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Contributos para o Modelo de Gestão da Rota do Românico do Vale do Sousa

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Academic year: 2021

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Rosário Correia Machado

Turismo, Ordenamento e Gestão do Território:

da estruturação espacial ao desenvolvimento local

sustentado

ADERSOUSA

Universidade Fernando Pessoa

2006

Contributos para o Modelo de Gestão da Rota

do Românico do Vale do Sousa

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Este é mais um desafio, mais um, no sentido da soma positiva, evolutiva e de partilha... Conjuga alguns dos seus gostos: turismo, património, românico … planeamento, ordenamento, gestão … território, ou seja, o Vale do Sousa.

Licenciada em Sociologia pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra em 1995, em 1996 começou o seu percurso profissional por terras de Moçambique, inserida na equipa da Cooperação Suiça para o Desenvolvimento, num projecto de requalificação sócio-urbana. No início de 1997, com pequenas incursões, já em Portugal, como formadora, a Maio de 1997 aceita a proposta que lhe mudou a vida, vir para o Vale do Sousa.

Como socióloga, tem vindo, na Associação de Municípios e depois Comunidade Urbana do Vale do Sousa, a desempenhar funções de coordenação técnica na concepção e desenvolvimento de projectos de dimensão sub-regional. O Pacto Territorial para o Emprego do Vale do Sousa, o Vale do Sousa Digital e a Rota do Românico do Vale do Sousa foram projectos que nasceram ou se desenvolveram no âmbito do Gabinete da Apoio Técnico e Desenvolvimento, que hoje coordena.

Acredita que, a gestão do território é cada vez mais bem sucedia, se conjugada com o trinómio, governação, conhecimento e inovação, sobre este tema tem vindo a dedicar algum do seu tempo de estudo. De 2001 a 2002 fez uma Pós-Graduação sobre Gestão de Centros Urbanos e com toda a motivação pessoal e profissional aceitou mais este desafio.

Mãe do José Manuel, de 5 anos e da Margarida, de 3 anos, acredita que a sociedade é o resultado a participação de todos os cidadãos, por isso, tem fé que eles o sejam, na sua plena consciência de direitos e deveres.

Rosário Correia Machado

Paços de Ferreira, Março de 2006

NOTA: Como método de concentração, sempre que penso na Rota do Românico do Vale do Sousa, ouço música gregoriana, aos leitores deste trabalho deixo, para ouvirem enquanto lêem, um CD gravado em monumentos românicos do Vale do Sousa, pelo Coro Gregoriano de Penafiel, intitulado O Cantar da História.

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“ART. 3 - O TURISMO, COMO FACTOR DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

3.1 É dever de todos os agentes envolvidos no desenvolvimento turístico, salvaguardar o ambiente e os recursos naturais, na perspectiva de um crescimento económico sadio, contínuo e sustentável, capaz de satisfazer equitativamente as necessidades e as aspirações das gerações presentes e futuras.

3.2. Todos os tipos de desenvolvimento turístico que permitam economizar os recursos naturais raros e preciosos, principalmente a água e a energia, e que venham a evitar, na medida do possível, a produção de dejectos, devem ser privilegiados e encorajados pelas autoridades públicas nacionais, regionais e locais. 3.3 Deve ser equacionada a distribuição no tempo e no espaço dos fluxos de turistas e de visitantes, especialmente a que resulta das licenças de férias e das férias escolares, e buscar-se um melhor equilíbrio na frequência, de forma a reduzir a pressão da actividade turística sobre o meio ambiente e a aumentar o seu impacto benéfico na indústria turística e na economia local.

3.4 As infra-estruturas devem estar concebidas e as actividades turísticas programadas de forma a que seja protegido o património natural constituído pelos ecossistemas e a biodiversidade, e que sejam preservadas as espécies ameaçadas da fauna e da flora selvagens. Os agentes do desenvolvimento turístico, principalmente os profissionais, devem permitir que lhes sejam impostas limitações ou obstáculos às suas actividades quando elas sejam exercidas em zonas particularmente sensíveis: regiões desérticas, polares ou de altas montanhas, zonas costeiras, florestas tropicais ou zonas húmidas, propícias à criação de parques naturais ou reservas protegidas. 3.5 O turismo de natureza e o ecoturismo são reconhecidos como formas de turismo especialmente enriquecedoras e valorizadoras, sempre que respeitem o património natural e as populações locais se ajustem à capacidade de carga dos locais turísticos.”1

No âmbito do curso de pós-graduação em Turismo, Ordenamento e Gestão do Território: da estrutura espacial ao desenvolvimento local e sustentado, e com base no documento referencial, era proposto, “combinar o ensino de um conjunto expressivo de matérias teóricas essenciais, acerca dos tecidos territoriais do turismo contemporâneo, das metodologias e modelos de ordenamento e gestão do território, bem como sobre os processos locais e regionais do desenvolvimento…”.

A necessidade de definir um modelo de gestão, coloca-se agora de forma mais pertinente, no sentido em que, depois de um conjunto de componentes lançadas, torna-se necessário gerir o produto a que estas darão origem. Contudo, este trabalho, tendo ou não um destino prático, tem por objectivo, numa abordagem

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académica, levantar um conjunto recomendações, orientações e/ou proposta para a construção de um modelo de gestão aplicável à realidade em estudo.

Qual o modelo de gestão mais indicado para a Rota do Românico do Vale do Sousa? É esta a nossa questão de partida. Para a sua construção é importante conjugar um conjunto de matérias apreendidas durante a frequência deste curso. É importante também contextualizar o território, bem como a entidade que tem assumido a promoção desta Rota do Românico do Vale do Sousa.

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“No trabalho científico, como num jogo de xadrez em certa fase do seu desenvolvimento, o sistema de regras mais o estado actual do jogo – envolvendo os conhecimentos acumulados – condicionam as opções possíveis dos protagonistas envolvidos. Muito embora não seja nunca indiferente à competência desses protagonistas, o “jogo” científico não se faz em princípio contra ninguém, pelo que as respectivas capacidades, longe de umas às outras se neutralizarem, podem mesmo normalmente adicionar-se.” (SILVA e PINTO: 1986)

Metodologicamente esta reflexão teve como base orientadora um conjunto de princípios essenciais, estes foram ganhando forma e corpo, com o decorrer do seu desenvolvimento, refira-se que, a metodologia foi sendo consolidada e validada, com o decorrer da pesquisa.

Sendo que, foi desde o início considerada uma reflexão, que produziria contributos e algumas linhas orientadoras, esta noção de dimensão do trabalho foi sendo comprovada com a análise e leitura da informação, bem como da auscultação de alguns dos agentes envolvidos. Pois sabemos que num processo de estudo de caso intensivo, não nos podemos socorrer de uma só técnica, mas sim, de uma pluralidade delas, accionadas de forma alternada ou simultaneamente por quem investiga. Mais, a eficácia de cada uma destas técnicas, é diferente consoante o tipo de informação e resultados que se pretende obter.

