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DIETRICH, Mara Denise Neitzke¹ PERES, Eliane Teresinha 2

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Academic year: 2021

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DA REDE ESTADUAL DA 5ª CRE: AS CLASSES EXPERIMENTAIS DO PROJETO CIRCUITO CAMPEÃO DO INSTITUTO AYRTON SENNA SP

Autor(es): DIETRICH, Mara Denise Neitzke; PERES, Eliane Teresinha Apresentador: Mara Denise Neitzke Dietrich

Orientador: Eliane Teresinha Peres Revisor 1: Elomar Tambara Revisor 2: Gomercindo Ghiggi Instituição: FaE/UFPel

A IMPLANTAÇÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS EM ESCOLAS DA REDE ESTADUAL DA 5ª CRE: AS CLASSES EXPERIMENTAIS DO

PROJETO CIRCUITO CAMPEÃO DO INSTITUTO AYRTON SENNA SP DIETRICH, Mara Denise Neitzke¹

PERES, Eliane Teresinha2 1

Acadêmica do Curso de Pedagogia – FaE/UFPel Bolsista PIBIC-CNPq

maradietrich@gmail.com ²Profª. Drª. do PPGE da FaE/UFPel

etperes@ufpel.tche.br 1. INTRODUÇÃO

O presente estudo refere-se à implantação do Ensino Fundamental de nove anos e analisa o projeto piloto para a alfabetização de crianças de seis anos, promovido pela Secretaria Estadual de Educação (SEC), através do Instituto Ayrton Senna. É desenvolvido no âmbito do grupo de pesquisa HISALES – História da Alfabetização, Leitura, Escrita e dos Livros Escolares, da FaE/UFPel.

A Lei 11.274 de fevereiro de 2006 estabeleceu a ampliação o ensino fundamental para nove anos, concedendo prazo até 2010 para a sua implantação nos municípios e estados. Com base nestas alterações a Secretaria de Estado da Educação do Rio Grande do Sul – SEC/RS, como coordenadora de políticas no âmbito do Estado, e a União Nacional de Dirigentes Municipais de Educação – Seção Rio Grande do Sul – UNDIME/RS, em regime de colaboração, com apoio do Escritório Antena da UNESCO no Estado, propuseram implantar um projeto de alfabetização com as crianças de seis anos com o objetivo de realizar experiências piloto. Trata-se da experiência com três programas de intervenção pedagógica com foco na alfabetização, com vistas à construção do padrão de alfabetização a ser alcançado pelos alunos do primeiro ano do ensino fundamental de nove anos, mediante a definição da correspondente matriz de competência e habilidades cognitivas, (Projeto-Piloto para a Alfabetização de crianças com seis anos da SEC/RS, 2007), no período de fevereiro a dezembro de 2007. Com esse objetivo foram contratadas quatro instituições que desenvolvem trabalhos na alfabetização e

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na avaliação educacional, a saber: Instituto Ayrton Senna, com sede em São Paulo/SP, que desenvolve programa de gerenciamento da aprendizagem nos primeiros anos do ensino fundamental, denominado Circuito Campeão, que promove ações para fortalecer a gestão do ensino e da aprendizagem, procurando 95% de alfabetização no primeiro ano, mediante sistemática de acompanhamento e analise de resultados para a tomada de decisões. Esse foi o projeto adotado pela 5ª CRE – Pelotas/RS. Grupo de Estudos sobre Educação, Metodologia de Pesquisa e Ação – GEEMPA, com sede em Porto Alegre/RS, que desenvolve um programa de alfabetização com bases teóricas do pós-construtivismo (psicogênese da alfabetização – níveis pré-silábico, silábico e alfabético – e interação social nas aprendizagens). Instituo Alfa e Beto, com sede em Belo Horizonte/MG, que desenvolve o programa para a alfabetização de crianças de 6 e 7 anos, com base em método fônico que estabelece relações explicitas entre os fonemas e grafemas e utiliza materiais estruturados e com forte controle morfossintático. Fundação CESGRANRIO/RJ: responsável pelo cadastramento dos alunos; aplicação do teste de prontidão para a alfabetização; aplicação do teste da avaliação somativa; apresentação de resultados de desempenho e de movimentação escolar, (Projeto-Piloto da SEC/RS, 2007).

