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MIGRACIDADES RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO RIO DE JANEIRO, RJ

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Academic year: 2021

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(1)

RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO

RIO DE JANEIRO, RJ

2020

(2)

Informações gerais

RIO DE JANEIRO, RJ

Região: Sudeste

População estimada em 2020 (IBGE)1: 6.747.815

População de migrantes internacionais registrados de 2000 a março/2020 (NEPO/UNICAMP)2: 143.832

Data de fornecimento das informações pelo governo local: 24/08/2020

(3)

O MigraCidades ... 4

O Relatório de diagnóstico ... 7

Diagnóstico geral do governo local ... 9

Boas práticas do governo local ... 10

As 10 dimensões ... 11

Estrutura institucional de governança e estratégia local ... 11

Capacitação de servidores públicos e sensibilização sobre direitos dos migrantes ... 12

Participação social e cultural de migrantes ... 13

Transparência e acesso à informação para migrantes ... 14

Parcerias institucionais ... 15

Acesso à saúde ... 16

Acesso e integração à educação ... 18

Acesso à assistência social ... 20

Acesso ao mercado de trabalho ...22

Acesso e acolhimento a vítimas de violência de gênero migrantes aos serviços de proteção ...24

Prioridades do governo local ... 26

Sumário

(4)

O MigraCidades

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) está implementando o projeto “MigraCidades – Aprimorando a Governança Migratória Local no Brasil” em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e com apoio da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), e financiamento do Fundo da OIM para o Desenvolvimento.

O projeto visa a informar e fortalecer a capacidade de governança local das migrações, a partir da verificação da presença de 10 dimensões de governança migratória. As dimensões estão divididas em dois grupos. O primeiro, dimensões de governança, se dedica a analisar o desenho institucional das políticas locais. O segundo, dimensões de acesso a direitos, avalia o acesso à saúde, à educação, ao mercado de trabalho, dentre outros aspectos relacionados à integração e ao bem-estar dos migrantes internacionais.

A OIM define migrante como uma pessoa que se move do seu local habitual de residência, seja dentro de um país ou através de fronteiras internacionais, de forma temporária ou permanente, por uma variedade de razões. Para os fins deste relatório, cujo enfoque são as migrações internacionais, o termo migrante será doravante utilizado para se referir a uma pessoa nacional de outro país ou apátrida que se estabelece temporária ou definitivamente no Brasil (nos termos da definição de imigrante da Lei de Migração nº 13.445/2017).

(5)

O MigraCidades

O MigraCidades faz parte dos esforços globais da OIM para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em conjunto com o sistema ONU e seus parceiros. São 17 Objetivos ambiciosos e interconectados que abordam os principais desafios de desenvolvimento enfrentados por pessoas no Brasil e no mundo. O MigraCidades contribui principalmente para a concretização meta 10.7 dos ODS.

Meta 10.7 – Facilitar a migração e a mobilidade ordenada, segura, regular e responsável das pessoas, inclusive por meio da

implementação de políticas de migração planejadas e bem geridas.

Em uma tentativa de definir o conceito de “políticas de migração planejadas e bem geridas” conforme a Meta 10.7, a OIM desenvolveu o Marco de Governança da Migração (Migration Governance Framework – MiGOF), que estabelece os elementos essenciais da boa governança migratória.

Com base no MiGOF, a OIM também desenvolveu os Indicadores da Governança Migratória (Migration Governance Indicators – MGI), um conjunto de 90 indicadores que ajudam os governos a apreciarem a abrangência de suas estruturas de governança de migração.

(6)

O MigraCidades parte da experiência da OIM com estas iniciativas, adaptando-as para criar um processo de certificação adequado para o contexto brasileiro que contribua para o mesmo objetivo em comum: facilitar a migração e a mobilidade ordenada, segura, regular e responsável das pessoas.

