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O consumo de corantes e seus efeitos nocivos na alimentação infantil. The consumption of dyes and their harmful effects on child food

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1Graduanda em Nutrição na Universidade Nilton Lins. E-mail:

veranice.nogueira37@gmail.com

2Especialista, Professora, Orientadora na Universidade Nilton Lins. E-mail:

lidialisboa7@gmail.com

3Professor, Orientador na Universidade Nilton Lins. E-mail: omeromartins.farma@gmail.com v. 3, n.4, p. 1-14, 2021 ISSN: 2675-343X

www.amazonlivejournal.com

O consumo de corantes e seus efeitos nocivos na alimentação infantil

The consumption of dyes and their harmful effects on child food

Veranice Nogueira da Silva1 Lídia Lisboa da Costa2 Omero Martins Rodrigues Júnior3

RESUMO: Percebe-se que com a evolução do homem e o passar dos tempos houveram muitas mudanças, principalmente no que concerne à alimentação saudável. E no intuito de ganhar tempo, o homem passou a optar pelo consumo de alimentos prontos, que como sabemos utilizam de produtos ultra processados contendo aditivos químicos, principalmente ao uso de corantes, que são adicionados no processo de preparação dos alimentos, causando malefícios e efeitos contrários principalmente nas crianças. Tendo-se em vista a realidade que nos permeia que esse trabalho foi elaborado com pesquisa bibliográfica sobre as causas e consequências que o consumo excessivo desses corantes pode causar na saúde das crianças. Utilizando- se como base de estudos artigos científicos e teses de pesquisadores da área da Nutrição. Com isso, foi observado que as crianças são as mais expostas a esses tipos de alimentos que são compostos por aditivos alimentares como o corante, e que muitas vezes excedem a ingestão diária aceitável (IDA), o que pode causar vários problemas, como:

alergias, hiperatividade, insônia, problemas respiratórios e muitos outros. Podendo até em longo prazo causar câncer, o que faz com que pesquisados estejam em alerta, por isso a necessidade de estudos que abranjam mais sobre o tema e buscando informações que sejam mais precisas para que órgãos competentes da área da saúde intervenham para a criar ações na área da Educação Nutricional.

Palavras-chave: Infância, Corante, Alimentação.

ABSTRACT: It is noticed that with the evolution of man and the passing of time there have been many changes, especially with regard to healthy eating. And in order to save time, man started to opt for the consumption of ready-to-eat foods, which as we know use ultra- processed products containing chemical additives, especially the use of dyes, which are added in the food preparation process, causing harm and effects contraries mainly in children.

Bearing in mind the reality that permeates us, this work was elaborated with bibliographical research on the causes and consequences that the excessive consumption of these dyes can have on children's health. Using as a basis for studies scientific articles and theses by researchers in the field of Nutrition. Thus, it was observed that children are the most exposed to these types of foods that are composed of food additives such as food coloring, and that often exceed the acceptable daily intake (IDA), which can cause several problems, such as allergies, hyperactivity, insomnia, respiratory problems and many others. It may even cause cancer in the long term, which makes respondents be alert, so the need for studies that cover more on the subject and seeking more accurate information so that competent bodies in the health area can intervene to create it. Actions in the area of Nutrition Education.

Keywords: Childhood, Dye, Food

Envio:20/10/2021 Aceite:18/11/2021

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1 INTRODUÇÃO

Hoje entendemos que a alimentação possui seu papel de suma importância na vida do indivíduo, contextualizando desde sua criação e passando por grandes processos de evolução ao longo de sua história. Citando por exemplo, a grande descoberta dos métodos de conservação de alimentos, fazendo com que o indivíduo criasse e desenvolvesse formas de técnicas que viabilizassem a conservação de alimentos utilizando produtos químicos, como o sal. (ROCHA, 2015). Para Leite (2015), com a revolução nas engenharias genéticas e a biotecnologia trouxeram também a modificação dos alimentos usando técnicas para o crescimento e a maturação forçada somadas com muitos produtos químicos como os corantes. Este tinha a finalidade de melhorar o aspectos dos alimentos e ajudar no processamento de forma rápida e prática, tornando os produtos mais atrativos aos olhos dos consumidores finais.

