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PORTUGUÊS - 2 o ANO MÓDULO 30 TEXTO DISSERTATIVO: CARACTERÍSTICAS

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Texto

(1)

PORTUGUÊS - 2

o

ANO MÓDULO 30

TEXTO DISSERTATIVO:

CARACTERÍSTICAS

(2)

Fixação

Palmada fora da lei

A maioria das pessoas encara com naturalidade o gesto de bater nos filhos, como se a violência física fosse um instrumento legítimo (e até necessário) para a educação das crianças. É um hábito tão arraigado em nossa cultura, que não é raro ouvirmos o argumento de que “os filhos já não respeitam mais seu pais porque não apanham”.

Mas essa agressão não deveria ser vista com tanta naturalidade, já que é uma violência proibida por lei em países como Finlândia, Suécia, Dinamarca, Chipre, Letônia, Áustria, Croácia e Noruega.

E eles não são uma exceção. Alemanha, Inglaterra, Bélgica, Itália, Irlanda, Escócia, Israel e Bulgária estão caminhando na mesma direção, criando leis para proibir os pais de bater em seus filhos.

No Brasil, antes da chegada dos portugueses, os índios não tinham o costume de castigar fisicamente as crianças. Diversos relatos de padres, no início da colonização, revelam que, entre os índios, nem pai nem mãe agrediam seus filhos. Foram os jesuítas e os capuchinhos que introduziram o castigo físico como forma de “disciplinar” as crianças no Brasil. Durante esses 500 anos, os menores sofreram surras aplicadas com os mais inóspitos instrumentos: varas de marmelo e de açaí, rabo de tatu, chicote, cintos, tamancos, chinelos, palmatórias e as próprias mãos paternas e maternas, cocres na cabeça, puxões de orelha, palmadas...

Além da covardia que está presente no ato de bater em alguém mais fraco, a violência não é, definitivamente, um bom instrumento de disciplina. Ela perde o seu efeito a longo prazo e a criança, aos poucos, teme menos a agressão física. Com o tempo, a tendência dos pais é ainda bater mais, na busca dos efeitos que haviam conseguido anteriormente. O resultado desse aumento da violência, pode trazer sequelas físicas e psicológicas permanentes para as crianças. Os filhos também vão se afastando gradualmente de seus pais, pois a agressão física, em vez de fazer a criança pensar no que fez, desperta-lhe a raiva contra aquele que a agrediu.

Ao ser punida fisicamente, a criança tem a sua autoestima comprometida — passa a se enxergar como alguém que não tem valor. Esse sentimento pode comprometer a imagem que faz de si pelo resto da vida, influenciando, negativamente, sua atitude durante a adolescência até a vida profissional. Como a criança pode se sentir tranquila quando sua segurança depende de uma pessoa que facilmente perde o controle e a agride? Ela também passa a omitir

dos pais os seus erros, com medo da punição, e sente-se como se tivesse pago por seu erro — e acredita que por isso, pode cometê-lo novamente.

Enfim, não é preciso enumerar todos os problemas que são causados pela violência familiar. Bater nos filhos é um atestado de fracasso dos pais, uma prova de que perderam o controle da situação. Por mais inofensiva que possa parecer uma “pequena palmada”, é importante saber que a força física empregada pelo adulto é, necessariamente, desproporcional. É verdade que os castigos imoderados e cruéis estão proibidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), promulgado em 1990. Mas como definir, claramente, o que é castigo imoderado? Há vários casos de crianças que morreram depois de ter sido castigadas “cruelmente”.

Embora um tapa e um espancamento sejam diferentes, o princípio que rege os dois tipos de atitude é exatamente o mesmo: utilização da força e do poder.

