• Nenhum resultado encontrado

Stomatos ISSN: Universidade Luterana do Brasil Brasil

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Stomatos ISSN: Universidade Luterana do Brasil Brasil"

Copied!
7
0
0

Texto

(1)

Stomatos

ISSN: 1519-4442

ppgpediatria@ulbra.br

Universidade Luterana do Brasil Brasil

Duarte Irala, Luis Eduardo; Grazziotin Soares, Renata; Rubia Pereira, Débora; Pierozan, Deise; Azevedo Salles, Alexandre; Limongi, Orlando

Verificação da presença microbiana no sistema de canais e periápice de dois dentes extraídos Stomatos, vol. 11, núm. 21, julho-dezembro, 2005, pp. 21-26

Universidade Luterana do Brasil Río Grande do Sul, Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=85002104

Como citar este artigo Número completo Mais artigos

Home da revista no Redalyc

Sistema de Informação Científica Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe , Espanha e Portugal Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto

(2)

Luis Eduardo Duarte Irala Renata Grazziotin Soares Débora Rubia Pereira Deise Pierozan Alexandre Azevedo Salles Orlando Limongi

Verificação da presença microbiana

no sistema de canais e periápice

de dois dentes extraídos

Verification of the microbial presence in the canal system and periapical region of two extracted teeth

______

Luis Eduardo Duarte Irala é Professor de Endodontia do Curso de Odontologia da ULBRA Canoas Renata Grazziotin Soares é aluna do Curso de Mestrado em Endodontia da ULBRA Canoas Débora Rubia Pereira é cirurgiã-dentista graduada pelo Curso de Odontologia da ULBRA Canoas Deise Pierozan é cirurgiã-dentista graduada pela Curso de Odontologia da ULBRA Canoas Alexandre Azevedo Salles é Professor de Endodontia do Curso de Odontologia da ULBRA Canoas Orlando Limongi é Professor de Endodontia do Curso de Odontologia da ULBRA Canoas

RESUMO

Verificou-se a presença ou ausência microbiana, através da microscopia eletrônica de varredura (MEV), no sistema de canais e periápice de dois dentes recém extraídos. Um dos dentes apresentava vitalidade pulpar, e o outro, necrose com lesão periapical. Inferiu-se que no dente vital não havia microrganismos. No dente necrosado, comprovou-se a presença microbiana na luz do canal principal e nos túbulos dentinários; além de biofilme periapical e áreas de reabsorção dentária. Deduziu-se que, em dentes necróticos com lesão, a destruição óssea, as crateras reabsortivas no dente e o biofilme bacteriano podem inviabilizar um adequado saneamento do sistema de canais.

Palavras-chave: vitalidade pulpar, necrose pulpar, biofilme periapical, microscopia eletrônica de varredura.

ABSTRACT

The authors check the microbial presence or absence through the scanning electron microscope (SEM) in the root canal system and periapical region of two extracted teeth. On of these has presented

______

Endereço para correspondência: Renata Grazziotin Soares. Rua Pinheiro Machado 2463/06 – Bairro São Pelegrino.

(3)

22

Stomatos

v.11, n.21, jul./dez. 2005

pulp vitality and another one has presented pulp necrosis and periapical lesion. In the pulp vital tooth there wasn’t any presence of microorganisms. In the tooth with pulp necrosis and periapical lesions there was the presence of microrganisms in the main canal light as in the dentinal tubules; and there was also the presence of periapical biofilm and areas of resorption in the tooth. In the teeth with pulp necrosis the osseous destruction, crater of resorption in the tooth and the microbial biofilm are able to impede the adequate cleaning of canal system.

Key words: pulp vitality, pulp necrosis, periapical biofilm, scanning electron microscope. INTRODUÇÃO

A polpa normal, livre de doença, é um tecido conjuntivo abundantemente vascularizado, que é protegido por esmalte e dentina hígidos, que agem como barreiras físicas às injúrias (BERGER, 1998). Um dente portador de cárie profunda e com a polpa ainda vital não apresenta infecção no estroma tecidual pulpar. Bactérias poderão estar presentes na superfície do tecido, ao nível da câ-mara pulpar; entretanto, mais profundamente, a polpa dos canais radiculares e os tecidos perirradiculares não estarão infectados, mas nor-mais ou apenas inflamados (FAVA et al., 2004).

