• Nenhum resultado encontrado

Superior Tribunal de Justiça

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Superior Tribunal de Justiça"

Copied!
12
0
0

Texto

(1)

Superior Tribunal de Justiça

AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 814.054 - ES (2015/0294333-3)

RELATORA

: MINISTRA MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA

AGRAVANTE

: PATRICK ROSENDO DA SILVA

ADVOGADO

: DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

AGRAVADO

: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

EMENTA

PENAL E PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO

EM RECURSO ESPECIAL. NEGATIVA DE VIGÊNCIA AO ART. 617

DO CPP. (I) - AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS

211/STJ,

282/STF

E

356/STF.

(II)

-

RAZÕES

RECURSAIS

DISSOCIADAS DO ACÓRDÃO RECORRIDO. FUNDAMENTAÇÃO

DEFICIENTE. SÚMULA 284/STF. AFRONTA AOS ARTS. 59 E 68,

AMBOS DO CP, E 381, III, DO CPP. DOSIMETRIA. PENA-BASE

ACIMA DO MÍNIMO LEGAL. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS

DESFAVORÁVEIS. INEXISTÊNCIA DE ILEGALIDADE. REEXAME

FÁTICO E PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 07/STJ.

VILIPÊNDIO

AO

ART.

5º,

XLVI,

DA

CF.

MATÉRIA

CONSTITUCIONAL. NÃO CABIMENTO. AGRAVO REGIMENTAL A

QUE SE NEGA PROVIMENTO.

1. É assente na Corte o entendimento no sentido de que é condição sine qua

non ao conhecimento do especial que tenham sido ventilados, no contexto

do acórdão objurgado, as normas jurídicas indicadas como malferidas na

formulação

recursal,

emitindo-se,

sobre

elas,

juízo

de

valor,

interpretando-se-lhes o sentido e a compreensão. Incidência dos enunciados

211/STJ, 282/STF, e 356/STF.

2. Estando a fundamentação do acórdão recorrido dissociada das razões

recursais a ele relacionadas, resta impossibilitada a compreensão da

controvérsia arguida nos autos, ante a deficiência na fundamentação

recursal. Incidência do enunciado nº 284 da Súmula do Supremo Tribunal

Federal.

3. É assente que cabe ao aplicador da lei, em instância ordinária, fazer um

cotejo fático probatório a fim de analisar a adequada pena-base a ser

aplicada ao réu, porquanto é vedado, na via eleita, o reexame de provas,

conforme disciplina o enunciado 7 da Súmula desta Corte.

4. A análise de matéria constitucional não é de competência desta Corte,

mas sim do Supremo Tribunal Federal, por expressa determinação da

Constituição Federal. 5. Agravo regimental a que

5. Agravo regimental a que se nega provimento.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas,

acordam os Ministros da SEXTA Turma do Superior Tribunal de Justiça: A Sexta Turma,

por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Sra.

Ministra Relatora. Os Srs. Ministros Sebastião Reis Júnior, Rogerio Schietti Cruz, Nefi

Cordeiro e Ericson Maranho (Desembargador convocado do TJ/SP) votaram com a Sra.

(2)

Superior Tribunal de Justiça

Ministra Relatora.

Brasília, 17 de dezembro de 2015(Data do Julgamento)

Ministra Maria Thereza de Assis Moura

Relatora

(3)

Superior Tribunal de Justiça

AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 814.054 - ES (2015/0294333-3)

RELATORA

: MINISTRA MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA

AGRAVANTE

: PATRICK ROSENDO DA SILVA

ADVOGADO

: DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

AGRAVADO

: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

RELATÓRIO

MINISTRA MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA (Relatora):

Trata-se de agravo regimental interposto por PATRICK ROSENDO DA

SILVA, contra decisão monocrática, de minha lavra, que negou provimento ao agravo em

recurso especial. Confira-se a ementa do julgado:

