A DENOTAÇÃO VERBAL*
1(VERB PHRASE DENOTATIONS)
Ana Paula QUADROS GOMES (Doutoranda em Lingüística pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo)
ABSTRACT: The Universal Cumulativity Hypothesis says that nominal and verbal predicates are initially cumulative and become quantized in syntax. We use part-whole structures to tell apart different denotations among verb or noun phrases in Brazilian Portuguese. The commonalities between the nominal and the verbal domains explain the distribution of BP Quantifiers.
KEYWORDS: mereology; event; cumulativity; count; mass 0. A teoria mereológica
A mereologia dá suporte a teorias sobre singular e plural (Link, 1983) e sobre massivo e contável (Chierchia, 1998). Também os sintagmas verbais mereceram abordagens mereológicas, como as de Krifka (1998) e Filip (1997). Para a mereologia, as denotações são uma rede de relações parte-todo (part-whole), um semi-reticulado (join-semillatice). Segundo a Teoria da Cumulatividade Universal (Kratzer, 2003), toda denotação começa como um semi-reticulado completo, e as operações sintáticas e semânticas de número (singular e plural) e a determinação se aplicam posteriormente a essa base. Logo, todo sintagma nu é cumulativo, ou seja, não constitui ainda um indivíduo nem um evento que possam ser contados. As relações parte-todo organizam as denotações nominais e verbais em todas as línguas naturais. Os itens lexicais de cada idioma materializam combinações particulares entre essas relações. Os tipos de quantidade de cada língua organizam tanto o domínio nominal quanto o verbal.
1. Pistas para as denotações verbais fornecidas pelas nominais
Para desenhar as quantidades dos sintagmas verbais do PB, temos de nos basear nas exibidas pelos nominais. A tabela a seguir resume nossa visão do domínio nominal do PB, com base em Schmitt (2005), Müller (2000) e Paraguassú (2005).
*Agradeço ao CNPq o apoio a esta pesquisa.
(i) Tabela das quantidades do domínio nominal
classe lexical contável massivo
perspectiva partes todo (soma) partes todo (soma)
nível sintático: projeção não-máxima (ou mínima ou intermediária)
NP partes discretas
elefante(s) não-discreto
elefante(s) não-discretas
leite não-discreto leite nível sintático: projeção máxima
DD (Descrição
Definida) singular não tem partes
o elefante discreto
o elefante partes não-discretas
o leite discreto
o leite DD plural partes discretas
os elefantes discreto
os elefantes não-discretas
os leites discreto o leite Na tabela, distinguimos entre a quantidade dos componentes (part) e a do todo ou das somas (whole), utilizando respectivamente “partes” e “todo” para designar as duas perspectivas. No primeiro nível sintático, o do nome nu sem número (termo de Müller 2002), os nomes têm todos denotação cumulativa, como prevê Kratzer. Da perspectiva do todo, como uma soma, nem “elefante” nem “leite” podem ser contados.
Entretanto, da perspectiva das partes, há entre eles uma diferença notável — exemplos de Paraguassú e Schmitt (c.p.):
(1) a. Elefante anda um atrás do outro.
b. *Leite cai um depois do outro.
Como cada parte da denotação de “elefante” é um indivíduo da classe elefante, dá para enfileirá-los em (1a). Já as partes da denotação de um nome comum massivo não estão associadas a unidades-padrão: não há como distinguir uma das outras, e muito menos, como ordená-las em (1b). A diferença entre massivos e contáveis diz respeito às partes.
Quanto à soma ou ao conjunto geral da denotação, todos os nomes nus são cumulativos.
