UNTYERSIDADE DE
ÉVORA
MESTRADO EM PSICOLOGIA
-DESENVOLYIMENTO
EINTERYENÇÃO
EM CONTE)MOS
EDUCATTVOS
A APRENDIZAGEM DA
LEITURA:
CONCEPÇÕES
SOBRE
A FT'NCIONALIDADE DA
LINGUAGEM
ESCRITA
E
O
SUCESSO
NA
IEITIIRA
NO
F'INAL
DO
1"
AI\O
DE
ESCOLARIDADE
Dissertação de Mesuado aprese,lrtada por:
MaÍta de Jesus Nobre Barrocas Peniche
Sob a Orientação de:
Professora Doutora Maria Elisa Chaleta
- Esüa dissertação não
inclú
as críticas e sugestões feitas pelojrni
-Évora
\
UNTYERSIDADE DE
ÉVORA
MESTRADO
EM
PSTCOLOGIA
-DESENVOLVTMENTO
EINTERVENÇÃO
EM CONTE)MOS
EDUCATTVOS
A APRENDIZAGEM DA
LEITURA:
CONCEPÇOES
SOBRE
A F'I]NCIONALIDADE DA
LINGUAGEM
ESCRITA
E O
SUCESSO
NA
LEITURA
NO
F'INAL
DO
1"
AI\O
DE
ESCOLARIDADE
Dissertação de Meshado apresentada por: Marta de Jesus Nobre Barrocas Peniche
tFê*+s,
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tà.T's**
"N
'19{/,tr'\&àWr
)uq
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3v
Sob a Orientação de:
Professora Doutora Maria Elisa Chaleta
- Esta dissertação não
inclü
as críticas e sugestões feitas pelojuri
-Évora
Meshado em Psicologia- Desenvolvimento e lntervenção em Contextos Educativos A Aprendizagem da Leitura: Concepções Sobre a Funcionalidade da Linguagem Escrita e o Sucesso na Leitura no Final do 1o Ano de Escolaridade
Mestrado em Psicologia-Desenvolvimento e Intervenção em Contextos Educativos
A Aprendizagem da Leitura: Concepções Sobre a Funcionalidade da Linguagem Escrita e o Sucesso na Leitura no Final do
l"
Ano de EscolaridadeAgradecimentos
À
ProfessoraDoutora
Elisa
Chaleta
pela
orientação,
acomp4nhamento,ajuda
edisponibilidade que demonstrou ao
longo
darealiz.ação destetabalho.
Ao
Agrupamento de Escolas deArraiolos,
em especial à EducadoraLucflia
Santos, pela sua disponibilidade e colaboração nesta investigação.Aos docentes das
turnas
de lo ano, das Escolas Básicasdo
loCiclo
do Agrupamento de Escolas deArraiolos
pelaforma
como acolheram o meutabalho
e se disponibilizárampara nele participarem.
Aos
alunosdo
1", ano que sempre se mosEaram bastante interessados e entusiasmados,permitindo que esta investigação fosse possível.
Aos Encarregados de Educação destes alunos que se mostraram disponíveis para que os seus educandos participassem neste
fabalho.
À
NAOnica, à Paulae à Sandrq
amigas e colegas do meu grupo de trabalho durante oMestado.
Ao
Rui, pela compreensão, Garinho, ajuda e incentivo permanente ao longo do habalho.À
minnafamiliaem
especial à minha mãe, pelo seu incentivo e apoio permanente.Aos
meus amigose
a todos os
quede
algumaforma contribuíram
pafiLa
realizaçãa destetabalho,
o meuObrigada
ffi
Meshado em Psicologia-
Desenvolvimento e Intervenção em Contextos EducativosA Aprendizagem da
Iritura:
Concepções Sobre a Funcionalidade da Linguagem Escrita e o Sucesso na Leitura no Final do 1o Ano de EscolaridadeÍNorcn
I. ENQUADRAMENTO TEÓRICO
INTRODUÇÃO
I. l.
A
Tarefa deLer
O que é preciso para aprender a ler?
