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RESOLUÇÃO N INSTRUÇÃO N CLASSE 19 - BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL

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TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

RESOLUÇÃO N° 23.400

INSTRUÇÃO N° 952-19.2013.6.00.0000 - CLASSE 19 - BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL

Relator: Ministro Dias Toifoli

Interessado: Tribunal Superior Eleitoral

Dispõe sobre pesquisas eleitorais para as eleições de 2014.

O Tribunal Superior Eleitoral, no uso das atribuições que lhe conferem o art. 23, inciso IX, do Código Eleitoral e o art. 105 da Lei n° 9.504, de 30 de setembro de 1997, resolve expedir a seguinte instrução:

CAPÍTULO 1

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1 0 Esta resolução disciplina os procedimentos relativos ao registro e à divulgação de pesquisas de opinião pública para as eleições de 2014.

Art. 20 A partir de 1 0 de janeiro de 2014, as entidades e empresas que realizarem pesquisas de opinião pública relativas às eleições ou aos candidatos, para conhecimento público, são obrigadas, para cada pesquisa, a registrar no Tribunal Eleitoral ao qual compete fazer o registro dos candidatos, com no mínimo 5 (cinco) dias de antecedência da divulgação, as seguintes informações (Lei n° 9.504197, art. 33,

caput,

incisos 1 a VII, e § 10/

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- quem contratou a pesquisa;

II - valor e origem dos recursos despendidos no trabalho; III - metodologia e período de realização da pesquisa;

IV - plano amostral e ponderação quanto a sexo, idade, grau de instrução e nível econômico do entrevistado, área física de realização do trabalho, margem de erro e nível de confiança;

V - sistema interno de controle e verificação, conferência e fiscalização da coleta de dados e do trabalho de campo;

VI - questionário completo aplicado ou a ser aplicado; VII - nome de quem pagou pela realização do trabalho;

VIII - nome do estatístico responsável pela pesquisa e o número de seu registro no Conselho Regional de Estatística competente (Decreto n° 62.497/68, art.

11);

IX - prova do cumprimento do art. 6 0 desta resolução;

X - indicação do Estado ou Unidade da Federação, bem como dos cargos aos quais se refere a pesquisa.

§ 1 1 A contagem do prazo de que cuida o

caput

far-se-á excluindo o dia do começo e incluindo o do vencimento.

§ 21 O registro de pesquisa será realizado via internet, e todas as informações de que trata este artigo deverão ser digitadas no Sistema de Registro de Pesquisas Eleitorais, disponível nos sítios dos Tribunais Eleitorais, com exceção do questionário de que trata o inciso VI, o qual deverá ser anexado no formato PDF

(Portable Document Format).

§ 3° A Justiça Eleitoral não se responsabiliza por erros de digitação, de geração, de conteúdo ou de leitura dos arquivos anexados no Sistema de Registro de Pesquisas Eleitorais.

§ 40 O registro de pesquisa poderá ser realizado a qualquer

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§ 50 Até o sétimo dia seguinte ao registro da pesquisa, será ele complementado com os dados relativos aos Municípios e bairros abrangidos pela pesquisa; na ausência de delimitação do bairro, será identificada a área em que foi realizada.

§ 60 As entidades e empresas deverão informar, no ato do registro, o valor de mercado das pesquisas que realizarão por iniciativa própria.

§ 70 O cadastramento eletrônico da documentação a que se refere o inciso IX deste artigo no Sistema de Registro de Pesquisas Eleitorais dispensa a sua apresentação a cada pedido de registro de pesquisa, sendo, entretanto, obrigatória a informação de qualquer alteração superveniente.

§ 81 As empresas ou entidades poderão utilizar dispositivos eletrônicos portáteis, tais como

tablets

e similares, para a realização da pesquisa, os quais poderão ser auditados, a qualquer tempo, pela Justiça Eleitoral.

Art. 30 A partir do dia 10 de julho de 2014, o nome de todos aqueles que tenham solicitado registro de candidatura deverá constar das pesquisas realizadas mediante apresentação da relação de candidatos

ao

entrevistado.

