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AULA 02: LEI ORGÂNICA NACIONAL DO MPU (LEI

COMPLEMENTAR Nº 75/93) – PARTE II

SUMÁRIO PÁGINA

Apresentação da aula e Sumário 01

I – Do Ministério Público Federal 02

Lista das questões 27

Questões comentadas 29

Gabarito 36

Olá, meus amigos!

Na aula passada nós iniciamos o estudo da Lei Orgânica Nacional do MPU (LC 75/93), analisando o primeiro “Título” da Lei.

Na aula de hoje, dando sequência ao nosso estudo, vamos dar início ao estudo do “Título II” da Lei, referente aos ramos do MPU, analisando o primeiro deles, o MPF.

A alguns temas se dá maior atenção, a outros, menor atenção. Isso se deve ao fato de que uns são mais cobrados na prova que outros, e como nosso tempo é escasso, devemos nos ater àquilo que realmente interessa.

Como este é um tema que é cobrado apenas em provas para o MPU, não há muitas questões disponíveis, de forma que eu mesmo elaborei algumas para complementar o estudo de vocês.

Bons estudos!

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I – DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

1. Da competência, dos órgãos e da carreira.

O MPF é o que se pode chamar de “principal” ramo do MPU. Digo “principal” entre aspas, pois obviamente todos os ramos são igualmente importantes, mas o MPF, inegavelmente, possui posição de destaque, uma vez que suas atribuições são mais amplas que as dos demais ramos.

Para dar início à análise da “competência” (entre aspas, mais uma vez, já que o termo correto seria “atribuição”, pois competência só quem possui é o Judiciário) do MPF, vejamos o que diz o art. 37 da LC 75/93:

Art. 37. O Ministério Público Federal exercerá as suas funções:

I - nas causas de competência do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e dos Juízes Federais, e dos Tribunais e Juízes Eleitorais;

II - nas causas de competência de quaisquer juízes e tribunais, para defesa de direitos e interesses dos índios e das populações indígenas, do meio ambiente, de bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, integrantes do patrimônio nacional; III - (Vetado).

Parágrafo único. O Ministério Público Federal será parte legítima para interpor recurso extraordinário das decisões da Justiça dos Estados nas representações de inconstitucionalidade.

A regra geral, assim, é a atribuição para atuar nas causas de competência da JUSTIÇA COMUM FEDERAL.

Como assim, professor? Nós já sabemos que existe Justiça Estadual e Justiça Federalizada (mantida pela União). A Justiça Federalizada possui ramos distintos (assim como o MPU, que, frise-se, é

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ramificado desta forma para melhor atuação perante a Justiça Federalizada), sendo o principal deles a JUSTIÇA COMUM FEDERAL.

Analisando o termo, a JUSTIÇA COMUM FEDERAL é “comum” porque julga causas que não são de competência das “JUSTIÇAS ESPECIAIS” (Eleitoral, Militar e do Trabalho), e “federal” porque julga causas de interesse da União. A competência da Justiça Federal (comum) está estabelecida no art. 109 e seguintes da CRFB/88, mas isso não interessa diretamente ao nosso estudo.

Assim, voltando ao que interessa, o MPF atua, precipuamente, perante a Justiça Comum Federalizada (Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais), além de atuar perante os dois Tribunais Superiores cuja competência se insere no conceito de “Justiça Comum” (não especializada), ou seja, o STF e o STJ.

Além de atuar perante a “Justiça Comum Federalizada”, o MPF atua também perante a Justiça Eleitoral. Contudo, a atuação perante a Justiça Eleitoral é muito “peculiar”, motivo pelo qual a analisaremos com mais detalhes à frente.

Segundo o art. 37, II da LC 75/93, o MPF possui atribuição para atuar, ainda, perante QUALQUER JUÍZO OU TRIBUNAL quando a natureza da causa for relativa a direitos das populações indígenas, meio ambiente, bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, integrantes do patrimônio nacional.

Essa atribuição, na prática, acaba sendo exercida também perante a Justiça Comum Federalizada, uma vez que em praticamente todas estas causas há interesse direto da União, o que faz deslocar a competência para a Justiça Federal.

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O STF e o STJ entendem que a competência para julgamento dos crimes que versem sobre

direitos indígenas só é da Justiça Federal

quando estejam ligados às questões da comunidade indígena, e não qualquer crime praticado por indígena. Ex.: Um indígena sai da tribo e vai pra cidade. Lá, furta uma bolsa. Esse crime nada tem a ver com a comunidade indígena, sua cultura, terras. Nesse caso, a competência é da Justiça Estadual. Agora imagine um caso em que há uma chacina praticada por fazendeiros de uma região, na qual foi dizimada uma população indígena, como retaliação pela ocupação das terras. Nesse caso, é nítida a competência da Justiça Federal. É somente neste último caso que há atuação do MPF, uma vez que há interesse nacional e é relativo aos direitos da população indígena. No primeiro caso, o crime será julgado pela Justiça Estadual, sendo irrelevante o fato de ter sido praticado por um indígena (o que pode, eventualmente, reduzir a culpabilidade do infrator).

No que tange à atribuição para interpor recurso extraordinário das decisões da Justiça Estadual nas representações de inconstitucionalidade, precisamos primeiro definir o que é representação por inconstitucionalidade.

A representação por inconstitucionalidade é uma ação assemelhada à ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade), só que em nível estadual, e

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não em face da Constituição Federal. Vejamos o que dispõe o art. 125, §2º da Constituição:

Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição.

(...)

§ 2º - Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.

Essa representação por inconstitucionalidade pode ser promovida por uma série de legitimados (MP, Governador, etc.). Contudo, o MPF não possui legitimidade para este tipo de representação. Porém, a Lei possibilita ao MPF interpor Recurso Extraordinário (direcionado ao STF) das decisões do TJ local que julgarem as representações por inconstitucionalidade. Em resumo: O MPF não tem legitimidade para ajuizar a representação, mas tem legitimidade para apresentar Recurso Extraordinário.