I.2.
Modelos deLeitura
l.
2.
l.
Modelos Ascendentes1.2.1.1.
Críticas aos Modelos Ascendentesl.
2. 2. Modelos Descendentes1.2.2.1.
Críticas aos Modelos DescendentesI. 2. 3. Modelos Interactivos
l.
2. 3. 1 . Críticas aos Modelos Interactivosl.
2. 3. 2. Modelos Interactivos CompensatóriosI.
3. Teorias daAprendizagem daLeitura
I.
3. 1. Perspectivas Psicorlinâmica^s da Aprendizagem da LeituraI.3.2.
Perspectivas Cognitivistas da Aprendizagem da LeituraI.
3. 3. Perspectivas Psicogenéticas da Aprendizagem daLeitura_
I.
4.
Concepções Precoces sobrea
LinguagemEscrita
e a
Aprendizagem daLeitura
t7
2t
28 29 32 34 37 384t
4l
50 43 43 46 48 lvMeshado em Psicologia-Desenvolvimento e Intervengão em Contextos Educativos A Aprendizagem da Leitura: Concepções Sobre a Funcionalidade da Linguagem Escrita e o Sucesso na Leitura no Final do lo Ano de Escolaridade
tr.
ESTT]DOEMPÍRICO
II.
l.
MetodologiaIL
l.
l.
Objecüvos do Estudo Í1.1.2.
Caructeização da Amostratr.
l.
3. Instrumentos de Recolha de Dadosa) Prova de Linguagem Técnica da
LeituralEscÍita_
b) Apropriação das Utilizações Funcionais da Leitura
bl)
Construção da Grelha de AnáIise Temrática e Categorial_
b2) Grelha de Análise Temática e Categorial
c) Prova de
Leitura
II.
1.4.
ProcedimentosII.
l.
4.
1. Recolha de Dadosf.1.4.2.
Análise de DadosItr.
Análise e Discussão dos Resultadosm.
1. Linguagem Técnica da Leitura/Escrita111.2. Apropriação das Utilizações Funcionais da
Leitura
Itr.
3.Leitura
I1l. 4.
Anrâlise Comparativa entreos
Resultadosobtidos na
Prova deLinguagem Técnica
daLeitwalBscrita
e na Prova deLeitura
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
65 65 66 74 74 76 76 82 83 85 86 86 88 88 93 105 108tt2
118ANEXOS
124Mestrado em Psicologia-Desenvolvimento e Intervenção em Contextos Educativos A Aprendizagem da Leitura: Concepgões Sobre a Funcionalidade da Linguagem Escrita e o Sucesso na Leifura 16
final
do 1" Ano de EscolaridadeÍNurcn
DE
euADRos
QUADRO
I
-
PopulaçãoAlvo
QUADRO
2-Amosta
QUADRO
3-
Pai: nível sócio-culturalQUADRO
4-
Mãe: nível sócio-culturalQUADRO5-Pai:idade
QUADRO6-Mãe:idade
QUADRO
7-Pai:
habilitações literáriasQUADRO
8-
Mãe: habilitações literáriasQUADRO
9-Frequênciado
Jardim deInfincia
QUADRO
10-
Alunos que têm computadorQUADRO
1l
-
Alunos que GmIntemet
QUADRO
12-
Alunos que têm telemóvelQUADRO
13
Respostas cerüasà
Prova
de
Linguagem Técnica
daLeitura/Escrita
QUADRO
14-
Categonal
-INFORMATM
QUADRO
15-
CategoriaII
-ENUMERATTVA
QUADRO
16-
CategoriaItr
-PRESCRITIVA
QUADRO
17-
CategoriaIV
-LITERÁRLA
QUADRO
18-
CategoriaV
-APROFUNDAR CONIIECIMENTOS
66 67 69 69 70 70
7t
72 72 73 73 73 89 94 95 95 96 97 98QUADRO
19-
CategoriaVI
-SOCIAL
ffi
Meshado em Psicologia-Desenvolvimento e Intervengão em Contextos EducativosA Aprendizagem da
kitura:
Concepções Sobre a Funcionalidade da Linguagem Escrita e o Sucesso naIeihra
no Final do 1o Ano de EscolaridadeQUADRO
20-
CategoriaVII
-COMUNICATTVA
QUADRO
21-
Apropriações Funcionais da Leitura-
Volume