CAPÍTULO II

DO REGISTRO DAS PESQUISAS ELEITORAIS

Seção 1

Do Sistema de Registro de Pesquisas Eleitorais

Art. 41 O registro de pesquisa será obrigatoriamente realizado por meio do Sistema de Registro de Pesquisas Eleitorais, disponível nos sítios dos Tribunais Eleitorais.

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lnst n° 952-19.2013.6.00.0000/DF

4

- aos Tribunais Regionais Eleitorais, nas eleições federais e

estaduais;

li - ao Tribunal Superior Eleitoral, na eleição presidencial.

§

1 1

O registro das pesquisas que englobem, em uma mesma

coleta de dados, a eleição presidencial e as eleições federais e estaduais,

deverá ser realizado tanto no Tribunal Regional respectivo como no Tribunal

Superior Eleitoral.

§ 20 Eventuais impugnações serão decididas pelas respectivas

instâncias competentes.

Art. 60 Para a utilização do sistema, as entidades e empresas

deverão cadastrar-se uma única vez perante a Justiça Eleitoral, por meio

eletrônico, mediante o fornecimento das seguintes informações e documento

eletrônico:

- nome de pelo menos

1

(um) e no máximo 3 (três) dos

responsáveis legais;

II - razão social ou denominação;

III - número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas

Jurídicas (CNPJ);

IV - número do registro da empresa responsável pela pesquisa

no Conselho Regional de Estatística;

V - número de fac-símile e endereço em que poderão receber

notificações;

VI - correio eletrônico;

VII - arquivo, no formato PDF, com a íntegra do contrato social,

estatuto social ou inscrição como empresário, que comprove o regular registro.

§

1 1

Não será permitido mais de um cadastro por número de

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lnst no 952-19.2013.6.00.0000/DF 5

§ 20 È de inteira responsabilidade da empresa ou entidade a manutenção de dados atualizados perante a Justiça Eleitoral, a legibilidade e a integridade do arquivo eletrônico previsto neste artigo.

Art. 70 o sistema permitirá que as empresas ou entidades responsáveis pela pesquisa façam alterações nos dados do registro previamente à sua efetivação.

Art. 80 Efetivado ou alterado o registro, será emitido recibo eletrônico que conterá:

- resumo das informações; e

II - número de identificação da pesquisa.

§ 1 1 O número de identificação de que trata o inciso II deste artigo deverá constar da divulgação e da publicação dos resultados da pesquisa.

§ 20 Os Tribunais Eleitorais publicarão, até 24 (vinte quatro) horas após o cadastramento da pesquisa no Sistema de Registro de Pesquisas Eleitorais, aviso comunicando o registro de todas as informações dela constantes, colocando-as à disposição de qualquer interessado, que a elas terá livre acesso pelo prazo de 30 (trinta) dias (Lei n° 9.504197, art. 33, § 20).

Art. 90 O Sistema de Registro de Pesquisas Eleitorais permitirá a alteração de dados após a sua efetivação, bem como o seu cancelamento, desde que não tenha se expirado o prazo de 5 (cinco) dias para a divulgação do resultado da pesquisa.

§ 1° Serão mantidos no sistema a data do registro e os históricos das alterações realizadas e do cancelamento, se for o caso.

§ 20 As alterações nos dados do registro da pesquisa implicarão a renovação do prazo previsto no art. 2 0 desta resolução, o qual passará a correr da data do recebimento das alterações, na forma do § 1 1 do art. 2 0 desta resolução.

§ 30 Realizado o registro da pesquisa, a cada operação de alteração, será gerado um novo número de identificação, e o sistema informará a nova data a partir da qual será permitida a divulgação da pesquisa.

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Inst no 952-19.2013.6,00.0000/DF

§ 40 Não será permitida a alteração no campo correspondente à Unidade da Federação (UF), devendo, em caso de erro em relação a esse campo, a pesquisa ser cancelada pelo próprio usuário, sem prejuízo da apresentação de um novo registro.

Art. 10. Será livre o acesso à pesquisa registrada nos sítios dos Tribunais Eleitorais, cumpridas as exigências desta resolução.

