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ANÁLISE DE CUSTOS: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA FRANQUEADA À UMA REDE DE COLCHÕES

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ANÁLISE DE CUSTOS: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA FRANQUEADA À UMA REDE DE COLCHÕES

Aléxia Roberta Chamone Silva (Universidade Federal de Viçosa) alexia.chamone@ufv.br Geovanna Moreira Lício (Universidade Federal de Viçosa)

geovanna.licio@ufv.br

Rafaela Heloisa Carvalho Machado (Universidade Federal de Viçosa) rafaela.h.machado@gmail.com

Ney Paulo Moreira (Universidade Federal de Viçosa) ney.moreira@ufv.br

Arthur Almeida Santos (Universidade Federal de Viçosa) arthur.santos@ufv.br

O presente estudo aborda a análise de custos de uma unidade franqueada à uma rede de franquias e tem como objetivo aplicar ferramentas de gerenciamento de custos em uma unidade franqueada de uma rede de colchões para auxiliar os gestores na tomada de decisão em relação aos produtos e à rentabilidade do negócio. Para tal, a coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas com os funcionários responsáveis pela empresa. Após a identificação dos dados relativos aos gastos da empresa, procedeu-se a classificação dos custos diretos e indiretos, fixos e variáveis, o cálculo da Margem de Contribuição dos produtos e do Ponto de Equilíbrio, bem como a análise da precificação dos produtos. Com base nos resultados apresentados foi possível identificar os produtos mais rentáveis da empresa, a estrutura para o cálculo do lucro em cada período e o lucro obtido no período em análise, contatando-se ainda que a empresa opera em um nível de atividade acima do Ponto de Equilíbrio.

Palavras-chave: Análise de custos; Tomada de decisões; Margem de contribuição; Análise Custo-Volume-Lucro.

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1 1. Introdução

Uma boa noite de sono proporciona vários benefícios à saúde mental e física do ser humano.

Dando ênfase a esta questão foi criado dia 15 de março o Dia Mundial do Sono, iniciativa da Associação Mundial de Medicina do Sono (World Association of Sleep Medicine) que, no Brasil, é celebrado desde 2008 pela Fundação Nacional do Sono (FUNDASONO, 2019).

Esta data tem o propósito de comemorar o sono e sua importância, com intuito de diminuir os problemas da privação do sono para a sociedade. De acordo com Varella (2011), a privação do sono aumenta as chances de doenças como diabetes, hipertensão, infecções, obesidades e doenças cardiovasculares, entre outras. Por isso, é essencial dormir o suficiente para repor as energias e combater as doenças autoimunes.

Devido a sua importância para o consumidor, as empresas deste domínio buscam se especializar para oferecer produtos cada vez mais atrativos, acirrando assim a competição neste setor. Com isso, ferramentas que auxiliem as empresas em suas estratégias de gestão, tanto financeira, como nas demais áreas do negócio, se fazem necessárias e a Contabilidade Gerencial e suas técnicas se mostram úteis neste contexto.

Segundo Iudícibus (1987), a Contabilidade Gerencial pode ser caracterizada como um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira e de balanço, colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório.

A concorrência dentro do mercado empresarial está forçando as empresas a terem mais flexibilidade, tanto na redução dos preços dos produtos vendidos, quanto nas suas estratégias para ganhar mercado dentre seus concorrentes. Dentro de uma empresa, a redução de custos é um desafio que pode torná-la mais competitiva no mercado. O controle de custos é fundamental para manter a empresa competitiva no mercado atual, pois, faz-se necessário, cada vez mais, maximizar os lucros, aumentar a produtividade e sempre reduzir custos (STOOC, 2009).

Diante destes aspectos, este trabalho tem por finalidade aplicar ferramentas de Gerenciamento de Custos em uma unidade franqueada de uma rede de colchões para auxiliar os gestores na tomada de decisão em relação aos produtos e à rentabilidade do negócio.

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2 2. Referencial Teórico

2.1 Conceitos básicos e classificação

O estudo sobre um sistema de custos pode ser feito a partir de dois pontos de vista. O primeiro possui foco no modo como a informação gerada se adequa às necessidades da empresa e quais as informações relevantes a serem fornecidas, sendo denominado princípio de custeio. O outro enfoque está relacionado ao processamento dos dados para obtenção de informações, que é denominado método de custeio (BORNIA, 2009).

