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DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO

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Academic year: 2021

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DIREITO

INTERNACIONAL

PRIVADO

Professora Raquel Perrota

Elementos de Conexão

Autonomia da Vontade. Escolha da Lei e Eleição do Foro

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Autonomia da Vontade. Escolha da Lei e Eleição do Foro

- Tendo o seu ápice na época do Liberalismo, o elemento de

conexão autonomia da vontade traz a possibilidade das partes escolherem a lei a ser aplicada no caso concreto, como, por exemplo, numa relação contratual.

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Autonomia da Vontade. Escolha da Lei e Eleição do Foro

“A autonomia da vontade das partes, no direito internacional privado, significa que as próprias partes podem escolher o direito aplicável. O elemento de conexão aqui é a própria vontade manifestada pelas partes, vinculada a um negócio jurídico de direito privado com conexão internacional”

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Autonomia da Vontade. Escolha da Lei e Eleição do Foro

Segundo Irineu Strenger, em sua obra “Da autonomia da vontade: direito interno e internacional” (2a ed., São Paulo: LTr, 2000, p. 66)

"a autonomia da vontade como princípio deve ser sustentada não só como um elemento da liberdade em geral, mas como suporte também da liberdade jurídica, que é esse poder insuprível no homem de criar por um ato de vontade uma situação jurídica, desde que esse ato tenha objeto lícito".

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Autonomia da Vontade. Escolha da Lei e Eleição do Foro

- Essa teoria sempre foi reconhecida pelo Direito Internacional

Privado.

- A criação da autonomia da vontade como elemento de

conexão foi, porém, cunhada por Charles Dumoulin, no século XVI

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Autonomia da Vontade. Escolha da Lei e Eleição do Foro

- As primeiras legislações a admitir expressamente a autonomia

da vontade das partes como elemento de conexão válido foram o ABCG Austríaco; alguns Códigos Civis suíços; a Lei de Introdução ao Código Civil italiano e o Horei japonês.

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Autonomia da Vontade. Escolha da Lei e Eleição do Foro

- O princípio autonomia da vontade das partes aplica-se

precipuamente às obrigações de natureza contratual.

- Dessa forma, quase todas as leis modernas do direito

internacional privado, bem como vários tratados internacionais lhe fazem referência.

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Autonomia da Vontade. Escolha da Lei e Eleição do Foro

- Temos como exemplos o Regulamento (CE) nº 593/2008 do

Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de junho de 2008, sobre a lei aplicável às obrigações contratuais (Roma I).

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Autonomia da Vontade. Escolha da Lei e Eleição do Foro

- Algumas legislações e tratados internacionais elastecem a

abrangência do princípio e facultam a autonomia da vontade das partes quanto o regime de bens e às sucessões, desde que a relação jurídica seja internacional.

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Autonomia da Vontade. Escolha da Lei e Eleição do Foro

- A autonomia da vontade das partes raramente é admitida

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Autonomia da Vontade. Escolha da Lei e Eleição do Foro

- No que toca às obrigações ex delicto, verifica-se a tendência

de se admitir a autonomia da vontade das partes.

- Exemplo disso é o Regulamento (CE) nº 864/2007 do

Parlamento Europeu e do Conselho da União Europeia, de 11 de julho de 2007, relativo à lei aplicável às obrigações extracontratuais (Roma II).

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Autonomia da Vontade. Escolha da Lei e Eleição do Foro

- A autonomia da vontade das partes não é reconhecida ainda

como elemento de conexão válido, que possa reger relações de direito privado com conexão internacional, em grande parte da América Latina.

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Autonomia da Vontade. Escolha da Lei e Eleição do Foro

- No Brasil, esse elemento de conexão já foi aceito pela antiga Lei de Introdução ao Código Civil (1916), que autorizava, em seu artigo 13, a escolha por parte dos interessados da lei que iria reger os contratos por eles firmados.

