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A UTILIZAÇÃO DE APLICATIVOS DE MENSAGENS COMO FERRAMENTA PARA A EDUCAÇÃO REMOTA EMERGENCIAL NO ENSINO SUPERIOR 1

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Academic year: 2021

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A UTILIZAÇÃO DE APLICATIVOS DE MENSAGENS COMO FERRAMENTA PARA A

EDUCAÇÃO REMOTA EMERGENCIAL NO ENSINO SUPERIOR

1

THE USE OF MESSAGING APPS AS A TOOL FOR EMERGENCY REMOTE TEACHING IN UNIVERSITY EDUCATION

FERREIRA, Verônica Moreira Souto 2

Grupo Temático 1. Ensino e aprendizagem por meio de/para o uso de TDIC Subgrupo 1.2 Docência, formação e atuação – o papel do professor

Resumo:

A partir das medidas implementadas a fim de conter o progresso da pandemia de COVID-19, órgãos governamentais propuseram mudanças no modelo educacional padrão (BRASIL, 2020). As determinações governamentais propõem a adoção do ensino remoto, tendo em vista a necessidade de se manter um calendário letivo semelhante ao proposto antes da pandemia, porém sem o contato inerente à educação tradicional. Assim, os aplicativos de mensagens, tais como o WhatsApp e Telegram, apresentam-se como alternativa para a continuidade do ensino remoto, já que são largamente utilizados pela população. Nesse sentido, o objetivo dessa pesquisa foi apresentar esse tipo de aplicativo como ferramenta alternativa para continuidade do trabalho docente no ensino superior. Foi possível identificar que a utilização de aplicativos de mensagens permite uma educação remota acessível a grande parte dos discentes, já que a maioria faz uso de smartphones. Desse modo, sinalizamos a importância da continuidade de pesquisas mais aprofundadas sobre alternativas acessíveis de ensino remoto, a fim de contribuir com a continuidade das aulas em situações que demandem isso, além da importância de manter uma contínua discussão sobre questões de exclusão digital e desigualdades sociais.

Palavras-chave: TIC, COVID-19, aplicativos de mensagens, docência. Abstract:

Based on the measures implemented to contain the progress of the COVID-19 pandemic, government agencies have proposed changes to the standard educational model (BRASIL, 2020). Government determinations propose the adoption of remote teaching, in view of the need to maintain a school calendar similar to that proposed before the pandemic, but without the contact inherent in traditional education. Thus, messaging apps, such as WhatsApp and Telegram, presented themselves as an alternative for the continuity of remote teaching, since they are widely used by the population. In this sense, the objective of this research was to present this type of apps as an alternative tool for continuing teaching work in university education. It was possible to identify that the use of messaging apps allows remote teaching accessible to most students, since the majority use smartphones. Thus, we signal the importance of continuing more in-depth research on accessible remote teaching alternatives, in order to contribute to the continuity of classes in situations that demand this, in addition to the importance of maintaining a continuous discussion on issues of digital exclusion and social inequalities. Keywords: TIC, COVID-19, messaging apps, teaching.

1 Trabalho apresentado no “Congresso Internacional de Altos Estudos em Educação” (CAEDUCA 2020), com

modificações.

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1. Introdução

A fim de minimizar os impactos negativos provenientes da pandemia do vírus Sars-Cov2, causador da doença COVID-19, medidas de contenção foram tomadas. As diversas estratégias incluem o cancelamento de eventos, restrição de viagens e isolamento domiciliar, buscando evitar aglomerações de pessoas (ESCHER, 2020). Dentre essas medidas, a suspensão de aulas presenciais, em todos os níveis de educação, vem afetando a rotina de grande parte dos estudantes.

A partir disso, órgãos governamentais propuseram mudanças no modelo educacional padrão (BRASIL, 2020). Diversas instituições de ensino passaram a utilizar o ensino remoto, que possui algumas semelhanças com a educação à distância (COSTA, 2017). Entretanto, é possível identificar dificuldades na manutenção do ensino remoto, já que uma significativa parcela da população não tem acesso a internet ou não possui habilidades inerentes às novas tecnologias (SORJ; GUEDES, 2005).

Os aplicativos de mensagens, tais como o WhatsApp e Telegram, apresentaram-se como alternativa para a continuidade do ensino remoto, já que são largamente utilizados pela população. Nesse sentido, o objetivo dessa pesquisa foi apresentar esse tipo de aplicativo como ferramenta alternativa para continuidade do trabalho docente no ensino superior.

2. Metodologia

A pesquisa foi baseada no método bibliográfico, a qual pressupõe consulta e análise de dados provenientes de livros, periódicos, artigos de jornais, sites, bem como outros tipos de publicações (PIZZANI et al., 2012). A partir desse entendimento, relacionaram-se variadas fontes, associadas ao cenário educacional atual.

