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Apostila Pericia Papiloscópica

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Academic year: 2021

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Caros alunos e alunas,

Sejam bem-vindos ao curso de “Perícia Papiloscópica em Identificação HumanaPerícia Papiloscópica em Identificação Humana”. O presente curso abrange informações básicas sobre a identificação humana, principalmente no que diz respeito à ciência intitulada “Papiloscopia” e detalhes técnicos da perícia papiloscópica. O conteúdo foi trabalhado visando contribuir para a formação dos profissionais de segurança pública, tendo por foco a sua atuação para o sucesso do processo investigativo baseado na produção da prova. As principais áreas envolvidas são osdocumentosdocumentos de identificação

de identificação, asperícias em locais de crime e em laboratóriosperícias em locais de crime e em laboratórios, as quais visam a determinação da autoria delitiva, e aperícia necropapiloscópicaperícia necropapiloscópica, que tem por objetivo a identificação cadavérica.

Trata-se de um curso básico que pretende cercar os profissionais decuidadoscuidados a serem adotadosnono contexto do exame de corpo de delito

contexto do exame de corpo de delito, auxiliando os peritos e colaborando com boas práticas para o sucesso de investigações em que a identificação humana seja etapa fundamental.

É importante salientar que o presente cursonão substituinão substitui quaisquer cursos presenciais desta instituição, principalmente os cursos voltados para a capacitação profissional na realização dos exames periciais papiloscópicos e necropapiloscópicos em que o grau de complexidade e as práticas supervisionadas possuem nível técnico-científico elevado.

Seu propósito principal é conscientizar a todos os envolvidos na cadeia de custódia da prova pericial a adotarem a conduta adequada quando dapreservação de locais de crimepreservação de locais de crime, tendo cuidados essenciais com suportes e objetos envolvidos em um crime que venham a ser analisados pela equipe pericial.

Com o objetivo de auxiliá-lo em seus estudos recomendamos que consultem, sempre que precisarem, oglossário de termos de técnicosglossário de termos de técnicos.

Desejamos um bom curso a todos!

Objetivos do curso

Objetivos do curso

Ao final do curso, você será capaz de:

• Compreender os principais métodos de identificação e sistemas biométricos. • Conhecer a legislação referente à identificação humana.

• Descrever os princípios fundamentais da Papiloscopia.

• Identificar os elementos técnicos da perícia papiloscópica em locais de crime, laboratório e da perícia necropapiloscópica.

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Estrutura do curso

Estrutura do curso

Este curso está dividido nos seguintes módulos:

• Módulo 1Módulo 1 – Identificação humana e a perícia papiloscópica. • Módulo 2Módulo 2 – Métodos científicos de i dentificação humana. • Módulo 3Módulo 3 – Sistemas biométricos.

• Módulo 4Módulo 4 – Perícia Papiloscópica: exercício dos Direitos Humanos à persecução penal. • Módulo 5Módulo 5 – Legislação aplicada à papiloscopia.

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Apresentação do módulo

Apresentação do módulo

Neste módulo você estudará osconceitos básicos sobre identificação humanaconceitos básicos sobre identificação humana, suaimportânciaimportância

para as relações sociais e acontribuiçãocontribuição dos métodos de identificação utilizados para a individualização de pessoas.

Vamos lá!

Objetivo do módulo

Objetivo do módulo

Ao final do estudo deste módulo, você será capaz de:

• Definir identidade e identificação humana; • Diferenciar os tipos de identificação;

• Identificar os critérios técnico-científicos necessários para a identificação humana.

Estrutura do Módulo

Estrutura do Módulo

Este módulo é composto pelas seguintes aulas:

• Aula 1Aula 1– Identificação humana: importância social;

• Aula 2Aula 2– Abordagem técnico-científica da identificação humana.

Aula 1

Aula 1

Identificação humana: importância social

Identificação humana: importância social

Você já se perguntou o motivo de você ser alguém único? Quais razões permitem definir o “eu” como sendo diferente do “outro”?

Nesta aula serão tratados assuntos para contribuir com a sua resposta.

MÓDULO

MÓDULO

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1.1.

1.1.Indicadores sociais da identificaçãoIndicadores sociais da identificação

O cenário social atual traz consigo uma sériede ações voltadas para a segurança individual ede ações voltadas para a segurança individual e nacional.

nacional. Como consequência disso, há a necessidade de desenvolvimento e estabelecimento de métodos seguros e confiáveis que visam à verificação e determinação da identidade das pessoas (THOMPSON & BLACK, 2006).

Saiba mais Saiba mais

Diferença entre Identidade e Identificação Diferença entre Identidade e Identificação Identidade

Identidade pode ser definida como um conjunto de características e qualidades que torna uma “entidade” singular, definível e reconhecível, tornando-a diferente de outras.

Já a identificaçãoidentificação baseia-se na comparação entre dois grupos de dados visando estabelecer a probabilidade de pertencerem a um mesmo indivíduo, determinando a sua identidade.

A identidade é consideradaum direito humano pela Convenção das um direito humano pela Convenção das Nações Unidas para o direitoNações Unidas para o direito da Criança.

da Criança. A citada Convenção prega que, ao nascerem,todas as crianças têm o direito a um nome e suatodas as crianças têm o direito a um nome e sua individualidade reconhecida

individualidade reconhecida(BONASSO, 2001). Esse direito pode ser amplamente definido como o interesse pessoal em não ter as projeções sociais e externas de sua personalidade contrariada, negada ou desnaturalizada (THOMPSON & BLACK, 2006).

Os paradoxos relacionados à determinação da identidade de pessoas têm sidoobjeto da curiosidadeobjeto da curiosidade humana

humana desde a sua existência e, por exemplo, são rotineiramente comentados em filmes, novelas e peças teatrais. No cenário real, esse interesse é despertado diante decasos de identificação incorreta de autorescasos de identificação incorreta de autores de crimes e

de crimes e devido às apropriações fraudulentas de identidadedevido às apropriações fraudulentas de identidade ((falsidade ideológica e uso do documentofalsidade ideológica e uso do documento falso*

falso*))com o objetivo de obtenção de alguma vantagem social, seja material ou comportamental (NEWMAN e McNALLY, 2005).

* Falsidade Documental, art. 299 c/c De outras falsidades, art. 307. Código Penal.

Por essa razão, tal apropriação indevida necessita deintervenção das ciências forensesintervenção das ciências forenses para resolução do caso, pois a verificação técnico-científica da identidade se torna o aspecto mais relevante para análise da situação (THOMPSON e BLACK, 2006).

Em muitas relações sociais, a determinação da identidade torna-se necessária, como por exemplo, para oexercício da cidadania e resoluções de exercício da cidadania e resoluções de crimes.crimes.

Vários aspectos podem ser considerados para identificação, como osindicadores sociaisindicadores sociais (nome, nacionalidade, documentos públicos) e osindicadores biológicosindicadores biológicos utilizados para esse objetivo. A respeito deste último, você irá estudá-lo a seguir.

1.2 Indicadores biológicos 1.2 Indicadores biológicos

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Os indicadores biológicos se baseiam naunicidade corporal que fornece “assinaturas” biológicasunicidade corporal que fornece “assinaturas” biológicas que podem confirmar ou excluir a identidade com certeza significativa, inclusive após a morte por serem que podem confirmar ou excluir a identidade com certeza significativa, inclusive após a morte por serem caracteres que persistem

caracteres que persistem (THOMPSON e BLACK, 2006).

Importante! Importante! Os caracteres biológicos persistem após a morte, c

Os caracteres biológicos persistem após a morte, contudo, para cada um haverá um lapsoontudo, para cada um haverá um lapso temporal de validade para uso como indicador da identidade. Ainda, o causador da morte pode temporal de validade para uso como indicador da identidade. Ainda, o causador da morte pode

alterá-lo, inviabilizando-o como elemento de identificação. lo, inviabilizando-o como elemento de identificação.

É interessante ressaltar que asvariáveis biológicasvariáveis biológicas usadas para a identificação (verificação da identidade)existem e se mantêm ao longo do desenvolvimento da vida da pessoaexistem e se mantêm ao longo do desenvolvimento da vida da pessoaindependentemente da identidade social.