Assim sendo, os princípios desta investigação foram:

a) Levantamento e exploração das fontes de informação e posterior validação: exploração e levantamento das referências bibliográficas, informação estatística, banco de imagens, informação que validasse a questão de partida;

b) Escolha selectiva dos estudos de caso, recolha e validação da informação, refira-se que nesta situação dois dos estudos de caso definidos à partida foram abandonados, pois não foi possível a sua validação2;

c) Identificar com clareza os agentes envolvidos e privilegiar o contacto directo, nos casos possíveis, noutros, recorrer ao contacto indirecto (telefone, messenger e mail) designadamente os responsáveis pela gestão de modelos em estudo;

2 Inicialmente foi definido que dois dos estudos de caso, seriam duas Associações de Municípios de fins específicos ligadas à gestão do

património, designadamente, Associação de Municípios dos Centros Históricos sedeada em Lamego e a Associação de Municípios dos Castelos da Raia, sedeada na Câmara Municipal de Trancoso, contudo, tanto uma como a outra, estão quase em processo de inactividade, inclusivamente já nem a estrutura orgânica está a funcionar.

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d) Garantir a clareza dos resultados, através da validação de métodos adequados, nomeadamenta através da análise comparativa;

e) Exploração das correlações existentes de forma a construir os pontos a destacar e a integrar de forma válida questão de partida;

f) Por fim, assegura de forma válida a estratégia planeada, designadamente para a construção de uma nova proposta sustentada, ou se não para a sua totalidade para as partes (recomendações) que a integram.

O trabalho foi dividido em duas partes específicas, pois considerou-se necessário enquadrar o assunto e perceber a importância da construção de um modelo de gestão, tento em conta o já desenvolvido e em fase actual de desenvolvimento e planeamento.

PARTE I – Enquadramento Geral

• Enquadramento geral do território, localização e caracterização

• O Românico no Vale do Sousa

• A Rota do Românico do Vale do Sousa

Parte II – Construção do modelo de Gestão para a Rota do Românico do Vale do Sousa - Contributos

• Contextualização

• Estudo de Caso I – Ambisousa, EIM

• Estudo de Caso II – Patronato Provincial de Turismo, de Segóvia e de Teruel

• Estudo de Caso III - Modelo de gestão e implementação para a Rota do Românico do Vale do Sousa apresentado no âmbito do estudo elaborado pela DHV – MC

• Contributos para uma proposta de modelo de gestão da Rota do Românico do Vale do Sousa Conclusões

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O Vale do Sousa é considerada uma sub-região, integrada na NUT III 3Tâmega, zona de transição entre a Área Metropolitana do Porto e o interior da Região do Norte. Abrange os concelhos de Castelo de Paiva, Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira, Paredes e Penafiel, num total de cento e quarenta e quatro freguesias, num espaço geográfico de 764 Km2, com uma população de cerca de 330.000 habitantes, segundo os censos de 2001.

O Vale do Sousa regista uma elevada densidade populacional – 427.3 hab/Km2, ou seja mais do triplo e do dobro, da verificada no Continente e na Região Norte, respectivamente. A densidade populacional atinge os valores mais elevados em Paços de Ferreira (740 hab/Km2) e os mais baixos em Castelo de Paiva (150,8 hab/Km2). Os concelhos de Felgueiras, Lousada e Paredes surgem numa posição intermédia, registando valores entre os 464 hab/Km2 e os 533 hab/Km2, seguidos a alguma distância pelo concelho de Penafiel com 338,3 hab/Km2.

Dados Populacionais do Vale do Sousa

População Residente Área (Km2) Densidade Populacional (Hab./Km2) % Vale do Sousa Castelo de Paiva 17 338 115 150.8 5.3 Felgueiras 57 595 115.7 497.8 17.6 Lousada 44 712 96.3 464.1 13.6 Paços de Ferreira 52 985 71.6 740.1 16.2 Paredes 83 376 156.3 533.3 25.4 Penafiel 71 800 212.2 338.3 21.9 Total 327 806 767.1 427.3 100% Fonte: Censos 2001

O Vale do Sousa é uma região de industrialização recente, de meados dos anos 80, inserido numa área rural, que se foi transformando progressivamente, adoptando no seu crescimento económico os modelos urbanos e industriais típicos desta situação. A sua economia caracteriza-se por um grau de industrialização bastante elevado, concentrando nesta actividade mais de 60% da população. Sendo conhecida pela sua sectorização produtiva, pois esta concentração continua a ser nos sectores do madeira e mobiliário, calçado e vestuário.

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Os sectores predominantes encontram-se concentrados no território, formando zonas de mono-especialização, normalmente coincidentes com os municípios. Assim, no concelho de Felgueiras concentram-se as empresas produtoras de calçado, nos de Paredes e Paços de Ferreira, as da madeira e de mobiliário, no de Lousada, as de vestuário e no de Penafiel, as ligadas à exploração de granitos. Castelo de Paiva tem uma lógica de desenvolvimento que se distancia nas suas características deste modelo, identificando-se com áreas de predominância rural e, designadamente, florestal.

Apesar do Vale do Sousa não ter apresentado taxas de desemprego significativas, actualmente acompanha a situação da conjuntura nacional, com uma taxa de desemprego de 5,5 %4, a agravar estes indicadores, possui um nível de emprego pouco sustentável devido aos baixos níveis de qualificação da população activa. Ao mesmo tempo exibe baixos índices de escolarização, plasmados nas persistentes taxas de insucesso e de abandono escolar.

Apesar dos investimentos recentes, as taxas de cobertura de um conjunto significativo de infraestruturas, equipamentos e serviços sociais continuam a estar aquém do desejável sendo, de um modo geral, bastante inferiores aos níveis de cobertura regional. Apesar dos níveis de atendimento nos

sectores do abastecimento de água e drenagem de águas residuais terem vindo a aumentar, fruto do investimento significativo recentemente realizado com recurso, nomeadamente, a verbas comunitárias, continua a justificar-se intervenções, em particular no que respeita ao saneamento básico (27% da população servida em 2004). Relativamente à organização do território, esta é caracterizada por uma mescla em termos de ocupação do espaço entre a habitação e a indústria, sendo que contribui de modo evidente para o desordenamento territorial, a par dos problemas ambientais e paisagísticos e das deficientes condições de circulação que dela resultam.

Concluindo, é este o breve retrato territorial, onde as principais características naturalmente se associam à densidade industrial e ao desordenamento do território torna-se imperativo ponderar o posicionamento e a viabilidade de um projecto com o potencial turistico-cultural que os Monumentos a reabilitar apresentam.

