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Relatório do GTI sobre legislação sanitária

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(1)

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

CASA CIVIL

Grupo de Trabalho Interministerial da Inspeção e

Fiscalização Sanitária de Alimentos

(PORTARIA INTERMINISTERIAL N

O

220, DE 29 DE MARÇO DE 2005)

RELATÓRIO FINAL

RELATÓRIO FINAL

CASA CIVIL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO

MINISTÉRIO DA SAÚDE

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO

(2)

ÍNDICE

INTRODUÇÃO...3

DO DESENVOLVIMENTO DOS TRABALHOS...4

DO DIAGNÓSTICO...7

DAS CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES...13

Conclusões...13

Recomendações ...14

ANEXOS...16

Legislação Citada...16

Portarias de Criação do GTI e de Nomeação de seus Membros...16

LEI Nº 1.283, DE 18 DE DEZEMBRO DE 1950...17

DECRETO-LEI Nº 986, DE 21 DE OUTUBRO DE1969...20

LEI Nº 7.889, DE 23 DE NOVEMBRO DE 1989...29

LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990 ...30

LEI Nº 9.712, DE 20 DE NOVEMBRO DE 1998...41

(3)

INTRODUÇÃO

O presente relatório constitui o produto final dos trabalhos desenvolvidos

pelo Grupo de Trabalho Interministerial – GTI instituído pela Portaria Interministerial n

o

220, de 29 de março de 2005, publicada no Diário Oficial da União de 30 de março de

2005, seção 1, página 1, com a finalidade de estabelecer diagnóstico e apresentar propostas

para aperfeiçoar as atividades de inspeção e

fiscalização sanitária e o controle dos produtos

de origem animal e vegetal destinados ao consumo humano.

Integraram o Grupo de Trabalho Interministerial os seguintes representantes,

designados pela Casa Civil da Presidência da República, por intermédio da Portaria n

o

381,

de 23 de maio de 2005, publicada no Diário Oficial da União de 24 de maio de 2005, seção

2, página 1:

ÓRGÃO

REPRESENTANTE

Casa Civil da Presidência da

República

Érico Leonardo Ribas Feltrin (Coordenador)

Ivanildo Tajra Franzosi

Titular

Suplente

Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento

Nelmon Oliveira da Costa

Titular

Marcelo Bonnet Alvarenga

Suplente

Ministério do

Desenvolvimento Agrário

Herlon Goelzer de Almeida

Cid Roberto Almeida Sanches

Titular

Suplente

Ministério da Saúde

Claudio Maierovitch Pessanha Henriques

Cleber Ferreira dos Santos

Titular

Suplente

Ministério do Planejamento,

Orçamento e Gestão

Marcelo Pereira de Araújo

Titular

Luiz Eduardo Rodrigues Alves

Suplente

Além dos representantes acima, formalmente designados, contribuíram para

os trabalhos desse GTI a servidora Ana Virginia de Almeida Figueiredo, do Ministério da

Saúde/Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, e o servidor Leomar Luiz

Prezotto, do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

É importante destacar, ainda nesta seção introdutória, que a constituição do

GTI se deu em decorrência de pleito encaminhado pelo Ministério do Desenvolvimento

Agrário à Casa Civil da Presidência da República, com fundamento na avaliação de que o

atual regramento da atividade de inspeção e vigilância sanitária impõe severos entraves ao

desenvolvimento da agroindústria familiar e à colocação de seus produtos no mercado, os

quais serão demonstrados na seção deste relatório dedicada ao diagnóstico da atividade.

(4)

DO DESENVOLVIMENTO DOS TRABALHOS

A reunião de instalação do GTI ocorreu em 7 de junho de 2005, quando se

iniciou o decurso do prazo de sessenta dias consignado na Portaria Interministerial n

o

220/2005 para a conclusão dos trabalhos. Os integrantes do GTI se reuniram semanalmente,

nas dependências da Casa Civil da Presidência da República, sempre às terças-feiras, no

horário de 10h às 12h, para a discussão do tema, exame da legislação, construção do

diagnóstico e formulação de propostas.

Além de suas reuniões ordinárias, o GTI participou de dois encontros com

agentes da sociedade civil e de outras esferas de governo, atendendo solicitações formais

encaminhadas ao Coordenador. O primeiro desses encontros ocorreu em 28 de julho de

2005, em Brasília, com a participação de representantes do Conselho de Desenvolvimento e

Integração Sul – CODESUL

,

do Fórum Nacional dos Executores de Sanidade Agropecuária

– FONESA e de representação do Fórum dos Secretários Estaduais de Agricultura. O

segundo encontro aconteceu no dia 1

o

de agosto de 2005, nas dependências da Assembléia

Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, em uma audiência pública da Subcomissão de

Agroindústria, vinculada à Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da

Assembléia Legislativa do RS, e teve a participação, além de deputados estaduais e um

deputado federal, de dezenas de representantes de entidades sindicais e associativas,

movimentos sociais, prefeituras municipais, Secretaria de Estado da Agricultura do Rio

Grande do Sul, entre outras representações agropecuárias do Estado.

Inicialmente, procedeu-se ao levantamento e análise de toda a legislação

relativa à inspeção e vigilância de produtos de origem animal e vegetal, que se compõe das

seguintes normas:

Ø Lei n

o

1.283, de 18 de dezembro de 1950, que dispõe sobre a inspeção industrial e

sanitária dos produtos de origem animal;

Ø Decreto n

o

30.691, de 29 de março de 1952, que aprova o novo Regulamento da

Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal;

Ø Decreto-Lei n

o

986, de 21 de outubro de 1969, que institui normas básicas de

alimentos;

Ø Lei n

o

6.437, de 20 de agosto de 1977, que configura infrações à legislação sanitária

federal, estabelece as sanções respectivas, e dá outras providências;

Ø Constituição Federal de 1988, art. 200, incisos II e VI, que tratam das atribuições do

Sistema Único de Saúde no que se refere à vigilância sanitária e epidemiológica

e à fiscalização e inspeção de alimentos;

Ø Lei n

o

7.889, de 23 de novembro de 1989, que dispõe sobre inspeção sanitária e

industrial dos produtos de origem animal, e dá outras providências;

(5)

Ø Lei n

o

8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as condições para a

promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento

dos serviços correspondentes, e dá outras providências;

Ø Lei n

o

8.171, de 17 de janeiro de 1991, que dispõe sobre a política agrícola;

Ø Decreto n

o

1.236, de 2 de setembro de 1994, que dá nova redação ao art. 507 do

Decreto n

o

30.691, de 29 de março de l952, que regulamenta a Lei n

o

1.283, de

18 de dezembro de l950;

Ø Lei n

o

9.712, de 20 de novembro de 1998, que altera a Lei n

o

8.171, de 17 de janeiro

de 1991, acrescentando-lhe dispositivos referentes à defesa agropecuária; e

Ø Lei n

o

9.782, de 26 de janeiro de 1999, que define o Sistema Nacional de Vigilância

Sanitária, cria a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e dá outras

providências.

Na seqüência dos trabalhos, os representantes dos Ministérios do

Desenvolvimento Agrário, da Agricultura Pecuária e Abastecimento e da Saúde, este

representado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, todos detentores

de competências relacionadas ao tema objeto dos estudos do GTI, tiveram a oportunidade

de expor o trabalho que vêm realizando e apresentar seu diagnóstico acerca das qualidades

e disfunções do sistema.

