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* • ' HJNDAÇAü nacional dü im iu
Ç*. DELEGACIA REGIONAL
CAJdPO GRAJCDt - WS
COMUNICAÇÃO OS SERVIÇO N2 134/93DR/81 EM: 03.07.81
0 Oelegado da 9 â delegacia Regional da Funda ção Nacional do índio, no uso das atribuições que conferem o Regimento In terno do DGO/FUNAI tende em vivsta o que consta do Memo nfi09l/EVS/81, de 30.06.81;
R E S O L V E
Aplicar pena de advertência a Enfermeira "A"
MARLENE ALBRECHT, por faltar constantementes ao trabalho, não dando nenhu ma justificativa prévia
q o sseus Superiores hierárquicos, acarretando, coii sequentemente, prejuízos aos trabalhos assistênciais aos m d i o s , através*
da Equipe Volante de Saúde..
Fica a presente, sendo a lâ advertencia, caso de reincidência, tomaremos outras medidas mais drasticas.
oê— se ciência e cumpra— se
em
Campo Grande-MS., 03 de julho de 1 981
Ciente:
/ ' K di u i A ( ?C7a ç c k ] MARLENE ALBRECHT
ENFERMEIRA "A”
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/Oímúri) ÍBorbeitaa ffértelro^ ^
j t / S E L E o j i r o n c o . c.* d r / f u n a i
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K 2 M O N O . 3 1 1 / 9 Q D R / 8 2
D O : D e l e g a d o S u b s t i t u t o d a 9 s D R / F ü N A I À s B i f e r m e i r a nA ,c K a r l e n e A l b r e c h t A S S 0 3 Í 2 0 : S o l i c i t a ç ã o ( F a s )
C a m p o G r a n d e - M S *
Ea: 06.0p.82
S o l i c i t a m o s s u a s p r o v i d e n c i a s u r g e n t e s e n o p r a z o d e 2 k ( v i n t e e q u a t r o ) h o r a s à p a r t i r d e s t a d a t a ; a p r e s t a r c o n t a s d o S u p r i m e n t o d e F u n d o s n c . 0 5 / 8 2 -
FUNHJRAL
c o n c e d i d o em11
. 0 3 . 8 2 - v a l o r £$ - 1 2 ^ . 0 0 0 , 0 0 ( c e n t o e v i n t e e c i n c o m i l c r u z c £ . r o s ) , b e m c o m o * d e v o l v e r a o s C o f r e s d aíUNAI
a i m p o r t â n c i a d e GJ-32
. 2 3 7 9 5 0 ( t r i n t a e d o i s m i l , d u z e n t o s e t r i n t a e s e t e c r u z e i r o s e c i n c o e n t a c e n t a v o s ) , r e f e r e n t e a D i á r i a s c o n c e d i d a s p o r e s t a D R e n ã o c o r r e s p o n d i d a s p o r V . S a . , n o d e s l o c a m e n t o o b j e t o d a C o m u n l c a ç ã o d e S e r v i ç o n c . 0 6 ^ / 9 3 D R / 8 2 d e 0 2 . 0 ^ . 8 2 . .A n ã o r e g u l i r i z a ç ã o p o r V . s s ' . t d a s i t u a ç ã o a b o r d a d a , i m p l i c a r á n a d e d u ç ã o d o s v a l o r a s d i r e t a m e n t e n a F o l h a d e P a g a m e n t o d o c o r r e n t e m ê s .
A t e n c i o s a r n e n t o
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DIRETOR DO DG A j / Í
Ternos n a E I / S / 9 3 D R a át>/ifí6/cM& t l Á Z ne ^ A l b r e c h t , a d m i t i d a em 0 3 * 1 0 . 3 0 a t r a v é s da P o r t a r i a nS S 7 7 / P . / /
C i t a d a s e r v i d o r a d e s d e q u e f o i a d m i t i d a t e m s i d o de uma i n c o n s t â n c i a no s e r v i ç o , q u e a t é a p r e s e n t e d a t a n ã o i d e n t i f i c o u a f u n ç a o e o d e s e m p e n h o com r e s p o n s a b i l i d a d e no m i s t e r q u e a b r a ç o u •
£ a l t a c o n s t a n t e r n e n t e a o t r a b a l h o sem d a r q u a l q u e r e x p l i c a ç ã o , a s v e z e s a p r e s e n t a A t e s t a d o s m é d i c o s , o u t r a s v e z e s j u s t i f i c a com d e s c u l p a s d i s p a r a t a d a s , a l e g a n d o c o n s t a n t e m e n t e p r o b l e m a s
f a m i l i a r e s . */ J
A t e o mo me n t!