Seção li

Da Divulgação dos Resultados

Art. 11. Na divulgação dos resultados de pesquisas, atuais ou não, serão obrigatoriamente informados:

- o período de realização da coleta de dados; II - a margem de erro;

III - o nível de confiança; IV - o número de entrevistas;

V - o nome da entidade ou empresa que a realizou e, se for o caso, de quem a contratou;

VI - o número de registro da pesquisa.

Art. 12. As pesquisas realizadas em data anterior ao dia das eleições poderão ser divulgadas a qualquer momento, inclusive no dia das eleições, desde que respeitado o prazo previsto no art. 2 0 desta resolução e a menção às informações previstas no art. 11.

Art. 13. A divulgação de levantamento de intenção de voto efetivado no dia das eleições somente poderá ocorrer:

- nas eleições relativas à escolha de Deputados Estaduais e Federais, Senador e Governador, a partir das 17 (dezessete) horas do horário local;

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lnst no 952-19.2013.6.00.0000/DF 7

II - na eleição para a Presidência da República, após as 19 (dezenove) horas do horário de Brasília, no primeiro turno, e após as 20 (vinte) horas do horário de Brasília, no segundo turno.

Art. 14. Mediante requerimento ao Tribunal Eleitoral, os partidos políticos poderão ter acesso ao sistema interno de controle, verificação e fiscalização da coleta de dados das entidades e das empresas que divulgaram pesquisas de opinião relativas aos candidatos e às eleições, incluídos os referentes à identificação dos entrevistadores e, por meio de escolha livre e aleatória de planilhas individuais, mapas ou equivalentes, confrontar e conferir os dados publicados, preservada a identidade dos entrevistados (Lei n° 9.504197, art. 34, § 10).

§ 1 0 Além dos dados de que trata o

caput,

poderá o interessado ter acesso ao relatório entregue ao solicitante da pesquisa e ao modelo do questionário aplicado para facilitar a conferência das informações divulgadas.

§ 20 A solicitação de que trata o

caput

deverá ser instruída com cópia da pesquisa disponível no sítio do respectivo Tribunal Eleitoral.

§ 31 Os requerimentos realizados nos termos deste artigo serão autuados na classe Petição (Pet) e serão distribuídos a um dos Juízes Auxiliares do Tribunal, que, examinando o pedido, sobre ele decidirá.

§ 40 Autorizado pelo Relator, a empresa responsável pela realização da pesquisa será intimada para disponibilizar o acesso aos documentos solicitados.

§ 51 Sendo de interesse do requerente e deferido o pedido, a empresa responsável pela pesquisa encaminhar-lhe-á os dados solicitados para o endereço eletrônico informado, ou por meio da mídia digital fornecida pelo requerente, no prazo de 2 (dois) dias, e, em igual prazo, permitirá o seu acesso, ou de representante por ele nomeado, à sede ou filial da empresa para o exame aleatório das planilhas, mapas ou equivalentes, em horário comercial, na forma definida pelo Relator do pedido.

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§ 61 O requerente ficará responsável pelo fornecimento de mídia para acesso digital ou pelo custo de reprografia de eventuais cópias físicas das planilhas, mapas ou equivalentes que solicitar.

§ 70 As informações das pesquisas realizadas por meio de dispositivos eletrônicos portáteis de que trata o § 8 0 do àrt. 20 desta resolução, ressalvada a identificação dos entrevistados, deverão ser auditáveis e acessíveis no formato eletrônico.

Art. 15. Na divulgação de pesquisas no horário eleitoral gratuito, devem ser informados, com clareza, os dados especificados no art. 11 desta resolução, não sendo obrigatória a menção aos concorrentes, desde que o modo de apresentação dos resultados não induza o eleitor a erro quanto ao desempenho do candidato em relação aos demais.

Seção III

Das Impugnações

Art. 16. O Ministério Público Eleitoral, os candidatos, os partidos políticos e as coligações são partes legítimas para impugnar o registro e/ou a divulgação de pesquisas eleitorais perante o Tribunal competente, quando não atendidas as exigências contidas nesta resolução e no art. 33 da Lei n° 9.504197.