Com a descoberta dos corantes, estudos feitos por Prado e Godoy (2007) mostram que com o surgimento e crescimento da indústria alimentícia, observou- se o uso exagerado de aditivos químicos e ultra processados na intenção de prolongar a durabilidade dos produtos, o que ocasiona danos irreversíveis para o homem, principalmente para as crianças se consumido diariamente e em grandes quantidades. O que pode ajudar no surgimento de futuras crianças com câncer, alergias e déficit de atenção ocasionados por essas substâncias, pois seu uso ocorre em grandes escalas nas indústrias de alimentos.

Essas empresas camuflam os produtos e divulgam nas mídias como forma de chamar a atenção das crianças, que são facilmente envolvidas pelos comerciais diariamente pela TV, mostrando que os alimentos são inofensivos a saúde, porém, os pais devem ler os rótulos dos produtos para resguardar a boa alimentação das crianças. (UAN, 2011).

Portanto, essa pesquisa visa alertar os pais sobre o consumo prolongado

de aditivos alimentares, e o corante deve ser considerado de grande risco para a

saúde das crianças, e os pais devem ter em mente e conhecer sobre o limite

diário de ingestão desses produtos. Apresentando as crianças desde cedo sobre

a importância da alimentação saudável, trazendo sempre a apresentação de

pratos coloridos e atrativos para o paladar dos pequeninos, tornando-os

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futuramente indivíduos saudáveis.

A justificativa desta pesquisa é que observando-se sobre a má alimentação foi percebido que ela está interligada com diversas doenças que surgem a longo prazo quando se consumem produtos em quantidades excessivas de aditivos alimentares, surgindo também doenças crônico- degenerativas, com o alto consumo de produtos de alto teor calórico e a ausência de atividades físicas.

Por isso, que estudos revelam que uma alimentação saudável desde o aleitamento materno ao consumo no dia a dia de frutas, verduras e leguminosas na primeira infância, são de suma importância para uma alimentação saudável.

Onde produtos como: refrigerantes, bolachas e salgadinhos de saquinhos entre outros, devem ser ingeridos raramente e em quantidades pequenas e não rotineiras. Evitando- se assim, o surgimento de doenças graves e posteriormente cânceres, hipertensão, etc. (SULLIVAN & BIRCH, 1994).

Deve ser entendido que a alimentação de uma pessoa precisa sempre estar de acordo com suas necessidades alimentares, levando em conta todas as fases da sua vida e respeito por sua raça, etnia e cultura. Devendo-se ter acessibilidade a atividades físicas e ao consumo de alimentos com qualidade e quantidades adequadas, que supram as necessidades calóricas e com baixos níveis de contaminantes ao organismo. Pois, os bons hábitos alimentares se iniciam na infância, o que a torna fundamental na prevenção e controle de algumas carências nutricionais nas crianças e evitando o surgimento de doenças crônicas na vida adulta.

O problema deste estudo é que devido ao aumento de casos de doenças crônicas como o câncer, hipertensão, etc. Causados pelo consumo em excesso de aditivos alimentares, principalmente o corante, que causam danos ao organismo que este artigo foi preparado, para alertar aos pais sobre a alimentação saudável desde o aleitamento materno, e a boa alimentação no ambiente familiar. Adicionando desde cedo frutas, verduras e legumes como composição nas porções dos alimentos nas refeições de forma rotineira.

Para o objetivo geral deste estudo busca-se entender sobre a importância

dos bons hábitos alimentares para a criança desde a infância e o que acarretará

a longo prazo, com o consumo excessivo de corantes em sua alimentação.

