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EVANGELIZAR. Um novo jeito de

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Edição Nº 233 - Ano XXX I Setembro e Outubro de 2020 I R$ 10,00

Igreja adere às mídias sociais para levar a Palavra de

Deus e interagir com seus fi éis em tempos de

pan-demia. Vovó Cybila Valmórbida, por exemplo,

acom-panha as missas diariamente pelo youtube ou em

canais próprios de redes católicas de evangelização.

Um novo jeito de

EVANGELIZAR

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É com muito carinho que a 3º geração

da família Só Só Colchões e Decorações,

quer levar aconchego para o seu lar!

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Revista Arquidiocesana Catedral I Setembro e Outubro de 2020

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Revista Arquidiocesana CatedralISetembro e Outubro de 2020

CIDADANIA

Equipe de assistentes sociais do Hospital Universitário realizam ações humanizadas que ajudam a amenizar a solidão e sofrimen-to dos pacientes .

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ENTREVISTA

A Tanatóloga Sônia Farber fala sobre as dificuldades no enfrentamento do luto com a impossibilidade das despedidas pelos familiares.

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REPORTAGEM

Com o fechamento dos tem-plos e a necessidade do isola-mento social, Igreja descobre um novo meio de evangelizar: as mídias sociais.

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ARQUIDIOCESE EM FOCO

24 -

Festividades em homenagem à Padroeira N.S.Aparecida ganham novo formato na Catedral de Cascavel.

26 -

Pastoral Política da Arquidioce-se de Cascavel acompanha candida-tos indicados pelas paróquias.

ÍNDICE

35 -

Coluna da juventude aborda a fase das dúvidas, que tira o sono e causa ansiedade nos jovens.

41 -

Clinica odontológica humaniza atendimento indo onde o paciente está: em casa ou nos hospitais.

29 -

Dom Mauro Aparecido dos Santos lança cartilha de orientação política para eleitores e candidatos.

30 -

Em 25 de julho Bernard Maina Wambui foi ordenado diácono na Pa-róquia do Parque São Paulo/Cascavel.

Setembro e Outubro de 2020 - Nº 233 Revista Bimestral - Ano XXX Cascavel - PR Endereço: R. Vicente Machado, 1415, Cascavel - PR Fone e WhatsApp: (45) 3224-6239 ou (45) 99972-4550 E-mail: mariarosa@doppslucom.com.br lurdestirelliguerra@gmail.com Site: www.arquicascavel.org.br Diretor-Presidente:

Dom Mauro Aparecido dos Santos

Conselho Editorial:

Domingos Pascoal

Maria Rosa Hipólito Pereira de Souza Lurdes Tirelli Guerra

Pe. Luciano Cordeiro Pe. Divo de Conto Diony Alexandre Januário Matheus Scalfoni

Jornalista Responsável:

Maria Rosa Hipólito Pereira de Souza Registro sob no 4530

Reportagens e edição:

Lurdes Tirelli Guerra (45)99972-4550 Diagramação: Brunno R Guerra e Lurdes T Guerra B&L Editoração Gráfi ca Foto da Capa: Jonathan Borba Revisão:

Equipe do Conselho Editorial

Departamento Comercial:

Dopps Lucom Comunicação Integrada Ltda. Maria Rosa (45) 3224-6239 (45) 99971-0565 - com WhatsApp E-mail: mariarosa@doppslucom.com.br Tiragem: 5.000 Exemplares Circulação:

Nos 17 municípios e 39 paróquias da Arquidiocese de Cascavel

OS ARTIGOS DA REVISTA PODEM SER REPRODUZIDOS DESDE QUE CITADA A FONTE.

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Revista Arquidiocesana Catedral ISetembro e Outubro de 2020

EDITORIAL

EVANGELIZAÇÃO

em tempos de pandemia

As mídias sociais se tornaram

um novo caminho para difundir a fé.

C

aro leitor(a) em tempo de Pandemia do Covid-19,

foi preciso reinventar-se para fazer chegar a Pala-vra de Deus aos fiéis. Esta situação extraordinária que o País e o mundo vivem, pela propagação do Corona Vírus (Covid-19), fez crescer o número das paróquias da Arquidiocese de Cascavel que estão utilizando as re-des sociais para transmissões on-line: não só das Santas Missas, mas também como modo de evangelização, e ainda uma oportunidade de manter contato com os pa-roquianos através das ferramentas digitais. Como afir-mava o papa emérito Bento XVI, estamos diante de um novo Areópago, que é o mundo digital e que também precisa do fermento do Evangelho.

Este tempo grave de Pandemia fechou as portas de nossas igrejas, mas a Igreja não está fechada, ela conti-nua alimentando seus filhos e filhas através da oração, da Palavra, das celebrações transmitidas pelas TVs Ca-tólicas, rádios e mídias sociais, continua assistindo aos pobres e mais necessitados pela caridade e criando redes de solidariedade. Afirmava o Papa Francisco.

Desde o findar de março, quando se acentuou o isolamento social, seguindo as normativas sanitárias dos governos federal, estadual e municipal, agentes da Pastoral da Comunicação (Pascom) das paróquias tem se desdobrado para fazer chegar à mensagem do Evan-gelho. Muitas iniciativas marcantes aconteceram neste período, iremos perceber isto nas entrevistas que fazem parte desta edição da revista.

O mês de setembro como é costumeiro na Igreja do Brasil, é reservado à valorização e meditação da Palavra de Deus em nossas comunidades paroquiais, pois nin-guém ama aquilo que não conhece, como afirmava São Jerônimo, o grande padroeiro dos exegetas bíblicos. E as mídias sociais serão, como observamos neste tempo de Pandemia, cada vez mais um caminho salutar para o anúncio desta Palavra.

No Brasil, o mês de outubro é marcado, dentro do calendário religioso, pela devoção à Nossa Senhora

Aparecida, padroeira do nosso país. Também em nos-sa Arquidiocese, é um momento muito forte, por ela ser também nossa padroeira. Por isso, se dá bastante ênfase nas comunidades paroquiais ao dia 12 de outubro, com novenas em honra a Mãe de Jesus sob o título de Apa-recida, bem como celebrações solenes, unindo às come-morações civis do dia das crianças também celebrado na mesma data.

Buscando uma maior conscientização ante às elei-ções municipais, esta edição apresentará o trabalho da pastoral política, que iniciou sua caminhada no ano passado de forma efetiva em nossa Arquidiocese, ten-do em vista um trabalho com as lideranças católicas e, sobretudo, dos candidatos, especialmente os que foram indicados pela própria igreja, que se colocam no pleito.

Todos estes assuntos estão permeados do novo ca-minho digital. Quem entendeu isto, saiu na frente para levar a presença do Cristo em todos os ambientes. Pe. Luciano Cordeiro

Pároco da Paróquia Santa Cruz

Cf. MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI PARA O 45º DIA MUN-DIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS. Verdade, anúncio e autenticidade de vida, na era digital. 05 de junho de 2011. Cf. PAPA FRANCISCO. Pandemia e Pós - Pandemia: Dez Pontos para Reflexão “Eis que eu estou convosco todos os dias”(Mt 28,20). 08 maio 2020.

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Revista Arquidiocesana Catedral ISetembro e Outubro de 2020

VOZ DO PASTOR

Dom Mauro Ap. dos Santos Arcebispo da Arquidiocese de Cascavel

O QUE É

a pastoral social?

''Ele é fi el para sempre, faz justiça aos oprimidos, dá alimento a quem

tem fome. O Senhor livra os prisioneiros, o Senhor devolve a vista aos

cegos, o levanta quem caiu, o Senhor protege os estrangeiros, ampara

o órfão e a viúva'' (Sl 146, 6-9)

s

e para a Igreja o serviço de caridade ''é expressão ir-renunciável à sua própria essência'', a Pastoral Social é a expressão da misericórdia de Jesus para com as si-tuações onde a vida está ameaçada. Expressão esta que renova, a cada dia, a lição da Guaudium Et Spes: ''As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens e mulheres de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles e aquelas que sofrem, são também as ale-grias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos dis-cípulos e discípulas de Cristo''. E ela coloca os diferentes serviços das Pastorais Sociais na dinâmica do seguimen-to de Jesus, para que nele os marginalizados, excluídos, pobres, mulheres, crianças e adolescentes, sem terra, sem casa, os que são considerados ''insignificantes'' para o sistema, os camponeses, indígenas, afro descendentes, povos tradicionais, migrantes, itinerantes... tenham vida e a tenham num ambiente preservado.