Compreender como os produtos e serviços são custeados é viável para os gerentes porque o modo como esses custos são determinados pode causar um impacto substancial sobre os lucros divulgados e sobre as decisões essenciais da gerência. Um sistema de custeio gerencial deve fornecer dados de custos para ajudar os gerentes a planejarem, controlarem e tomarem decisões (GARRISON, NOREEN & BREWER, 2013).

Para Padoveze (2010), custos são os gastos, não investimentos, necessários para fabricar os produtos da empresa, sendo assim relacionados à criação dos produtos. Portanto, podemos dizer que os custos são os gastos relacionados aos produtos, posteriormente ativados quando os produtos, objetos desses gastos, forem gerados. De modo geral são os gastos ligados à área industrial da empresa.

Padoveze (2010) classifica ainda os custos como sendo diretos ou indiretos. Os custos diretos são aqueles que podem ser fisicamente identificados para um segmento particular sob consideração. Então os materiais e a mão de obra envolvidos na manufatura de produtos seriam ambos custos diretos. Dessa forma, os custos diretos são os gastos industriais que podem ser alocados direta e objetivamente aos produtos.

Por sua vez, os custos indiretos são os gastos industriais que não podem ser alocados de forma direta ou objetiva aos produtos, e quando são atribuídos aos produtos, sua apropriação será por meio de critérios de distribuição ou alocação. Estes custos são também denominados custos comuns, e podem ser fixos e variáveis.

Como citado anteriormente, outra classificação além dos custos diretos e indiretos, consiste nos custos fixos e variáveis. De acordo com Pereira (2007), os custos fixos são aqueles que ocorrem independente se há ou não produção. Os custos fixos estarão sempre presentes na empresa e esse gasto deve ser avaliado em diversas circunstâncias.

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3 Segundo Fagundes (2004), os custos variáveis são aqueles que variam de acordo com objeto de custeio, ou ainda, em alguns casos, que se modificam em função da variação do volume/atividades das operações, ou seja, da variação na quantidade produzida. Quanto maior o volume de produção no período, maior será o custo variável total.

2.2 Custeio Direto ou Variável

O Método de Custeio Direto (Direct Costing), ou Variável, propõe que as cargas de custos, classificadas por espécie (natureza) de custos sejam analisadas e reclassificadas em custos fixos e custos variáveis (FAGUNDES, 2004).

A nomenclatura do Custeio Direto vem do fato de que a maioria dos custos variáveis são custos diretos, em quase todos os produtos. No Custeio Direto os custos fixos indiretos não são alocados aos produtos e são tratados como despesas do período (PADOVEZE, 2010).

Os defensores do Custeio Direto propõem que, no cálculo dos custos finais por produto, não entrem mais que os custos variáveis e que os custos fixos sejam levados globalmente ao resultado do período, por não serem considerados como elementos componentes do custo dos produtos. Obtém-se assim, o custo final variável dos produtos (FAGUNDES, 2004).

2.3 Ferramentas auxiliares na tomada de decisão

Existem ferramentas de custeio para orientar na tomada de decisão, sendo uma delas a Margem de Contribuição. Segundo Padoveze (2007), sua definição pode ser dada como a margem bruta obtida pela venda de um produto que excede seus custos variáveis unitários.

Em outras palavras, a Margem de Contribuição é o mesmo que o lucro variável unitário, ou seja, preço de venda unitário do produto deduzido dos custos e despesas variáveis necessários para produzir e vender o produto. Essa ferramenta pode ser apresentada pela Equação 1.

Margem de Contribuição = Preço de Venda – (Custos Variáveis + Despesas Variáveis) (1)

Outro mecanismo utilizado para orientar as organizações é o Ponto de Equilíbrio, tendo em vista que o seu conhecimento na empresa, tanto no total global, como por produto individual, permite que se identifique o nível mínimo de atividade em que a empresa ou cada divisão deve operar.

