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Educon, Aracaju, Volume 11, n. 01, p.1-6, set/2017

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Academic year: 2021

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Recebido em: 04/08/2017 Aprovado em: 05/08/2017 Editor Respo.: Veleida Anahi Bernard Charlort Método de Avaliação: Double Blind Review E-ISSN:1982-3657 Doi:

ENSINO E APRENDIZAGEM EM AULAS NA DISCIPLINA DE BIOLOGIA MICHELINE DE CASTRO LARANJEIRA

ALANA PRISCILA LIMA DE OLIVEIRA DIEGO DE CASTRO LARANEJIRA

EIXO: 11. EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E PRÁTICAS EDUCATIVAS RESUMO

Com o objetivo de destacar a importância de aulas práticas no processo de ensino e aprendizagem na disciplina de Biologia, foi realizada uma pesquisa com 30 alunos de uma turma da 3° série do ensino médio de uma Escola Estadual na cidade de São Miguel dos Campos - AL, onde através de um questionário que foi confeccionado com perguntas objetivas, foram levantadas questões sobre a importância das aulas práticas na melhoria do aprendizado e a freqüência que a mesma é aplicada por seus professores. Após análise dos questionários, foi possível perceber o quanto é importante para os alunos a realização desse método de ensino, trazendo uma melhoria no processo de aprendizagem, bem como despertar o interesse pelo ensino da Biologia.

PALAVRAS-CHAVE: Aulas práticas; Ensino de Biologia; Aprendizagem. ABSTRACT

In order to highlight the importance of practical classes in the teaching and learning process in the Biology discipline, a research was carried out with 30 students from a 3rd grade high school class from a State School in the city of São Miguel dos Campos- AL, where through a questionnaire that was prepared with objective questions, questions were raised about the importance of practical classes in improving learning and how often it is applied by its teachers. After analyzing the questionnaires, it was possible to perceive how important it is for students to perform this teaching method, bringing an improvement in the learning process, as well as arousing interest in the teaching of biology. KEYWORDS: Practical classes; Teaching of Biology; Learning.

INTRODUÇÃO

Sabe-se que ensinar e aprender Biologia numa era, onde a ciência e a tecnologia se interconectam de modo muito estreito, constitui-se em um grande desafio. A relação ciência e tecnologia começou a estreitar-se, a partir do século XIX, quando a tecnologia começou a fazer uso dos conhecimentos científicos para inovações, na indústria química e na energia elétrica. Até então, a ciência passou a suprir a tecnologia, não só na descoberta e explicação de fenômenos da natureza, como também utilizando amplamente o método científico de investigação, suas técnicas laboratoriais e a certeza da importância da pesquisa, na solução de problemas do setor produtivo (LONGO, 2007). Atualmente são notórias as condições problemáticas enfrentadas no âmbito educacional no Brasil. No ensino de Biologia, a problemática existente é quanto à aprendizagem dos alunos. Esta disciplina precisa ser aplicada de

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maneira que contribua para o desenvolvimento do conhecimento científico. No entanto: “Não se pode traduzir esta problemática como questão apenas do professor (‘culpa’), primeiro, porque ele também é vítima do sistema [...]” (DEMO, 2007, p.42).

O modelo tradicional de ensino é ainda amplamente utilizado por muitos educadores nas nossas escolas de Ensino Fundamental e Médio. Segundo Carraher (1986), tal modelo de educação trata o conhecimento como um conjunto de informações que são simplesmente passadas dos professores para os alunos, o que nem sempre resulta em aprendizado efetivo. Os alunos fazem papel de ouvintes e, na maioria das vezes, os conhecimentos passados pelos professores não são realmente absorvidos por eles, são apenas memorizados por um curto período de tempo e, geralmente, esquecidos em poucas semanas ou poucos meses, comprovando a não ocorrência de um verdadeiro aprendizado.

Para Moraes (1998, p.12):

Os conteúdos ministrados na disciplina de biologia devem preferencialmente derivar-se do cotidiano dos alunos, de modo que aquilo que aprendam na escola lhes seja útil para melhorar a condição de vida e da comunidade em que vivem, e com isso prender a atenção e despertar o interesse (MORAES, 1998, p.12).