Promoveu-se uma rodada de apresentações, quando os órgãos manifestaram

suas diferentes visões, bem assim propostas abrangentes para a solução dos entraves

apresentados. Entre elas, o anteprojeto de lei que prevê a constituição de novo modelo

unificado para a estruturação do serviço integrado de inspeção brasileiro e a constituição de

uma agência única para a integração dos entes federados.

Com base nesses relatos, no estudo da legislação atinente ao tema, nas

impressões obtidas por meio da interlocução com representantes da sociedade civil e nas

análises realizadas pelo GTI, elaborou-se um diagnóstico das atividades de inspeção e

fiscalização sanitária e controle dos produtos de origem animal e vegetal destinados ao

consumo humano.

Neste diagnóstico, elaborou-se uma descrição sucinta, porém completa, das

principais características do arcabouço institucional e legal constituído no Brasil para

assegurar a inocuidade e a qualidade dos produtos de origem animal e vegetal. Além das

questões gerais relativas à eficácia do sistema, destacaram-se os aspectos relacionados aos

entraves que se impõem à agroindústria familiar, já que se constituíram no fator motivador

da instalação do Grupo de Trabalho.

Finalmente, foram construídas algumas propostas para o aperfeiçoamento do

atual sistema, consubstanciadas nas conclusões e recomendações.

(6)

DO DIAGNÓSTICO

No Brasil, a fiscalização sanitária de produtos e subprodutos de origem

animal e vegetal destinados à alimentação humana é disciplinada por um conjunto de leis,

decretos e portarias federais, estaduais e municipais. Tal legislação se alicerça em bases

conceituais distintas que, por sua vez, geram ações sanitárias díspares e, por vezes,

conflitantes.

A falta de um regramento coeso para a atividade de fiscalização sanitária

tem como conseqüência, entre outras, a virtual impossibilidade de instituição de um sistema

unificado de fiscalização, integrado e harmonizado entre as três esferas de governo, para os

produtos e subprodutos de origem animal e vegetal destinados à alimentação humana.

Nos parágrafos a seguir, descrevem-se as principais normas e dispositivos

legais que regem a inspeção e fiscalização de alimentos no País.

O Decreto-Lei nº 986, de 21 de outubro de 1969, que institui normas básicas

sobre alimentos, não sofreu revogação expressa com a Constituição Federal e ampara as

ações do Ministério da Saúde e da Anvisa:

“Art 1º A defesa e a proteção da saúde individual ou coletiva, no tocante a alimentos, desde a sua obtenção até o seu consumo, serão reguladas em todo território nacional, pelas disposições dêste Decreto-lei.

...

Art 3º Todo alimento sòmente será exposto ao consumo ou entregue à venda depois de registrado no órgão competente do Ministério da Saúde.

§ 1º O registro a que se refere êste artigo será válido em todo território nacional e será concedido no prazo máximo de 60 (sessenta) dias a contar da data da entrega do respectivo requerimento, salvo os casos de inobservância dos dispositivos dêste Decreto-lei e de seus Regulamentos.

...

Art 29. A ação fiscalizadora será exercida:

I - Pela autoridade federal, no caso de alimento em trânsito de uma para outra unidade federativa e no caso de alimento exportado ou importado;

II - Pela autoridade estadual ou municipal, dos Territórios ou do Distrito Federal nos casos de alimentos produzidos ou expostos à venda na área da respetciva jurisdição.

Art 30. A autoridade fiscalizadora competente terá livre acesso a qualquer local em que haja fabrico, manipulação, beneficiamento, acondicionamento, conservação, transporte, depósito, distribuição ou venda de alimentos.

...

Art 45. As instalações e o funcionamento dos estabelecimentos industriais ou comerciais, onde se fabrique, prepare, beneficie, acondicione, transporte, venda ou deposite alimento ficam submetidos às exigências dêste Decreto-lei e de seus Regulamentos.

Art 46. Os estabelecimentos a que se refere o artigo anterior devem ser prèviamente licenciados pela autoridade sanitária competente estadual, municipal, territorial ou do Distrito

(7)

...

Art 48. Sòmente poderão ser expostos à venda, alimentos, matérias-primas alimentares, alimentos in natura , aditivos para alimentos, materiais, artigos e utensílios destinados a entrar em contato com alimentos matérias-primas alimentares e alimentos in natura , que:

I - Tenham sido prèviamente registrados no órgão competente do Ministério da Saúde; II - Tenham sido elaborados, reembalados, transportados, importados ou vendidos por estabelecimentos devidamente licenciados;

...

Art 55. Aplica-se o disposto nêste Decreto-lei às bebidas de qualquer tipo ou procedência, aos complementos alimentares, aos produtos destinados a serem mascados e a outras substâncias, dotadas ou não de valor nutritivo, utilizadas no fabrico, preparação e tratamento de alimentos, matérias-primas alimentares e alimentos in natura .

...”

A Constituição Federal de 1988, no seu artigo 200, inciso II e VI, assim

estabelece:

“Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: ...

II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;

...

VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;”

Logo após a Constituição Federal entrar em vigor, a Lei nº 7.889, de 1989,

alterou a Lei nº 1.283, de 1950, que dispõe sobre inspeção sanitária e industrial dos

produtos de origem animal, e definiu as atribuições de inspeção e fiscalização de alimentos

de origem animal, no âmbito federal, estadual e municipal, da seguinte forma:

“Art. 1º A prévia inspeção sanitária e industrial dos produtos de origem animal, de que trata a

Lei

nº 1.283, de 18 de dezembro de 1950

, é da competência da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos termos do

art. 23, inciso II, da Constituição.

...

“Art 3º A fiscalização, de que trata esta lei, far-se-á:

a) nos estabelecimentos industriais especializados e nas propriedades rurais com instalações adequadas para a matança de animais e o seu preparo ou industrialização, sob qualquer forma, para o consumo;

b) nos entrepostos de recebimento e distribuição do pescado e nas fábricas que industrializarem;

c) nas usinas de beneficiamento do leite, nas fábricas de laticínios, nos postos de

recebimento, refrigeração e desnatagem do leite ou de recebimento, refrigeração e manipulação dos seus derivados e nos respectivos entrepostos;

d) nos entrepostos de ovos e nas fábricas de produtos derivados;

e) nos entrepostos que, de modo geral, recebam, manipulem, armazenem, conservem ou acondicionem produtos de origem animal;

f) nas propriedades rurais;

(8)

Art. 4º São competentes para realizar a fiscalização de que trata esta Lei:

a) o Ministério da Agricultura, nos estabelecimentos mencionados nas alíneas a, b, c, d, e, e f, do art. 3º, que façam comércio interestadual ou internacional;

b) as Secretarias de Agricultura dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, nos estabelecimentos de que trata a alínea anterior que trata a alínea anterior que façam comércio intermunicipal;

c) as Secretarias ou Departamentos de Agricultura dos Municípios, nos estabelecimentos de que trata a alínea a desde artigo que façam apenas comércio municipal;

d) os órgãos de saúde pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, nos estabelecimentos de que trata a alínea g do mesmo art. 3º."

Posteriormente, a Lei nº 8.080, de 1990, que dispõe sobre as condições para

a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos

serviços correspondentes, assim estabeleceu:

“Art. 6 - Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde - SUS: I - a execução de ações:

de vigilância sanitária; ...

VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo humano; “

Por sua vez, a Lei nº 9.712, de 20 de novembro de 1998, ainda não

regulamentada, assim dispôs:

"

Art. 27-A.

São objetivos da defesa agropecuária assegurar: ...

IV – a identidade e a segurança higiênico-sanitária e tecnológica dos produtos agropecuários finais destinados aos consumidores.

§ 1o Na busca do atingimento dos objetivos referidos no caput, o Poder Público desenvolverá, permanentemente, as seguintes atividades:

...

III – inspeção e classificação de produtos de origem vegetal, seus derivados, subprodutos e resíduos de valor econômico;

IV – inspeção e classificação de produtos de origem animal, seus derivados, subprodutos e resíduos de valor econômico;”

...

"

Art. 28-A.

Visando à promoção da saúde, as ações de vigilância e defesa sanitária dos animais e dos vegetais serão organizadas, sob a coordenação do Poder Público nas várias instâncias federativas e no âmbito de sua competência, em um Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária, articulado, no que for atinente à saúde pública, com o Sistema Único de Saúde de que trata a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, do qual participarão:

I – serviços e instituições oficiais; ...

§ 1o A área municipal será considerada unidade geográfica básica para a organização e o funcionamento dos serviços oficiais de sanidade agropecuária.

§ 2o A instância local do sistema unificado de atenção à sanidade agropecuária dará, na sua jurisdição, plena atenção à sanidade, com a participação da comunidade organizada, tratando especialmente das seguintes atividades:

(9)

...

IX – educação e vigilância sanitária; ...

§ 4o À instância central e superior do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária compete:

I – a vigilância de portos, aeroportos e postos de fronteira internacionais; ...

V – a avaliação das ações desenvolvidas nas instâncias locais e intermediárias do sistema unificado de atenção à sanidade agropecuária;

...;

VII – a realização de estudos de epidemiologia e de apoio ao desenvolvimento do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária;

VIII – a cooperação técnica às outras instâncias do Sistema Unificado; IX – o aprimoramento do Sistema Unificado;

X – a coordenação do Sistema Unificado; ...

"

Art. 29-A

. A inspeção industrial e sanitária de produtos de origem vegetal e animal, bem como a dos insumos agropecuários, será gerida de maneira que os procedimentos e a organização da inspeção se faça por métodos universalizados e aplicados eqüitativamente em todos os estabelecimentos inspecionados.

§ 1o Na inspeção poderá ser adotado o método de análise de riscos e pontos críticos de controle.

§ 2o Como parte do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária, serão constituídos um sistema brasileiro de inspeção de produtos de origem vegetal e um sistema brasileiro de inspeção de produtos de origem animal, bem como sistemas específicos de inspeção para insumos usados na agropecuária."

Art. 2o O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de até noventa dias, a contar de sua publicação.”

Por fim, também dispõe sobre o controle e fiscalização de alimentos, a Lei n

o

9.782, de 1999, que define o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, cria a Agência

Nacional de Vigilância Sanitária, e dá outras providências:

“Art. 8º Incumbe à Agência, respeitada a legislação em vigor, regulamentar, controlar e fiscalizar os produtos e serviços que envolvam risco à saúde pública.

§ 1º Consideram-se bens e produtos submetidos ao controle e fiscalização sanitária pela Agência:

...

II - alimentos, inclusive bebidas, águas envasadas, seus insumos, suas embalagens, aditivos alimentares, limites de contaminantes orgânicos, resíduos de agrotóxicos e de medicamentos veterinários;

...

Art. 41. O registro dos produtos de que trata a

Lei nº 6.360, de 1976

, e o Decreto-Lei nº 986, de 21 de outubro de 1969, poderá ser objeto de regulamentação pelo Ministério da Saúde e pela Agência visando a desburocratização e a agilidade nos procedimentos, desde que isto não implique riscos à saúde da população ou à condição de fiscalização das atividades de produção e circulação.

Parágrafo único. A Agência poderá conceder autorização de funcionamento a empresas e registro a produtos que sejam aplicáveis apenas a plantas produtivas e a mercadorias destinadas a

(10)

mercados externos, desde que não acarrete riscos à saúde pública.

(Vide Medida Provisória

nº 2.190-34, de 23.8.2001)

Atualmente, portanto, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

tem sob sua competência, no que tange ao controle de alimentos, a fiscalização dos

processos de produção e industrialização de alimentos de origem animal, compreendendo

as carnes de bovinos, suínos, aves e pescados (in natura e processados), ovos e mel. Além

disso, a fiscalização de bebidas alcoólicas e não alcoólicas (exceto as águas envasadas), e

alguns outros produtos de origem vegetal, encontra-se igualmente sob a esfera de

atribuições do MAPA.

Ao Ministério da Saúde, por meio do Sistema Único de Saúde (ANVISA e

Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde), compete a vigilância de todos os alimentos

expostos ao consumo humano em território brasileiro. Também tem sido exercido pela

ANVISA o controle de processos nas unidades agroindustriais processadoras de produtos

de origem vegetal, de águas envasadas e nas indústrias de embalagens que entram em

contato com alimentos.

Adicionalmente, cabe à ANVISA regulamentar e verificar o uso de aditivos

em alimentos, os limites de contaminantes em geral, os parâmetros microbiológicos

máximos em alimentos e os resíduos de agrotóxicos e de medicamentos veterinários, estes

últimos com a participação de outros Ministérios, como o da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento e o do Meio Ambiente.

A complexidade das questões que envolvem a cadeia produção – consumo

de alimentos em nosso país, dada sua dimensão territorial e a diversidade da produção

agropecuária, demandam um tratamento integrado, tornando imperioso que se eliminem

entraves burocráticos e, ao mesmo tempo, que se forneçam os elementos para o

desenvolvimento harmônico das atividades agroindustriais. Tais ações incluem minimizar

agressões ao ambiente e distorções no abastecimento do mercado, promovendo a inclusão

social, a geração de emprego e renda e a implantação e consolidação do desenvolvimento

agroindustrial de empreendimentos de pequeno e médio porte.

Assim, a inexistência de um sistema unificado de fiscalização sanitária que

aglutine e harmonize as três esferas de governo acarreta ora sobreposições de ações, ora

inoperância, ora interpretações legais distintas para questões sanitárias semelhantes, ora

falta de atribuições legais claras e socialmente aceitas. Enfim, a precariedade da articulação

entre os diversos órgãos e instâncias de governo impõem entraves de grande proporção ao

registro e à inspeção de produtos e empreendimentos, assim como ao trânsito e à

comercialização de produtos e subprodutos, além de exigências estruturais por vezes

conflitantes ou inapropriadas.

Por um lado, a falta de atualização da legislação federal, de forma a adequar

as exigências quanto às instalações e equipamentos à capacidade de produção dos

empreendimentos, tem restringido a instalação de pequenas e médias agroindústrias e o seu

acesso ao mercado, desviando-se, desta forma, do enfoque sanitário, objeto precípuo de tal

regramento. Por outro lado, há concepções modernas de alta especificidade que podem

embasar a ação sanitária dos serviços em termos de Boas Práticas Agropecuárias - BPA e

(11)

de Fabricação - BPF e do sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle –

APPCC, em toda a cadeia de produtos destinados à alimentação humana.