No que tange às funções institucionais do MPF, elas estão elencadas no art. 38 da Lei:

Art. 38. São funções institucionais do Ministério Público Federal as previstas nos Capítulos I, II, III e IV do Título I, incumbindo-lhe, especialmente:

I - instaurar inquérito civil e outros procedimentos administrativos correlatos;

II - requisitar diligências investigatórias e instauração de inquérito policial, podendo acompanhá-los e apresentar provas;

III - requisitar à autoridade competente a instauração de procedimentos administrativos, ressalvados os de natureza disciplinar, podendo acompanhá-los e produzir provas;

IV - exercer o controle externo da atividade das polícias federais, na forma do art. 9º;

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V - participar dos Conselhos Penitenciários;

VI - integrar os órgãos colegiados previstos no § 2º do art. 6º, quando componentes da estrutura administrativa da União;

VII - fiscalizar a execução da pena, nos processos de competência da Justiça Federal e da Justiça Eleitoral.

Sobre estas funções institucionais nós já estudamos na aula passada, no que se refere às funções do MPU. A única diferença é que elas são exercidas exclusivamente nos casos de atribuição do MPF. Assim, não pode o MPF exercer o controle externo da polícia civil do DF, uma vez que foge à sua seara de atribuição.

Além das funções já conhecidas, o MPF também tem como função a participação em outros órgãos, como os Conselhos Penitenciários, bem como quaisquer órgãos criados para defesa dos direitos e interesses relacionados à atuação do MP (direitos da criança, dos idosos, dos portadores de necessidades, etc.), sempre que estes órgãos façam parte da estrutura administrativa da União.

Por fim, ao MPF cabe, ainda, fiscalizar a execução da pena, no que se refere aos processos de competência da Justiça Federal e da Justiça Eleitoral.

Na aula passada nós estudamos a respeito da figura do Procurador Federal dos Direitos do Cidadão, e de suas atribuições. O art. 40 estabelece que o Procurador Federal dos Direitos do Cidadão será designado pelo PGR, dentre os Subprocuradores-Gerais da República, para exercer o cargo com mandato de dois anos. A escolha pelo PGR deve ser precedida de aprovação pelo Conselho Superior, inclusive no caso de recondução (permitida apenas uma vez).

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Art. 40. O Procurador-Geral da República designará, dentre os Subprocuradores-Gerais da República e mediante prévia aprovação do nome pelo Conselho Superior, o Procurador Federal dos Direitos do Cidadão, para exercer as funções do ofício pelo prazo de dois anos, permitida uma recondução, precedida de nova decisão do Conselho Superior.

§ 1º Sempre que possível, o Procurador não acumulará o exercício de suas funções com outras do Ministério Público Federal.

§ 2º O Procurador somente será dispensado, antes do termo de sua investidura, por iniciativa do Procurador-Geral da República, anuindo a maioria absoluta do Conselho Superior.

Além do Procurador Federal dos Direitos do Cidadão, em cada estado e no DF deverá ser designado órgão do MPF (aí se incluem os Procuradores da República e os Procuradores Regionais da República) para exercer as funções de Procurador REGIONAL dos Direitos do Cidadão.

O art. 43 nos traz a estrutura orgânica do MPF. Vejamos:

Art. 43. São órgãos do Ministério Público Federal: I - o Procurador-Geral da República;

II - o Colégio de Procuradores da República;

III - o Conselho Superior do Ministério Público Federal;

IV - as Câmaras de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal;

V - a Corregedoria do Ministério Público Federal; VI - os Subprocuradores-Gerais da República; VII - os Procuradores Regionais da República; VIII - os Procuradores da República.

Parágrafo único. As Câmaras de Coordenação e Revisão poderão funcionar isoladas ou reunidas, integrando Conselho Institucional, conforme dispuser o seu regimento.

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A carreira do MPF é composta por três classes, escalonadas em Procurador da República, Procurador Regional da República e Subprocurador-Geral da República, sendo este o último cargo da carreira (art. 44 e seu § único da Lei).

Veremos mais detalhes acerca de cada um dos órgãos do MPF (tanto os de execução quanto os da Administração Superior) nos tópicos seguintes.

2. Da Chefia do Ministério Público Federal

A chefia do MPF é exercida pelo PGR (Procurador-Geral da República), donde podemos concluir que o PGR acumula as funções de chefe do MPF e do MPU, em geral (art. 45 da LC 75/93).

Além de sua função “administrativa” de chefe do MPF, o PGR também desempenha a atividade-fim do MPF, exclusivamente perante o STF, nos termos do art. 46 da LC 75/93:

Art. 46. Incumbe ao Procurador-Geral da República exercer as funções do Ministério Público junto ao Supremo Tribunal Federal, manifestando-se previamente em todos os processos de sua competência.

Parágrafo único. O Procurador-Geral da República proporá perante o Supremo Tribunal Federal:

I - a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e o respectivo pedido de medida cautelar;

II - a representação para intervenção federal nos Estados e no Distrito Federal, nas hipóteses do art. 34, VII, da Constituição Federal;

III - as ações cíveis e penais cabíveis.

Os Subprocuradores-Gerais da República atuam, em regra, perante o STJ, nos termos do art. 47, §1º da LC 75/93. Contudo, como o PGR é um só, e as funções dele são muitas, ele pode delegar parte de suas funções,

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relativas à atividade-fim, a Subprocuradores-Gerais da República, nos termos do art. 47 da Lei.

No caso de vaga ou afastamento de um Subprocurador-Geral da República, por prazo SUPERIOR A 30 DIAS, PODERÁ ser convocado Procurador Regional da República para desempenhar as funções do cargo vago, mas essa convocação depende de aprovação por maioria absoluta dos membros do Conselho Superior.

Vejamos a dicção do art. 37 da Lei:

Art. 47. O Procurador-Geral da República designará os Subprocuradores-Gerais da República que exercerão, por delegação, suas funções junto aos diferentes órgãos jurisdicionais do Supremo Tribunal Federal.

§ 1º As funções do Ministério Público Federal junto aos Tribunais Superiores da União, perante os quais lhe compete atuar, somente poderão ser exercidas por titular do cargo de Subprocurador-Geral da República.

§ 2º Em caso de vaga ou afastamento de Subprocurador-Geral da República, por prazo superior a trinta dias, poderá ser convocado Procurador Regional da República para substituição, pelo voto da maioria do Conselho Superior.

§ 3º O Procurador Regional da República convocado receberá a diferença de vencimento correspondente ao cargo de Subprocurador-Geral da República, inclusive diárias e transporte, se for o caso.