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E para os objetivos específicos visa apontar sobre a importância do consumo de alimentos saudáveis desde a infância para as crianças. Explanar referente a boa alimentação nutricional nas escolas desde o momento que a criança adentra no ambiente escolar. E alertar explicando os malefícios do alto consumo de alimentos processados, como o aditivo alimentar corante nas refeições das crianças, associando-os com várias doenças que podem surgir a longo prazo nas crianças após a vida adulta.

2 A INFÂNCIA E SEU MODELO DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

Conforme o que informa o Ministério da Saúde, o Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) é um direito do cidadão básico. Ou seja, todos tem direito ao acesso a alimentos de qualidade e em quantidades para ele suficientes, que seja de forma permanente e regular, para que o mesmo fique nutrido e livre da fome. A alimentação nutricional é essencial para a manutenção da vida e da qualidade do bem estar do indivíduo, por isso, ela deve ser de forma harmônica na qualidade e quantidade, que atenda aos princípios de moderação, equilíbrio e variedade. Atendendo ás necessidades de cada cidadão conforme as fases da vida ao qual o mesmo se encontra, bem como suas necessidades e preferências e especificidades.

“À medida que a sociedade desperta para o caráter essencial da nutrição adequada e busca, nos caminhos da alimentação saudável, a via de acesso mais segura à saúde, a nutrição infantil emerge como prioridade no horizonte da saúde pública. Quanto mais precoce a aquisição de hábitos alimentares corretos, tanto mais sadia a população de adolescentes e adultos de uma sociedade.” (WEFFORT, 2012, p.7).

O aleitamento materno é o único que possui em sua composição anticorpos e outras substâncias como o ferro e o zinco que são capazes de proteger a criança de infecções no seu momento de amamentação como:

diarreias, infecções respiratórias e ouvido, etc. Prevenindo até doenças na vida

adulta, pelo fato do corpo da criança se desenvolver rapidamente, onde seu

cérebro se desenvolve para as habilidades que serão fundamentais para ela,

como a visão, inteligência e sua interação com o meio ao qual ela vive.

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E é no ambiente familiar que a criança começa a formar seus vínculos com sua alimentação, bem como, com os membros de sua família, tendo a segurança e seu estado nutricional criado, desenvolvendo e formando seu paladar com os alimentos saudáveis e adequados, trazendo várias chances de se tornar uma pessoa adulta autônoma e consciente de suas escolhas alimentares.

” Os alimentos ou tipo de alimentação que os indivíduos consomem rotineiramente e repetidamente no seu cotidiano caracterizam o seu hábito ou comportamento alimentar, no caso específico dos pré- escolares, o hábito alimentar caracteriza-se fundamentalmente pelas suas preferências alimentares. As crianças dessa faixa etária acabam consumindo somente alimentos de que gostam, entre os disponíveis no seu ambiente, refutando aqueles de que não gostam. A tendência das preferências alimentares das crianças na idade pré-escolar conduz ao consumo de alimentos com quantidade elevada de carboidrato, açúcar, gordura e sal, e baixo consumo de alimentos como vegetais e frutas, se comparadas às quantidades recomendadas. Esta tendência é originada na socialização alimentar da criança e depende, em grande parte, dos padrões da cultura alimentar e grupo social ao qual ela pertence”. (RAMOS & STEIN, 2000).

É importante entender que toda e qualquer prática alimentar saudável no decorrer da vida de uma criança repercute a médio e longo prazo, e como resultado ocorre o seu crescimento e desenvolvimento, evita a ausência de déficits de vitaminas, como o ferro, Vitamina A, cálcio, entre outros, prevenindo problemas de saúde na vida adulta, e é bom que se ensine a criança a ter refeições regulares e em horários corretos. (GUIA, 2008).

Por isso, é essencial oferecer condições e disponibilizar alimentos que atendam as preferências das crianças, se adequando com as refeições que são fornecidas pelas escolas e que possuam em suas condições todos os aspectos nutricionais saudáveis. E para isso é primordial estimular as práticas nutricionais por meio da oferta de alimentos nutritivos através da exposição e da arte de provar por parte das crianças.