de InformaçãoQUADRO
22-
Ãpropriações Funcionais daLeiflra
-
Volume
de Informaçãodas Sub-Categorias
QUADRO
23-
Respostas certas à Prova deLeitura
QUADRO 24
-
Resumo
dos
Resultadosobtidos
por
Sujeito na
Prova
deLinguagem Técnica da Leittua/Escrita
QUADRO 25
-
Resumo
dos
Resultadosobtidos
por
Sujeito
na
Prova
de Linguagem Técnica da Leitura/lDscritaQUADRO
26
-
Comparaçãodos
Resútados
obtidos pelos
Sujeitos
comResútados
Abaixo
do
Ponto Médio na Prova
de
Linguagem Técnica
daLeitura/Escrita com os Resultados obtidos na Prova de
Leitura
QUADRO
27
-
Comparaçãodos
Resultadosobtidos pelos
Sujeitos
com ResultadosAcima
do
Ponto Médio
na
Prova
de
Linguagem
Tecnica
daLeituralEscrita com os Resultados Obtidos na Prova de
Leitura
99 100 das Categorias 102 107 108 109 110 111
.ffi
Mestrado em Psicologia-Desenvolvimento e Intervenção em Contextos Educativos A Aprendizagem da Leitura: Concepções Sobre a Funcionalidade da Linguagem Escrita e o Sucesso na Leitura no Final do 1o Ano de EscolaridadeÍNnrcr
DE
rrGURAs
FIGURA
I
-
Modelo de GoughFIGURA
2-
Modelo de GoodmanFIGURA
2-
Modelo de RumelhartFIGURA
4-
Exemplo de Escrita Pré-silábicaFIGURA
5-
Exemplo de Escrita SilábicaFIGURA
6-
Exemplo de Escrita com FonetizaçãoFIGURA
4-
Exemplo de EscritaAlfúética
3l
36 40 57 58 59 60 vlll,ffi
Mestrado em Psicologia-
Desenvolvimento e Intervenção em Contextos EducaÍivos A Aprendizagem da LeituÍa: concepções sobre a Funcionalidade da Linguagem Escrita e o Sucesso na Leitura no Final do 1o Ano de EscolaridadeÍivorcn
DE
cRÁf,'rcos
CnÁftCO
t
-
Apropriações Funcionais da Leitura-
Volume
de Informaçãodas Categorias
cnÁr'tco
2
-
Apropriações Funcionais daLeitura
-
volume
de Informaçãodas Sub-Categorias
101
Meshado em Psicologia-Desenvolvimento e Intervenção em Contqúos Educativos A Aprendizagem da Leitura: Concepções Sobre a Funcionalidade da Linguagem Escrita e o Sucesso na Leitura no Final do 1o Ano de Escolaridade
Íuorcn
DE
Ar\Exos
AI{EXO
I
-
Prova de Linguagem Técnica da Leitura / Escrita 125ANEXO
2-
Prova deLeitura
t4l
ANEXO
3-
Resultados obtidos por sujeito abaixo do ponto médio naProva
deLinguagem
Técnica daLeitura/Escrita
148ANEXO
4-
Resultados obtidospor
zujeito acima do ponto médio naProva
deLinguagem
Técnica daLeitura/Escrita
150ANEXO
5-
Resultados obtidos por sujeito abaixo do ponto médio naProva
deLeitura
ANEXO
6-
Resultados obtidos por zujeito acima do ponto médio naProva
deLeitura
152
154
Mestrado em Psicologia-Desenvolvimento e Intervengão em Contextos Educativos
A Aprendizagem da Leitura: Concepções Sobre a Funcionalidade da Linguagem Escrita e o Sucesso na Leitura no Final do
l"
Ano de EscolaridadeAprendizagem
da
Leitura:
Concepções
sobre
a
Funcionalidade
da
Linguagem
Escrita
e
o
Sucesso
na
Leitura
no
F'inal do
1"
Ano
de
Escolaridade
RESI]MO
A
Aprendizagem da Leitura é um desafio para as crianças queiniciam
oprimeiro
ano deescolaridade
tomando-se,
püa
algumas,
diffcil
de
alcançar
e
influenciandonegativamente todo o seu percurso escolar.