O PGR também tem atribuição para atuar perante o STJ, em dois casos, previstos no art. 48:

Art. 48. Incumbe ao Procurador-Geral da República propor perante o Superior Tribunal de Justiça:

I - a representação para intervenção federal nos Estados e no Distrito Federal, no caso de recusa à execução de lei federal;

II - a ação penal, nos casos previstos no art. 105, I, "a", da Constituição Federal.

Parágrafo único. A competência prevista neste artigo poderá ser delegada a Subprocurador-Geral da República.

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CUIDADO: Como nós podemos ver, o § único estabelece que estas atribuições podem ser delegadas a Subprocurador-Geral da República. Assim, fica claro que os Subprocuradores-Gerais da República podem atuar perante o STJ tanto por atribuição própria quanto por atribuição delegada (pelo PGR), ou seja, há casos de atuação perante o STJ em que o Subprocurador atua porque é sua função atuar perante o STJ, ordinariamente. Há outros casos, no entanto, em que ele pode atuar, mas a atribuição originariamente não é sua, e sim do PGR, e ele está a exercer de forma delegada.

Além das funções relativas à atividade-fim da Instituição, o PGR possui, obviamente, uma série de atribuições concernentes à sua função como gestor da Instituição. Estas atribuições estão previstas no art. 49 da Lei:

Art. 49. São atribuições do Procurador-Geral da República, como Chefe do Ministério Público Federal:

I - representar o Ministério Público Federal;

II - integrar, como membro nato, e presidir o Colégio de Procuradores da República, o Conselho Superior do Ministério Federal e a Comissão de Concurso;

III - designar o Procurador Federal dos Direitos do Cidadão e os titulares da Procuradoria nos Estados e no Distrito Federal;

IV - designar um dos membros e o Coordenador de cada uma das Câmaras de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal; V - nomear o Corregedor-Geral do Ministério Público Federal, segundo lista formada pelo Conselho Superior;

VI - designar, observados os critérios da lei e os estabelecidos pelo Conselho Superior, os ofícios em que exercerão suas funções os membros do Ministério Público Federal;

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a) o Chefe da Procuradoria Regional da República, dentre os Procuradores Regionais da República lotados na respectiva Procuradoria Regional;

b) o Chefe da Procuradoria da República nos Estados e no Distrito Federal, dentre os Procuradores da República lotados na respectiva unidade;

VIII - decidir, em grau de recurso, os conflitos de atribuições entre órgãos do Ministério Público Federal;

IX - determinar a abertura de correção, sindicância ou inquérito administrativo;

X - determinar instauração de inquérito ou processo administrativo contra servidores dos serviços auxiliares;

XI - decidir processo disciplinar contra membro da carreira ou servidor dos serviços auxiliares, aplicando as sanções cabíveis;

XII - decidir, atendendo à necessidade do serviço, sobre: a) remoção a pedido ou por permuta;

b) alteração parcial da lista bienal de designações;

XIII - autorizar o afastamento de membros do Ministério Público Federal, depois de ouvido o Conselho Superior, nas hipóteses previstas em lei;

XIV - dar posse aos membros do Ministério Público Federal; XV - designar membro do Ministério Público Federal para:

a) funcionar nos órgãos em que a participação da Instituição seja legalmente prevista, ouvido o Conselho Superior;

b) integrar comissões técnicas ou científicas, relacionadas às funções da Instituição, ouvido o Conselho Superior;

c) assegurar a continuidade dos serviços, em caso de vacância, afastamento temporário, ausência, impedimento ou suspensão do titular, na inexistência ou falta do substituto designado;

d) funcionar perante juízos que não os previstos no inciso I, do art. 37, desta lei complementar;

e) acompanhar procedimentos administrativos e inquéritos policiais instaurados em áreas estranhas à sua competência específica, desde que relacionados a fatos de interesse da Instituição.

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XVI - homologar, ouvido o Conselho Superior, o resultado do concurso para ingresso na carreira;

XVII - fazer publicar aviso de existência de vaga na lotação e na relação bienal de designações;

XVIII - elaborar a proposta orçamentária do Ministério Público Federal, submetendo-a, para aprovação, ao Conselho Superior;

XIX - organizar a prestação de contas do exercício anterior;

XX - praticar atos de gestão administrativa, financeira e de pessoal; XXI - elaborar o relatório das atividades do Ministério Público Federal; XXII - coordenar as atividades do Ministério Público Federal;

XXIII - exercer outras atividades previstas em lei.

Transcrevi a redação do art. 49 porque acredito seja importante que vocês leiam o que ali consta, mas não sugiro que tentem decorar esta relação de atribuições. Sugiro que:

 Vocês entendam que todas elas decorrem logicamente de sua condição de chefe da Instituição;

 Elas não são taxativas, ou seja, é possível que outras funções sejam atribuídas por lei. Ou seja, trata-se de um rol exemplificativo;

Algumas delas também podem ser delegadas, mas são casos absolutamente restritos (somente as dos incisos, I, XV, alínea c, XX e XXII), conforme previsto no próprio art. 50 da Lei;

 O PGR não possui poder normativo, ou seja, ele não edita resoluções de caráter geral e abstrato, a serem aplicáveis no âmbito do MPF. Esse poder normativo é exercido pelo Conselho Superior.

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Mal comparando, o PGR poderia ser considerado o “Presidente do MPF” e o Conselho Superior seria o “Congresso Nacional” do MPF.

Por fim, no caso de necessidade de ajuizamento de ação penal pública contra o PGR (durante o exercício do cargo), a atribuição para o ajuizamento será do Subprocurador-Geral da República designado pelo Conselho Superior (art. 51 da Lei).

3. Colégio de Procuradores

O Colégio de Procuradores é um órgão, como o próprio nome já diz, colegiado, formado por TODOS (isso mesmo, TODOS) os membros do MPF e atividade (ou seja, os inativos não integram o Colégio de Procuradores), sendo presidido pelo PGR (art. 52 da Lei).

O Colégio de Procuradores tem por atribuição, basicamente:

Formar listas com nomes de membros do MPF, a fim de que dessas listas um nome seja escolhido para integrar determinado Tribunal (STJ ou TRF);

Eleger quatro membros do Conselho Superior;

OPINAR sobre assuntos gerais de interesse da Instituição.