Cristãos e Cristãs envolvidos com as Pastorais So-ciais enfrentam, cotidianamente, a situação de miséria, opressão e violência nos níveis econômico, político, so-cial, cultural e de gênero, ou seja, uma realidade marca-da pela injustiça institucionalizamarca-da. Isto supõe situações de conflito e embates políticos, pois no seu compromis-so com o estabelecimento de uma compromis-sociedade justa e compromis- so-lidária, esses agentes da pastoral, associados a outros movimentos sociais, mexem em interesses de grupos privilegiados ou que não desejam que haja mudanças.

Não raramente surgem incompreensões por parte dos próprios irmãos das comunidades. Muitas vezes se ouvem acusações de que essas Pastorais Sociais se confu-dem com política e com partidos. Além disso, as pessoas envolvidas são acusadas de não cultivar a espiritualidade, ou de fecharem-se à dimensão transcendente e se interes-sarem exclusivamente pela ação histórica.

O cristão é chamado a ler a história e a realidade com o olhar de Deus, sabendo que esta leitura não se dá de forma imediata, nem de maneira clara. É preciso discernir e interpretar os fatos, os acontecimentos e os atores den-tro da ambiguidade e com os limites que o olhar humano carrega, pois ''agora vemos como em espelho e de manei-ra confusa'', conforme expressão de São Paulo.

Esses limites na leitura e compreensão da realidade não devem paralisar as pessoas e sim incentivá-las a

per-ceber os sinais de Deus, que, muitas vezes, se mostram de forma velada. Para acolher essa manifestação, é pre-ciso ter os olhos e o coração abertos, para não se deixar enganar pelos falsos sinais que desviam do caminho do verdadeiro seguimento de Jesus. A sociedade neolibrral fracassou por vários motivos: o capital como sobera-no se torsobera-nou a morte dos pobres, que são a maioria sobera-no planeta: o lucro como fim justifica meios altamente dia-bólicos, capazes de manipular, violentar e até destruir a humanidade e o meio ambiente; o mercado livre como aldeia global é a legitimação da lei dos mais fortes e a destruição do Estado de Direito, ou seja, daquele Estado democrático, participativo e a serviço do bem comum.

Essa sociedade do individualismo sacralizado e do lucro como felicidade absoluta está frustrando o Plane-ta e até suicidando o próprio sistema. De fato, vários autores sustentam que o neoliberalismo não é somente homicida, mas também suicida.

Claro, não se pode aceitar a ditadura do Capital, imposta pelo neoliberalismo, nem a ditadura do Esta-do, imposta pelo socialismo real. A humanidade está cansada de sofrer e de ser oprimida. É necessário, com urgência, um novo sistema em que a prioridade seja a humanidade e o meio ambiente.

A história é mestra de vida, e "quem esquece a histó-ria está destinado a repetí-la''. O termo paradigma quer dizer aquilo que move a nossa ação, algo que disciplina a nossa sociedade e mediante a qual a sociedade organi-za o conjunto de relações e orienta o próprio agir.

O paradigma que regulamenta as relações é o lucro, ou seja, tirar vantagem, reduzindo e destruindo a pessoa como indivíduo e como comunidade, absolutizando o mercado livre como fim de tudo, pois maximiza o lucro e acumula capital. A pessoa, tanto como indivíduo quanto como comunidade, é somente um meio. O lucro se iden-tifica sempre mais com o mercado.

Concluo perguntando: como mudar o coração do capitalismo neoliberal, para que o capital seja subordi-nado à sociedade, ou seja, um capital voltado para as massas e para a dignidade humana? Como fazer acon-tecer essa urgente metamorfose: do capital neoliberal fazer desabrochar um capital neosolidário, para que se transforme no bem de todos?

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Revista Arquidiocesana Catedral I Setembro e Outubro de 2020

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Revista Arquidiocesana CatedralISetembro e Outubro de 2020

MUNDO DE DEUS

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TRANSFORMAMOS O ENCANTO E A BELEZA DAS ROCHAS ORNAMENTAIS EM PISOS, TAMPOS, APARADORES, ESCADARIA E REVESTIMENTOS QUE VALORIZAM SUA OBRA.

UM ANO SALVANDO VIDAS

O Barco-Hospital Papa Francisco, que ofere-ce aofere-cesso à saúde básica às pessoas que moram nas proximidades dos rios, no interior do Amazonas completa um ano nesse mês de setembro. O proje-to nasceu da provocação do Papa Francisco ao frei Francisco Belotti, da diocese de Óbidos, no Pará.

A embarcação cruza as águas do Rio Amazo-nas ofi cialmente desde setembro do ano passado. De lá para cá já foram realizados mais de 46 mil atendimentos, distribuídos em municípios que margeiam o Rio Amazonas. A embarcação conta com 23 profi ssionais da área da saúde e abriga salas para serviços médicos de raio-x, mamógrafo, ecocardiograma, teste ergométrico, sala cirúrgica, laboratório de análises, farmácia, sala de vacina-ção, consultórios médicos, consultório oftalmo-lógico e odontooftalmo-lógico, e ainda, leitos de interna-ção. A Congregação das Pequenas Missionária de Maria Imaculada auxilia também no atendimento hospitalar.

Em entrevista ao portal da CNBB, frei Joel Sousa, que integra a coordenação da comitiva do barco, celebrou a existência de um ano do proje-to na vida do povo amazônico. “Essa embarcação já fez grandes milagres na vida do nosso povo ri-beirinho, levando a saúde e a esperança”, disse. (Fonte: CNBB)

CAMPANHA CHAMA A ATENÇÃO PARA AMAZÔNIA

Organizada pela Comissão Epis-copal para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em parceria com outras organizações eclesiais e da sociedade civil, a Campa-nha “Amazoniza-te”, lançada no dia 29 de julho, propõe a participação ativa de todo o povo em defesa da Amazô-nia, seu bioma e seus povos ameaça-dos em seus territórios.

A iniciativa surge atenta ao contexto onde as violências contra os povos tra-dicionais são agravadas pela pandemia da Covid-19. É motivada, ainda, por uma conjuntura onde o desmatamento e a grilagem, as queimadas, a mineração e ga-rimpo se intensifi cam, tornando-se agentes de proliferação do coronavírus nas co-munidades da região amazônica. (Fonte: CNBB)

MAIS FORTE QUE A FÉ

 Os bombeiros da cidade de Armstrong, na província argentina de Santa Fé, não encontraram explicações para o fato de que um incêndio numa área de vegetação seca deixou intacta apenas a pequena área ao redor de uma capeli-nha branca. O fogo literalmente rodeou o pequeno altar com uma cruz e uma imagem de Nossa Senhora, instalada há mais de vinte anos pelos pais de uma jovem chamada Natalia, falecida em acidente de trânsito aos 13 anos de idade. Os próprios pais, que mantêm o altar regularmente limpo e bem cuidado, foram testemunhas do incêndio e do fato de que as chamas não se aproximaram dele:

“É inexplicável porque a grama está seca, como em todo o lugar. Ao redor da capelinha a grama está mais alta. É incrível”. Germán Cechi, ofi cial dos

bom-beiros de Armstrong, decla-rou: “O fogo chegou bem per-to, mas o altar, mesmo sendo branco, nem sequer fi cou sujo pela fumaça e pelas cinzas; totalmente intacto. Indepen-dentemente de cada um ser religioso ou não, acreditar ou não, isso não tem explicação para nós”. (Aletéia)

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MUNDO DOS HOMENS

MAIS AMOR AO PRÓXIMO

Com os Estados Unidos enfrentando grande aumento nos atos de vandalismo anticristão, os bispos do país têm chama-do os católicos a “responder à confusão e ao ódio com o amor”, sabendo que vivem numa sociedade que precisa de cura.

Em mensagem de vídeo divulgada em 31 de julho, o arcebispo de Portland, dom Alexander Sample, que tem se pronuncia-do reiteradamente contra a violência na cidade, encorajou os católicos a renovarem sua fé e esperança em Deus e afi rmou que, embora o estado da Igreja e do mundo seja preocupante, “este é um ótimo momento para ser católico”, porque “a Igreja ensina que toda pessoa tem dignidade” e este é um contexto em que temos a oportunida-de oportunida-de reforçar essa dignidaoportunida-de. Ele também pediu que as paróquias de Portland orga-nizem grupos para ler, estudar e discutir a carta do episcopado norte-americano de 2018 sobre o racismo, “Open Wide Our He-arts” (Abramos bem o coração).