Exemplo:

Exemplo:DNA, impressões digitais (TEMPLETON & LINACRE, 2014), tipo sanguíneo (MATSUBARAet al ., 1996), dentre outros.

Tais variáveissão geradas na concepção e persistem ao longo da vida sem sofrer alteraçõessão geradas na concepção e persistem ao longo da vida sem sofrer alterações significativas

significativas que inviabilizam a identificação humana. Até quando se compara gêmeos idênticos, esses caracteres podem ser empregados com a finalidade de determinação da identidade (identificação) da pessoa sem suscitação de dúvidas.

Em relação aoscaracteres biológicoscaracteres biológicos* é interessante salientar queeles mudam ao longo do tempo,eles mudam ao longo do tempo, entretanto tais mudanças não inviabilizam a identificação humana

entretanto tais mudanças não inviabilizam a identificação humana. Tal probabilidade deve ser a mínima na relação entre os dois caracteres que são comparados para que a identificação tenha valor forense relevante. Isso é importante para a identificação de pessoas em acidentes de massa, suspeito/autor de crimes e pessoas desaparecidas (THOMPSON & BLACK, 2006).

* Nem todos os caracteres biológicos podem ser usados para a identificação humana

As mudanças dos caracteres biológicos sãoaceitáveis no procedimento de identificação,aceitáveis no procedimento de identificação,contudo, essas serão analisadas de forma a ocorrer uma vinculação probabilística entre os caracteres comparados. Nesse sentido, as identificações devem levar em consideração a seguinte pergunta: Qual a probabilidade doQual a probabilidade do caractere “A” equivaler a “B”, sabendo ou assumindo a potencial mudança real entre os dois c

caractere “A” equivaler a “B”, sabendo ou assumindo a potencial mudança real entre os dois caracteres?aracteres? Dessa forma, as mudanças inerentes aos sistemas biológicospodem ser usadas com a finalidade depodem ser usadas com a finalidade de identificação humana

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Aula 2

Aula 2

Abordagem técnico-científica da identificação humana

Abordagem técnico-científica da identificação humana

Antes de iniciar esta aula, reflita sobre as características necessárias para um método poder ser usado

para a identificação humana.

Quais requisitos ele deve atender para identificar pessoas inequivocadamente?

2.1

2.1 Finalidade da Finalidade da identificação huidentificação humana forensmana forensee

A identificação humana forense utiliza caracteres biológicos para definir a identidade das A identificação humana forense utiliza caracteres biológicos para definir a identidade das pessoas.

pessoas.Esse processo é sustentado por ciências bem estabelecidas como a física, a química e as ciências biológicas que permitem que esses caracteres sejam estatisticamente avaliados (THOMPSON & BLACK, 2006).

A avaliação da identidade biológica é relevante nas áreas de estudo da medicina legal e daestudo da medicina legal e da criminalística

criminalística. Isso é confirmado claramente nas investigações criminais de mortes naturais nãoinvestigações criminais de mortes naturais não determinadas, homicídio ou suicídio.

determinadas, homicídio ou suicídio.

A linha investigativa torna-se frágil caso

A linha investigativa torna-se frágil caso seja impossibilitada a identificação da vítimaseja impossibilitada a identificação da vítima. Por outro lado, quando essa é identificada, é possível o direcionamento da investigação a partir da oitiva de testemunhas, amigos, familiares, dentre outros. Dessa forma, os fatos forenses poderão ser solucionados.Os casos onde aOs casos onde a vítima não é identificada geralmente não são solucionados

vítima não é identificada geralmente não são solucionados(THOMPSOM & BLACK, 2006, WEYERMANN & RIBAUX, 2012, CATTANEO, 2013).

Da mesma maneira, a identificação humana é ummétodo necessário para a determinação demétodo necessário para a determinação de pessoas vítimas

pessoas vítimas deacidentes ou incidentes de massa*acidentes ou incidentes de massa*, dada a importância da identificação nesses casos, tais procedimentos são tratados em órgãos internacionais de segurança (exemplo, Interpol) para orientar as nações signatárias sobre o planejamento e capacitação de agentes capazes de realizar a identificação (THOMPSOM & BLACK, 2006).

* Acidente e incidente referem-se a fatos causados pelo homem ou pela ação da natureza, respectivamente.

2.2 Critérios de identificação 2.2 Critérios de identificação

De acordo com a Interpol, os caracteres ou evidências utilizados para a identificação podem ser classificados em dois grupos:

Evidência circunstancial de identificação

-Evidência circunstancial de identificação - definida como as informações pessoais (como roupas, joias, objetos pessoais) e a confirmação visual realizada por alguém conhecido da vítima (amigos, parentes,

colegas);

Evidência física de identificação

-Evidência física de identificação - definida como aquela obtida por meio de análise das

características externas*

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cicatrização de fraturas, condições patológicas, tipo sanguíneo, DNA ou arcada dentária (CLAYTON ET AL., 1995, RAMSTHALER ET AL. 2010, CHANDRASEKHAR & VENNILA, 2011).

* cor da pele, sexo, sinais e manchas corporais, cicatriz, ou características específicas como as impressões digitais.

Dessa forma, a credibilidade da identificação tende a aumentar quando se passa da evidência tende a aumentar quando se passa da evidência circunstancial para a física

circunstancial para a física, inclusive a partir do uso dos indicadores internos e das impressões digitais (indicadores externos específicos) (KUCHEN, 2007).

2.3 Da Classificação da Identificação 2.3 Da Classificação da Identificação

A identificação pode ser classificada como: Positiva

Positiva: Naidentidade positivaidentidade positiva as características únicas são comparadas e chega-se a conclusão que foram produzidas pelo mesmo indivíduo.

Exemplo:

Exemplo: Comparação de impressões digitais coletadas do cadáver com aquelas presentes nos bancos de dados, onde esse é identificado relacionando-o aos registros de carteiras de identidade que possuem as informações pessoais do indivíduo.

Presuntiva

Presuntiva: Napresuntivapresuntiva, vários fatores são considerados, já que nenhum dos fatores isoladamente permite a identificação, contudo quando considerados em conjunto podem possibilitar a identificação presuntiva.

Exemplo:

Exemplo: Caracteres de efeito pessoal como reconhecimento visual, característica racial, idade, sexo, estatura, anomalias ou caracteres ósseos singulares.

Excludente:

Excludente: Na excludenteexcludente, não é possível se estabelecer a identidade positiva, mas é possível estabelecer a exclusão da identificação com a certeza necessária para excluí-la.

Exemplo:

Exemplo:Apareceu um crânio na costa escocesa, inicialmente acreditava-se que pertencia a uma pessoa do sexo feminino desaparecida com 42 anos de idade, contudo, após análise do crânio, foi estabelecido que a morte havia ocorrido a mais de 18 anos, assim não poderia pertencer a pessoa desaparecida. Logo, os caracteres de identidade do crânio não foram suficientes para permitir a identificação positiva, mas possibilitou a exclusão da identificação da mulher desaparecida ensejando em continuidade das buscas (THOMPSOM & BLACK, 2006).

Ainda, de acordo com a maneira de sua realização, a identificação pode ser classificada comodiretadireta quando a identidade é estabelecida diante do próprio ser ou objeto. É o exame do conjunto de caracteres que lhe são próprios e exclusivos.

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Exemplo:

Exemplo:Ocorre a identificação direta da pessoa que apresenta sua carteira de identidade contendo a impressão do polegar direito, que é comparado com a impressão do mesmo dedo coletada da pessoa naquele instante. Isso ocorre, por exemplo, em presídios que solicitam a presença de peritos papiloscopistas para controlar a entrada e saída em visitações em presídios pela comparação das impressões digitais das carteiras de identidade com as das pessoas.

Na identificaçãoindiretaindireta, a identidade é estabelecida através de um estudo comparativo. É necessário que o material analisado tenha uma quantidade de características singulares suficiente para a identificação e, ainda, que haja material padrão para ser comparado.