Entretanto, projeções nominais máximas não são cumulativas. Uma DD (Descrição Definida) singular com nome contável passou por uma operação singular. Como um todo, essa denotação é um indivíduo singular atômico, indivisível. Dentro de “o elefante”, não há partes que sejam, em si mesmas, aquilo que designamos com o nome nu “elefante”. Já uma DD singular com nome massivo, apesar de ser também singular do ponto de vista do todo (“a água” é uma única porção de água), apresenta partes. As partes, porém, não são contáveis. Dentro de “a água” há várias porções menores que são
“água”. DDs plurais, da perspectiva do conjunto geral, são sempre quantificadas: tanto
“os elefantes” como “os leites” são, cada qual, um único conjunto (um indivíduo plural).
Porém a DD plural com nome massivo tem leitura taxionômica (“os leites” não são duas ou mais medidas de leite, mas dois ou mais tipos de leite); e uma DD plural com nome contável tem cardinalidade (“os elefantes” são dois ou mais indivíduos da classe dos elefantes).
Se os mesmos tipos de quantidade da tabela (i) organizam o domínio verbal,
prevemos que, numa projeção sintática não-máxima, os verbos tenham denotação
cumulativa, ou seja, que o conjunto seja uma soma em aberto, sem número definido. E
que, na projeção máxima, verbos apresentem denotações quantizadas do ponto de vista
do todo, do conjunto geral. E, ainda, que haja diferenças entre massivo e contável, quanto à natureza das partes. Em vez de entidades, os indivíduos que contamos no domínio verbal são os eventos.
Todos sabemos o que é um indivíduo da classe “elefante”. Mas talvez s eja interessante pensar em como reconhecemos um evento da classe “nascer”.
Intuitivamente, sabemos dizer quantos nascimentos há numa sentença como (2):
(2) Nasceu a filha do João hoje.
Trata-se de um único nascimento. Chamaremos a qualquer denotação verbal
“eventualidade”. Uma eventualidade não precisa estar ancorada na linha do tempo; um
“evento”, sim. A seguir, examinaremos a quantidade nos sintagmas verbais.
2. O primeiro nível de projeção sintática do sintagma verbal
Um sintagma verbal máximo tem Aspecto. Os IPs, ou sintagmas verbais com flexão, são equivalentes às DDs. As projeções não-máximas verbais são mais variadas que as nominais. No domínio dos nomes, havia nomes nus. No domínio verbal, temos, no nível sintático mais baixo, verbos no infinitivo e flexões sem Aspecto Perfectivo, como o subjuntivo e o imperativo. Com Kratzer (2003), assumimos que verbos nus têm denotação verbal cumulativa. Não se pode associar uma cardinalidade a eles. Ex.:
(3) a. Nascer no Brasil é uma benção ou uma maldição?
c. Quando o bebê nascer, mudaremos de São Paulo.
Era fácil ver que (2a) falava de um único nascimento. Mas é impossível determinar de quantos se está falando em (3a), embora sejam vários eventos, não um único. Em (3b), o subjuntivo projeta um evento que pode jamais vir a culminar. Indicativa é a inexistência do fruto do nascimento, ou seja, do bebê, no momento da enunciação. Não houve (pelo menos ainda) nascimento algum em (3b). E zero (ou vazio) não é uma quantidade presente em semi-reticulados. Para obter um vazio ou um zero, a língua natural precisa recorrer a estratégias de negação. A negação não é uma referência a um conjunto vazio.
3. Massivo e contável no sistema verbal
Previmos duas classes lexicais de eventualidades. São elas os estados e as eventualidades episódicas. Bach (1986) distingue entre dois tipos de estado: os dinâmicos e os estativos. Eles correspondem aos predicados Stage Level (SL) e Individual Level (IL), de Carlson (1977) e de Kratzer (1995). A idéia básica é a de que determinados predicados verbais não apresentam a variável-evento davidsoniana.