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4 O Ponto de Equilíbrio evidencia, em termos quantitativos, qual volume a empresa precisa produzir ou vender para que se consiga pagar todos os custos e despesas fixas, além dos custos e despesas variáveis que ela tem necessariamente que incorrer para fabricar/vender o produto. Operando no nível de atividade indicada pelo Ponto de Equilíbrio, não há lucro ou prejuízo. A partir de volumes adicionais de produção ou venda em relação a este ponto, a empresa passa a ter lucros (PADOVEZE, 2007). Para calcular o Ponto de Equilíbrio existem diversas fórmulas, na Equação 2 mostra-se uma delas.

Outra ferramenta de análise seria a Margem de Segurança, que segundo Padoveze (2010), pode ser definida como volume de vendas que excede as vendas calculadas no Ponto de Equilíbrio. O volume de vendas excedente para analisar a Margem de Segurança pode ser tanto o valor das vendas orçadas como o valor real das vendas. Seu cálculo pode ser efetivado pela fórmula exposta na Equação 3.

Margem de Segurança = Total de vendas efetivas – vendas no ponto de equilíbrio (3)

A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é um demonstrativo contábil cuja finalidade é fornecer o resultado líquido de um exercício, evidenciando o confronto das receitas, custos e despesas. Seus valores são apurados através do princípio contábil do regime de competência, de forma que o resultado da empresa reflita os efeitos de transações “nos períodos em que esses efeitos ocorrem, mesmo que os pagamentos e recebimentos à vista resultantes ocorram em período diferente” (CPC 00, p.7).

Para Santos e Veiga (2014), a DRE possui uma grande relevância gerencial e administrativa, pois demonstra com clareza a estrutura de todas as atividades envolvendo receitas, custos e despesas, além de mostrar o peso dos tributos incidentes sobre as vendas.

Uma das técnicas de análise de precificação consiste no mark-up. Para Padoveze (2010), o conceito de mark-up, que traduzimos como multiplicador sobre os custos, é uma metodologia para se calcularem preço de venda de forma rápida a partir do custo por absorção de cada produto. O conceito de mark-up amplamente utilizado pelas empresas, tanto as de grande porte como as microempresas, parte do pressuposto de que a base para a diferenciação dos

Ponto de Equilíbrio em quantidade = Custos Fixos Totais (2) Margem de Contribuição Unitária

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5 preços de vendas dos diversos produtos produzidos pela empresa é o custo por absorção.

Ressalta-se que, observadas as devidas adaptações, essa técnica também pode ser empregada em empresas que utilizam outros métodos de custeio. O mark-up é definido pela Equação 4.

Preço de venda total = (1+ percentual de mark-up) x custos variáveis totais (4)

3. Metodologia de pesquisa

Este trabalho pode ser classificado como um estudo de caso, que, segundo Gil (2008) é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetivos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado, tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de delineamentos considerados.

O estudo de caso apresentado refere-se a uma empresa comercial de uma unidade franqueada em um município da região do Alto Paranaíba. A abordagem escolhida consiste numa análise quantitativa, por meio da utilização da pesquisa quantitativa é possível mensurar e quantificar os dados obtidos que vão gerar os resultados finais.

Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas. O método de custeio escolhido para a análise de custos na empresa selecionada foi o Custeio Direto visto que este modelo possui grande utilidade gerencial, além de sua aplicabilidade ser considerada uma excelente ferramenta para a tomada de decisões Os gastos relatados foram classificados de acordo com suas características e comportamento. Em seguida realizou-se a análise de Custeio Variável, classificando os gastos em custos variáveis, despesas fixas e variaveis. Foi definido o DRE, a Margem de Contribuição, o Ponto de Equilíbrio, a Margem de Segurança e o mark-up que definem os resultados que a empresa obtém.

4. Resultados e discussões

Sabe-se que a empresa é uma franquia, portanto os produtos são adquiridos de sua rede para a venda na unidade em análise. O valor pago a rede como aquisição dos produtos é estabelecido ao final de cada mês sendo este, um percentual de 66% da receita gerada naquele período, independente dos produtos vendidos. Além disso, no modelo de negócios apresentado, os preços de venda dos produtos são pré-estabelecidos pela rede.

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6 Por meio dos dados coletados, referentes a um mês de operação, obtiveram-se as informações necessárias para analisar e classificar os custos e despesas diante do seu comportamento e realizar as análises de custeio.

Considerando a análise dos custos feita na empresa, inicialmente foram identificadas as despesas fixas, que totalizam em R$ 4.963,61 conforme a Tabela 1.