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j a f a l t o u a p r o x i m a d a m e n t e d o i s m e s e s d e s d e q u e f o i a d m i t i d a e p o r e s s e m o t i v o j á f o i a d v e r t i d o a t r a v é s da C o m u n i c a ç ã o d c S o r v i ç o nS 1 3 4 / 9 3 D R / 8 1 de 0 3 . 0 7 . 0 1 ( x e r o x anc_
x a ) , p o i s s u a s f a l t a . s t e m a c a r r e t a d o p r e j u í z o s a s s i s t e n c i a i s a o s i n d i g £ g a s ; v i s t o q u e a mesma i n t e g r a a £ \IS n o s d e s l o c a m e n t o s e no d i a - a - d i a m i l i t a na C a s a d c í n d i o , o n d e c h e g a a t r a s a d a q u a s e s e m p r e ; e n ã o s e i d e r i t i f i c a com o s d e v e r e s p r e c í p u o s de uma E n f e r m e i r a .
S u a v i d a p a r t i c u l a r e n c o n t r a - s e em t o t a l d e s i q u i l í b r i o , d e v o
r. tnrin mtjnrin
, i n c l u s i v e àFUNAI
com o s a l d o nã o u t i l i z a d o do S u p r i m e n t o nS 0 0 5 / 0 2 de 1 1 . 0 3 . 8 2 , n o v a l o r de GB 1 0 . 0 6 4 , 7 0 e E3 3 2 . 2 3 7 , 5 0 c o r r e s p o n d e n t e a D i á r i a s r e c e b i d a s e n ã o c o r r e s p o n d i d a s com o d e s l o c a m e n t o o b j e t o d a C o m u n i c a ç ã o de S e r u i ç o nS 0 6 4 / 9 § D R / 3 2 de 0 2 . 0 4 . 32- ( v i d e c ó p i a do Momo nS 3 1 1 /9 3 D R /8 2 de 0 6 . 0 5 . 8 2 , a n e x o ) .Com r e f e r ê n c i a a o s d é b i t o s p a r a com a
F U
N A I , i n f o r m a m o s a U . S 3 . , q u e a mesma j á f o i i n s c r i t a em " D i v e r s o s Respon_s á v e i s " , d e v e n d o o s v a l o r a s s e r e m d e d u z i d o s n a f o l h a de p a g a m e n t o do mes em c u r s o .
D i a n t e do a c i m a e x p o s t o , n a o n o s r e s t a o u t r a a l t e r n a t i v a , s e n ã o ^ s o ^ ç i t a ^ ^ , j ^ ^ e j g ^ j |gi. X n f Q e r c e i r a " A " M a r l e n e A l b r e c h t d o Q u a d r o de P e s s o a l d e s t a D e l e g a c i a .
No a g u a r d o da m e d i d a a c i m a p r e c o n i z a d a , a -
— p r o v e i t a m o s a o p o r t u n i d a d e p a r a r e i t e r a r a l / . S â . , n o s s o s p r o t e s t o s de e £
—fcima o c o n s i d e r a ç a o .
entra ja; J g J p S i l Q j
A t e n c i o s a m e n t e
'WU*+ilf,
ry> rrf \ * !f ' < ffiwí.
í*
s:;0 fcfcC. V\ UR'FUi'u*!
PORTARÍA N.°... Í L , de... de... de 19..
O PRE S ID EN TE D A F U N D A Ç Ã O N A C I O N A L D O Í N D I O , no uso d a s a t r i b u i ç õ e s q u e lh e c o n fe r e m os E s ta tu to s ,
e tendo em vista o que consta do
Memo. n? 3^V9a.DR, de 12.05.82,
R E S O L V E :
Dispensar MARLENE ALBRECHT do emprego de Enfe_r meira "A", do Quadro de Pessoal desta Fundação.