De acordo com Siqueira Junior et al. (2004), enquanto uma polpa se mantiver vital, inflamada ou não, uma infecção no sistema de canais radi-culares não se estabelece, devido à capacidade de defesa do tecido pulpar. Todavia, se a polpa tor-nar-se necrosada, independentemente da causa, uma infecção irá se instalar; e, quanto maior o tempo decorrido desde a necrose pulpar, mais con-taminado pode estar o sistema de canais radicu-lares. Microrganismos representam o principal fator etiológico das patologias perirradiculares.

Uma pesquisa que confirmou o papel impor-tante desempenhado por bactérias na etiopatoge-nia das doenças pulpares e perirradiculares foi a dos autores Kakehashi et al. (1965). Polpas dentais de ratos convencionais e germ-free foram expostas ao meio bucal. Nos animais convencionais desen-volveu-se inflamação severa ou necrose, associa-das a lesões perirradiculares; enquanto que nos animais germ-free essa resposta não ocorreu.

A invasão de microrganismos no canal radicular pode ocorrer através do ligamento periodontal, por anacorese hematogênica, como também, através da coroa do dente – devido a um processo carioso – sendo esta a via mais co-mum. Um conduto radicular infectado apresenta condições ideais de substrato orgânico, como tem-peratura e umidade, funcionando como um

ver-dadeiro tubo de cultura microbiana. Essa situa-ção propicia a multiplicasitua-ção bacteriana, que pode ocorrer com muita intensidade, a ponto de dar origem a uma nova geração a cada 20 ou 30 minutos (LEONARDO et al., 1998).

Segundo Dahlen, Haapasalo (2004), o cresci-mento dos microrganismos é continuamente regula-do pela disponibilidade de nutrientes. As possíveis fon-tes de nutrienfon-tes para o tecido pulpar necrótico são: a percolação de fluidos através do forame apical, a difusão de bactérias via lesão cariosa e túbulos dentinários e ainda, a entrada de microrganismos por infiltração no material restaurador.

Walton et al. (1989) afirmam que o tecido conjuntivo do canal radicular do forame e da zona periapical formam um todo inseparável, e esta relação íntima é confirmada pela freqüência com que as doenças da polpa provocam alterações além do dente, ou seja, no periápice.

A presença das bactérias e suas toxinas no conduto radicular irão exercer ações agressivas sobre os tecidos perirradiculares. O tipo de altera-ção periapical (aguda ou crônica) está diretamente ligado à intensidade da agressão do microrganis-mo e a sua virulência, bem comicrorganis-mo à capacidade de defesa imunológica do organismo hospedeiro. Como conseqüência, observa-se ligeira inflama-ção, até extensa destruição dos tecidos dentários e periapicais (DE DEUS, 1992; LEONARDO et al., 1998).

Na presença de lesão perirradicular, os mi-crorganismos organizam-se em biofilme. A comu-nidade microbiana apresenta na sua estrutura uma matriz polissacarídea que limita o acesso de mo-léculas de defesa (anticorpos) e células fagocíticas (macrófagos e neutrófilos), determinando uma elevada resistência aos agentes antimicrobianos e aos mecanismos de defesa do hospedeiro. Por es-sas razões, o organismo, na maioria das vezes, é ineficaz em eliminar o biofilme; sendo uma das causas de perpetuação de lesões perirradiculares (SIQUEIRA JUNIOR et al., 2004).

(4)

O predomínio de microrganismos anaeróbi-os, principalmente gram-negativanaeróbi-os, em dentes necróticos com lesão é significativo. Tais micror-ganismos possuem diferentes fatores de virulên-cia. A parede celular contém a endotoxina LPS que, quando liberada, exerce uma série de efeitos biológicos que conduzem a uma reação inflama-tória. A partir disso, há a liberação de mediadores químicos da inflamação, que estimulam as células clásticas, causando assim a reabsorção apical dos tecidos mineralizados (DAHLEN, HOFTAD, 1977; DAHLEN, BERGENHOLTZ, 1980; LEO-NARDO et al., 2004).