O
objectivo
deste estudo
é
procurar
perceber
qual
a
relação
ente
oscoúecimentos/concepções que as crianças
do primeiro
ano de escolaridade possuem,no início
do
ensino biísico, sobre os objectivos/funçõesda leitura e
o
sucessona
sua aptenüzagem nofinal
do ano lectivo.A
amostrafoi
constituídapor 59
crianças,de
nacioaalidade portuguesa, queno
anolectivo
200612007 frequentaram pelaprimeiavez
o primeiro
ano de escolaridade, nas Escolas Básicasdo
lo Ciclo
do Agrupamento de Escolas deArraiolos
e que ainda nãosaibrm ler no
início
do ano lectivo.A
recolha de dadosfoi
feita
em dois momentos: noinício
e nofinal
do ano lectivo.No
primeiro momento, em Setembro e Outubro de 2006,foi
feita as crianças umaenteüsta
individuat
semi-directiva
(Alves
MaÍtins, 2000), que permitiu
conhecer
as
suas concepções firncionais daleitura
efoi tamHm
aplicada a Prova de Linguagem Técnicada LeituralEscrita
(Alves
Martins,
MatabPeixoto
&
Monteiro,
2000), paraavaliar
os conhecimentos de linguagem tecnica das crianças;no
segundo momento, em Junho de2007,
foi
aplicada
uma Prova
de
Leitura (Alves Martins, 2000), para avaliar
offi
Mestrado em Psicologia-Desenvolvimento e Intervengão em Contextos EducafivosA Aprendizagem da Leitura: Concepções Sobre a Funcionalidade da Linguagem Escrita e o Suc,esso na Leitura no Final do 1o Ano de Escolaridade
Para
o
hatamento
dos
dados,
a
metodologia
que
utiliámos
combinou
a
análisequalitativa
e a
análisequantitativa
Relativamenteà
enfuevistareco''emos
à
análisequalitativa
-
anrálisede
conteúdo,
quanto
à
Prova
de
Linguagem Técnica
daLeitura/Escrita
e à
Prova
de Leitura
foi
feita uma
análisequantitativa,
seguindo omtamento
estatístico a metodologia proposta pelos autores das provas.ffi
Meshado em Psicologia-
Desenvolvimento e Intervenção em Contextos Educativos A Aprendizagem da Leitura: Concepções Sobre a Funcionalidade da Linguagem Escrita e o Sucesso na Leitura no Final do lo Ano de EscolaridadeTIIE
LEARNING
OX,THE.READINGI
CONCEPTIONS
ABOUT
TITE
I.IINCTONALITY
OF
WRITTEN LA}IGUAGE
AI\D
THE,SUCCESS
IN
READING
AT THE
FÀIDOX'THE
X'IRSTSCEOOL
YEAR
ABSTRACT
The Leaming
of
the Reading is a challengeto
children who begin thefirst
school year, fussoming,for
some of them,difficult
to achieve and influencingin
a negative way theirentire school itinerary.
The
purposeof
this
study
is to try
to
understandwhat
the
relation
is
between the knowledge/conceptions childrenin
thefirst
school year possess, at the begrnningof
the elementary education, about the purposes/ functionsof
reading and the successof
theirlearning at the end of the school year.