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Autonomia da Vontade. Escolha da Lei e Eleição do Foro

Antiga LICC/1916, art. 13. Regulará, salvo estipulação em contrário, quanto à substância e aos efeitos das obrigações, a lei do lugar onde foram contraídas.

- Dessa redação, a doutrina deduziu a tolerância legal face à autonomia da vontade das partes como elemento de conexão válido no direito brasileiro.

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Autonomia da Vontade. Escolha da Lei e Eleição do Foro

- Essa permissão não mais vigora na nossa legislação interna,

não se admitindo às partes contratantes, no contexto de negócios realizados no Brasil, a escolha da norma que bem entendam.

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Autonomia da Vontade. Escolha da Lei e Eleição do Foro

- Para o direito brasileiro vigente, a elemento de conexão

aplicável às obrigações contratuais encontra-se no art. 9º da LINDB, silenciando, assim, quanto à admissão da autonomia da vontade das partes como elemento de conexão.

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Autonomia da Vontade. Escolha da Lei e Eleição do Foro

LINDB, Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem.

§ 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e

dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato.

§ 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituida no lugar em que residir o proponente.

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Autonomia da Vontade. Escolha da Lei e Eleição do Foro

- Imperioso lançar um olhar para o tratamento dado pela Convenção Interamericana sobre Direito Aplicável aos Contratos Internacionais (1994), que vem a admitir o princípio da autonomia da vontade das partes para a escolha do direito material aplicável a um contrato internacional, podendo essa escolha ocorrer de forma expressa ou tácita.

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Autonomia da Vontade. Escolha da Lei e Eleição do Foro

Convenção Interamericana sobre Direito Aplicável aos Contratos Internacionais , Artigo 7

O contrato rege-se pelo direito escolhido pelas partes. O acordo das partes sobre esta escolha deve ser expresso ou, em caso de inexistência de acordo expresso, depreender-se de forma evidente da conduta das partes e das cláusulas contratuais, consideradas em seu conjunto. Essa escolha poderá referir-se à totalidade do contrato ou a uma parte do mesmo.

A eleição de determinado foro pelas partes não implica necessariamente a escolha do direito aplicável.

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Autonomia da Vontade. Escolha da Lei e Eleição do Foro

- Apesar do silêncio da LINDB quanto à adoção da autonomia da

vontade como elemento de conexão, importante notar que a Lei de Arbitragem (Lei nº 9.307/1996) não se furtou ao abordar o tema de forma direta.

- A Lei determina que as partes poderão escolher livremente as

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Autonomia da Vontade. Escolha da Lei e Eleição do Foro

Lei nº 9.307/1996, Art. 2º A arbitragem poderá ser de direito ou de equidade, a critério das partes.

§ 1º Poderão as partes escolher, livremente, as regras de direito que serão aplicadas na arbitragem, desde que não haja violação aos bons costumes e à ordem pública.

§ 2º Poderão, também, as partes convencionar que a arbitragem se realize com base nos princípios gerais de direito, nos usos e costumes e nas regras internacionais de comércio

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Autonomia da Vontade. Escolha da Lei e Eleição do Foro

- Assim, caso as partes contratantes tenham se obrigado perante a uma convenção de arbitragem, têm-se por aceitável a escolha do direito material que será aplicado.

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Autonomia da Vontade. Escolha da Lei e Eleição do Foro

- Para as relações que não lançam mão da arbitragem,

entretanto, prevalece a impossibilidade de escolha da legislação aplicável via a autonomia da vontade como elemento de conexão.

- Nesse sentido a jurisprudência pátria no tema, apesar de

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Autonomia da Vontade. Escolha da Lei e Eleição do Foro

- O STF, no bojo do RE nº 93.131/MG, de relatoria do Ministro

Moreira Alves, julgado em 17/12/1981, não reconhece o princípio da autonomia da vontade da escolha do direito material aplicável.

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