A mensagem foi dada após Manifes-tantes que se diziam indignados com o racismo queimarem uma pilha de livros, incluindo a Bíblia. (Fonte: Aletéia)

ONDE FICA A FÉ?

Via rede social, o Pe. Zezinho se ma-nifestou a respeito de uma declaração do apresentador Luciano Huck, que fez votos de que o novo ministro da Educação, Mil-ton Ferreira, pastor da Igreja Presbiteriana, “deixe suas crenças e ideologias em casa”.

O sacerdote escreveu: Um astro da Glo-bo deu este conselho para o novo ministro da Educação. O que quer que ele tenha in-tencionado dizer com isto, certamente o as-tro global ou não entende de Educação ou de Religião e crença. É contrassenso ir para o trabalho e deixar a fé em casa e levá-la só quando for ao culto da sua Igreja!

Torno a dizer que em tudo que um crente em Jesus fi zer ele deve levar junto seus princípios cristãos! Não se deixa a sua crença e sua fé em casa. E não se é cristão só no templo ou só no fi m de semana. Isto serve para qualquer cidadão. Princípios não se deixam na gaveta! Se o novo ministro errar, responderá pelo que disser ou fi zer. Mas ninguém pode deixar sua fé numa gaveta.

CURAR O MUNDO

 “A pandemia continua causando feridas profundas, desmascarando as nossas vulnerabili-dades”, disse o Papa Francisco no seu retorno à tra-dicional Audiência Geral das quartas-feiras, depois da pausa de verão de julho. Nas últimas semanas o Pontífi ce abordou o tema “Curar o mundo” so-bre questões da pandemia que revelou, soso-bretu- sobretu-do, “doenças sociais”. Uma análise que será feita “à luz do Evangelho, das virtudes teologais e dos princípios da doutrina social da Igreja”. Juntos va-mos, então, “ajudar a família humana a curar este mundo que sofre de doenças graves” para cons-truir um mundo melhor e de esperança às futuras gerações. (Fonte: VaticanNews)

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ENTREVISTA

n

o livro “Da Pedra à Nuvem: um iti-nerário tanatológico”, a tanatóloga Dra.Sonia Sirtoli Färber, define o luto como “um processo de absorção do impacto causado pela morte, em que a pessoa enlutada se adequa à nova rea-lidade e modo de ser na vida, depois da morte de alguém com o qual mantinha um vínculo afetivo importante. Quanto mais intenso o vínculo, maior o sofri-mento, que deverá se ressignificado no itinerário de enlutamento.”

O rompimento brusco e agressivo causado pelo contágio e pela morte de entes queridos, tornou o luto um pro-cesso muito doloroso, e, não foram so-mente as pessoas infectadas pelo vírus que estão sofrendo nesse momento, mas os familiares também são bastan-te atingidos, tanto por parbastan-te de quem esteve ou está doente, quanto de quem perdeu a batalha para a Covid-19.

É a dor de não poder acompanhar o seu enfermo de perto e, ainda maior, a dor de não poder velar de maneira digna os que partiram. São milhares os filhos que não puderam presenciar a despedida de um pai, assim como as pessoas de bem, que atuaram a vida toda a serviço de suas comunidades e que, no fim, partiram sozinhos. Para os que ficam, essa dor é enorme, mas, será possível abrandá-la? Como?

Para compreender melhor esse as-sunto e conhecer os possíveis meios para vencer essa batalha, conversamos com a Dra. Sonia Sirtoli Färber. Ela tem Pós-Doutorado em Ciências do Cuidado da Saúde pela UFF-RJ. Dou-torado e Mestrado em Teologia, pela EST-RS; é especialista em Educação,

revisora das revistas: "Athens Journal of He-alth and Medical Scien-ces", "Athens Journal of Tourism", e "Athens Journal of Social Scien-ces". ATINER - Athens Institute for Education and Research (Atenas, Grécia). Também é es-critora, com 7 livros publicados e há 21 anos escreve artigos para as revistas Catedral e Rainha dos Apóstolos. Pesquisadora da Antro-pologia da morte, dos lutos e dos ritos

funerá-rios e de epitáfios e lápides cemiteriais. Membro da Rede Nacional de Tanato-logia e da Liga Acadêmica de Neuro-ciências e Psiquiatria, além de pesqui-sadora do Núcleo de "Filosofia, Saúde e Educação Humanizada", UFF. Suas mídias sociais são: @vivertanatologia, @teologiaetanatologia

RV CATEDRAL: As famílias que têm entes internados sofrem por não poder cuidar do seu familiar. Como trabalhar esse sentimento?

SONIA: Os sentimentos que en-volvem as perdas, sejam elas tempo-rárias ou definitivas, são um misto de impotência diante de uma força maior que a sua, medo pelo que poderá vir a acontecer e frustração por ter que lidar com uma condição completamente adversa. Reconhecer os sentimentos já é um passo importante para o enfren-tamento da perda. As pessoas em tais

situações devem, tanto quanto possível, perceber o que está sentindo e acolher esses sentimentos. Acolher é aceitar que tais emoções emerjam. Acolher não é alimentar nem reprimir essas emo-ções, mas acompanhar com o máximo de naturalidade o fluxo desses senti-mentos. Esses sentimentos se forem alimentados podem ficar descontrola-dos, mas, se forem reprimidos poderão manifestar-se posteriormente de forma ainda mais dramática.

RV CATEDRAL: O paciente também se sente abandonado, jus-tamente num momento em que o afeto faz diferença. Como superar?

SONIA: Neste momento nosso olhar recai sobre os pacientes do CO-VID-19, mas há que se ampliar essa reflexão para tirar dela um ensinamen-to duradouro, e desta forma, perceber que a condição de doente, por qualquer

A pandemia fez com que muitos

víncu-los fossem rompidos de forma brusca

e até agressiva, tornando o luto um

processo ainda mais doloroso.

COMO ENFRENTAR O LUTO

em tempos de pandemia

uDra Sonia Sirtoli Färber - Tanatóloga, de Cascavel/PR Com Sonia Sirtoli Färber

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Revista Arquidiocesana Catedral I Setembro e Outubro de 2020

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ENTREVISTA

enfermidade e em qualquer momento histórico, sempre impõe certo nível de restrição do contato. Lidar com a pro-visoriedade da vida exige clareza e exer-cício prévio e constante de atenção ao essencial da vida, por isso, é nos tempos de saúde que a pessoa se prepara para a perda dela. Depoimentos marcantes têm sido vistos nestes tempos que de-monstram que os pacientes enfrentam a mesma situação de modos diversos, entretanto, é comum a todos a tristeza por estar longe dos seus familiares e do seu ambiente doméstico. Essa tristeza será aliviada pela presença dos cuida-dores, equipe de enfermagem e médica que, neste período, têm demonstrado criatividade e espiritualidade para aco-lher o sofrimento emocional e as dores físicas destes pacientes. O que os fami-liares não podem fazer, nem dizer, os cuidadores têm feito e dito. Estes “Ciri-neus” têm a resposta sobre o que fazer para enfrentar este momento, cabe aos familiares e sociedade ser para eles esse apoio e, assim, formar o ciclo do bem.

RV CATEDRAL: A pessoa estava bem e do nada acaba num hospital, não pode mais ser visto pela família e, de lá não volta mais. É um rom-pimento muito drástico. Como fica essa carga emocional?