Vejam se eu não tenho razão:

Art. 53. Compete ao Colégio de Procuradores da República:

I - elaborar, mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, a lista sêxtupla para a composição do Superior Tribunal de Justiça, sendo elegíveis os membros do Ministério Público Federal, com mais de dez anos na carreira, tendo mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;

II - elaborar, mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, a lista sêxtupla para a composição dos Tribunais Regionais Federais, sendo elegíveis os membros do Ministério Público Federal, com mais de dez anos de carreira, que contém mais de trinta e menos de sessenta e

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cinco anos de idade, sempre que possível lotados na respectiva região;

III - eleger, dentre os Subprocuradores-Gerais da República e mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, quatro membros do Conselho Superior do Ministério Público Federal;

IV - opinar sobre assuntos gerais de interesse da instituição.

Mas, professor, algumas dúvidas:

O que é voto plurinominal? É o voto no qual o votante não escolhe apenas um nome, mas mais de um. Se a lista for tripla, ele escolhe os três nomes que acha melhor; Se for sêxtupla, os seis nomes que mais lhe agradam, e por aí vai;  O que são estas listas? A CRFB/88 estabelece que 1/5 das

vagas dos Tribunais sejam ocupadas por membros da advocacia e do MP. O MP faz sua indicação apresentando uma lista de nomes para que a autoridade competente realize a nomeação de um deles para compor o Tribunal. A partir da nomeação aquele membro do MPF deixa de fazer parte do MPF e passa a integrar o Judiciário, na qualidade de Desembargador Federal (se for para o TRF), ou Ministro (se for para o STJ).

Ficou claro? Prosseguindo, então!

O §1º do art. 53 ainda estabelece que no que se refere às três primeiras atribuições (todas, menos OPINAR sobre assunto de interesse da carreira) a votação poderá DISPENSAR reunião dos membros do Colégio, ou seja, é possível que seja feita por voto eletrônico, ou outra forma de manifestação.

Art. 53. Compete ao Colégio de Procuradores da República: (...)

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§ 1º Para os fins previstos nos incisos I, II e III, deste artigo, prescindir-se-á de reunião do Colégio de Procuradores, procedendo-se segundo dispuser o seu regimento interno e exigindo-se o voto da maioria absoluta dos eleitores.

CUIDADO: Embora não se exija reunião dos membros, exige-se que a maioria absoluta dos membros vote.

Além disso, nada impede que o Colégio se reúna, de forma excepcional, para tratar de assunto de relevante interesse para a Instituição. A convocação poderá ser feita pelo PGR ou pela maioria dos membros do Colégio.

4. Conselho Superior do Ministério Público Federal

Vocês se lembram que eu disse que o Conselho Superior era uma espécie de “parlamento” (ou Congresso, se preferirem) do MPF? Então, se não se lembram, fica aqui novamente o registro.

O Conselho Superior é um órgão colegiado DELIBERATIVO (ou seja, ele DECIDE determinadas questões).

A sua composição é formada da seguinte maneira:

Pelo PGR e pelo Vice-PGR, como membros NATOS (ou seja, eles necessariamente TÊM QUE COMPOR O CONSELHO);

Quatro Subprocuradores-Gerais da República ELEITOS pelos seus pares, ou seja, pelos Subprocuradores-Gerais da República;

Quatro Subprocuradores-Gerais da República eleitos pelo COLÉGIO DE PROCURADORES (que é composto por todos os membros da carreira do MPF);

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O Conselho Superior é presidido pelo PGR, óbvio. E o vice-presidente é o Vice-PGR, certo? ERRADO! O vice-presidente do Conselho é eleito pelo próprio Conselho, podendo ser qualquer um de seus membros (art. 54, §2º da Lei).

Os membros eleitos do Conselho (todos, exceto o PGR e o Vice-PGR) possuem mandato de dois anos, sendo permitida UMA reeleição.

As reuniões ordinárias do Conselho Superior serão MENSAIS, podendo, contudo, o Conselho se reunir EXTRAORDINARIAMENTE, por:

 Convocação do PGR;

 Proposta da maioria de seus membros;

As decisões do Conselho, em regra (pode haver casos em que se exija quórum especial), serão tomadas por MAIORIA DE VOTOS, sendo necessária a presença da maioria absoluta dos membros na reunião (art. 56 da Lei).

O Conselho, como eu já disse duas outras vezes (e repito, porque isso é muito importante), tem função NORMATIVA no âmbito do MPF. Mas ele possui apenas função normativa (editar regras gerais de conduta)? Não, ele possui também funções administrativas, relacionadas à Instituição, como a indicação de nomes para integrar comissões, decidir sobre estágio probatório dos membros do MPF, etc.

Vejamos o que diz a Lei no que se refere às atribuições do Conselho:

Art. 57. Compete ao Conselho Superior do Ministério Público Federal: I - exercer o poder normativo no âmbito do Ministério Público Federal, observados os princípios desta Lei Complementar, especialmente para elaborar e aprovar:

a) o seu regimento interno, o do Colégio de Procuradores da República e os das Câmaras de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal;

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b) as normas e as instruções para o concurso de ingresso na carreira; c) as normas sobre as designações para os diferentes ofícios do Ministério Público Federal;

d) os critérios para distribuição de inquéritos, procedimentos administrativos e quaisquer outros feitos, no Ministério Público Federal;

e) os critérios de promoção por merecimento, na carreira;

f) o procedimento para avaliar o cumprimento das condições do estágio probatório;

II - aprovar o nome do Procurador Federal dos Direitos do Cidadão; III - indicar integrantes das Câmaras de Coordenação e Revisão; IV - aprovar a destituição do Procurador Regional Eleitoral;

V - destituir, por iniciativa do Procurador-Geral da República e pelo voto de dois terços de seus membros, antes do término do mandato, o Corregedor-Geral;

VI - elaborar a lista tríplice para Corregedor-Geral do Ministério Público Federal;

VII - elaborar a lista tríplice destinada à promoção por merecimento; VIII - aprovar a lista de antigüidade dos membros do Ministério Público Federal e decidir sobre as reclamações a ela concernentes; IX - indicar o membro do Ministério Público Federal para promoção por antigüidade, observado o disposto no art. 93, II, alínea d, da Constituição Federal;

