Problemas Socioambientais no Córrego do Barbado, trecho do
Bairro Jardim das Américas, Cuiabá - MT
Fernando Pereira Silva / fernandoofps@gmail.com Universidade Federal de Mato Groso Rodrigo Tsuyoshi Takata / tsuyoshi.takata@hotmail.com Universidade Federal de Mato Groso Daniel Victor Brito Rodrigues / danielvictorcb@hotmail.com Universidade Federal de Mato Groso INTRODUÇÃO
O município de Cuiabá, se apresentando como capital do estado de Mato Grosso, está localizado na região centro-sul e desde a década de 1960, passa por transformações no seu espaço urbano, decorrentes das políticas implantadas durante o período militar através de incentivos de migração e do PIN (Programa de Integração Nacional), outro fator fundamental para a expansão urbana se deu pela mineração.
O bairro Jardim das Américas onde percorre o médio curso do córrego, foi criado no final da década de 1970 e foi o diferencial entre os bairros em Cuiabá, pois desde o seu início já possuía uma infraestrutura planejada. Nele constata-se a verticalização presente desde a década de 1980 e com a instalação de um shopping center, entre outros comércios e serviços que atendem à população, possibilitaram torná-la uma nova centralidade em Cuiabá. Em campo, onde podemos aproximar a teoria da prática, percebe-se claramente a dicotomia expressa nas construções e padrão de vida no bairro Jd. das Américas.
Um importante fato, foi a construção da Universidade na margem esquerda do córrego, e o desenvolvimento do Bairro Jardim das Américas concomitantemente a canalização de um trecho de seu percurso. O Córrego do barbado está localizado na micro bacia do Barbado, na porção centro leste na cidade de Cuiabá, percorrendo uma média de 9.500 metros de extensão, encontra–se atualmente em um elevado grau de modificação por ações antrópicas, e estas modificações trazem diversos problemas socioambientais.
Para compreender os problemas ambientais trazidos pelo processo de urbanização nas proximidades do Córrego do Barbado, tem-se a necessidade de fazer um retrospecto histórico sobre o modo de ocupação no leito deste córrego e compreender os fatores políticos e econômicos que levaram ao mal planejamento desencadeando alagamentos e transtornos a quem sua margem ocupa.
OBJETIVOS
O objetivo desta pesquisa é compreender a partir dos aparatos históricos, Geomorfológicos e ocupacionais como se deu o processo de o uso e ocupação do leito do Córrego do Barbado, como ele se apresenta dentro dos parâmetros ambientais desde sua Nascente na Reserva Ecológica Massairo Okamura, Médio e Baixo curso e sua Foz que eflui para o Rio Cuiabá.
Após o reconhecimento destas feições, analisar o processo de canalização e impermeabilização do leito do córrego, além da pavimentação de sua várzea e construção de uma avenida na parte superior. Considerando também a construção do viaduto na avenida Fernando Correia da Costa e fazer uma breve relação entre a impermeabilização e o efeito de alagamento presenciado nas épocas de maior aporte pluviométrico, que causa diversos transtornos aos moradores e desestabiliza os fluxos viários na avenida.
METODOLOGIAS
Para a elaboração deste artigo inicialmente fez-se um levantamento bibliográfico com leituras acerca do tema, também foram consideradas as leituras acerca das teóricas Geossistemicas que deram sustentação para uma analise integrada da paisagem e posteriormente, pesquisaram-se os dados com bases cartográficas de Hidrografia, Geomorfologia, Geologia e Pedologia e alguns mapas e cartas do DSG da década de 60 e Radam Brasil que proporcionaram um panorama evolutivo da malha
urbana de Cuiabá além do uso e ocupação do solo além das cartas de localização e evolução da Bacia hidrográfica do Barbado, também algumas bases de Imagens de Satélite e Spot.
Foi Realizado também um pequeno trabalho de campo na bacia, para que se pudesse legitimar os resultados encontrados partir da análise de leituras bibliográficas e mapas confeccionados. Além de contar com o auxilio de alguns moradores que realizaram relatos sobre a vivencia e evolução histórica no entorno do Córrego.
RESULTADOS PRELIMINARES
Para compreender o processo de ocupação no entorno do córrego do barbado torna-se necessário a reflexão sobre os processos de organização sócio espaciais, as áreas próximas a córregos, rios e lagos desde os primórdios estão em prioridade para
desenvolvimento das atividades humanas, desde o plantio até mesmo sustento de populações ribeirinhas.