Atualmente o ensino da disciplina de Biologia não tem sido aplicado da forma que deveria, podendo ser percebido no rendimento dos próprios alunos em sala de aula. Segundo Cachapuz et al. (2005), apesar da importância dada (verbalmente) à experimentação e à observação pelos professores, o ensino é livresco, sem trabalho experimental real, a não ser quando apresentado como “receitas de cozinha”. Libâneo (2004) ressalta que a escola continua sendo o lugar de mediação cultural, cabendo aos educadores “investigar como ajudar os alunos a se constituírem como sujeitos pensantes e críticos, capazes de pensar e lidar com os conceitos, argumentar em faces de dilema e problemas da vida prática”.

É fato inegável que a ausência de aulas práticas tem prejudicado muito a aprendizagem biológica dos alunos. Autores tem destacado a importância do emprego de aulas práticas em suas atividades (OLIVEIRA et al., 2011). “Embora a importância das aulas práticas seja amplamente conhecida, na realidade elas formam uma parcela muito pequena dos cursos de Biologia [...]” (KRASILCHIK, 2008, p.87).

Com base em Hodson (1998 apud LEITE; SILVA; Vaz, 2008, p.03) “[...] a própria sala de aula se torna um ambiente de prática, através do deslocamento de materiais para a mesma. Isso faz, muitas vezes, com que o monitor-professor considere dispensável o uso do laboratório”. É claro que as “instalações adequadas e materiais disponíveis certamente tornam o aprendizado muito mais eficiente” (KRASILCHIK, 1986 apud MOREIRA; DINIZ, 2002, p.298). Para alterar esta situação negativa do ensino de Biologia, é preciso que haja uma mudança de atitude do professor em relação às metodologias de ensino por ele utilizadas. “O professor pode adotar procedimentos bastante simples, mas que exijam a participação efetiva do aluno” (BRASIL, 2006, p.30).

“Cabe ao professor selecionar o melhor material disponível diante de sua realidade. Sua utilização deve ser feita de maneira que possa constituir um apoio efetivo” [...] (BIZZO, 2007, p.66).

O professor deve entender que o aluno está construindo o seu conhecimento e, por esse motivo, deve readequar sua prática pedagógica no sentido de estimulá-lo e buscar metodologias eficazes que o conduza neste processo formativo (MIRANDA; CASA NOVA; CORNACCHIONE JUNIOR, 2012).

Este artigo tem como objetivo destacar a importância de aulas práticas no processo de ensino e aprendizagem na disciplina de Biologia, ressaltando a grande importância em associar os conhecimentos adquiridos no cotidiano com o conhecimento cientifico, buscando uma aprendizagem mais eficiente, porém numa linguagem mais fácil e comum, ajudando-os a exercitar o raciocínio e melhorar o aprendizado. A utilização de atividades práticas, recursos áudio visuais, bem como o comprometimento e planejamento por parte do professor é de suma importância para o aprendizado na disciplina de Biologia, proporcionando aos alunos uma visão abrangente e critica da matéria, rendendo bons frutos na aprendizagem dos alunos.

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METODOLOGIA

Inicialmente, foi realizada uma pesquisa com 30 alunos, com idade entre 16 a 18 anos, que estão cursando a 3° série do ensino médio de uma Escola Estadual na cidade de São Miguel dos Campos - AL, através de um questionário que foi confeccionado com perguntas referente à opinião deles com relação à realização de aulas práticas na disciplina de Biologia, foram levantadas questões sobre a importância das aulas práticas na melhoria do aprendizado, bem como sua freqüência e forma de ser aplicada e avaliada por parte dos professores. Após a análise dos dados obtidos através do questionário respondido pelos alunos, foi realizado um levantamento bibliográfico sobre a importância de aulas práticas no ensino de Biologia, bem como as tendências educacionais e sua contribuição para a aprendizagem dos alunos, visando destacar a importância das atividades experimentais desenvolvidas pelos professores, não precisando ser uma aula necessariamente cheia de informações, podendo ser conduzida com materiais e de forma simples, porém com grande significância ao aprendizado e rendimento do aluno.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com os resultados descritos nas tabelas 1 e 2, é possível evidenciar que a maioria dos alunos entrevistados acha importante a realização de aulas práticas para a melhoria do aprendizado, bem como deixam claro que gostam da realização desse método e sua importância, no que se refere ao ensino da Biologia. Apenas 2 alunos disseram não gostar e não achar importante a realização de práticas no ensino da Biologia e 2 ficaram indiferentes no que se refere aos benefícios para o aprendizado, podendo assim nos permitir dizer que a minoria dos alunos não se identificou com o método em questionamento, sendo necessário por parte do professor buscar despertar o interesse desses alunos, mesmo que seja a minoria, como descrito por MIRANDA et al. (2012), que destaca que o professor precisa compreender a situação do aluno enquanto aprendiz e adequar sua prática de forma que ele se sinta estimulado a aprender.