Estimulando a ingestão de frutas, verduras e legumes que contenham

fontes das vitaminas necessárias para seu desenvolvimento como o ferro, cálcio

e fibras. Evitando sal, açúcar e frituras em excesso, mas seu consumo de modo

moderado. No caso do açúcar o ideal é seu consumo após 1 ano da criança. É

necessário que a criança evite alimentos condimentados como: pimenta,

mostarda, catchup e produtos industrializados.

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“A alimentação consiste em obter do ambiente uma série de produtos, naturais ou transformados, que conhecemos pelo nome de alimentos, que contêm substâncias químicas denominadas nutrimentos. A alimentação é, assim, um processo de seleção de alimentos, fruto das preferências, das disponibilidades e da aprendizagem de cada indivíduo, processo esse que lhe permite escolher e distribuir as refeições ao longo do dia, de acordo com os seus hábitos e condições pessoais. Trata-se de um processo voluntário, determinado por fatores cognitivos, socioeconômicos, emocionais, psicológicos, afetivos e culturais.” (NUNES & BREDA, 2001).

Durante as refeições diárias, é importante entender que os alimentos ingeridos devem respeitar as porções dos alimentos, incluindo verduras e hortaliças, os alimentos do grupo do leite como os cereais e derivados que contêm no pão e leguminosas. A carne deve ter seu consumo moderado e de preferência consumir 1 peixe por dia, reduzindo a quantidade de sal, gorduras e açúcar nos temperos dos alimentos.

3 ADITIVOS ALIMENTARES, O QUE SÃO?

Segundo Veloso (2012), aditivo alimentar é todo e qualquer ingrediente que adicionado aos alimentos de forma intencional, sem o objetivo de nutrir mas com a intenção de modificar suas características físicas, biológicas, químicas ou sensoriais do alimento. Por isso a necessidade no controle ao uso dessas substâncias.

Em sua definição não se inclui contaminantes ou algum tipo de substância nutritiva que possam ser incorporadas a alimentos a fim de manter ou melhorar suas propriedades organolépticas, antes conhecido como aditivo acidental.

Hoje, os contaminantes são definidos como qualquer substância indesejável que está presente em alimentos como o resultado de operações do cultivo de vegetais, na criação de animais, em tratamentos fitossanitários ou zoosanitários, ou mesmo no momento da contaminação ambiental como ocorre nos equipamentos que são utilizados na conservação ou elaboração dos alimentos. Como exemplo, podemos dar uma citação comum são os resíduos agrotóxicos que são usados no combate de pragas em plantações e que permanecem nos vegetais.

Por essa razão que se faz necessário o controle dessas substâncias

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devido a alguns riscos que oferecem para a população ou para um grupo de pessoas em especial, como os que possuem algum tipo de alergia a um tipo específico de aditivo alimentício. E por haver muitos estudos a respeito desses aditivos, que se entendeu que eles podem causar problemas na saúde caso sejam utilizados em excesso, como é o caso do câncer, o surgimento de alergia e hiperatividade, etc. Muitos desses produtos são enviados ao controle de fiscalização sanitária e para a fiscalização na Agência nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), e muitos são inclusos para análises e aprovação para produção e consumo como coadjuvantes tecnológicos.

“A legislação brasileira é positiva e, assim, um aditivo ou coadjuvante somente pode ser utilizado quando constar da legislação específica para a categoria de alimento, em suas respectivas funções e limites máximos. Essa legislação está sujeita à atualização, de acordo com o avanço do conhecimento científico e tecnológico, sempre com vistas à proteção da saúde da população. Essa atualização pode ser realizada por iniciativa da própria Anvisa, por acordos no âmbito do Mercosul ou por demanda do setor regulado, conforme procedimentos descritos no Guia para Pedidos de Inclusão e Extensão de Uso de Aditivos Alimentares e Coadjuvantes de Tecnologia de Fabricação na Legislação Brasileira. Portaria SVS/MS n. 540/1997 – e pelo MERCOSUL – GMC/RES. N° 52/98.” (ANVISA, 2009).