Exemplo:

Exemplo: Ocorre a identificação indireta quando fragmentos de impressões digitais (vestígios materiais) são coletados em um local de crime e comparados com padrões existentes em um banco de dados ou obtidos de um suspeito.

2.4 Abordagens técnico-científicas da identificação 2.4 Abordagens técnico-científicas da identificação

A identificação humana pode ser realizada a partir de diversas abordagens técnico-científicas. Dentre essas, pode-se citar: oDNA forenseDNA forense(como é chamado no Brasil), aantropologia forenseantropologia forense, apapiloscopiapapiloscopia, dentre outros.

DNA forense

DNA forense – Essa abordagem diz respeito adeterminação do perfil genéticodeterminação do perfil genéticode uma amostra biológica questionada para vinculação a uma determina pessoa. Parte do princípio que todas as pessoas possuemindicadores biomoleculares específicos e individualizadores que são mantidos ao longo da vidaindicadores biomoleculares específicos e individualizadores que são mantidos ao longo da vida (GOODWIN & HADI, 2006). A primeira vez que o método foi utilizado na área forense foi no ano de 1988 na Inglaterra, onde o autor do sequestro e assassinato de duas meninas foi identificado na cidade de Leicestershire (JEFFREYS ET AL. 1992).

Antropologia forense

Antropologia forense – Da mesma forma que o DNA, a antropologia forense é uma importante ferramenta de identificação humana. Pode-se incluir também o uso de tecidos molestecidos moles(HILL et al., 2006)ouou rígidos

rígidos(HARDY, 2006, SCHEUER & BLACK. 2006) e aidentificação facial.identificação facial. Papiloscopia

Papiloscopia - A identificação humana por meio da papiloscopia resulta na perícia papiloscópica – uso das “impressões digitais” para determinação da identidade das pessoas (ASBAUGH, 1999, (THOMPSOM & BLACK, 2006, MACROBERTS, 2011, MULAWKA, 2014).

No módulo seguinte serão discutidos alguns detalhes sobre os métodos científicos de identificação humana citados neste módulo.

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Finalizando... Finalizando...

Nesse módulo, você estudou que:

• IdentidadeIdentidade pode ser definida como um conjunto de características e qualidades que torna uma “entidade” singular, definível e reconhecível, tornando-a diferente de outras. Já aidentificaçãoidentificação baseia-se na comparação entre dois grupos de dados visando estabelecer a probabilidade de pertencerem a um mesmo indivíduo, determinando a identidade.

• Vários aspectos podem ser considerados para identificação, como os indicadores sociaisindicadores sociais (nome, nacionalidade, documentos públicos) e osindicadores biológicosindicadores biológicos utilizados para esse objetivo.

• Os indicadores biológicos se baseiam na unicidade corporal que fornece “assinaturas” biológicas que podem confirmar ou excluir a identidade com certeza significativa, inclusive após a morte por serem caracteres que persistem (THOMPSON e BLACK, 2006).

• A identificação humana forense utiliza caracteres biológicos para definir a identidade das pessoas. Esse processo é sustentado por ciências bem estabelecidas como a física, a química e as ciências biológicas que permitem que essas características sejam estatisticamente avaliadas (THOMPSON & BLACK, 2006).

• Segundo os critérios de identificação estabelecidos pela Interpol, seus caracteres podem ser classificados em dois grupos: evidência circunstancial de identificação e evidência física de identificação.

• A identidade pode ser classificada em: positiva, presuntiva e excludente e direta ou indireta.

• A identificação humana pode ser realizada a partir de diversas abordagens técnico-científicas. Dentre essas, pode-se citar: o DNA forense (como é chamado no Brasil), e antropologia forense e a papiloscopia.

Exercícios

Exercícios

1.

1. Atualmente, vários são os casos envolvendo a utilização de dados constantes em carteiras deAtualmente, vários são os casos envolvendo a utilização de dados constantes em carteiras de identidades das pessoas. Falsificações da cédula de identidade, uso de nomes e dados falsos e até identidades das pessoas. Falsificações da cédula de identidade, uso de nomes e dados falsos e até imagens falsas de impressões digitais são exemplos de fraudes já investigadas pelas polícias no imagens falsas de impressões digitais são exemplos de fraudes já investigadas pelas polícias no Brasil. De acordo com o enunciado e usando conhecimentos sobre a

Brasil. De acordo com o enunciado e usando conhecimentos sobre a conceituação de identificaçãoconceituação de identificação humana e identidade é correto afirmar:

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a. O nome constante em documentos, quando vinculado ao sobrenome herdado pela família, pode ser usado como elemento de identificação que assegura a determinação da identidade do indivíduo.

b. A cor do cabelo é uma característica biológica definida geneticamente, ou seja, herdada dos pais. É um exemplo de característica que pode ser usada para a identificação humana.

c. Na identificação humana, métodos são utilizados para estabelecer um vínculo entre uma característica e um indivíduo.

d. O uso de impressões digitais nos documentos de identidade apenas serve para a exclusão e não para a inclusão de quem as produziu.

2. Na residência “A”, morava João, irmão gêmeo idêntico de José, com sua esposa. Em 2. Na residência “A”, morava João, irmão gêmeo idêntico de José, com sua esposa. Em determinado dia, a esposa de João é encontrada morta na área de

determinado dia, a esposa de João é encontrada morta na área de sua casa e sobre seu corpo havia umasua casa e sobre seu corpo havia uma carta escrita à mão. Na carta, a mulher relatava sua decisão em partir e optou por tirar sua própria vida carta escrita à mão. Na carta, a mulher relatava sua decisão em partir e optou por tirar sua própria vida a facadas, havendo também uma impressão digital do

a facadas, havendo também uma impressão digital do dedo polegar direito (o dedo polegar direito (o que consta na carteira deque consta na carteira de identidade) visível e contaminada com sangue. Após análises, foi verificado que era o

identidade) visível e contaminada com sangue. Após análises, foi verificado que era o sangue da esposasangue da esposa de João. Sobre os

de João. Sobre os caracteres biológicos utilizados para a identificação humana é correto acaracteres biológicos utilizados para a identificação humana é correto afirmar que:firmar que: a. Pela análise das impressões digitais das carteiras de identidade de João, esposa e José, seria possível identificar quem a produziu.

b. Não seria possível determinar a pessoa que produziu a impressão digital na carta.

c. A carteira de identidade pertencente a João poderia ser utilizada para a comparação da impressão digital do seu documento e a da carta. Contudo, apenas poderia vincular e não excluir.

d. O uso das impressões digitais não compreende um método de identificação humana.

3. A partir do enunciado da questão 2 e de conhecimentos sobre identidade e identificação, 3. A partir do enunciado da questão 2 e de conhecimentos sobre identidade e identificação, assinale a alternativa correta:

assinale a alternativa correta:

a. Os marcadores biológicos da identidade não podem ser utilizados para a determinação da identidade.

b. Os indicadores biológicos da identidade são usados para a identificação humana apenas durante a vida do indivíduo.

c. Os indicadores sociais e biológicos são intimamente relacionados.

d. A verificação da identidade é definida como identificação e compreende a comparação de marcadores biológicos com a finalidade de individualizar pessoas.

4. Vários fatos sociais têm relevância jurídica no âmbito cível ou criminal. De acordo com o 4. Vários fatos sociais têm relevância jurídica no âmbito cível ou criminal. De acordo com o enunciado e conhecimentos sobre identidade e identificação assinale a alternativa correta:

enunciado e conhecimentos sobre identidade e identificação assinale a alternativa correta: a. A identidade é importante para definição das pessoas envolvidas em crimes.

b. A identificação é importante para a definição das vítimas de acidentes de massa.

c. Os caracteres biológicos que se alteram ao longo da vida do indivíduo podem ser utilizados como elementos para a identificação de pessoas.

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Gabarito

Gabarito

1. Resposta correta: Letra C 2. Resposta correta: Letra A 3. Resposta correta: Letra D 4. Resposta correta: Letra B

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Apresentação do módulo

Apresentação do módulo

Neste módulo você estudará os aspectos conceituais que possibilitarão compreender os principais métodos científicos para a Identificação humana e sua importância como instrumentos de segurança e cidadania.