'f
PRESIDENTE
SCL/DP
///—
PARECER N? ~ / P J / 8 2 .
Ref: Demissão s e r v i d o r a Marlene A l b r e c h t (En fe rmei ra “A")
Senhor Procurador G e r a l ,
DOS FATOS
0 Delegado da 9a. DR/FUNAI, a t r a v é s do MEMO N? 3 ^ 4 / 9 3 ^ / 8 2 , de ...
1 2 . 0 5 . 8 2 , , comunica ao D i r e t o r do DGA que a e n fe r m e i r a " A " , MARLENE ALBRECHT, d a
quel a R e g i o n a l , a d m i t i d a em 08.1Q.80 , “ f a l t a c ons ta nt emente ao t r a b a l h o sem dar q u al qu e r e x p l i c a ç ã o " , e que " a t é a p r e s en t e dat a não i d e n t i f i c o u a f u nç ão e o de
sempenho com r e s p o n s a b i 1i daae no m i s t e r que a b r a ç o u " .
A s e r v i d o r a , em a p r e ç o , i n t e g r a , e v e n t u a l m e n t e , e q ui pe da EVS e , no d i a a d i a , p r es t a s e r v i ç o s ã Casa do Tndio.
A f a l t a c o n s t a n t e ao t r a b a l h o en se jo u a a p l i c a ç ã o da pena de a d v e r t ê n c i a a s e r v i d o r a , c o n s t a n t e da Comunicação de S e r v i ç o n? 134/9a. DR/81, de 03.07.81, em anexo .
Consta, a i n d a , que a E nfermeir a não pr e st o u c o nt as do s a l d o do Suprimen
to de Fundos n° 005/82-FUNRU-RAL, conce di do em 1 1 . 0 3 . 8 2 , no v a l o r de CR$ 125.000,00 (cento e v i n t e e c i n c o mil c r u z e i r o s ) , bem como, não devol veu aos c o f r e s da FUNAI a i m po r t â n c i a de CR$ 32. 237, 50 ( t r i n t a e d o i s m i l , du ze nto s e t r i n t a e s et e cruze_i_
ros e c i n q u e n t a c e n t a v o s ) , r e f e r e n t e a d i á r i a s co nc edi das p e l a 9a. DR, no d e s l o camento o b j e t o da Comunicação de S e r v i ç o s n? 064/9a. DR/82, de 0 2. 0 4 . 8 2 .
De acordo com a i nf ormação do S r. Amaro Barbei tas F e r r e i r a , a s e r v i d o ra deve ã FUNAI a i m p o r t â n c i a de CR$ 50. 302, 20 ( c i n q u e n t a m i l , t r e z e n t o s e d oi s c r u z e i r o s e v i n t e c e n t a v o s ) , r e f e r e n t e ao s a l d o de supr iment o e ãs d i á r i a s supra r e f e r i d a s .
DO DIROTü
" A r t . 482 - C onst ituem j u s t a causa para para r e s c i s ã o do c o n t r a t o de t r a b a l h o pe
l o empregador:
M . i i y c / u
e ) - d e s f d í a no desempenho das r e s p e c t i v a s f u n ç õ e s ;
DA DOUTRINA
Em seus C o m e n t á r i o s ã C o n s o l i d a ç ã o das L e i s do T r a b a l h o , o i n s i g n e m e s - ' t r e M o z a r t V i c t o r Russomano a n a l i s a , e x a u s t i v a m e n t e , o e s p í r i t o do a r t . 48 2 da CLT, e d i z com p r e c i s ã o e e l e g â n c i a :
"A l e i não e s p e c i f i c o u q u a i s s ej am os a t o s
E a i n d a o i l u s t r e j u r i s t a pá dagem:
M o d . 116
c o n s i d e r a d o s i n d i s c i p l i n a , i m p r o b i d a d e , d £ d e s í d i a e t c . D e i x o u ao c r i t é r i o do j u l g a d o r d e f i n i r a f a l t a como sendo d e s t a ou d £ q u e l a n a t u r e z a . Deve e l e a g i r com c u i d a d o , a v a l i a n d o a c o n d u t a do o p e r á r i o sob o pon
t o de v i s t a o b j e t i v o e o p o n t o de v i s t a s u b j e t i v o .