2. MATERIAL E MÉTODOS

A metodologia utilizada neste estudo, foram: três observações realizadas até o momento, na sala de aula de uma professora alfabetizadora envolvida no projeto; a análise dos documentos coletados na 5ª CRE, como por exemplo: fichas, relatórios, formulários, provas de língua português e matemática, entrevistas semi-estruturadas com uma coordenadora pedagógica, três professoras alfabetizadoras e com a professora responsável pelo Projeto de Alfabetização na 5º CRE. Além disso, também foram coletados relatos orais e escritos de treze coordenadoras pedagógicas de diversas instituições de ensino da rede estadual tanto de Pelotas, quanto de São Lourenço do Sul e Piratini no “Primeiro Encontro de Coordenadoras

Pedagógicas”, promovido em agosto pela 5ª CRE em parceria com o Instituto Ayrton

Senna para abordar, discutir e avaliar o andamento e os resultados obtidos no projeto no primeiro semestre nas respectivas instituições onde o projeto foi implantado.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O orçamento do Instituto Ayrton Senna para o Estado do RS para implantar o projeto Circuito Campeão é o equivalente a R$ 100,00 por aluno/ano, incluindo a capacitação, o material didático-pedagógico, a supervisão e as despesas de viagem e hospedagem dos membros da equipe técnica do Instituto. O projeto prevê a instalação de 200 turmas no Estado, multiplicado pela média de 25 alunos por turma ao custo de R$ 100,00, o total recebido pelo Instituto Ayrton Senna é de R$ 500.000,00. O custo total do Projeto-Piloto para Alfabetização de crianças de seis anos gira em torno de R$ 1.609.150,00 divididos entre: GEEMPA, ALFA e BETO, Instituto Ayrton Senna e Fundação CESGRANRIO, (Projeto-Piloto da SEC/RS, 2007). Na 5ª CRE, em adesão ao Projeto Circuito Campeão do Instituto Ayrton Senna foram realizados reuniões com diretores e professores das escolas selecionadas da rede estadual de Pelotas para apresentar o projeto e a proposta aprovada, para que então as escolas confirmassem sua adesão. Em meados de

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março e abril foram realizados, em Porto Alegre, cursos de capacitação para as professoras alfabetizadoras com os integrantes do Instituto Ayrton Senna, com carga horária de 40 horas/aula. Já as coordenadoras pedagógicas das escolas fizeram à capacitação na cidade de Pelotas em único dia. O projeto de alfabetização teve inicio com a aplicação de testes (provas de prontidão) para observar quais os conhecimentos e o nível em que cada aluno encontrava-se no inicio do ano letivo. Cada turma envolvida no projeto recebeu os seguintes materiais pedagógicos para serem utilizados em sala de aula: 20 livros de literatura infantil; 06 conjuntos de alfabeto móvel e 06 conjuntos numéricos em E.v.a. As professoras também receberam as “matrizes de habilidades cognitivas de Língua Portuguesa e de Matemática”, ou seja, os componentes curriculares, (Projeto-Piloto da SEC/RS, 2007), a serem desenvolvidas durante os quatro bimestres, divididas em eixos temáticos: Língua Portuguesa que abrange as práticas de leitura; as práticas de escrita e produção de texto; linguagem oral; Matemática abrange os números e as operações; espaço e forma; grandezas e medidas; o tratamento da informação, ou seja, a forma adequada encontrada pelo professor para fazer o registro das habilidades trabalhadas em sala de aula pelo aluno. O Instituto Ayrton Senna afirma que o trabalho do professor se desenvolva independentemente de qualquer concepção de educação, alfabetização, ou métodos de trabalho. As professoras devem preencher ainda fichas e relatórios de acompanhamento do desenvolvimento dos alunos com relação a vários aspectos como: a avaliação das aprendizagens; desenvolvimento de habilidades; materiais pedagógicos específicos; aprendizagem significativa; auto-estima; relação professor-aluno; apoio ao professor; ambiente da aprendizagem e a própria gestão das aprendizagens mediante observação, registro e análise acerca da: freqüência do aluno; lição de casa feita; quantidade de livros lidos por aluno/temas de maior interesse; situação em leitura, escrita e língua oral; que tipo de erro comete; como se relaciona com o professor e colegas; como cada aluno se encontra em relação à média da turma. Há o estabelecimento de uma rotina de aula que prevê o recebimento dos alunos na escola e na sala de aula, a correção da lição de casa, a formação de hábitos de leitura, o desenvolvimento da aula, a revisão do que os alunos aprenderam durante a aula e o encaminhamento da lição de casa. O objetivo do Circuito Campeão é o de assegurar a todas as crianças um tempo mais longo de convívio escolar com maiores oportunidades de aprendizagem. A aprendizagem, segundo o Instituto Ayrton Senna, não depende apenas do aumento do tempo de permanência na escola, mas também do emprego mais eficaz desse tempo, para que todos aprendam mais e de maneira mais prazerosa. Em função disso, o programa Circuito Campeão estabelece alguns indicadores e metas que devem ser atingidas durante o ano, conforme visto no quadro abaixo.