SONIA: A morte sempre causa surpresa e estranheza, seja ela moti-vada por doença, traumatismo, an-cianidade... A tragicidade da morte está vinculada à própria constituição antropológica: o ser humano é orde-nado para a vida, e a morte nega essa que é sua destinação primordial! O ser humano está em constante construção e aprende com as experiências acumu-ladas ao longo da vida, o paradoxo é que quanto mais vive, mais especia-lizado e preparado para viver ele está e, na mesma proporção, mais se afas-ta da vida e vai de encontro à morte. Por isso, sempre imaginamos que o fim da vida será natural, mas a pandemia subverteu essa lógica e exigiu de todos atenção e cuidado consigo mesmo e com seus entes queridos. De certa for-ma toda a sociedade vive um estado de

luto antecipatório sofrendo por perdas que poderão acontecer e, este estado é reforçado com cada novo óbito atuali-zado pelas estatísticas. Este certo grau de anonimato, de ausência de rosto dos vitimados pelo COVID-19, abre a possibilidade de cada um colocar--se na condição daquela família enlu-tada, conferindo assim, um estado de luto coletivo que se retroalimenta pelas mortes constantes no Brasil e no mun-do. Para lidar com realidade é necessá-rio vivenciar o luto dando sentido e ali-mentando um propósito para a própria vida. Quem tem um sentido para viver já venceu a morte.

família deve buscar argumentos e res-postas que sejam do alcance cognitivo e da maturidade emocional dela, mas, sempre falando a verdade. Eufemismos como “vovô viajou, vovó está dormin-do, virou estrelinha...” podem manter a criança na expectativa do retorno, prolongando o sofrimento. Livros, de-senhos animados e filmes adequados à idade da criança, são muito úteis para abordar o tema e ajuda-los a refletir sobre a morte. Destaco o livro “Para sempre no meu coração” (AUBREY, Annette. Barueri, SP: Girassol, 2009) que poderá ser útil para pais e crianças enlutadas.

RV CATEDRAL: O que muda quando se consegue dizer adeus, se despedir, mesmo que simbólica?

SONIA: Na realidade humana também existem ações que, se repeti-das, dão conforto e estabilidade emo-cional, essas ações são os ritos. Ritua-lizar é repetir cenas, gestos, palavras e cantos, da mesma forma que já fizeram outras pessoas em situações similares. Os ritos acompanham a vida nas suas mudanças e rupturas, mas também, encerram etapas e dão início a novos ciclos, daí a sua necessidade. Através dos ritos de passagem os indivíduos, e a sociedade, percebem o fluxo da vida tornando-se capazes de compreender que as realidades passam, mas que a vida segue e que existem novas possi-bilidades. O que muda quando os ritos são omitidos é que a sensação de fe-char um ciclo ou uma história dá lugar à sensação de interrupção e de falta de conclusão, fazendo com que o enluta-do permaneça mais tempo estarrecienluta-do e com o sentimento de que não foi real o fim e a morte.

RV CATEDRAL: Como as pes-soas estão lidando com a questão de não poder velar amigos e fami-liares?

SONIA: Como escrevi no artigo da edição nº 232 da revista Catedral: “É consolador promover e participar de ritos, pois eles têm o poder de retirar a pessoa da negação dos fatos, tornan-RV CATEDRAL: É possível

ame-nizar esse sofrimento? E como aju-dar as crianças que estão de luto, especialmente por seus avós, e pes-soas idosas?

SONIA: O luto não pode ser limi-tado por um tempo cronológico, mas um tempo de ressignificação da vida. Desta forma, há lutos que são elabora-dos com maior brevidade e outros que demoram mais. Essa diferença na su-peração da perda está condicionada a vários elementos que podem ser dificul-tadores ou facilidificul-tadores neste processo de enfrentamentos, esses condicionan-tes podem ser: a idade do falecido, o motivo da morte, o grau de intimidade e familiaridade, a saúde mental do en-lutado, o investimento emocional no relacionamento do enlutado com o fa-lecido, entre outros. O tempo sozinho não cura o sofrimento da perda, mas o tempo usado com sabedoria utilizando instrumentos e acompanhamentos que promovam serenidade e paz farão com que o enfrentamento seja saudável, progressivo e eficaz.

Quando o enlutado é criança a

O ser humano sente falta de t�do o

que lhe proporciona bem-estar,

felicidade, seg�rança, meios para

alcançar seus propósitos e,

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Revista Arquidiocesana CatedralISetembro e Outubro de 2020

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RV CATEDRAL: Esse luto com-plicado é mais um problema de saúde pública a ser vencido após a pandemia?

SONIA: Sem dúvidas a pandemia trouxe novas questões para a saúde pú-blica, mas a resiliência é marca do ser humano. A humanidade, ao longo das eras, vem enfrentando e superando de-safios por mortes simbólicas (perdas) e por óbitos e sempre alcançou êxito atra-vés dos instrumentos internos que dis-punha. Prefiro ser otimista e pensar nas possibilidades de rehumanização da sociedade; da força curativa da empa-tia, da solidariedade e da espiritualida-de; da técnica e capacidade das ciências para enfrentar esta realidade. É cedo para falarmos de “luto complicado”, só o tempo dirá quais lutos complicaram--se e como os enlutados lidaram com suas perdas, pois nem todo luto sofrido

e dramático se torna um luto compli-cado. Poderá essa pandemia deixar um rastro de doenças emocionais e men-tais que se configurará num problema de saúde pública, mas esperamos pelo melhor e cremos na força de superação que existe em cada um.

RV CATEDRAL: Com a pande-mia muitas pessoas estão vivendo outros tipos de luto também, prin-cipalmente em relação à perda de esperança e de novas possibilidades de futuro ante às dificuldades eco-nômicas. Como você vê isso?

SONIA: O ser humano sente falta de tudo (e de todos) que lhe propor-ciona bem-estar, felicidade, segurança, meios para alcançar seus propósitos e, especialmente, motivo para viver. As restrições associadas à pandemia ame-açam a todos, pois provoca o medo de perder algumas destas realidades citadas e, o medo, já é uma perda em si mesmo, pois esvazia a espontanei-dade e a tranquiliespontanei-dade com que se lida com situações e pessoas, fazendo com que os indivíduos sofram com hipóte-ses reais, mas de forma antecipada. E, quando essas hipóteses se confirmam a sensação é de perda que, resguardan-do as devidas proporções, equivalem à uma sensação de morte que, em Ta-natologia, qualificamos como “mortes simbólicas”. A expressão “morte sim-bólica” não se refere a um tipo de morte que existe só no campo das ideias, mas

toda e qualquer perda, exceto óbito, que a pessoa dá grande importância, capaz de alterar o rumo da sua vida e dos seus afetos. Uma perda poderá ter significado devastador para alguém e, a mesma perda, não ter o mesmo impac-to para outro, por isso é simbólica, por-que por-quem perdeu é por-quem vai simbolizar e avaliar o peso desta ausência.

RV CATEDRAL: Comparado à morte, é mais fácil enfrentar esse tipo de luto/perda?

SONIA: Nem sempre. Há casos em que o óbito é enfrentado melhor que uma morte simbólica. Isso decorre dos facilitadores do enfrentamento da per-da e por ter mais elementos de consola-ção. Assim, pode ser mais fácil enfren-tar a morte de uma pessoa que amou e que foi amada, do que o rompimento de um vínculo afetivo, separação, divórcio, traição de um amigo, etc. Nestes casos um dificultador da elaboração do luto é a ausência de empatia e consolo social, como o que ocorre quando acontece um óbito. Perdas financeiras, perdas de oportunidades, perda de trabalho e de bens, em muitos casos, impor lutos mais exigentes que lutos por morte.

RV CATEDRAL: A sociedade e os profissionais de saúde têm fala-do mais em espiritualidade. Como a espiritualidade pode responder a essas questões do sofrimento

SONIA: A espiritualidade não está dissociada do cuidado humano, ao contrário, o cuidado requer espiri-tualidade, haja vista que, da parte do paciente, a esperança e o ânimo para enfrentar o sofrimento e a doença são mantidos pela espiritualidade e, da parte do profissional da saúde, a espiri-tualidade fortalece o ânimo de lutar a despeito das realidades contrárias.

O sofrimento não tem sentido em si mesmo, é a pessoa em sofrimento que vai qualificar esse momento existencial. O próprio Jesus não discursou sobre o sofrimento humano, mas deu a mais eloquente resposta fazendo-se partici-pante do sofrimento humano e sendo solidário com quem sofre.

"O medo esvazia a espontaneidade

e a t�anquilidade com que se lida

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e dramático se torna um luto

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Revista Arquidiocesana Catedral ISetembro e Outubro de 2020

M

uitas pessoas não sabem que nos hospitais há profissionais capazes de ajudá-los em diversos problemas que surgem com o internamento de um familiar, mas lá estão as assistentes so-ciais, disponíveis para ouvir, entender suas necessidades e traduzir o seu sen-timento para a equipe médica. E são estes profissionais que a Revista Ca-tedral quer homenagear nesta edição, representados pela equipe do Hospital Universitário de Cascavel.