Tabela 1 – Concepção dos alunos sobre a melhoria do aprendizado com as aulas práticas.

Opções

Nº de Alunos

Melhora o aprendizado

27

Não interfere na aprendizagem

1

Indiferente

2

Total

30

Tabela 2 - Importância da realização de aulas práticas na matéria de Biologia segundo os alunos.

Opções

Nº de Alunos

Consideram importantes

28

Não consideram importantes

2

Indiferente

0

Total

30

Os alunos foram questionados também como foram às aulas práticas que os mesmos participaram e se os professores já havia realizado alguma aula deste tipo este ano, conforme descrito nas tabelas 3 e 4, e a maioria disse que já participou de aula prática este ano e que as aulas foram feitas de forma em que os alunos realizaram a observação e experimentação, sendo assim desenvolvidas por eles com o auxílio do professor. Neste quesito houve uma discordância, pois os alunos participantes pertencem à mesma turma e dois deles disseram não ter tido aula prática este ano, bem como divergiram também no método, dizendo que apenas observaram e não realizaram o experimento, deixando claro que é de grande importância também o interesse do aluno em querer participar e aproveitar o momento de aprendizado, bem como a observação do professor com relação a esses alunos, buscando sempre novos métodos para melhorar a aprendizagem. Para Moreira (1997, p. 19) cabe a escola estimular o aluno a

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ampliar a capacidade de observar, refletir, elaborar hipóteses e analisar conclusões. Neste processo, busca-se desenvolver o raciocínio lógico e o espírito crítico estabelecendo uma relação entre o dia-a-dia do aluno e os conceitos científicos que se pretende reconstruir.

Tabela 3 – Realização de aula prática pelos professores.

Opções

Nº de Alunos

Realizou

28

Não realizou

2

Indiferente

0

Total

30

Tabela 4 – Sobre as aulas práticas que os alunos participaram.

Opções

Nº de Alunos

Os alunos fizeram a experimentação

3

Os alunos apenas observaram

2

Os alunos fizeram a observação e experimentação

25

Total

30

Libâneo (2004) ressalta que a escola continua sendo o lugar de mediação cultural, cabendo aos educadores “investigar como ajudar os alunos a se constituírem como sujeitos pensantes e críticos, capazes de pensar e lidar com os conceitos, argumentar em faces de dilema e problemas da vida prática”.

Para a realização de uma aula prática se torna necessário um planejamento realizado de forma correta e bem elaborada, tendo em vista que a maioria dos alunos apesar de gostar desse método e relatar que já tiveram aula este ano na modalidade prática, os mesmos relataram também a escassez desse método durante os anos que os mesmos frequentam a escola, pois a turma entrevistada está no seu último ano e informaram que a primeira aula de Biologia realizada de forma teórica associada à prática, ocorreu este ano, deixando claro assim que não se trata de uma rotina, depende muito do professor que leciona a matéria, das condições estruturais da escola, entre outros fatores.

É fato inegável que a ausência de aulas práticas tem prejudicado muito a aprendizagem biológica dos alunos. “Embora a importância das aulas práticas seja amplamente conhecida, na realidade elas formam uma parcela muito pequena dos cursos de biologia [...]” (KRASILCHIK, 2008, p.87). Segundo Bizzo (2007) o desenvolvimento de atividades diferenciadas induzem os alunos a desenvolverem capacidades diferentes de compreensão do conteúdo e de associar a teoria com a prática. Fazer das aulas de Biologia uma forma diferente de aprender, aumenta a expectativa, o interesse dos alunos e permite uma aprendizagem significativa. Mesmo sem a existência de laboratórios, realidade de muitas escolas, o professor pode proporcionar momentos de desafios e investigações. CONCLUSÃO

Através da análise dos questionários respondidos, é possível perceber que a maioria dos alunos entrevistados considera que as aulas práticas melhoram seu aprendizado, achando importante que haja uma frequência na realização das mesmas. É importante que o seu emprego seja associado à parte teórica, sendo primeiramente exposto o assunto e a aula prática será como um instrumento de fixação e aprofundamento.