PENAL E PROCESSO PENAL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. NEGATIVA DE VIGÊNCIA AO ART. 617 DO CPP. (I) - AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 211/STJ, 282/STF E 356/STF. (II) - RAZÕES RECURSAIS DISSOCIADAS DO ACÓRDÃO RECORRIDO. FUNDAMENTAÇÃO DEFICIENTE. SÚMULA 284/STF. AFRONTA AOS ARTS. 59 E 68, AMBOS DO CP, E 381, III, DO CPP. DOSIMETRIA. PENA-BASE ACIMA DO MÍNIMO LEGAL. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DESFAVORÁVEIS. INEXISTÊNCIA DE ILEGALIDADE. REEXAME FÁTICO E PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 07/STJ. VILIPÊNDIO AO ART. 5º, XLVI, DA CF. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. NÃO CABIMENTO. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. (fls. 411/418)

Sustenta o agravante, às fls. 427/434, que não haveria falar em ausência de

prequestionamento, tendo em vista que, no seu entender, "a situação aqui julgada

dispensaria o prequestionamento", porquanto a violação teria se dado perante o próprio

Tribunal de origem.

Além do mais, assenta que se "constata da leitura do recurso especial um

satisfatório enfrentamento da questão de direito provocada", razão pela qual, ao seu ver,

"não há se falar em deficiência na fundamentação a ponto de não permitir a exata

compreensão da controvérsia e, com isso, em aplicação da Súmula 284 do STF".

Lado outro, quanto à incidência do enunciado 7 da Súmula deste Tribunal,

assevera que "não se trata de tentativa de revolver prova, mas sim de clara impugnação a

quaestio juris", sendo passível de análise em sede de recurso especial a matéria

questionada.

Por fim, aduz que "o especial não apontou uma violação direta ao texto

constitucional, mas sim indireta e reflexa, apenas fortalecendo a linha argumentativa",

sendo que, "tanto é verdade que não foi interposto qualquer apelo extremo pela Defensoria

(4)

Superior Tribunal de Justiça

Pública".

(5)

Superior Tribunal de Justiça

AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 814.054 - ES (2015/0294333-3)

EMENTA

PENAL E PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO

EM RECURSO ESPECIAL. NEGATIVA DE VIGÊNCIA AO ART. 617

DO CPP. (I) - AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS

211/STJ,

282/STF

E

356/STF.

(II)

-

RAZÕES

RECURSAIS

DISSOCIADAS DO ACÓRDÃO RECORRIDO. FUNDAMENTAÇÃO

DEFICIENTE. SÚMULA 284/STF. AFRONTA AOS ARTS. 59 E 68,

AMBOS DO CP, E 381, III, DO CPP. DOSIMETRIA. PENA-BASE

ACIMA DO MÍNIMO LEGAL. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS

DESFAVORÁVEIS. INEXISTÊNCIA DE ILEGALIDADE. REEXAME

FÁTICO E PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 07/STJ.

VILIPÊNDIO

AO

ART.

5º,

XLVI,

DA

CF.

MATÉRIA

CONSTITUCIONAL. NÃO CABIMENTO. AGRAVO REGIMENTAL A

QUE SE NEGA PROVIMENTO.

1. É assente na Corte o entendimento no sentido de que é condição sine qua

non ao conhecimento do especial que tenham sido ventilados, no contexto

do acórdão objurgado, as normas jurídicas indicadas como malferidas na

formulação

recursal,

emitindo-se,

sobre

elas,

juízo

de

valor,

interpretando-se-lhes o sentido e a compreensão. Incidência dos enunciados

211/STJ, 282/STF, e 356/STF.

2. Estando a fundamentação do acórdão recorrido dissociada das razões

recursais a ele relacionadas, resta impossibilitada a compreensão da

controvérsia arguida nos autos, ante a deficiência na fundamentação

recursal. Incidência do enunciado nº 284 da Súmula do Supremo Tribunal

Federal.

3. É assente que cabe ao aplicador da lei, em instância ordinária, fazer um

cotejo fático probatório a fim de analisar a adequada pena-base a ser

aplicada ao réu, porquanto é vedado, na via eleita, o reexame de provas,

conforme disciplina o enunciado 7 da Súmula desta Corte.

4. A análise de matéria constitucional não é de competência desta Corte,

mas sim do Supremo Tribunal Federal, por expressa determinação da

Constituição Federal. 5. Agravo regimental a que

5. Agravo regimental a que se nega provimento.

VOTO

MINISTRA MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA (Relatora):

A insurgência não merece prosperar.