Além disso, dentro da estrutura do Estado, as responsabilidades estão

divididas, segundo critérios não explicitados na legislação, entre distintas instituições e

órgãos, conforme a origem dos produtos fiscalizados. Como exemplo, estabelecimentos que

trabalham com produtos de origem animal são, em princípio, objeto de fiscalização

sanitária de órgãos de agricultura; estabelecimentos que trabalham com produtos de origem

vegetal têm sido objeto de fiscalização sanitária por órgãos de saúde pública.

Esta situação favorece a fragmentação de ações sanitárias, a diluição de

responsabilidades, a não racionalização dos recursos humanos, materiais e financeiros, a

ausência de relações interinstitucionais e, principalmente, impõe ou favorece a existência

de limites e obstáculos ao acolhimento de iniciativas dos pequenos e médios

estabelecimentos agroindustriais.

Recentemente, outros Ministérios têm adquirido papel de destaque em temas

correlatos, como o Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comercio – MDIC, através

do INMETRO, o Ministério da Ciência e Tecnologia, através da CTNBio, na questão dos

alimentos transgênicos, e o Ministério da Justiça, nas questões que envolvem a rotulagem

dos alimentos e a defesa dos interesses dos consumidores.

É importante considerar ainda que, no âmbito federal, as estruturas dos

órgãos fiscalizadores apresentam carências e que a maioria dos municípios, assim como

alguns estados, não se estruturaram para exercer adequadamente a inspeção sanitária,

conforme estabelece a legislação em vigor.

Essa multiplicidade de estruturas localizadas em diferentes Ministérios e

encarregadas de realizar ações semelhantes sobre a mesma cadeia produtiva de alimentos,

sem que isto represente ganhos de produtividade e de efetividade na ação governamental,

não é exclusiva do Brasil. Várias nações enfrentam o mesmo problema e a discussão sobre

a sua solução tem ganhado corpo com a indicação de possíveis alternativas.

Recomendações do Codex Alimentarius, órgão formado pela Organização

das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação - FAO e a Organização Mundial de

Saúde - OMS, apontam para que os países criem estruturas únicas que tratem do tema de

controle de alimentos ou que integrem os vários Ministérios/Agências para uma ação

coordenada.

Finalmente, pode-se afirmar que a falta de harmonização de normas e

procedimentos sanitários entre as três esferas governamentais implica em pelo menos três

conseqüências: a) ausência de equivalência no estabelecimento de exigências mínimas

necessárias à garantia da sanidade dos produtos; b) restrição geográfica para o acesso ao

mercado; c) alto índice de informalidade.

(12)

DAS CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

C

ONCLUSÕES

Inicialmente, pretendia-se aprofundar os estudos para cada uma das

propostas apresentadas pelos Ministérios, a fim de se poder identificar o custo/benefício

envolvido na sua adoção. As propostas eram: projeto de lei para a criação de um sistema

integrado unificado de inspeção e controle de alimentos, criação de agência única com as

atribuições necessárias, ou integração das atividades dos atuais órgãos de controle por meio

de regulamentação infralegal. Para tanto, seria necessário um pormenorizado estudo

jurídico sobre a abrangência, os possíveis conflitos e os limites estabelecidos pela

legislação em vigor.

Entretanto, em virtude da falta de um parecer jurídico conclusivo sobre a

complexa legislação vigente e das diferentes visões dos órgãos para a solução dos entraves

diagnosticados, entendeu-se pertinente ater as recomendações de aperfeiçoamento do

sistema de inspeção e fiscalização de alimentos àquelas passíveis de acordo entre os

membros do GTI, de forma a orientar ações futuras do Governo nesse sentido.

Assim, sugerem-se as seguintes diretrizes para o aperfeiçoamento das

atividades de inspeção e fiscalização sanitária de alimentos:

1.

implantação de um sistema integrado de controle sanitário de alimentos

que garanta: a) a preservação da saúde humana e do meio ambiente,

sem a imposição de obstáculos para a instalação e legalização de

pequenas agroindústrias; b) o foco de atuação na qualidade sanitária

dos processos de produção, fundamentados nas Boas Práticas

Agropecuárias e de Fabricação e, desejavelmente, no sistema de

Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle; e c) o processo

educativo permanente e continuado para todos os atores da cadeia

produtiva;

2.

circulação em âmbito nacional de produtos fiscalizados por estados e

municípios, desde que os mesmos tenham aderido ao sistema

integrado de controle sanitário de alimentos referido no item anterior;

3.

democratização do sistema, assegurando a máxima participação das três

esferas de governo, da sociedade civil, de agroindústrias, dos

consumidores e das comunidades técnica e científica;

(13)

R

ECOMENDAÇÕES

A.

promover análise jurídica da legislação vigente, de modo a verificar se a

regulamentação por decreto, em especial da Lei Federal nº 9.712/98, é

capaz de garantir o atendimento de todas as diretrizes apontadas para

o aperfeiçoamento do sistema ou se há necessidade de um novo

marco legal;

B.

constituir: a) um Conselho Nacional, na esfera federal, com caráter

deliberativo, com a participação de representantes de estados, de

municípios, de agroindústrias, de consumidores, MAPA, MS, MDA e

da comunidade científica; b) Comitês Estaduais e Municipais, com

caráter consultivo, com a participação de representantes de

Secretarias de Agricultura e de Saúde, de agroindústrias, de

consumidores e da comunidade científica;

C.

constituir um Comitê Interministerial, com a participação do MAPA,

MS, e MDA, com o objetivo de promover a gestão integrada,

adequar os instrumentos de legislação, articular ações sistêmicas e a

promoção da capacitação dos diferentes agentes, de acordo com as

diretrizes aqui apontadas;

D.

dar continuidade ao processo de estudos e discussão iniciado pelo GTI,

agregando a participação dos segmentos sociais e industriais

envolvidos, com o objetivo de consolidar uma proposta moderna de

regulamentação, visando à harmonização e integração das ações de

controle de alimentos. A tarefa poderia ser articulada pelos órgãos de

fiscalização ou pelo comitê interministerial supramencionado, com

um prazo adequado para a sua conclusão.

Brasília, 23 agosto de 2005

Érico Leonardo Ribas Feltrin

(Coordenador)

Casa Civil da Presidência da República

Ivanildo Tajra Franzosi

Nelmon Oliveira da Costa

Marcelo Bonnet Alvarenga

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Herlon Goelzer de Almeida

Cid Roberto Almeida Sanches

Ministério do Desenvolvimento Agrário

Cláudio Maierovitch Pessanha Henriques

Cleber Ferreira dos Santos

(14)

Marcelo Pereira de Araújo

Luiz Eduardo Rodrigues Alves

(15)

ANEXOS

L

EGISLAÇÃO

C

ITADA

Portarias de Criação do GTI e de Nomeação de seus Membros

DOU – Seção 1

Ano CXLII No- 60

Brasília - DF, quarta-feira, 30 de março de 2005 ISSN 1677-7042

Atos do Poder Executivo Presidência da República CASA CIVIL

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PORTARIA INTERMINISTERIAL No- 220, DE 29 DE MARÇO DE 2005

O MINISTRO DE ESTADO CHEFE DA CASA CIVIL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA E OS MINISTROS DE ESTADO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO, DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO, DA SAÚDE E DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO, no uso de suas atribuições e tendo em vista o disposto na Lei no 10.683, de

28 de maio de 2003,

RESOLVEM:

Art. 1o Fica instituído Grupo de Trabalho Interministerial com a finalidade de estabelecer diagnóstico e apresentar propostas para aperfeiçoar as atividades de inspeção, fiscalização e controle dos

produtos de origem animal e vegetal destinados ao consumo humano.