Objetivo do módulo

Objetivo do módulo

Ao final do estudo deste módulo, você será capaz de: Ao final do estudo deste módulo, você será capaz de:

• Definir o que é método científico e a sua importância;

• Conhecer aspectos históricos da identificação, bem como o desenvolvimento dos métodos científicos para a identificação segura;

Citar aspectos gerais da Antropometria, Papiloscopia, Identificação pela Face, Antropologia e identificação por DNA;

• Compreender os critérios utilizados nos diferentes métodos científicos de identificação;

Estrutura do Módulo

Estrutura do Módulo

Este módulo é composto pelas seguintes aulas:

• Aula 1Aula 1 – Introdução aos métodos científicos de identificação Humana • Aula 2Aula 2 – Os primórdios da Identificação Humana

• Aula 3Aula 3 – Antropometria • Aula 4Aula 4 – Papiloscopia

• Aula 5Aula 5 – Identificação pela Face • Aula 6Aula 6 – Antropologia Forense • Aula 7Aula 7 – Identificação por DNA

MÓDULO

MÓDULO

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Aula 1

Aula 1

Introdução aos métodos científicos de Identificação

Introdução aos métodos científicos de Identificação

Humana

Humana

Na aula passada você estudou quea identidade pode ser definida como o conjunto dea identidade pode ser definida como o conjunto de características que individualizam alguém ou algo, tornando-o distinto dos demais

características que individualizam alguém ou algo, tornando-o distinto dos demais. Já a identificação consiste no conjunto de atos praticados com vista a se atribuir uma identidade a uma determinada pessoa, ou coisa (THOMPSON e BLACK, 2007). Lembra?

1.1. Metodologia Científica: uma breve definição 1.1. Metodologia Científica: uma breve definição

A metodologia dita científica se baseia na observação sistemática e controlada, resultando de experiências ou pesquisa de campo, cujas conclusões são baseadas no emprego da lógica (LAKATOS e MARCONI, 2009). Para muitos autores, a metodologia científica nada mais é do que a lógica aplicada à ciência. Para que um determinado método seja considerado científico, é fundamental que tenha sido submetido à revisão da comunidade científica, o que ocorre através das publicações científicas.

Os métodos científicos, uma vez publicados, têm a peculiaridade de poderem ser replicados e testados em qualquer lugar do mundo, permitindo que, nas mesmas condições de realização do teste, os mesmos resultados sejam obtidos por diferentes observadores (MATIAS-PEREIRA, 2010).

Importante!para Importante!para O fato de uma

O fato de uma determinada metodologia ser utilizada sem ser questionada não a torna cientificamentedeterminada metodologia ser utilizada sem ser questionada não a torna cientificamente válida. Quanto mais tempo uma determinada metodologia resiste aos questionamentos e críticas da válida. Quanto mais tempo uma determinada metodologia resiste aos questionamentos e críticas da

comunidade científica, mais robusta e segura ela comunidade científica, mais robusta e segura ela se torna.se torna.

Também se deve dizer que, para a ciência, não existe uma metodologia que garanta 100% de certeza em seus resultados. As probabilidades de erro sempre devem ser levadas em consideração. De qualquer forma, utilizar uma metodologia científica para chegar a uma determinada conclusão é cercar-se de cuidados técnicos, o que é desejável para o especialista em um determinado assunto.

Ao longo da história da identificação humana, várias metodologias surgiram e, com o passar dos anos, foram sendo aperfeiçoadas, tornando-se mais robustas e confiáveis. Outras se tornaram alvo de sucessivas críticas e terminaram caindo em descrédito, sendo finalmente abandonadas pela comunidade científica internacional.

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Aula 2

Aula 2

Os primórdios da identificação humana

Os primórdios da identificação humana

Os primeiros processos de identificação estavam mais ligados a fins cíveis do que penais. Posteriormente, o ser humano sentiu a necessidade de identificar as pessoas que não sabiam conviver socialmente. Para isso, empregava processos primitivos de “marcar” o indivíduo. Não se cogitava aí a determinação da identidade individual, mas uma forma de segregação dos proscritos do meio social.

Veja a seguir os diversos processos de identificação utilizados nos primórdios da identificação humana, denominados também como processos empíricos de identificação.

2.1 Nome: a forma mais antiga

2.1 Nome: a forma mais antiga de identificaçãode identificação

Estabelecer a identidade das pessoas revelou-se um desafio desde os tempos remotos da humanidade. A forma mais antiga de se identificar pessoas se deu pela atribuição de nomes a elas.

Um pouco da história... Um pouco da história...

Por volta de 2850 A.C. o imperador chinês Fushi decretou o uso dos nomes de famílias, ou sobrenomes. A atribuição de nomes a pessoas mostrou-se uma grande importância do ponto de vista jurídico, pois permitiu que, a partir da utilização de um nome, o indivíduo obtivesse documentos, adquirisse bens e abrisse contas bancárias, por exemplo. O uso do nome, porém, como processo de identificação, mostrou-se pouco eficaz, dada a facilidade de adulteração e homônimos (indivíduos distintos com o mesmo nome).

2.2 Ferrete: o

2.2 Ferrete: o início da identificação criminalinício da identificação criminal

O uso de ferrete, instrumento de ferro aquecido até atingir brasa (Figura. 1), representou o início da identificação criminal. Os ferretes apresentavam símbolos que, uma vez pressionados contra a pele do infrator, produziam uma marca permanente. Ao mesmo tempo em que se marcava o indivíduo criminoso, a dor causada pela queimadura do ferrete era considerada uma punição.

Romanos e gregos marcavam os infratores com desenhos de animais em sua fronte. A marcação por ferrete também foi utilizada em países como a França e os Estados Unidos, até o séc. XVIII. Frisa-se que, neste último país, os homicidas eram marcados com um M (do inglês,murderer ) sobre o polegar esquerdo e os traidores com um T (do inglês,traitor ). Essa prática também foi utilizada durante o período da escravidão, no Brasil, para a marcação de escravos fugitivos.

2.3 Outros métodos utilizados: mutilações, amputações e

2.3 Outros métodos utilizados: mutilações, amputações e tatuagenstatuagens

Outros métodos utilizados para a marcação de criminosos foram mutilação e amputações de partes do corpo. Em geral, o dano era causado à região do corpo relacionada ao crime praticado: a língua – nos crimes contra a honra e na divulgação de segredos de Estado; os órgãos genitais– nos crimes sexuais; as mãos– nos

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crimes de furtos ou roubos. Na História, também encontramos registros de tatuagens utilizadas para a marcação de presos em diferentes regiões do mundo.

Tais métodos que causavam intenso sofrimento aos identificados, amplamente combatidos à medida que os Direitos Humanos foram se desenvolvendo, marcaram a grande demanda por metodologias seguras de identificação que não trouxessem prejuízos e constrangimentos aos indivíduos, em respeito à dignidade da pessoa humana.

Esses eram os métodos mais conhecidos utilizados para identificação no início dos Esses eram os métodos mais conhecidos utilizados para identificação no início dos tempos.tempos. Mas como se chegou aos métodos utilizados hoje, denominados processos científicos de Mas como se chegou aos métodos utilizados hoje, denominados processos científicos de identificação?

identificação?

Nas aulas a seguir você estudará sobre essa questão. Nas aulas a seguir você estudará sobre essa questão.

Aula 3

Aula 3

Antropometria

Antropometria

Alphonse Bertillon (1853

Alphonse Bertillon (1853–– 1914) 1914)foi um criminologista francês, funcionário da polícia de Paris que, em 1879, trouxe uma grande contribuição para as investigações policiais, com a aplicação de seu método antropométrico nas identificações, o primeiro método científico de identificação humana (SAKS, 2010).

Com base nos princípios que norteavam a tese de Adolphe Quetelet–– segundo a qual não há duas pessoas cujas medidas físicas sejam iguais–– Alphonse Bertillon criou osistema antropométrico,sistema antropométrico,que consistia em se tirar até 14 medidas de um indivíduo, com o intuito de identificá-lo. As medidas incluíam o diâmetro do crânio, comprimento do braço e do pé (Figura. 2) e foi utilizado nos Estados Unidos para a identificação de presos até 1920 (WAYMAN et. al., 2005).

