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XVII SIMPURB A produção do urbano e a urgência da práxis transformadora: teorias, práticas e utopias em meio a um mundo convulsionado

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Academic year: 2021

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XVII SIMPURB

A produção do urbano e a urgência da práxis transformadora: teorias, práticas e utopias em meio a um mundo convulsionado

Data: 29, 30, 31 de outubro e 01 de novembro de 20211 Local: Curitiba/PR PRIMEIRA CIRCULAR

O XVII Simpósio Nacional de Geografia Urbana, a ser realizado em outubro de 2021 em Curitiba/PR, parte das reflexões teórico-metodológicas sobre o urbano, realizadas ao longo dos 32 anos de Simpurb, e nos propõe a pensar “A produção do urbano e a urgência da práxis transformadora: debates, práticas e utopias em meio a um mundo convulsionado”. Nesta edição, compreendemos um acirramento de contradições em diversas dimensões da realidade, seja em escala mundial com o fortalecimento de uma onda ultraconservadora, com o aprofundamento da crise de acumulação capitalista e a precariedade da reprodução da vida, ou em escala nacional com políticas de fixação de gastos públicos para saúde e educação, reformas trabalhistas e previdenciárias, ampliação da fronteira agrícola e influência dos proprietários de terras, a privatização de serviços públicos e de empresas estatais, dentre outros elementos.

Entretanto, surgem, crescem e avançam também os movimentos de resistência, levantes e manifestações populares, especialmente nas regiões mais periféricas, com pautas que emergem dessa convulsão: gênero, raça, trabalho, moradia, saúde, desemprego, sexualidade, cultura, arte e outros. São nesses campos de disputas e da produção de espaços de existência e resistência que multiplicam-se os estudos e discursos, em meio aos movimentos políticos, sociais, acadêmicos, para a construção de uma outra realidade. Eles evidenciam a necessidade de uma práxis transformadora, isto é, de orientar, dialeticamente, a prática cotidiana numa teoria científica e crítica de transformação e construir essa teoria a partir da realidade visível e palpável na sociedade urbana brasileira e no que podemos observar do mundo. A crise política vivida no Brasil acirra as contradições e reforça a urgência de um novo urbano.

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Nesse sentido, buscamos dar continuidade às reflexões teórico-práticas sobre o urbano, explorando suas contradições, analisando os processos espaciais contemporâneos em uma perspectiva multidimensional/multiescalar, objetivando, ao mesmo tempo, englobar e revelar as várias facetas da vida no espaço urbano, as práticas socioculturais e suas implicações espaciais nas cidades brasileiras. Buscamos também reunir os pesquisadores e estudiosos das temáticas tratadas pela Geografia Urbana e pelas ciências afins com o propósito de fazer avançar o conhecimento científico sobre as cidades e os espaços urbanos a nível nacional, latino-americano e mundial, além de possibilitar e ampliar as discussões sobre a problemática urbana com grupos e movimentos sociais e desta forma construir novos horizontes teórico-metodológicos para a geografia urbana.

Valorizando a ciência por meio do fortalecimento do pensamento crítico, em um período em que o projeto hegemônico é de descredibilidade e deslegitimação da pesquisa, o XVII Simpurb busca refletir sobre essas e outras questões:

● Como se coloca, ou recoloca, a questão do Estado (necroestado, estado suicidário, hipercontrole social, hiper autoritarismo, governanças e políticas públicas urbanas neoliberais autoritárias etc.)?

● Como se posicionam ou se reposicionam os sujeitos sociais, os movimentos sociais, os movimentos urbanos, os novos e velhos ativismos e formas de luta diante dos novos desafios da sociedade brasileira, latinoamericana e mundial? Como definir uma teoria e uma práxis transformadoras e anticapitalistas hoje?

● Como entender os elementos, mecanismos, espacialidades, dimensões, racionalidades, representações, sociabilidades e institucionalidades envolvidas na acumulação capitalista urbana atual?

● Quais são os projetos de reforma urbana e/ou de direito à cidade necessários na atualidade? Estas propostas abarcam questões fundamentais para a emancipação de todos os sujeitos, dentre eles mulheres, pretos e LGBTQI+? Nesse sentido, quais são os caminhos da teoria urbana?

● Quais as categorias de análise possíveis para realizar o restabelecimento da ciência geográfica pública e do desenvolvimento socioespacial urbano? Quais são os papéis dos estudos urbanos nas articulações das escalas dos territórios, dos lugares, do metropolitano, do latino-americano, do global? ● Quem são os sujeitos da produção e da reprodução do espaço urbano, quais

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as suas estratégias e os seus fundamentos e como eles se alteram ao longo do tempo?

Partindo desse universo de indagações, o XVII Simpurb tem como eixo central promover o diálogo e o debate das questões do urbano contemporâneo e de uma práxis transformadora, buscando, também, questionamentos sobre as utopias reais e concretas vislumbradas através das práticas sociais urbanas.

● Programação do evento ○ Conferências: 2 ○ Mesas redondas: 6 ○ Grupos de Trabalho (GTs) ○ Trabalho (s) de Campo (s) ○ Oficina (s)

Conferência de abertura: A emergência do urbano em meio a um mundo convulsionado: contexto (pós)pandêmico e intensificação das desigualdades

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Mesa 1: ​Por uma geografia urbana anticapitalista: teoria, método e práxis transformadoras

Mesa 2: ​Fronteiras e escalas do urbano: problemática ambiental, dinâmicas regionais e relações cidade-campo

Mesa 3: ​A acumulação capitalista e a produção do espaço urbano: como se (re)configuram a terra, o trabalho e o capital no urbano hoje?