Com o p r i m e i r o c r i t é r i o , o j u i z e s t u d a o a m b i e n t e em que a f a l t a f o i c o m e t i d a , a p a l a v r a p r o f e r i d a ou o g e s t o f e i t o p e l o em p r e g a d o , os h á b i t o s do e s t a b e l e c i m e n t o , en_
f i m , o a m b i e n t e em que os f a t o s a c o n t e c e r a m . A a n á l i s e s u b j e t i v a da j u s t a c ausa é , em
s í n t e s e , o e s t u d o da i n t e n ç ã o do a g e n t e . I n f l u e m , a í , as c o n d i ç õ e s p e s s o a i s do e mp r£
g a d o , sua c u l t u r a , sua i d a d e , seu s e x o , sua p o s i ç ã o s o c i a l , e t c .
0 i m p o r t a n t e é q u e , em uma e em o u t r a c o n d i ç ã o , a c o n d u t a do empregado i m p l i q u e em v i o l a ç ã o a p r e c i á v e l de seus d e v e r e s , de mc) do a f i c a r q u e b r a d a ou a b a l a d a a c o n f i a n ç a que o e m p r e ga d or n e l e d e p o s i t a v a e s o b r e a q u al r e p o u s a , n e c e s s a r i a m e n t e , t o d o e quaj_
q u e r c o n t r a t o i n d i v i d u a l de t r a b a l h o . " ( C o m e n t á r i o s ã CLT, M o z a r t V i c t o r Russomano, V o l . I I , p a g s . 7 5 5 / 6 , 8 a . E d i ç ã o , J os é Ko£
f i n o - Edi t o r , 1 9 7 7 ) •
: r i o , s u p r a c i t a d o , que f a z a s e g u i n t e a b o r -
" T r ê s e l e m e n t o s c o n f i g u r a m a j u s t a c ausa e p r e s i d e m seu f u n c i o n a m e n t o na r e s i l i ç ã o c o £ t r a t u a 1:
a ) - g r a v i d a d e ; b) - a t u a l i d a d e ;
c ) - i m e d i a ç ã o e n t r e a f a l t a e a rescj_
G r a v i d a d e - P a r a as f a l t a s l e v e s , e - x i s t e m penas d i s c i p l i n a r e s também l e v e s : a d m o e s t a ç õ e s , s u s p e n s õ e s , m u l t a s (quando admi ss f v e i s ) .
A pena c a p i t a l da r e s c i s ã o do c o n t r a t o deve f i c a r r e s e r v a d a p a r a as f a l t a s g r a v e s , a - q u e l a s que i m p l i c a m em v i o l a ç ã o s é r i a e i r r e p a r á v e l dos d e v e r e s f u n c i o n a i s do t r a b a l h a d o r .
A t u a l i d a d e :A j u s t a c a us a d ev e s e r a t u a l p a r a j u s t i f i c a r a d e s p e d i d a . As f a l t a s p a s s adas s e r v e m , quando m u i t o , como e l e m e n t o s u b s i d i á r i o , p a r a i n d i c a r a v i d a p r e g r e s s a do t r a b a l h a d o r , é p r e c i s o , e n t r e t a n t o , e s c l a r e c e r que e s s a p r o p o s i ç ã o não é a b s o l u t a m e n t e . Há f a l t a s , como vemos nas a l í n e a s do a r t . 4 8 2 , que se c o n f i g u r a m p e l a h a b i t u a l i d a d e . P a r a e s s a s , é c l a r o , sempre d e v er emos l e v a r em c o n s i d e r a ç ã o os a t o s a n t e r i o r e s , sob pena de nunca se c o n f i g u r a r o e r r o s u f i c i e n t e g r a v e p a r a d e t e r m i n a r a
r u p t u r a do c o n t r a t o .