A “Bertilonagem”, termo pelo qual o método tornou-se conhecido, passou a ser difundida e utilizada mundialmente. Naquela época, o meio mais completo para registrar as características físicas era a chamada

Ficha Técnica ouFicha Criminal, que ao ser encontrada, a partir do seu arquivamento sistematizado, trazia em seu conteúdo diversas informações sobre o indivíduo, incluindo as suas medidas antropométricas.

A organização dos arquivos criminais a partir da antropometria fez com que muitos policiais passassem a procurar os suspeitos pelas fichas descritivas e assim surgiu a primeira ideia de Retrato FaladoRetrato Falado, através do assinalamento descritivo, pois não havia uma imagem que representasse o rosto do suspeito, apenas palavras caracterizando-o. As vítimas descreviam alguém em palavras e as características eram procuradas em fichas arquivadas sistematicamente, uma vez que a coleta de impressões digitais ainda não era utilizada para identificação de pessoas.

Em 1885, realizou-se em Roma o Primeiro Congresso Internacional de Antropologia Criminal, ocasião em que o sistema antropométrico de Bertillon foi apresentado e submetido à apreciação da comunidade científica presente, que o consagrou posteriormente.

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Antes de terminar esta aula, leia o caso de Will e William West que põe em xeque a Antes de terminar esta aula, leia o caso de Will e William West que põe em xeque a Antropometria.

Antropometria.

O Caso de Will e William West O Caso de Will e William West

Texto adaptado de: Blog “Collective Lifestyle” http://collectivelifestyle.com/the-strange-case-of-will-and- william-west-how-law-enforcement-learned-the-importance-of-fingerprinting-2/

Uma estranha história ocorreu no início do século XX, mais precisamente em 1903. Um indivíduo preso, ao chegar na penitenciária de Leavenworth, no Kansas (EUA), se identificou como Will West. Após analisar suas

fotografias, um dos agentes relatou já o ter visto anteriormente naquele estabelecimento. Contudo, o prisioneiro negou tal afirmação veementemente.

O agente, convencido de que estava correto, coletou as medidas antropométricas do prisioneiro e realizou uma pesquisa no arquivo criminal daquela instituição, encontrando um arquivo cujasfotografias sinaléticasfotografias sinaléticas

e medidas eram praticamente idênticas às do homem que estava a sua frente.

Entretanto, ele estava dizendo a verdade. Will West nunca havia estado em Leavenworth, mas como suas fotos foram parar nos arquivos daquela penitenciária? Descobriu-se que havia outro indivíduo com as exatas medidas do acusado e já havia cumprido sua pena ali– tratava-se de um indivíduo chamado William West. Logo, percebeu-se que seria necessário utilizar um novo método que não apresentasse falhas, visto o prejuízo

que tal tipo de confusão traria para a aplicação do Jus Puniendi do Estado. Foi então que surgiu a ideia de realizar a análise das impressões digitais, um método que estava começando a ser difundido na época. O caso mudou a ciência forense de maneira significativa, consagrando a Papiloscopia como o método padrão

para a identificação de criminosos em substituição à antropometria. Por conta de Will e William West, você nunca terá de se preocupar em ser preso simplesmente por ter o rosto e características físicas muito parecidas

com as de um criminoso. Por sorte, nossas impressões digitais são únicas, com características próprias inerentes a cada indivíduo, e são diferentes mesmo entre gêmeos idênticos.

Aula 4 - Papiloscopia

Aula 4 - Papiloscopia

4.1 Conceito e aplicação 4.1 Conceito e aplicação

A Papiloscopia é comumente conceituada no Brasil como “a ciência que tem por objetivo a Identificação Humana por meio das papilas dérmicas” (ARAÚJO e PASQUALI, 2006). Entretanto, por razões técnicas, deve-se utilizar o termo“cristas de fricção”“cristas de fricção”para nos referir às cristas da superfície da pele.

Ela foi estabelecida como ciência a partir da publicação do Dr. Henry Faulds (1880) em que foram descritas as cristas de fricção de vários indivíduos e foi discutida a sua utilização como método para a identificação humana. Há 135 anos, o pesquisador já defendia a papiloscopia como uma ferramenta para a identificação de criminosos a partir da localização de impressões digitais na cena de crime.

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Importante! Importante! A localização das impressões digitais na cena do cr

A localização das impressões digitais na cena do crime é uma das etapas da ime é uma das etapas da períciaperícia papiloscópica. Quando considerada de forma isolada não é suficiente para

papiloscópica. Quando considerada de forma isolada não é suficiente para a identificação humana,a identificação humana, sendo necessária a realização do

sendo necessária a realização do confronto e comparação das impressões obtidas no local confronto e comparação das impressões obtidas no local de crimede crime com aquelas de suspeitos ou armazenadas em bancos de

com aquelas de suspeitos ou armazenadas em bancos de dados - como, por dados - como, por exemplo, o sistemaexemplo, o sistemaAFIS*.AFIS*. No módulo 4, você estudará mais sobre a perícia papiloscópica.

No módulo 4, você estudará mais sobre a perícia papiloscópica. * Sistema Automatizado de Impressões Digitais

4.2 Os pesquisadores pioneiros 4.2 Os pesquisadores pioneiros

Pesquisadores do século XIX se destacaram como pioneiros na construção da ciência papiloscópica, como William Herschel e Henry Faulds na Inglaterra e Juan Vucetich na América do Sul.

Como já mencionado, Henry Faulds publicou, em 1880, um artigo científico na revista Nature

descrevendo a importância das impressões digitais para fins de identificação.Juan VucetichJuan Vucetichresolveu o primeiro caso de homicídio da história tomando por base uma impressão digital ensanguentada, colhida no local do crime (ASHBAUGH, 1991).

De lá para cá, muito se desenvolveu e hoje, a Papiloscopia consiste em uma das principais biometrias mundialmente usadas, além de ser imprescindível em órgãos de perícia responsáveis pela resolução de crimes. Os estudos dos pesquisadores do século XIX, contemporâneos deAlfonse BertillonAlfonse Bertillon, trouxeram a cientificidade à identificação de pessoas, permitindo destacar o método papiloscópico de identificação como superior ao método antropométrico, devido às inconveniências deste último, como a dificuldade na realização das medidas e possibilidade de coincidências, como o ocorrido no caso emblemático de Will e William West.

Após a relação entre os trabalhos de Henry Faulds e Willian Herschel, foi estabelecida a papiloscopia moderna no cenário mundial (IAI, 2015).

4.3 Divisão da papiloscopia 4.3 Divisão da papiloscopia

A Papiloscopia pode ser divida nos seguintes ramos:

- Datiloscopia:

- Datiloscopia:estudo das impressões digitais; - Quiroscopia:

- Quiroscopia:estudo das impressões palmares; -- Podoscopia:Podoscopia:estudo das impressões plantares; - Poroscopia:

- Poroscopia:estudos da forma e posição relativa dos poros das cristas. 4.4 Princípios fundamentais da Papiloscopia e

4.4 Princípios fundamentais da Papiloscopia e características.características. São princípios fundamentais da Papiloscopia:

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Universalidade

Universalidade: todo ser humano possui impressões papilares, com exceção daqueles que apresentam algumas enfermidades na pele;

Perenidade

Perenidade (ou Permanência): as impressões papilares se mantêm por toda a vida do indivíduo, podendo ainda servir como elemento individualizador após a morte (Necropapiloscopia);

Imutabilidade

Imutabilidade: as impressões papilares não são alteradas ao longo da vida do indivíduo (as posições relativas das minúcias e os tipos fundamentais permanecem os mesmos, porém é inquestionável que o tecido biológico sofre alterações em função do crescimento, envelhecimento ou lesões que atinjam a derme e gerem cicatrizes);

Variabilidade

Variabilidade (ou Singularidade): os desenhos papilares são extremamente variáveis de uma pessoa para a outra e, mesmo entre os diferentes dedos de uma mesma pessoa, são divergentes. Nem mesmo gêmeos univitelinos, que compartilham o mesmo material genético, possuem impressões digitais idênticas, pois a sua formação atende ao princípio da unicidade biológica.

