCM: Mapas das classes de risco de incêndio observadas ao nível do concelho ... 13

2.3.1 Evolução da média do risco de incêndio desde 2006 ... 13

2.3.2 Evolução diária do risco de incêndio, RCM. ... 14

2.4 O Índice de Risco ICRIF ... 15

3. AVALIAÇÃO DAS PREVISÕES DO ÍNDICE METEOROLÓGICO DE RISCO INCÊNDIO FLORESTAL, FWI. ... 18

4. QUANTIDADE DE CARBONO LIBERTADO NA ATMOSFERA POR INCÊNDIOS FLORESTAIS... 19

ANEXO I - Mapas diários das classes de Risco de Incêndio, RCM, observado ao nível do concelho no mês de agosto de 2015. ... 2

Anexo II - Mapas diários do IOT25 (ICRIF Over Threshold) ao nível de concelhos de Portugal Continental, em agosto de 2015 ... 5

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Resumo

Análise Meteorológica e Climatológica

O mês de agosto de 2015, no Continente, foi caracterizado pela persistência de corrente de noroeste no litoral oeste das regiões Centro e Sul, onde soprou frequentemente em regime de nortada moderada, e por contraste significativo da humidade relativa entre o litoral e o interior.

Índice de seca, DC e a taxa diária de severidade, DSR

O valor médio do índice de seca, DC, em agosto de 2015, foi superior à média, sendo o 4º mais elevado desde o ano 2000. A taxa diária de severidade, DSR, no fim de agosto de 2015, considerando os valores acumulados desde o dia 1 de janeiro, apresentou o terceiro valor mais elevado desde 2003, a seguir ao ano de 2005 e 2012. O DSR apresentou o segundo valor mais elevado, abaixo de 2005, considerando os valores acumulados desde 15 de maio.

Índice e sub-índices meteorológicos de perigo de incêndio florestal

Os valores médios diários do índice de combustíveis finos, FFMC, e do índice de propagação inicial, ISI, no Continente, apresentaram valores entre a mediana e o percentil 75, até ao dia 11, e valores entre a mediana e o percentil 25, na parte restante do mês. Os valores médios diários do FWI estiveram entre a mediana e o percentil 75 na primeira parte do mês e oscilaram entre valores acima e abaixo da mediana na segunda parte do mês.

Risco de incêndio florestal, RCM

O valor médio do risco de incêndio RCM, em agosto de 2015, foi o quarto mais baixo desde 2006 (ano de início de cálculo deste produto). No interior das regiões Norte e Centro, as classes de risco de incêndio, RCM, predominantes na primeira quinzena foram a de Elevado ou Muito Elevado e, em todo o Continente, no período de 6 a 8. No período de 24 a 28, no Litoral Norte e Centro as classes de risco predominantes foram a de Reduzido e a de Moderado ou Elevado no resto do território continental.

Risco de incêndio florestal, ICRIF e áreas de risco elevado (ICRIF > 25)

A percentagem de área de risco com valores de ICRIF superior a 25 (IOT25) foi superior à média do período de 1999-2014, em especial na região Centro.

Quantidade de Carbono e de CO

2

equivalente libertado pelos incêndios

A quantidade de CO2 equivalente libertado por incêndios florestais em agosto de 2015 foi a segunda mais elevada, 305480 toneladas, mas inferior em cerca de cinco vezes à de agosto de 2013.

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1. Caracterização Meteorológica e Climatológica 1.1 Caracterização Meteorológica

No mês de agosto de 2015 o estado do tempo em Portugal Continental foi condicionado por um anticiclone localizado na região dos Açores ou próximo (Figura 1a). Durante o mês, em especial na segunda quinzena, verificou-se o deslocamento, temporário, para sul do anticiclone dos Açores, permitindo a aproximação ao noroeste da península Ibérica de ondulações frontais, que originaram precipitação, em geral fraca, e afetando principalmente o Minho e Douro Litoral. Nos dias 7 a 10, ocorreram aguaceiros dispersos na região Sul e nos dias 30 e 31, no interior das regiões Norte e Centro, devido a depressões centradas no Atlântico adjacente à Península Ibérica.