O MigraCidades

ODS – Meta 10.7

MGI MiGOF

(7)

O Relatório

de diagnóstico

A certificação MigraCidades envolve cinco etapas: a inscrição, o diagnóstico, a priorização, a certificação e o monitoramento. Na etapa de inscrição, foi aberta uma chamada pública para municípios e estados brasileiros se candidatarem, apontando uma pessoa de referência local para acompanhamento do processo. Após ser selecionado, o governo local foi convidado a preencher o Formulário de Diagnóstico, composto por uma série de perguntas sobre cada uma das 10 dimensões de governança migratória. Após o preenchimento do Formulário, deu-se início à etapa de priorização, na qual o governo local identifica quais as prioridades para o desenvolvimento de políticas migratórias no próximo período. Nesses dois momentos, a pessoa de referência local foi responsável por articular o diálogo com as diferentes áreas do governo local que executam atividades relacionadas à migração, com o objetivo de coletar respostas para o formulário e insumos para a priorização.

Este relatório consolida as respostas do governo local nas etapas de Diagnóstico e Priorização, incluindo revisões e recomendações realizadas pela equipe do MigraCidades. Exceto quando citada a fonte, todas as informações contidas neste relatório foram fornecidas pelos próprios governos locais, através de suas pessoas de referência apontadas no início do processo. A realização do relatório é uma exigência para obtenção da certificação, e servirá de base para a etapa de monitoramento.

(8)

Acesso ao mercado de trabalho Conheça as 10 dimensões de governança migratória:

O Relatório

de diagnóstico

Estrutura institucional de governança Capacitação de servidores públicos Participação social e cultural de migrantes Transparência e acesso à informação Parcerias institucionais Acesso à saúde Acesso e integração à educação Acesso à assistência social Serviços de proteção para mulheres e LGBTI+

(9)

O Rio de Janeiro é a capital do estado de mesmo nome, localizado na região Sudeste do Brasil. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população estimada no município era de 6.747.815 habitantes em 2020. De 2000 a 2020, 143.832 migrantes obtiveram o Registro Nacional Migratório como habitantes do município, de acordo com dados do Sistema de Registro Nacional Migratório (Sismigra) (NEPO/UNICAMP, 2020). Entre abril de 2018 e agosto de 2020, o município do Rio de Janeiro recebeu cerca de 921 venezuelanos por meio da estratégia de interiorização do Governo Federal (Operação Acolhida, 2020).

O município indicou realizar pelo menos uma ação nas seguintes dimensões de Governança: Estrutura institucional de governança; Capacitação de servidores públicos; Participação social e cultural de migrantes; Transparência e acesso à informação para migrantes; e Parcerias Institucionais. E nas seguintes dimensões de Acesso, como Acesso à saúde; Acesso e integração à educação; Acesso a assistência e proteção social; Acesso ao mercado de trabalho; e Acesso e acolhimento a vítimas de violência de gênero migrantes aos serviços de proteção.

Diagnóstico geral

do governo local

(10)

Destaca-se como prática positiva do município a implementação e execução do MIGRARIO (2019), um protocolo de atendimento no âmbito do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) para a população migrante, refugiada e solicitante de refúgio na cidade do Rio de Janeiro. Outra boa prática identificada foi o apoio à Copa dos Refugiados Brasil no ano de 2019. A copa é uma iniciativa dos refugiados e migrantes que optaram pelo Brasil como refúgio com o intuito de utilizar o futebol como uma linguagem universal, um meio de integração entre os povos, promovendo a socialização e dando visibilidade positiva ao contexto social das pessoas em situação de refúgio.

Boas práticas

do governo local

(11)

Estrutura institucional de governança

e estratégia local

Esta dimensão busca compreender se o governo possui estratégia local ou setores ou referências locais dedicadas à formulação, ao acompanhamento e à implementação de políticas públicas e serviços voltados à migração.

Nesta dimensão, o município indicou possuir, em sua estrutura institucional, pelo menos um setor ou pessoa dedicada à formulação e ao acompanhamento de políticas públicas sobre migração. Também indicou haver fluxo ou rede estabelecida entre diferentes setores para encaminhamento e acesso de pessoas migrantes a serviços de referência; e que há esforços para aprimorar a coordenação com outros entes federativos em temas relacionados à migração.