Art. 2o O Grupo de Trabalho Interministerial será composto por um representante de cada órgão a seguir indicado:

I - Casa Civil da Presidência da República, que o coordenará; II - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; III - Ministério do Desenvolvimento Agrário;

IV - Ministério da Saúde; e

V - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

§ 1o Os representantes e seus respectivos suplentes serão designados pelo Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República, mediante indicação dos Ministros de Estado a que estiverem subordinados, consideradas as especificidades das áreas técnicas abrangidas.

§ 2o O Coordenador do Grupo de Trabalho Interministerial poderá convidar representantes de outros órgãos ou entidades, públicas ou privadas, para participar das reuniões.

Art. 3o O Grupo terá prazo de sessenta dias para conclusão dos trabalhos, contado da data de designação de seus membros, podendo ser prorrogado por igual período.

Art. 4o A participação no Grupo de Trabalho Interministerial não enseja qualquer tipo de remuneração.

Art. 5o Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

JOSÉ DIRCEU DE OLIVEIRA E SILVA

Ministro de Estado Chefe da Casa Civil

ROBERTO RODRIGUES

Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

MIGUEL SOLDATELLI ROSSETO

Ministro de Estado do Desenvolvimento Agrário

HUMBERTO SÉRGIO COSTA LIMA

Ministro de Estado da Saúde

PAULO BERNARDO SILVA

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DOU – Seção 2 Ano XLVI No- 98

Brasília - DF, terça-feira, 24 de maio de 2005 Presidência da República

CASA CIVIL

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PORTARIAS DE 23 DE MAIO DE 2005

O MINISTRO DE ESTADO CHEFE DA CASA CIVIL

DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, no uso de suas atribuições e

tendo em vista o disposto no art. 2o do Decreto no 4.736, de 11 de junho de 2003, resolve

O MINISTRO DE ESTADO CHEFE DA CASA CIVIL

DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, no uso de suas atribuições e

tendo em vista o disposto no art. § 1o do art. 2o da Portaria Interministerial no 220, de 29 de março de 2005, resolve

Nº 381 - D E S I G N A R

os servidores a seguir relacionados e seus respectivos suplentes, para integrarem o Grupo de Trabalho Interministerial instituído pela Portaria Interministerial no 220, de 29 de março de 2005, com a finalidade estabelecer diagnóstico e apresentar propostas para aperfeiçoar as atividades de inspeção, fiscalização e controle dos produtos de origem animal e vegetal destinados ao consumo humano: Casa Civil da Presidência da República:

ÉRICO LEONARDO RIBAS FELTRIN, titular, que o coordenará; IVANILDO TAJRA FRANZOSI, suplente;

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento: NELMON OLIVEIRA DA COSTA, titular;

MARCELO BONNET ALVARENGA, suplente; Ministério do Desenvolvimento Agrário:

HERLON GOELZER DE ALMEIDA, titular; CID ROBERTO ALMEIDA SANCHES, suplente; Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão: MARCELO PEREIRA DE ARAÚJO, titular; LUIZ EDUARDO RODRIGUES ALVES, suplente; Ministério da Saúde:

CLAUDIO MAIEROVITCH PESSANHA HENRIQUES, titular; e CLEBER FERREIRA DOS SANTOS, suplente.

JOSÉ DIRCEU DE OLIVEIRA E SILVA

LEI Nº 1.283, DE 18 DE DEZEMBRO DE 1950.

Dispõe sôbre a inspeção industrial e sanitária dos produtos de origem animal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu

sanciono a seguinte Lei:

Art 1º É estabelecida a obrigatoriedade da prévia fiscalização, sob o ponto de vista industrial e sanitário, de todos dos produtos de origem animal, comestíveis e não comestíveis, sejam ou não

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adicionados de produtos vegetais, preparados, transformados, manipulados, recebidos, acondicionados, depositados e em trânsito.

Art 2º São sujeitos à fiscalização prevista nesta lei:

a) os animais destinados à matança, seus produtos e subprodutos e matérias primas; b) o pescado e seus derivados;

c) o leite e seus derivados; d) o ovo e seus derivados;

e) o mel e cêra de abelhas e seus derivados. Art 3º A fiscalização, de que trata esta lei, far-se-á:

a) nos estabelecimentos industriais especializados e nas propriedades rurais com instalações adequadas para a matança de animais e o seu preparo ou industrialização, sob qualquer forma, para o consumo;

b) nos entrepostos de recebimento e distribuição do pescado e nas fábricas que industrializarem;

c) nas usinas de beneficiamento do leite, nas fábricas de laticínios, nos postos de recebimento, refrigeração e desnatagem do leite ou de recebimento, refrigeração e manipulação dos seus derivados e nos respectivos entrepostos;

d) nos entrepostos de ovos e nas fábricas de produtos derivados;

e) nos entrepostos que, de modo geral, recebam, manipulem, armazenem, conservem ou acondicionem produtos de origem animal;

f) nas propriedades rurais;

g) nas casas atacadistas e nos estabelecimentos varegistas.

Art 4º São competentes para realizar a fiscalização estabelecida pela presente lei:

a) o Ministério da Agricultura, por intermédio do seu órgão competente, privativamente nos estabelecimentos constantes das alíneas a, b, c, d e e do art. 3º desta lei, que façam comércio interestadual ou internacional, no todo ou em parte, bem como nos casos da alínea f do artigo citado, em tudo quanto interesse aos serviços federais de saúde pública, de fomento da produção animal e de inspeção sanitária de animais e de produtos de origem animal;

b) as Secretarias ou Departamentos de Agricultura dos Estados, dos Territórios e do Distrito Federal, nos estabelecimentos referidos nas alíneas a, b, c, d e e do art. 3º citado, que façam apenas comércio municipal ou intermunicipal e nos casos da alínea f do artigo mencionado em tudo que não esteja subordinado ao Ministério da Agricultura;

c) os órgãos de saúde pública dos Estados, dos Territórios e do Distrito Federal, nos estabelecimentos de que trata a alínea g do mesmo art. 3º.

Art. 4º São competentes para realizar a fiscalização de que trata esta Lei:

(Redação dada

pela Lei nº 7.889, de 1989)

a) o Ministério da Agricultura, nos estabelecimentos mencionados nas alíneas a, b, c, d, e, e f, do art. 3º, que façam comércio interestadual ou internacional;

(Redação dada pela Lei nº

7.889, de 1989)

b) as Secretarias de Agricultura dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, nos estabelecimentos de que trata a alínea anterior que trata a alínea anterior que façam comércio intermunicipal;

(Redação dada pela Lei nº 7.889, de 1989)

c) as Secretarias ou Departamentos de Agricultura dos Municípios, nos estabelecimentos de que trata a alínea a desde artigo que façam apenas comércio municipal;

(Redação dada pela

Lei nº 7.889, de 1989)

d) os órgãos de saúde pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, nos estabelecimentos de que trata a alínea g do mesmo art. 3º.

(Incluído pela Lei nº 7.889, de

1989)

Art 5º Se qualquer dos Estados e Territórios não dispuser de aparelhamento ou organização para a eficiênte realização da fiscalização dos estabelecimentos, nos têrmos da alínea b do artigo anterior, os serviços respectivos poderão ser realizados pelo Ministério da Agricultura, mediante

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acôrdo com os Govêrnos interessados, na forma que fôr determinada para a fiscalização dos estabelecimentos incluídos na alínea a do mesmo artigo.