Estas características das situações meteorológicas predominantes em agosto determinaram contrastes significativos de temperatura, vento, precipitação, humidade, entre as diferentes regiões (Figura 1, 2).

(a) (b)

Figura 1- (a) Análise do modelo ECMWF das 00UTC de 23 agosto 2015, pnmm (preto), vento intensidade e direção (azul, barbelas, nós). (b) Análise do modelo ALADIN das 12UTC de 29 agosto 2015, Temperatura do ar a 2m (linhas a vermelho tracejado), Humidade Relativa do ar a 2m (cor).

A Figura 2a mostra que os valores médios da humidade relativa do ar a 2 metros (HR) mais baixos, no mês de agosto, ocorreram no interior das regiões Sul (≈55%) e Centro e nas terras altas acima de 600 metros (≈ 60%). O máximo de horas, em que os valores de HR foram inferiores a 15% (não mostrado) ocorreu no Mogadouro com 23 horas, seguindo-se Moncorvo com 15 horas e Mértola com 14 horas.

O Fluxo dominante foi de noroeste, em especial nas regiões a sul do sistema montanhoso Montejunto Estrela e no litoral oeste (Figura 1b), onde soprou frequentemente em regime de nortada moderada. Os valores mais elevados da intensidade média do vento, cerca de 11km/h ocorreram no litoral oeste a sul do Cabo Carvoeiro e nas terras altas acima dos 600 metros (Figura 2b).

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(a)

(b)

(c)

Figura 2 - (a) Humidade relativa (%) média por região em agosto, (b) Intensidade média do vento (km/h) por região no mês de agosto de 2015, (c) Intensidade média do vento (km/h) em agosto de 2015 nas estações do Litoral Oeste.

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Os valores mais baixos da intensidade média do vento em agosto, com cerca de 8 km/h, ocorreram no interior da região Norte e o valor mais elevado, com cerca de 20 km/h, ocorreu em Sagres. Nas terras altas o valor mais elevado da intensidade média do vento em agosto ocorreu em Mogadouro e Penhas Dourada (≈ 16km/h), seguindo-se a Guarda com cerca de 15km/h

1.2 Caracterização Climatológica [1]

A temperatura média no mês de agosto de 2015 foi ligeiramente superior ao normal de 1971- 2000 e a precipitação foi inferior ao normal, classificando-se o mês como seco.

Os valores mensais da quantidade de precipitação mensal continuam inferiores ao normal, mantendo-se a situação de seca meteorológica em todo o território do Continente. Em 31 de agosto 24 % do território estava em situação de seca fraca a moderada e 74 % do território estava em situação de seca severa a extrema

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2. Valores Observados do Risco de Incêndio Florestal: Análise de Resultados

Nos capítulos seguintes, faz-se a análise dos resultados do índice meteorológico de perigo de incêndio florestal, FWI e dos índices de risco de incêndio RCM e ICRIF, no mês de agosto de 2015, que diariamente são calculados no IPMA.

Os valores médios do FWI e dos sub-índices, assim como os percentis foram obtidos a partir do reprocessamento do Índice Meteorológico de Pergo de Incêndio Florestal, FWI; no período de 1999 a 2014. A comparação entre os valores médios do FWI e dos sub-índices no Continente e nas regiões, calculados operacionalmente, e os valores históricos (1999-2014) desses índices é feita utilizando 68 estações meteorológicas comuns, que correspondem àquelas que se mantiveram em funcionamento entre 1999 e 2015.

2.2 Índice Meteorológico de Perigo de Incêndio Florestal, FWI

1

, em agosto de 2015

2.2.1 Sub-Índices do FWI: O Índice de Seca e a Taxa Diária de Severidade

O índice, DC2, um dos componentes do FWI, dá indicação do teor de humidade nas camadas profundas (10 a 20 cm), estimando indiretamente a intensidade dos fogos devido à secura dos combustíveis. A Figura 3a mostra que o valor médio de DC, em agosto de 2015, calculado em 68 estações do Continente, com um valor de 839, era superior ao valor médio (773), sendo o 4º mais alto da série, ficando muito próximo dos anos de 2012 e 2013. Os dois valores mais elevados do DC médio no Continente ocorreram nos anos 2002 e 2005, com os valores de 887 e 990, respetivamente.