Art. 17. Havendo impugnação, o pedido de registro será autuado como Representação (Rp) e distribuído a um Relator, que determinará a notificação imediata do representado, por fac-símile ou no endereço informado pela empresa ou entidade no seu cadastro, para, querendo, apresentar defesa em 48 (quarenta e oito) horas (Lei n° 9.504197, art. 96,

caput

e5°).

§ 1° A petição inicial deverá ser instruída, sob pena de indeferimento, com cópia integral do registro da pesquisa disponível no sítio do respectivo Tribunal Eleitoral.

C\Y

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Inst no

952-19.2013.6.00.0000/DF

§ 2° Considerando a relevância do direito invocado e a possibilidade de prejuízo de difícil reparação, o Relator poderá determinar a suspensão da divulgação dos resultados da pesquisa impugnada ou a inclusão de esclarecimento na divulgação de seus resultados.

§ 30 A suspensão da divulgação da pesquisa será comunicada ao responsável por seu registro e ao respectivo contratante.

§ 4° As representações serão processadas e decididas na forma da resolução deste Tribunal que dispuser sobre as representações e pedidos de direito de resposta para as eleições de 2014.

CAPÍTULO III

DA PENALIDADE ADMINISTRATIVA

Art. 18. A divulgação de pesquisa sem o prévio registro das informações constantes do art. 2 0 desta resolução no Tribunal Eleitoral competente sujeita os responsáveis à multa no valor de R$ 53.205,00 (cinquenta e três mil e duzentos e cinco reais) a R$ 106.410,00 (cento e seis mil e quatrocentos e dez reais) (Lei n° 9.504197, art. 33, § 3°).

CAPÍTULO iv

DAS DISPOSIÇÕES PENAIS

Art. 19. A divulgação de pesquisa fraudulenta constitui crime, punível com detenção de 6 meses a 1 ano e multa no valor de R$ 53.205,00 (cinquenta e três mil e duzentos e cinco reais) a R$ 106.410,00 (cento e seis mil e quatrocentos e dez reais) (Lei n° 9.504197, art. 33, § 40).

Art. 20. O não cumprimento do disposto no art. 34 da Lei n° 9.504197 ou a prática de qualquer ato que vise retardar, impedir ou dificultar a ação fiscalizadora dos partidos políticos constitui crime, punível com detenção de 6 meses a 1 ano, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo prazo, e multa no valor de R$ 10.641,00 (dez mil e

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seiscentos e quarenta e um reais) a R$ 21.282,00 (vinte e um mil e duzentos e oitenta e dois reais) (Lei n° 9.504/97, art. 34,

§

20).

Parágrafo único. A comprovação de irregularidade nos dados publicados sujeita os responsáveis às penas mencionadas no

caput,

sem prejuízo da obrigatoriedade de veiculação dos dados corretos no mesmo espaço, local, horário, página, caracteres e outros elementos de destaque, de acordo com o veículo usado (Lei n° 9.504/97, art. 34,

§

30).

Art. 21. Pelos crimes definidos nos arts. 33,

§

4°, e 34,

§

2° e 31, da Lei n° 9.504/97, podem ser responsabilizados penalmente os representantes legais da empresa ou entidade de pesquisa e do órgão veiculador (Lei n° 9.504197, art. 35).

CAPÍTULO V

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 22. O veículo de comunicação social arcará com as consequências da publicação de pesquisa não registrada, mesmo que esteja reproduzindo matéria veiculada em outro órgão de imprensa.

Art. 23. As penalidades previstas nesta resolução não obstam a eventual propositura de Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), por abuso do poder econômico, ou de outras ações civis e penais cabíveis nos foros competentes.

Art. 24.

É

vedada, no período de campanha eleitoral, a realização de enquetes relacionadas ao processo eleitoral.

Parágrafo único. Entende-se por enquete ou sondagem a pesquisa de opinião pública que não obedeça às disposições legais e às determinações previstas nesta resolução.

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Art. 25. Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 17 de dezembro de 2013.

MINISTRO f4ARCÕ ALRÉL,JO - - PRESIDENTE

MINIST

MINISIflRO'ItMARItANDES

MIN STkA LAURITA VAZ

MINISTRO JOOT DE NORONHA

MINIS1O HENRIQUE NEVES DA/SILVA

MINISTRA L frSSIO

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lnst no 952-19.2013.6.00.0000/DF 12

RELATÓRIO

O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI: Senhor Presidente, submeto à apreciação deste Plenário a Instrução de Pesquisas Eleitorais para as eleições de 2014.