Tabela 1: Despesas Fixas

Despesas Fixas Valores Totais (R$)

Água 30,32

Energia 143,46

Telefone Fixo + Internet 121,92

Aluguel 1.500,00

Salário funcionário 1 1.000,00

Salário funcionário 2 1.000,00

Ornamentação da loja 35,00

Propaganda (rádio) 400,00

Encargos sociais trabalhistas funcionário 1 (37%) 370,00 Encargos sociais trabalhistas funcionário 2 (37%) 370,00

Total 4.963,61

Fonte: Elaborado pelos autores

Posteriormente, foram observados os custos e despesas variáveis do negócio, que totalizam R$ 22.428,86 no período em análise, de acordo com a Tabela 2. Foram relatados os custos de aquisição de produtos e frete de entrega dos produtos entre a rede da franquia e a unidade.

Identificou-se como despesas a comissão de vendas e o valor de entrega dos produtos aos clientes finais.

Tabela 2: Custos e Despesas Variáveis

Custos Variáveis Valores Totais Aquisição de Produtos (66% da receita de vendas) R$ 20.308,86

Frete R$ 315,00

Despesas Variáveis

Comissão de vendas de 4,55% da receita total R$ 1.400,00 Entrega dos produtos (15,00/un) R$ 405,00

Total R$ 22.428,86

Fonte: Elaborado pelos autores

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7 Para as análises foi elaborada a DRE para o mês em estudo, apresentado na Tabela 3. Como resultado obteve-se uma receita operacional líquida de R$ 3.371,53.

Tabela 3: Demonstração do Resultado do Exercício

Demonstração do Resultado do Exercício (mês x/2019) R$

Receita de Vendas

(-) Custos e despesas Variáveis:

Aquisição de produtos (66% da receita de vendas) Frete

Comissão de Vendas (4,55% da receita de vendas) Entrega de Produtos (15,00/un)

(=) Margem de Contribuição (-) Custos e despesas Fixas:

Aluguel

Despesas de água Despesas de energia

Despesas de propaganda (rádio) Despesas de telefone e internet Despesas de ornamentação da loja Salários de Funcionários

Encargos Sociais (37% do salário de cada funcionário)

30.771,00

20308,86 315,00 1400,00

405,00 8342,14

1500,00 30,23 143,46 400,00 121,92 35,00 2000,00

740,00

(=) Receita Operacional Líquida 3.371,53

Fonte: Elaborado pelos autores

Vale ressaltar que todas as empresas possuem seus produtos principais, ou seja, os líderes em venda. Após verificar a estrutura de custeio da empresa, identificaram-se os 12 produtos mais vendidos e foram selecionadas as possíveis ferramentas de custos que podem contribuir para a tomada de decisões na organização. A priori, na Tabela 4, foi utilizada a ferramenta de Margem de Contribuição.

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Tabela 4: Produtos principais e sua margem de contribuição unitária.

CUSTOS VARIÁVEIS/UN

PREÇO DE VENDA/UM

MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO/UM

Produto 1 R$94,77 R$113,15 R$18,38

Produto 2 R$394,29 R$538,00 R$143,71

Produto 3 R$697,44 R$968,00 R$270,56

Produto 4 R$239,90 R$319,00 R$79,10

Produto 5 R$789,80 R$1099,00 R$309,20

Produto 6 R$179,97 R$234,00 R$54,03

Produto 7 R$2036,94 R$2868,00 R$831,06

Produto 8 R$119,34 R$148,00 R$28,66

Produto 9 R$1028,79 R$1438,00 R$409,21

Produto 10 R$225,09 R$298,00 R$72,10

Produto 11 R$598,74 R$828,00 R$229,26

Produto 12 R$154,59 R$198,00 R$43,41

Fonte: Elaborado pelos autores

De acordo com os valores apresentados na Tabela 4, os principais produtos são apresentados na Figura 1, em ordem descrescente do produto de maior margem de contribuição, para o menor. Com base nesta análise percebe-se que os produtos 7, 9, 5 e 3 devem receber maior atenção dos vendedores e nas ações de divulgação da unidade, visto serem os mais rentáveis para a empresa.