Por trás da violência física, está a ideia implícita de que os pais têm total direito sobre a vida e a integridade física da criança. A maioria dos adultos com que tenho contato foi educada com surras e palmadas e reproduz esse modelo, pois acredita que o tapa tem a capacidade de modificar comportamentos. A meu ver, a proibição por lei de qualquer castigo físico eliminaria a violência familiar e ajudaria a formar pessoas melhores. A lei não precisa ter caráter punitivo (os pais não deveriam ser presos depois de uma palmada, a história mostra que não se deve tratar violência com violência). Mas eles deveriam ser advertidos, caso fossem reincidentes, podendo até perder a posse da criança. Seriam obrigados a participar de um programa de educação, semelhante aos que já existem na legislação de trânsito. Estamos conscientes de que a lei, sozinha, não seria suficiente para impedir o comportamento violento dos pais. Somente um trabalho educativo poderia trazer a consciência de que o amor e o carinho são fundamentais para formarmos cidadãos capazes, seres humanos de verdade.

(PARANHOS, C. Palmada fora da lei. Superinteressante, São Paulo, ano 15, n. 2, p. 90, fev.

2001.)

1) Ao desenvolver o tema, a autora tem como intenção PRINCIPAL:

a) alertar o leitor.

b) informar o leitor.

c) convencer o leitor.

d) emocionar o leitor.

Fixação

2) A autora posiciona-se, favoravelmente, quanto à ideia de que:

a) os pais têm total direito sobre a integridade física dos filhos.

b) a palmada simples não é algo agressivo.

c) os pais precisam aplicar adequadamente o castigo físico.

d) a criança não deve ser punida fisicamente.

(3)

dos pais os seus erros, com medo da punição, e sente-se como se tivesse pago por seu erro — e acredita que por isso, pode cometê-lo novamente.

Enfim, não é preciso enumerar todos os problemas que são causados pela violência familiar. Bater nos filhos é um atestado de fracasso dos pais, uma prova de que perderam o controle da situação. Por mais inofensiva que possa parecer uma “pequena palmada”, é importante saber que a força física empregada pelo adulto é, necessariamente, desproporcional. É verdade que os castigos imoderados e cruéis estão proibidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), promulgado em 1990. Mas como definir, claramente, o que é castigo imoderado? Há vários casos de crianças que morreram depois de ter sido castigadas “cruelmente”.

Embora um tapa e um espancamento sejam diferentes, o princípio que rege os dois tipos de atitude é exatamente o mesmo: utilização da força e do poder.

Por trás da violência física, está a ideia implícita de que os pais têm total direito sobre a vida e a integridade física da criança. A maioria dos adultos com que tenho contato foi educada com surras e palmadas e reproduz esse modelo, pois acredita que o tapa tem a capacidade de modificar comportamentos. A meu ver, a proibição por lei de qualquer castigo físico eliminaria a violência familiar e ajudaria a formar pessoas melhores. A lei não precisa ter caráter punitivo (os pais não deveriam ser presos depois de uma palmada, a história mostra que não se deve tratar violência com violência). Mas eles deveriam ser advertidos, caso fossem reincidentes, podendo até perder a posse da criança. Seriam obrigados a participar de um programa de educação, semelhante aos que já existem na legislação de trânsito. Estamos conscientes de que a lei, sozinha, não seria suficiente para impedir o comportamento violento dos pais. Somente um trabalho educativo poderia trazer a consciência de que o amor e o carinho são fundamentais para formarmos cidadãos capazes, seres humanos de verdade.

(PARANHOS, C. Palmada fora da lei. Superinteressante, São Paulo, ano 15, n. 2, p. 90, fev.

2001.)

1) Ao desenvolver o tema, a autora tem como intenção PRINCIPAL:

a) alertar o leitor.

b) informar o leitor.

c) convencer o leitor.

d) emocionar o leitor.

Fixação

2) A autora posiciona-se, favoravelmente, quanto à ideia de que:

a) os pais têm total direito sobre a integridade física dos filhos.

b) a palmada simples não é algo agressivo.

c) os pais precisam aplicar adequadamente o castigo físico.

d) a criança não deve ser punida fisicamente.