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Como refere Carlos Ferreira de Almeida, “O estilo românico teve em Portugal uma longa permanência e, por isso, dentro de cada região, ele pode mostrar-nos notórias diferenças de raiz evolutiva, isto é, de explicação cronológica […] Podemos assim falar em românico do Alto Minho, da área de Braga, da região do Porto, da bacia do Sousa e Baixo Tâmega, de Bragança, de Coimbra, de Lisboa, em românico cisterciense e no dos Templários.” (ALMEIDA: 2002; 139) Assim, aquilo que se designa na Rota do Românico do Vale do Sousa, está inserido, segundo este investigador nas características representativas do românico da bacia do Sousa e Baixo Tâmega.

A bacia do Rio Sousa tem um ecossistema e um tipo de habitat, semelhante ao do vizinho vale do Rio Ave, antigo e denso, tanto ao nível da ocupação humana, como no que diz respeito ao número de paróquias e mosteiros. Grande parte deste território pertencia então, à Diocese de Braga, mas com uma posição e uma abertura mais meridional, as relações como Porto são favorecidas, como o seu românico demonstra. A memória histórica do Vale do Sousa dificilmente se pode separar da importância das ordens religiosas e da história da nobreza de Portugal, e como tal também ao património românico, a elas associada, pois é partindo destes grupos sociais que se pode desenhar a evolução do território do vale do Sousa e dos seus habitantes. Esta região assume tal importância e desenvolvimento pela sua ligação e presença, desde o século X, de duas, das cinco famílias, que então constituíam a nobreza portuguesa, Sousas ou Sousões (Pombeiro) e Riba Douro (Paço de Sousa), Egas Moniz, o famoso aio de D. Afonso Henriques, fazia exactamente parte da família de Riba Douro.

A arte românica goza, em Portugal, merecidamente, de um grande prestígio, porque simboliza a época dos primeiros reis, e porque apareceu no tempo em que se formou a nacionalidade portuguesa. Introduzido em Portugal numa fase adiantada do século XI, por acção do Conde D. Henrique e da sua Corte. Os primeiros testemunhos desse género surgiram no Norte do Condado, depois formado Reino, e são sobretudo edifícios religiosos – Catedrais, Mosteiros, Igrejas, Capelas –, edifícios militares – Castelos e Torres Senhoriais – e edificações civis – monumentos funerários e pontes.

No Vale do Sousa, o românico está intimamente ligado ao despoletar da nacionalidade, reflectindo a ocupação das terras progressivamente conquistadas. A diversidade dos testemunhos edificados românicos existentes, permite perceber o completo leque dos tipos arquitectónicos então construídos, que passavam pelos:

- conjuntos monásticos (Mosteiro de Pombeiro de Ribavizela, Igreja de S. Salvador de Unhão, Igreja de S. Vicente de Sousa, Igreja de Santa Maria de Airães, Igreja de S. Pedro de Ferreira, Igreja de S. Pedro de Cête, Igreja de S. Salvador de Paço de Sousa),

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- igrejas paroquiais e santuários isolados (Igreja Velha de S. Mamede de Vila Verde, Igreja de Santa Maria de Meinedo, Igreja do Salvador de Aveleda, Igreja de S. Gens de Boelhe, Igreja de S. Miguel de Gândara/Cabeça Santa, Igreja de S. Pedro de Abragão, Igreja de S. Miguel de Entre-os-Rios e Ermida de Nossa Senhora do Vale de Cête),

- estruturas funerárias (Monumento funerário do Sobrado/Marmoiral, Memorial da Ermida), - torres senhoriais e/ou defensivas e arquitectura civil (Torre/Castelo de Aguiar de Sousa, Torre de Vilar, Ponte de Vilela e Ponte de Espindo).

Foi a partir desta singularidade, criada pela memória histórica deste território, no período de afirmação da arte românica, que a RRVS foi estruturada, integrando 21 elementos patrimoniais que, no seu conjunto, tentam testemunhar o papel que este território outrora desempenhou na história da nobreza portuguesa e das Ordens Religiosas. Este conjunto dá à RRVS um carácter único que valorizado, no sentido do de criar um produto e um destino com especificidades próprias ancorado a um património com grande valor regional, nacional e ibérico.5

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No âmbito do PROSOUSA – Programa de Desenvolvimento Integrado para o Vale do Sousa, e com base no conhecimento da existência no Vale do Sousa, de um importante património românico, considerado não só fundamental para a construção de uma memória colectiva regional, desenhava-se como uma recurso, que devidamente articulado e desenvolvido, poderia contribuir para a qualificação do seu território no seu todo. Neste contexto, e por força da então sua coordenadora, em 1998 iniciou-se um processo de articulação entre este Programa, a DGEMN e o IPPAR, do qual resultaram num conjunto de documentos preliminares e nos quais foram identificados e posteriormente seleccionados os 19 imóveis iniciais, aos quais foram posteriormente adicionados mais dois6. E seria com base nestes documentos que houve, pela primeira vez, uma definição dos objectivos essenciais, e se consolidou a ideia da sustentabilidade e, acima de tudo, pertinência de desenvolver a Rota do Românico do Vale do Sousa.

Ainda neste âmbito, para além da componente de obra, foi já considerado importante que o Programa de Acção deveria conter uma vertente de carácter imaterial, que permitisse, designadamente a elaboração de

5 Cf. DHV-MC; 2005

6 Aquando da elaboração do Estudo para o “Plano de Acção para a Implementação e Dinamização Turística e Cultural da Rota do Românico do

Vale do Sousa” pela DHV-MC, a equipa considerou importante acrescentar mais dois imóveis, não só pela importância que estes tinham em termos do Românico, mas, fundamentalmente, pela coerência do projecto no seu todo. Posteriormente, a pedido da CCDR-N, no âmbito da AIBT VS, foi elaborado pela mesma empresa um Parecer técnico que sustentasse a inserção deste dois elementos na RRVS. (cf. DHV-FBO: 2005) Estes dois elementos foram posteriormente, alvo de uma candidatura promovida pela VALSOUSA, para a sua recuperação e beneficiação.

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uma Monografia do Património Românico do Vale do Sousa, divulgando os aspectos mais relevantes e constituindo o elemento estruturador da Rota.