Os valores médios de DC na região Norte, em agosto de 2015, apresentaram o 4º valor mais elevado desde 2000, a seguir aos anos de 2005, 2002 e 2013. Na região Centro, os valores do DC; em agosto de 2015, apresentaram o terceiro valor mais elevado, a seguir aos anos de 2002 e 2005. Na região Sul, em agosto de 2015, o valor de DC foi o 5º mais elevado desde 2000. (Figura 3b).

A Figura 4a mostra os valores médios diários no Continente da taxa diária de severidade, DSR3, acumulados desde o dia 1 de janeiro até ao dia 31 de agosto para os anos de 2003 a 2015: A Figura 4b mostra os valores médios diários do DSR, no Continente, acumulados de 1 a 31 de agosto e a Figura3c os valores acumulados de 1 de maio a 31 de agosto.

1 FWI = Fire Weather Index – índice meteorológico de perigo de incêndio florestal, desenvolvido pelo Serviço Meteorológico Canadiano. Para mais informações consultar www.ipma.pt

2 DC = Drought Code - Índice de seca, componente do índice meteorológico de risco de incêndio, FWI

3 DSR = Daily Severity Rating - Taxa Diária de Severidade, função do FWI, avalia a severidade da época de incêndios

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(a)

(b)

Figura 3 – Valor médio do índice de médio de seca, DC, (a) Continente, (b) Regiões Norte, Centro e Sul

Da análise da Figura 4, verifica-se:

 O ano de 2015 apresenta o 2º e 3º valor mais elevado de DSR, quando se consideram os valores acumulados do DSR, respetivamente, a partir de 15 de maio ou a partir de 1 de janeiro;

 O ano de 2005 apresenta o valor mais elevado de DSR quando se consideram os valores

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acumulados de DSR a partir de 15 de maio ou a partir de 1 de janeiro;

 O ano de 2012 apresenta o 2º valor mais elevado de DSR quando se considera o valor acumulado de DSR a partir de 1 de janeiro;

 O ano de 2015 apresenta o 8º valor mais elevado de DSR quando se consideram os valores acumulados de 1 a 31 de agosto

 O ano de 2010 apresenta o valor mais elevado de DSR e o ano de 2005 o 2º mais elevado, quando se consideram os valores acumulados de 1 a 31 de agosto.

(a) (b)

(c)

Figura 4 – Evolução da taxa diária de severidade, DSR, no Continente de 2003 a 2015. (a) 1 de janeiro a 31 de agosto, (b) 1 a 31 de agosto, (c) 15 de maio a 31 de agosto.

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2.2.2 Sub - Índices do FWI: Índice de Combustíveis Finos e Índice de Propagação Inicial O índice do teor de humidade dos combustíveis finos, FFMC, indicador da adversidade diária das condições meteorológicas, registou valores médios diários elevados superiores ao percentil 75, no período de 5 a 10 e no dia 20 (Figura 5a). Na parte restante do mês, os valores do FFMC estiveram entre o percentil 25 e a mediana, apresentando valores de abaixo do percentil 25 em vários dias da segunda parte do mês, e descendo abaixo do percentil 10 no dia 24.

Na (Figura 5b), apresentam-se os valores médios diários no Continente do índice de propagação inicial. ISI; verificando-se que os valores mais elevados do ISI se registaram até ao dia 10, registando-se valores próximos do percentil 90 nos dias 7, 9 e 10. Os valores mais baixos do ISI registam-se na segunda parte do mês, apresentando frequentemente valores abaixo da mediana. A combinação destes dois índices evidencia a diminuição da severidade da situação meteorológica respeitante à deflagração e propagação dos incêndios florestais.