(4)

Fixação

3) Uma das afirmações a seguir revela-se mais decisiva no sentido de justificar o posiciona- mento da autora:

a) a agressão física compromete a autoestima da criança.

b) os índios brasileiros não castigavam os filhos antes da colonização dos portugueses.

c) a agressão do adulto contra a criança é um ato de covardia.

d) os castigos imoderados e cruéis estão proibidos pelo estatuto da criança e do adolescente.

Fixação

4) Em um dos trechos a seguir, a autora admite ser ou não possível confirmar-se o que ela declara:

a) Esse sentimento pode comprometer a imagem que faz de si pelo resto da vida, influenci- ando, negativamente, sua atitude durante a adolescência até a vida profissional. (4º parágrafo) b) Por mais inofensiva que possa parecer “uma pequena palmada”, é importante saber que a força física empregada pelo adulto é, necessariamente, desproporcional. (5º parágrafo) c) (...) a história mostra que não se deve tratar violência com violência. (6º parágrafo) d) (...) a violência não é, definitivamente, um bom instrumento de disciplina. (3º parágrafo)

(5)

Fixação

4) Em um dos trechos a seguir, a autora admite ser ou não possível confirmar-se o que ela declara:

a) Esse sentimento pode comprometer a imagem que faz de si pelo resto da vida, influenci- ando, negativamente, sua atitude durante a adolescência até a vida profissional. (4º parágrafo) b) Por mais inofensiva que possa parecer “uma pequena palmada”, é importante saber que a força física empregada pelo adulto é, necessariamente, desproporcional. (5º parágrafo) c) (...) a história mostra que não se deve tratar violência com violência. (6º parágrafo) d) (...) a violência não é, definitivamente, um bom instrumento de disciplina. (3º parágrafo)

(6)

Fixação

5) No primeiro parágrafo, o elemento linguístico que orienta o leitor quanto à mudança de ponto de vista é:

a) porque;

b) já que;

c) tão / que;

d) mas.

Fixação

6) Uma das afirmações a seguir esclarece a informação implícita contida no seguinte trecho:

(...) os filhos já não respeitam mais seus pais porque não apanham. (1º Parágrafo) a) Os filhos não respeitam seus pais porque não apanham.

b) Os filhos respeitavam seus pais porque apanhavam.

c) Os filhos não apanhavam porque respeitavam seus pais.

d) Os filhos apanham porque desrespeitam seus pais.

(7)

Fixação

6) Uma das afirmações a seguir esclarece a informação implícita contida no seguinte trecho:

(...) os filhos já não respeitam mais seus pais porque não apanham. (1º Parágrafo) a) Os filhos não respeitam seus pais porque não apanham.

b) Os filhos respeitavam seus pais porque apanhavam.

c) Os filhos não apanhavam porque respeitavam seus pais.

d) Os filhos apanham porque desrespeitam seus pais.

(8)

Proposto

Malandros chapa-branca

Nossas elites corrompem e educam para o crime (...) Os pais das famílias de classe média andam preocupados com a falta de ética na conduta dos adolescentes. Temem as más influências dos

“maloqueiros” do bairro — mas não percebem que os piores exemplos de irresponsabilidade e falta de educação provém da própria elite nacional, acostumada a conviver com uma série de práticas ilegais, de maior ou menor gravidade. Uma parte da classe dirigente brasileira considera que a lei só serve para enquadrar os outros. A lei é para os “manés”. Os espertos e os privilegiados sabem como se colocar acima ou à margem dela. “Quem tem 30 contos de réis, no Brasil, não vai para a cadeia”, dizia Lampião.

Os adolescentes ricos convivem com essa criminalidade soft dentro, ou perto, das próprias casas. É o pai que oferece caixinha ao guarda para escapar da multa; ou que vai à escola pedir a cabeça do professor que reprovou, por razões justas, seu filho.