Inicialmente, informo que, por meio da Portaria n° 129, de 18 de março de 2013, fui designado pela Ministra Cármen Lúcia, então Presidente deste Tribunal, para iniciar os estudos visando à elaboração das instruções do pleito de 2014.

Em auxílio aos trabalhos, foi constituída comissão formada por servidores do Tribunal Superior Eleitoral, sob supervisão do Assessor-Chefe da Assessoria Especial da Presidência (Portarias n0S 151, de 5.4.2013; 155, de 9.4.2013; 206, de 10.5.2013 e 606, de 29.11.2013, subscritas pelo Diretor-Geral da Secretaria do TSE).

Em 28 de outubro de 2013, foi realizada audiência pública para apresentação de sugestões a serem apreciadas por ocasião da elaboração das instruções.

A instrução encaminhada aos gabinetes de Vossas Excelências já considerou as sugestões colhidas na audiência pública, bem como as protocolizadas no prazo preestabelecido.

É o relatório.

VOTO

O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (Relator): Senhor Presidente, destaco da proposta que fiz chegar a Vossas Excelências os pontos nos quais suscitou-se dúvida ou foram oferecidas sugestões.

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), por seu Delegado Nacional, sugeriu a alteração da redação do

artigo 20 para tornar obrigatório

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Inst n°952-19.2013.6.00.0000/DE

13

constar o nome de todos os candidatos nas pesquisas, tão logo a instância

partidária publique a decisão de escolha, impondo-se multa ao Partido Político

que aja de má-fé e delibere pela escolha de outro candidato em convenção

oficial posterior.

A representante das Organizações Globo, acerca da sugestão,

ressaltou a necessidade de se estabelecer uma data certa para se fazer

constar obrigatoriamente todos os candidatos na divulgação da pesquisa,

considerada a quantidade de Estados e os cargos em disputa.

Quanto à sugestão apresentada pelo Delegado Nacional do

PSOL, tenho não ser razoável implementá-la, pois, não raro, um mesmo

partido político tem mais de um pré-candidato até a véspera das convenções

oficiais. Ademais, as empresas de pesquisa normalmente projetam os diversos

cenários possíveis. À vista das considerações lançadas sobre o assunto,

pareceu-me, contudo, razoável acolher a sugestão da representante das

Organizações Globo e estabelecer no artigo 30 uma data certa para se

observar tal obrigatoriedade, considerando a previsão contida no calendário

eleitoral (10 de julho).

A representante do Conselho Federal de Estatística apresentou

sugestão de nova redação ao inciso VIII do artigo 21, com acréscimo da

expressão "declaração do tipo do contrato da prestação de assistência técnica

e o prazo da sua responsabilidade" e, por fim, requereu a inclusão de um

parágrafo ao artigo 17, o qual deveria prever a exigência da assinatura de um

estatístico registrado nas alegações técnicas constantes das impugnações a

pedido de registro de pesquisa.

Entendo ser desnecessário o incremento das alterações

sugeridas, pois, no que concerne à primeira, envolve, exclusivamente, relação

contratual entre o estatístico e quem o contratou, sem repercussão, portanto,

na esfera eleitoral. Quanto à segunda sugestão, penso traduzir-se em restrição

indevida ao direito de impugnar, sendo certo, ademais, correr à conta e risco do

impugnante a prova do alegado.

Sobre o inciso VIII, manifestou-se, também, o representante

da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa, sugerindo seja exigida a

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assinatura de estatístico somente quando tecnicamente necessário, o que reduziria os custos da pesquisa. Em oposição a essa sugestão, tanto a representante do Conselho Federal de Estatística como o da Ordem dos Advogados do Brasil manifestaram-se, aludindo ao Decreto n° 62.49711968, o qual regulamenta o exercício da profissão de estatístico.