Mesa 4: ​Das violências contra os sujeitos à violência da urbanização desigual: relações de classe, gênero, raça e lutas por identidades e direitos nas cidades

Mesa 5: ​Movimentos sociais e ativismos urbanos: desafios e perspectivas à teoria e à luta pela transformação social  

Mesa 6: ​À quem pertence a cidade?: relações Estado-espaço, política urbana e planejamentos em disputa

Conferência de encerramento: As utopias concretas no urbano: experiências, justiça espacial e direito à cidade

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Ementas

GT 01 - Brasil não-metropolitano: temporalidades e espacialidades urbanas Coordenadores: ​André Nunes de Sousa (IFBA); Janio Roque Barros de Castro

(UNEB); Janio Santos (UEFS); Mayara Mychella Sena Araújo (UFBA); Paulo Baqueiro (UFOB)

A crise urbana nos leva a várias reflexões, especialmente àquelas que envolvem as multiplicidades de abordagens sobre as transformações físico-territoriais, sociais e econômicas que incidem nos espaços não-metropolitanos. Assim, pergunta-se: como as cidades médias e pequenas têm realizado esse enfrentamento nos mais diversos âmbitos? No sentido de propor ou sinalizar indicações para o debate o “Grupo de Trabalho Brasil não-metropolitano: temporalidades e espacialidades urbanas” visa reunir pesquisadores da Geografia e ciências correlatas a discutir suas investigações que foram/estão/serão atravessadas por esse processo. E nessa direção, a proposta é identificar as interações e experiências espaço-temporais produzidas por/nas cidades médias e pequenas e avaliar em que medida elas alteram-se (ou não) frente a esses processos, com base nos eixos: 1) Produção do espaço e novas dinâmicas nas escalas intraurbana e urbano-regional; 2) Desigualdades, segregações e fragmentações socioespaciais, com foco nas lutas de classe; e 3) Representações e questões identitárias, com ênfase no racismo, gênero, religião, etc. Oportunamente, leituras sobre as consequências da pandemia da COVID 19 nesses espaços também serão salutares. Pretende-se que os(as) autores(as) apresentem leituras críticas acerca da realidade de modo a levantar questões que versem sobre as transformações que ocorrem nos espaços não-metropolitanos, sem deixar de realçar o caráter transescalar de suas repercussões e causas, e considerar aspectos políticos, econômicos, sociais e culturais nelas implicadas. Não obstante a complexidade e atualidade dos temas, este Grupo do Trabalho busca munir esforços coletivos no intuito de avançar na reflexão e no debate integrado sobre médias e pequenas cidades do Brasil e cumprir uma proposta, qual seja, contribuir para a análise da sociedade e do mundo contemporâneos, ao sopesar sobre os espaços não- metropolitanos no pós-crise global. A leitura crítica do fenômeno permite levantar questões a respeito das

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modificações que sucedem na urbanização, cujas repercussões tanto incidem nos âmbitos políticos, econômicos, sociais e culturais, quanto desses são produtos. GT 02 - Cidades médias e reestruturação urbana: tendências empíricas e desafios teóricos

Coordenadores: ​Maria Encarnação Beltrão Sposito (UNESP/PP); Rita de Cássia da

Conceição Gomes (UFRN); Saint Clair Cordeiro da Trindade Junior –(UFPA); Vitor Koiti Miyazaki (UFU); William Ribeiro da Silva (UFRJ).

A temática da urbanização orientada pelo desenvolvimento do capitalismo industrial caracterizou-se pelo intenso crescimento do número e do tamanho das cidades, levando à intensificação do processo e à mudança de sua qualidade, o que foi expresso pelo papel protagonista exercido pelas metrópoles no que se refere ao comando econômico e político, e, sobretudo, aos modos de ser, pensar e viver da sociedade. As redefinições pelas quais o modo de produção vem passando, nas últimas décadas, constituem um novo momento, o que se reflete e se apoia na própria reestruturação urbana e das cidades. Há uma nova divisão interurbana do trabalho e uma nova divisão social e econômica dos espaços urbanos, o que tem rebatimento nos papéis exercidos por todas as cidades das redes e sistemas urbanos. A compreensão dos territórios tornou-se mais complexa e as cidades médias, aquelas que desempenham funções de intermediação na rede urbana, vêm revelando o escopo de tais mudanças, num período de intensificação das relações internacionais, sob a égide da globalização. Algumas delas ampliam seus papéis, outras perdem posição na hierarquia urbana, várias se articulam não apenas no âmbito das redes a que pertencem, mas também na escala internacional, além de expressarem conteúdos e agentes econômicos regionais relevantes em suas conexões com as metrópoles. Tendo em vista este quadro, o modo como as articulações entre escalas geográficas efetuam-se no período atual requer a ampliação e o aprofundamento da reflexão sobre as relações entre cidades e entre elas e o campo. Nesse contexto, ocorrem amplas alterações acerca da localização industrial, da atividade comercial e dos serviços, com operações em redes por grandes e médias companhias (regionais, nacionais ou internacionais), tais como os

shopping centers​, hipermercados, sistema de franquias etc. Por fim, é importante reconhecer o legado dos estudos relativos às metrópoles, tanto no plano conceitual

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como no plano empírico, mas destacar que a construção de uma ampla teoria sobre a urbanização exige a leitura ampla das redes e sistemas urbanos. Como refletir sobre as cidades médias numa teoria da urbanização para o Século XXI? Quais conceitos poderiam ser propostos para embasamento teórico da análise? Quais práticas metodológicas estariam correlacionadas a estes instrumentos teóricos? Como avançar das noções em uso para conceitos articulados a teorias?