Os pais que se apavoram quando um filho começa a fazer amizade com os favelados da vizinhança são os mesmos que contratam e demitem empregados sem pagar direitos trabalhistas e oferecem suborno a fiscais da Receita que descobrem irregularidades em suas empresas.

São mães que se consideram no direito de estacionar em fila dupla na porta da escola atrapalhando o trânsito, como se a rua fosse sua propriedade privada.

Que jogam latas de refrigerante pela janela do carro como se a cidade, onde caminham os “outros”, fosse Fixação

7) Identifique todos os elementos que retomam as palavras ou expressões entre aspas:

a) É improvável, mas talvez você seja um expert em identificar mentirosos. Uma pesquisa feita na Universidade de São Francisco, Estados Unidos, mostrou que uma em cada 420 pessoas tem esse talento nato. (...) O segredo é perceber lingua- gens corporais, maneiras de falar e raciocinar e expressões faciais que podem durar frações de segundo, mas que denunciam o enganador. Ape- sar de os gênios juntarem essas informações de modo quase inconsciente, a habilidade pode ser desenvolvida (...). A habilidade, no entanto, pode ser útil a qualquer um. “De uma forma ou de outra, mentimos 90% do tempo porque estamos sempre calculando os efeitos em quem está ouvindo”, explica o psicólogo da USP Ailton Amélio da Silva, que defendeu uma tese de doutorado sobre as ex- pressões dos mentirosos. A dica: “Preste atenção porque apenas 10% das pessoas têm controle dos músculos da testa. Eles nos traem”.

(Superinteressante, maio de 2005)

b) A gente usa a expressão “aquele lá virou ca- saca” quando quer dizer que alguém trocou de opinião, de time de futebol, de partido político.

E ela é bem literal. Surgiu no século XVIII com Carlos Manuel III, duque de Savoia e rei da

Sardenha, monarca que realmente costumava virar a casaca, conforme seus interesses políticos.

Constantemente ameaçado, ora pela Espanha, ora pela França (países com os quais se envolveu em conflitos), via-se obrigado a fazer alianças vez com um, vez com outro. Por isso, mudava as cores de sua casaca de gala de acordo com seus aliados do momento, fossem eles franceses ou espanhóis. “Tanto virou a casaca que permaneceu no poder por 43 anos”, afirmou Deonísio da Silva, professor da Universidade Estácio de Sá, doutor em Letras pela USP. No Brasil, parece que os políticos aprenderam a lição.

(História, julho de 2005)

c) Esta é a estória. Ia um menino, com os Tios, passar dias no lugar onde se construía a grande cidade. Era uma viagem inventada no feliz; para ele, produzia-se em caso de sonho. Saíam ainda com o escuro, o ar fino de cheiros desconhecidos.

A Mãe e o Pai vinham trazê-lo ao aeroporto. A Tia e o Tio tomavam conta dele, justinhamente.

O avião era da Companhia, especial, de quatro lugares. Respondiam-lhe a todas as perguntas, até o piloto conversou com ele.(...)

(ROSA, Guimarães. Primeiras Estórias. Às margens da alegria, p.

7)

(9)

Proposto

Malandros chapa-branca

Nossas elites corrompem e educam para o crime (...) Os pais das famílias de classe média andam preocupados com a falta de ética na conduta dos adolescentes. Temem as más influências dos

“maloqueiros” do bairro — mas não percebem que os piores exemplos de irresponsabilidade e falta de educação provém da própria elite nacional, acostumada a conviver com uma série de práticas ilegais, de maior ou menor gravidade. Uma parte da classe dirigente brasileira considera que a lei só serve para enquadrar os outros. A lei é para os “manés”. Os espertos e os privilegiados sabem como se colocar acima ou à margem dela. “Quem tem 30 contos de réis, no Brasil, não vai para a cadeia”, dizia Lampião.