X - designar o Subprocurador-Geral da República para conhecer de inquérito, peças de informação ou representação sobre crime comum atribuível ao Procurador-Geral da República e, sendo o caso, promover a ação penal;

XI - opinar sobre a designação de membro do Ministério Público Federal para:

a) funcionar nos órgãos em que a participação da instituição seja legalmente prevista;

b) integrar comissões técnicas ou científicas relacionadas às funções da instituição ;

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XII - opinar sobre o afastamento temporário de membro do Ministério Público Federal;

XIII - autorizar a designação, em caráter excepcional, de membros do Ministério Público Federal, para exercício de atribuições processuais perante juízos, tribunais ou ofícios diferentes dos estabelecidos para cada categoria;

XIV - determinar a realização de correições e sindicâncias e apreciar os relatórios correspondentes;

XV - determinar a instauração de processos administrativos em que o acusado seja membro do Ministério Público Federal, apreciar seus relatórios e propor as medidas cabíveis;

XVI - determinar o afastamento preventivo do exercício de suas funções, do membro do Ministério Público Federal, indiciado ou acusado em processo disciplinar, e o seu retorno;

XVII - designar a comissão de processo administrativo em que o acusado seja membro do Ministério Público Federal;

XVIII - decidir sobre o cumprimento do estágio probatório por membro do Ministério Público Federal, encaminhando cópia da decisão ao Procurador-Geral da República, quando for o caso, para ser efetivada sua exoneração;

XIX - decidir sobre remoção e disponibilidade de membro do Ministério Público Federal, por motivo de interesse público;

XX - autorizar, pela maioria absoluta de seus membros, que o Procurador-Geral da República ajuíze a ação de perda de cargo contra membro vitalício do Ministério Público Federal, nos casos previstos nesta lei;

XXI - opinar sobre os pedidos de reversão de membro da carreira; XXII - opinar sobre o encaminhamento de proposta de lei de aumento do número de cargos da carreira;

XXIII - deliberar sobre a realização de concurso para o ingresso na carreira, designar os membros da Comissão de Concurso e opinar sobre a homologação dos resultados;

XXIV - aprovar a proposta orçamentária que integrará o projeto de orçamento do Ministério Público da União;

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São nada mais nada menos que vinte e quatro atribuições, e, além disso, ainda tem um inciso que permite que outras atribuições sejam fixadas por lei! É mole ou quer mais?

Você pretende decorar todas? Vá em frente, boa sorte. NÃO É ASSIM QUE SE ESTUDA!

Vocês têm que ter em mente que a regra é:

 Função normativa (edição de normas de caráter geral e abstrato que serão aplicadas no âmbito do MPF);

 Função deliberativa para assuntos de interesse interno FUNCIONAL da carreira (O Conselho não tem função de gestão administrativa e financeira do MPF, que cabe a PGR).

Tendo em mente estas duas REGRAS, basta analisar as exceções, que são:

 Opinar sobre o encaminhamento de proposta de lei de aumento do número de cargos da carreira (atuação, ainda que meramente opinativa sobre a gestão do MPF);

 Aprovar a proposta orçamentária (atuação na gestão orçamentária do MPF).

Sei que é difícil, galera, mas quem disse que seria fácil?

O §1º do art. 57 estabelece que os membros do Conselho estão impedidos de participar das decisões quando ocorrerem quaisquer das hipóteses de suspeição e impedimento dos membros do MP previstas nas leis processuais.

Não há necessidade de vocês se debruçarem sobre o CPP e CPC para tentar analisar cada uma das hipóteses de suspeição e impedimento, pois

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isso não é objeto do nosso estudo. Basta que vocês saibam que, ocorrendo uma destas hipóteses, o Conselheiro não poderá atuar.

Para vocês não ficarem sem nenhum exemplo, vou elaborar um para vocês:

EXEMPLO: Imaginem que um membro do MPF, Subprocurador-Geral da República, integra o Conselho. Se sua esposa, recém-admitida na carreira ainda estiver se submetendo ao estágio probatório, ele NÃO PODERÁ participar da votação referente à homologação de seu estágio probatório.

5. Das Câmaras de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal

As Câmaras de Coordenação e Revisão são órgãos de Coordenação da atividade funcional. Prestam auxílio ao PGR, promovendo a integração (uniformização das condutas, através de recomendações) e a revisão do exercício funcional.

Elas são órgãos SETORIAIS, ou seja, são divididas por áreas (ou matérias): Cível, criminal, tutela coletiva, etc.

Cada uma das Câmaras é composta por TRÊS MEMBROS:  01 indicado pelo PGR;

 02 indicados pelo Conselho Superior;

Sempre que possível, estes três membros serão integrantes do último nível da carreira (Subprocurador-Geral da República). Dentre eles, um será indicado (pelo PGR) para exercer a função de coordenador.

As Câmaras possuem as seguintes funções:

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I - promover a integração e a coordenação dos órgãos institucionais que atuem em ofícios ligados ao setor de sua competência, observado o princípio da independência funcional;

II - manter intercâmbio com órgãos ou entidades que atuem em áreas afins;

III - encaminhar informações técnico-jurídicas aos órgãos institucionais que atuem em seu setor;

IV - manifestar-se sobre o arquivamento de inquérito policial, inquérito parlamentar ou peças de informação, exceto nos casos de competência originária do Procurador-Geral;

V - resolver sobre a distribuição especial de feitos que, por sua contínua reiteração, devam receber tratamento uniforme;

VI - resolver sobre a distribuição especial de inquéritos, feitos e procedimentos, quando a matéria, por sua natureza ou relevância, assim o exigir;

VII - decidir os conflitos de atribuições entre os órgãos do Ministério Público Federal.

Parágrafo único. A competência fixada nos incisos V e VI será exercida segundo critérios objetivos previamente estabelecidos pelo Conselho Superior.

EM RESUMO: As Câmaras possuem função de SUPERVISIONAR a atividade funcional dos membros do MPF.