GT 03 - Crise e crítica: a urbanização contemporânea e os limites da reprodução social

Coordenadores: ​Flávia Elaine da Silva Martins (UFF); Márcio Piñon de Oliveira

(UFMG); Marcio Rufino Silva (UFRR); Odette Carvalho de Lima Seabra (USP); Sérgio Manuel Merêncio Martins (UFMG).

A negação da cidade enquanto obra advém de sua captura pela reprodução capitalista e a consequente submissão à forma mercadoria. As equivalências desse processo configuram um tipo de alienação espacial, na qual a tessitura histórico-espacial, própria de um tempo diferencial, é aplainada em favor de um estilo abstrato de vida. Com efeito, o cotidiano assim vivido é simulacro e a vida, meramente encenação, mas uma totalização assim requereria um sistema de cuja constituição duvida-se, uma vez que as reiteradas crises (cíclicas, estruturais, dentre outras) estão aí expostas no urbano para nos indicar que existem outros processos irredutíveis à forma mercadoria, ou que contra ela se insurgem. A generalização desse modo de produção, que corresponde à ascensão do moderno pela incorporação da ciência e da tecnologia nos processos de reprodução de um modo geral - a exemplo do higienismo, do transporte urbano, da eletricidade, da engenharia aplicada à cidade, da cibernetização dos espaços... -, redefine o lugar da cidade e do urbano na reprodução da sociedade. Nestes termos, a acumulação de capitais e a reprodução sempre ampliada criam necessidades e descompassos que, desde muito cedo, se revelariam críticos. Esse deslocamento das bases originais da produção capitalista fica despercebido (invisibilizado), porque há uma tendência a naturalizar esse movimento, que consiste nas sucessivas metamorfoses do uso do tempo e do espaço social. Na verdade, a submissão do tempo e do espaço pelas determinações da reprodução capitalista cria a escassez de ambos. A luta pelo tempo e pelo espaço, por meio de embates em torno dos ritmos, é a forma como se

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atualiza a luta de classes. A produção do urbano está no plano da dialética do possível-impossível, de seus encontros e desencontros, suas aberturas e embotamentos. Acessá-lo implica um horizonte de interpretação que não tome o presente como absoluto; trata-se do horizonte da presença, o que não dispensa a regressão de campos espaço-temporais pregressos. Assim, tensionam-se crise e crítica, expondo os limites do empirismo de boa vontade e do pensamento abstrato em si. O horizonte do debate necessário adere ao plano do categorial e conceitual, como acesso em profundidade de conteúdos determinados, de novos conteúdos. GT 04 - Economia urbana, trabalho, comércio e consumo

Coordenadores: ​Ângelo Serpa (UFBA); Juscelino Eudâmidas Bezerra (UNB); Márcio

José Catelan (ENESP); María Laura Silveira (Consejo Nacional de Ciencia y Tecnología); Silvana Maria Pintaudi (USP); Susana Mara Miranda Pacheco (UERJ).

A temática deste GT é ampla e abrange conteúdos fundamentais para o entendimento do espaço urbano no mundo contemporâneo. Esse grupo de trabalho está aberto ao debate entre as várias correntes de pensamento da Geografia Urbana voltadas para essa temática específica, com suas novas problematizações ​e debates interdisciplinares para o entendimento das atuais conjunturas socioespaciais e políticas que alteram a vida coletiva urbana. Em síntese, as novas formas e processos que atingem a economia urbana, o trabalho, o comércio e o consumo no período atual tornam-se elementos fundamentais na formulação e reelaboração de teorias sobre a urbanização e a cidade. Daí a importância de reunir reflexões conceituais e estudos empíricos que deem ênfase a esses aspectos. Consideramos importante destacar algumas questões relevantes – diante da diversidade de problemas a serem tratados por esse GT – para que possamos conferir certa unicidade ao debate a ser desenvolvido. À maneira como as forças produtivas de uma sociedade se encontram organizadas para a sua reprodução se constitui em ponto de partida para se entender o espaço apropriado para esse fim. O espaço urbano, fruto das relações de produção existentes no atual momento de desenvolvimento do capitalismo, é a condição fundamental para sua reprodução. Observa-se, cada vez mais claramente, que nesse momento de financeirização do sistema capitalista, o espaço urbano passa a ter uma importância vital na condição de mercadoria para a reprodução do capital. A financeirização da economia alterou