Os adolescentes ricos convivem com essa criminalidade soft dentro, ou perto, das próprias casas. É o pai que oferece caixinha ao guarda para escapar da multa; ou que vai à escola pedir a cabeça do professor que reprovou, por razões justas, seu filho.

Os pais que se apavoram quando um filho começa a fazer amizade com os favelados da vizinhança são os mesmos que contratam e demitem empregados sem pagar direitos trabalhistas e oferecem suborno a fiscais da Receita que descobrem irregularidades em suas empresas.

São mães que se consideram no direito de estacionar em fila dupla na porta da escola atrapalhando o trânsito, como se a rua fosse sua propriedade privada.

Que jogam latas de refrigerante pela janela do carro como se a cidade, onde caminham os “outros”, fosse

sua lata de lixo. Esses pais estão ensinando a seus filhos que o dinheiro compra até o que não tem preço:

a vergonha, a educação, a lei.

Uma vez, esperava um manobrista trazer o meu carro na saída de uma casa de espetáculos. De repente, um senhor furou a fila, tirou o manobrista que já estava dentro de meu carro, gritando que ele deveria pegar, com urgência, seu Porsche. “O senhor tem um Porsche, mas não tem educação?”, perguntei.

Imaginem se ele se incomodou. Por sua lógica, quem pode pagar um carro importado, pode dispensar as normas de bom convívio com seus semelhantes. “Se eu pago, eu posso”, diz o pai de família burguês a seus rebentos, sem imaginar que por esse caminho, sua autoridade vai se desmoralizando até ele perder o respeito dos filhos, que um dia vão lhe dizer: “Se você quer que eu lhe obedeça, me pague”.

A convivência com a criminalidade dos marginais e dos miseráveis acovarda e corrompe os adolescentes, principalmente, quando estes perdem a confiança na Justiça e na polícia que deveriam proteger a sociedade toda. Mas a convivência com o cinismo e com a ilegalidade das práticas da elite, corrompe e educa para o crime boa parte das novas gerações, de maneira muito mais profunda e mais eficiente.

(Maria Rita Kehl é psicanalista. Época, 9 jun 2003)

1) Após a leitura do texto da psicanalista Maria Rita Kehl, responda:

a) Qual o tema do texto?

b) Com base em que recurso, a argumentação foi con- struída pela articulista?

(10)

Proposto

2) A estratégia de construção de um texto deve atender ao objetivo de seu enunciador: levar o leitor a pensar, criticamente, a respeito do assunto abordado. Explique de que modo o recurso das falas do pai e filho (4º parágrafo) servem ao objetivo do texto.

(11)

Proposto

2) A estratégia de construção de um texto deve atender ao objetivo de seu enunciador: levar o leitor a pensar, criticamente, a respeito do assunto abordado. Explique de que modo o recurso das falas do pai e filho (4º parágrafo) servem ao objetivo do texto.

Proposto

3) Na conclusão, é feita uma comparação.

a) Identifique os elementos comparados.

b) Indique qual deles, segundo o texto, é o mais nocivo ao jovem.

(12)

Proposto

4) Explique de que modo a citação de Lampião, no 2º parágrafo, contribui para a configuração de um cenário ético preocupante.

Proposto

Violência e drogas

É sempre bacana ver milhares juntando as forças, as vontades, as desesperanças, para encher ruas com o alvo vestuário da paz. Não é muito a minha esse negócio de acender vela e clamar ao firmamento, mas em respeito aos sincretismos biodiversos, topo fingir não crer que do céu só vem relâmpago, chuva e bala perdida.

O que não dá mais, sinceramente, pra encarar com graça, educação e simpatia é o lugar-comum “não se pode dissociar a questão da violência da questão das drogas”. Hoje em dia, 10 entre 10 autoridades públicas, ao se pronunciarem a respeito do tema, repetem em uníssono: “Não se pode dissociar a questão da violência da questão das drogas”.

