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Deliberação do Conselho Geral da Câmara dos Solicitadores de 07/01/2011

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Deliberação do Conselho Geral da Câmara dos Solicitadores de

07/01/2011

Considerando que:

a) Quando um agente de execução cessa funções é essencial transferir os bens de que seja fiel depositário e apurar os valores em saldo em cada processo pendente efetuando uma liquidação global que permita apurar a correção dos extratos contabilísticos e a verificação dos valores existentes nas contas-cliente afectos a cada processo;

b) Nos processos instaurados antes de 2012 é frequente, nos casos problemáticos, existir um registo muito incipiente dos movimentos da conta-cliente que impedem o conhecimento imediato dos valores afetos a cada processo e a transferência de valores existentes nas contas-clientes, ou o accionamento do Fundo de Garantia. c) Naqueles casos impõe-se a liquidação do escritório do agente de execução que

cessa funções, para apuramento de eventual responsabilidade civil, ou penal no caso de insuficiência de saldos na contas-cliente;

d) A transferência isolada de processos para agentes de execução substitutos, sem se garantir a liquidação referida, impede a transferência de valores da conta-cliente para evitar pagamentos ilegítimos, seja por privilegiarem os processos liquidados em primeiro lugar, seja por se considerarem como existentes na conta-cliente valores que não foram depositados, ou que faltam;

e) Só após a liquidação global do escritório com o apuramento dos valores a pagar e a receber e mediante relatório específico em cada processo é possível aos órgãos da Câmara dos Solicitadores competentes emitir as certidões necessárias à transferência de valores existentes na conta-clientes do agente de execução que cessou a actividade, ou o acionamento do Fundo de Garantia;

f) É necessário estabelecer um procedimento consensual para a nomeação de agentes de execução liquidatários encarregados de proceder à liquidação dos processos de escritórios em que o respectivo agente de execução tenha falecido, cessado funções voluntariamente, sido suspenso, expulso ou tenha ainda ficado impossibilitado de tramitar os processos executivos por qualquer outro motivo, definindo os procedimentos de acordo com as respetivas competências;

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g) Aquela nomeação deve procurar ter em conta a vontade do exequente, ou dos exequentes quando estes sejam responsáveis por um número assinalável de processos executivos;

h) Caso não seja seguida a vontade do exequente, o procedimento de escolha do agente de execução deve ser transparente e concorrencial, através de um procedimento aberto a todos os Agentes de Execução;

i) O conselho geral da Câmara dos Solicitadores criou uma comissão denominada CAMAE – Comissão de Apoio e Monitorização dos Agentes de Execução, que conta com a colaboração dos diversos órgãos da Câmara dos Solicitadores e que está encarregada de agilizar os procedimentos de substituição de agentes de execução;

j) Não está regulada a atribuição de uma remuneração aos agentes de execução liquidatários;

k) A determinação dessa remuneração é essencial para que ocorram liquidações; l) No caso de o exequente, ou de vários exequentes escolherem o agente de execução

liquidatário para prosseguir com as execuções após a sua liquidação, não deve ser remunerada a actividade do agente de execução liquidatário, por se considerar que essa compensação resultará da tramitação do processo.

O Conselho Geral da Câmara dos Solicitadores, ouvidos o Conselho Superior, a Comissão para a Eficácia das Execuções, as Secções Regionais Deontológicas, o gestor da Caixa de Compensações e do Fundo de Garantia, nos termos da alínea e) e q) do art.º 41.º do Estatuto, delibera:

1. Sempre que algum órgão disciplinar competente considere necessário nomear um agente de execução liquidatário, a seguir designado como “liquidatário” para proceder à liquidação de escritório de agente de execução, fica incumbido a sua nomeação, selecionando-o da Lista de agentes de execução liquidatários, adiante simplesmente designada por “Lista de Liquidatários”.;

1.1. Cabendo a competência a mais de que um órgão, a nomeação deve ser conjunta. 2. A inscrição na Lista de liquidatários respeita os seguintes pressupostos:

2.1. Critérios eliminatórios:

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2.1.2. Estar sujeito a medida cautelar nos termos do artigo 125.º do Estatuto da Câmara dos Solicitadores ou a medida cautelar de suspensão de tramitação de processos ou de receber novos processos;