O Assistente Social atua por meio de entrevistas e contato com a rede de seviços, apura as condições socioeco-nômicas do paciente e seus familiares, realiza encaminhamentos e orienta-ções. “Informamos esses dados à equi-pe que acompanha o paciente para que sejam realizadas intervenções durante o internamento e encaminhamentos pós-alta”, afirma a assistente social Daniela Prochnow Gund, responsável pela UTI e ala Covid-19.

Integrante da mesma equipe, Cris-tiane Zimmer destaca que é preciso ter um olhar para a integralidade do paciente. “Ele tem uma família, um domícilio, um trabalho, onde são ne-cessárias algumas intervenções especí-ficas. Ou seja, o assistente social não olha apenas para o paciente, mas para o todo, identificando várias situações e buscando soluções dentro das políticas sociais, da saúde", disse.

NOVOS APRENDIZADOS

Com a chegada da pandemia os serviços passaram a ter um novo enfo-que e o atendimento às famílias tam-bém mudou bastante, pois surgiram novas demandas, uma vez que os pa-cientes com Covid estão isolados e nas

demais alas também foram canceladas as visitas. “Isso acaba deixando as fa-mílias aflitas por falta de informação e, quem está internado também sente fal-ta desse confal-tato”, disse Cristiane.

A coordenadora do Serviço Mul-tiprofissional, Nelci Maria Wagner, salientou que o setor criou estratégias para dar suporte ao paciente e passar essas informações aos familiares. “Es-tamos usando a tecnologia. O celular passou a ser o acompanhante de todos. Quando o paciente está lúcido e tem celular, ele fica com o aparelho e faz contato. Para os que não possuem essa condição, criou-se o serviço de call cen-ter”. Nelci lembra que o acolhimento antes feito de forma presencial, agora é por telefone ou vídeo-chamada. “Da-mos alento à família, so“Da-mos os olhos deles aqui e fazemos com que a infor-mação chegue de forma fidedigna”.

A também assistente social, Dalas Cristina Miglioranza, lembra que as



CIDADANIA

demandas sociais que surgiram com a Covid-19 estão somando-se aos ser-viços que já realizavam anteriormen-te em cada área. A equipe que estava acostumada a atender presencialmen-te, ver a pessoa, apertar a mão, dar abraço, acolher nas situações difíceis, agora precisa inclusive perguntar coi-sas delicadas por telefone. “Descobrir como fazer isso foi um desafio, pois presencialmente muitas perguntas são respondidas só no olhar, mas nós nos auxiliamos nessa busca sobre o pacien-te e quem é a referência familiar para receber as notícias”, explica Daniela.

VALORIZAÇÃO HUMANA

Embora a humanização já existia antes da pandemia, como uma políti-ca nacional de saúde, as profissionais acreditam que esse tipo de atendimento ajuda na recuperação. “Antes o traba-lho era mais fácil, pois quando o paren-te vinha para a visita já fazíamos essa

O isolamento hospitalar

E A HUMANIZAÇÃO

Assistentes Sociais do HU atuam na humanização do atendimento em época

de distanciamento social e na concretização de direitos dos internados.

u As assistentes sociais do HU Cristiane Zimmer, Daniela Gund, Nelci Wagner, Neusa Weber e Dalas Miglioranza. Equipe prioriza atendimento humanizado.

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CIDADANIA 

aproximação. Temos situações de pa-cientese que se sentem mais tranquilos ao ver seus familiares, mesmo que em uma vídeo-chamada, pois se sentem preocupados com os que ficaram em casa, na sua ausência, então, quando vêem que está tudo bem sentem-se ali-viados”, explica Daniela.

Dalas frisa que a internação já cau-sa um rompimento com o círculo fami-liar, de trabalho e de amizades, por isso uma das questões da humanização é manter esse vínculo, tanto que o acom-panhante e a visita são um direito, para manter esse elo com a vida lá fora, que foi interrompido pelo internamento. “No entanto, com a questão da Covid, a internação acontece de forma brusca, então, a questão da humanização não é só de passar a informação ao familiar, mas também ao paciente, para manter esse vínculo com o mundo externo”.

A religião é um dos cuidados que a equipe observa, segundo Daniela, , por ser algo importante para todos. “Até na medicina têm se falado bastante da re-ligiosidade, para se olhar para esse lado também, no entanto, com a pandemia as visitas religiosas, que eram frequen-tes estão suspensas, mas em algumas situações ainda conseguimos um padre ou pastor”, relatou. As vídeo-chamadas tem possibilitado assistência religiosa em algumas situações e a interação da família com o paciente por meio de orações e palavras positivas.

O trabalho, que já trazia uma carga mental alta, praticamente dobrou com a pandemia, quando passou a ter uma importância ainda maior. Mas apesar do esgotamento psicológico e do cansaço físico, existe a satisfação pelo resultado de cada ação realizada por outras vidas. Muitas vezes nem mesmo as assisten-tes sociais têm a dimensão do valor de suas ações, mas para quem está do ou-tro lado, é imensurável. Sobre isso cada uma delas tem uma opinião:

uCRISTIANE - É muito gratifi can-te quando percebemos que pequenos detalhes fazem diferença na vida das pessoas que atendemos, que repas-samos informações, orientações, que damos subsídios para que consigam dar continuidade ao tratamento neces-sário. Há momentos em que fi camos sobrecarregadas pelas demandas pe-sadas, principalmente quando se trata de violência, de tentativas de suicídio, de negligência às crianças... Precisa-mos ter cuidado para lidar com tudo isso e manter nossa saúde mental. Temos a necessidade de nos capacitar tecnicamente, mas precisamos também fazer nosso trabalho com amor. Não é um trabalho fácil, é um grande desafi o, mas também é gratifi cante.

u NELCI – Sempre fomos muito

abençoadas e agora ainda mais. As pessoas não precisam nos agradecer, é o nosso trabalho, mas quando nos dizem ''que Deus te abençoe'', ''Mui-to obrigada''..., o sentimen''Mui-to é mui''Mui-to bom, afi nal nossa demanda é pesada, fi camos horas aqui dentro, atendendo diferentes situações. Vemos que a po-pulação em geral está mais imbuída de sentimentos que as remetem a Deus, e receber esse reconhecimento das pes-soas, com o desejo de que Deus nos abençoe, nos faz sentir muito bem.

uDANIELA – No fi nal do plantão a gente fi ca cansada física e mental-mente, pois além das situações dos pacientes, temos os serviços que não

Profissionalismo e desprendimento:

TUDO PELO OUTRO

funcionam como deveriam funcionar, por conta de muita burocracia. As coi-sas não andam como gostaríamos. Às vezes nos deparamos com a família e o paciente que teve alta, querendo ir para casa, mas precisa encaminhar equipamentos, por exemplo, e muitas vezes o processo é demorado. Ainda assim, quando a gente vê que mu-dou a vida das pessoas para melhor, é compensador. Ter um feedback e ver a alegria da família, é animador. Há alguns dias um paciente da ala Covid queria muito ter fotos da família para amenizar a saudade, então os parentes enviaram fotos, eu imprimi, plastifi quei e as entreguei. Ele chorou e mostrou as fotos para todos que passavam lá. Ele achou um meio de conviver com a família através das fotos. Então não usamos apenas o celular, mas tenta-mos criar estratégias para amenizar o peso do internamento e do isolamento social para os pacientes.

u DALAS – O hospital é desafi

a-dor, é uma das estruturas mais com-plexas da sociedade, pois lidamos com pessoas doentes, ou com uma reabili-tação que demora muito tempo, ou até com o desfecho da morte. São situa-ções que exigem muito. Sobre o serviço social, ao longo dos 19 anos que estou no HU, ele foi mudando nas formas e processos de trabalho, e ainda precisa melhorar muitas questões, mas eu vejo que hoje temos mais condições, tanto no trabalho interno quanto da própria rede, embora os serviços sociais fi cam cada vez mais complexos, são desafi os o tempo todo, mas também são muitas possibilidades. Em relação à Covid, não está sendo fácil para nós, pois temos uma certa exposição, e temos nossos familiares, nossos fi lhos, e pessoas do grupo de risco por nossa conta, então temos que ter um cuidado a mais, mas também não temos a possibilidade de não vir trabalhar, porque as pessoas dependem de nós aqui.

uCristiane e Daniela - foto ajuda identificar o rosto escondido pelo EPI

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MÊS DA BÍBLIA

Com a reclusão em casa, por causa da pandemia, muitas

famílias passaram a dar maior atenção à Bíblia Sagrada,

com momentos de leitura e refl exão coletiva.