No ponto, comungo do entendimento dos que sustentam ser imprescindível a participação do estatístico nas pesquisas eleitorais, seja por força do aludido Decreto, seja em razão da importância do instrumento frente à repercussão da divulgação junto ao eleitorado, consubstanciando-se na principal preocupação da Justiça Eleitoral.

Os institutos de pesquisa Ibope e Datafolha, em petição conjunta, sugeriram fosse prevista a possibilidade da realização da pesquisa por meio de dispositivo eletrônico portátil, tais como

tablets

e similares, cujas informações seriam acessíveis aos partidos políticos e candidatos interessados, no formato eletrônico.

A sugestão foi acolhida e disciplinada nos

parágrafos 8° do

artigo 20 e 70 do artigo 14.

Acerca da necessidade de constar o nível de confiança da pesquisa, quando da sua divulgação, conforme previsto no

inciso III do

artigo 11,

externou a representante das Organizações Globo preocupação, ante a possibilidade de confundir o eleitor com informações eminentemente técnicas.

Entendo, contudo, que a inclusão do nível de confiança, tanto no registro como na divulgação das pesquisas, constitui-se em inovação que, aliada à margem de erro, confere maior precisão e credibilidade ao resultado divulgado. A ideia foi defendida por estatístico deste Tribunal e reforçada com o esclarecimento prestado na audiência pública pela representante do Conselho Federal de Estatística. Por essa razão, restou mantida na proposta a exigência do requisito.

Em outro ponto, a partir da intervenção da representante das Organizações Globo, observou-se a necessidade de alterar para 20 horas, no

inciso 11 do artigo 13, o horário a partir do qual será permitida a divulgação de

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levantamento de intenção de voto, no dia do segundo turno da eleição para Presidente da República, considerado o restabelecimento do quarto fuso horário no Brasil (Acre) e o horário de verão nesse período.

Por fim, a falta de menção expressa às enquetes e sondagens foi pontuada pela representante das Organizações Globo por ocasião da audiência pública, tendo a Ordem dos Advogados do Brasil, por intermédio de representantes do Conselho Federal e da Seccional do Distrito Federal, sugerido a inclusão da disciplina conforme previsto em instruções de pleitos passados. Ressaltou-se que estariam autorizadas pela Lei n° 9.504/97, em que pese o texto da minirreforma eleitoral - recentemente sancionado (Lei n°12.891, de ll.12.2013)— prever a proibição.

Contudo, estou convencido de que qualquer divulgação de intenção de voto, dada a influência que pode exercer sobre o eleitorado, deve ser tratada como pesquisa eleitoral a ser regulamentada por esta Instrução, não havendo qualquer dificuldade, no meu entender, em se fazer constar a vedação às enquetes, conforme consta do

artigo 24 da proposta,

independentemente de ter sido prevista de forma expressa somente com o advento da Lei n° 12.89112013.

Ante o exposto, voto pela aprovação da Instrução de Pesquisas Eleitorais.

o

VOTO

O SENHOR MINISTRO HENRIQUE NEVES DA SILVA: Senhor Presidente, já debati muito com o Ministro Dias Toifoli, entendo o posicionamento de Sua Excelência em relação ao artigo 24, que dispõe: "é

vedada, no período de campanha eleitoral, a realização de enquetes relacionadas ao processo eleitora!'. Como consta do voto do Relator,

entendeu-se que só poderia ocorrer a pesquisa eleitoral mesmo.

Por outro lado, verifico que é normal, tanto na internet, como em outros meios de comunicação, que pessoas façam enquetes e sondagens.

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lnst no 952-19.20136,00.0000/DF 16

Acredito que se poderia até chegar à proibição de o candidato divulgar essas enquetes, que são colhidas sem qualquer base científica; o resultado dela eventualmente não tem valor científico.

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO (Presidente): A enquete é, de qualquer forma, uma pesquisa.

O SENHOR MINISTRO HENRIQUE NEVES DA SILVA: O que digo é que a realização de enquetes não poderia ser proibida.

Com a devida vênia, entendo que a atividade seria lícita. Em todas as resoluções anteriores, sempre estabelecemos que a realização dessa enquete ou sondagem era lícita; apenas no momento da divulgação é que se deveria divulgar que aquele dado não tinha valor científico como tem uma pesquisa.

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