Art 6º É expressamente proibida, em todo o território nacional, para os fins desta lei, a duplicidade de fiscalização industrial e sanitária em qualquer estabelecimento industrial ou entreposto de produtos de origem animal, que será exercida por um único órgão.

Parágrafo único. A concessão de fiscalização do Ministério da Agricultura isenta o estabelecimento industrial ou entreposto de fiscalização estadual ou municipal.

Art 7º Nenhum estabelecimento industrial ou entreposto de produtos de origem animal poderá funcionar no país, sem que esteja prèviamente registrado, na forma da regulamentação e demais atos complementares, que venham a ser baixados pelos Poderes Executivos da União, dos Estados, dos Territórios e do Distrito Federal:

a) no órgão competente do Ministério da Agricultura, se a produção fôr objeto de comércio interestadual ou internacional, no todo ou em parte;

b) nos órgãos competentes das Secretarias ou Departamentos de Agricultura dos Estados, dos Territórios e do Distrito Federal, se a produção for objeto apenas de comércio municipal ou intermunicipal.

Art. 7º Nenhum estabelecimento industrial ou entreposto de produtos de origem animal poderá funcionar no País, sem que esteja previamente registrado no órgão competente para a fiscalização da sua atividade, na forma do art. 4º.

(Redação dada pela Lei nº 7.889, de 1989)

Parágrafo único. Às casas atacadistas, que façam comércio interestadual ou internacional, com produtos procedentes de estabelecimentos sujeitos à fiscalização do Ministério da Agricultura, não estão sujeitas a registro, devendo, porém, ser relacionadas no órgão competente do mesmo Ministério, para efeito de reinspeção dos produtos destinados àquêle comércio, sem prejuízo da fiscalização sanitária, a que se refere a alínea c do art. 4º desta lei.

Art 8º Incumbe privativamente ao órgão competente do Ministério da Agricultura a inspeção sanitária dos produtos e subprodutos e matérias primas de origem animal, nos portos marítimos e fluviais e nos postos de fronteiras, sempre que se destinarem ao comércio internacional ou interestadual.

Art 9º O poder Executivo da União baixará, dentro do prazo máximo de cento e oitenta (180) dias, contados a partir da data da publicação desta lei, o regulamento ou regulamentos e atos complementares sôbre inspeção industrial e sanitária dos estabelecimentos referidos na alínea a do art. 4º citado.

§ 1º A regulamentação de que trata êste dispositivo abrangerá: a) a classificação dos estabelecimentos;

b) as condições e exigências para registro e relacionamento, como também para as respectivas transferências de propriedade;

c) a higiene dos estabelecimentos;

d) as obrigações dos proprietários, responsáveis ou seus prepostos; e) a inspeção ante e post mortem dos animais destinados à matança;

f) a inspeção e reinspeção de todos os produtos, subprodutos e matérias primas de origem animal durante as diferentes fases da industrialização e transporte;

g) a fixação dos tipos e padrões e aprovação de fórmulas de produtos de origem animal; h) o registro de rótulos e marcas;

i) as penalidades a serem aplicadas por infrações cometidas;

j) a inspeção e reinspeção de produtos e subprodutos nos portos marítimos e fluviais e postos de fronteiras;

k) as análises de laboratórios;

l) o trânsito de produtos e subprodutos e matérias primas de origem animal;

m) quaisquer outros detalhes, que se tornarem necessários para maior eficiência dos trabalhos de fiscalização sanitária.

§ 2º Enquanto não fôr baixada a regulamentação estabelecida neste artigo, continua em vigor a existente à data desta lei.

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Art 10. Aos Poderes Executivos dos Estados, dos Territórios e do Distrito Federal incumbe expedir o regulamento ou regulamentos e demais atos complementares para a inspeção e reinspeção sanitária dos estabelecimentos mencionados na alínea b do art. 4º desta lei, os quais, entretanto, não poderão colidir com a regulamentação de que cogita o artigo anterior.

Parágrafo único. À falta dos regulamentos previstos neste artigo, a fiscalização sanitária dos estabelecimentos, a que o mesmo se refere, reger-se-á no que lhes fôr aplicável, pela regulamentação referida no art. 9º da presente lei.

Art 11. Os produtos, de que tratam as alíneas d e e do art. 2º desta lei, destinados ao comércio interestadual, que não puderem ser fiscalizados nos centros de produção ou nos pontos de embarque, serão inspecionados em entrepostos ou outros estabelecimentos localizados nos centros consumidores, antes de serem dados ao consumo público, na forma que fôr estabelecida na regulamentação prevista no art. 9º mencionado.

Art 12. Ao Poder Executivo da União cabe também expedir o regulamento e demais atos complementares para fiscalização sanitária dos estabelecimentos, previstos na alínea c do art. 4º desta lei. Os Estados, os Territórios e o Distrito Federal poderão legislar supletivamente sôbre a mesma matéria.

Art 13. As autoridades de saúde pública em sua função de policiamento da alimentação comunicarão aos órgãos competentes, indicados nas alíneas a e b do art. 4º citado, ou às dependências que lhes estiverem subordinadas, os resultados das análises fiscais que realizarem, se das mesmas resultar apreensão ou condenação dos produtos e subprodutos.

Art 14. As regulamentações, de que cogitam os arts. 9º, 10 e 12 desta lei, poderão ser alteradas no todo ou em parte sempre que o aconselharem a prática e o desenvolvimento da indústria e do comércio de produtos de origem animal.

Art 15. Esta lei entrará em vigor na data da sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 18 de dezembro de 1950; 129º da Independência e 62º da República. EURICO G.DUTRA

A.de Novaes Filho Pedro Calmon

DECRETO-LEI Nº 986,

DE 21 DE OUTUBRO DE1969.

Institui normas básicas sobre alimentos.

OS MINISTROS DA MARINHA DE GUERRA, DO EXÉRCITO E DA AERONÁUTICA MILITAR , usando das atribuições que lhes confere o artigo 3º do Ato Institucional nº 16, de 14 de outubro de 1969, combinado com o § 1º do artigo 2º do Ato Institucional nº 5, de 13 de dezembro de 1968,

DECRETAM:

CAPíTULO I

Disposições Preliminares

Art 1º A defesa e a proteção da saúde individual ou coletiva, no tocante a alimentos, desde a sua obtenção até o seu consumo, serão reguladas em todo território nacional, pelas disposições dêste Decreto-lei.