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as condições de trabalho não apenas em suas dimensões técnicas, territoriais, como também no que tange à participação nos frutos da produção; as desregulamentações ocorridas no âmbito trabalhista revelam uma precarização que se acentua a cada dia. Tudo isto buscando atender às receitas impostas pelo neoliberalismo que só tem aumentado a concentração financeira. No âmbito comercial, isto se torna evidente no espaço urbano. Mudanças substantivas no sistema de distribuição estão reconfigurando as bases territoriais. Surgem novas firmas e formas de trabalho artesanais e comerciais, atuando em diversas escalas geográficas, criando associativismos e relações em rede, gerando concentrações no espaço urbano de caráter multifuncional, ampliando a complexidade entre a estruturação e as articulações no espaço, consolidando a diferenciação espacial entre a hierarquia e heterarquia urbanas. A concentração financeira, dado basilar das novas estruturas empresariais, polariza a distribuição correspondente ao pequeno comércio e às formas mais simples de produção de mercadorias (a artesanal), evidenciando uma mutação comercial que associa o setor privado da economia a ações públicas mediante políticas de reestruturação urbana que requalificam e revalorizam o espaço. Em face dessa dualidade nas cidades e na distribuição, o comércio popular também se reorganiza, instituindo novas formas de inserção na economia urbana, capitalizando-se e incorporando técnicas e logísticas de distribuição. Esses espaços produtivos e/ou comerciais se constituem na condição de reprodução social futura. No que tange ao consumo urbano, as mutações também se tornaram evidentes. As redes globais de informação dão forma a novos consumidores cuja participação na sociedade assume proeminência nas estratégias mercantis. Somam-se a isso as dimensões econômica e social, a valorização de uma cultura do consumo. Diante da multiplicidade de mercadorias a consumir o indivíduo define-se como um elemento fundamental no processo que envolve produção, distribuição e consumo urbanos e as marcas nesse aspecto tem um papel relevante, não só nas mercadorias de consumo imediato, mas também porque passam a “marcar” determinados espaços urbanos que se tornam referências (como os shopping-centers) para outros espaços da cidade que buscam se assemelhar a eles. No momento em os coordenadores desse GT renovam a sua participação junto ao Simpósio de Urbana, não é demais frisar que todos os processos acima mencionados se encontram em acelerada mudança em nosso país frente à Pandemia do CoViD 19, que exacerbou os problemas socioeconômicos e

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políticos pelos quais o Brasil já vinha passando. A expectativa desse GT é, portanto, a de que o debate contribua para a reflexão da epistemologia da Geografia que se produz nesse século XXI, tarefa fundamental para avançar o campo teórico-metodológico e orientar o sentido de nossas ações.

GT 05 - Estado, grandes projetos e planejamento corporativo

Coordenadores: R​enato Pequeno (UFC); Paulo Roberto Rodrigues Soares

(UFRGS); Maria Beatriz Rufino (FAU-USP); Demian Garcia Castro (Colégio Pedro II).

Este Grupo de Trabalho tem como escopo debater a complexidade das relações entre o Estado e a constituição do “urbano” na contemporaneidade. Em tempos de globalização e tecnificação espacial em moto-contínuo, a produção do espaço urbano oferece um importante objeto analítico: a ação do Estado, em seus diferentes aportes institucionais e local-regionais, na atual reestruturação (sócio)espacial das cidades, através dos diferentes ritmos de desenvolvimento técnico-produtivo, de políticas públicas multifocais [da questão da terra para habitação às exigências corporativas atuais de apropriação do espaço] e das resistências políticas a estas ações e processos de gentrificação. Na atual financeirização ostensiva, o Estado adequa-se continuamente às mutações da realidade político-econômica, articulando sua forma neoliberal – ainda que a estética de um mercado autorregulatório não consiga ocultar a transmissão de dividendos e benefícios ao capital – com o fortalecimento de suas ações (mesmo que alicerçadas em parcerias público-privadas), que tem implicado em novos investimentos no urbano, através de grandes projetos em diversas esferas como habitação, logística produtiva e mobilidade urbana. Junto a isso, há também uma mudança na relação com o território, que extravasa o campo epistêmico-conceitual e atravessa a própria noção de poder, soberania, escala e identidade. Novos territórios e produtos imobiliários emergem a partir desta nova relação entre Estado, urbanização e capital corporativo. A intenção deste Grupo de Trabalho é congregar pesquisadores que ofereçam estudos de diferentes realidades de gestão urbana para pensar as ações articuladas entre o Estado e o capital corporativo, que impõem aos usos e apropriação dos territórios a necessidade constante de readequação estrutural, envolvendo desde investimentos em logística, energia e mão-de-obra às atuais

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mudanças no tripé empresa-trabalho-moradia, em políticas urbanas de planejamento estratégico, com requalificação, revitalização e reordenamento das cidades. São bem-vindos trabalhos que coloquem em pauta o jogo político – o que implica na análise da conjugação entre interesses, projetos e ações –, e que conformem estratégias e práticas espaciais estabelecidas pelos grupos hegemônicos para a manutenção do poder e de resistência a esses processos. Sem dúvidas, no horizonte deste Grupo de Trabalho emerge a intenção de se pensar o desenvolvimento, este meta-conceito que é processo, condição e fim, em diferentes escalas de tempo e espaço. A atual urbanização, marcada por meganegócios, empreendimentos corporativos, citymarketing e estratégias público-privadas desde a raiz, é resultado do modelo de desenvolvimento em curso, com matizes políticos, econômicos, sociais e espaciais que ainda requerem maior esclarecimento. Neste campo, entre ideologias e utopias, apontar possibilidades de governança democrática e gestão participativa torna-se uma exigência para todos aqueles que objetivam construir criticamente novas formas de produção do espaço urbano. GT 06 - Geografia e apropriação urbana ensino de cidade e das comunidades tradicionais

Coordenadores: ​Ana Claudia Sacramento (UERJ), Catia Antonia da Silva (UERJ),

Adriana Carvalho Silva (UFRRJ) e Karla Annyelly Texeira de Oliveira (UFG).