Além dos princípios citados, pode-se distinguir duas características de ordem técnica: Classificabilidade

Classificabilidade: as impressões digitais são eficazmente classificadas – segundo o sistema de Vucetich – para futuras buscas e comparações.

Praticabilidade

Praticabilidade: as impressões papilares são facilmente coletadas. Método seguro, prático, rápido e pouco dispendioso.

4.5

4.5 A pele espessa: a A pele espessa: a área de trabalho do área de trabalho do PapiloscopistaPapiloscopista

As cristas e sulcos que compõem os padrões papilares presentes nas superfícies das palmas das mãos e das plantas dos pés são características das regiões depele espessa*.pele espessa*.

* Região que possui uma larga camada de queratina na parte superficial

O corte histológico dessas regiões nos mostra uma epiderme bastante espessa, cujo padrão de cristas e sulcos encontra íntima correspondência às estruturas denominadas papilas dérmicas, presentes na interface derme/epiderme.

As srcens de cada padrão remetem à embriologia, mais especificamente no que concerne ao desenvolvimento dos sistemas nervoso e circulatório, atendendo essencialmente ao princípio da unicidade biológica (WHERTEIM e MACEO, 2002).

4.6 Método científico empregado na perícia

4.6 Método científico empregado na perícia papiloscópicapapiloscópica

Aperíciaperícia pode ser definida como um meio de prova em que pessoas qualificadas tecnicamente (os peritos), nomeadas pelo juiz, ou oficialmente constituídos por concurso público, analisam fatos juridicamente relevantes à causa examinada, elaborando laudo.

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É um exame que exige conhecimentos técnicos e científicos a fim de comprovar (provar) a veracidade de certo fato ou circunstância.

Nesse sentido, aperícia papiloscópicaperícia papiloscópica utiliza conhecimentos técnico-científicos da papiloscopia para analisar fatos relevantes que necessitam de informações relativas à identificação humana.

Nesta ciência o método científico empregado no exame papiloscópico resume-se pela sigla ACE-V, do inglês. Method ACE-V Method ACE-V - Analysis (Análise) - Comparison (Confronto) - Evaluation (Avaliação) - Verification (Verificação)

Afase defase de análiseanálise é a apreciação da impressão papilar para determinar suas condições técnicas para confronto.

Na fase de fase de confrontoconfronto, é feita a observação direta (lado a lado) dos detalhes das impressões para determinar regiões coincidentes, baseada em critérios de similaridade, sequência e relação espacial.

Nafase defase de avaliaçãoavaliação, a formulação da conclusão é baseada na análise e comparação das impressões papilares.

As conclusões que podem ser alcançadas são resultados de: Identificação

Identificação – comparação de duas ou mais impressões com qualidade para confronto e com quantidade suficiente de coincidências de pontos característicos ou minúcias. A identificação ocorre quando o perito papiloscopista conclui que duas ou mais impressões papilares foram produzidas pela mesma pessoa;

Exclusão

Exclusão – comparação de duas ou mais impressões papilares com qualidade para confronto e com quantidade suficiente de divergências entre os pontos característicos ou minúcias. A exclusão ocorre quando o perito papiloscopista conclui que duas ou mais impressões papilares não foram produzidas pela mesma pessoa;

Inconclusão

Inconclusão – a inconclusão ocorre quando as impressões papilares analisadas pelo perito papiloscopista não possuem qualidade suficiente para permitir a identificação ou exclusão da pessoa que a produziu.

Por fim, afase defase de verificaçãoverificação é o exame independente efetuado por outro perito papiloscopista e que resulta na mesma conclusão.

Como consequência desse rigor científico a identificação humana por meio da perícia papiloscópica possui credibilidade acadêmica para atender às necessidades dos órgãos da justiça (LEE & GAESSLEN, 2001; MACROBERTS, 2011).

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Aula 5

Aula 5

Identificação pela Face

Identificação pela Face

5.1

5.1 Definição Definição de de faceface

A face humana é um reflexo da unicidade de uma pessoa, o que permite um método comparativo entre detalhes de faces distintas (HEYER e SEMMLER, 2013). Por meio da análise da face podem ser obtidos detalhes de muitos aspectos de uma personalidade, como temperamento, aspectos da saúde e níveis de estresse.

A face é um resultado da combinação do meio com a genética e reflete características das A face é um resultado da combinação do meio com a genética e reflete características das populações de regiões específicas.

populações de regiões específicas.

5.2 A fotografia e a identificação da face 5.2 A fotografia e a identificação da face

Com o surgimento da fotografia, no século XIX, imagens com a reprodução fiel da fisionomia dos indivíduos passaram a ser utilizadas como uma ferramenta de identificação complementar. A fotografia, com a evolução dos Direitos Humanos, passou rapidamente a ser empregada como forma de identificação civil e criminal. A partir de meados do século XIX, vários estados dos EUA, Londres, Paris, Berlim, São Petersburgo e Viena utilizavam as fotografias associadas a um índice no qual constava um histórico do criminoso.

Importante! Importante! O método fotográfico serve

O método fotográfico serve como subsídio à identificação facial, pois as características fisionômicascomo subsídio à identificação facial, pois as características fisionômicas que podem ocorrer em

que podem ocorrer em virtude do processo de amadurecimento e envelhecimento e virtude do processo de amadurecimento e envelhecimento e a classificação dea classificação de elementos faciais, representados nas fotografias, são a base de

elementos faciais, representados nas fotografias, são a base de comparação doscomparação dosexperts em análise de em análise de comparação facial.

comparação facial.

Hoje a fotografia é considerada um método complementar de identificação, encontrando previsão legal para a identificação criminal, conforme art. 5º da lei federal nº 12.037/09.

Art. 5º A identificação criminal incluirá o processo datiloscópico e o fotográfico, que serão Art. 5º A identificação criminal incluirá o processo datiloscópico e o fotográfico, que serão juntados aos autos da

juntados aos autos da comunicação da prisão ecomunicação da prisão em flagrante, ou m flagrante, ou do inquérito policial ou do inquérito policial ou outra forma deoutra forma de investigação.

investigação.

E até hoje é realizada na forma de fotografia sinalética introduzida por Bertillon, ou seja, de frente e de perfil esquerdo, sempre do mesmo tamanho para futuras comparações.

5.3 O avanço das técnicas de identificação da face 5.3 O avanço das técnicas de identificação da face

Ao longo dos séculos XIX e XX, os cientistas desenvolveram métodos precisos para a análise da variação facial humana. Praticamente todos os detalhes da face têm sido sistematicamente divididos em categorias baseadas em tamanho, forma, presença ou ausência de características. Tal desenvolvimento permitiu que avaliações mais objetivas fossem alcançadas (TOME et al., 2013).

A avaliação da face e sua classificação não é algo simples e requer experiência considerável na anatomia e compreensão das variações humanas.

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A face humana possui montes e vales, cristas, sulcos e fendas que “embrulham” um crânio esférico. Ao longo desse terreno irregular há certos pontos de referência constantes que são indicados por uma matriz de pontos cefalométricos definidos com precisão.

Esses pontos nos permitem mapear a geografia da face, delimitar zonas e desenvolver índices pelos quais relações sutis podem ser reveladas. Os pontos cefalométricos da face encontram correspondência em pontos craniométricos do esqueleto subjacente e um conhecimento de sua correlação constitui a base científica da identificação facial forense (GEORGE, 1993).

Aula

Aula 6

6 -

- Antropologia

Antropologia Forense

Forense

6.1 O que é Antropologia Forense

6.1 O que é Antropologia Forense

A Antropologia Forense consiste em uma ciência ampla que abriga a grande maioria dos métodos de identificação humana, sempre que a análise envolver características físicas dos seres humanos para fins civis ou criminais (BERTINO, 2009).