E daí? O que devemos concluir dessa brilhante assertiva?

É óbvio que as duas coisas estão intrinsicamente ligadas, qualquer idiota lobotomizado sabe. Mas o que vem depois disso? É “não se pode dissociar a questão da violência da questão das drogas” e ponto-final? Quer dizer então que, é só ninguém mais se drogar que a violência acaba? Quer dizer então que, se os ricos (como acusou o governador do Rio de Janeiro) pararem de consumir substâncias ilegais tudo estará resolvido?

Bacana. Muito bom. E que dia vai ser isso? Uma bela manhã, todos acordaremos para viver num mundo melhor, onde todos os que consomem drogas terão uma crise de consciência e, junto com seus fornecedores, chegarão à conclusão de que já perturbaram demais a ordem pública, de que a vida de todos já está suficientemente aterrorizada e, portanto, todos vão se dedicar a atividades mais lúdicas.

Vamos ou não vamos, de uma vez por todas, encarar a dura realidade de que sempre existirá uma parcela qualquer da população que vai querer se drogar? Isso não é minha opinião, muito menos meu desejo. É assim, simplesmente, porque sempre foi assim e continuará sempre sendo assim.

Em qualquer sociedade, em qualquer época. Qualquer um que se dê ao trabalho de pesquisar as origens históricas do ato

(13)

Proposto

4) Explique de que modo a citação de Lampião, no 2º parágrafo, contribui para a configuração de um cenário ético preocupante.

Proposto

Violência e drogas

É sempre bacana ver milhares juntando as forças, as vontades, as desesperanças, para encher ruas com o alvo vestuário da paz. Não é muito a minha esse negócio de acender vela e clamar ao firmamento, mas em respeito aos sincretismos biodiversos, topo fingir não crer que do céu só vem relâmpago, chuva e bala perdida.

O que não dá mais, sinceramente, pra encarar com graça, educação e simpatia é o lugar-comum “não se pode dissociar a questão da violência da questão das drogas”. Hoje em dia, 10 entre 10 autoridades públicas, ao se pronunciarem a respeito do tema, repetem em uníssono: “Não se pode dissociar a questão da violência da questão das drogas”.

E daí? O que devemos concluir dessa brilhante assertiva?

É óbvio que as duas coisas estão intrinsicamente ligadas, qualquer idiota lobotomizado sabe. Mas o que vem depois disso? É “não se pode dissociar a questão da violência da questão das drogas” e ponto-final? Quer dizer então que, é só ninguém mais se drogar que a violência acaba? Quer dizer então que, se os ricos (como acusou o governador do Rio de Janeiro) pararem de consumir substâncias ilegais tudo estará resolvido?

Bacana. Muito bom. E que dia vai ser isso? Uma bela manhã, todos acordaremos para viver num mundo melhor, onde todos os que consomem drogas terão uma crise de consciência e, junto com seus fornecedores, chegarão à conclusão de que já perturbaram demais a ordem pública, de que a vida de todos já está suficientemente aterrorizada e, portanto, todos vão se dedicar a atividades mais lúdicas.

Vamos ou não vamos, de uma vez por todas, encarar a dura realidade de que sempre existirá uma parcela qualquer da população que vai querer se drogar? Isso não é minha opinião, muito menos meu desejo. É assim, simplesmente, porque sempre foi assim e continuará sempre sendo assim.

Em qualquer sociedade, em qualquer época. Qualquer um que se dê ao trabalho de pesquisar as origens históricas do ato

de se drogar, vai ficar chocado com a antiguidade da prática.

Enquanto a sociedade não oferecer uma alternativa legal ao adulto que quer consumir, arcará com o custo (de vida, de grana, de desagregação das estruturas sociais) boçal desse combate. Uma guerra que nunca será ganha e que faz muito mais vítimas fatais do que as drogas que tenta combater.

Alguém ainda consegue achar irônico o fato do combate às drogas matar muito mais que o uso das mesmas?