Uma das atribuições das Câmaras é analisar sobre os arquivamentos promovidos pelos membros do MPF. Mas esta atribuição não é do PGR? Sim, ou seja, o PGR é quem tem atribuição para DECIDIR se mantém ou não um arquivamento promovido por um membro do MPF. Contudo, ele não pode fazer tudo sozinho. Assim, as Câmaras, cada uma na sua área, analisam os arquivamentos e se manifestam, dando parecer favorável ou contrário, a fim de facilitar o trabalho do PGR na hora de decidir se homologa ou não o arquivamento.

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A Corregedoria é o órgão-terror do MPF. Brincadeiras à parte, a Corregedoria é o órgão responsável pela FISCALIZAÇÃO das atividades funcionais e da conduta dos membros do MPF.

A eleição do Corregedor-Geral se dá da seguinte forma:

 O Conselho elabora lista TRÍPLICE, dentre os Subprocuradores-Gerais da República (não podem integrar a lista os membros do Conselho);

 O PGR escolhe um destes integrantes e o nomeia como Corregedor-Geral (os outros dois serão suplentes, na ordem que o PGR indicar);

 O mandato tem duração de DOIS ANOS, renovável uma vez.

O Corregedor-Geral poderá ser destituído ANTES DO TÉRMINO DO MANDATO, por decisão do Conselho Superior, por iniciativa do PGR (art. 64, §3º da Lei).

As atribuições do Corregedor-Geral estão previstas no art. 65 da Lei. Vejamos:

Art. 65. Compete ao Corregedor-Geral do Ministério Público Federal: I - participar, sem direito a voto, das reuniões do Conselho Superior; II - realizar, de ofício, ou por determinação do Procurador-Geral ou do Conselho Superior, correições e sindicâncias, apresentando os respectivos relatórios;

III - instaurar inquérito contra integrante da carreira e propor ao Conselho Superior a instauração do processo administrativo conseqüente;

IV - acompanhar o estágio probatório dos membros do Ministério Público Federal;

V - propor ao Conselho Superior a exoneração de membro do Ministério Público Federal que não cumprir as condições do estágio

(23)

Vejam, assim, que as competências, obviamente, estão relacionadas à fiscalização das atividades dos membros do MPF (realização de correições, acompanhamento de estágio probatório, instauração de inquérito contra membro do MPF, etc.).

Notem, contudo, que o Corregedor-Geral deve participar das reuniões do Conselho, mas ele não tem direito a voto (o que não se confunde com direito a “voz”, que é o direito de se manifestar).

7. Dos membros do MPF (Subprocuradores-Gerais da República, Procuradores Regionais da República e Procuradores da República)

A carreira dos membros do MPF é escalonada nestes três níveis, com início no cargo de Procurador da República (art. 44), e isso nós já vimos. As formas de promoção, bem como os demais pontos referentes exclusivamente à carreira, nós estudaremos mais à frente, em outra aula.

Na aula de hoje nós veremos, apenas, como se dá a atuação de cada um deles.

Os Subprocuradores-Gerais (começando de “cima para baixo”) atuam:

Junto ao STF e ao TSE, por delegação do PGR (Ou seja, a função, em princípio, era do PGR, mas foi delegada a um Subprocurador-Geral da República);

Junto ao STJ, por se tratar de sua atribuição originária;

Nas câmaras de coordenação (mas não se trata de atuação judicial, e sim administrativa, interna).

(24)

É possível que um Subprocurador-Geral da República seja designado para atuar perante órgão jurisdicional diverso destes, mas neste caso dependerá de autorização do Conselho Superior.

O art. 67 traz uma lista de funções que devem ser ocupadas PRIVATIVAMENTE por Subprocuradores-Gerais da República (não podem ser exercidas por outros membros). Vejamos:

Art. 67. Cabe aos Subprocuradores-Gerais da República, privativamente, o exercício das funções de:

I - Vice-Procurador-Geral da República; II - Vice-Procurador-Geral Eleitoral;

III - Corregedor-Geral do Ministério Público Federal; IV - Procurador Federal dos Direitos do Cidadão;

V - Coordenador de Câmara de Coordenação e Revisão.

Os Procuradores Regionais da República atuam junto aos Tribunais Regionais Federais, e, à semelhança do que ocorre com os Subprocuradores-Gerais, sua designação para atuar junto a órgão jurisdicional diverso depende de autorização do Conselho Superior.

Por fim, os Procuradores da República, classe inicial da carreira, atuam junto aos Juízes Federais e junto aos Tribunais

Regionais Eleitorais (TRE), estes últimos apenas nos locais onde

não houver sede da Procuradoria Regional da República.

Os Procuradores da República também só podem ser designados para atuar perante órgão jurisdicional diverso se houver autorização do Conselho Superior.

(25)

A atuação do Ministério Público perante a Justiça Eleitoral é desenvolvida pelo Ministério Público Federal (art. 72 da Lei).

Os membros que atuam no “Ministério Público Eleitoral” são os seguintes:

Procurador-Geral Eleitoral - É o PGR. Atua nas causas de competência do TSE;

Vice-Procurador-Geral Eleitoral - Designado pelo PGE, dentre os Subprocuradores-Gerais da República. Substitui o PGE nos seus impedimentos e no caso de vacância;

Procurador-Regional Eleitoral – Designado pelo PGE dentre os Procuradores Regionais da República nos estados e no DF. Caso não haja sede da Procuradoria Regional da República no local, o PGE designará um Procurador da República VITALÍCIO (que já passou pelo estágio probatório) para exercer o cargo, com mandato de dois anos. Poderá ser reconduzido UMA VEZ, e poderá ser destituído por iniciativa do PGE, com aprovação da maioria absoluta do Conselho Superior do MPF. Atua junto ao TRE respectivo, e coordena as atividades do MPE no respectivo estado;

Promotor Eleitoral – NÃO É MEMBRO DO MPF. É um Promotor de Justiça do MP local (MP estadual), que atue perante o Juízo incumbido do serviço eleitoral. Caso não haja Promotor de Justiça atuando junto ao Juízo que foi designado para exercer a atividade eleitoral, ou caso este Promotor de Justiça esteja impedido (por ser filiado a Partido Político), o PGJ (o chefe do MP local) irá indicar outro nome ao PRE (Procurador-Regional Eleitoral).