Portanto, eles não podem ser localizados no tempo e no espaço, e não co-ocorrem com
adjuntos de localização temporal ou espacial, já que tais adjuntos são modificadores do
evento. Sem evento, não há contabilidade possível. Predicados não-episódicos são
massivos. Embora, do ponto de vista do conjunto, todos os sintagmas verbais sem
Aspecto Perfectivo sejam sem número definido (paralelamente aos nomes nus),
massivos e contáveis se diferenciam quanto à contabilidade das partes. Por exemplo:
(4) a. Comer verduras foi o que João fez (duas vezes) hoje (em casa) (no almoço e no jantar).
b. *Ser brasileiro foi o que João fez (duas vezes) hoje (no almoço e no jantar).
c. *(Ser) brasileiro foi o estado em que João ficou (duas vezes) hoje (no almoço e no jantar).
d. (Estar) cansado foi o estado em que João ficou (duas vezes) hoje (no almoço e no jantar).
“Comer verduras” pode ser dividido em episódios localizados no tempo e no espa ço, e esses episódios podem ser contados, como mostra a compatibilidade com a expressão
“duas vezes”. Já “ser brasileiro” não admite adjuntos de localização temporal ( no almoço) ou espacial (em casa); não há episódios para contar em (4b). Em (4c), não há como individuar estados de “ser brasileiro”, tornando -os distintos um do outro. Mas um estado como “estar cansado” permite a distinção entre partes que são períodos localizados no tempo. A diferença entre massivo e contável se dá na natureza das partes.
A natureza do conjunto é determinada pelo nível da projeção sintática e por operações sintáticas que têm lugar no curso da derivação sintática.
4. O segundo nível de estruturação sintática dos sintagmas verbais
Na concepção mereológica, telicidade não é uma propriedade do item lexical, mas é fruto da composição do predicado. Todo sintagma verbal com aspecto perfectivo é télico. Em geral, a denotação de um sintagma verbal télico é quantizada (contável como conjunto), enquanto a de um sintagma verbal atélico é cumulativa (massiva quanto ao todo). Sintagmas verbais télicos podem ser modificados por advérbios de intervalo (como “em 10 min”) e os atélicos, por advérbios de duração (ex.: “por 10 min”) (cf. Krifka, 2001). O tipo do complemento nominal do verbo afeta a telicidade de um predicado verbal contável, mas estados são imunes a essa influência. Os pares (5a/b) e (5c/d) mostram esse contraste:
(5) a. João comeu o sanduíche em 10 min/ *por 10 min.
b. João comeu pudim *em 10 min/ por 10 min. (e depois saiu) c. João preferiu pudim *em um ano/ por um ano. (e depois enjoou)
d. João preferiu o sanduíche *em 15 min/ por 15 min. (e depois mudou de idéia) As sentenças (5a) e (5b) são episódicas; (5c) e (5d) são estativas. O adjunto iniciado por
“em” m arca (5a) como uma sentença télica. O complemento verbal, uma DD, também é quantificado. Entretanto, se o complemento verbal for um nome nu, uma denotação cumulativa, a sentença é atélica, como atesta o adjunto cuja preposição é “por”, em (5b).
Embora o complemento verbal de (5c) seja um nome nu e o de (5d) seja uma DD, ambas as sentenças são cumulativas, compatíveis só com adjuntos de duração. Isso mostra que o todo, o conjunto geral de um sintagma verbal massivo, não sofre influência do tipo de complemento.
5. Plural e singular em sintagmas verbais em projeções máximas
Os IPs episódicos são quantificados (contáveis do ponto de vista do conjunto
geral). Há IPs singulares e plurais. Para distinguir entre ambos, temos de verificar a
quantidade das partes. Um IP singular é uma denotação atômica, isto é, indivisível.
Sintagmas verbais contáveis singulares são os que têm como denotação eventos instantâneos. Correspondem aos “achievements” da Aktionsarten de Vendler. A classe vendleriana dos “accomplishments” é c omparável a uma DD com nome coletivo. “A mobília” é uma DD singular com partes contáveis, cada uma delas uma entidade de natureza diversa daquela da soma — as cadeiras, a mesa, o aparador etc. —, mas todas, itens de mobília. “Fazer um bolo” é um predicado episódico que compreende etapas sucessivas como “bater os ovos”, “peneirar a farinha”, “derreter a manteiga” etc. Cada etapa dessas é, em si, localizada no tempo. Logo, esses “accomplishments” são eventos contáveis singulares como conjunto geral e têm partes que são, cada uma, um evento contável (de qualidade diferente da do evento denotado pelo conjunto).