(a)

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(b)

Figura 5- (a) Evolução média diária do índice FFMC em agosto de 2015 no Continente e comparação com os percentis de 15 de junho a 15 de setembro, (b) Evolução média diária do índice ISI em agosto de 2015, no Continente e comparação com os percentis de 15 junho a 15 setembro.

2.2.3 Evolução da média diária do FWI

Na Figura 6a apresenta-se o valor médio diário do FWI de agosto no Continente e os valores dos percentis calculados para o período de 15 de junho a 15 de setembro e para a série de anos de 1999-2014, em 68 estações comuns à rede de estações meteorológicos utilizada para o cálculo do FWI em 2015. Esta Figura mostra que o valor médio do FWI esteve entre a mediana e o percentil 75, na primeira metade do mês, aproximando-se do percentil 90 no período de 7 a 10. Na segunda metade mês, o valor médio diário do FWI oscilou entre valores superiores e inferiores à mediana, próximos do percentil 25, descendo para valores próximos do percentil 10 no dia 24, devido à ocorrência generalizada de precipitação.

Na Figura 6b verifica-se que o FWI de agosto de 2015 nas regiões Norte, Centro e Sul tem um comportamento semelhante ao do Continente, com a região Norte a apresentar valores inferiores aos das outras regiões, atingindo o percentil 75 apenas nos dias 5, 8, 9, 10.e 11. Nas regiões Centro e Sul, o FWI ultrapassou o percentil 90, respetivamente, nos dias 9 e 10 e 7, 9 e 10. No período de 13 a 17, o valor médio do FWI região Norte foi significativamente inferior ao das outras regiões devido aos valores baixos da temperatura, da intensidade do vento, e sobretudo à precipitação ocorrida nesta região.

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(a)

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Figura 6 - (a) Evolução média diária do FWI em julho de 2015 e comparação com os percentis de maio a outubro. (a) Continente (Cont), (b) regiões: Norte (RN), Centro (RC) e Sul (RS).

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2.3 Índice de Risco Conjuntural Meteorológico, RCM

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: Mapas das classes de risco de incêndio observadas ao nível do concelho

Os mapas com as classes de risco de incêndio, RCM, do Anexo I, mostram que: i) nas regiões do interior Norte e Centro as classes de risco predominantes na 1ª quinzena do mês e nos dias 29 e 30 foram as de Elevado ou Muito Elevado, ii) No litoral do Alentejo e no Barlavento algarvio a classe de risco predominante foi a de Elevado, iii) No Litoral Norte e Centro as classes de risco predominantes foram as de Reduzido ou Moderado, iv) No período de 6 a 8, as classes de risco Elevado ou Muito Elevado estenderam-se a todo o território do Continente, v) no período de 24 a 28, o risco de incêndio florestal diminuiu significativamente, em especial no Minho, Douro Litoral e Beira Litoral onde a classe predominante foi a de Reduzido.

2.3.1 Evolução da média do risco de incêndio desde 2006

Na Figura 7, apresenta-se o comportamento da média do risco de incêndio, RCM, no Continente e nas regiões Norte, Centro e Sul, no mês de agosto dos anos de 2006 a 2015.

O valor médio do RCM de agosto de 2015, no Continente, foi de 2,7, o quarto mas baixo desde 2006. Nas regiões do Norte e Centro, o RCM apresentou o quarto e o quinto (igual ao ano de 2007) valor mais baixo, respetivamente, e, na região Sul, o segundo mais baixo desde 2006. Estes valores relativamente baixos do índice médio de risco de incêndio, RCM, no Continente em agosto de 2015, devem-se às condições meteorológicas, com ocorrência de precipitação em alguns períodos do mês e de predomínio de vento fraco nas regiões do interior.

4RCM= Risco Conjuntural Meteorológico – classes de risco de incêndio resultantes da integração do índice FWI para Portugal Continental com o risco conjuntural (risco estrutural atualizado com as áreas ardidas do ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas). Para mais informações consultar www.ipma.pt

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Figura 7 - Média do Risco de Incêndio, RCM, em Portugal Continental e nas regiões Norte, Centro e Sul no período de 2006 a 2015.