6.2 Aplicações da Antropologia Forense 6.2 Aplicações da Antropologia Forense

Sua aplicação mais frequente refere-se à identificação de cadáveres a partir de tecidos moles (pele, nervos, vasos sanguíneos, pulmões, intestinos, dentre outros) e tecidos duros (dentes e ossos) - que por vezes constituem os popularmente chamados “restos mortais” (THOMPSON e BLACK, 2007). São mais conhecidos os métodos de identificação a partir do esqueleto humano e da arcada dentária, porém há uma série de outros procedimentos que integram esta área.

Tais métodos são particularmente utilizados para a determinação de idade, sexo, estatura, parentesco e srcem étnica (quando conveniente) de um cadáver. Também podem ser utilizados para determinar se um indivíduo sofreu um trauma acidental ou violento, ou mesmo uma doença, no momento que antecedeu a morte (ISÇAN e OLIVEIRA, 2000). Outra aplicação da antropologia forense diz respeito à determinação do intervalo pós-morte a partir de várias características (HOLOBINKO, 2012).

Exemplo Exemplo

A título de exemplo, a determinação da faixa etária a partir de uma ossada, parte-se da análise das linhas cartilaginosas, conhecida também como análise do amadurecimento das epífises ósseas (BERTINO, 2009). Nós nascemos com mais de 450 ossos que posteriormente se unem para formar 206 ossos. À medida que a cartilagem é lentamente substituída por tecido ósseo, duro e compacto, uma linha cartilaginosa se faz visível, a que chamamos de epífise. Em contraposição, quando a cartilagem é totalmente substituída, a linha não é mais visível. Como a idade de maturação para cada osso é diferente, a presença ou ausência das linhas de cartilagem podem ser usadas para estimativas de idade (Fig. 12).

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O que os ossos podem nos contar? O que os ossos podem nos contar?

Os ossos podem contar muito sobre uma pessoa, pois contêm o registro da vida física. Sabe-se que ossos podem revelar a idade, o sexo, etnia, altura aproximada e condições de saúde. Por exemplo, perda na densidade óssea ou artrite podem apontar para deficiência nutricional ou doenças. Os ossos do braço direito de um destro serão discretamente mais largos do que os do braço esquerdo. Uma pessoa que tenha sido submetida a trabalhos físicos intensos tenderá a possuir ossos mais densos. Uma radiografia poderá exibir fraturas, articulações artificiais e pinos. A figura 13 ilustra os principais ossos do esqueleto humano.

Aula 7

Aula 7

Identificação por DNA

Identificação por DNA

7.1 Origem

7.1 Origem

O conceito da Identificação Humana por DNA teve início em 1985 por Alec Jeffreys, após ter descoberto regiões da molécula de DNA que eram altamente variáveis entre indivíduos distintos (BRENNER, 2004).

A análise de tais regiões, chamadas deregiões polimórficasregiões polimórficas, é o que permite traçarmos perfis de DNA para cada pessoa.

Inicialmente, o DNA foi utilizado para testes de paternidade no Reino Unido, sendo posteriormente aplicado para fins de investigações criminais (HOLOBINKO, 2012).

A técnica se consagrou no contexto da perícia em 1988 pela ajuda na elucidação de um caso de estupro na Inglaterra e, em 1992, para a confirmação da identidade de restos mortais, na Argentina. Muitos países possuem grandes bancos de dados de DNA contendo um grande número de perfis genéticos de indivíduos identificados criminalmente a partir de sangue ou saliva (JAMIESON e MOENSSENS, 2009).

7.2 A molécula de DNA 7.2 A molécula de DNA

A molécula de DNA é relativamente simples, sendo composta por pares de bases nitrogenadas: citosina e guanina; adenina e timina. As bases estão conectadas a uma estrutura de açúcar e fosfato conhecida como “coluna vertebral” do DNA (BERTINO, 2009). A molécula de Ácido Desoxirribonucleico (nome em português do DNA) se organiza na forma de uma dupla-hélice (Figura 15) e carrega informações hereditárias. Ao longo dessa fundamental molécula são encontradas aproximadamente 3,2 bilhões de pares de bases organizados em 23 pares de cromossomos. Pode-se chamar a informação contida no DNA de “genoma”.

Exceto em gêmeos idênticos, a sequência das bases nitrogenadas é diferente de uma pessoa para a outra. Como resultado, quando se mistura o DNA com enzimas especiais que cortam o DNA em locais específicos (enzimas de restrição), são formados fragmentos de DNA de diferentes tamanhos. A partir da utilização de um processo chamado “eletroforese em gel”, esses diferentes tamanhos irão formar diferentes padrões dos diferentes fragmentos de DNA no gel.

7.3 O geneticista forense a comparação dos perfis 7.3 O geneticista forense a comparação dos perfis

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O papel do geneticista forense é extrair o DNA de um material biológico e gerar um perfil de DNA tanto da amostra de srcem questionada como da amostra de srcem conhecida. A comparação dos perfis envolve uma avaliação estatística dos dados, o que irá fazer parte do relatório ou laudo, que subsidiará a investigação criminal (BRENNER, 2004).

Finalizando... Finalizando...

Nesse módulo, você estudou que:

• Ao longo da história da identificação humana várias metodologias surgiram e, com o passar dos anos, foram sendo aperfeiçoadas, tornando-se mais robustas e confiáveis. Outras se tornaram alvo de sucessivas críticas e terminaram caindo em descrédito, sendo finalmente abandonadas pela comunidade científica internacional.

• Estabelecer a identidade das pessoas revelou-se um desafio desde os tempos remotos da humanidade. A forma mais antiga de se identificar pessoas se deu pela atribuição de nomes a elas.

• O uso de ferrete, instrumento de ferro aquecido até atingir brasa, representou o início da identificação criminal. Os ferretes apresentavam símbolos que, uma vez pressionados contra a pele do infrator, produziam uma marca permanente.

• Outros métodos utilizados para a marcação de criminosos foram a mutilação e amputações de partes do corpo.

• Alphonse Bertillon criou osistema antropométrico,sistema antropométrico,que consistia em se tirar até 14 medidas de um indivíduo, com o intuito de identificá-lo. As medidas incluíam o diâmetro do crânio, comprimento do braço e do pé e foi utilizado nos Estados Unidos para a identificação de presos até 1920 (WAYMAN et. al., 2005).

• A Papiloscopia é comumente conceituada no Brasil como “a ciência que tem por objetivo a Identificação Humana por meio das papilas dérmicas” (ARAÚJO e PASQUALI, 2006). Entretanto, por razões técnicas, deve-se utilizar o termo “cristas de fricção” para nos referir às cristas da superfície da pele.

• A Antropologia Forense consiste em uma ciência ampla que abriga a grande maioria dos métodos de identificação humana, sempre que a análise envolver características físicas dos seres humanos para fins civis ou criminais (BERTINO, 2009).

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• A Papiloscopia é comumente conceituada no Brasil como “a ciência que tem por objetivo a Identificação Humana por meio das papilas dérmicas” (ARAÚJO e PASQUALI, 2006). Entretanto, por razões técnicas, deve-se utilizar o termo “cristas de fricção” para nos referir às cristas da superfície da pele.

• A Antropologia Forense consiste em uma ciência ampla que abriga a grande maioria dos métodos de identificação humana, sempre que a análise envolver características físicas dos seres humanos para fins civis ou criminais (BERTINO, 2009).

Exercícios

Exercícios

1. Utilizar uma metodologia científica para chegar a uma determinada conclusão é cercar 1. Utilizar uma metodologia científica para chegar a uma determinada conclusão é cercar-se de-se de cuidados técnicos, o que é desejável para o especialista em Identificação Humana. Nesse contexto, cuidados técnicos, o que é desejável para o especialista em Identificação Humana. Nesse contexto, assinale a alternativa incorreta:

assinale a alternativa incorreta:

a. Uma determinada metodologia científica poderá ser questionada e até cair em descrédito, caso sejam reconhecidas falhas em sua aplicação.

b. A metodologia dita científica se baseia na observação sistemática e controlada, resultando de experiências ou pesquisa de campo, cujas conclusões são baseadas no emprego da lógica.

c. No emprego de metodologias científicas para a identificação humana, é necessário que o material analisado tenha uma quantidade de características singulares suficientes e, ainda, que haja material padrão para ser comparado.

d. Na verdade, o emprego da metodologia científica é apenas uma formalidade na prática da perícia, podendo ser dispensada no processo de identificação humana.