Os IPs plurais contáveis são frutos de operações sobre os contáveis singulares.
Uma forma de pluralizar eventos é introduzir modificadores de contagem, como “três vezes”, e de iteratividade, como “repetidamente”, “todos os dias” etc. Por exemplo:
(6) a. Maria fez um bolo por semana.
b. Maria ganhou a corrida duas vezes neste ano c. *Maria foi/ era brasileira três vezes este ano.
d. Maria nadava uma vez por semana/ repetidamente em 2004.
Há vários eventos de fazer bolo em (6a), de cardinalidade atrelada ao número de semanas considerado; e dois eventos de vencer a corrida em (6b). A agramaticalidade da sentença (6c) mostra que não se pode pluralizar IPs massivos. Já uma atividade, embora seja cumulativa antes da modificação, torna-se contável plural se modificada como em (6d), que diz que, durante o ano de 2004, houve um número indefinido, mas maior que dois, de períodos em que Maria nadou.
Como Dowty (1987) e Krifka (1998) observaram, somente o argumento interno pode interferir no tipo de denotação do sintagma verbal. Entretanto, se o IP já é quantificado, a contabilidade do argumento externo pode transformá-lo em plural. Isso ocorre se o sujeito sentencial é um grupo, ou uma coordenação, como em (7).
(7) a. Maria, Tânia e Laura fizeram um bolo.
b. Pedro e José nadaram 400m.
c. Cada um deles ganhou a corrida uma vez este ano.
d. Todos os convidados comeram a sobremesa.
As sentenças (7a) e (7b), na leitura distributiva, significam que três bolos foram feitos; e que uma extensão total de 800m foi percorrida por Pedro e José, enquanto nadavam.
Nessa leitura, há um evento de fazer um bolo ou de nadar para cada indivíduo-parte do sujeito sentencial. As outras sentenças em (7) são contáveis plurais: (7c) implica que pelo menos duas pessoas ganharam a corrida. Houve, no mínimo, dois eventos de vitória. E (7d) só é verdadeira se, em dada ocasião, cada convidado presente comeu sua sobremesa. Sujeitos plurais tornam, pois, plurais os predicados verbais quantificados.
Há um modo de construir uma leitura plural com predicados massivos. Essa leitura não
marca o número de eventos (a cardinalidade), mas o de tipos. Para os sintagmas verbais
massivos, como para nominais massivos, a pluralidade gera leitura taxionômica.
(8) a. As irmãs são uma mais inteligente que a outra.
b. Cada uma é inteligente a seu modo.
c. Todas as mulheres deste departamento estão grávidas.
Dado que, em (8a), “ser inteligen te” é verdade para diversos indivíduos, temos diversas instanciações de inteligência, e podemos compará-las entre si por graus. Em (8b), o modificador “a seu modo” cria tipos de inteligência, possibilitando que as exigências de quantificador distributivo “ cada”, de formar pares de indivíduos, seja atendida, ao fornecer um tipo de inteligência único por pessoa do grupo. E, como a gravidez é um estado individual, um sujeito plural tem leitura distributiva obrigatória. Temos então, em (8c), a leitura de uma gravidez por mulher do conjunto.
6. Considerações Finais
Resumimos, na tabela abaixo, as quantidades verbais (espelho das nominais).