Figura 1: Margem de Contribuição dos Produtos Principais

Fonte: Elaborado pelos autores R$0,00

R$100,00 R$200,00 R$300,00 R$400,00 R$500,00 R$600,00 R$700,00 R$800,00 R$900,00

7 9 5 3 11 2 4 10 6 12 8 1

(10)

9 Após calculada a Margem de Contribuição, procedeu-se ao cálculo do Ponto de Equilíbrio em unidades de cada produto considerando a venda de apenas um tipo de produto por vez, como descrito na Tabela 5. Assim, para o Produto 1 por exemplo seria necessária a venda de mais de 270 unidades para que a empresa consiga atingir seu ponto de equilíbrio. Já para o Produto 2 seria necessária a venda de mais de 34 unidades para que a empresa comece a obter lucro.

Tabela 5: Ponto de Equilíbrio em unidades

PRODUTOS PONTO DE EQUILÍBRIO

EM UNIDADES

Produto 1 270,05

Produto 2 34,54

Produto 3 18,35

Produto 4 62,75

Produto 5 16,05

Produto 6 91,87

Produto 7 5,97

Produto 8 173,19

Produto 9 12,13

Produto 10 68,84

Produto 11 21,65

Produto 12 114,34

Fonte: Elaborado pelos autores

Subsequentemente, com o auxílio das ferramentas anteriores realizou-se o cálculo do Ponto de Equilíbrio considerando a diversidade de produtos. Quando uma empresa possui mais de um produto é necessária a adaptação da fórmula para a obtenção do ponto de equilíbrio apresentada na Equação 2. Para isso definiu-se um mix de vendas considerando a venda de uma unidade de cada produto, para definir as proporções relativas as vendas dos produtos principais da empresa e considerou-se as despesas fixas.

Desta forma, concluiu-se que será necessária a venda de 2 unidades de cada um dos 12 produtos principais, ou seja, 24 unidades para obter o ponto de equilíbrio, como exposto na Figura 2.

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Figura 2: Ponto de Equilíbrio com Mix de Vendas

Fonte: Elaborado pelos autores

Esta metodologia de cálculo é muito importante, tanto para avaliação de risco de um negócio quanto para a elaboração de seu planejamento comercial, uma vez que é comum a situação onde produtos diferentes tem volumes de vendas não equivalentes e Margens de Contribuição distintas (JERONIMO, 2018)

Para completar a análise de CVL (Custo, Volume e Lucro) foi utilizada a Margem de Segurança utilizando a Equação 3 pela diferença entre as vendas e o valor obtido no Ponto de Equilíbrio considerando a receita apresentada pela empresa no mês de coleta dos dados, conforme apresentado no DRE (Tabela 3). Como resultado temos a Equação 5.

Margem de Segurança = R$ 30.771,00 – R$ 18.082,93 = R$ 12.688,07 (5)

Visto que os preços de venda dos produtos são estabelecidos pela rede, a unidade não consegue fazer alterações de valores. Assim, calcula-se o mark-up (Equações 6 e 7) para determinar a porcentagem obtida com os valores de precificação apresentados à unidade. Por meio da Equação 4 obtém-se o valor considerando o valor de venda total dos produtos (R$

30771,00) e os custos variáveis totais, considerando aquisição de produtos e frete (R$

20623,86), conforme Tabela 2 e Tabela 3.

R$0,00 R$5.000,00 R$10.000,00 R$15.000,00 R$20.000,00 R$25.000,00 R$30.000,00 R$35.000,00 R$40.000,00

0 12 24 36 48

R$

Quantidade Receita Custo Total

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11 R$ 30.771,00 = (1 + y) x R$ 20.623,86 (6)

Y= 0,492 ou 49,20% (7)

A abordagem escolhida pela matriz da rede franquias é chamada de precificação cost-plus, porque um percentual de mark-up predeterminado é aplicado a uma base de custos para determinar o preço de venda específico de cada produto em todas as suas filiadas. Sendo assim, o percentual escolhido pela organização é de 49,2%.

Com base nas ferramentas e análises realizadas foi possível concluir o lucro líquido do negócio, bem como os produtos mais lucrativos. Além disso, visto que o valor de aquisição e de venda dos produtos é estabelecido pela rede deve-se buscar aumentar as vendas dos produtos com foco em marketing e divulgação nos produtos verificados como mais rentáveis.