2.3.2 Evolução diária do risco de incêndio, RCM.

O valor médio diário do risco de incêndio RCM em julho de 2015, no Continente, esteve, em geral, entre 2 e 3.5, verificando-se os valores mais baixos no 1º e último dia do mês (Figura 8).

Figura 8 – Evolução diária da média do Risco de Incêndio em Portugal Continental e nas regiões Norte, Centro e Sul.

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2.4 O Índice de Risco ICRIF

5

No Anexo II mostram-se os mapas diários do IOT25 (ICRIF Over Threshold com o limiar 25), ou seja, a percentagem de área dos concelhos com valores de ICRIF acima de limiar 25, para agosto de 2015, para todos os concelhos de Portugal Continental.

Da análise destes mapas, pode concluir-se que o mês de agosto apresentou, em geral, valores de percentagem de área de risco IOT25 relativamente elevados (acima dos valores médios para o período de 1999/2014) em todas as regiões, com exceção do dia 1, nos dias 12 a 18, de 23 a 28 e no dia 31 agosto. O mês iniciou-se com valores da percentagem de área de risco elevado abaixo dos valores médios (1999/2014), calculados para as diferentes regiões (Norte, Centro e Sul). Nos períodos de 12 a 19, de 23 a 28 e a 31, as percentagens de áreas de risco elevado diminuíram significativamente em todo o país, apresentando valores próximos ou abaixo do valor médio (1999/2014). Por exemplo, no dia 24, a percentagem de área de risco elevado aproximou-se do valor nulo em quase todo o país. Nos restantes dias do mês a percentagem de área de risco elevado esteve muito próximo do percentil 95 em quase todo o país, tendo ultrapassado, por vezes, esse valor em algumas regiões.

Nas Figuras 9 a 11 apresenta-se, a percentagem de área de risco IOT25, respetivamente na região Norte, Centro e Sul.

Os valores diários do IOT25 são comparados com o valor médio diário, o percentil 95 e o valor máximo de agosto do período de referência 1999-2014.

Da análise das Figuras 9 a 11 observa-se que, em geral no país, as áreas de risco elevado (IOT25) apresentaram valores entre os valores médios e o percentil 95, com exceção do primeiro e último dia do mês, onde os valores desceram abaixo do valor médio em todo o país.

Regiões e períodos com áreas de risco elevado (próximo do percentil 95)

 Na região Norte, de 2 a 12 de agosto, atingindo o valor mais elevado de risco IOT25 a 9 e 10 de Agosto, e de 20 a 21 do mesmo mês;

 Na região Centro, de 2 a 14 de agosto, atingindo-se valores de risco IOT25 superiores percentil 95 nos dias 9 e 10, no período de 19 a 23, com o valor máximo a ser alcançado a 20 de Agosto, e nos dias 29 a 30;

 Na região Sul, de 2 a 11, de 13 a 16, de 20 a 23 e 29 a 30 de agosto, atingindo-se valores de risco IOT25 superiores percentil 95 nos dia 7.

5ICRIF = O índice meteorológico combinado de risco de incêndio florestal baseado em 3 sub-índices: índice estrutural, associado ao tipo de coberto vegetal baseado no CORINE; índice ligado ao risco conjuntural calculado diariamente com base no FWI; Um sub-índice que representa um agravamento do risco ligado ao estado da vegetação, representada pelo valor do NDVI, calculado com base na melhor das imagens NOAA.

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Figura 9 – Evolução diária, para agosto de 2015, da percentagem de área de risco com valor de ICRIF superior a 25 (IOT25) e valor médio, percentil 95 e valor máximo do IOT25 para o período 1999 a 2014, para a região Norte.

Figura 10 - Evolução diária, para agosto de 2015, da percentagem de área de risco com valor de ICRIF superior a 25 (IOT25) e valor médio, percentil 95 e valor máximo do IOT25 para o período 1999 a 2014, para a região Centro.