Segundo os mesmos, é rara a realização de aulas práticas por parte dos professores, sendo um dos motivos pelos quais os alunos muitas vezes desconhecessem esse método de ensino. Normalmente as aulas são sempre dialogadas e em sala de aula, sendo o único recurso utilizado o quadro e o livro adotado pela escola.

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pretendem adotá-las em suas práticas educativas, tendo em vista a falta de recurso existente nas escolas públicas, tornando-se imprescindível um grande malabarismo por parte dos mesmos para que os alunos possam ser beneficiados com estas práticas, buscando melhoria no processo de ensino e aprendizagem.

REFERÊNCIAS

BIZZO, N. Ciências: fácil ou difícil – 2 ed. São Paulo: Editora Ática, 2007. P.24-75.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Orientação curricular para o ensino médio. Brasília: 2006. Cap. 01, p.15-51.

CACHAPUZ, A. et al. (Orgs.). A necessária renovação do ensino das ciências. São Paulo: Cortez, 2005.

CARRAHER, T.N. Ensino de ciências e desenvolvimento cognitivo. Coletânea do II Encontro "Perspectivas do Ensino de Biologia". São Paulo, FEUSP, 1986, pp. 107-123.

DEMO, P. Os desafios modernos da educação. 14ª ed. Petrópolis: Vozes, 2007.

HODSON, D. Hacia un Enfoque Más Crítico Del Trabajo de Laboratorio. Enseñanza de las Ciências, v. 12, n. 3, p. 299-313, 1994.

KRASILCHIK, M. Prática de ensino de Biologia. 2. ed. São Paulo: Harper & Row, 1986. 195p.

KRASILCHIK, M. Prática de Ensino de Biologia. 4ª ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008. LIBNEO, J. C. A didática e a aprendizagem do pensar e do aprender: a teoria histórico cultural da atividade e a contribuição de vasili Davídov. Revista Brasileira de Educação. Número 27, set-dez, 5-24, 2004.

LONGO, W.P. Alguns impactos sociais do desenvolvimento científico e tecnológico. DataGramaZero - Revista de Ciência da Informação, v.8, n.1, fev. 2007.

MIRANDA, G. J.; CASA NOVA, S. P. C.; CORNACCHIONE JUNIOR, E. B. Os saberes dos professores-referência no ensino de Contabilidade. Revista Contabilidade & Finanças. São Paulo, v. 23, n. 59, p. 142-153, mai./ago. 2012.

MOREIRA, A. L. O. R.; SOARES, J. J. Percepção de Floresta: uma pesquisa entre visitantes de 7 a 12 anos do Parque do Ingá em Maringá/PR. In: VIII ENCONTRO PERSPECTIVAS DO ENSINO DE BIOLOGIA, 6, 2002, São Paulo. Anais... São Paulo: FEUSP, 2002. 1 CD-ROM.

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MORAES, Roque. Ciências para as séries iniciais e alfabetização. Porto Alegre: Sagra Luzzato, 1998.

OLIVEIRA, A. P. L.; ARAUJO E.S.A. ; MORAIS, J.P.S. ; SOVIERZOSKI, H. H. ; CORREIA, M. D. . Atividades Práticas como Recurso Didático Para a Disciplina de Biologia no Ensino Médio em Alagoas. In: I Encontro Luso-Brasileiro sobre Trabalho Docente, 2011, Maceió. Anais do I Encontro Luso-brasileiro sobre Trabalho Docente, 2011.

Graduada em Biologia, especialista em Microbiologia. Atualmente exerce a função de professora de Biologia da Escola Estadual Ana Lins. Email: michelmcl@bol.com.br

Graduada em Biologia pela Universidade Federal de Alagoas (2004). Especialista em Psicopedagogia Institucional (2007) pela Universidade Castelo Branco. Mestra em Ensino de Ciências e Matemática pela Universidade Federal de Alagoas (2013). Professora da rede Estadual de Alagoas lotada na Escola Estadual Ana Lins. Email: lanapry4@gmail.com

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