C o m e t i d a a f a l t a , o e m p r e g a d o r deve p r o v i d e n c i a r na e l i m i n a ç ã o do e m p r e g a d o , d e n t r o de um p r a z o r a z o á v e l , a p a r t i r do momento em que o f a t o l h e chegou ao c o n h e c i m e n t o . Esse p r a z o não f o i f i x a d o em l e i , como s e r i a de d e s e j a r e como f o i f e i t o na A l e m a nha e na Boi í v i a . 11
I m e d i a ç ã o - A i m e d i a ç ã o p r e s s u p õ e que e x i s t a v i n c u l a ç ã o d i r e t a e n t r e a f a l t a e a d e s p e d i d a . Nã o, a g o r a , em te r mo s c r o n o l ó g i c o s ; mas, s i m , como r e l a ç ã o de c a us a e e f e i t o .
£ p r e c i s o que a j u s t a c ausa a r g u í d a c o n t r a o e m p r e g a d o , d e t e r m i n a n t e da d e s p e d i d a , se^
j a , no momento o p o r t u n o , c a r a c t e r i z a d a p e l o e m p r e g a d o r . " ( C o m e n t á r i o s ã CLT, M o z a r t V i c t o r Russomano, V o l . I I , p a g s . 7 5 5 / 6 , 8 a . E d i ç ã o , J o s é K o n f i n o - E d i t o r , 1 9 7 7 ) • A d o u t r i n a a l em ã e m p r e s t a - n o s e x c e l e n t e s u b s í d i o s o b r e a i m e d i a t i c i d a - de na a p l i c a ç a o da j u s t a c a u s a . £ a l i ç ã o de Koskel e D e r s c k :
MINISTÉRIO DO INTERIOR
F U N D A Ç Ã O NACIONAL D O ÍNDIO - F U N A
G a b i n e t e d o P r e s i d e n t e
f u w s , r y i i
04
"Em g e r a l , n i o é p r e s c r i t o nenhum prazo pa
ra f a z e r v a l e r a denúnjqia baseada em motivo i m p or t an t e ( Wi c h t i g u Kundigunsgrunde. Sub
s i s t e , no e n t a n t o , a execução dos casos dos
§§ 123, i n c i s o 2, e 124, i n c i s o 2, da Orde
nança I n d u s t r i a l , i s t o é , uma semana a p a r t i r do conhecimento do m ot i v o . Contudo, em todos os casos devem ser tomadas em c o n s i de raç ão a m ed i t a ç ã o s e g u i n t e . No caso part_[_
c u l a r de longa demora para f a z e r v a l e r o m£
t i v o de denúnc ia p o d e r i a , segundo as c i r c u n ^ t â n c i a s , ver-se n i s s o uma r e nú n c i a a e s t e m ot i vo ( j u s t a c a u s a ) . Somente todas as c i r c u n s t â n c i a s do caso permitem uma s o lu çã o e x a t a . Normalmente, hã r e nú n c i a do d i r e i t o , quando se d e nu n ci a o c o n t r a t o , com p r a zo , sem f a z e r r e f e r e n c i a a um mot ivo i mpor tan
t e j ã e x i s t e n t e e c o n h e c i d o " .
"Aqu el e que quer r e s c i n d i r o c o n t r a t o de
ve d e c l a r a r imediat ament e de p oi s que teve conheci mento do j u s t o m o t i v o , sem o que se a dm i te que e l e r e nu nc i ou a r e s o l v e r o co n
t r a t o por causa d e st e m ot i vo . " Imed iatamen_
t e " não s i g n i f i c a , e n t r e t a n t o , no mesmo i n s t a n t e (sur l ' h e u r e ) ou no mesmo d i a . 0 i n t e r e s s a d o tem o d i r e i t o de r e f l e t i r em p r i m e i r o l u g a r sobre a s i t u a ç ã o ou de t o mar o co ns el h o de um ami go ".