Os constrangimentos financeiros entretanto verificados, fruto de uma fase final de Programa e de II QCA, impediram que naquela altura o projecto avançasse, pelo que foi necessário, para dar continuidade ao já iniciado e programado, aguardar pelo III QCA. Assim, e resultado deste trabalho já referido, no âmbito da formatação da AIBT do VS, em 2000, foi possível prever e contemplar como um dos seus objectivos específicos, o apoio à valorização do património histórico. Desta forma, e considerado um dos projectos âncora na AIBT pela CCDR-N e por todas as entidades envolvidas no processo, foi decidido desenvolver o “Programa de Implementação e Dinamização Turística e Cultural da Rota do Românico do Vale do Sousa”. A primeira medida tomada, foi elaborar um “conjunto de documentos que contratualizavam os direitos e os deveres de todas as Entidades envolvidas, no que respeita à requalificação dos actuais vinte e um monumentos identificados […], bem como a um conjunto base de acções tendentes à sua dinamização.” (AZEVEDO: 2005)

A Rota do Românico do Vale do Sousa é constituída, como já foi referido, por um conjunto de vinte e um elementos patrimoniais, sendo que quatro deles são de jurisdição do IPPAR e os restantes dezassete da jurisdição da DGEMN, ou seja:

Da jurisdição do IPPAR

1. Igreja do Salvador de Paço de Sousa, Penafiel 2. Igreja de S. Pedro de Cête, Paredes

3. Igreja Matriz de Meinedo, Lousada 4. Mosteiro de Pombeiro, Felgueiras

Fotografias 1 – S.Pedro de Cete, Meinedo, Pombeiro e Paços de Sousa

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5. Igreja de S. Miguel de Entre-os-Rios, Penafiel 6. Igreja de Gândara/ de S. Miguel, Penafiel 7. Igreja de S. Gens de Boelhe, Penafiel

8. Igreja de S. Pedro de Abragão e Túmulos, Penafiel 9. Memorial da Ermida, Penafiel

10. Ermida/ Capela da Senhora do Vale, Paredes 11. Igreja de S. Pedro de Ferreira, Paços de Ferreira 12. Ponte de Espindo, Lousada

13. Ponte de Vilela, Lousada

14. Igreja de Aveleda/ do Salvador, Lousada 15. Torre de Vilar, Lousada

16. Igreja de Santa Maria de Airães, Felgueiras 17. Igreja Matriz de Unhão, Felgueiras 18. Igreja de S. Vicente de Sousa, Felgueiras 19. Igreja de S. Mamede de Vila Verde, Felgueiras 20. Monumento funerário de Sobrado, Castelo de Paiva 21.Torre de Aguiar de Sousa (Castelo), Paredes

Fotografias 2 – Ponte de Vilela, Memorial da Ermida, S. Pedro de Ferreira, Santa Maria Airães e Torre de Vilar

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Com a cerimónia de assinatura, realizada a Julho de 2003 no Paço Episcopal do Porto, dos vários protocolos, a qual contou com a presença do Bispo do Porto, D. Armindo Lopes Coelho, da Presidente da CCRN, Dra. Cristina Azevedo e do Presidente da VALSOUSA, Dr. Alberto Santos, bem

como, dos representantes eclesiásticos das paróquias onde se localizam alguns dos monumentos objecto desta intervenção, foi dado o arranque formal de um projecto que pretende aproveitar um importante património histórico e arquitectónico, e criar um produto turístico que permita a promoção da imagem deste espaço regional, atraindo visitantes nacionais e estrangeiros e promovendo a dinamização e criação de emprego na área do turismo, da restauração e alojamento, aproveitando as enormes

potencialidades que o Vale do Sousa possui em termos paisagísticos, monumentais, culturais, gastronómicos, entre outros.

Durante o desenvolvimento do projecto foi criada, no âmbito da gestão da AIBT do Vale do Sousa, uma Comissão de Acompanhamento na qual foi decidido avançar com a realização de um Estudo que, designadamente, aferisse as potencialidades turísticas do Vale do Sousa. Elaborado pela empresa DHV-FBO, sob a coordenação do Mestre Rafael Sirgado e de um vasto conjunto de experts, resultou no excelente “Plano de Acção para a Implementação e Dinamização Turística e Cultural da Rota do Românico do Vale do Sousa”, do qual, as orientações actuais e futuras são tidas como principais referência.

O projecto encontra-se neste momento numa fase mais avançada e sub divide-se nas seguintes tipologias de intervenção:

Conservação, salvaguarda e valorização do património histórico construído; ao abrigo da medida 2.4 do Programa ON, AIBT do Vale do Sousa, a Comunidade Urbana do Vale do Sousa é promotora, em estreita articulação com um conjunto de entidades e sob a coordenação da AIBT do Vale do Sousa, que se traduz na sua maior componente em termos de volume de investimento, e tem como principal objectivo material, a recuperação e salvaguarda de 19 monumentos românicos existentes no Vale do Sousa. Com um Investimento Elegível total de aproximadamente três milhões de Euros, e está dividido em duas fases, fruto da inserção dos dois novos elementos patrimoniais.

Plano para a Implementação e Dinamização Turística e Cultural da Rota do Românico do Vale do Sousa; este projecto, também ele promovido directamente pela Comunidade Urbana do Vale do Sousa é composto por 3 sub-projectos: Projecto de Comunicação, Informação e Interpretação (apresentado ao ON, no âmbito da Medida 2.4 AIBT VS), com um investimento elegível de quinhentos e oitenta mil euros aproximadamente; Projecto de Divulgação e Promoção, com um valor estimado de aproximadamente duzentos e cinquenta mil euros e do Projecto de Animação Turística, com um valor estimado de cerca de cento e oitenta mil. Refira-se que os dois últimos projectos ainda não foram alvo de candidaturas e que os valores apresentados são estimativas para a sua fase inicial.

Fotografia 3 – Cerimónia de assinatura Fonte: CCDR-N

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Programa de Formação para a Promoção e Dinamização da Rota do Românico; projecto promovido pela Adersousa, e em estreita articulação com os restantes projectos, é muito mais que a oferta de um conjunto de cursos de formação. É, antes de mais, considerado uma trave mestra da (re)valorização dos recursos humanos da região, uma aposta estratégica de longo prazo, assegurando a formação, qualificação e promoção da excelência no serviço a prestar aos turistas, pelos profissionais que estão, ou que, venham a estar envolvidos na dinamização turística e cultural da Rota do Românico no Vale do Sousa, viabilizando simultaneamente a sua sustentabilidade, este projecto tem um investimento elegível de cerca de quinhentos mil euros, e foi apresentado ao ON, no âmbito da Medida 2.5, AIBT empregabilidade.

Valorização e Salvaguarda das Envolventes aos Monumentos da Rota do Românico do Vale do Sousa; com uma primeira fase, traduzida na realização do Estudo de Valorização e Salvaguarda das Envolventes aos Monumentos da Rota do Românico do Vale do Sousa, tem como entidade promotora a DGEMN e, trata-se de um levantamento da situação actual das envolventes dos vinte e um monumentos da RRVS, com o objectivo principal de definir os critérios uniformizadores das futuras intervenções nas envolventes. Tem também como objectivo, estudar a possibilidade de alargar e/ou definir zonas de protecção aos monumentos, bem como, definir corredores da rota, ou seja, proteger as áreas envolventes aos monumentos e para além disso, as redes viárias de ligação entre estes. O montante envolvido no estudo é de cerca de sessenta mil euros.