A PALAVRA

como referência aos Cristãos

n

o próximo dia 30 de setembro, a Igreja no Brasil

celebra a figura de São Jerônimo (347-420), gran-de exegeta e tradutor da versão da Bíblia intitulada Vulgata e nos recorda a fundamental importância da Palavra de Deus escrita como referencial para a identi-dade e a ação dos fiéis católicos.

O Concílio Vaticano II (1962-1965) teve como um de seus méritos fazer o apelo à redescoberta das rique-zas da Palavra de Deus para a vida dos fieis batizados, procurando superar a mentalidade de que “católico não lê a Bíblia, isso é coisa de Protestante”.

O Papa Francisco afirmou durante o Ângelus, em 6 de abril de 2014 que “o importante é ler a Palavra de Deus, com todos os meios, e acolhê-la com o coração aberto. E então a boa semente dá fruto! ”

O mês da Bíblia foi instituído no Brasil em 1971, com o objetivo de valorizar a presença da Bíblia na ação evangelizadora da Igreja, inseri-la nas diferentes formas de comunicação e, facilitar o diálogo transformador entre a Palavra, a pessoa e as comunidades. Nes-te ano, o livro bíblico a ser meditado é o DeuNes-teronômio cujo lema é “abre a mão para o teu irmão” (Dt 15,11).

O Deuteronômio é o quinto livro da Bíblia. Faz parte do Pentateuco ou Torá. Seu nome é oriundo da língua grega e significa “Segunda Lei”: deutero (se-gunda), nomos (Lei). É a segunda apresentação da Lei feita por Moisés a modo de discurso após o tempo da travessia do deserto rumo à terra prometida. A Lei foi dada pelo próprio Deus no monte Sinai, logo após a saída do Egito (Ex 20,1-21). Esta segunda exposição da Lei é uma atualização ou releitura, tendo em vista o novo contexto vivido pelo povo de Deus.

Dentro da Torá, o nome deste livro é designado em hebraico por “Debarim”, que significa "Palavra” em cla-ra referência ao primeiro versículo que diz “Estas são as Palavras que Moisés dirigiu a todo Israel no outro lado do Jordão” (Dt 1,1). Associado ao significado do Deu-teronômio está também a ordem dada por Deus aos reis de Israel para que tivessem consigo uma segunda cópia da Lei de Deus como referência para poderem governar sabiamente o povo de Deus (Dt 17,18-19).

O grande tema do Deuteronômio é, na verdade, um convite ao reconhecimento, à adoração e ao

ser-viço do verdadeiro Deus. Este livro bíblico, contudo, antes de ser consignado por escrito, representou um amplo movimento de renovação do povo hebreu. Teve seu início no Reino de Israel (Norte), com os profetas que lutaram contra a idolatria fomentada pelo rei Acab e pela rainha Jezabel, que levava o povo a adorar o deus cananeu Baal (2Rs 17,3-6; 18,9-12).

Tal infidelidade à Lei de Deus levou à derrocada o Reino do Norte em 721 a.C. pelas invasões da Assíria. Isso soou como um claro aviso para o Reino do Sul (Judá) de que a infidelidade à Lei de Deus poderia levar ao mesmo fim. Surgiu, então um amplo movimento de reforma, com o objetivo de conduzir o povo à vivência dos mandamentos de Deus. Este é o Movimento Deu-teronomista, cujo ideal reformista foi assumido pelo rei Ezequias (716-687 a.C.), abandonado por alguns reis como Manassés (687-642 a.C.), Amon (642-640 a.C.) e retomado pelo jovem monarca Josias (640-609 a.C.).

Embora atribuído a Moisés, grande profeta, legis-lador e amigo de Deus, o livro foi composto por volta do ano 622 a.C, por muitas mãos anônimas, guiadas pelo Espírito Santo de Deus num amplo movimento de restauração da fé israelita. Deuteronômio é também o livro do Antigo Testamento mais citado no Novo Tes-tamento com mais de 200 referências. Este dado revela que se tratava de um livro muito importante para as primeiras comunidades cristãs.

O roteiro para o mês da Bíblia 2020, publicado pelas Edições CNBB, além do texto-base, oferece aos fiéis cinco encontros na metodologia de leitura orante baseadas no Deuteronômio. Que este tempo em que a pandemia nos força a uma desaceleração de nossas vidas, sirva como um convite a nos encontramos em profundidade com Deus através de sua palavra revela-da. Sobre isso, nos exortou o Papa emérito Bento XVI, na exortação apostólica pós-sinodal Verbum Domini, que “cada um dos nossos dias seja plasmado pelo en-contro renovado com Cristo, Verbo do Pai feito carne: Ele está no início e no fim de tudo, e n’Ele todas as coisas subsistem. Ouçamos a Palavra do Senhor e a meditemos, a fim de que a mesma, através da ação do Espírito Santo, continue a habitar em nós e a falar-nos ao longo de todos os dias de nossa vida” (VD 124).

Pe. Adriano Lazarini Souza dos Santos

Pároco da paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus Cascavel

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A pandemia fez com que a Igreja aderisse a novos meios para se comunicar

com os fiéis. O alcance surpreendeu e a oração ficou mais fortalecida.

C

omunicar, para a Igreja Católica, é uma tarefa tão importante, ao pon-to de, em 1965, o Concílio Vaticano II criar o Dia Internacional das Comu-nicações Sociais. Isso, porque a Igreja vê nos meios de comunicação uma das mais importantes formas de cumprir a sua principal missão: levar a palavra de Deus, contida no Evangelho, a todos os povos, nos seus mais variados contex-tos e situações, para que se abram à fé e vivam de acordo com os valores do Reino de Deus.

Com a situação atual, em que a pandemia do coronavirus abortou en-contros e reuniões em comunidades, as mídias sociais abriram inúmeras opor-tunidades para a evangelização. Muitas Dioceses e paróquias já vinham se utili-zando das redes, mas outras tantas, um pouco mais tímidas, se viram obrigadas a aderir ao novo sistema para orar jun-to aos fiéis e levar-lhes a Palavra.

A grande variedade de mídias di-gitais propiciou que cada bispo, padre, ou leigo encontrasse o meio mais fácil ou adequado para si. Na arquidiocese de Cascavel, as mídias foram aderidas por praticamente todos os padres e pa-róquias. Também não faltaram leigos

Quando uma porta se fecha

MUITAS JANELAS SE ABREM

preocupados em formar redes de fiéis para orar juntos e até a catequese ade-riu ao modo on-line. E, ao que se vê, a experiência tem sido positiva para a propagação da mensagem de Jesus Cristo.

As redes sociais se tornaram um instrumento para levar solidariedade, alimentar a fé e a esperança de milhões de pessoas. A resposta foi uma apro-ximação ainda maior com os fiéis que, obrigados a viver o distanciamento so-cial e isolamento, puderam continuar mantendo o seu vínculo com a própria comunidade.

O grande impacto inicial, causado pelo fechamento das igrejas, visando evitar aglomerações, transformou-se em oportunidades, quando a Igreja descobriu que poderia estar presente na vida das pessoas de uma outra for-ma. Ou seja, a evangelização não foi prejudicada, apenas passou a ser rea-lizada por novos meios, novas formas, atividades e horários diferentes.

O Pe. Genivaldo Oliveira dos San-tos, da Paróquia Imaculado Coração de Maria, Períolo, mostrou que ao ade-rir à modalidade virtual a Igreja atin-giu novas fronteiras, chegando a

pro-porções mundiais, estando disponível para todas as pessoas e famílias, nos mais diversos contextos e situações. No dia da entrevista, por exemplo, haviam pessoas do Japão e até da terra indíge-na Apiindíge-nayé, assistindo à programação do seu canal no Yotube, o que mostra que o número de pessoas atingidas vai muito além das poucas centenas que cabem no espaço físico de cada templo.