The sample was constituted
by
59 children,of
Portuguese nationality,úat
in
úe
schoolyear
of
200612007 attendedfor
the
first
trmethe
first
school year,in
the
Elementary Schoolsof
úe l't
Cycleof
the Assemblageof
Schoolsof
Arraiolos
and that could notread
inthe
beginning of the school year.The
joining
of
data was madein two
moments:in
the begrnning andin
the endof
the school year.In
thefirst momen! in
September and October 2006, anindividual
semi-directive interview
(Alves
Martins,
2000) was madeto
the
children,witch
allowed toknow
their
funcüonal conceptionsof
reading and was also made the Proofof
TechnicalLanguage
of
ReadingAMriting(Alves Martins,
Matr--Peixoto
&
Monteiro, 2000),
in
order
to
evaluate
the
children's
knowledge
of
technical language;
in
the
secondmoment in
June 2007, a Proofof
Reading(Alves
Martins, 2000) was made, to evaluate the performance in reading at the end of the school year.For
datatreahent
the
method
we
used combinedthe
qualitative analysis
and theffi
Meshado em Psicologra-Desenvolvimento e Intervengão em Contextos Educativos A Aprendizagem da Leitura: Concepções Sobre a Funcionalidade da Linguagem Escrita e o Sucesso na Leitura no Final do lo Ano de Escolaridadeanalysis, about the
Proof
of
Technical Languageof
Reading/Writing and theProof
of
Reading was made a quantitative analysis,
having the
statisticfteatuent
followed
the method proposed by the authorsofthe
proofs.Mestrado em Psicologia-Desenvolvimento e Intervenção em Contextos Educativos
A Aprendizagem da Leitura: Concepções Sobre a Funcionalidade da Linguagem Escrita e o Suc,esso na Leitura no Final do
l"
Ano de EscolaridadeO
acto de
ler
torna-se imprescindívelpara o
deserntolvimentode
umamente
saudántel
e para o
deserrolvimento
das
capacidadesindispensáveis
pma
toda uma vida de aprendizagen.§aüonal
Researchffi
Meshado em Psicologia-Desenvolvimento e Intervenção em ConteÉos Educativos A Aprendizagem da Leitura: Concepções Sobre a Funcionalidade da Lingu4gem Escrita e o Sucesso na Leitura no Final do 1" Ano de EscolaridadeEnquadramento
Teórico
ffi
Mestrado em Psicologia-Desenvolvimento e Intervenção em Contextos EducafivosA Aprendizagem da Leitura: Concepções Sobre a Funcionalidade da Linguagem Escrita e o Sucesso na Leitura no Final do 1o Ano de Escolaridade
INTRODUÇÃO
o
domínio
da
língon
portuguesa
é
dectstvo
no
desenvolvimentoindividual, no
acessoao
conhecimento,no
relacionamentosocial,
no sucessoescolar
e
profissional
e no
exercício
plena
da
cidadania.(Ministério
da Educaçdo, 2001,p.
3I)
A
Aprendizagemda
Leitrua
é
um
desafiopaÍa
as crianças Queiniciam
o
lo
ano de escolaridade.Como afiÍma Morais (1997)
a leitura
uma vez dominada, é simples, imediata,e
ndo exige um esforço aparente.A
arte deler
é uma arte esquecidn,interiorizadq reútzida a
operações automáticas em redBs de neurónios inncesstvets (p.11).
Mútas
crianças
aprendema
ler
sem
grandes dificuldades,
mas para
algumas
aAprendizagem da Leitura é um obstráculo
dificil
de ulmapassar, pois chegam aofinal
do1o ano de escolaridade sem terem adquirido as competências de
leihra
ou até mesmo aofinal
do 2o ano de escolaridade sem ainda as terem adquirido.Há
crianças que adquirem uÍna capacidade elevada deleitura
sem grande dificuldade, mas hiá outras que manifestam grandes dificuldades na aprendizagemda
leiturq
querpor
factores
de
personalidadee
de
motivaqáo,
quer
por
deficiências
ou
factorescognitivos específicos
(Morais,
1997).O
insucessona leitura influencia
negativamenteo
percurso escolar demütos
alunos,umaYezque condiciona as suas aprendizagens nas
outas
áreas curriculares, nas quais offi
Meshado em Psicologia-Desenvolvimento e Intervenção em Contextos Educativos A Aprendizagem da Leitura: Concepgões Sobre a Funcionalidade da Linguagem Escrita e o Sucesso na Leitura no Final do 1o Ano de EscolaridadePara Robinson
&
Taylor
(1986,l99l
cit.