Siqueira Junior et al. (2004) afirmam que apesar de, muitas vezes, o exame radiográfico não detectar nenhuma lesão perirradicular visível, já pode existir uma alteração patológica a nível pe-riapical. Para ocorrer o aparecimento radiográfi-co de uma lesão no periápice, é necessário que haja uma destruição óssea suficiente. Assim, o tra-tamento de dentes com lesão radiograficamente visível deve ser o mesmo dos elementos dentários necrosados sem lesão aparente na radiografia.

Em casos de dentes com lesão periapical vi-sível radiograficamente, Prata et al., 2002) reali-zaram cortes longitudinais na região periodontal e verificaram, também, a presença de reabsorção de cemento, próxima a um infiltrado de células inflamatórias.

Relativamente ao preparo endodôntico de dentes contaminados, apenas com a instrumenta-ção, às vezes, não se consegue obter a eliminação total das bactérias, porque os microrganismos lo-calizam-se em sítios inacessíveis ao preparo bio-mecânico, tais como: túbulos dentinários, delta apicais e crateras formadas pela reabsorção ce-mentária apical. Em razão disso, no manejo de canais radiculares necrosados é necessário que haja eliminação de um grande contingente microbiano. Sugere-se a utilização de solução de hipoclorito de sódio a 2% ou 2,5%, alternada com o uso de EDTA. Assim, consegue-se remover mecânica e quimica-mente uma grande quantidade de raspas de denti-na, restos pulpares e microrganismos, além de tor-nar a dentina permeável. É essencial também, o emprego de uma medicação intracanal com ativi-dade antimicrobiana, objetivando a máxima redu-ção da microbiota endodôntica (LEONARDO et al., 1998; SIQUEIRA JUNIOR et al., 2004).

Alicerçado nas considerações anteriores,

as-segura-se que é precípuo saber que um dente vital não apresenta infecção, nem pulpar, nem nos te-cidos perirradiculares, ou seja, microrganismos não estão presentes. Já, num dente necrosado há con-taminação microbiana no conduto radicular e dis-seminação da infecção pelo sistema de canais, sen-do freqüente a existência de reabsorções dentiná-rias e/ou cementádentiná-rias. Assim, constitui proposta experimental, a verificação da presença ou au-sência microbiana – através da microscopia ele-trônica de varredura (MEV) – do sistema de ca-nais e periápice de dois dentes extraídos, um deles que apresentava vitalidade pulpar, e outro necro-sado e portador de lesão periapical.

MATERIAISEMÉTODOS

Para a realização deste trabalho, foram uti-lizados dois dentes extraídos. As extrações foram realizadas na Clínica de Cirurgia da Universidade Luterana do Brasil/ULBRA, Canoas – RS. Foi solicitada a exodontia do dente 44 (primeiro pré-molar inferior direito), que apresentava vitalidade pulpar, devido à necessidade de tratamento orto-dôntico do paciente. O dente 45 (segundo pré-molar inferior direito) apresentava necrose pulpar e lesão periapical. Foi explicado ao segundo paci-ente a indicação de exodontia do referido dpaci-ente, em razão da destruição coronária, e da não-indi-cação protética, diagnóstico este, confirmado atra-vés de uma radiografia periapical.

Após as extrações, em ambos os dentes, con-feccionaram-se sulcos na face externa da raiz, por vestibular e lingual, com profundidade em torno de 1 mm. Os sulcos foram realizados com o auxí-lio de um disco de carburundum (Microdont), aco-plados a um micromotor (Kavo do Brasil) em peça reta. A partir desses sulcos, os dentes foram cliva-dos no seu plano sagital, com um alicate de corte (Gedore); com o objetivo de analisar o sistema de canais e túbulos dentinários. Posteriormente, cada fragmento, juntamente com o seu respectivo re-manescente dentário, imersos em frascos próprios contendo solução fisiológica (soro – BASA), fo-ram encaminhados ao Laboratório de Microsco-pia Eletrônica da Universidade Luterana do Bra-sil/ULBRA, Canoas – RS, onde receberam o tra-tamento ideal para serem visualizados na micros-copia eletrônica de varredura (MEV).