Art 2º Para os efeitos dêste Decreto-lei considera-se:

I - Alimento: tôda substância ou mistura de substâncias, no estado sólido, líquido, pastoso ou qualquer outra forma adequada, destinadas a fornecer ao organismo humano os elementos normais à sua formação, manutenção e desenvolvimento;

II - Matéria-prima alimentar: tôda substância de origem vegetal ou animal, em estado bruto, que para ser utilizada como alimento precise sofrer tratamento e/ou transformação de natureza física, química ou biológica;

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III - Alimento in natura : todo alimento de origem vegetal ou animal, para cujo consumo imediato se exija apenas, a remoção da parte não comestível e os tratamentos indicados para a sua perfeita higienização e conservação;

IV - Alimento enriquecido: todo alimento que tenha sido adicionado de substância nutriente com a finalidade de reforçar o seu valor nutritivo;

V - Alimento dietético: todo alimento elaborado para regimes alimentares especiais destinado a ser ingerido por pessoas sãs;

VI - Alimento de fantasia ou artificial: todo alimento preparado com o objetivo de imitar alimento natural e em cuja composição entre, preponderantemente, substância não encontrada no alimento a ser imitado;

VII - Alimento irradiado: todo alimento que tenha sido intencionalmente submetido a ação de radiações ionizantes, com a finalidade de preservá-lo ou para outros fins lícitos, obedecidas as normas que vierem a ser elaboradas pelo órgão competente do Ministério da Saúde;

VIII - Aditivo intencional: tôda substância ou mistura de substâncias, dotadas, ou não, de valor nutritivo, ajuntada ao alimento com a finalidade de impedir alterações, manter, conferir ou intensificar seu aroma, côr e sabor, modificar ou manter seu estado físico geral, ou exercer qualquer ação exigida para uma boa tecnologia de fabricação do alimento;

IX - Aditivo incidental: tôda substância residual ou migrada presente no alimento em decorrência dos tratamentos prévios a que tenham sido submetidos a matéria-prima aumentar e o alimento in natura e do contato do alimento com os artigos e utensílios empregados nas suas diversas fases de fabrico, manipulação, embalagem, transporte ou venda;

X - Produto alimentício: todo alimento derivado de matéria-prima alimentar ou de alimento in natura , ou não, de outras substâncias permitidas, obtido por processo tecnológico adequado; XI - Padrão de identidade e qualidade: o estabelecido pelo órgão competente do Ministério da Saúde dispondo sôbre a denominação, definição e composição de alimentos, matérias-primas alimentares, alimentos in natura e aditivos intencionais, fixando requisitos de higiene, normas de envasamento e rotulagem medidos de amostragem e análise;

XII - Rótulo: qualquer identificação impressa ou litografada, bem como os dizeres pintados ou gravados a fogo, por pressão ou decalcação aplicados sôbre o recipiente, vasilhame envoltório, cartucho ou qualquer outro tipo de embalagem do alimento ou sôbre o que acompanha o continente;

XIII - Embalagem: qualquer forma pela qual o alimento tenha sido acondicionado, guardado, empacotado ou envasado;

XIV - Propaganda: a difusão, por quaisquer meios, de indicações e a distribuição de alimentos relacionados com a venda, e o emprêgo de matéria-prima alimentar, alimento in natura , materiais utilizados no seu fabrico ou preservação objetivando promover ou incrementar o seu consumo; XV - Órgão competente: o órgão técnico específico do Ministério da Saúde, bem como os órgãos federais, estaduais, municipais, dos Territórios e do Distrito Federal, congêneres, devidamente credenciados;

XVI - Laboratório oficial: o órgão técnico específico do Ministério da Saúde, bem como os órgãos congêneres federais, estaduais, municipais, dos Territórios e do Distrito Federal, devidamente credenciados;

XVII - Autoridade fiscalizadora competente: o funcionário do órgão competente do Ministério da Saúde ou dos demais órgãos fiscalizadores federais, estaduais, municipais, dos Territórios e do Distrito Federal;

XVIII - Análise de contrôle: aquele que é efetuada imediatamente após o registro do alimento, quando da sua entrega ao consumo, e que servirá para comprovar a sua conformidade com o respectivo padrão de identidade e qualidade;

XIX - Análise fiscal: a efetuada sôbre o alimento apreendido pela autoridade fiscalizadora competente e que servirá para verificar a sua conformidade com os dispositivos dêste Decreto-lei e de seus Regulamentos;

XX - Estabelecimento: o local onde se fabrique, produza, manipule, beneficie, acondicione, conserve, transporte, armazene, deposite para venda, distribua ou venda alimento, matéria-prima alimentar, alimento in natura , aditivos intencionais, materiais, artigos e equipamentos destinados a

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CAPíTULO II

Do Registro e do Contrôle

Art 3º Todo alimento sòmente será exposto ao consumo ou entregue à venda depois de registrado no órgão competente do Ministério da Saúde.

§ 1º O registro a que se refere êste artigo será válido em todo território nacional e será concedido no prazo máximo de 60 (sessenta) dias a contar da data da entrega do respectivo requerimento, salvo os casos de inobservância dos dispositivos dêste Decreto-lei e de seus Regulamentos.

§ 2º O registro deverá ser renovado cada 10 (dez) anos, mantido o mesmo número de registro anteriormente concedido.

§ 3º O registro de que trata êste artigo não exclui aquêles exigidos por lei para outras finalidades que não as de exposição à venda ou à entrega ao consumo.

§ 4º Para a concessão do registro a autoridade competente obedecerá às normas e padrões fixados pela Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos.

Art 4º A concessão do registro a que se refere êste artigo implicará no pagamento, ao órgão competente do Ministério da Saúde, de taxa de registro equivalente a 1/3 (um têrço) do maior salário-mínimo vigente no País.

(Vide Medida Provisória nº 2.190-34, de 23.8.2001)

Art 5º Estão, igualmente, obrigados a registro no órgão competente do Ministério da Saúde: I - Os aditivos intencionais;

II - as embalagens, equipamentos e utensílios elaborados e/ou revestidos internamente de substâncias resinosas e poliméricas e destinados a entrar em contato com alimentos, inclusive os de uso doméstico;

III - Os coadjuvantes da tecnologia de fabricação, assim declarados por Resolução da Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos.

Art 6º Ficam dispensados da obrigatoriedade de registro no órgão competente do Ministério da Saúde:

I - As matérias primas alimentares e os alimentos in natura ;

II - Os aditivos intencionais e os coadjuvantes da tecnologia de fabricação de alimentos dispensados por Resolução da Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos;

Ill - Os produtos alimentícios, quando destinados ao emprêgo na preparação de alimentos industrializados, em estabelecimentos devidamente licenciados, desde que incluídos em Re solução da Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos.

Art 7º Concedido o registro, fica obrigada a firma responsável a comunicar ao órgão competente, no prazo de até 30 (trinta) dias, a data da entrega do alimento ao consumo.

§ 1º Após o recebimento da comunicação deverá a autoridade fiscalizadora competente providenciar a colheita de amostra para a respectiva análise de contrôle, que será efetuada no alimento tal como se apresenta ao consumo.

§ 2º A análise de contrôle observará as normas estabelecidas para a análise fiscal.

§ 3º O laudo de análise de contrôle será remetido ao órgão competente do Ministério da Saúde para arquivamento e passará a constituir o elemento de identificação do alimento.

§ 4º Em caso de análise condenatória, e sendo o alimento considerado impróprio para o consumo, será cancelado o registro anteriormente concedido e determinada a sua apreensão em todo território brasileiro.

§ 5º No caso de constatação de falhas, erros ou irregularidades sanáveis, e sendo o alimento considerado próprio para o consumo, deverá o interessado ser notificado da ocorrência, concedendo-se o prazo necessário para a devida correção, decorrido o qual proceder-se-á a nova análise de controle. Persistindo as falhas, erros ou irregularidade ficará o infrator sujeito às penalidades cabíveis.

§ 6º Qualquer modificação, que implique em alteração de identidade, qualidade, tipo ou marca do alimento já registrado, deverá ser prèviamente comunicada ao órgão competente do Ministério da Saúde, procedendo-se a nova análise de contrôle, podendo ser mantido o número de registro anteriormente concedido.