O PGE poderá designar, além do Vice-PGE, outros Subprocuradores-Gerais da República para atuarem perante o TSE. Também poderá

(26)

designar outros membros do MPF para atuarem, em auxílio e sob a coordenação do PRE, perante os Tribunais Regionais Eleitorais (arts. 74, § único e 76, § único da Lei).

O membro do MP que for filiado a partido político NÃO PODERÁ EXERCER FUNÇÃO ELEITORAL, permanecendo o impedimento por até dois anos após o cancelamento da filiação.

9. Das Unidades de Lotação e de Administração

As Unidades de lotação e administração se resumem aos ofícios de atuação na Procuradoria-Geral da República, nas Procuradorias-Regionais da República e nas Procuradorias da República nos estados e no DF (art. 81 da Lei).

Estas Unidades de lotação são estruturas administrativas nas quais estão lotados membros do MPF e servidores. Correspondem, mais ou menos, ao que representam as Varas Federais (Unidades administrativas nas quais estão lotados Juízes e servidores), as Turmas dos Tribunais regionais e as Turmas dos Tribunais Superiores (que também são unidades administrativas onde são lotados servidores, Desembargadores e Ministros).

Por hoje chega! Bons estudos! Prof. Renan Araujo

(27)

LISTA DAS QUESTÕES

01 - (CESPE - 2010 - MPU - TÉCNICO DE INFORMÁTICA)

O colégio de procuradores da República é integrado por todos os membros da carreira em atividade no Ministério Público Federal.

02 - (CESPE - 2010 - MPU - TÉCNICO ADMINISTRATIVO)

É prerrogativa processual do procurador-geral da República ser processado e julgado, nos crimes comuns, pelo Supremo Tribunal Federal.

03 - (CESPE - 2010 - MPU - ANALISTA - ARQUIVOLOGIA)

As funções eleitorais do Ministério Público Federal perante os juízes e juntas eleitorais serão exercidas pelo promotor eleitoral.

04 - (FCC - 2007 - MPU - TÉCNICO DE APOIO ESPECIALIZADO - TRANSPORTE)

Dentre outras, compete ao Conselho Superior do Ministério Público Federal

A) dar posse aos membros do Ministério Público Federal.

B) elaborar a lista tríplice destinada à promoção por merecimento.

C) acompanhar o estágio probatório dos membros do Ministério Público Federal.

D) decidir os conflitos de atribuições entre os órgãos do Ministério Público Federal.

(28)

E) realizar, de ofício, correições e sindicâncias, apresentando os respectivos relatórios.

05 - (ESAF - 2004 - MPU - TÉCNICO ADMINISTRATIVO)

São privativas dos subprocuradores-gerais da República os (as) seguintes cargos/funções, exceto

A) procurador-geral da República. B) vice-procurador-geral da República. C) vice-procurador-geral eleitoral.

D) procurador federal dos direitos do cidadão.

E) coordenador de Câmara de Coordenação e Revisão.

06 - (QUESTÃO ELABORADA PELO PROFESSOR)

O Procurador-Geral da República designará o Vice-PGR dentre os integrantes da carreira do MPF, maiores de 35 anos.

07 - (QUESTÃO ELABORADA PELO PROFESSOR)

Ao Corregedor-Geral do MPF compete, dentre outras funções, participar das reuniões do Conselho Superior do MPF, sem direito a voz.

08 - (QUESTÃO ELABORADA PELO PROFESSOR)

Os Subprocuradores-Gerais da República atuam perante o STF, o STJ e o TSE. Perante o STF atuam por delegação do PGR. Já perante o STJ e o TSE atuam por atribuição originária.

(29)

O membro do MP não pode exercer função eleitoral enquanto for filiado a partido político, cessando o impedimento a partir da data da desfiliação.

10 - (QUESTÃO ELABORADA PELO PROFESSOR)

A composição do Conselho Superior inclui, dentre os membros eleitos, apenas Subprocuradores-Gerais da República.

QUESTÕES COMENTADAS

01 - (CESPE - 2010 - MPU - TÉCNICO DE INFORMÁTICA)

O colégio de procuradores da República é integrado por todos os membros da carreira em atividade no Ministério Público Federal. COMENTÁRIOS: De fato, o Colégio de Procuradores (diferentemente do Conselho Superior) é integrado por TODOS os membros da carreira do MPF em atividade, nos termos do art. 52 da LC 75/93:

Art. 52. O Colégio de Procuradores da República, presidido pelo Procurador-Geral da República, é integrado por todos os membros da carreira em atividade no Ministério Público Federal.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

02 - (CESPE - 2010 - MPU - TÉCNICO ADMINISTRATIVO)

É prerrogativa processual do procurador-geral da República ser processado e julgado, nos crimes comuns, pelo Supremo Tribunal Federal.

(30)

COMENTÁRIOS: De fato, nos crimes comuns, o PGR possui prerrogativa processual de ser processado e julgado perante o STF, nos termos do art. 18, II da LC 75/93:

Art. 18. São prerrogativas dos membros do Ministério Público da União:

(...)

II - processuais:

a) do Procurador-Geral da República, ser processado e julgado, nos crimes comuns, pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Senado Federal, nos crimes de responsabilidade;

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

03 - (CESPE - 2010 - MPU - ANALISTA - ARQUIVOLOGIA)

As funções eleitorais do Ministério Público Federal perante os juízes e juntas eleitorais serão exercidas pelo promotor eleitoral. COMENTÁRIOS: O item está correto, eis que o MPF é o MP responsável por desempenhar as funções eleitorais, e nos termos do art. 78 da LC 75/93, as funções eleitorais do MPF perante os Juízes e Juntas Eleitorais serão exercidas pelos promotores eleitorais, que são membros do MP local:

Art. 78. As funções eleitorais do Ministério Público Federal perante os Juízes e Juntas Eleitorais serão exercidas pelo Promotor Eleitoral.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

04 - (FCC - 2007 - MPU - TÉCNICO DE APOIO ESPECIALIZADO - TRANSPORTE)

Dentre outras, compete ao Conselho Superior do Ministério Público Federal

(31)

B) elaborar a lista tríplice destinada à promoção por merecimento. C) acompanhar o estágio probatório dos membros do Ministério Público Federal.

D) decidir os conflitos de atribuições entre os órgãos do Ministério Público Federal.