Através das várias tipologias de intervenção, é possível verificar a dimensão do projecto da Rota do Românico do Vale do Sousa, que para além dos objectivos sócio económicos, através da criação de um produto turístico, planeado, qualificado e sustentado, envolve uma forte componente de ordenamento e re(ordemanento) do território do Vale do Sousa.

É importante neste contexto não esquecer, a componente chave, o turismo e, designadamente, o turismo cultural. O património cultural tem vindo a ganhar novos significados, sendo que cada vez mais começam a fazer parte das principais motivações de um crescente número de pessoas.

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A Comunidade Urbana do Vale do Sousa, é uma pessoa colectiva pública de natureza associativa e de âmbito territorial, criada a 8 de Março de 2004, no âmbito da Lei n.º 10/2003, de 13 de Maio, herda um passado, de consolidação e trabalho desenvolvido, de quinze anos da Associação de Municípios dos Vale do Sousa (AMVS). Tal como já referido, é composta pelo Municípios de Castelo de Paiva, Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira, Paredes e Penafiel.

Tem como principal missão o desenvolvimento integrado e sustentado de toda a região do Vale do Sousa. E foi criada para cumprir as seguintes finalidades:

Reforçar a articulação entre as autarquias da região; Promover a coesão territorial e a marca “Vale do Sousa”;

Obter economias de escala nos investimentos públicos de carácter supramunicipal; Incentivar o planeamento estratégico regional;

Promover a aproximação entre a Administração Pública e os cidadãos;

Facilitar a coordenação de actuações entre a Administração Central e a Administração Local; Participar na definição dos Quadros Comunitários de Apoio e na subsequente gestão de programas de financiamento sectoriais.

Tem como atribuições, as plasmadas no art. 6º da Lei n.º 10/2003, designadamente:

Coordenação da actuação dos municípios do Vale do Sousa e dos serviços da administração central, nas seguintes áreas:

• Infra-estruturas de saneamento básico e de abastecimento público • Saúde

• Educação

• Ambiente, conservação da natureza e recursos naturais • Segurança e protecção civil

• Acessibilidades e transportes • Equipamentos de utilização colectiva • Apoio ao turismo e à cultura

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• Apoios ao desporto, à juventude às actividades de lazer

• Articulação dos investimentos municipais de interesse supramunicipal Planeamento e gestão estratégica, económica e social

Gestão Territorial na área dos municípios do Vale do Sousa

Os seus órgãos sociais são compostos pela Assembleia da Comunidade, pela Junta da Comunidade Urbana do Vale do Sousa e pelo Conselho da Comunidade. A Assembleia da Comunidade é o órgão deliberativo, constituído por vinte e três membros, eleitos pelas Assembleias Municipais dos municípios que integram a Comunidade Urbana. A Junta da Comunidade é o órgão executivo, constituído pelos Presidentes das Câmaras Municipais de cada um dos municípios integrantes. Finalmente, o Conselho da Comunidade7 é o órgão consultivo, composto pelos membros da Junta, pelo Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte e pelos representantes dos serviços e organismos públicos cuja actividade interesse à prossecução das atribuições da Comunidade Urbana.

A estrutura orgânica da VALSOUSA tem uma dimensão reduzida e está organizada da seguinte forma:

Fonte: Valsousa (RCM)

7 Refira-se que neste mandato ainda só tomaram posse a Junta da Comunidade e a Assembleia da Comunidade.

Fotografias 4 – Assembleia da Comunidade, Junta da Comunidade e Conselho da Comunidade

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No que concerne às áreas de actuação, desde a sua criação, ainda como Associação de Municípios, a Comunidade Urbana do Vale do Sousa, tem vindo a assumir projectos de dimensão regional, numa tentativa de cumprir a sua missão. Como anteriormente foi referido, o PROSOUSA, o Pacto Territorial para o Emprego, Sistema Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos, o AQUAM, a Carta Educativa do Vale do Sousa, o Vale do Sousa Digital e a Rota do Românico entre outros.

Desde o início a VALSOUSA privilegiou o contacto e a participação das várias entidades regionais e agentes locais para o desenvolvimento do seu trabalho. Refira-se mesmo, que na concepção de alguns projectos, foram chamados à reflexão alguns desses actores locais e regionais, sendo que muitas das vezes participaram não só em comissões de acompanhamento e de execução, como na comparticipação financeira, estas devidamente protocoladas.

Com anteriormente referido, a implementação da Rota do Românico do Vale do Sousa contou desde o seu início com múltiplas entidades que têm vindo a intervir de diferentes formas:

Entidade promotora: VALSOUSA

Entidades executoras: DGMEN e VALSOUSA

Entidades financiadoras: AIBT Vale do Sousa – ITP – DGMEN – VALSOUSA

Entidades signatárias do Protocolo: DGMEN – VALSOUSA – CCDRN – ITP – ADETURN Entidade parceira: RTVM - IPPAR

Entidades colaboradoras: Diocese Porto – paróquias, Câmaras Municipais, Junta de Freguesia de Aguiar de Sousa e particulares.

A implementação e a gestão da Rota do Românico do Vale do Sousa são dois aspectos fundamentais para o seu sucesso e consequentemente continuidade e sustentabilidade, e são fundamentais não só, para as entidades envolvidas, como também, para a região e o seu desenvolvimento sustentado.

Tal como já aconteceu com parte da área de intervenção do ambiente, também neste momento a Comunidade Urbana do Vale do Sousa estuda, a possibilidade de encontrar a melhor forma, legal e organizacional, de desenvolver a Rota do Românico do Vale do Sousa, sendo que, é claro que o conceito de Rota só tem fundamento se for considerado numa lógica abrangente, articulando domínios como o turismo, a cultura, o património, …, a economia, a formação, o emprego, a inovação e o conhecimento … a governação.

Importa ainda referir um aspecto importante para o sucesso e desenvolvimento deste projecto, nomeadamente, a sua preparação e integração, no que será o próximo QCA, e as futuras politicas estruturantes para a região do Vale do Sousa.

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Serão apresentados três estudos de caso, sendo que, o primeiro é de uma Empresa Intermunicipal na área do ambiente, o segundo estudo de caso é da figura dos Patronatos de Turismo Provinciais em Espanha e por último é também uma proposta apresentada no âmbito do Estudo elaborado pela DHV – MC.