A necessidade crescente de problematizar o papel do conhecimento da cidade e de seus temas sobre o urbano e a urbanização no ensino de Geografia e reconhecer as formas de apropriação urbana pelos povos e comunidades, bem como o debate na escola sobre esses povos tradicionais são desafios desse grupo de trabalho. Os dois temas não são novos na Geografia, e apesar do ensino da cidade ser um conteúdo dentro do ensino da geografia escolar, ainda precisa de uma maior reflexão sobre o urbano no Brasil, entre suas diferentes escalas de análises espaciais. Os dois temas se convergem quando buscam dialogar sobre a educação diferenciada, ou seja, aquela que traz nas diretrizes curriculares, as referências culturais das comunidades indígenas, quilombolas, caiçaras, ribeirinhas e pesqueiras. É importante a valorização do lugar, pois muitos desses lugares se encontram em contextos urbanos e metropolitanos, nas periferias e favelas e em contextos de vilas e povoados das cidades pequenas e médias. Esses povos e as

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escolas vivem na interação com muita dinâmica dos modos de vida urbanos, das inflexões do meio técnico científico informacional e da globalização da economia e da cultura. TEMAS: Cidade no ensino de Geografia. Comunidades tradicionais e suas relações com a cidade e o urbano. Cidade educadora e educação urbana em diferentes contextos culturais. Sujeitos e apropriação urbana, povos tradicionais, juventudes, crianças. Educação para o trânsito, questão educativa da mobilidade e acessibilidade urbana. Educação popular. Educação diferenciada. Gestão urbana, escola e formação cidadã. Escola e direito à cidade. Desenvolvimento dos raciocínios geográficos, culturais em contextos urbanos. Educação socioambiental, urbano e a natureza. Sustentabilidade ambiental, cultura e a vida urbana.

GT 07 - Geografia histórica urbana

Coordenadores: ​Doralice Sátyro Maia (UFPB); Fania Fridmam (IPPUR / UFRJ); Pedro de Almeida Vasconcelos (UFBA); Maria Isabel Chrysostomo (UFV); Eneida Maria Souza Mendonça (UFES).

A Geografia Histórica é um campo específico de análise da Geografia legitimado pelas mais diversas entidades científicas. Entretanto, sem perder de vista o reconhecimento de que as perspectivas interdisciplinares são fundamentais para o enfrentamento da complexidade crescente que caracteriza o espaço urbano, o GT Geografia Histórica Urbana objetiva reunir estudos, análises e ideias que enfatizem a importância das relações entre espaço e tempo a partir das contribuições da Geografia, particularmente de uma Geografia Urbana com perspectiva histórica. Ao reconhecer-se que nos feitos humanos a temporalidade da ação adquire materialidade com a aderência ao espaço, percebe-se a necessidade de congregar pesquisadores em um fórum para debater as perspectivas teóricas e metodológicas que remetam a análise do espaço urbano a tempos pretéritos. O conhecimento do passado muito embora seja objeto específico da História requer um olhar específico da Geografia, cuja contribuição vem demonstrando a sua relevância através de obras e de escritos de autores nacionais e internacionais, e reconhecimento nos encontros acadêmicos interdisciplinares. Todavia, verifica-se a necessidade de aprofundar o debate no âmbito da Geografia Urbana para que se possa discutir os pressupostos teóricos, as perspectivas metodológicas e ainda os resultados de análises que contribuam para o fortalecimento deste campo do saber.

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GT 08 - Geotecnologias e análise espacial no espaço urbano

Coordenadores: ​Lindon Fonseca Matias (UNICAMP); Wagner Batella (UFJF); Jader

de Oliveira Santos (UFC); Hélio Carlos Miranda de Oliveira (UFU).

O desenvolvimento das Geotecnologias e das técnicas de Análise Espacial tem promovido uma revolução nas investidas espaciais, particularmente na perspectiva dos estudos urbanos. Seja no contexto da produção de conhecimento ou na perspectiva da intervenção, as cidades têm sido interpretadas, em diversas escalas, com o auxílio dos aparatos que envolvem as Geotecnologias e os métodos de Análise Espacial. Por isso, urge que se debatam questões teórico-conceituais e operacionais presentes no estudo do espaço urbano enfatizando, em particular, o papel das Geotecnologias e da Análise Espacial na estruturação e análise das cidades. Pretende-se, neste eixo de discussão, agregar contribuições científicas que envolvam, por exemplo, a utilização de Geotecnologias para o estudo das cidades e para o planejamento urbano; os métodos de representação espacial; o desenvolvimento e aplicação de indicadores socioeconômicos e socioambientais; o estudos sobre áreas de risco, de vulnerabilidade social etc. na cidade; os métodos de análise espacial e os estudos urbanos; Sensoriamento Remoto e urbanização; o estudo de temas diversos tratados na perspectiva urbano-espacial, como violência, pobreza, segregação, economia, demografia, água, áreas verdes etc. Nesta ampla agenda de discussão, emergem questões de fundo conceitual bem como aspectos operacionais ligados ao uso e acesso às bases de dados geoespaciais, tais como: Qual o potencial atual das geotecnologias na análise das relações socioambientais? O que é a geografia do Ciberespaço? Qual o papel das geotecnologias na análise multiescalar dos espaços urbanos? Como as geotecnologias podem potencializar a produção da informação geográfica gerada por usuários através dos dispositivos móveis, como TABLETS e “telefones inteligentes (smartphones)? De que forma as técnicas de análise espacial têm sido utilizadas na produção e análise de indicadores sócio-territoriais urbanos? Qual relevância da geoinformação em uma sociedade em rede? Como a jurisdição geográfica da Internet interfere na regulação soberana entre os países e na produção imaterial do espaço urbano?