O município afirmou possuir uma estratégia local de acolhimento e integração de pessoas migrantes em situação de crise descrita em política, plano ou documento público, que abrange diversos setores e está alinhada com o planejamento plurianual do governo local e com a lei nacional de migração (Lei 13.445/2017). É recomendado que essa estratégia local de migração esteja também alinhada com as agendas mundiais de desenvolvimento (ex.: Objetivos do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas) e seja construída em articulação com diferentes setores da gestão pública e com participação social.

Outras duas áreas com potencial de desenvolvimento futuro e que merecem atenção do governo local são a adoção de um mecanismo de coordenação das ações e políticas de diferentes setores para o tema da migração; e o monitoramento, planejamento e aporte orçamentário voltado aos custos relacionados à integração de pessoas migrantes.

Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

(12)

Capacitação de servidores públicos e

sensibilização sobre direitos dos migrantes

Esta dimensão busca compreender se o governo local oferta capacitações regulares para servidores públicos da gestão e dos serviços sobre a temática migratória, incluindo questões de sensibilidade cultural, gênero e direitos humanos.

O município indicou ter realizado capacitações com os servidores da gestão e da atenção/assistência direta relacionadas à temática migratória, que abordaram discussões sobre diversidade cultural, de gênero e de direitos humanos.

Como potencial de desenvolvimento, recomenda-se o monitoramento das demandas de capacitações relacionadas às temáticas migratórias junto aos servidores.

Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

(13)

Participação social e cultural

de migrantes

Esta dimensão busca compreender se há incentivos para participação social e cultural de migrantes junto à comunidade de acolhida.

O município indicou ter adotado medidas para informar e empoderar pessoas migrantes sobre seus direitos de participação social.

Como potencial a ser desenvolvido indica-se a realização de consultas públicas junto às pessoas migrantes, incentivando a constituição de associações ou coletivos de migrantes e a representação de migrantes nos conselhos municipais, sempre buscando levar em conta a igualdade de gênero.

Outra área com potencial de desenvolvimento é a oferta de apoio financeiro, de infraestrutura e/ou de divulgação para realização de festas e feiras de migrantes.

Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

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Transparência e acesso à informação

para migrantes

Esta dimensão busca compreender se o governo local disponibiliza, de forma presencial ou virtual, informações compreensíveis e transparentes sobre direitos e obrigações dos migrantes e sobre acesso a serviços públicos. Também considera se isso é feito em outros idiomas além do português.

O município indicou que disponibiliza informações compreensíveis sobre direitos, deveres e acesso a serviços públicos para migrantes, em locais de atendimento presencial e em websites, de forma gratuita e nos idiomas falados pelos migrantes.

Como potencial de desenvolvimento o governo local pode disponibilizar essas informações também em formatos acessíveis como vídeos e áudio.

Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

(15)

Parcerias institucionais

Esta dimensão busca compreender se o governo local possui parcerias com instituições-chave para tratar da agenda de migrações e questões relacionadas (ex.: grupos de trabalho ou convênio para execução de serviços).

O município indicou que realiza parcerias entre o governo local e organizações da sociedade civil (OSCs), universidades, outros entes federativos e organismos internacionais.

Outros potenciais parceiros para o estabelecimento de convênios e parcerias futuras são associações de migrantes e o setor privado.

Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

(16)

Acesso à saúde

Esta dimensão busca compreender se o governo local adota medidas para facilitar o acesso de migrantes a serviços públicos de saúde, em especial os de atenção primária em saúde.

O município indicou que as pessoas migrantes têm acesso a serviços de atenção primária em saúde e ao encaminhamento para serviços de atenção ambulatorial e hospitalar, de forma desburocratizada e regionalizados com equipes atuantes em todos os locais onde residem migrantes. Afirmou também que existem orientações, fluxos e protocolos estabelecidos na rede de saúde para facilitação e qualificação do acesso, acolhimento e atendimento em saúde para migrantes.

No âmbito de capacitação, destacou que os profissionais dos serviços de saúde são capacitados para realizar a comunicação com migrantes em diferentes idiomas; acolher migrantes considerando a dimensão da diversidade cultural; compreender as diferenças culturais que podem estar relacionadas a questões de gênero; e para identificar casos de violência doméstica ou de gênero.