Ninguém propõe o “bundalelê” nessa questão. A ideia de dar opção a quem não consegue ou não quer largar seu vício viria com a contrapartida de usar o ato de consumir drogas como agravante em qualquer delito que venha a ser cometido pelo usuário. Oferecer uma opção legal de consumo não é legalizar o crime. É retirar consumidores das mãos da marginalidade, é reduzir a importância econômica do narcotráfico. Certamente, alguns morrerão de overdose, o que é triste, o que é lamentável. Mas, e a situação de hoje não é?

Reduzir o número de cadáveres deveria ser o único objetivo. Do jeito que as coisas estão organizadas, parece que morrer de cocaína é pior do que morrer de tiro. Por quê?

Querer discutir violência sem propor uma nova política de drogas é mais que perda de tempo, é perda de vidas.

(Claudio Manoel - Humorista, integrante do grupo Casseta & Planeta. Jornal do Brasil, 13 jul. 2000 - caderno Opinião.) 5) ... em respeito aos sincretismos biodiversos (Parágrafo 1º), o autor:

a) acha “bacana ver milhares juntando as forças, as vontades, as desesperanças...”

b) admira milhares de pessoas enchendo “ruas com o alvo vestuário da paz.”

c) aprecia “esse negócio de acender vela e clamar ao firma- mento...”

d) aceita fingir não acreditar “que do céu só vem relâmpago, chuva e bala perdida.”

e) topa fingir crer “que do céu só vem relâmpago, chuva e bala perdida.”

(14)

Proposto

6) Segundo o autor, a frase não se pode dissociar a questão da violência da questão das drogas (Parágrafo 2º) NÃO:

a) é um lugar comum, hoje repetido por 10 entre 10 autoridades públicas.

b) é, atualmente, a resposta uníssona de todas as autoridades públicas.

c) dá mais para ser encarada com graça, educação e simpatia.

d) é uma assertiva óbvia, embora as duas coisas estejam intrinsecamente ligadas.

e) é aceita apenas pelo idiota lobotomizado.

(15)

Proposto

6) Segundo o autor, a frase não se pode dissociar a questão da violência da questão das drogas (Parágrafo 2º) NÃO:

a) é um lugar comum, hoje repetido por 10 entre 10 autoridades públicas.

b) é, atualmente, a resposta uníssona de todas as autoridades públicas.

c) dá mais para ser encarada com graça, educação e simpatia.

d) é uma assertiva óbvia, embora as duas coisas estejam intrinsecamente ligadas.

e) é aceita apenas pelo idiota lobotomizado.

Proposto

7) Uma bela manhã, todos acordaremos para viver num mundo melhor, onde todos os que consomem drogas terão uma crise de consciência e, junto com seus fornecedores, chegarão à conclusão de que já perturbaram demais a ordem pública, de que a vida de todos já está suficientemente aterrorizada e, portanto, todos vão se dedicar a atividades mais lúdicas.

(Parágrafo 3º).

A ideia deixada implícita pelo autor no conjunto de hipóteses da passagem acima em con- exão com o que se viu no texto é:

a) Basta ninguém mais se drogar;

b) Basta os ricos pararem de consumir;

c) Bacana. Muito bom;

d) Isso está prestes a acontecer e) Trata-se de uma utopia.

(16)

Proposto

8) Embora não evitando a situação triste e lamentável, em que, certamente, alguns morrerão de overdose, oferecer uma opção legal de consumo (Parágrafo 6º) seria, para o autor, importante, porque poderia EXCETO:

a) vir, com a contrapartida de usar, o ato de consumir drogas com agravante em qualquer delito que venha a ser cometido pelo usuário.

b) legalizar o crime.

c) oferecer uma opção legal a quem não consegue ou não quer largar o vício.

d) retirar consumidores das mãos da marginalidade.

e) reduzir a importância econômica do narcotráfico.

Referências

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