DIVERSIFICAÇÃO

E AMPLITUDE

Entre as tantas atividades religio-sas veiculadas pela internet em nossa Arquidiocese, estão missas, adorações, recitação do santo terço, pregações, novenas e a catequese. A transmissão desses eventos também se tornou uma oportunidade na prestação de serviços. Os sócios Willian Perondi e Adilson Batista Ferrazo, levaram a Plataforma “Paróquia Conectada”, para muitas co-munidades que se viram órfãs logo que seus templos foram fechados. Através desse sistema muitos padres puderam celebrar suas missas e realizar outros eventos de forma on-line, com trans-missões ao vivo para os fiéis.

u Vovó Cybila Valmórbida, 95 anos, não consegue mais ir à igreja, mas não fica um dia sem participar da missa, mes-mo que seja do sofá de casa.

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REPORTAGEM

u Pe. Genivaldo instalou o próprio stúdio para fazer suas transmissões com melhor qualidade O serviço ‘Paroquia Conectada’

consiste na locação de equipamentos (Câmeras robotizas e fixas, Compu-tador, Equipamentos de rede) até o software de automação que é único no mercado. Para aderir à plataforma, a Paróquia paga um pequeno valor men-sal, mas não se preocupa com nada. “Cuidamos de ponta a ponta do ser-viço.” afirma Willian. Ele enfatiza que os equipamentos são fornecidos em regime de comodato. “Tudo foi pensa-do e desenvolvipensa-do para o uso de forma simples, para que possa ser operado por qualquer pessoa com baixo conhe-cimento técnico, sem que a Paróquia precise se preocupar com manutenção e atualização futura de tecnologias.

O equipamento foi formatado para estar fixo, atendendo toda e qualquer celebração e eventos que ocorram na-quele ambiente”. A empresa também oferece uma plataforma digital que pode exibir vídeos de empresas apoia-doras da comunidade antes das cele-brações, que serve para obter doações e custear a locação do equipamento.

De acordo com Willian, a iniciativa é mais uma oportunidade para a Igre-ja evangelizar nestes tempos de pan-demia. “Nossa visão é que o mundo mudou, as pessoas mudaram. Come-çamos em 2017 e nem em um pesadelo poderíamos imaginar uma pandemia. Nosso trabalho foi criado para apro-ximar a igreja das pessoas que não podiam se fazer presentes naquele mo-mento, nosso serviço digitaliza a igreja e as celebrações não têm mais hora pra começar e terminar na internet. O

pú-blico que acompanha ao vivo é apenas uma parte dos que assistem em outros momentos do dia, seja no seu smartpho-ne, seja no seu computador ou até mesmo numa smarttv com a família.

UMA RÁDIO WEB

Padre Genivaldo descobriu o gosto pela rádio quando tra-balhou em Boa Vista da Apare-cida, onde fazia um programa diário em uma emissora local e, o Terço da Misericórdia em outra. E foi a partir daí que, há quatro anos, nasceu a sua Rádio Web em canal próprio,

inicialmente destinada a tocar música católica. “As pessoas sentiam necessi-dade de mais horários com programas religiosos e, como eu trabalhava com o meu livro de cura interior, os fiéis sem-pre pediam um pouco mais. Agora es-tamos 24horas no ar”, contou ele.

A rádio foi instituída em um site próprio (www.radiomusiccatolica.com) que também pode ser acessado pelo aplicativo no celular androide ou Ipho-ne. “Aqui no bairro eu abri a FM 94.3, então os idosos que não têm acesso à internet podem ouvir pelo rádio”. Pe Genivaldo mostra o mapa do site onde se vê vários acessos de fora do Brasil também. São em média 19.000 acessos por mês. Um número milhares de vezes superior ao de fiéis que normalmente frequentam a igreja do bairro.

O pároco conta com a ajuda de

jovens leigos, contratados por ele para fazer o trabalho técnico da rádio web, além de outros meios como o progra-ma da Pastoral da Criança que vem de Curitiba e, os amigos da rádio, que é como ele chama os jornalistas que o ajudam a fazer vinhetas, e outras tarefas e programações, de forma voluntária.

O aplicativo do celular, o canal do Youtube e o facebook são os mais aces-sados pelos jovens e muitos o chamam para conversar, durante o horário do bate-papo ao vivo com o padre. Tam-bém sempre respondo os e-mails que recebo do Brasil inteiro”, relata. Entre os programas de maior alcance na web rádio está o ''bate-papo de Fé'', que nas-ceu durante a pandemia e reúne, de for-ma on-line, padres de outras paróquias para uma conversa amigável.

Como os canais são particulares,

u Equipamento fixo instalodo em igreja para transmissões on-line de celebrações

uWillian Perondi e o sócio Adilson Ferrazo (ao lado): mais qualidade nas transmissões das celebrações e eventos

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REPORTAGEM

tudo que acontece na paróquia pode ser transmitido. “Podemos parar a pro-gramação a qualquer momento e en-trar ao vivo” enfatizou Pe. Genivaldo. Como está no ar há bastante tempo, ele não sentiu dificuldade com a chegada da pandemia. O custo de tudo isso é um cachê que dá aos jovens que traba-lham no estúdio, que também veem ali uma oportunidade de aprendizado.

CATEQUESE ON-LINE

A plataforma ‘Catequese On-line’ foi desenvolvida pela própria arqui-diocese e está inserida no site www.ar-quicascavel.org.br . Está no ar há um ano, quando foi lançada para adultos que não têm condições de frequentar a catequese presencial. No entanto, com a pandemia teve seu alcance ampliado e passou a atender também as crianças. A coordenadora Keila Marina Trombini Lorenzetti, da Matriz N.S. do Perpétuo Socorro, explica que as aulas são preparadas com base nos livros de cada etapa, bem como de ou-tros livros e artigos na internet. “Ten-tamos trazer esse conhecimento para a realidade dos catequizandos”, conta, ao salientar que cada catequista envia o vídeo semanal e os catequizandos enviam fotos das atividades.

Apesar de ser uma novidade, a adaptação não foi difícil. A maioria dos catequizandos tem participado bem dos encontros. O que chamou a atenção, segundo Keila, foi que a proximidade da família com o catequista aumentou, pois muitas vezes é preciso atendê-los individualmente, respeitando os limi-tes, a dedicação dos responsáveis na contribuição e assim os resultados tem se mostrado mais satisfatórios. “Tenho uma turma da quinta etapa com 15 catequizandos, mas procuramos di-versificar de acordo com a etapa, por exemplo os de iniciação que são peque-nos, utilizamos uma linguagem mais simples, suave, com músicas, imagens para tornar mais atrativo o encontro”.

A catequista diz que está vivencian-do uma experiência diferente. “Gosta-ríamos de abraça-los, estarmos juntos,

mas sinto que estamos mais próximos. Eles interagem via whatzapp, e faço questão de elogiar o capricho, a dedica-ção”. Keila também considera extrema-mente necessária esta evangelização, pois mais do que o ensino, precisamos nos abastecer do que é essencial, de fé, de esperança, de orações e da Palavra de Deus. “Recordo com muita emoção de uma catequizanda que enviou a se-guinte frase: Obrigada catequista, por não desistir de nós!”

EVANGELIZA CASCAVEL

A falta de material de apoio sobre as formações da arquidiocese; dos lo-cais e horários de missas, e sobre local e horários das formações dos Sacra-mentos, levou Aparecido Ribeiro Sou-za a criar um site que agregasse todas essas informações em um só lugar.

O site www.evangelizacascavel. com.br foi lançado no início de março deste ano com o objetivo de repassar o máximo de informação da Arquidio-cese de Cascavel. “Estas são lançadas

sempre em comunhão com o Arcebispo Dom Mauro e acabaram atingindo ou-tras cidades da região”, diz Aparecido. O site traz artigos, notícias, ima-gens, agenda de missas e eventos da arquidiocese e outros conteúdos infor-mativos, atém de materiais para down-load. A ideia surgiu em uma conversa com Pe. Neu, do Seminário São Paulo. A partir de então Aparecido começou a pesquisar sobre desenvolvimento de sites. “Acabei gostando do desafio e recebendo incentivo de outros padres. Por ainda não ser a minha área, con-fesso que passei várias noites em claro, até que resolvi comprar um domínio e levar o projeto a sério”. Antes, po-rém, ele buscou aprovação dos padres Claudir Vicente - então Coordenador Arquidiocesano da Ação Evangeliza-dora, e Gilmar Petry – coordenador do site Arquidiocesano, que assim como dom Mauro, aprovaram a ideia. “Con-tribuir com a evangelização é mais que um propósito, é uma missão!”, finaliza Aparecido Souza.

u A catequista Keila Lorenzetti, Aparecido Souza do site Evangeliza Cascavel (acima) e Val-decir Santana, do terço on-line (ao lado), ado-taram as redes sociais para evangelizar. Independente da pande-mia, este é um trabalho que vai continuar.