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Coordenadores: ​Sandra Lencioni (USP), José Borzacchiello da Silva (UFC), Alvaro

Ferreira (PUC-Rio), Tadeu Alencar Arrais (UFG) e Ivan Queiroz (URCA).

Esta proposta tem como objetivo recuperar a discussão acerca da metrópole, mas também do processo de metropolização que traz nova dinâmica à produção do espaço. Vivemos um momento em que se faz necessário, inclusive, rever as perspectivas teórico-metodológicas para que sejamos capazes de compreender a dinâmica espacial contemporânea. Além disso, trata-se de refletir sobre a alteração das estruturas pré-existentes. Trata-se, aliás, de pensar a transcendência das características metropolitanas a todo o espaço. A dinâmica do processo de metropolização tem contribuído para a transformação do mercado do solo urbano, que passa por intensa valorização. Esse fato acaba por estender intensamente a área urbana, comprometendo, inclusive, o rural que se encontra, integrado cada vez mais a esse processo especulativo. É cada vez mais comum ouvirmos falar de renovação, revitalização ou reabilitação urbana, processos que quase sempre inviabilizam a permanência dos antigos moradores. Tais transformações, de cunho social e espacial, que demandam novas formas de pensar e de problematizar o planejamento e a gestão urbana e regional, sugerem, igualmente, esforços acadêmicos com o intuito de aprofundar, sistematizar e propor novas leituras da relação entre metropolização do espaço, metrópole e dinâmica espacial contemporânea. É nesse sentido que o SIMPURB se constitui um espaço privilegiado para a realização de discussão tão cara ao desenvolvimento da ciência geográfica.

GT 10 - Mobilidade, migração e espaço urbano

Coordenadores: ​Denise Cristina Bomtempo (UECE); Ednelson Dota (UFS); Marcos

Leandro Mondardo (UFGD); Rogério Haesbaert (UFF).

As dinâmicas econômicas e sociais materializadas nas escalas do Brasil, da América Latina e do mundo reestruturam e reconfiguram as fronteiras, a urbanização, as interações espaciais, bem como as mobilidades e migrações contemporâneas. Ainda, nas cidades, loci visíveis da presença de migrantes em múltiplas trajetórias, manifestam-se diversos conflitos e espacialidades (territórios, lugares, paisagens), derivados do entrecruzamento de vivências ao mesmo tempo universais e singulares/particulares aos sujeitos em movimento. Diante do

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apresentado, como, no período atual, conceituar a mobilidade em geral e do trabalho em particular? Quais as problemáticas vinculadas à mobilidade e à migração nos espaços urbanos do Brasil e/ou da América Latina do século XXI? Qual o novo papel da inserção global de nossas metrópoles e suas repercussões quanto à mobilidade e à segregação espacial, na escala local/urbana? Como analisar as territorialidades dos migrantes nas cidades, através de suas múltiplas dimensões (econômica, política, cultural)? É possível considerar a produção imobiliária na cidade, a (i)mobilidade e o surgimento de novas fronteiras como caminhos para explicar as dinâmicas urbanas contemporâneas? Quais as relações existentes entre crise econômica, social e sanitária e a presença cotidiana dos migrantes nas cidades de diferentes portes e funções urbanas? Qual o impacto da pandemia da Covid-19 e do agravamento da crise econômico-política nos fluxos migratórios? Essas questões demonstram a necessidade do debate por meio de pesquisas vinculadas à temática.

GT 11 - Práticas culturais na produção da cidade

Coordenadores: Aureanice de Mello Corrêa (UERJ); Jorge Luís Barbosa (UFF); Igor

Martins Medeiros Robaina (UFES); Nécio Turra Neto (UNESP) e Otávio José Lemos

Costa (UECE).

Discutir a centralidade da dimensão espacial para a compreensão das manifestações culturais de diferentes grupos sociais urbanos. é objetivo deste Grupo de Trabalho. Essa perspectiva analítica implica em valorizar a indissociabilidade entre tempo e espaço. Tradicionalmente, as diversas manifestações culturais nas cidades foram entendidas como eminentemente ligadas às temporalidades, sendo as espacialidades relegadas ao segundo plano. Trazer a dimensão espacial para o centro da análise significa, sobretudo, considerar o espaço não apenas como um palco em que as manifestações culturais urbanas acontecem, mas entendê-lo como construção social, histórica e geográfica concreta e, como tal, participante ativo e condicionante das formas e manifestações culturais urbanas. Os desafios para a compreensão das práticas culturais na produção das cidades envolvem o entendimento do urbano como espaço, por excelência, de desigualdades de acesso a moradia, ao trabalho, ao lazer, aos estudos, bem como do acesso aos bens de consumo coletivo etc. Por outro lado, essa compreensão estaria incompleta sem a

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consideração das possibilidades que os distintos grupos sociais têm de, por intermédio de suas práticas espaciais, romper e contornar as imposições da cotidianidade, para recorrer a autores como M. de Certeau ou mesmo H. Lefebvre. A valorização dos elos entre ação política e arte no espaço urbano, por exemplo, passa pelo reconhecimento de ações culturais que amplificam reivindicações sociais e pela identificação de usos do espaço urbano pelos movimentos sociais, com suas formas de apropriação subjetivas, que evidenciam suas identidades e territorialidades. Nesta perspectiva, as práticas culturais que produzem o urbano incluem a disputa de capital simbólico na cena urbana, discursos, imagens, conflitos e lutas sociais, que tornam a política elemento chave na discussão.