Com efeito, nos termos do explanado na decisão agravada, no que tange à

alegada afronta ao artigo 617 do Código de Processo Penal, ora tido por violado,

constata-se que este dispositivo legal não teve seu conteúdo normativo apreciado pelo

Tribunal de origem, não podendo, portanto, ser apreciada por esta Corte Superior a

(6)

Superior Tribunal de Justiça

mencionada contrariedade.

Assim, tem-se que perquirir nessa via estreita sobre violação da referida

norma, sem que se tenha explicitado a tese jurídica de que ora se controverte, seria frustrar

a exigência constitucional do prequestionamento, pressuposto inafastável que objetiva

evitar a supressão de instância.

Ao ensejo, confira-se o teor do enunciado 282 da Súmula do STF: "É

inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada, na decisão recorrida, a

questão federal suscitada". No mesmo sentido, os enunciados 211 da Súmula do STJ e 356

da Súmula do STF.

É assente na Corte o entendimento no sentido de que é condição sine qua

non ao conhecimento do especial que tenham sido ventilados, no contexto do acórdão

objurgado, os dispositivos legais indicados como malferidos na formulação recursal,

emitindo-se, sobre cada um deles, juízo de valor, interpretando-se-lhes o sentido e a

compreensão.

Mesmo se tratando de nulidades absolutas e condições da ação, é

imprescindível o prequestionamento, pois este é exigência indispensável ao conhecimento

do recurso especial, fora do qual não se pode reconhecer sequer matéria de ordem pública,

passível de conhecimento de ofício nas instâncias ordinárias. Confiram-se, nesse sentido,

os precedentes da Corte:

"PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA. PREQUESTIONAMENTO. NECESSIDADE. SEQUESTRO DE BENS DE TESTEMUNHA. MANDADO DE SEGURANÇA. CABIMENTO. AGRAVO IMPROVIDO. 1. Consoante entendimento do Superior Tribunal de Justiça, 'mesmo que se trate de questão de ordem pública, é imprescindível que a matéria tenha sido decidida no v. acórdão impugnado, para que se configure o prequestionamento' (REsp 1.020.855/RS, Rel. Min. FELIX FISCHER, DJ 2/2/09). 2. (...)". (AgRg no REsp 932.367/MG, Rel. Min. ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, DJe 13/10/2009).

"PENAL E PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. INÉPCIA DA DENÚNCIA. INOCORRÊNCIA. DOSIMETRIA DA PENA. I - A matéria debatida no apelo raro deve ter sido objeto de discussão no acórdão atacado. Inocorrente esta circunstância, desmerece ser conhecida a súplica por faltar-lhe o requisito do prequestionamento. Ademais, surgindo a questão somente no julgamento do apelo, é indispensável que a parte utilize os embargos de declaração para que o Tribunal, então, sobre ela se manifeste (Precedentes). II – (...)". (AgRg no Ag 1122322/SC, Rel. Min. FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, DJe 16/11/2009).

"PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. PRISÃO EM FLAGRANTE. DEPÓSITO E GUARDA DE 26,5 GRAMAS DE COCAÍNA E DE 42,7 GRAMAS DE MACONHA.

(7)

Superior Tribunal de Justiça

ARTIGO 12 DA LEI Nº 6.368/76. NEGATIVA DE AUTORIA. MATÉRIA PROBATÓRIA. SÚMULA 7/STJ. VIOLAÇÃO À LEI FEDERAL NÃO PREQUESTIONADA. SUMULAS 282 E 356/STF. 1. A absolvição do réu demandaria o revolvimento de matéria fático probatória, a atrair a Súmula 7/STJ. 2. Ante a ausência de prequestionamento da matéria federal tida por violada pelo acórdão recorrido, inafastável a incidência das Súmulas 282 e 356/STF. 3. Agravo regimental a que se nega provimento". (AgRg no Ag 1019194/RJ, Rel. Min. OG FERNANDES, SEXTA TURMA, DJe 22/06/2009).

Ademais, ainda no que toca ao apontado malferimento ao artigo 617 do

Código de Processo Penal, assim como constante na decisão objurgada, verifica-se que o

artigo tido como afrontado trata da proibição de agravar a pena do condenado quando

somente a defesa houver recorrido.