" O c o r r i d a uma causa j u s t a , sem que o co n
t r a t o tenha s i d o r e s c i n d i d o , a pesar do d e c urs o de um la p so de tempo r e l a t i v a m e n t e
l on go , entender-se-ã que o o u t r o contratar^
te a e l a r e n u n c i o u . "
"0 mau pr oc e di me n to , em sTntese, é o modo
#
O t t o Lang, j u r i s t a s u i ç o , expõe, de maneira exemp lar , com as c a u t e l a s de e s t i l o , o a s su n to de que estamos t r a t a n d o :Entre nós inúmeras são as m a n i f e s t a ç õ e s d o u t r i n á r i a s e j u r i s p r u d e n c i a i s sobre a m a t é r i a . Como p i o n e i r o , v a l e a pena a r e f e r ê n c i a ao t r e c ho de Souza Neto, ne st as p a l a v r a s :
Após o es tudo p e r f u n c t ó r i o das g e n e r a l i d a d e s r e l a t i v a s ãs j u s t a s c a u sas, o M i n i s t r o Russomano desce ã c o n c e i t u a ç ã o de cada uma das f i g u r a s desenhadas no a r t . 482.
Aprofundemo-nos n a q u i l o que d i z r e s p e i t o ao caso sub examen:
M od. 116
pouco c o r r e t o de se comportar o empregado.
I n f l u e m , de manei ra e s p e c i a l , suas c ondi ções p a r t i c u l a r e s . Não n e c e s s i t a , porém, t e r o c a r á t e r de h a b i t u a l i d a d e . Tanto quanto a
i n c o n t i n ê n c i a de c o n d u t a , o mau procedimen
to pode ser apurado a t r a v é s da a t u a ç ã o do e ^ pregado d e n t r o ou f o r a da empresa, sendo é c l a r o , mais grave a f a l t a cometida em servi -
D e s fd i a - 0 empregado tem a o b r i g a ç ã o de ser a t i v o , d i l i g e n t e e i n t e r e s s a d o nas t a r e f a s que lhe entregam.
A d e s í d i a é a v i o l a ç ã o desse dever: é a n e g l i g ê n c i a , a i m p r u dê n ci a , a má vontade re ve l ad a p e l o empregado na execução de seus enca r g o s .
£ , p o r t a n t o , uma d a q u e l a s j u s t a s causas que sõ se r e a l i z a m d e n t r o das empresas, d u r a n t e o s e r v i ç o .
Assume e l a mi l formas d i f e r e n t e s na v i da p r á t i c a . Os modos mais comuns de r e v e l a ção da n e g l i g ê n c i a ou da i mprudência do em
pregado são: pouca pr od uç ão , produção de mer ca do ri as de q u a l i d a d e i n f e r i o r , f a l tas
r e p e t i d a s e i n j u s t i f i ç a d a s ao t r a b a 1h o , c h £ gadas t a r d i a s ao s e r v i ç o , s e r v i ç o s mal exe
c u t a d o s , e t c :
A d e s í d i a p r o pr i am en t e d i t a , de que t r £ ta a a l í n e a e^ d e st e d i s p o s i t i v o , é a d e s í d i a i n d e l i b e r a d a , a d e s í d i a c u l p o s a , a t r a v é s da qual se processa a v i o l a ç ã o dos deveres f u n c i o n a i s do o b r e i r o por n e g l i g ê n c i a ou im
p r u d ê n c i a .
£ i n d i s p e n s á v e l que t a l s e j a r e p e t i d o m u i t a s vezes para haver causa. Por i s s o , e £ creveram SUSSEKIND, LACERDA e VIANA: " M i s t e r se t o r n a , para t a n t o , a e x i s t ê n c i a de erros h a b i t u a i s , s i s t e m á t i c o s , m u i t as vezes repe
t i d o s e que revelam a f a l t a de c u i d a d o , o d £ s i n t e r e s s e , a n e g l i g ê n c i a de quem os cometeu"
( D i r e i t o B r a s i l e i r o do T r a b a l h o , 2? v o l . ,
A d e s í d i a , por c o n s e g u i n t e , quase sem pre apar ece em uma s é r i e de f a l t a s r e p e t i das .
ço.
pág. 3 1 2) .