2. Com relação aos

2. Com relação aos métodos de identificação de criminosos, pode-se afirmar que:métodos de identificação de criminosos, pode-se afirmar que:

a. Os prejuízos e constrangimentos causados por uso de ferretes e mutilações aos indivíduos que cometiam crimes é socialmente aceitável, não havendo que se falar em violação à dignidade da pessoa humana.

b. As fichas criminais de Alphonse Bertillon traziam informações como medidas de diferentes partes do corpo, impressões digitais, fotografia da face, radiografias dos ossos e sequenciamento de DNA.

c. O método antropométrico de Bertillon consagrou-se internacionalmente tendo sido considerado, em 1885, um método científico de Identificação Humana.

d. O desenvolvimento científico proporcionou que a análise do DNA de criminosos substituísse a análise de impressões digitais, pois além de ser um método mais prático e barato, é menos invasivo.

3. Sobre a Papiloscopia pode-se dizer que: 3. Sobre a Papiloscopia pode-se dizer que:

a. Divide-se em datiloscopia (impressões digitais), quiroscopia (impressões palmares), podoscopia (impressões plantares) e poroscopia (análise de poros).

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b. Apesar de sua grande eficiência, a Papiloscopia não substituiu o método antropométrico nas identificações de criminosos.

c. O princípio da perenidade consiste no fato de que as impressões papilares não se alteram ao longo da vida do indivíduo.

d. Impressões digitais não podem ser classificadas, mas podem ser utilizadas para apontar indivíduos envolvidos em um determinado crime.

4. Os destroços de

4. Os destroços de um pequeno avião de ativistas brasileiros foram um pequeno avião de ativistas brasileiros foram encontrados em uma regiãoencontrados em uma região de mata fechada no estado do

de mata fechada no estado do Mato Grosso, após três meses do Mato Grosso, após três meses do desastre aéreo. Sobre a identificação dosdesastre aéreo. Sobre a identificação dos cadáveres em estágios avançados de decomposição, pode-se dizer

cadáveres em estágios avançados de decomposição, pode-se dizer que:que:

a. A análise dos elementos faciais seria particularmente relevante para a identificação segura dos corpos nesse caso, pois poderiam ser comparadas as fotografias das faces dos cadáveres com as dos documentos de identidade.

b. Métodos da antropologia forense, como o exame da arcada dentária e do esqueleto humano seriam relevantes nesse caso.

c. A análise de DNA seria irrelevante, pois poderia não haver sangue ou sêmen no local de queda do avião.

d. A análise das impressões digitais dos cadáveres seriam útil para auxiliar nas identificações, em quaisquer circunstâncias.

(27)

Gabarito

Gabarito

1. Resposta correta: Letra D 2. Resposta correta: Letra C 3. Resposta correta: Letra A 4. Resposta correta: Letra B

(28)

Apresentação do módulo

Apresentação do módulo

Neste módulo você conhecerá osprincipais sistemas biométricosprincipais sistemas biométricos e a suaaplicação e importânciaaplicação e importância

para a Identificação Humana.

Objetivo do módulo

Objetivo do módulo

Ao final do estudo deste módulo, você será capaz de:

• Definir o que é biometria e conhecer a sua srcem;

• Identificar os tipos de características utilizadas por Sistemas Biométricos; • Citar alguns tipos de biometrias existentes;

• Compreender como funciona um Sistema Biométrico; •

Enumerar os Sistemas Biométricos mais utilizados no mundo;

• Conhecer aspectos técnicos e circunstâncias que tornam biometrias atraentes e aplicáveis;

Estrutura do Módulo

Estrutura do Módulo

Este módulo é composto pelas seguintes aulas:

• Aula 1Aula 1– Introdução aos Sistemas Biométricos • Aula 2Aula 2– O Funcionamento de um Sistema Biométrico • Aula 3Aula 3– AFIS: Sistema Automatizado de Impressões Digitais • Aula 4Aula 4– Métodos integrados de biometria

MÓDULO

MÓDULO

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Aula 1

Aula 1

Introdução aos Sistemas Biométricos

Introdução aos Sistemas Biométricos

1.1 Definição

1.1 Definição

O registro deimpressões digitaisimpressões digitaispara a emissão da carteira de identidade, acaptação do padrãocaptação do padrão das veias

das veiasdas mãos para segurança em transações monetárias, afotografiafotografia e registro da imagem da face para acesso em determinadas empresas ou órgãos, osregistros da vozregistros da voznos sistemas de segurança domiciliar e as imagem da íris

imagem da írispara desbloquear um dispositivo de acesso remoto são alguns diferentes exemplos do que conhecemos como o processo de “autenticação biométricaautenticação biométrica”.

Pode-se definir os Sistemas Biométricos como:

Os métodos automatizados para verificação ou reconhecimento da identidade de uma pessoa Os métodos automatizados para verificação ou reconhecimento da identidade de uma pessoa viva baseado numa característica física ou comportamental (WAYMAN et al., 2005).

viva baseado numa característica física ou comportamental (WAYMAN et al., 2005).

O termo “automatizadoautomatizado”diferencia o campo da biometria do amplo campo da ciência dediferencia o campo da biometria do amplo campo da ciência de identificação humana.

identificação humana.A autenticação biométrica érealizada por computadoresrealizada por computadorese não se confunde com as técnicas periciais realizadas na análise de vestígios colhidos nos locais de crime, como aanálise de impressõesanálise de impressões digitais

digitais latentes (provenientes de cenas de crime),DNA, cabelo,DNA, cabelo, além das análises cadavéricas. A definição de Biometria está relacionada ao ramo da biologia que lida com dados estatísticos e análises quantitativas aplicadas, a partir do uso de computadores, para fins de individualização humana (UNAR et al., 2014).

As biometrias se concentram em reconhecer as pessoas comoindivíduos, pois as características físicasindivíduos ou comportamentais utilizadaspodem variarpodem variarde maneira bastante ampla em uma população. É importante salientar que osSistemas Biométricos não são capazes de determinar uma identidade verdadeiraSistemas Biométricos não são capazes de determinar uma identidade verdadeira, sendo capazes apenas de relacionar uma pessoa a um determinado padrão biométrico fornecido e a dados armazenados no sistema, no momento da captura dos atributos em análise. Aoperação do sistema por umoperação do sistema por um especialista, ou perito na área, é de suma importância,

especialista, ou perito na área, é de suma importância, pois é a sua interação com a máquina que trará resultados robustos para a identificação (WAYMAN et al., 2005).

1.2 A srcem dos

1.2 A srcem dos Sistemas BiométricosSistemas Biométricos

Com o desenvolvimento dos primeiros computadores, no início da década de 60, logo se desenvolveu um ramo de pesquisas voltadas para aaplicação da nova tecnologia na aplicação da nova tecnologia na identificação humana.identificação humana. Os sistemas parareconhecimento de voz e de impressões digitaisreconhecimento de voz e de impressões digitais foram os primeiros a serem explorados (WAYMAN, 2007).

O potencial de aplicação da tecnologia foi explorado parasegurança nos controles de acessos esegurança nos controles de acessos e transações bancárias

transações bancárias, ainda na década de 60. Testes em larga escala, envolvendo bancos de dados cada vez maiores, fomentaram o interesse governamental em tais tecnologias na década de 70.

Asanálises da retina, das assinaturas e de elementos da faceanálises da retina, das assinaturas e de elementos da face surgiram na década de 80. Porém, apenas na década de 90 é que surgiram os sistemas para reconhecimento da íris– atualmente utilizados inclusive em países comoÍndia, México e Indonésia.Índia, México e Indonésia.

Referências

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 Para essa teoria, defendida por Hans-Heinrich Jescheck, somente haverá crime se a conduta do agente for socialmente inadequada. Para ele, o Direito Penal só deve cuidar

O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento

Crime de Mão Própria ou de Conduta Infungível → o tipo penal exige qualidade ou condição especial do agente, pessoa capaz de praticar a infração penal ( a execução