Afirmou também que foram ofertadas capacitações sobre acolhimento e atenção à saúde de migrantes junto aos servidores dos serviços de saúde e junto aos migrantes, acerca de temas como direito à saúde, serviços de saúde locais e funcionamento do SUS, buscando promover a diversidade, fortalecer

(17)

Acesso à saúde

No campo da produção de informação, salientou que são coletados dados sobre o perfil de acesso a serviços e as demandas de saúde de migrantes, e que esses dados permitem enxergar a demanda reprimida de acesso à saúde pelas pessoas migrantes, podendo ser desagregados por país de origem. Afirmou, ainda, que esses dados são utilizados para propor mudanças nos fluxos, programas e políticas locais de acesso à saúde de migrantes.

Há um setor ou referência local na gestão, de acordo com as informações fornecidas pelo município, que se dedica à promoção do acesso à saúde por migrantes, e que atua de forma conjunta com outros setores, alinhando demandas e ações entre secretarias e órgãos.

Para aprimorar a dimensão de acesso à saúde, o governo local pode realizar campanhas que abordem o direito à saúde de pessoas migrantes, bem como capacitar os profissionais da saúde para identificar casos de tráfico de pessoas.

No campo da produção de informação, pode criar um setor capacitado para acolher as demandas das pessoas migrantes, que registre também as práticas de discriminação e xenofobia nos serviços de saúde, sempre respeitando o sigilo e anonimato dos usuários. Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

(18)

Acesso e integração à educação

Esta dimensão busca compreender se o governo local adota medidas para facilitar o acesso e a integração de migrantes à educação.

O município indicou que as pessoas migrantes têm acesso a vagas desde a educação infantil até o ensino técnico profissionalizante e superior. Além disso, são ofertados cursos de idiomas para migrantes. O governo local afirma que o acesso à educação é feito de forma desburocratizada e que não houve casos de negativa de matrícula a migrantes no ensino municipal no último ano. Para isso, existem orientações, fluxos ou protocolos estabelecidos para a rede de ensino facilitar o acesso e integração de migrantes no sistema educacional.

No âmbito de capacitação, destacou que os profissionais da área da educação são capacitados para se comunicar com migrantes em diferentes idiomas; acolher os migrantes considerando a dimensão da diversidade cultural; compreender diferenças culturais que podem estar relacionadas a questões de gênero; e identificar casos de violência doméstica e/ou de gênero. Afirmou ainda que foram realizadas capacitações sobre acolhimento e integração de migrantes junto aos profissionais da área de educação e junto aos migrantes, acerca de temas como direito à educação, oferta de cursos e funcionamento da educação e dos sistemas de matrícula.

(19)

Acesso e integração à educação

Informou, ainda, que há setor ou referência local na gestão dedicado à integração de migrantes no sistema educacional e que esse setor atua de forma conjunta com outros setores, coordenando demandas e ações com outras secretarias e órgãos.

Como sugestão de áreas com potencial de desenvolvimento futuro, é recomendado que sejam ofertadas atividades extracurriculares para migrantes e que a Secretaria de Educação passe a acompanhar também os processos de revalidação de diploma.

Podem também ser realizadas campanhas que abordem o direito ao acesso à educação por migrantes, buscando sempre celebrar a diversidade, fortalecer a sensibilidade cultural e coibir qualquer forma de discriminação.

Outro potencial de desenvolvimento diz respeito à ampliação da coleta de dados para produção de informação. Além da coleta sobre os dados de acesso ao sistema, que já é realizada, é recomendada a criação de um setor capacitado para acolher as demandas de pessoas migrantes e registrar práticas de discriminação e xenofobia em estabelecimentos de ensino, sempre respeitando o sigilo e anonimato dos usuários. A coleta desse tipo de dados pode auxiliar o governo local a identificar eventuais demandas reprimidas de acesso à educação por pessoas migrantes.

Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

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Acesso à assistência social

Esta dimensão busca compreender se o governo local adota medidas para facilitar o acesso de migrantes a serviços públicos de assistência e proteção social, tais como os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e os Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), seus programas e benefícios.