E s s a , p o r é m , é a g e n e r a l i d a d e . N i o q u e r e m o s d i z e r q u e um a t o i s o l a d o n i o s e j a s u - s u f i c i e n t e p a r a d e s p e d i r - s e o t r a b a l h a d o r s o b a l e g a ç ã o d e d e s í d i a .
Se vamos c o n s i d e r a r a d e s í d i a a t r a v é s de uma de suas f o r m a s ma is comuns - a u s ê n c i a s
i n j u s t i f i c a d a s ao t r a b a l h o - é c l a r o que a h a b i t u a l i d a d e s e r á seu r e q u i s i t o e s s e n c i a l
( i d e m ) ( g r i f o s n o s s o s ) .
DA J U R i S P R U D E ^ C ! A
“ F a l t a s r e i t e r a d a s ao s e r v i ç o c o n f i g u r a m a d e s í d i a h a b i t u a l e j u s t i f i c a m a d e s p e d i d a .
A c . T S T l a . T u r m a e m 0 7 . 1 1 . 6 6 , p r o c ...
4 . 0 7 1 - 6 6 , i n Rev. do TST de 62 a 6 6 , pág.
1 6 3 “ .
“ A d e s í d i a pode c o n f i g u r a r - s e p o r um só a t o Ac . TST 3 a . Turma em 1 8 . 1 0 . 6 6 , p r o c . . 2 . 6 3 2 - 6 6 , i n Rev. do TST de 62 a 6 6 , pá g.
1 6 3 “ .
“ A c o n f i g u r a ç ã o da d e s í d i a h a b i t u a l é que tem como c a r a c t e r í s t i c a o e l e m e n t o q u a n t i t a t i v o da r e p e t i ç ã o . Mas a d e s í d i a pode, também, s e r o c a s i o n a l e c a so s há em que a f a l t a s i n g u l a r g e r a t a l f i g u r a de j u s t a c ausa p r e v i s t a no a r t . 48 2 a l í n e a e _ da CLT A c . TST p l e n o , p r o c . 7 5 5 - 5 5 , i n Rev. TST de j a n e i r o - d e z e m b r o de 1 9 5 9 . “
“ A ordem de p r e c e d ê n c i a dos a t e s t a d o s mé
d i c o s só p r e v a l e c e p a r a o f i m de pagamen
t o dos s a l á r i o s dos d i a s de a u s ê n c i a e do r e p o u s o semanal r e s p e c t i v o . Comprovada a a u s ê n c i a ao t r a b a l h o p o r m o t i v o de d o e n ç a , p o r m é d i c o p a r t i c u l a r , i n c o r r e f a l t a c a pa z de c o n f i g u r a r a d e s í d i a . T S T - R R - ...
1 . 8 6 5 - 7 5 , 2 a . Turma i n DJU de 2 1 . 1 1 . 7 5 , pá g. 8 . 6 8 6 . 8 7 “ .
“ P r e s u m e - s e o p e r d ã o q u a n d o , c i e n t e d a f a j _ t a , o e m p r e g a d o r n ã o p u n e o e m p r e g a d o . A c . T S T , l a . T u r m a d e 2 5 . 0 4 . 6 6 , p r o c . 5 - 3 6 3 “ 65
i n R e v . d o T S T d e 62 a 6 6 , p á g 2 0 2 “ .
“ F a t o s c o n s t i t u t i v o s da d e s í d i a , embora pu n i d o s , s erve m de e l e m e n t o s p a r a a c o n f i g u r a ç ã o da d e s í d i a h a b i t u a l ou c r ô n i c a , p e l a r e i n c i d ê n c i a , pa s sa nd o a c o n s t i t u i r f a l t a g r a v e . TST-RR 2 . 3 9 8 - 7 5 , 3 a . T u r ma , DJU de 3 0 . 1 2 . 7 5 , pág 9 . 6 9 6 “ .
CONCLUSÕES
£ c e r t o que a E nfermei ra "A“ , Marlene A l b r e c h t , da 9a. DR, f a l t o u r e i- teradamente ao t r a b a l h o sem j u s t i f i c a r sua a u s ê n c i a , s e j a por a t e s t a d o de médico c re de nc ia do p el o ó r g ão p r e v i d e n c i ã r i o , s e j a por a t e s t a d o médico p a r t i c u l a r .