(5)

24

Stomatos

v.11, n.21, jul./dez. 2005

Para se verificar a presença ou ausência de conteúdo microbiano no sistema de canais e periápice, as imagens dos fragmentos foram au-mentadas entre 40x e 6000x, com posterior im-pressão. As variáveis analisadas foram: as pare-des do canal radicular, os túbulos dentinários, as áreas de reabsorção dentinária e cementária e a formação de biofilme periapical.

Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Luterana do Brasil/ULBRA, Canoas – RS, sob o número 2005 / 411 H.

RESULTADOS

Através da análise das radiografias periapicais dos dentes – anteriormente às extra-ções – e da posterior observação dos fragmentos em microscopia eletrônica de varredura (MEV), obtiveram-se os seguintes resultados:

Na figura 1 observa-se a radiografia prévia à extração do dente 44, o qual se apresentava hígido e com vitalidade pulpar.

A figura 3 evidencia o dente 45 – previa-mente a sua extração – que sofreu necrose pulpar devido a um processo carioso.

Na figura 2 constatou-se que não há a presença de microrganismos no dente 44. O tecido pulpar, sistema de canais e túbulos dentinários apresentam-se sem a presença de bactérias.

Figura 1 – Radiografia periapical prévia do dente 44, que

apresen-tava com vitalidade pulpar.

Figura 2 – Túbulos dentinários e parede do canal radicular do dente 44.

Na figura 4 nota-se a presença de microrga-nismos na parede do canal radicular e interior dos túbulos dentinários. A colonização e multiplicação bacteriana no sistema de canais denota a morte pulpar.

Além disso, através do exame radiográfico

Figura 3 – radiografia periapical prévia do dente 45, que se

apre-sentava necrosado e portador de lesão perirradicular

Figura 4 – Colonização microbiana na parede do canal principal e

(6)

prévio do dente 45 (figura 3) observamos a pre-sença de lesão periapical, o que fica evidente atra-vés da área radiolúcida em torno da raiz. Há des-truição de tabua óssea, tendo indícios de reabsorção dentinária e cementária; o que é con-firmado nas figuras 5 e 6. Especificamente na fi-gura 6, evidencia-se uma área de reabsorção no ápice radicular, com presença de biofilme microbiano localizado na cratera formada.

tes com necrose pulpar e lesão periapical, é ne-cessário o controle da infecção no sistema de ca-nais e periápice. Para isso, é essencial o conheci-mento minucioso dos padrões de contaminação, vias de acesso e nutrição microbiana e possíveis alterações na morfologia dos tecidos dentários e periapicais (DE DEUS, 1992; LEONARDO et al., 1998; DAHLEN, HAAPASALO, 2004).

Constatou-se que na figura 1, que o dente 44 apresentava-se hígido, antes da exodontia. Conforme BERGER et al. (1998), nessa situa-ção, o tecido dentário apresenta sua própria defe-sa contra a invasão bacteriana. Porém, pode-se acrescentar que, o fato relatado ocorre, desde que essa invasão seja de pequena intensidade, pois a exposição continuada aos produtos microbianos propicia uma futura desvitalização pulpar.

A figura 2 corrobora com os achados de Fava et al. (2004) e Siqueira Junior et al. (2004). Não há presença de contaminação microbiana. O te-cido pulpar, sistema de canais e túbulos dentinários apresentam-se estéreis.

O dente 45 previamente a sua extração, mostrava-se necrosado e com lesão periapical vi-sível radiograficamente (figura 3). Observando a referida figura, pode-se concluir que a necrose ocorreu devido à lesão de cárie, que promoveu extensa destruição coronária. Confirmando que a via mais comum de invasão microbiana é o pro-cesso carioso coronário, conforme relatam Leo-nardo et al. (1998).