O município indicou que as pessoas migrantes têm acesso ao Sistema Único de Assistência Social (SUAS), através de serviços como o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) e o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), ao cadastro para benefícios sociais e a iniciativas de apoio à moradia, de forma desburocratizada. Para isso, existem orientações, fluxos ou protocolos estabelecidos na rede de assistência social que contribuem para facilitar e qualificar o acesso e acolhimento a migrantes nos serviços. Afirmou, ainda, que as demandas de atendimento especializado são acompanhadas e assessoradas pela Secretaria de Assistência Social ou outro setor do âmbito da assistência social.

Apontou também que os profissionais da assistência e proteção social são capacitados para acolher migrantes considerando a dimensão da diversidade cultural; compreender diferenças culturais, que podem estar relacionados a questões de gênero; e identificar casos de tráfico de pessoas e de violência doméstica e/ou de gênero. Foram ofertadas capacitações sobre acolhimento de migrantes junto a profissionais dos

(21)

Acesso à assistência social

O município informou que há um setor capacitado para acolher as demandas das pessoas migrantes, bem como para registrar práticas de discriminação e xenofobia nos serviços de assistência e proteção social e que estão sendo elaborados sistemas que contemplem essa demanda na Secretaria. Há também, de acordo com o município, um setor ou referência local na gestão dedicado ao acesso à assistência e à proteção social pelos migrantes e esse setor trabalha em conjunto com outros setores.

Na dimensão de Acesso a Assistência e Proteção Social foram identificados alguns pontos com potencial de aprimoramento futuro, como a adoção de medidas específicas para a proteção social e garantia dos direitos das crianças migrantes. No âmbito das capacitações, é importante que haja profissionais capacitados para realizar a comunicação com migrantes em diferentes idiomas nos serviços de assistência e proteção social. Também é recomendada a realização de campanhas de sensibilização que abordem o direito à assistência e à proteção social dos migrantes.

No âmbito da produção de informação, recomenda-se a coleta de dados desagregados sobre o perfil de acesso à assistência e à proteção social de migrantes, sempre respeitando o sigilo e anonimato dos usuários. A coleta de dados permite que o governo local identifique se há uma demanda reprimida de acesso a assistência e proteção social. Esses dados são importantes ferramentas para que se possa propor mudanças nos fluxos, programas e políticas do governo.

Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

(22)

Acesso ao mercado de trabalho

Esta dimensão busca compreender se o governo local adota medidas para facilitar o acesso de migrantes ao mercado de trabalho (setor público, setor privado ou empreendedorismo).

O município indicou que as pessoas migrantes têm acesso a uma central de vagas de emprego e a vagas específicas do setor privado, de forma desburocratizada, e que há medidas específicas adotadas para assistência legal e administrativa para desenvolvimento do empreendedorismo por migrantes. Informou que há, ainda, orientações, fluxos ou protocolos estabelecidos para apoio à integração de migrantes ao mercado de trabalho.

No âmbito de capacitação, destacou que os profissionais da área são capacitados para identificar casos de trabalho em condições degradantes ou análogas à escravidão; compreender diferenças culturais que podem estar relacionadas ao acesso ao mercado de trabalho por migrantes; e identificar casos de tráfico de pessoas e exploração laboral.

Para aprimorar esta dimensão, o município pode ofertar oficinas de orientação profissional, adotar medidas específicas voltadas ao acesso de mulheres migrantes ao mercado de trabalho, e acompanhar e assessorar casos de revalidação de diploma de pessoas migrantes. O município pode também realizar medidas de incentivo ao acesso de migrantes a vagas de emprego no setor público.

(23)

Acesso ao mercado de trabalho

As capacitações também podem ser voltadas aos servidores da área e abordar temas sobre o acesso de migrantes ao mercado de trabalho, bem como para que tais servidores possam realizar comunicação em diferentes idiomas e identificar casos de discriminação, incluindo de gênero, no acesso ao mercado de trabalho. A coleta de dados sobre o perfil de acesso ao mercado de trabalho por migrantes, respeitando o sigilo e anonimato do usuário, além de permitir que o governo local enxergue se há uma demanda reprimida de acesso ao mercado de trabalho por migrantes, pode ser utilizada para propor mudanças nos fluxos, programas e políticas do governo local de acesso ao mercado de trabalho por migrantes. Para isso, é importante que haja um setor capacitado para acolher demandas de pessoas migrantes, bem como para registrar práticas de discriminação e xenofobia nos serviços de trabalho e emprego e também nas empresas locais, que atue em conjunto com outros setores.

Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

(24)

Acesso e acolhimento a vítimas

de violência de gênero migrantes

aos serviços de proteção

Esta dimensão busca compreender se o governo local adota medidas para facilitar o acesso e acolhimento de migrantes mulheres e LGBTQIA+ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queer, intersexuais e assexuais) a serviços de proteção, tais como casas de acolhimento, canais telefônicos de apoio e delegacias especializadas.

O município indicou que migrantes mulheres e LGBTQIA+ têm acesso a delegacias especializadas, casas de acolhimento e a canais de proteção, como números telefônicos de apoio, de forma desburocratizada, com base em protocolos e orientações estabelecidos nos serviços de proteção.

Indicou, ainda, que há profissionais capacitados para acolher mulheres e LGBTQIA+ migrantes nos serviços de proteção, considerando a dimensão de diversidade cultural. Também foram realizadas, segundo o município, capacitações voltadas a mulheres e LGBTQIA+ migrantes acerca de temas como violência, mecanismos de denúncia de situações de violência, direitos das pessoas migrantes e serviços de proteção disponíveis. Há também um setor capacitado para acolher as demandas de pessoas migrantes, bem como registrar práticas de discriminação e xenofobia nos serviços de proteção.

Como potenciais de desenvolvimento futuro, o município pode capacitar os profissionais para realizar a comunicação com a população migrante em diferentes idiomas. Pode também realizar campanhas voltadas à população que abordem o tema da não-violência,

(25)

Acesso e acolhimento a vítimas

de violência de gênero migrantes

aos serviços de proteção

É importante que sejam coletados dados desagregados sobre acesso a serviços e demandas de proteção, respeitando o sigilo e anonimato do usuário, para que possam ser propostas mudanças nos fluxos, programas e políticas do governo local de proteção de mulheres e LGBTQIA+ migrantes.

A definição de um setor ou referência local dedicado à proteção contra violência contra as migrantes mulheres e LGBTQIA+ é uma estratégia importante para coordenar todas as ações aqui sugeridas. Essa estratégia será mais efetiva se construída de forma articulada com outros setores e outras secretarias. Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

(26)

A partir dos resultados identificados através do Formulário de Diagnóstico, os governos locais foram convidados a indicar as prioridades para elaboração, implementação e monitoramento de políticas públicas relacionadas à migração durante o próximo período. Esse exercício foi feito através do preenchimento de uma Matriz de Priorização, que solicitava as seguintes informações para cada proposta prioritária: 1) Dimensão do MigraCidades priorizada; 2) Detalhamento das ações planejadas dentro da dimensão; 3) Justificativa; 4) Atores locais potencialmente envolvidos na execução e acompanhamento das ações priorizadas.

Como requisito, o governo local deveria incluir no mínimo três dimensões priorizadas, sendo necessariamente ao menos uma dimensão de governança institucional e uma de acesso a direitos. Não havia limite máximo para a priorização.

Prioridades

do governo local

(27)

Prioridades

do governo local

DIMENSÃO PRIORIZADA

Capacitação de servidores públicos

e sensibilização sobre direitos dos

migrantes

DETALHAMENTO DAS AÇÕES

O protocolo MIGRARIO (protocolo de atendimento no âmbito do SUAS para a população migrante, refugiada e solicitante de refúgio na cidade do Rio de Janeiro) foi lançado em 2019, tendo havido naquele momento uma série de capacitações para os profissionais dos equipamentos da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos. A partir de então, serão realizadas capacitações de 2 em 2 anos direcionadas para o reforço do protocolo nas áreas.

JUSTIFICATIVA

Formalizar uma capacitação permanente sobre o tema, com incidência nos 5 passos (Acolhida;

Identificação Social; Atenção a demandas

emergenciais; e superação da linguagem) da Fase I do protocolo (Atendimento na Assistência Social), considerando a substituição de profissionais na composição das equipes técnicas e a necessidade de capacitação continuada.