Figura 11 - Evolução diária, Para agosto de 2015, da percentagem de área de risco com valor de ICRIF superior a 25 (IOT25) e valor médio, percentil 95 e valor máximo do IOT25 para o período 1999 a 2014, para a região Sul.

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O valor médio da área de risco elevado, IOT25%, do mês de agosto de 2015, foi superior ao respetivo valor médio de agosto do período de 1999 a 2014, em especial na região Centro, (Figura 12).

Figura 12 – Comparação entre a média de percentagem de área de risco com valores de ICRIF superior a 25 (IOT25), em agosto de 2015 e a média do período de 1999 a 2014, nas regiões Norte, Centro e Sul

Verifica-se uma boa correspondência entre a evolução diária da área de risco elevado (IOT25) e do número de ocorrências de incêndios florestais, (Figura 13).

Figura 13 – Evolução diária da área de risco elevado (IOT25) para Portugal Continental e o número diário de ocorrências de incêndios florestais em agosto de 2015. (valores obtidos do ICNF em 3 de agosto de 2015).

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3. Avaliação das previsões do índice meteorológico de risco incêndio florestal, FWI.

A Figura 14 mostra a comparação entre os valores previstos do FWI para as 24, 48 e 72 horas calculados com os valores previstos da temperatura, humidade relativa do ar, da intensidade do vento e da precipitação acumulada em 24 horas (12 às 12 UTC) pelo modelo numérico de previsão de área limitada Aladin e os valores do FWI calculado com os dados observados nas estações meteorológicas.

Verifica-se que as previsões do FWI, no mês de agosto, foram ligeiramente sobrestimadas, apresentando um desvio médio ou viés (Bias) positivo 0.6 para as previsões a 24 horas (azul), de 0.4 para as previsões a 72 horas (verde) e sem viés para as previsões a 48 horas. O desvio médio quadrático, RMSE, foi aumentando com o aumento de alcance das previsões mas, ainda, com valores satisfatórios, entre 9.5 e 10.7. A variância explicada foi satisfatória, 56%, para as previsões a 24 horas e baixa para as previsões a 48 e 72 horas.

Figura 14- O índice FWI observado e previsto no mês de junho de 2015. Previsões a 24 horas (azul), a 48 horas (vermelho) e a 72 horas (verde).

Os maiores desvios do FWI previsto em relação ao observado foram de 6 a 8. Estes desvios deveram-se sobretudo à subestima da previsão da humidade relativa nas regiões do litoral, em especial no Algarve e aos erros de previsão da precipitação, registando-se taxas elevadas de falsos alarmes, frequentemente, superiores a 50%.

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4. Quantidade de Carbono libertado na atmosfera por incêndios florestais

A Figura 15a apresenta, a preto, os valores diários da quantidade de CO2 equivalente libertado na atmosfera, por ação dos incêndios florestais, estimado com base no produto FRP (Fire Radiation Power (FRP) Land Surface Analysis Satellite Application Facility (LSA SAF)6. Note-se que o CO2 equivalente libertado para a atmosfera é estimado a partir do Carbono libertado para a atmosfera (aproximadamente 4 vezes maior).

Incluiu-se na mesma Figura, a vermelho, a evolução diária das áreas ardidas (ha), valor obtido através do ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas) em 1 de setembro de 2015.

Observa-se uma boa correspondência entre as áreas ardidas e o CO2 equivalente libertado para a atmosfera pelos incêndios florestais, com um ligeiro desfasamento nos incêndios do dia 8 de agosto.

O produto FRPPIXEL da LSA SAF serve também para localizar as áreas das ocorrências de incêndios florestais, como se pode verificar na Figura 15b.

(a) (b)

Figura 15 – Evolução diária da quantidade de CO2 equivalente em toneladas (a preto), libertado na atmosfera por ação dos incêndios florestais, em todo o País (com base no FRP), e a evolução diária da área ardida (ha) (a vermelho), valores obtidos do ICNF em 1 de setembro de 2015. Valores calculados para todo o país.