De acordo com Dahlen, Haapasalo (2004), o crescimento bacteriano se dá pela quantidade de nutrientes disponíveis no sistema de canais, como pôde ser observado na figura 4. A imagem mostra um aglomerado microbiano que se une na manta protéica de nutrientes, comprovando a pre-sença do biofilme. O biofilme periapical apresenta na sua estrutura, uma matriz que limita o acesso de células de defesa, sendo uma das causas de perpetuação da lesão periapical (SIQUEIRA JUNIOR et al., 2004).

Em processos infecciosos de longo tempo, como denota a figura 3, já se consegue visualizar uma área radiolúcida periapical na radiografia, o que significa que há destruição óssea avançada, permitindo o aparecimento radiográfico da lesão. Além disso, em tais processos crônicos, mesmo não sendo visível na radiografia, podem existir reabsorções dentárias apicais, tal como o caso

Figura 5 – Área de reabsorção no ápice radicular do dente 45.

Figura 6 – Área reabsortiva no ápice do dente 45 com biofilme

povoando a cratera;

DISCUSSÃO

Enquanto o tecido pulpar se mantiver vital, a polpa e os tecidos perirradiculares não estarão infectados (BERGER, 1998; FAVA et al., 2004). Entretanto, se um dente necrosar, haverá infec-ção no sistema de canais e subseqüente desenvol-vimento de lesão periapical. É confirmado pelos autores Kakehashi et al. (1965) e Siqueira Junior et al. (2004), que a invasão e colonização dos condutos pelos microrganismos representa a prin-cipal causa das patologias perirradiculares.

(7)

den-26

Stomatos

v.11, n.21, jul./dez. 2005

exposto, confirmado pela microscopia eletrônica de varredura, relativo às figuras 5 e 6 (DE DEUS, 1992; LEONARDO et al., 1998; PRATA et al., 2002; SIQUEIRA JUNIOR et al., 2004). Em ra-zão do explanado, no momento do tratamento endodôntico, deve-se relevar tais desvios anatômicos de normalidade, pois o vértice radiográfico não espelha a real situação do forame apical, podendo causar equívocos desde a odontometria até a obturação.

Enfim, os microrganismos presentes na le-são periapical, principalmente anaeróbios gram-negativos, são produtores de fatores de virulência – como a endotoxina LPS – que, quando libera-da, conduz a uma reação inflamatória com libe-ração de mediadores químicos, os quais propici-am destruição dos tecidos mineralizados. Esse fato, relatado pelos pesquisadores Dahlen, Hoftad (1977), Dahlen, Bergenholtz (1980), Leonardo et al. (2004) e Siqueira Junior et al. (2004), certa-mente é o que estava acontecendo no ápice do dente 45 (figura 5).

Na figura 6 é evidente a presença de um biofilme periapical localizado em uma cratera reabsortiva, o que inviabiliza uma adequada sanificação, quando da instrumentação químico-mecânica do canal radicular. Em função disso, é essencial seguir as propostas de preparo do canal sugeridas por Leonardo et al. (1998) e Siqueira Junior et al. (2004); a fim de contribuir para a máxima redução da microbiota endodôntica.

CONCLUSÕES

De acordo com os achados desta pesquisa, assegura-se que é precípuo ter conhecimento mi-nucioso em relação à presença ou ausência microbiana pelo sistema de canais, quando do tra-tamento endodôntico; ou seja, saber se a patolo-gia que acomete o dente é de natureza inflamató-ria ou de etiologia infecciosa. Em polpas conta-minadas, além da importância de se prevenir a introdução de novos microrganismos no sistema de canais radiculares, deve-se eliminar a infecção

endodôntica para que o tratamento logre êxito. Ademais, em dentes necróticos com lesão periapical, devido às condições observadas na microscopia eletrônica de varredura (MEV) deste presente tra-balho, o profissional pode se deparar com dificul-dades, desde a odontometria até o adequado sa-neamento do sistema de canais.