2.1.3. Estar já nomeado como agente de execução liquidatário noutros escritórios que totalize mais de 2.000 processos;

2.1.4. Não ter regularizado o pagamento de contribuições para a Caixa de Compensações, e bem assim das quotas devidas à Câmara dos Solicitadores ou à Ordem dos Advogados, consoante os casos;

2.2. São retirados da Lista de Liquidatários, a todo o tempo, os agentes de execução aí integrados, quando:

2.2.1. Se verifique que o liquidatário prestou falsas declarações aquando da sua selecção para a Lista de Liquidatários;

2.2.2. Se verifique a ocorrência superveniente de algum dos factos que integra um dos critérios eliminatórios de acesso à Lista de Liquidatários;

2.2.3. O liquidatário não envie os relatórios finais e as notas de liquidação, no prazo definido pelos órgãos disciplinares.

3. A nomeação dos liquidatários faz-se seguindo as seguintes prioridades:

3.1. O liquidatário escolhido é aquele que de entre os constantes da Lista de Liquidatários seja indicado pelo exequente, ou pelos exequentes que sejam responsáveis por mais de 30% dos processos do escritório a liquidar;

3.2. Não se podendo cumprir o número referido no parágrafo anterior é chamado o liquidatário com domicílio profissional na comarca onde se situa o escritório a liquidar;

3.3. Se o agente de execução objeto da liquidação tiver mais do que um escritório, o critério do número anterior é aplicado com referência ao escritório onde exista um maior número de processos pendentes.

3.4. No caso de existir mais do que um liquidatário na Lista de Liquidatários, enquadrado no critério referido no parágrafo anterior, a selecção do liquidatário integra a avaliação curricular através da realização de uma entrevista com questões relativas ao exercício da actividade na sua vertente técnica, informática e deontológica, perante um grupo de trabalho que integra 3 membros: um representante da Comissão para a Eficácia das Execuções (CPEE), um representante da secção regional deontológica (SRD) ou do conselho superior (se tiver o candidato for dirigente da Câmara dos Solicitadores), e um representante

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da Comissão de Apoio e Monitorização dos Agentes de Execução (CAMAE) que não integre nenhum dos anteriores órgãos.

4. Os agentes de execução liquidatários, uma vez designados para assumir tais funções: 4.1. Estão obrigados a segredo profissional sobre os factos de que tomem

conhecimento por motivo da liquidação;

4.2. Não podem recusar tal designação, salvo motivo de impedimento, suspeição ou força maior devidamente fundamentado, e aceite pelo órgão que o nomeie se o número de processos a liquidar estiver dentro do escalão dos processos aceitáveis referido pelo candidato.

5. Os liquidatários assumem as seguintes tarefas:

5.1. Reorganização dos processos, designadamente a abertura de correspondência dirigida ao agente de execução, a consulta das comunicações electrónicas e arquivo nos processos de todos os documentos relevantes;

5.2. Elaboração de uma folha de “Caixa”, onde sejam reportados os movimentos contabilísticos, mediante a conciliação bancária da conta-cliente SE (anterior a 31.03.2009), da conta-clientes-exequentes e da conta-cliente-executados, e dos documentos processuais;

5.3. Elaboração de liquidação provisória dos processos, discriminando os valores em débito, correspondentes à realização de serviços e de despesas reembolsáveis, e em crédito, por força da recepção de provisões ou de pagamentos;

5.4. Reporte dos bens penhorados e daqueles em que o agente de execução tenha sido, eventualmente, nomeado fiel depositário;

5.5. Elaboração da nota de liquidação provisória e do relatório síntese dos actos praticados no processo, assumindo a realização de qualquer acto que seja considerado urgente;

5.6. Elaboração, ao invés, de uma nota simples onde se mencione a inexistência de qualquer tramitação e o valor recebido de provisão, caso se constate a inexistência de actos processuais efectuados pelo agente de execução ou de comunicações relevantes no processo;

5.7. Notificação dos intervenientes processuais e do ex-agente de execução, ou do seu representante legal, da nota de liquidação provisória, concedendo-lhes o prazo de dez dias para reclamarem da mesma, com a cominação de que na falta de reclamação serão considerados como aceites os valores indicados como despesas, honorários e receitas;

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5.8. Após a conclusão da liquidação, notificação dos exequentes, concedendo-lhes um prazo de dez dias para indicarem outro agente de execução, sob pena de, não o fazendo, se considerar como nomeado o agente de execução liquidatário;