O contexto da pandemia é campo fértil para publicações diversas, porém novas produções ainda estão sendo desenvolvidas nesse sentido, dificultando a coleta em periódicos e livros sobre a temática. Dessa forma, foram utilizadas publicações governamentais, artigos de jornais e conteúdos de sites relacionados a educação, contribuindo para a estruturação do texto.

3. A educação remota emergencial

Através da Portaria nº 343, de 17 de março de 2020, o Ministério da Educação (MEC) autorizou a “substituição das disciplinas presenciais, em andamento, por aulas que utilizem meios e tecnologias de informação e comunicação” (BRASIL, 2020). Essa determinação passou a ser denominada de ensino remoto emergencial, tendo em vista a necessidade de se manter um calendário letivo semelhante ao proposto antes da pandemia, porém sem o contato inerente à educação tradicional (TOMAZINHO, 2020).

Apesar da semelhança com o modelo de Ensino à Distância (EAD), “uma forma de ensino-aprendizagem mediada por Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) que permitem que o professor e o estudante estejam em ambientes físicos diferentes” (COSTA,

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2017), o ensino remoto emergencial encontra diversos obstáculos, complexificando o processo de ensino-aprendizagem.

A ausência de qualificação para a docência não-presencial é uma das questões que permeiam a situação atual (KENSKI, 2010), tendo em vista a mudança repentina no cenário educacional. Podemos levar em consideração ainda a escolha do discente pelo modelo presencial de ensino (BRASIL, 2017). Segundo dados do Censo da Educação Superior, “a EaD aumentou 17,6% e já atende mais de 1,7 milhão de alunos, o que representa uma participação de 21,2% dos alunos de graduação no país” (BRASIL, 2017).

Outro ponto fundamental que dificulta a implementação do ensino remoto é a exclusão digital e as dificuldades de acesso à internet. Embora haja uma crescente utilização de aparelhos eletrônicos, com o Brasil ocupando uma das cinco primeiras posições mundiais em número de smartphones (COUTINHO, 2014), isso não significa que esse acesso seja homogêneo. As questões inerentes a exclusão digital estão estritamente vinculadas a desigualdade social, além de manter relação com muitas diferenças presentes entre as diversas regiões do país (SORJ; GUEDES, 2005).

Diante disso, é válido afirmar que a inclusão digital passa a ser essencial para reduzir as disparidades sociais, tanto em empregabilidade quanto na transformação da população, promovendo autonomia e mudanças significativas na sociedade em geral (GROSSI; COSTA; SANTOS, 2013).Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, cerca de 30% da população ainda não possui acesso à internet, porém é notável o aumento de pessoas conectadas a internet através de aparelhos smartphones e uma diminuição na utilização de computadores conectados à rede (IBGE, 2018).

De qualquer modo, alternativas bastante válidas vêm sendo implementadas (QUINTELLA, 2020). A adaptação a uma nova dinâmica educacional favoreceu a criatividade de docentes, e a busca por estratégias pertinentes apresentou uma alternativa quase óbvia e bastante acessível: os aplicativos de mensagens.

4. Aplicativos de mensagens como ferramenta para o trabalho docente

O aplicativo de mensagens mais utilizado no Brasil é o WhatsApp, que está presente em cerca de 98% dos smartphones (LOUREIRO, 2019). Além do seu principal recurso, o envio de mensagens de texto, essa ferramenta tem possibilidades diversas de utilização: gravação e envio de áudios, envio de documentos diversos, envio de imagens, grupos com até de 256 pessoas, chamadas de áudio e de vídeo, etc. (WHATSAPP, 2020).

Outro aplicativo de mensagens que vem sendo bastante utilizado para fins educacionais é o Telegram. Além das ferramentas presentes no WhatsApp, o Telegram traz funcionalidades incrementadas que podem ajudar os docentes: agendamento de envio das mensagens, enquetes, grupos com até 200 mil pessoas, canais de transmissão sem número limite de seguidores, envio de arquivos sem tamanho limite e armazenamento de dados na nuvem (TELEGRAM, 2020).

Como diferença crucial entre os aplicativos citados temos a popularidade. Conforme apresentado acima, o WhatsApp está presente na maior parte dos smartphones do Brasil, já

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o Telegram ainda vem ganhando espaço (LOUREIRO, 2019). A popularidade do primeiro é refletida nos planos das operadoras de telefonia, que muitas vezes permitem o uso do

WhatsApp mesmo após o término do pacote de dados móveis (muito comum em planos

pré-pagos das operadoras).

Temos ampla possibilidade de utilização de ambas as ferramentas, a fim de promover a continuidade das aulas com estratégias eficientes e acessíveis. O envio de materiais diversos e a interação on-line possibilitam um processo de ensino-aprendizagem compatível com as exigências do isolamento domiciliar, além de abrir espaço para a utilização dessas ferramentas após o término da quarentena. Nesse sentido, cabe ao docente articular seu cronograma de trabalho de acordo com as disciplinas e currículos de cada curso. Certamente, algumas disciplinas não poderão depender exclusivamente dessas ferramentas, mas muitas atividades podem ser desenvolvidas.