Quadro 1:

Indicadores Metas

Dias letivos/horas aula 220dias/800horas

Freqüência do professor 98%

Freqüência do aluno 98%

Reprovação por falta 2%

Índices de aprovação 95%

Correção de fluxo 5% de distorção idade/série

Alfabetização na 1ª série 95%

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Segundo dados disponibilizados pela 5ª CRE, o projeto piloto Circuito Campeão comporta o total de 751 envolvidos, bem como o total de vinte e quatro 24 escolas estaduais, quatro 04 escolas municipais, (01 em Herval; 01 em Piratini; 02 em Arroio Grande), totalizando 30 turmas estaduais e quatro 04 turmas municipais, como podemos visualizar no quadro abaixo:

Quadro 2:

Escolas Participantes Redes

Estado Município Escola Turma Escola Turma Arroio Grande 1 1 2 2

Herval - - 1 1

Pedro Osório 1 1 - -

Pelotas 19 25 - -

Piratini 1 1 1 1

São Lourenço do Sul 2 2 - -

Total: 23 30 4 4

Fonte: 5ª CRE – Coordenadoria Regional de Educação – 07/2007.

As professoras fazem o acompanhamento diário do desenvolvimento dos seus alunos em sala de aula, registrando todos os processos em fichas e relatórios que mensalmente são entregues a coordenadora pedagógica da escola que analisa e sintetiza estes dados e os repassa para a professora responsável pelo projeto na 5ª CRE. Esta, por sua vez, repassa todos os dados para o banco de dados via on-line do sistema do Instituto Ayrton Senna, denominado SIASI. Cada escola e turma envolvidas no projeto são identificadas por um código de acesso pela 5ª CRE e pela Fundação CESGRANRIO.

Nas entrevistas realizadas, evidenciamos alguns fatos e os sentimentos das professoras em relação ao projeto que podem ser evidenciados abaixo:

“Frustração! Levei um banho de água fria quando cheguei em Porto Alegre e vi que o projeto do Instituto Ayrton Senna estimulava a competição entre os alunos. E que o material que iríamos receber e recebemos se limitava apenas a livros e jogos (alfabeto e numeral) em E.V.A.” (Professora M,

2007).

“Estou me tornando um zumbi, pois a carga horária de trabalho com o preenchimento de fichas, relatórios e os planejamentos de aulas...é exageradamente grande”. (Professora L, 2007).

“Nós somos meros aplicadores do projeto e eles [IAS e a 5ª CRE] desconsideram a nossa posição de educadores”. (Professora L, 2007).

4. CONCLUSÕES

Com base neste estudo evidenciamos que as coordenadoras pedagógicas das escolas, demonstram através dos relatos escritos serem favoráveis ao projeto Circuito Campeão, do Instituto Ayrton Senna. Enquanto as professoras alfabetizadoras revelam uma certa “decepção” com o projeto, tanto com o material disponibilizado (alfabeto e numerais em E.v.a), quanto pelo excesso de trabalho (preenchimento de fichas e relatórios). As professoras também alegam que não sabiam do que se tratava o projeto antes de assumirem o mesmo. Com a

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implantação sentem-se controladas, desrespeitadas como educadoras e transformadas em “meras aplicadoras do projeto”.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LEI FEDERAL Nº 11.274, de 6 de Fevereiro de 06/02/2006. Altera a redação dos arts. 29, 30, 32 e 87 da Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, dispondo sobre a duração de 9 (nove) anos para o Ensino Fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade.

LEI FEDERAL Nº 11.114, de 16 de Maio de 2005. Altera os arts. 6º, 30, 32 e 87 da Lei nº 9.394, de dezembro de 1996, com o objetivo de tornar obrigatório o inicio do Ensino Fundamental aos 6 (seis) anos de idade.

SEC/RS – UNESCO – UNDIME/Seção RS. Projeto-Piloto para a Alfabetização de crianças com seis anos. 5ª CRE: Pelotas/RS, 2007.

Referências

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