Entretanto, no caso presente a pena do réu não foi agravada pelo Tribunal,

tendo sido mantida no mesmo patamar fixado em primeiro grau de jurisdição.

Assim, observa-se que o dispositivo de lei indicado como violado possui

comando legal dissociado das razões recursais a ele relacionadas, o que impossibilita a

compreensão da controvérsia arguida nos autos, ante a deficiência na fundamentação

recursal. Dessarte, incide, in casu, o enunciado 284 da Súmula do STF, verbis : "é

inadmissível o recurso extraordinário, quando a deficiência na sua fundamentação não

permitir a exata compreensão da controvérsia". Nesse sentido:

"PROCESSO CIVIL - RECURSO ESPECIAL - EMBARGOS À EXECUÇÃO DE TÍTULO JUDICIAL - AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO - SÚMULA 356/STF - FUNDAMENTAÇÃO DEFICIENTE - APLICAÇÃO DA SÚMULA 284/STF - OFENSA AO ART. 150 DA CARTA MAGNA - MATÉRIA AFETA AO STF - IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE - MATÉRIA QUE TRANSBORDA AOS LIMITES DA LIDE. 1 - (...). 2 - Não havendo sido particularizada a violação quanto ao art. 741, do Estatuto Processual Civil, ou seja, qual dos seus incisos, não se conhece do recurso especial, neste aspecto, porquanto deficiente a fundamentação. 3 - (...). 4 - (...). 5 - Recurso conhecido, nos termos acima expostos, porém, desprovido". (REsp 567.085/PR, Rel. Min. JORGE SCARTEZZINI, QUINTA TURMA, DJ 02/08/2004).

"PENAL E PROCESSO PENAL. POLICIAL MILITAR. RECURSO ESPECIAL. ALEGAÇÃO GENÉRICA DE VIOLAÇÃO A DISPOSITIVOS DO CPP. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO ESPECÍFICA. SÚMULA 284/STF. DISSENSO PRETORIANO. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO. AGRAVANTE DO ART. 70, II, "G" DO CP MILITAR. INCIDÊNCIA. REEXAME DE PROVAS. SUMULA N. 07/STJ. 1 - Considera-se deficiente a fundamentação do recurso especial, nos termos da Súmula 284 do STF, que se limita a fazer alegação genérica de violação à lei, sem indicar, precisamente, quais os dispositivos legais malferidos pelo acórdão impugnado. 2 - (...). 3 - (...). 4 - (...). 5 - (...) 6 - Recurso especial não conhecido". (REsp 284.080/MS, Rel. Ministro

(8)

Superior Tribunal de Justiça

VICENTE LEAL, SEXTA TURMA, DJ 05/08/2002).

"AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. PENAL. FUNDAMENTAÇÃO DEFICIENTE. SÚMULA 284 DO STF. AUSÊNCIA DE COTEJO ANALÍTICO. AGRAVO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. 1. Agravante deve apontar precisamente o dispositivo de lei tido como violado e expor os motivos jurídicos para tanto. A não realização deste ônus importa em deficiência de fundamentação da insurgência especial, impossibilitando a sua cognição. Incidência do Enunciado 284 da Súmula do Supremo Tribunal Federal. (...). 3. Agravo regimental não provido". (AgRg no Ag 678.168/MA, Rel. Min. HÉLIO QUAGLIA BARBOSA, SEXTA TURMA, DJ 26/6/2006).

"AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. INTERPOSIÇÃO PELA ALÍNEA "C". AUSÊNCIA DE COTEJO ANALÍTICO. DEFICIÊNCIA NA FUNDAMENTAÇÃO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 284/STF. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. (...). II - Há deficiência na fundamentação expendida nas razões recursais, uma vez que o recorrente não indicou, de forma inequívoca, os motivos pelos quais considerou malferido o dispositivo de lei indicado. Diante disso, observa-se que o recurso encontrou óbice no enunciado 284 da Súmula do c. STF. Agravo regimental desprovido". (AgRg no REsp 838.401/DF, Rel. Min. FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, DJ 25/9/2006).