(b) Mapeamento das ocorrências de incêndios florestais no mês de julho de 2015, baseado no produto FRPPIXEL da LSA SAF.

6 LSA SAF- Para mais informação consultar a página http://landsaf.meteo.pt.

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A Tabela 1 apresenta, em toneladas, os resultados das emissões de CO2 libertado nos Distritos de Portugal Continental em agosto de 2011 a 2015.

Tabela 1 – CO2 Equivalente libertado pelos incêndios florestais CO2 libertado em Portugal Continental em agosto de 2011 a 2015

Distritos 2011 2012 2013 2014 2015

V. Castelo 1618,3 0,0 49876,7 246,24 26657,04

Bragança 41394,9 38063,8 98517,5 8250,13 13013,03

V. Real 25600,3 3530,9 292237,2 7615,57 10589,48

Braga 4755,4 598,5 132822,3 217,36 16419,02

Porto 13183,0 865,5 111587,6 82,00 23799,84

Viseu 15599,9 7567,9 508917,5 16158,91 96278,05

Guarda 8641,2 1689,6 129802,8 9014,28 62646,73

Aveiro 2895,2 32,1 108718,8 667,09 2301,11

Coimbra 1275,0 23751,6 48863,1 23188,00 31495,07

C. Branco 1633,7 848,5 25660,2 15013,15 12270,54

Leiria 0,0 791,0 1777,8 48,22 6748,14

Santarém 108,4 113,6 6547,6 20,47 677,38

Portalegre 0,0 0,0 6651,0 1885,61 0,00

Évora 454,1 146,7 416,8 948,86 0,00

Lisboa 1428,2 0,0 11226,7 241,59 2440,06

Setúbal 20,5 0,0 0,0 138,88 23,92

Beja 240,2 205,9 0,0 168,51 110,63

Faro 0,0 1264,2 0,0 18,65 10,11

TOTAL 118848,3 79470,1 1533623,6 83923,51 305480,13

O valor total de CO2 equivalente libertado para a atmosfera por incêndios florestais em agosto de 2015 é superior ao valor libertado em agosto de 2012, ano em que se observou o valor mais baixo (em agosto) no período de 2011 a 2015. O mês de agosto de 2015 é o segundo valor mais elevado de CO2 equivalente libertado por incêndios florestais nos últimos quatro anos, sendo o valor mais elevado observado em agosto de 2011, Figura 16.

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Figura 16 - CO2 equivalente (em tonelada), estimado a partir do produto FRPIXEL da LSA SAF, para Portugal Continental em agosto nos anos de 2011 a 2015.

No período de 2011 a 2015, em agosto, os anos com valores mais elevados de CO2

equivalente libertado por incêndios florestais foram os de 2013 e 2015 (Figura 16).Para estes dois anos calculou-se o valor mensal libertado por distrito (Figura 17).

Figura 17 - CO2 equivalente (em tonelada), estimado a partir do produto FRPIXEL da LSA SAF, para os 18 distritos de Portugal Continental em agosto dos anos de 2013 e 2015

Em 2013, os distritos com maior valor de CO2 libertado foram o de Viseu e o de Vila Real e, em 2015, foram os distritos de Viseu e Guarda.

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ANEXOS

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ANEXO I - Mapas diários das classes de Risco de Incêndio, RCM,

observado ao nível do concelho no mês de agosto de 2015.

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Figura 1a.AI – Mapas das classes de Risco de Incêndio observado a nível de Concelho no mês de agosto de 2015 (1 a 16)

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Figura 1b.AI – Mapas das classes de Risco de Incêndio observado a nível de Concelho no mês de agosto de 2015 (17 a 31).

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Anexo II - Mapas diários do IOT25 (ICRIF Over Threshold) ao nível de

concelhos de Portugal Continental, em agosto de 2015

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Figura 1a.AII – Mapas diárias de IOT25 a nível de Concelho no mês de agosto de 2015 (1 a 16)

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Figura 1b.AII – Mapas diárias de IOT25 a nível de Concelho no mês de agosto de 2015 (17 a 31)

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