5.9. As notificações referidas devem ser efectuadas, sempre que possível, através do sistema informático de apoio à actividade dos agentes de execução (SISAAE) de forma a poderem ser consultadas pelo Tribunal, pelos intervenientes processuais e pelos órgãos disciplinares;

5.10. Elaboração de um relatório genérico sobre a situação dos processos, dos bens penhorados e do arquivo, de acordo com modelo aprovado pela CAMAE, e dar conhecimento do mesmo à CAMAE e ao órgão disciplinar competente nos termos do artigo 129.º do ECS

5.11. Requisitar, mediante o relatório e as notas de liquidação referidas nas alíneas anteriores, ao órgão competente, a emissão de certidão que permita proceder às transferências das contas-cliente, decorrentes do n.º 3 do artigo 129.º do Estatuto da Câmara dos Solicitadores (n.º 4 do artigo 129.º, na redacção anterior ao Decreto-Lei n.º 226/2008, de 20 de Novembro), bem como proceder à intervenção do Fundo de Garantia, caso as verbas existentes nas contas-cliente se mostrem insuficientes.

6. O modelo de recrutamento para a Lista de Liquidatários deve ser avaliado no final do primeiro ano do seu funcionamento.

7. Quando não haja nenhum agente de execução disponível a partir da Lista de lLquidatários, o seu recrutamento será efetuado através de um procedimento excecional a organizar pela CAMAE em colaboração com o órgão disciplinar competente.

8. São devidos ao agente de execução liquidatário os seguintes montantes: a) 15€, pela liquidação de cada processo executivo activo (PE);

b) 5€, pela liquidação de cada notificação avulsa (NA);

c) 5€, pela liquidação de cada Citação em Processo Declarativo (CPD).

10.Não são devidos quaisquer montantes ao agente de execução liquidatário ao agente de execução liquidatário se, após a liquidação, o agente de execução que a realizou prosseguir com a tramitação do processo, designadamente por vontade do exequente.

11. Os valores mencionados no n.º 8 são pagos com a apresentação de todos os relatórios finais, elaborados de acordo com modelo aprovado pela CAMAE.

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12. O disposto no número anterior não impede que, por proposta da CAMAE, possam ser efectuados pagamentos parcelares ou entregues provisões, no caso de se tratar de uma liquidação especialmente complexa.

13. Os valores referidos são suportados pela Caixa de Compensações.

14. É aprovado o modelo de anúncio para a criação de Lista de Agentes de Execução Liquidatários constante do documento apenso a esta deliberação.

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Apenso

Anúncio para a criação de Lista de agentes de execução liquidatários I

Abertura

Está aberto concurso para a criação de lista de agentes de execução liquidatários até ao dia ….

II

Critérios de Elegibilidade

Podem concorrer ao presente concurso os agentes de execução que cumpram os seguintes requisitos:

1. Não tenham sanções disciplinares superiores a advertência.

2. Não estejam sujeitos a medida cautelar nos termos do artigo 125.º do Estatuto da Câmara dos Solicitadores ou medida cautelar de suspensão de tramitação de processos ou de receber novos processos.

3. Não estejam já nomeados como agentes de execução liquidatário noutros escritórios que totalize mais de 2.000 processos.

III

Critérios de Escolha

O agente de execução liquidatário será escolhido de acordo com as regras mencionadas na deliberação do conselho geral da Câmara dos Solicitadores que se anexa ao presente anúncio, e dele faz parte integrante.

IV

Procedimento de Candidatura

1. A apresentação de candidaturas faz-se mediante o preenchimento de formulário disponível nos sítios da Câmara dos Solicitadores e da Comissão para a Eficácia das Execuções (CPEE).

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2. Os candidatos devem indicar as comarcas em que têm disponibilidade para exercer as funções de liquidatário, e o escalão que define o número de processos que estão disponíveis para aceitar referindo os seguintes limites, ou a sua inexistência:

2.1. Até 500; 2.2. Até 1.000; 2.3. Até 2.000; 2.4. Até 5.0000; 2.5. Sem limite.

3. A análise das candidaturas compete a uma comissão mista integrada pelos órgãos disciplinares, secretariada pela CAMAE.

4. A lista de candidatos admitidos é publicitada nos sítios da Câmara dos Solicitadores e da CPEE.

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