5. Considerações finais

Levando em consideração a importância do distanciamento social para a contenção da pandemia de COVID-19, diversas instituições de ensino precisaram adaptar seus calendários letivos a essa nova realidade. Dessa forma, um ensino remoto emergencial foi proposto, a fim de dar continuidade às atividades acadêmicas. Com necessidade de dar continuidade a disciplinas, aulas não presenciais vem sendo propostas, escancarando problemas como a exclusão digital e as desigualdades sociais do Brasil. Apesar disso, propostas de ensino vem sendo apresentadas, com o objetivo de minimizar essas questões.

A utilização de aplicativos de mensagens permite uma educação remota acessível a grande parte dos discentes, já que a maioria faz uso de smartphones. Os docentes podem disponibilizar materiais de diversos formatos, além de manter contato direto com a turma em horários estipulados, para discutir o conteúdo e sanar possíveis dúvidas. Ao manter uma rotina de aulas, com possibilidade de discussão dos conteúdos e a disponibilidade de materiais diversos, a continuidade do período letivo não será negligenciada e proporcionará o devido aproveitamento das disciplinas cursadas.

Pesquisas mais aprofundadas sobre alternativas acessíveis de ensino remoto devem ser propostas, a fim de contribuir com a continuidade das aulas em situações que demandem isso. Da mesma forma, estudos que apresentem e discutam as questões de exclusão digital e desigualdades sociais são fundamentais para o mapeamento e proposição de soluções.

6. Referências

BRASIL. Ministério da Educação - MEC. Dispõe sobre a substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais enquanto durar a situação de pandemia do Novo Coronavírus - COVID-19. Portaria n. 343, de 17 de março de 2020. Diário Oficial da União, seção 1, Brasília, DF, ano 158, n. 53, p.39, 17 mar. 2020.

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COSTA, A. R. da. A Educação a Distância no Brasil: Concepções, histórico e bases legais.

Revista Científica da FASETE, p. 69-74, 2017.

COUTINHO, G. L. A era dos smartphones: um estudo exploratório sobre o uso dos smartphones no Brasil. Monografia (Bacharelado em Comunicação Social)—Universidade de Brasília, Brasília, 2014.

ESCHER, A. R. An Ounce of Prevention: Coronavirus (COVID-19) and Mass Gatherings.

Cureus [online], 2020.

GROSSI, M. G. R.; COSTA, J. W.; SANTOS, A. J. P. A exclusão digital: o reflexo da desigualdade social no Brasil. Nuances: estudos sobre Educação, v. 24, n. 2, p. 68-85, 2013.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. PNAD Contínua TIC 2017: Internet chega a três em cada quatro domicílios do país. 2018.

KENSKI, V. M. O Desafio da Educação a Distância no Brasil. Revista Educação em Foco, Universidade Federal de Juiz de Fora, 2010.

LEVY, P. Cibercultura. 1a edição, São Paulo: Editora 34, 1999

LIÇÕES do coronavírus: ensino remoto emergencial não é EAD. Desafios da Educação, 2020. Disponível em: https://tinyurl.com/y92vqwl7. Acesso em: 08 de abr. 2020.

LOUREIRO, R. Pesquisa revela os aplicativos de mensagens mais utilizados no Brasil. Exame, 04 de set. 2019. Tecnologia. Disponível em: https://tinyurl.com/y7uaan88. Acesso em: 08 de abr. 2020.

PIZZANI, L.; SILVA, R. C.; BELLO, S. F.; HAYASHI, M. C. P. I. A arte da pesquisa bibliográfica na busca do conhecimento. Revista Digital de Biblioteconomia & Ciência da Informação, v. 10, n. 2, p. 53-66, 2012.

QUINTELLA, F. Ensino remoto: prenúncio do futuro da educação superior? GenJurídico, 2020. Disponível em: https://tinyurl.com/yansa3ou. Acesso em: 08 de abr. 2020.

SORJ, B.; GUEDES, L. E. Exclusão digital: problemas conceituais, evidências empíricas e políticas públicas. Novos estud. - CEBRAP, São Paulo , n. 72, p. 101-117, 2005.

TELEGRAM MESSENGER. Telegram, 2020. A new era of messaging. Disponível em: <https://telegram.org>. Acesso em: 13 de maio de 2020.

TOMAZINHO, P. Ensino Remoto Emergencial: a oportunidade da escola criar, experimentar, inovar e se reinventar. Medium, 2020. Disponível em: https://tinyurl.com/y8uokhr2. Acesso em: 08 de abr. 2020.

WHATSAPP INC. WhatsApp, 2020. Recursos. Disponível em:

Referências

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