(ii) Tabela das quantidades do domínio verbal
classe lexical contável (episódicos) massiva (estativos) perspectiva partes todo (geral) partes todo (soma) nível sintático: projeção não-máxima
VP sem flexão de aspecto
discretas (a) as saídas
não-discreto (a) Sair não é um evento localizado no tempo, único.
não-discretas (b) a beleza em qualquer
sujeito(estado)
não-discreto (b) ser bonito não é uma eventualidade localizada no tempo nível sintático: projeção máxima (com Aspecto Perfectivo)
IP singular (atômico) (com aspecto perfectivo)
não tem (c) partes
discreto (c) a única saída de João localizada nesse tempo
não-discretas (d) períodos menores, contidos no tempo da sentença, de que também é verdade que João foi bonito.
discreto (d) O estado de beleza de João durante o período em que viveu.
IP plural discretas (e) cada saída
discreto
(e) o únicoconjunto c/ a soma das saídas
não-discretas (f) A beleza de cada homem não se distingue
individualmente
discreto (g) Há um conjunto com duas instanciações de beleza.
Legenda: exemplos de sintagmas verbais (considerar os trechos sublinhados):
(a) Sair é importante.
(b) Ser bonito é um privilégio.
(c) João saiu.
(d) João foi bonito (toda a vida).
(e) João saiu duas vezes.
(f) Todo homem é bonito da mesma maneira.
(g) João e Pedro são bonitos.
Como chegamos a esse desenho? Partindo da mereologia, propusemos as mesmas relações de quantidade para as denotações nominais e as verbais. Para o domínio verbal do PB, estabelecemos dois níveis sintáticos, um sem Aspecto Perfectivo e outro com.
Somente o Aspecto Perfetivo permite a leitura de sintagma contável singular ou plural (leitura de cardinalidade). Logo, outras flexões, como as do imperfectivo, do presente do indicativo, do subjuntivo etc., não formam sintagmas contáveis. Mostramos como a natureza das partes opõe sintagmas verbais massivos (partes cumulativas) a contáveis (sem partes, ou com partes contáveis). Defendemos que o achievement de Vendler, no perfectivo, forma um sintagma verbal singular, atômico. Que o accomplishment, no perfectivo, é um sintagma contável singular, com partes que podem também ser contáveis singulares, mas cuja natureza é diversa da do conjunto. As atividades e certos estados apresentam denotações massivas que podem ser medidas. Estados estativos (cf.
Bach, 1986) têm denotações massivas resistentes à medição. Sintagmas verbais contáveis plurais são produto da operação de modificadores de iteratividade ou pluralização sobre sintagmas contáveis singulares. Outra maneira de produzi-los é dar a sintagmas verbais contáveis sujeitos de grupo ou compostos, e leitura distributiva.
Sintagmas massivos podem apresentar leitura plural, mediante o emprego de estratégias de pluralização, mas sua pluralidade será taxionômica. Os sintagmas verbais nus, isto é, sem flexão, estão de acordo com a teoria da cumulatividade universal. A hipótese da organização mereológica explica dados como a distribuição de quantificadores como
“cada”, “todo” (cf. Negrão, 2002) e “qualquer”, segundo suas exigências selecionais.
Para uma sentença com um quantificador ser perfeita, o sintagma verbal dela tem de ser do mesmo tipo do sintagma nominal selecionado pelo quantificador (tal como detalhado em Quadros Gomes, 2004).
RESUMO: Pela teoria da Cumulatividade Universal, predicados nominais ou verbais são lexicalmente cumulativos. Eles tornam quantificados após operações sintáticas.
Estruturas de parte-todo distinguem entre tipos de denotação nos domínios verbal e nominal. Os pontos em comum entre o domínio verbal e o nominal explicam a distribuição dos quantificadores do PB.
PALAVRAS-CHAVE: parte-todo; quantidade verbal; cumulatividade, contável, massivo REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BACH, E.. The algebra of events. Linguistics and Philosophy, 9, 1986. p.5-16.
CARLSON, Gregory. Reference to Kinds in English. Univ. of California: Ph.D. Thesis. New York: Garland Publishing. 1977.