Essas f a l t a s ao s e r v i ç o , segundo o Delegado da 9a. DR, se fossem soma
das p e r f a z e r i a m o t o t a l de d o i s (02 ) meses.
Nesse s e n t i d o f o i - l h e a p l i c a d a a pena de a d v e r t ê n c i a , c o n s t a n t e da Co
municação de S e r v i ç o n? 1 3 V 9 a . DR/81 , de 0 3 . 0 7 . 8 1 .
E s t á , p o i s , q u e a conduta da s e r v i d o r a e n s e j a a a p l i c a ç ã o da j u s t a ca u sa, com f u l c r o na a l í n e a e_ do a r t . 482, da CLT. E m a i s , se se l e v a r em conta o mau procedimento da s e r v i d o r a , que dei xou de r e c o l h e r aos c o f r e s da FUNAI, em tempo h á b i l , a i m p o r t â n c i a r e f e r e n t e ao s a l d o de supr iment os e d i f e r e n ç a de s a l á r i o , po der-se-á a p l i c a r - l h è , também, i d ê n t i c a pena, com fundamento na a l í n e a _b do a r t . 482 da Lei C o n s o l i d a d a .
Ocorre que a l e i não e s p e c i f i c o u q u a i s sejam os a t o s c o ns i de r a d o s i n d i s c i p l i n a , i mprobi dade, desfd i a , e t c . E s t e s , segundo a melhor d o u t r i n a , devem ser a n a l i s a d o s sob os c r i t é r i o s o b j e t i v o e s u b j e t i v o . Com o p r i m e i r o c r i t é r i o o j u i z estuda o ambi ente em que os f a t o s aconteceram. De acordo com o segundo c r i t é r i o , i n f l u e m , para t a n t o , as c o n d i çõ e s p e s s o a i s do empregado, sua c u l t u r a , sua idade e t c .
I s t o p o s t o , v e r i f i c a - s e que a Lei o u t o r g a ao j u i z o poder de d e c i d i r sobre a a p l i c a ç ã o da j u s t a causa com base na d e s í d i a e no mau proc edi men to , d a í a ne ces si dade de a empregadora precaver-se c o n t r a admoestações f u t u r a s , que possam
i n v a l i d a r os elementos c a r a c t e r i z a d o r e s da j u s t a cau sa .
A não o b s e r v â n c i a dessas precauções é f a t o r de i ns uc es so e re pe r cu t e d i retamente nas d e c i s õ e s j u d i c i a i s .
Há que se c o n s i d e r a r , a i n d a , que a pena de a d v e r t ê n c i a a p l i c a d a ã s e r v i d o r a o corr eu em 0 3 . 0 7 . 8 1 , e, que, no caso p a r t i c u l a r , j á t r a n s c o r r e u urm l ar go espaço de tempo para f a z e r v a l e r o mot ivo da d i s pe n ça com base naqu el a f a l t a , o que a u t o r i z a o ente ndi men to de que a empregadora r e nu n ci o u ao d i r e i t o de p u n i r a empregada.
I s t o p o s t o , sugerimos a r e s c i s ã o do c o n t r a t o da s e r v i d o r a MARLENE ALBRE
CHT, com fundamento no a r t . 477, da CLT, pagando-lhe a FUNAI todas as p a r c e l a s a
que f i z e r j u s , i n c l u s i v e a v i s o p r é v i o e l i b e r a ç ã o do FGTS no c ó d i g o p r ó p r i o .
SugerimosL f i n a l m e n t e , que s e j a descontado do r e c i b o de q u i t a ç ã o da se_r v i d o r a a i m p o r t â n c i a de CR$ 50. 302, 20 ( c i n q u e n t a mi l , t r e z e n t o s e d o i s c r u z e i r o s e v i n t e c e n t a v o s ) , r e f e r e n t e ao s a l d o de supr iment o e d i á r i a s não d e v o l v i d a s .
£ o par ecer sub c e n s u r a .
B r a s í l i a , 20 de j u l h o de 1982.
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