Para a Anvisa o uso desses aditivos são justificáveis por razões tecnológicas, sensoriais e nutricionais. Pois, se faz necessária a utilidade tecnológica por proporcionar vantagens de ordem tecnológica e que muitas vezes não poderiam ser conquistados por fabricações mais adequadas ou mesmo por preocupações de forma higiênica ou operacionalizada de maneira manual. Porém, a utilização desses aditivos deve ser limitada aos alimentos, em algumas condições e em menor quantidade para se conseguir alcançar o objetivo desejado, em concentrações que a ingestão diária não ultrapasse seus valores de IDA (Ingestão Diária Aceitável) que é recomendado pela ANVISA.

Os aditivos alimentares estão indicados nos rótulos dos produtos, porém

não informa sobre os seus efeitos na saúde das pessoas, não permitem que o

consumidor que é preocupado com a saúde ter alternativas que sejam para ele

mais saudáveis. Pois o indivíduo passa a desenvolver hábitos que ele adquire

no seu ambiente familiar e que muitas vezes é influenciado pela mídia ou outros

meios de comunicação como observamos hoje com o marketing que é investido

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por várias empresas de produtos alimentícios.

No ano de 2001 houve a publicação sobre o regulamento técnico, aprovando o uso dos aditivos alimentares, sendo estabelecidos as suas funções com limites máximos nas preparações culinárias nas indústrias. Isso se fez necessário para estabelecer um limite de segurança e a quantidade a ser utilizada nas preparações pela indústria de alimentos para se ter o objetivo desejado, conforme o que definiu o Codex Alimentarius (latim, que significa Código Alimentar) na comissão entre Nações Unidas e o governo brasileiro através do Ministério da Saúde, os aditivos foram classificados por categorias.

Nesta lista que foi preparada pelo Mercosul, é de suma importância para que os alimentos que são industrializados sejam obrigados a declarar todos os aditivos nos rótulos e nas embalagens, identificando sobre a função desses componentes pelo nome completo ou pelo seu número no INS (Instituto Nacional de Saúde). Podemos observar que muitas vezes o consumidor desconhece o significado de cada código, ou mesmo nem presta atenção para as informações ali descritas, sem mesmo se dar conta do produto que está consumindo.

P: significa a presença; C: são corantes naturais (CI) ou artificiais (C2);

F: aromatizantes ou flavorizantes, podendo ser naturais ou artificiais;

EP: espessantes; U: umectantes que impedem o ressecamento do alimento; AU: antiumectantes; ET: estabilizantes; H: acidulantes; D:

edulcorantes; A: antioxidantes. (PROCON, 2010).

Mas existe um problema nesses rótulos de produtos, um dos exemplos é para quem tem alergia a um desses componentes desses produtos, o consumidor não saberá como reconhecê-los nas informações das embalagens.

4 O ADITIVO CORANTE E SUAS CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS NO CONSUMO EXCESSIVO NA ALIMENTAÇÃO INFANTIL Os

Os corantes antigamente eram extraídos de sementes, flores, cascas dos

frutos e raízes de plantas, dos moluscos ou insetos em processos integrando

principalmente a fermentação, destilação, filtração e maceração, etc. Para que o

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alimento ficasse saboroso e bonito aos olhos o homem fazia de uso os alimentos naturais. Mas, com o desenvolvimento da indústria alimentícia, a maior quantidade de corantes naturais passaram-se a ser extraídos de várias substâncias animais e vegetais trocados por corantes artificiais nas composições dos produtos industrializados. (POLÔNIO; SHUMAN & GONÇALVES, 2008).