E) realizar, de ofício, correições e sindicâncias, apresentando os respectivos relatórios.

COMENTÁRIOS: O Conselho Superior do MPF possui inúmeras atribuições, dentre elas, a elaboração de lista tríplice para fins de promoção por merecimento, nos termos do art. 57, VII da LC 75/93. Vejamos:

Art. 57. Compete ao Conselho Superior do Ministério Público Federal: (...)

VII - elaborar a lista tríplice destinada à promoção por merecimento;

As demais funções descritas na questão competem ao PGR (letra a), ao Corregedor-Geral (letras C e E) e às Câmaras de Coordenação e Revisão (letra D).

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

05 - (ESAF - 2004 - MPU - TÉCNICO ADMINISTRATIVO)

São privativas dos subprocuradores-gerais da República os (as) seguintes cargos/funções, exceto

A) procurador-geral da República. B) vice-procurador-geral da República. C) vice-procurador-geral eleitoral.

(32)

E) coordenador de Câmara de Coordenação e Revisão.

COMENTÁRIOS: Dentre as alternativas apresentadas pela questão, a única que apresenta uma função que não é privativa dos Subprocuradores-Gerais da República é a de Procurador-Geral da República (logo a mais elevada!), pois o PGR pode ser qualquer membro da carreira, maior de 35 anos, nos termos do art. 25:

Art. 25. O Procurador-Geral da República é o chefe do Ministério Público da União, nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, permitida a recondução precedida de nova decisão do Senado Federal.

Ademais, o art. 67 estabelece quais são as funções privativas dos Subprocuradores-Gerais da República:

Art. 67. Cabe aos Subprocuradores-Gerais da República, privativamente, o exercício das funções de:

I - Vice-Procurador-Geral da República; II - Vice-Procurador-Geral Eleitoral;

III - Corregedor-Geral do Ministério Público Federal; IV - Procurador Federal dos Direitos do Cidadão;

V - Coordenador de Câmara de Coordenação e Revisão.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

06 - (QUESTÃO ELABORADA PELO PROFESSOR)

O Procurador-Geral da República designará o Vice-PGR dentre os integrantes da carreira do MPF, maiores de 35 anos.

(33)

COMENTÁRIOS: O cargo de Vice-PGR é privativo dos Subprocuradores-Gerais da República (art. 67 da LC 75/93), embora, de fato, devam ser maiores de 35 anos (art. 27 da LC 75/93):

Art. 67. Cabe aos Subprocuradores-Gerais da República, privativamente, o exercício das funções de:

I - Vice-Procurador-Geral da República;

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

07 - (QUESTÃO ELABORADA PELO PROFESSOR)

Ao Corregedor-Geral do MPF compete, dentre outras funções, participar das reuniões do Conselho Superior do MPF, sem direito a voz.

COMENTÁRIOS: O Corregedor-Geral do MPF tem como uma de suas funções, de fato, participar das reuniões do Conselho Superior. Contudo, o Corregedor-Geral tem direito a voz, o que o Corregedor-Geral não tem é direito a VOTO. Vejamos o que diz o art. 65, I da LC 75/93:

Art. 65. Compete ao Corregedor-Geral do Ministério Público Federal: I - participar, sem direito a voto, das reuniões do Conselho Superior;

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

08 - (QUESTÃO ELABORADA PELO PROFESSOR)

Os Subprocuradores-Gerais da República atuam perante o STF, o STJ e o TSE. Perante o STF atuam por delegação do PGR. Já perante o STJ e o TSE atuam por atribuição originária.

(34)

COMENTÁRIOS: De fato, os Subprocuradores-Gerais da República atuam perante o STF, o STJ e o TSE. Contudo, a atuação perante o TSE não se dá por atribuição originária (como no caso da atuação perante o STJ), mas por delegação, uma vez que a atribuição, na verdade, é do PGE (que é o PGR). Vejamos:

Art. 66. Os Subprocuradores-Gerais da República serão designados para oficiar junto ao Supremo Tribunal Federal, ao Superior Tribunal de Justiça, ao Tribunal Superior Eleitoral e nas Câmaras de Coordenação e Revisão.

§ 1º No Supremo Tribunal Federal e no Tribunal Superior Eleitoral, os Subprocuradores-Gerais da República atuarão por delegação do Procurador-Geral da República.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

09 - (QUESTÃO ELABORADA PELO PROFESSOR)

O membro do MP não pode exercer função eleitoral enquanto for filiado a partido político, cessando o impedimento a partir da data da desfiliação.

COMENTÁRIOS: O item está errado, eis que, embora os membros do MP que sejam filiados a partidos políticos, de fato, não possam exercer função eleitoral, o impedimento somente cessa após dois anos da data da desfiliação, nos termos do art. 80 da LC 75/93:

Art. 80. A filiação a partido político impede o exercício de funções eleitorais por membro do Ministério Público até dois anos do seu cancelamento.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

(35)

A composição do Conselho Superior inclui, dentre os membros eleitos, apenas Subprocuradores-Gerais da República.

COMENTÁRIOS: De fato, dentre os membros ELEITOS do Conselho Superior, só há Subprocuradores-Gerais. Quatro são eleitos por seus pares e outros quatro pelo Colégio de Procuradores. Vejamos:

Art. 54. O Conselho Superior do Ministério Público Federal, presidido pelo Procurador-Geral da República, tem a seguinte composição:

I - o Procurador-Geral da República e o Vice-Procurador-Geral da República, que o integram como membros natos;

II - quatro Subprocuradores-Gerais da República eleitos, para mandato de dois anos, na forma do art. 53, III, permitida uma reeleição;

III - quatro Subprocuradores-Gerais da República eleitos, para mandato de dois anos, por seus pares, mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, permitida uma reeleição.

Tome cuidado com a pegadinha, pois o Conselho Superior pode ter membro que não seja Subprocurador-Geral da República, caso o PGR não seja Subprocurador-Geral da República. Contudo, o PGR é membro NATO, não eleito. Assim, se a questão não fizesse a ressalva dos membros eleitos, estaria errada.

(36)

1. CORRETA 2. CORRETA 3. CORRETA 4. ALTERNATIVA B 5. ALTERNATIVA A 6. ERRADA 7. ERRADA 8. ERRADA 9. ERRADA 10. CORRETA

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