ATORES LOCAIS ENVOLVIDOS COM A DIMENSÃO

Subsecretaria de Direitos Humanos; Subsecretaria de Proteção Básica; Subsecretaria de Proteção Especial; Subsecretaria de Políticas para Mulheres; Organização Internacional para as Migrações (OIM); Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

(28)

DIMENSÃO PRIORIZADA

Parcerias institucionais

DETALHAMENTO DAS AÇÕES

Criação e implantação do Núcleo de Atendimento ao Refugiado em parceria com o Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM); a execução de pesquisas e projetos de extensão relacionados à temática migratória; e a realização de parceria para capacitações.

JUSTIFICATIVA

Aprimorar as parcerias com universidades (UNISUAM e PUC-Rio), bem como com organismos internacionais (OIM e ACNUR), e com ONGs que possuem representação de migrantes,com o objetivo de realizar projetos, ações e serviços voltados para o público-alvo que contemplem adequadamente suas necessidades e demandas.

ATORES LOCAIS ENVOLVIDOS COM A DIMENSÃO

Subsecretaria de Direitos Humanos; Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM); Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio); Organização Internacional para as Migrações (OIM); Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR); Associação MAWON; entre outros.

Prioridades

do governo local

(29)

Prioridades

do governo local

DIMENSÃO PRIORIZADA

Acesso ao mercado de trabalho

DETALHAMENTO DAS AÇÕES

Projeto Imigrante Cidadão Carioca, que contempla a criação de um polo de integração dos migrantes ao mundo do trabalho com oferta de cursos de qualificação profissional e formação empreendedora em articulação com parceiros.

JUSTIFICATIVA

A necessidade de fomentar a inserção de migrantes e refugiados ao mercado de trabalho, viabilizando seu acesso para fins de promoção e/ou potencialização de geração de renda e emancipação cidadã.

ATORES LOCAIS ENVOLVIDOS COM A DIMENSÃO

Subsecretaria de Direitos Humanos; Subsecretaria de Proteção Básica;Subsecretaria de Proteção Especial; Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR); Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC); e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE).

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Como citar esse documento:

MIGRACIDADES. Perfil de Governança Migratória Local do Município do Rio de Janeiro. Porto Alegre: Organização Internacional para as Migrações (OIM) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), 2020.

As opiniões expressas nas publicações da Organização Internacional para as Migrações (OIM) são dos autores e não refletem necessariamente a opinião da OIM ou de qualquer outra organização à qual os participantes possam estar profissionalmente vinculados. As denominações utilizadas no presente relatório e a maneira como são apresentados os dados não implicam, por parte da OIM, qualquer opinião sobre a condição jurídica dos países, territórios, cidades ou áreas, ou mesmo de suas autoridades, nem tampouco a respeito da delimitação de suas fronteiras ou limites.

A OIM está comprometida com o princípio de que a migração segura, ordenada e digna beneficia os migrantes e a sociedade. Por seu caráter de organização intergovernamental, a OIM atua com seus parceiros da comunidade internacional para: ajudar a enfrentar os crescentes desafios da gestão da migração; fomentar a compreensão das questões migratórias; alentar o desenvolvimento social e econômico através da migração; e garantir o respeito à dignidade humana e ao bem‐estar dos migrantes.

Editorial

Organização Internacional para as Migrações (OIM) – Brasil SAS Quadra 05, Bloco N, Ed. OAB, 3º Andar

Brasília-DF - 70070-913 iombrazil@iom.int

CHEFE DE MISSÃO DA OIM NO BRASIL

Stéphane Rostiaux Expediente técnico COORDENAÇÃO Isadora Steffens Marcelo Torelly Roberta Baggio ANÁLISE

Ana Laura Anschau Anelise Dias

REVISÃO

Fabian Scholze Domingues Pâmela Marconatto Marques Verônica Korber Gonçalves

APOIO METODOLÓGICO

Laura Boeira

BOLSISTAS DE EXTENSÃO

Referências

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