Para Prado e Godoy (2007), foi somente em meados do século XVIII que as indústrias passaram a perceber a função dos corantes sintéticos como uma forma de maquiar os alimentos de baixa qualidade nutricional para uma que mais chamasse a atenção do consumidor. Os corantes são do grupo de aditivos alimentares que possuem como função, intensificar, padronizar e conferir na coloração dos alimentos, passando a imagem de um produto totalmente natural.

Durante a resolução Nº 44 pela Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos (CNNPA), que se estabelece os corantes que poderiam ser autorizados para a utilização em bebidas e alimentos. Mas, para isso receberiam nomenclaturas conforme os descritos como os corante naturais que foram retirados de vegetais ou animais. Podemos entender como corante artificial o que não é encontrado nos produtos naturais, já o corante que é idêntico ao natural mais conhecido como o orgânico é o corante que possui em sua composição química o semelhante ao princípio que é isolado e ativo do corante orgânico que seja natural, e o corante chamado de inorgânico é o que foi retirado das substâncias minerais, durante os processos de purificações e elaborações que sejam adequados em suas funções nos alimentos, conforme o que afirma (SOUZA, 2012).

Devido a pesquisas e resultados de cunho toxicológicos nos últimos

tempos que os corantes artificiais estão sendo cortados pela legislação em vigor

de muitos países onde observou-se uma forma de substituir os corantes

sintéticos pelos naturais. Tendo em vista os efeitos indesejáveis e adversos de

ocorrências nas reações tóxicas causadoras de alergias, alterações nos

comportamentos e carcinogenicidade (possibilidade de uma substância ou

agente, seja capaz de induzir um carcinoma, ou seja, induzir malformação de um

feto), já estão sendo reconhecidos em muitos estudos, sem falar nas

intoxicações por algumas substâncias como o chumbo, mercúrio e o arsênico e

no risco no aumento de câncer como resultado pelo uso indevido e cumulativo

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dos aditivos sintéticos.

Para Martins (2015), a função dessas substâncias é o de mascarar e colorir os alimentos para uma melhor estética, sem incorporar valor nutricional qualquer ao alimento, podendo ainda trazer danos à saúde, por isso, ela se faz desnecessária na alimentação pelo ponto de vista dos nutricionistas.

O excesso ao consumo desses corantes artificiais pode trazer efeitos ao organismo humano, e este tem sido o objeto de estudos da comunidade científica. Observando-se que esses aditivos alimentos não são verdadeiramente inofensivos a saúde. Como é o caso do grupo dos azo ou conhecido como composto azóico, derivam do nitroso que foi identificado como uma substância que é capaz de algumas reações alérgicas como a urticária e asma, ela tem sido muito estudada por suspeitas da mutagênese e do carcinogênese, na produção de amina que é aromático e do ácido sulfanílico que é metabolizado após a microflora intestinal. Outro corante artificial e sintetizado é o eritrosina, extraído a partir do alcatrão, tem a função de colorir alimentos como os biscoitos, doces, produtos em padaria, bebidas, sorvetes, chicletes e carnes. Estudos mostram que podem ser causadores de irritações alérgicas nos olhos, membrana mucosa e nas áreas da pele e respiratória, náuseas e dores de cabeça.

Este corante representa a classe xantenos autorizados no Brasil, Canadá, Estados Unidos e países da União Europeia. Mas, estudos que ainda não foram concluídos cogitam a possível participação destas substâncias no surgimento de tumores na tireoide e libertação de iodo ao organismo.

Já a tartrazina, que também é um corante artificial é facilmente encontrada nas gelatinas, balas e sucos artificiais. É um dos corantes mais utilizados nos alimentos. Porém, estudos revelam que mais de 10 mil pessoas alegam reações quanto a esse corante.

As alergias são conhecidas pelo aumento da função dos linfócitos B que é sintetizar a imunoglobina tipo IgE no combate aos antígenos que tentam chegar no nosso organismo via penetração ou inalação pela pele. A alergia alimentar é entendida a reação ao antígeno alimentar limitada por meios principalmente o imunológico.