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AMBISOUSA, EIM – Empresa Intermunicipal de Tratamento e Gestão de Resíduos Sólidos, EIM, é uma empresa que exerce actualmente “actividades complementares ou subsidiárias do tratamento

de resíduos sólidos, […] na área geográfica” dos Municípios que integram a Comunidade Urbana do Vale do Sousa (Castelo de Paiva, Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira, Paredes, e Penafiel)8

Esta empresa tem como missão; proceder ao tratamento dos resíduos sólidos urbanos na sua área geográfica de intervenção; promover os estudos necessários com o objectivo de aplicar as novas tecnologias e métodos de tratamento e aproveitamento dos resíduos sólidos; garantir um

encaminhamento adequado do material reciclado proveniente da recolha selectiva; ampliar a rede de recolha selectiva, aumentando o número de ecopontos necessários, de modo a atingir rapidamente os objectivos comunitários definidos nesta matéria; melhorar em contínuo, os procedimentos, estabelecendo objectivos competitivos que levem a atingir níveis de desempenho elevado económica e ambientalmente; promover o envolvimento do pessoal, estimulando o trabalho em equipa e sensibilizando-o para os aspectos ambientais e de segurança da actividade, garantindo para isso as condições de trabalho mais adequadas; e por fim, dar a conhecer a empresa ao meio exterior, sensibilizando a Comunidade do Vale do Sousa para as questões da gestão dos resíduos sólidos urbanos, de modo a que os comportamentos evoluam numa direcção ambientalmente sustentável.

A área do ambiente tornou-se, desde o início da II QCA, uma das principais áreas de actividade da Associação de Municípios do Vale do Sousa. Sendo esta entidade uma associação pública, tutelada pelo regime da Administração Local, vocacionada fortemente para a componente do desenvolvimento regional, e não tanto para a gestão ou operacionalização empresarial, entendeu, depois de vários hipóteses colocadas e estudadas, o Conselho de Administração da AMVS criar uma Empresa Intermunicipal. Criada por escritura pública a 14 de Outubro de 2002, inicia, no entanto, a sua actividade a Janeiro de 2003.

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Ver Estatutos da AMBISOUSA, EIM em anexo.

Mapa Território intervenção de Ambisousa e Aterros Sanitários Fonte: Ambisousa

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Tutelada pelo regime jurídico das Empresa Municipais e Intermunicipais9, refira-se que, o que neste diploma legal não estiver regulado, a empresa está sujeita às normas aplicáveis às sociedades comerciais.

A empresa tem como órgãos sociais os seguintes:

Conselho de Administração, é o órgão de gestão, e é composto por um presidente e dois vogais, reúne duas vezes por semana e os seus mandatos são coincidentes com os mandatos autárquicos, a sua nomeação e/ou dissolução depende do Concelho de Administração da AMVS;

Conselho Geral, é composto por sete elementos, sendo que, seis são representantes das Câmaras Municipais que integram a Associação de Municípios do Vale do Sousa e um representante dos utentes;

Fiscal Único é o órgão de fiscalização e cabe a um Revisor Oficial de Contas ou a uma Empresa de Auditoria, externa, fiscalizar a gestão da empresa.

Uma das diferenças em relação, tanto à Associação de Municípios, como, à Comunidade Urbana do Vale do Sousa é a limitação das receitas, sendo que a Ambisousa, como empresa intermunicipal, não tem este tipo de constrangimentos. Esta empresa, tal como referiu o seu Presidente do Conselho de Administração, Professor Dr. Macedo Dias, e em conformidade com o estabelecido nos seus estatutos, pode assim obter receitas:

Dos rendimentos dos seus bens próprios; Das doações, heranças ou legados; Das decorrentes da sua actividade;

Das comparticipações, dotações e subsídios que lhes sejam destinados; Do produto da alienação de bens próprios ou da sua oneração;

Do produto da contracção de empréstimos a curto, médio e longo prazos, bem como, da emissão de obrigações;

Quaisquer outras que, por lei ou contrato, venham a perceber.

A empresa encontra-se neste momento em processo de certificação, um dos aspectos a desenvolver neste processo é a sua estrutura orgânica. Como referiu o seu Presidente, a Ambisousa tem vindo, desde o início da sua actividade, a esta parte a aumentar o seu campo de actuação. Iniciou com a gestão de um Aterro

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Sanitário e em 2004, assumiu a gestão de um segundo, por esse facto deve que adaptar a sua estrutura a esta situação.

Actualmente a estrutura orgânica da Ambisousa, EIM é a seguinte:

Fonte: Ambisousa (2006)

Aspectos a reter:

Estrutura social e orgânica pouco pesada;

Flexibilidade de procedimentos, rege-se pelo direito privado; Áreas de actuação bem definidas, bem como as suas competências;

Órgão consultivo; Órgão fiscalizador.

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Patronato Provincial de Turismo – Esta é a figura institucional, mais comum à dimensão territorial da província (aquela de uma forma aproximada corresponde à área de abrangência da Comunidade Urbana) em Espanha. É uma figura institucional já consolidada e representativa dos actores locais, do que se pode constatar, de uma grande proximidade aos seus agentes de desenvolvimento.

Tutelada pela legislação aplicada à Administração Local e Laboral espanhola, estas figuras institucionais são compostas, numa lógica de partenariado público e privado, por um conjunto de entidades. Têm à sua responsabilidade todas as questões do turismo local (provincial) e são elas que fazem a articulação a um nível superior com as regiões de turismo.

De realçar que Espanha tem vindo a fortalecer o seu papel ao nível do turismo, tanto incoming, como outcoming. A marcar clara posição na economia do pais e na importância crescente que este sector tem no desenvolvimento, e disso é prova, a quase total cobertura nacional de patronatos provinciais de turismo. Foram estudados dois exemplos, o Patronato Provincial de Turismo de Segóvia, também com uma componente patrimonial rica em românico, também é uma região atravessada pelo Rio Douro, e o Patronato Provincial de Turismo de Teruel.

O Patronato Provincial de Turismo de Segóvia, é composta pelas seguintes entidades: Diputacón Provincial de Segóvia;

Federação empresarial Segoviana; Obra Social e Cultural da Caja Segóvia; Ayuntamento de Segóvia;

Câmara de Comercio de Segóvia.

Tem como principal missão a divulgação, de um guia de produtos e serviços, que facilitem o acesso à informação turística, cultural e de eventos de toda a província.

O Patronato Provincial de Turismo de Teruel, é composta pelas seguintes entidades: Diputacón Provincial de Teruel;

Federación Aragonesa de Municípios y Provincías; Associación Aragonesa de Municípios;

Região de Castilla y León Fonte: www.arteguias.com

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Asociaciones turísticas o Mancomunidades de Martín, Bajo Aragón, Mezquín, Mantarraña, Sierras Montalbinas, Valle del Jiloca, Sierra de Albarrancín, Sierra de Gúdar y Sierra de Javalambre;

Cámara de Comercio e Industria de la Província de Teruel; Asociación de Empresarios de Hostelería (hoteles); Asociación de Empresarios de Hostelería (restaurantes); Federación Aragonesa de Viviendas Rurales (ARATUR); Empresas de Turismo Alternativo (Aventura);

Agencias de Viagem; Empresa Nieve de Teruel;

Entidades Económicas de la Província; Diputación General de Aragón.