Recomenda-se também a análise mensal do Ponto de Equilíbrio e DRE para a tomada de decisão em cada um dos meses, verificando quais os produtos mais vendidos e a rentabilidade do negócio.

5. Conclusão

Este estudo de caso teve por objetivo geral aplicar ferramentas de Gerenciamento de Custos em uma unidade franqueada de uma rede de colchões para para auxiliar os gestores na tomada de decisão em relação aos produtos e a rentabilidade do negócio. Após a classificação através de seu comportamento, os custos foram calculados e avaliados pelas ferramentas de Margem de Contribuição, Margem de Segurança, Ponto de Equilíbrio e análise de mark-up, para proporcionar resultados que auxiliem na gestão da organização.

Enfatiza-se que através das informações do período analisado, a organização está acima do Ponto de Equilíbrio calculado, ou seja, consegue pagar todos os custos e obter uma Margem de Segurança significativa gerando resultados positivos.

Ressalta-se que possíveis mudanças na organização para alteração do lucro precisam considerar que, por ser franqueada, a empresa deve seguir os padrões exigidos pela franquia.

Porém, ainda assim, sugere-se que a empresa invista em seu marketing digital, criando uma conta em redes sociais visando aumento de vendas e consequentemente o alcance do Ponto de Equilíbrio de forma mais rápida e o aumento de sua Margem de Segurança.

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12 Diante do apresentado, vale ressaltar que apesar de atingir o objetivo da averiguação deve-se considerar possíveis limitações ligadas a sazonalidade, mudanças impostas pela matriz da rede de franquias ou em relação ao método adotado para a abordagem. Portanto, com uma expansão da análise de período, pode-se obter resultados distintos aos expostos nesta pesquisa.

REFERÊNCIAS

BORNIA, Antônio Cezar. Análise gerencial de custos: aplicação em empresas modernas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

CPC 00. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Técnico CPC 00 (R2) – Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos- Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=80>. Acesso em 21/04/2020.

FAGUNDES, J. A. Polígrafos contabilidade de custos, 2004. Disponível em <jair.fema.com.br>. Acesso em:

09/09/2019.

FUNDASONO. Fundação Nacional do Sono. Disponível em <https://www.fundasono.org.br/>. Acesso em:

09/09/2019.

GARRISON, NOREEN & BREWER. CONTABILIDADE GERENCIAL. 14 ed. AMGH Editora Ltda., 2013.

GIL, A.C. COMO ELABORAR PROJETOS DE PESQUISA. 4 ed. São Paulo: Atlas Editora, 2008.

IUDÍCIBUS, Sérgio de. CONTABILIDADE GERENCIAL. 4. ed. São Paulo:Atlas,1987.p.15.

JERONIMO, L.R. PONTO DE EQUILÍBRIO COM DIVERSOS PRODUTOS: UMA ANÁLISE DE MIX.

Disponível em: <https://orcamentoempresarial.com/2018/06/11/ponto-de-equilibrio-com-diversos-produtos- uma-analise-de-mix/>. Acesso em 06/11/2019

PADOVEZE, C.L. CONTABILIDADE GERENCIAL. 5 ed. São Paulo: Atlas Editora, 2007.

PADOVEZE, C.L. CONTABILIDADE GERENCIAL. 7 ed. São Paulo: Atlas Editora, 2010.

PEREIRA, M.S.A. GESTÃO DE CUSTOS. 1 ed. IOB Editora, 2014.

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RESOLUÇÃO. CFC Nº 750/93 - Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC). Disponível em:

<http://cfc.org.br/>. Acesso em 11/09/2019

SANTOS,F.A.;VEIGA,W.E. Contabilidade: com ênfase em micro, pequenas e médias empresas. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2014.212p.

STOOC,m.b. IMPORTÂNCIA DO CONTROLE DE CUSTOS NAS EMPRESAS. Disponível em:

<https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/contabilidade/importancia-do-controle-de-custos-nas- empresas/20685>. Acesso em 15/11/2019

VARELLA, Dráuzio. Privação do Sono. UOL, São Paulo, 25 de abril. de 2011. Disponível em:

<https://drauziovarella.uol.com.br/drauzio/artigos/privacao-do-sono-artigo/>. Acesso em: 10/09/2019

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