GT 12- Produção do espaço urbano numa perspectiva crítica

Coordenadores: ​Ana Fani Alessandri Carlos (USP); Danilo Volochko (UFPR); Elisa

Favaro Verdi (USP); Glória da Anunciação Alves (USP); Rafael Faleiros de Pádua (UFPB).

Urge a reflexão sobre os conteúdos sociais do espaço urbano no movimento do processo atual de acumulação capitalista. Esses necessitam ser analisados e compreendidos a partir da perspectiva geográfica sinalizando o papel da produção do urbano na atualidade. Assim, pensar um modo de fazer a geografia urbana por dentro do pensamento crítico, num momento em que este pensamento se coloca como residual é fundamental. É mais fácil produzir uma geografia que não questiona a produção do espaço como momento produtivo do capital e lugar dos conflitos que iluminam as contradições na qual o capitalismo se realiza, por isso o pensamento teórico é fundamental na compreensão da realidade, pois exige a recusa de um pensamento separado do mundo. Isto é, faz-se necessário um pensamento capaz de desvendar e interpretar as contradições que movem o presente. Nesse sentido a aparente transparência do espaço apresenta-se como um problema. Ela obscurece os conteúdos contraditórios da realidade social e da produção social do espaço. Aqui prevalece o imediato, e, pela indiferença com a teoria, nos faz cair nas armadilhas que transformam, por exemplo, o crescimento econômico em desenvolvimento social. Por isso há a necessidade de se analisar teoricamente e na radicalidade os processos e novos conteúdos da realidade socioespacial. Esse é um dos grandes desafios.

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GT 13 - Produção e reprodução do espaço urbano - teoria e prática

Coordenadores: ​Arlete Moysés Rodrigues (UNICAMP); André Vinicius Martinez

Gonçalves (IF/GO); Carlos Teixeira Campos (UFES); Gustavo de Oliveira Coelho (PUC-SP); Leda Bonfiglio (UFF).

A partir dos determinantes do modo de produção capitalista, da propriedade privada da terra, onde o valor de troca se impõe na organização, na estrutura e na produção do espaço (urbano)-mercadoria, a atual dimensão urbana brasileira é marcada por cidades de diferentes escalas de ordem espacial no sentido amplo do conceito. A produção do espaço-mercadoria envolve uma multiplicidade de agentes, possuem diferentes hierarquias de poder, interesses e necessidades e, na sua reprodução, se constitui elemento fundamental de contradições, conflitos e disputas desiguais pela cidade. Esse processo produz e reproduz desigualdade de acesso à terra urbana, aos equipamentos e meios de serviços coletivos e à infraestrutura, impondo desse modo à injustiça espacial, sobretudo, para as populações residentes nas periferias e bairros pobres. Na realidade espacial urbana, há pouquíssimos aspectos que não estão profundamente vinculados às políticas de Estado. A regulação da política urbana passa pela compreensão da relação dialética entre o Estado e a sociedade civil, onde o primeiro abarca a última de forma desigual e contraditória, assumindo compromissos antagônicos como manter a estrutura de classes e estabelecer ações para minimizar os conflitos sociais. O atendimento das necessidades de diferentes frações de classes depende das forças sociais em disputa e principalmente da direção dos blocos no poder bem como da organização e atuação de movimentos populares. Se as políticas urbanas não alteram a dinâmica socioespacial em sua totalidade, reconhecem as desigualdades, potencializam o valor de uso permitindo conquistas sociais e ao mesmo tempo aceleram o valor de troca atendendo aos interesses da produção imobiliária e à acumulação do capital. No atual período histórico indagamos sobre as condições de luta nas cidades entre os agentes tipicamente capitalistas, os movimentos populares urbanos e o Estado em suas diferentes instâncias. A proposta desse grupo de trabalho é propiciar o encontro de pesquisadores, que coloquem suas pesquisas a partir de uma perspectiva crítica e de resistência, estudos teóricos conceituais e práxis relativas às conquistas, perdas, conflitos e contradições, tendo como norte a tríade Estado Capitalista-Políticas Públicas Urbanas-Movimentos Populares Urbanos.

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GT 14 - Reestruturação urbana e econômica na produção do espaço: agentes e processos

Coordenadores: ​Cláudio Zanotelli (UFES);​ Edilson Pereira Júnior (UECE); Eliseu

Sposito (UNESP/Presidente Prudente); Floriano Godinho (UERJ); Paulo Cesar Xavier (FAU/USP).

Este grupo de trabalho propõe reunir pesquisas que discutam fundamentos e desdobramentos da reestruturação urbana e econômica no Brasil. Pensar esse processo leva à reflexão sobre a combinação contraditória de desconstrução e reconstrução, de permanências e mudanças de formas espaciais articuladas às funções e processos contraditórios. Por isso, propõe-se a abordagem de: 1) a maior diferenciação funcional dos espaços urbanos regionais em consequência da reestruturação produtiva das empresas, do dinamismo das redes técnicas, das mudanças na comercialização de produtos e da expansão e diversificação de serviços; 2) a materialização de novos espaços de produção, consumo e moradia, pautados por processos imobiliários e financeiros; e 3) a atuação de diferentes agentes na produção dos espaços urbanos, na perspectiva de processos que apontam para transformações espaciais e temporais nas diversas realidades urbanas do território nacional e que implica na necessária rediscussão de nossos instrumentos teóricos e metodológicos.

