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ADE
‘O ministro do Supremo tem
uma corte em si’, afirma
jurista
Professor de Direito da FGV diz que principais decisões são tomadas
no plenário, mas alerta para o poder individual dos membros do
tribunal
POR MARLEN COUTO
19/02/2017 4:30 / atualizado 19/02/2017 22:45
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Pais - Michael Mohallem, professor da FGV Direito Rio - Divulgação
RIO — O professor de Direito da FGV Rio Michael Mohallem afirma, em entrevista ao GLOBO, que o consenso na maioria das decisões colegiadas do Supremo Tribunal Federal (STF) é explicado pela seleção de processos com temas que “já têm certa maturidade” jurídica e costurado por meio de conversas informais entre os ministros. Um levantamento do Núcleo de Dados do GLOBO mostrou que 101, dos 177 casos julgados em plenário pelos ministros da Corte em 2016, tiveram resultado unânime. Por outro lado, o pesquisador enfatiza que, embora as principais decisões do tribunal sejam tomadas em plenário, o número de sentenças proferidas por um único ministro é expressivo.
O levantamento do Núcleo de Dados do GLOBO indica que, nas decisões colegiadas tomadas no
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plenário, prevalece o consenso. Há relação com o perfil de quem compõe a Corte?
A Corte mudou bastante desde a redemocratização. Vários ministros indicados durante a Ditadura Militar se
aposentaram até o fim dos anos 90, e o Supremo começava a ganhar protagonismo. O destaque que tem hoje o Supremo tem a ver com o modelo da Constituição de 1988, mas também com o perfil dos ministros. Antes eram mais reservados, tinham perfil mais contido. Depois, com o passar dos anos, passou-se a ter como perfil nomes importantes na comunidade jurídica, muitas vezes professores universitários, advogados de destaque e até quadros mais ligados ao mundo da política. Mesmo com essa mudança geral de perfil, não dá pra dizer que hoje o Supremo é homogêneo. Ainda há muita diversidade.
O que contribuiu para essa unidade nas decisões?
Os casos julgados em plenário vão à pauta por decisão da presidente do Supremo. Isso lhe dá o poder de agenda. Uma coisa é escolher um caso entre dez, outra é escolher entre centenas de milhares. Presidentes habilidosos costumam trazer à pauta assuntos que já têm certa maturidade. Tem a ver com o momento, com a seleção de assuntos que ganharam a opinião pública, em que já há uma posição esperada por parte do Tribunal. Casos assim, menos
controversos, costumam ser acolhidos unanimemente. Outro ponto são as conversas informais entre os ministros. Alguns não gostam, mas tem ministro que se encontra e conversa. Não significa necessariamente que combinam voto, mas afinam as visões, constroem certo consenso.
As decisões coletivas têm maior legitimidade?
A decisão monocrática é permitida e muitas vezes é tomada em caráter liminar, precisa passar pela confirmação do plenário, mas a decisão coletiva sem dúvida tem mais força e legitimidade. Vimos recentemente um chefe de poder, Renan Calheiros (ex-presidente do Senado), desafiando decisão monocrática. Dificilmente em uma decisão coletiva ocorreria o mesmo.
Ainda assim a entrada de um novo ministro tende a alterar significativamente o rumo das decisões colegiadas da Corte?
Em geral, as principais decisões são do plenário. Mas o Supremo decide monocraticamente na maior parte dos casos. Quantitativamente o número de decisões monocráticas é muito elevado. Cada ministro do Supremo é uma corte em si. É importante ressaltar não só a quantidade de decisões monocráticas, mas o poder que os ministros têm individualmente. Vimos a exacerbação desse poder no ano passado. Luiz Fux determinou que o projeto das dez medidas
19/02/2017 15:57
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19/02/2017 4:30Possuído
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Justiça’, por José
Casado
19/02/2017 4:30PUBLICIDADE
contra a corrupção voltasse à Câmara depois de já ter chegado ao Senado, Marco Aurélio decidiu isoladamente sobre o afastamento de Renan Calheiros da presidência do Senado e Gilmar Mendes impediu a posse de Lula como
ministro, também por meio de decisão monocrática. O ministro
individualmente tem um poder grande e isso nem sempre é claro aos olhos das pessoas. Por isso, um novo ministro pode não alterar significativamente uma maioria já formada no plenário, mas pode ter um enorme impacto nas muitas ocasiões em que é provocado a decidir sozinho.
O fato de o julgamento no plenário ser transmitido pela TV e ter ampla cobertura da imprensa interfere nas decisões?
Houve um aumento no tempo de exposição de voto dos ministros, mas nada indica que os ministros votam substancialmente de modo diferente por causa da TV. Não é que a TV Justiça tenha feito com que os ministros passem a tomar decisões como políticos, baseadas na opinião pública. Esse é o receio em países em que não há um modelo de TV Justiça. O que acontece é que o Supremo ganhou protagonismo, se tornou um ator político importante, com mais visibilidade, e a TV Justiça contribuiu para isso. Mas ao mesmo tempo em que a TV deu transparência aos julgamentos, pode ter deixado os ministros mais vulneráveis às pressões públicas. Um elemento que parece trazer mais pressão ao STF do que a TV são as reiteradas ações originadas no próprio Congresso. A parte derrotada em votação no Congresso leva a questão ao tribunal. Isso projeta, legitima e também pressiona o Supremo. Ele é provocado a tomar posição sobre inúmeras questões políticas.
No ramo do Direito Eleitoral e da Criança do Adolescente, houve mais discordância entre os ministros. O que explica essa diferença em relação às demais áreas?
No Direito Eleitoral, as regras se modificam com frequência. Do ponto de vista da jurisprudência, o passado é muito recente, não há tempo de amadurecer os entendimentos sobre a lei. A cada ciclo eleitoral há novas normas, a legislação eleitoral em quase todas as eleições se altera. A jurisprudência deixa de ser relevante muito rapidamente. Isso faz com que os ministros tenham que decidir pela primeira vez sobre matérias novas, o que pode provocar maior divergência. Questões eleitorais são também acaloradas e com prazo curto para decidir. Por vezes as decisões são tomadas no calor das eleições. No caso do Direito da Criança e do Adolescente, por ser tema que envolve direitos humanos e questões de conceituação ambígua, é natural que haja divergências e diferentes formas de aplicar princípios e termos jurídicos vagos aos casos concretos que surgem. Mas também há casos em que a divergência é um mero detalhe e não há um oceano separando as decisões dos ministros.
que mais discordou do relator quanto o relator que conseguiu menos consenso. O ministro tem perfil diferente?
Os ministros buscam construir um voto vencedor, que agregue em torno de si a maioria. O relator é o que se dedica mais ao caso, é o que estudou mais, às vezes durante meses, conhece o caso com profundidade o que, no mais das vezes, leva a um voto de mais qualidade. Os dados reforçam que o comportamento do ministro Marco Aurélio destoa dos demais quando se trata de acompanhar os votos da maioria. É possível que o elevado percentual de divergências tenha origem tanto nas interpretações conflitantes que Marco Aurélio adota em relação aos demais, como também, em alguns casos, para marcar posição independente dos demais, mesmo que do ponto de vista jurídico haja pouca distância entre as visões. Por outro lado, o comportamento do ministro Marco Aurelio se reflete também no voto dos demais ministros, quando ele próprio é relator de algum caso. Ele é o ministro cujas relatorias têm o menor índice de apoiamento. PUBLICIDADE R$570 R$430 R$460 R$460 R$310 R$500 R$500 R$720 R$480 R$500 R$460 R$500 R$480 R$500 R$550 ANTERIOR
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