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REPORTAGEM

Quanto à presença da Igreja nas mídias sociais, “uma vez, conversando com Pe. José, ele me disse uma frase que me marcou. “As redes sociais são uma nova terra a ser conquistada”. A Igreja não estava preparada, assim como ninguém estava, porém, esse movimento de digitalização do mun-do foi aceleramun-do e imaginamos que a evangelização na internet conseguiu dar o primeiro passo. Seja com um ce-lular num tripé, seja com uma webcam improvisada ou com um sistema pro-fissional como o nosso, em algumas semanas milhares de Paróquias deram um jeito de entrar nesse novo mundo, nessa nova terra como dizia o Pe. José em 2017! A Igreja irá mudar, se adap-tar e crescer”, finaliza Willian.

Para Aparecido Ribeiro Souza, as mídias sociais atingem um público muito grande, e temos que buscar novos meios de evangelização, mas também ter o cuidado para não dei-xar as pessoas se acomodarem. “Nes-sa época de pandemia ficou sendo o único meio de Evangelização, então agora estou dando mais importância aos meios de comunicação que levam o Evangélico às nossas casas”.

Mas é importante salientar que, apesar de estas mídias digitais estarem cumprindo um papel social importante, a Igreja continua sendo uma comuni-dade concreta de pessoas que sentem

O TERÇO ON-LINE

Foi bem antes da pandemia, há três anos, durante uma pregação no grupo de oração em Corbélia, que Valdecir Santana sentiu o Senhor falando ‘lan-çai as redes para as águas mais profun-das’. “Naquele momento pensei: mas Senhor, já estou lançando as redes, já estou pregando nos grupos de oração. E Ele me disse novamente: ‘lançai as redes em águas mais profundas’. Então como Pedro eu disse: ‘em obediência à tua palavra eu lançarei as redes”.

Após este chamado, Valdecir foi o Arcebispo Dom Mauro para pedir licen-ça e a sua benção para evangelizar atra-vés das mídias sociais, onde sabia que teria um alcance maior com sua oração. “E desde então temos, pela graça e mi-sericórdia do Senhor, alcançado muitas vidas com o grupo de oração on-line, o Toque da Misericórdia, que acontece todos os domingos às 21h pelo Face-book, e o Terço da Misericórdia, rezado diariamente às 15h e às 03h da manhã”. Hoje Valdecir conta com uma equipe de evangelização, sendo 12 pessoas no toque da Misericórdia, e mais a irmã Alicina, que o auxilia no Terço com os Discípulos da Madrugada.

“Com a pandemia deixamos de

ser uma inovação, para ser uma

necessidade, e a t�ansmissão pelas

redes sociais a única alter�ativa

para conectar as pessoas com as

suas paroquias.” Willian.

Encontro presencial é fundamental

a necessidade do encontro interpesso-al, tanto para a partilha da Palavra e do afeto, quanto para os mais diversos tipos de encontros e solidariedade. Ou seja, ainda que supra uma necessidade momentânea, a virtualidade jamais po-derá substituir a presença física.

Embora, com a internet a Palavra de Deus atinja um número maior de fi éis, em diferentes lugares do mun-do, dirigentes da Igreja afi rmam que a efi cácia da evangelização se consolida quando se insere numa comunidade concreta e se engaja pastoralmente. Mesmo com toda essa dedicação à co-municação, Pe. Genivaldo vê as mídias sociais como um novo meio de evange-lizar, mas elas não anulam aquilo que a Igreja sempre fez de forma presencial, embora o alcance seja surpreendente. “Quando a gente nota que em 1 minu-to a missa atinge 2 mil visualizações, percebe que é a palavra de Deus sendo semeada, ainda assim muitos ritos são possíveis somente na forma presen-cial.”

A coordenadora da catequese on--line Keila Lorenzetti também ressal-ta o valor do encontro físico. “É claro que a catequese on-line despertou um sentimento de maior participação da família, mas penso que não substitui os encontros presenciais. Temos vontade de abraçar e interagir com os catequi-zandos”.

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Revista Arquidiocesana CatedralISetembro e Outubro de 2020

u Sueli e Acir Palaoro, coordenadores da CPP da Catedral e da Festa da Pa-droeira, junto com o Pe. Zico.

ARQUIDIOCESE EM FOCO

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e

m Cascavel a celebração festiva em homenagem à Santa Padroeira, vai acontecer em um formato totalmente diferente, adaptado a estes tempos de convívio social modificado, no entanto não deixará de ser realizada.

Primeiro porque somos uma cida-de cida-de muitos cida-devotos cida-de Nossa Senho-ra da Conceição Aparecida, e este é um período de intensas orações dedicadas à Ela. Segundo, porque, de acordo com o casal coordenador da CPP da Catedral, Sueli e Acir Palaoro, também há a necessidade de angariar recursos para a conclusão da revitalização da Catedral e auxílio à manutenção das entidades beneficentes que fazem parte deste evento.

Portanto, as solenidades religiosas serão mantidas, seguindo-se todas as normas de segurança e distanciamen-to social. A novena, por exemplo, vai começar no dia 03 de outubro, com encerramento no dia 11, mantendo-se os horários das 15h e 19h, diariamente.

O tema que vai nortear as reflexões da novena e festa da padroeira nes-te ano é "Com Maria, em família,

Revestir-se da Palavra."

No dia 04, o pároco, Monsenhor Padre Reginei José Modolo (Pe. Zico), e os fiéis devotos de Nossa Senhora Aparecida farão a recepção à imagem da Santa, que vem do Santuário, em São Paulo, pelas mãos dos romeiros, para a celebração das 10 horas.

Em todos os outros dias haverá

missa às 7h, 12h15, 15h e 19h, sendo que nos horários das 15h e 19h tam-bém haverá a novena.

No dia 12, que neste ano será na segunda-feira, a programação é come-ça com missa de acolhida às 7h; de-pois missa das 10h; missa da família às 12h15; missa da saúde às 15h, e, às 19h Coroação de Nossa Senhora e Consagração das Crianças com missa de encerramento da festa.

GASTRONOMIA

Nessa área há muitas mudanças. Sueli e Acir explicam que neste ano não haverá praça de alimentação, mas tudo funcionará no sistema Drive-thru, com menos dias e em menor diversificação. Ou seja, em vez de se dirigir aos jan-tares no restaurante do salão social,

as pessoas que comprarem ingressos passarão de carro por dentro do pátio da Catedral, onde retirarão as porções embaladas, sem precisar sair do carro.

A exceção é para o café colonial que será realizado no dia 03. “Por se estender das 15h às 22h é possível fazer rotatividade, atendendo a todos com maior espaçamento e menos pessoas dentro do salão”, explica Sueli.

O que vai ter:

u02/10 – Pizza – R$ 30,00 - retirada durante todo o dia a partir das 10h.

u03/10 – Café colonial – R$ 40,00, a partir das 15h. u10/10 – Sukiyaki – R$ 35,00, a partir das 19h. u11/10 – Cardápio italiano – R$ 35,00, a partir das 11h. u12/10 – Porco à paraguaia - $ 35,00, a partir das 11h.

Já nas barracas, que funcionarão nos dias 04, 08, 09, 10, 11 e 12, as pes-soas poderão estacionar o carro, com-prar os ingressos e retirar os alimentos nas tendas. “O objetivo é evitar aglo-merações”, afirma Palaoro. Nos dias 11 e 12 as barracas ficarão abertas das 10h às 23h.

Também foi reduzido o número de barracas, que neste ano disponibiliza-rá apenas o espetão, macarrão, risoto, pão de nossa senhora e pastel, além da tenda das lembrancinhas.

A intenção, segundo os

coordena-UM ROTEIRO DIFERENTE

Para a festa da padroeira

Foto:

Felipe A

ugusto, Leandro Borges e Luana Strapasson

Catedral Nossa Senhora Aparecida mantém

festividades de outubro. O tema deste ano é:

"Com Maria em Família, revestir-se da Palavra."

Referências

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