Hoje, percebe-se um grande aumento de problemas em crianças e jovens

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causados por alimentos, o que tem ajudado negativamente para a vida da população em nossa sociedade. Como é o caso da tartrazina que apresenta reações adversas em quem a consome como o broncoespasmo, urticária e angioedema. Podendo também desencadear a hipercinesia nos pacientes com hiperatividade.

Mesmo com vários estudos referente aos efeitos contrários que são causados pelo consumo excessivo desses corantes artificiais ainda existem opiniões que divergem quanto as qualidades dessas substâncias. Mesmo com a autorização da utilização desses produtos em muitos países em formas variadas e diferentes quantidades só ocorrem pelo fato do grande faturamento do consumo de alimentos prontos para a população.

O governo com a intenção de proteger seus consumidores, adotaram técnicas de avaliação de risco como a toxicologia regulatória, onde pode ser avaliado cientificamente os danos à saúde humana pelos compostos químicos que são utilizados nos alimentos. Porém no Brasil, todos os dados que estão relacionados com alergias a aditivos alimentares são em números insuficientes e precisam de métodos mais rigorosos, mesmo que existam o conhecimento dos malefícios que eles trazem a saúde do homem no caso de consumo em grandes quantidades e a longo prazo, de alimentos com alto teor de corantes.

E mesmo que exista uma lista com a classificação dessas substâncias e suas quantidades, podemos ressaltar que a preocupação com os futuros efeitos colaterais a longo prazo a saúde humana, pelo consumo excessivo de alimentos com a composição desses corantes, faz com que a sociedade científica esteja em alerta. Por isso, precisamos da informação e a necessidade do controle da aplicação desses corantes no uso rotineiro e estendido de alimentos e bebidas pela sociedade em geral.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa buscou mostrar os efeito que são causados pelo alto

consumo de corantes na alimentação durante a infância. E pelo que foi

observado existe um problema em muitos estudos sobre os efeitos que os

corantes causam na saúde das crianças, mesmo que muitos estudos relatassem

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sobre este assunto em questão, mas não comprovavam realmente seus efeitos contrários.

Percebeu-se que as crianças são os maiores consumidores de muitos alimentos que infelizmente contêm em sua composição os corantes alimentares.

Onde muitos corantes como por exemplo a tartrazana e até mesmo o conhecido amarelo crepúsculo são os que mais aparecem nas relações de estudos de algumas pesquisas, e ainda que sejam os mais citados e serem as causas de muitos efeitos colaterais que são comprovados se consumidos em excesso a longo prazo, ainda assim, são permitidos sua produção no Brasil e em muitos outros países.

Apesar de vários estudos sobre os efeitos que causam nas crianças no Brasil, essas pesquisas precisam de metodologias mais rigorosas para que seu resultado final seja satisfatório, mas pelo que observou-se foi o aumento crescente sobre os efeitos que alguns corantes causam nas crianças como as alergias, intolerância a alimentos e futuramente o câncer.

Portanto, nessas pesquisas foi possível perceber o excesso do consumo de IDA de muitos corantes, ingeridos por meio de vários alimentos. Se faz necessário que esse fato alarmante seja divulgado devido a muitas crianças não terem essa noção e maturidade desenvolvida biologicamente e que sejam capazes de consumir esses aditivos alimentares.

Por isso, é importante que os estudos sejam realizados de forma clara e

sucinta, e suas revisões devam abranger os assuntos que sejam relacionados

sobre os tipos de corantes e seus efeitos reais, com informações a serem

compartilhadas e todas as medidas de intervenções de determinados órgãos de

saúde que juntos com a educação nutricional, ajudem na formação de boas

práticas de alimentação saudável para esse modelo especial, que são as

crianças.

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REFERÊNCIAS

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Referências

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