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Art 8º A análise de contrôle, a que se refere o § 1º do art. 7º, implicará no pagamento, ao laboratório oficial que a efetuar, da taxa de análise a ser estabelecida por ato do Poder Executivo, equivalente, no mínimo, a 1/3 (um têrço) do maior salário-mínimo vigente na região.

Art 9º O registro de aditivos intencionais, de embalagens, equipamentos e utensílios elaborados e/ou revestidos internamente de substâncias resinosas e polimétricas e de coadjuvantes da tecnologia da fabricação que tenha sido declarado obrigatório, será sempre precedido de análise prévia.

Parágrafo único. O laudo de análise será encaminhado ao órgão competente que expedirá o respectivo certificado de registro.

CAPÍTULO III Da Rotulagem

Art 10. Os alimentos e aditivos intencionais deverão ser rotulados de acôrdo com as disposições dêste Decreto-lei e demais normas que regem o assunto.

Parágrafo único. As disposições dêste artigo se aplicam aos aditivos internacionais e produtos alimentícios dispensados de registro, bem como as matérias-primas alimentares e alimentos in natura quando acondicionados em embalagem que os caracterizem.

Art 11. Os rótulos deverão mencionar em caracteres perfeitamente legíveis:

I - A qualidade, a natureza e o tipo do alimento, observadas a definição, a descrição e a classificação estabelecida no respectivo padrão de identidade e qualidade ou no rótulo arquivado no órgão competente do Ministério da Saúde, no caso de alimento de fantasia ou artificial, ou de alimento não padronizado;

II - Nome e/ou a marca do alimento; III - Nome do fabricante ou produtor; IV - Sede da fábrica ou local de produção;

V - Número de registro do alimento no órgão competente do Ministério da Saúde;

VI - Indicação do emprêgo de aditivo intencional, mencionando-o expressamente ou indicando o código de identificação correspondente com a especificação da classe a que pertencer;

VII - Número de identificação da partida, lote ou data de fabricação, quando se tratar de alimento perecível;

VIII - O pêso ou o volume líquido;

IX - Outras indicações que venham a ser fixadas em regulamentos.

§ 1º Os alimentos rotulados no País, cujos rótulos contenham palavras em idioma estrangeiro, deverão trazer a respectiva tradução, salvo em se tratando de denominação universalmente consagrada.

§ 2º Os rótulos de alimentos destinados à exportação poderão trazer as indicações exigidas pela lei do país a que se destinam.

§ 3º Os rótulos dos alimentos destituídos, total ou parcialmente, de um de seus componentes normais, deverão mencionar a alteração autorizada.

§ 4º Os nomes científicos que forem inscritos nos rótulos de alimentos deverão, sempre que possível, ser acompanhados da denominação comum correspondente.

Art 12. Os rótulos de alimentos de fantasia ou artificial não poderão mencionar indicações especiais de qualidade, nem trazer menções, figuras ou desenhos que possibilitem falsa interpretação ou que induzam o consumidor a êrro ou engano quanto à sua origem, natureza ou composição.

Art 13. Os rótulos de alimentos que contiverem corantes artificiais deverão trazer na rotularem a declaração "Colorido Artificialmente".

Art 14. Os rótulos de alimentos adicionados de essências naturais ou artificiais, com o objetivo de reforçar, ou reconstituir o sabor natural do alimento deverão trazer a declaração do "Contém Aromatizante ...", seguido do código correspondente e da declaração "Aromatizado Artificialmente", no caso de ser empregado aroma artificial.

Art 15. Os rótulos dos alimentos elaborados com essências naturais deverão trazer as indicações "Sabor de ..." e "Contém Aromatizante", seguido do código correspondente.

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Art 16. Os rótulos dos alimentos elaborados com essências artificiais deverão trazer a indicação "Sabor Imitação ou Artificial de ..." seguido da declaração "Aromatizado Artificialmente". Art 17. As indicações exigidas pelos artigos 11, 12, 13 e 14 dêste Decreto-lei, bem como as que servirem para mencionar o emprêgo de aditivos, deverão constar do painel principal do rótulo do produto em forma facilmente legível.

Art 18. O disposto nos artigos 11, 12, 13 e 14 se aplica, no que couber, à rotulagem dos aditivos intencionais e coadjuvantes da tecnologia de fabricação de alimento.

§ 1º Os aditivos intencionais, quando destinados ao uso doméstico deverão mencionar no rótulo a forma de emprêgo, o tipo de alimento em que pode ser adicionado e a quantidade a ser empregada, expressa sempre que possível em medidas de uso caseiro.

§ 2º Os aditivos intencionais e os coadjuvantes da tecnologia de fabricação, declarados isentos de registro pela Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos, deverão ter essa condição mencionada no respectivo rótulo.

§ 3º As etiquetas de utensílios ou recipientes destinados ao uso doméstivo deverão mencionar o tipo de alimento que pode ser nêles acondicionados.

Art 19. Os rótulos dos alimentos enriquecidos e dos alimentos dietéticos e de alimentos irradiados deverão trazer a respectiva indicação em caracteres fàcilmente legíveis.

Parágrafo único. A declaração de "Alimento Dietético" deverá ser acompanhada da indicação do tipo de regime a que se destina o produto expresso em linguagem de fácil entendimento. Art 20. As declarações superlativas de qualidade de um alimento só poderão ser mencionadas na respectiva rotulagem, em consonância com a classificação constante do respectivo padrão de identidade e qualidade.

Art 21. Não poderão constar da rotulagem denominações, designações, nomes geográficos, símbolos, figuras, desenhos ou indicações que possibilitem interpretação falsa, êrro ou confusão quanto à origem, procedência, natureza, composição ou qualidade do alimento, ou que lhe atribuam qualidades ou características nutritivas superiores àquelas que realmente possuem. Art 22. Não serão permitidas na rotulagem quaisquer indicações relativas à qualidade do alimento que não sejam as estabelecidas por êste Decreto-lei e seus Regulamentos.

Art 23. As disposições dêste Capítulo se aplicam aos textos e matérias de propaganda de alimentos qualquer que seja o veículo utilizado para sua divulgação.

CAPíTULO IV Dos Aditivos

Art 24. Só será permitido o emprêgo de aditivo intencional quando: I - Comprovada a sua inocuidade;

II - Prèviamente aprovado pela Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos; III - Não induzir o consumidor a êrro ou confusão;

IV - Utilizado no limite permitido.

§ 1º A Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos estabelecerá o tipo de alimento, ao qual poderá ser incorporado, o respectivo limite máximo de adição e o código de identificação de que trata o item VI, do art. 11.

§ 2º Os aditivos aprovados ficarão sujeitos à revisão periódica, podendo o seu emprêgo ser proibido desde que nova concepção científica ou tecnológica modifique convicção anterior quanto a sua inocuidade ou limites de tolerância.

§ 3º A permissão do emprêgo de novos aditivos dependerá da demonstração das razões de ordem tecnológica que o justifiquem e da comprovação da sua inocuidade documentada, com literatura técnica científica idônea, ou cuja tradição de emprêgo seja reconhecida pela Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos.

Art 25. No interêsse da saúde pública poderão ser estabelecidos limites residuais para os aditivos incidentais presentes no alimento, desde que:

I - Considerados toxicològicamente toleráveis;

Referências

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