Lado outro, nos moldes do ressaltado no decisum recorrido, quanto à

alegada violação aos artigos 59 e 68, ambos do Código Penal e 381, inciso III, do Código

de Processo Penal, da atenta leitura do acórdão ora combatido, verifica-se a inexistência

de ilegalidade manifesta na fixação da pena-base, não prosperando a alegação de que

sua majoração além do mínimo legal restou fixada sem a adequada fundamentação.

Além disso, em estando efetivamente fundamentada a decisão, não pode

esta Corte Superior proceder à alteração da dosimetria, seja para majorá-la, seja para

reduzi-la, sem revolver o acervo fático-probatório dos autos.

É assente que cabe ao aplicador da lei, em instância ordinária, fazer um

cotejo fático e probatório a fim de analisar a adequada pena-base a ser aplicada ao réu.

Nesse contexto, verifica-se não possuir esta senda eleita espaço para a análise da matéria

suscitada pelo recorrente, cuja missão pacificadora restara exaurida pela instância

ordinária.

De fato, para se chegar a conclusão diversa da que chegou o Tribunal de

origem, seria inevitável o revolvimento do arcabouço carreado aos autos, procedimento

sabidamente inviável na instância especial. Não se mostra plausível nova análise do

contexto probatório por parte desta Corte Superior, a qual não pode ser considerada uma

terceira instância recursal.

No mais, referida vedação encontra respaldo no enunciado nº 7 da Súmula

desta Corte, verbis : "A pretensão de simples reexame de prova não enseja Recurso

Especial". Confiram-se, nesse sentido, os precedentes da Corte:

(9)

Superior Tribunal de Justiça

"AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. FALSIDADE IDEOLÓGICA. EXASPERAÇÃO DA PENA-BASE DEVIDAMENTE JUSTIFICADA. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DESFAVORÁVEIS (CULPABILIDADE, CONDUTA SOCIAL, PERSONALIDADE DO AGENTE E CONSEQÜÊNCIAS DO CRIME). ALEGAÇÃO DE INVERDADE DOS MOTIVOS APRESENTADOS PELO MAGISTRADO PARA EFETUAR O AUMENTO DA PENA-BASE. DISCUSSÃO QUE IMPORTA REEXAME DOS FATOS E PROVAS DA CAUSA. APLICAÇÃO DA SÚMULA 7/STJ. NULIDADES RELATIVAS. PREJUÍZO NÃO CONFIGURADO. DISSÍDIO NÃO COMPROVADO. AGRAVO DESPROVIDO. 1. (...). 2. O acolhimento das alegações deduzidas no Apelo Nobre, quanto à veracidade dos motivos apresentados pelo Magistrado para justificar o aumento da pena-base, ensejaria, inevitavelmente, a incursão no acervo fático-probatório da causa, o que encontra óbice na Súmula 7 do STJ, segundo a qual a pretensão de simples reexame de prova não enseja Recurso Especial. 3. (...). 4. (...). 5. (...). 6. Agravo Regimental desprovido". (AgRg no Ag 1141127/RJ, Rel. Min. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, QUINTA TURMA, DJe 30/11/2009).

"PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO ESPECIAL. REEXAME DE PROVA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. DEFICIÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA 284 DO STF. A pretensão de reformar a dosimetria da pena, exacerbada em face de circunstâncias judiciais afirmadas desfavoráveis, implica, necessariamente, o reexame do conjunto fático-probatório, o que não se coaduna com a via eleita, consoante a Súmula n.º 7 do STJ. (...). Agravo regimental a que se nega provimento". (AgRg no Ag 818.093/RJ, Rel. MIN. CARLOS FERNANDO MATHIAS (JUIZ CONVOCADO DO TRF 1ª REGIÃO), SEXTA TURMA, DJ 17/09/2007).

"AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL PENAL. FALSIDADE IDEOLÓGICA. VIOLAÇÃO AO ART. 59 E 68 DO CÓDIGO PENAL. DOSIMETRIA DA PENA. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA N.º 7 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. SUBSTITUIÇÃO DE PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE PELAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE E PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA. PENA DE MULTA. CUMULAÇÃO. LEGALIDADE. PRECEDENTES. DECISÃO MANTIDA PELOS SEUS FUNDAMENTOS. 1. (...). 2. A instância ordinária, soberana em matéria de prova, examinando as circunstâncias judiciais do caso concreto, considerou desfavoráveis a culpabilidade do réu e as conseqüências do crime, razão pela qual, fundamentadamente, fixou a pena-base um pouco acima do mínimo legal. 3. Em sendo assim, não cabe a esta Egrégia Corte o reexame da individualização da pena, haja vista a necessidade de análise acurada dos elementos dos autos em confronto com as diretrizes dos dispositivos legais mencionados. Incidência da Súmula n.º 07 do Superior Tribunal de Justiça. 4. (...). Precedentes desta Corte. 5. Agravo regimental desprovido". (AgRg no Ag 716.894/PR, Rel. Min. LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, DJ 30/10/2006).

(10)

Superior Tribunal de Justiça

"AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. REEXAME FÁTICO. SÚMULA 7 DO STJ. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 282 E 356 DO STF. AGRAVO REGIMENTAL CONHECIDO MAS IMPROVIDO. 1. Analisar novamente as circunstâncias judiciais do art 59 do Código Penal e também a violação do art. 180 do CP, implicaria em reexame de provas, ferindo, assim, o enunciado da Súmula nº 07. 2. (...). 3. Agravo regimental conhecido mas improvido". (AgRg no Ag 513.706/RJ, Rel. Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA, SEXTA TURMA, DJ 05/09/2005).

"PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO ESPECIAL. OMISSÃO. NULIDADE. INEXISTÊNCIA. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. REEXAME DE PROVA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO CONFIGURADO. (...). A pretensão de reformar a dosimetria da pena, exacerbada em face de circunstâncias judiciais afirmadas desfavoráveis, implica, necessariamente, o reexame do conjunto fático-probatório, o que não se coaduna com a via eleita, consoante a Súmula n.º 7 do STJ. (...). Agravo regimental a que se nega provimento". (AgRg no Ag 518.123/GO, Rel. Min. PAULO MEDINA, SEXTA TURMA, DJ 06/12/2004).

"RECURSO ESPECIAL. DIREITO PENAL. HOMICÍDIO CULPOSO. SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO. MATÉRIA JÁ DECIDIDA, COM TRÂNSITO EM JULGADO. PENA-BASE. CIRCUNSTÂNCIA JUDICIAL. REEXAME. APLICAÇÃO DE PENA RESTRITIVA DE DIREITO. SÚMULA Nº 7 DO RISTJ. NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO. 1. (...). 2. As pretensões de reforma da pena-base e de imposição substitutiva de pena restritiva de direito substanciam questões próprias do mérito da causa e requisitam, para o seu deslinde, exame de prova, estranho ao âmbito de cabimento do recurso especial. 3. 'A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial.' (Súmula do STJ, Enunciado nº 7). 4. Recurso especial não conhecido". (REsp 302.636/RJ, Rel. Min. VICENTE LEAL, Rel. p/ Acórdão Min. HAMILTON CARVALHIDO, SEXTA TURMA, , DJ 19/12/2003).

Por fim, nos termos do consignado na decisão agravada, no que se refere à

sustentada contrariedade ao artigo 5º, XLVI, da Constituição Federal, tem-se que não é o

recurso especial a sede própria para o desate da controvérsia, porquanto a análise de

matéria constitucional não é de competência desta Corte, mas sim do Supremo Tribunal

Federal, por expressa determinação constitucional. Confiram-se os precedentes:

"DIREITO PENAL, PROCESSUAL PENAL E CONSTITUCIONAL. VIOLAÇÃO A DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS. ANÁLISE. IMPOSSIBILIDADE. ARTS. 41 E 386, III, DO CPP. PREQUESTIONAMENTO. INEXISTÊNCIA. SÚMULA Nº 282/STF. PERDA DO CARGO PÚBLICO. EFEITO ESPECÍFICO DA CONDENAÇÃO. FUNDAMENTAÇÃO. NECESSIDADE. 1. Não é possível a esta Corte a análise de ofensa a dispositivo constitucional, ainda

(11)

Superior Tribunal de Justiça

que para fins de prequestionamento, sob pena de usurpação da competência do Pretório Excelso. 2. (...). 3. (...). 4. Recurso especial conhecido em parte e, nessa extensão, provido. (REsp 1111847/TO, Rel. Min. HONILDO AMARAL DE MELLO CASTRO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/AP), QUINTA TURMA, DJe 18/10/2010).

"EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. VÍCIOS INEXISTENTES. PREQUESTIONAMENTO. AGRAVO REGIMENTAL. PAUTA. DESNECESSIDADE. RECURSO ESPECIAL. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. NÃO CABIMENTO. 1. (...). 2. (...). 3. A violação de dispositivos constitucionais, ainda que para fins de prequestionamento, não pode ser apreciada em sede de recurso especial. 4. Embargos de declaração rejeitados." (EDcl no AgRg no Ag 1041767/PR, Rel. Min. PAULO GALLOTTI, SEXTA TURMA, DJe 20/10/2008).

"PROCESSUAL PENAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. PRETENSÃO DE SE REDISCUTIR A LIDE. ALEGAÇÃO DE CONTRARIEDADE A TEXTO CONSTITUCIONAL. NÃO-CABIMENTO. REJEIÇÃO. 1. (...). 2. Ao Superior Tribunal de Justiça, em recurso especial e, por decorrência lógica, em embargos de divergência, não compete a análise de contrariedade ao texto constitucional. 3. Embargos de declaração rejeitados." (EDcl no AgRg nos EAg 723.222/SP, Rel. Min. ARNALDO ESTEVES LIMA, TERCEIRA SEÇÃO, Dje 17/10/2008).

Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental.

É como voto.

(12)

Superior Tribunal de Justiça

CERTIDÃO DE JULGAMENTO

SEXTA TURMA

AgRg no

Número Registro: 2015/0294333-3 AREsp 814.054 / ES MATÉRIA CRIMINAL Números Origem: 00281824420128080012 012120251256 012120251256201501456264 12120251256

12120251256201501456264 281824420128080012

EM MESA JULGADO: 17/12/2015

Relatora

Exma. Sra. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA Presidente da Sessão

Exmo. Sr. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ Subprocurador-Geral da República

Exmo. Sr. Dr. JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO Secretário

Bel. ELISEU AUGUSTO NUNES DE SANTANA

AUTUAÇÃO

AGRAVANTE : PATRICK ROSENDO DA SILVA

ADVOGADO : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

CORRÉU : UBIRAJARA RODRIGUES SALLES

ASSUNTO: DIREITO PENAL - Crimes contra o Patrimônio - Roubo Majorado AGRAVO REGIMENTAL

AGRAVANTE : PATRICK ROSENDO DA SILVA

ADVOGADO : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

CERTIDÃO

Certifico que a egrégia SEXTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:

A Sexta Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora.

Os Srs. Ministros Sebastião Reis Júnior, Rogerio Schietti Cruz, Nefi Cordeiro e Ericson Maranho (Desembargador convocado do TJ/SP) votaram com a Sra. Ministra Relatora.

Referências

Documentos relacionados

Como apresentado neste trabalho, gestos são formas naturais de comunicação entre pessoas e tais artifícios estão sendo cada vez mais considerados para comandar a

Esta fase será disputada pelas equi- pes que terminarem no primeiro lugar da Fase de Grupos da CONMEBOL Sudamericana 2021 e as equipes que terminarem no terceiro lugar de cada

Percebeu-se que suprida a necessidade de organização dos pequenos e médios produtores rurais, inclusive assentados (em torno de 1500 famílias na região), poderá

Conclui-se, essencialmente, que o caminho para a efetividade da demanda coletiva passa pela execução coletiva e pela tutela mandamental, que precisam ser melhor

Hanauer (2011) complementa este pensamento, ao afirmar que o desenho, visto como instrumento de linguagem, é uma forma de comunicação significativa, utilizada ao

Ayrton Vidolin Marques Júnior, Mandar publi- car o presente EDITAL, com prazo de 30 dias, para dar conhecimento à terceiros certos e incertos, que se encontram em lugar incerto e

Ilha de duas secretárias com módulos de gavetas; dois armários com seis portas; duas cadeiras; dois telefones; computador; teclado; monitor, marca Samsung,

4.1 Em cada campus, a Comissão de Avaliação e Gestão de Ensino (CAGE) deverá definir edital complementar, contendo o cronograma específico do campus e demais