Tem como principal missão, promover estudos sobre recursos turísticos da Província; desenvolver actividades em prol da atracção e fixação do turismo; intensificar acções perante a Administração Pública e os privados de forma a melhorar e potenciar as actuais condições turísticas; editar publicações que tendam a melhorar a informação dos recursos turísticos da região; colaborar com as Administrações Central e Autónoma em todas as actividades e acções que tenham a consecução os fins estabelecidos do Patronato; e por fim, de forma geral, promover e potenciar todas as actividades que, de algum modo, visem o fomento e desenvolvimento do turismo provincial.

Como podemos constatar e da aferição dos contactos estabelecidos, a dimensão e a própria missão é muito diferente de um caso para o outro, sendo a mesma figura institucional, a sua criação e o seu âmbito de actuação, apesar de com um objectivo comum, o turismo, resultam da importância deste sector tem na região, inclusive com a própria vocação territorial, bem como, da força e importância dos agentes envolvidos na sua constituição e desenvolvimento.

Pelo que foi possível constatar, ambas têm uma forte ligação à Diputación Provincial. Sendo que, no primeiro caso, a dependência é total, dado que, funcionavam no mesmo espaço, com recursos humanos e físicos da Diputácion Provincial de Ségovia. No segundo caso, a estrutura física e humana tem outra dimensão e outra autonomia, pois funcionam em sede própria e com meios próprios, contudo, não deixa de estar também fortemente dependente da Diputación de Teruel, sendo mesmo por definição estatutária, o Presidente do Patronato é o Presidente da Diputación, e como Vice-Presidente do Patronato temos o Presidente da Comissão de Turismo da Diputácion.

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Funcionam numa lógica de parcerias territoriais para o desenvolvimento regional do turismo, estas parcerias assentam numa lógica consolidada de parcerias públicas e privadas que neste sector, como noutros, tem um papel fundamental para a economia local.

Aspectos a reter:

Estruturas sociais e orgânicas pouco pesadas; Dimensão regional;

Parcerias Públicas e Privadas;

Forte componente de divulgação e promoção;

Loby concertado perante a Administração Pública Central e Autónoma;

Noção de marketing territorial.

Nota: Relativamente à estrutura orgânica está não é referida neste estudo, dado que não foi possível validar a informação, foi abordado o tema via telefone, e via mail, deu para entender que no primeiro caso, era uma estrutura muito leve, de duas três pessoas, e no segundo caso um pouco mais pesada de aproximadamente 8 pessoas. Contudo, por dificuldade de comunicação não foi possível a sua validação.

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Este foi a proposta para o modelo de gestão e implementação para a Rota do Românico do Vale do Sousa apresentado no âmbito do estudo elaborado pela DHV – MC.

Este modelo foi pensado e estruturado com conhecimento da Comunidade Urbana do Vale do Sousa, tanto da sua dimensão supra-municipal, institucional, como organizacional, deste modo, não é um mero exercício de proposta, mas sim um modelo com uma forte base de sustentabilidade e validade. Importa realçar que contém ele próprio como modelo, uma coerência total, elaborado com conhecimento total do projecto e das suas várias vertentes.

O Estudo refere que a gestão e a implementação da Rota do Românico do Vale do Sousa “deverá ser realizada por uma entidade que disponha de condições de operacionalização efectiva [, assim sendo, propõem] que a entidade gestora da RRVS seja uma empresa inter-municipal, a construir em moldes adequados às reais necessidades para operacionalização do Plano de Acção” proposto. (DHV-MC; 2004: 76)

Um outro aspecto importante é a integração e referência às questões de interesse ao desenvolvimento do turismo e do lazer na região em causa. Bem como, a devida articulação com as Regiões de Turismo do Verde Minho e Rota da Luz10, das quais municípios do Vale do Sousa fazem parte.

O estudo sugere inclusivamente um nome para a empresa intermunicipal. A estrutura orgânica proposta, assenta numa administração, que terá como responsabilidade a gestão da Rota do Românico do Vale do Sousa, prevê integrar um conjunto de interacções com entidades externas, tanto pela Unidade de Desenvolvimento e Cooperação, quer pela consulta às Autarquias, através do Conselho Consultivo Autárquico, de forma preparar e operacionalizar os respectivos projectos. (Cf. FBO-MC; 2004: 77) O Conselho Estratégico do Turismo do Vale do Sousa, deverá integrar, para além, das seis Câmaras Municipais do Vale do Sousa, diversas outras entidades, públicas e privadas, que assumam alguma importância no tanto no tecido turístico local, como, no âmbito do património cultural, ambiental e paisagístico.

Dividida em três unidades de carácter operacional, dependentes da Unidade de Administração e Gestão, designadamente a Unidade de Desenvolvimento e Cooperação, a Unidade de Formação, Informação e Tecnologia e de forma transversal a toda a empresa, com uma componente de forte polivalência, a Unidade de Marketing.

10 Da Região de Turismo do Verde Minho, fazem parte os municípios de Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira e Paredes. Da Região de

Turismo da Rota da Luz faz parte o município de Castelo de Paiva. Refira-se que o município de Penafiel está em fase de adesão à Região de Turismo do Verde Minho, contudo este municípios tem duas Juntas de Turismo.

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No estudo com base no modelo e estrutura orgânica apontam, para além das instalações e equipamento funcionais necessários, para os recursos humanos e financeiros para a sua operacionalização. De salientar que, para a fase de arranque apontam para a necessidade de um gestor (administrador / coordenador), 3 técnicos especializados, com alguma experiência nos domínios programáticos que integram o Plano de Acção e Implementação da Rota do Românico do Vale do Sousa.

Estrutura Orgânica da Unidade de Gestão da Rota do Românico do Vale do Sousa

Fonte: DHV-FBO (2005)

Aspectos a reter:

Dimensão Regional;

Operacionalização e Implementação;

Importâncias com os vários agentes locais, autarquias e entidades de turismo entre outras;

Transversalidade do Marketing;

Articulação com os vários domínios de actuação; Formação;

Novas tecnologias; Vertente Comercial; Monitorização.

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Da análise dos estudos de caso apresentados, podemos constatar que todos eles têm alguns pontos importantes em comum, e importantes a ter em conta na formatação da possível entidade ou unidade operacional dentro da Comunidade Urbana do Vale do Sousa.

O modelo apresentado no estudo de caso III, aponta caminhos e soluções orgânicas, como já foi referido muito coerentes e integradoras, é talvez o modelo mais adequado à realidade que a Rota do Românico do Vale do Sousa tem pela frente, designadamente no quadro institucional que esta integrada, o estudo também teve esse aspecto em consideração.