Em Cuiabá, desde os primeiros processos ocupacionais o único planejamento vigente se fundiu as feições Geomorfológicas provenientes da bacia do rio Cuiabá, tanto o ordenamento destes bairros quanto as moradias seguiram então a própria dinâmica do rio e seus efluentes. Nesta perspectiva se imagina que uma aparente desordem urbana se instala e logo não encontramos um planejamento urbano ideal as condições da própria região.
A bacia do Córrego do barbado se apresenta entre um dos 24 córregos que permeiam a malha urbana, a nascente do córrego está localizada no bairro CPA dentro da reserva Masairo Okamura e a área possui fragmentos da vegetação original que foram preservadas quando na criação do parque porem anteriormente a área fora bastante devastada pela ação do garimpo. Já no alto curso o córrego percorre os bairros: Morada do ouro, Jardim Aclimação, Bela Vista, Terra Nova, Dom Bosco, Campo Verde, Canjica e Bosque da saúde. Neste momento o córrego já começa a receber as primeiras cargas de esgoto e materiais residuais provenientes de algumas residências, tanto a coloração e o cheiro já estão alterados e apresentam insalubridade e aparente contaminação.
O médio curso está entre os bairros Pedregal, Jardim Itália, Condomínio Alphaville, Renascer, Jardim Leblon, Jardim das américas e Cidade Universitária. Este ponto se apresenta como um dos mais divergentes entre a bacia pois existem disparidades entre a renda dos habitantes, encontramos desde condôminos de luxo a residências de baixa renda com falta de saneamento e qualquer tipo de tratamento dos resíduos sólios que efluem para o córrego. Neste local também existe pouco da vegetação de entorno e os principais problemas ambientais torna-se intensos, além do descarte de lixo pelos próprios moradores, demonstrando uma deficiência em todo sistema de coleta e reciclagem de lixo presente na capital. Houveram também alterações nas feições fluviais como aterramentos para construção civil, retificações e desvios no canal amplamente visíveis ao analisar o canal fluvial.
Por último, no baixo curso, se encontram os bairros: Jardim Tropical, Jardim Petrópolis, Grande Terceiro e Jardim Califórnia e a foz na Avenida beira Rio. Este trecho é bastante avariado nas perspectivas ambientais, a canalização do córrego presente deste a cidade universitária criou inúmeros agraves ao leito do córrego e nos ambientes de entorno, pela área estar localizada no baixo curso as características presentes são ambientes de várzea, logo os solos, vegetação e amplitude térmica estão acondicionados a possibilitarem a infiltração das aguas Pluviais e Fluviais, porem com a retirada destes elementos o sistema paisagem se desestabiliza .
A partir da Avenida Fernando Correia da Costa até o desague na avenida Beira Rio não encontramos vegetação natural, apenas artificial que não possui raízes profundas e folhagem necessária para amenizar as altas temperaturas, além de auxiliar no agravamento de ilhas de calor. Presente também uma camada de concreto e asfalto oque nos períodos de chuva causa alagamentos, porem o que mais surpreende é que o única ação da prefeitura, fora a de colocar placas com avisos de área alagável, desconsiderando anos de estudos e toda a credibilidade cientifica proporcionada pela Universidade que realiza extensivos estudos e apresenta maneiras de amenizar o problema.
Fonte: Portal G1
Os cursos d’água, atualmente, são alvos de grandes problemas ambientais, principalmente pela a canalização e sua retilinização, que em períodos chuvosos
aumentam o escoamento superficial aumentando a capacidade de vazão, associado a impermeabilização acarreta alagamentos nas áreas mais baixas. Considerando que o bairro se localiza em área de várzea. Outros problemas como o não tratamento dos resíduos sólidos, onde depositados diretamente no córrego junto a rede de águas pluviais e a retirada da vegetação, cria-se uma inter-relacao de todos os problemas supracitados acabando por proporcionar uma decaída na qualidade de vida do morador.
Na pesquisa, pela relativa quantidade de material que está disponível, acaba por abrir novas portas e dúvidas nos mais diversos setores da análise e os fatores que interferem neste ambiente sócio-espacial, além das dinâmicas da bacia do Córrego do barbado que além de certa complexidade em sua compreensão, estão palpadas pelos interesses políticos e econômicos.
Após longos anos e inúmeras promessas feitas, boa parte delas nunca saiu do papel, ou pelo menos nenhuma que interessa aos anseios da população, apenas oque é se pensado entre as demandas da produção de riquezas e transportes viários , exemplo a necessidade da construção sob o leito do Córrego uma Avenida que serve ao interesses de uma pequena parcela que possui acesso ao automóvel, porém o preço ambiental e na qualidade de vida, se debita na retirada das matas ciliares e de parte do bosque da
UFMT que também proporcionaram maiores amplitudes térmicas, desestabilizando todo o entono
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