REFERÊNCIAS

BERGER, C. R. Endodontia. São Paulo: Pancast; 1998. DAHLEN, G.; HAAPASALO, M. Microbiologia da Periodontite

Apical. In: ORSTAWIK, D.; PITT FORD, T. R.

Funda-mentos da Endodontia – Prevenção e Tratamento da Periodontite Apical. São Paulo: Santos, 2004. p.106-125.

DAHLEN, G.; HOFTAD, T. Endotoxic activities of lipopolysacharides of microrganisms isolated from an infected root canal in Macaca cynomolgus. Scandinavian

Dent Res, v.85, p.272-278, 1977.

DAHLEN, G.; BERGENHOLTZ, G. Endotoxic activity in teeth with necrotic pulps. J Dent Res, v.59, p.1233-1240, 1980.

DE DEUS, Q. D. Alterações Patológicas no Periápice. In: DE DEUS, Q. D. et al. Endodontia. 5.ed. Rio de Janeiro: Medsi, 1992. p.155-187.

FAVA, L. R. G. et al. Tratamento de dentes polpados (biopulpectomia). In: LOPES, H. P.; SIQUEIRA JUNIOR, J. F. Endodontia – Biologia e Técnica 2.ed. Rio de Janei-ro: Guanabara Koogan, 2004. p.281-287.

KAKEHASHI, S. et al. The effects of surgical exposures of dental pulps in germ-free and conventional laboratory rats. Oral Surg, v.20, p.340-349, 1965.

LEONARDO, M. R. et al. Alteração Periapical. Microorganismos. In: LEONARDO, M.R.; LEAL, J. M.

Endodontia: Tratamento de Canais Radiculares. 3.ed.

São Paulo: Panamericana, 1998. p.45-105.

LEONARDO, M. R. et al. Importance of bacterial endotoxin (LPS) in endodontics. J Ap Oral Sci, v.12, n.2, 2004. PRATA, M.I.A. et al. Avaliação da reabsorção radicular apical

externa e interna, em dentes com lesões periapicais. JBE, v.3, n.10, p.222-228, 2002.

SIQUEIRA JUNIOR, J. F. et al. Microbiologia Endodôntica. Tratamento de Dentes Despolpados. In: LOPES, H. P.; SIQUEIRA JUNIOR, J.F. Endodontia – Biologia e

Técni-ca. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.

p.223-303.

WALTON, R. E. et al. Histologia e Fisiologia da Polpa Dental. In: INGLE Endodontia. 3.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989. p.265-290.

Recebido em: 7/10/05 Aprovado em: 21/12/05

Referências

Documentos relacionados

Os resultados demonstraram que há convergência, na visão de consumidores e varejistas, dos fatores apresentação, pessoal e serviços, mix de produtos e promoção

Art. 23 - O trabalho final é definido como: a Monografia, realizado individualmente pelo aluno e cuja apresentação após o término da conclusão das disciplinas, representa um

Apple reserves the right, at any time and from time to time, to update, revise, supplement, and otherwise modify this Agreement and to impose new or additional rules, policies,

Seleccione esta opção se o dispositivo ligado não conseguir fazer sair som através da ligação HDMI ou o formato áudio da reprodução não for suportado pela ligação HDMI (p..

são suficientes para a classificação DESTILADOS DE PETRÓLEO LEVES, TRATADOS COM HIDROGÉNIO In Vitro Não mutagênico. DIISOCIANATO DE 4,4'-METILENODIFENILO In Vitro Existem alguns

Ao continuarmos, foi pedido para que retratassem em forma de desenho as suas visões do presente e do futuro da Amazônia, como resultados e discussões percebemos que os

de rastreio para a alergia, têm uma elevada especificidade e sensibilidade e menores custos do que a utilização inicial de um painel de anticorpos IgE específicos isolados 1.

Frequentemente, a atração pelos animais precede o envolvimento com práticas sexuais com eles, como um distúrbio do desenvolvimento que pode se antecipar à