GT 15 - Território, conflitos e ativismos sociais urbanos

Coordenadores: Prof. Dr. Glauco Bruce Rodrigues (UFF – Campos dos Goytacazes); Prof.a Dr.a Tatiana Tramontani Ramos (UFF – Campos dos Goytacazes); Prof. Dr. Matheus da Silveira Grandi (UERJ – São Gonçalo).

A análise crítica da dinâmica social a partir da territorialidade, dimensão fortemente negligenciada nas pesquisas acerca dos conflitos e ativismos sociais no âmbito mais amplo das Ciências Sociais, contribui para o avanço teórico-conceitual e metodológico do campo da Geografia ao aprofundar o debate acerca dos conflitos no espaço urbano, seja como objeto das lutas, como forma de viabilizar a ação social no seu próprio desenrolar ou como pressuposto ontológico da produção desses espaços. Diante disso, o Grupo de Trabalho parte do território como elemento catalisador e motivador dos conflitos, particularmente no que se refere às

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práticas sócio-espaciais. Ressalte-se também a valorização do investimento metodológico das pesquisas no campo da Geografia, o que envolve reflexões dedicadas a explorar metodicamente aspectos como as distintas posições adotadas e/ou identificadas nas pesquisas (incluindo posicionamentos epistemológicos), as opções teórico-conceituais envolvidas (escalarizações, periodizações, perspectivas e instrumentos de análise etc.) e as formas de organização e realização das investigações (identificação dos problemas centrais, apresentação dos objetivos, identificação justificada das informações consideradas relevantes, tratamento e uso de fontes variadas, definição dos procedimentos de acesso e sistematização das informações coletadas, produção dos dados, criação dos percursos analíticos e das estratégias de apresentação dos resultados, dentre outros). Integram-se neste GT três campos de pesquisa da Geografia, a saber, a Geografia Urbana, a Geografia Histórica e a Geografia dos Conflitos e Ativismos Sociais, dois desses campos de pesquisa significativamente marginalizados na Geografia brasileira. Tal articulação contribui para o desenvolvimento de outras formas de se compreender os processos de formação dos territórios (sobretudo em contextos urbanos) e de se produzir conhecimento crítico que parta do conflito, da ação social, dos sujeitos e das territorialidades que constituem seus e nossos mundos.

GT 16 - Transformações no campo e nas cidades em um contexto de globalização

Coordenadores: ​Denise Elias (UECE); Mirlei Fachini Vicente Pereira (UFU); Rogério

Leandro Lima da Silveira (UNISC); Iara Rafaela Gomes (UFC).

Esse Grupo de Trabalho objetiva aprofundar os debates teóricos e metodológicos sobre as relações entre cidades e regiões produtivas que se alicerçam muito fortemente nas atividades agropecuárias calcadas no tripé reestruturação produtiva, neoliberalismo e capital financeiro. Entre os principais temas que orientam a inscrição de trabalhos neste GT, destacamos: A cidade e o urbano, o campo e o rural: novos significados e dilemas para conceituação; Produção agropecuária globalizada, novas relações campo-cidade e reestruturação urbano-regional; Expansão do agronegócio e urbanização: agentes, dinâmicas e repercussões nos territórios regionais; A divisão territorial do trabalho e o funcionamento da rede urbana nas regiões produtivas do agronegócio; Consumo produtivo do campo,

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especialização da cidade e circuito superior da economia urbana; A cidade na gestão do agronegócio globalizado; A produção agropecuária em rede: os circuitos espaciais de produção de commodities; Vulnerabilidade da cidade em regiões agrícolas especializadas em commodities.

GT 17 - Urbanização, turismo e lazeres

Coordenadores: Alexandre Queiroz Pereira (UFC); Eustogio Dantas (UFC).

A urbanização em função dos lazeres e do turismo produz formas-conteúdos em

escala regional e intraurbana. Os (eco) resorts, parques temáticos, as novas arenas

esportivas e empreendimentos turístico-imobiliários são indicadores da reprodução

do espaço associado a novas formas de acumulação. Eventos festivos e esportivos

padronizados, práticas marítimas modernas e demais atividades de lazer

urbano-metropolitano engendram ambiências e sociabilidades que atribuem novos

sentidos à cidade. Mas a dimensão lúdica da vida urbana, segundo Henri Lefebvre,

ultrapassa o vasto leque de serviços ofertado pelo segmento. Abrange o uso,

através de práticas autônomas e inventivas, utopias de cidade, táticas e

apropriações que circunscrevem iniciativas diversas no vasto campo do possível no

devir urbano. O conjunto das atividades lúdicas dialoga com a urbanização dispersa, as centralidades, a segregação socioespacial, a espetacularização, a gentrificação, a metropolização do território, dentre outros processos. Neste sentido, convidamos a pensar os conteúdos socioespaciais desdobrados pela dimensão do lúdico na (re)produção do urbano.

Contamos com a participação de todos vocês no XVII Simpurb 2021!

Referências

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