Importa acrescentar dois ou três pormenores que são considerados importantes, se calhar por lapso de interpretação não foram de fácil leitura mas estavam lá, se não todos, algum, mas que gostaria de os salientar ou dos acrescentar.

A definição e o conteúdo das parceiras públicas e privadas têm ocupado um lugar relevante nas discussões sobre a acção colectiva, as políticas públicas e os processos de governação. Crescentemente estes dois conceitos, Governação e parcerias, estão interligados, designadamente quando se incide sobre desenvolvimento territorial. Governar com base em parcerias público privadas é cada vez mais encarada como uma eficaz ferramenta de governação, sendo estas concebidas numa perspectiva ampla, mas visando desenvolver interesses comuns, garantem uma maior envolvência, articulação e consequentemente maiores e melhores resultados, assentes em soluções operacionais e sustentadas.

Indução de prospectiva, no sentido de planeamento sustentado, é também uma componente que deve ser tida como importante, a monitorização complementada com uma forte dimensão de reflexão e compilação de informação pode resultar prospectivamente. Esta noção de gestão responsável capaz de preparar e planear, ou pelo menos conduzir a uma orientação futura é fundamental para projectos agregadores desta dimensão, não só de novo produto (turístico) mas também das possíveis transformações no território, nas suas variadas vertentes.

Por fim, a tudo isto à a acrescentar uma unidade fundamental, um Observatório do Turismo, que numa primeira fase poderá ser totalmente contratualizado externamente, mas que numa fase de médio prazo poderá resultar, de uma parceria com um conjunto de entidades, tutelada por um centro de investigação e I&D. Actualmente, criar ferramentas de suporte à decisão, é através de fundamentações credíveis, reduzir o risco na tomada de decisão. Esta é ainda uma área cara às organizações, nomeadamente públicas. Todavia, algumas organizações começam a notar mudanças nos últimos tempos, revelando novas necessidades de informação, orientadas de forma mais incisiva para os seus modelos operacionais e de tomada de decisão. Uma nova atitude do conhecimento começa agora a emergir. (Cf. MACHADO; 2006)

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T u ris m o , O rd en am en to e G es tã o d o T er rit ó rio : d a e st ru tu ra çã o e sp ac ia l a o d es en vo lv im en to lo ca l s u st en ta d o | A D E R S O U S A #25

Existem actualmente instrumentos tecnológicos que nos permitem encontrar soluções de informação sistematizada e organizada, implementadas em bases de dados articuladas, é possível sustentar uma determinada decisão, permite inclusive em segundos recolher um conjunto de informações necessárias à gestão, bem como, de imediato saber o status quo de uma determinada situação. A gestão de um projecto desta dimensão necessita de uma monitorização constante, mas também de um conjunto de informações externas e internas, de forma separada ou já toda correlacionada em várias variáveis. Claramente estas ferramentas deveriam ser, numa relação proporcional de economia de escala, à dimensão das da Comunidade Urbana do Vale do Sousa. Para além da questão de gestão, planeamento, também ao nível de marketing territorial e como um correcto instrumento de politicas públicas.

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A competitividade global, vista à lupa da competição territorial, necessita forçosamente de induzir a novos caminhos organizacionais, nomeadamente, das entidades públicas locais ou regionais. A necessidade de prestar bons serviços aos seus habitantes, de ter em linha de conta, aspectos como a qualidade de vida, o ambiente, a cultura, começam hoje a transformar a organizações. Modelos de gestão adaptados ao território, ao produto e aos clientes, capazes de incutir mudanças físicas e humanas têm que começar a ser implementadas, não só ao nível privado mas também de dimensão e responsabilidade pública.

A Rota do Românico do Vale do Sousa foi, e ainda é, para todas as entidades um desafio, diriam uns, feito de utopia, outros diriam de dificuldades com esperança. Um território com um património impar, cultural, natural, … humano, tão rico por um lado, mas tão alterado, tão mesclado, tão desordenado por outro, espera desde projecto, uma impulsão para a transformação, qualificação dos actores, criação de emprego, desenvolvimento económico, ordenamento do território, articulação inter- institucional, parcerias.

Nas últimas décadas, foi visível o enfoque, de uma vertente empresarial, para os modelos de gestão da administração pública, de forma incisiva, e ocupando um lugar central nas discussões académicas e políticas. De alguma forma, a criação de modelos de empresas municipais e intermunicipais resultam dessa reflexão.

Modelos de estruturas orgânicas pesadas e pouco qualificadas começam a auto extinguir-se, a pressão global, a responsabilidade e o sentimento de que fazemos parte de uma aldeia global começa a produzir e a pressionar para a especialização não só individual mas também colectiva. Um modelo de gestão adaptado às novas exigências territoriais, culturais, de um turismo excelente e responsável, fará desta Rota do Românico do Vale do Sousa um factor de sucesso.

A longo prazo é necessário criar uma estrutura autónoma, que segundo esta investigação o modelo de empresa intermunicipal parece o mais adequado á implementação do Plano de Acção proposto, não só pela sua simplificação procedimental, como também pela facilidade de congregar interesses comuns a um conjunto de agentes necessariamente envolvidos.

Refira-se por fim, que este modelo só resultará da conjugação de vontades, e da forte noção que este “produto” se tornará fundamental para a região.

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• CCDRN – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte

• DGEMN – Direcção de Edifícios e Monumento Nacionais

• IPPAR – Instituto Português do Património Arquitectónico

• ITP – Instituto de Turismo de Portugal

• PROSOUSA – Programa Desenvolvimento Integrado do Vale do Sousa

• RRVS – Rota do Românico do Vale do Sousa

• VALSOUSA - Comunidade Urbana do Vale do Sousa

• AIBT VS – Acção Integrada de Base Territorial do Vale do Sousa

• ON – Operação Norte – Programa Operacional da Região Norte

• QCA – Quadro Comunitário de Apoio

• NUT – Nomenclatura de Unidade Territorial

• RTVM – Região de Turismo do Verde Minho

• ADETURN – Associação de Turismo do Norte

• PTE – Pacto Territorial para o Vale do Sousa

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• ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de (2001) História da Arte em Portugal – O Românico, Editorial Presença, Lisboa

• AZEVEDO, Cristina (2005) Construir um Novo Património Regional, comunicação no seminário A Intervenção no Património; Práticas de Conservação e Reabilitação, FEUP – DGEMN, Porto

• CANEDO, Flávia; MONTES, Rafael; LOPES, Luís Belo Lopes (2003) O Cantar da História; Associação Coro Gregoriano de Penafiel, Penafiel

• CIDEC, DELOITE & TOUCHE (1998) Estudo Ex-Ante do PTE do Vale do Sousa – Breve Caracterização da Região do Vale do Sousa, VALSOUSA, Lousada

Referências

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