porAlves MaÍtins,
2000)o
insucesso escolarprecoce
pode
influenciar
os
percursos
escolmes,
na
medida
eÍn que
conduzfrequentemente
a
um desir»estimento das aprendizagensna
escola comoforma
de ascrianças se
protegerem
de
uma
auto-imagem
negativa
no
que respeita
às
suas capacidnde s cognitivas (p. I 4).Morais
(1997) defende também queo
facto das crianças falharem na aprendizagem daleifura
revela-se
um
grave
problema
social.
As
zuas
dificúdades
ou
atasos
naaprendizagem
da leitura
manifestam-selogo
desdeo início
da
escolaridade, fazendocom
que essas criangas tenhamdificuldade em
acompanharos
colegas,com
que os desníveis se acentuem e sejam a base de disparidades sociais e culturais.Actualmente, parece inegável
a
importância
da leitura e
de saber ler,
pma
que oscidaüios se
integrem plenarnentena vido
quotidiana, em
terrnosprofissionais
e
emtermos de
lazer.
As grandespreocqtqões
com opapel
desempenhadopela leitura
ecom
o
domínio
do
código escrtto,
na
moderna soctedadeda
informação,
não
sdoapen$
apanágio da sociedade portuguesa, mns estdo presentesa
nívelglobal (BaIçq
2008).
Assim,
a
UNESCO
proclamou
a
Década
Internacional
da
Literacia,
200312012-United NaÍions Literacy
Decade,admitindo
que nos nossodias
a
literacia é
um
dos maiores desafios da humanidade @alça, 2008).As
dificuldades que as crianças apresentam noinício
da sua escolaridade, na aqúsição da linguagem escrita/leitura sfie rrma realidade paramútos
professoresdo
lo
ciclo
doEnsino Básico.
Muitos
são
os
professores/educadoresque
questionam
quais
os conhecimentos e asi concepções que as crianças possuem sobre os objectivos/firnções daleittra,
quando iniciamo
1o ano de escolaridade e quefacilitam
a sua aprendizagem.Mestrado em Psicologia
-
Desenvolvimento e Intervenção em Contextos Educativos A Aprendizagem da Leitura Concepções Sobre a Funcionalidade da Linguagem Escrita e o Sucesso na Leitura no Final do 1o Ano de EscolaridadeMuitos
estudostêm
sido realizadosna
área da Aprendizagem daLeitura e
da Escrita, maspoucos
são os
trabalhos
que
analisam
o
impacto
das
representaçõesque
ascrtanças têm
dos
objecttvosda
leiturq
no
tnício
do
l"
ano
de
escolmidade,
nos resultados emleitura
nofinal
do ano (Alves Martins, 2000,p.
143)Considera-se
então
bastantepertinente
desenvolvernovos
estudosnesta
áreq
queconftibuam para o aprofundamento dos conhecimentos a este nível. De modo a
verificar
se
a
forma como as
crianças pensamsobre
os
objectivos/firnçõesda
leitura
e
oscoúecimentos
que possuem sobre a linguagem tecnrcada leitura/escrita são indicadores de sucesso na aprendizagem daleitura
Como professora
do
lociclo
do Ensino Básico, colocada no Ensino Especial há algrrns anos, também me tenho questionado frequentemente sobre esta problemática, poisteúo
trabalhado
com
crianças
que
revelam grandes dificuldades
na
aqüsição
de competências de leitura/escrita.Assim,
aáreada
Aprendizagem da Leitura sempre despertou emmim
algrrm interesse ecuriosidade,
tendo
por
isso, ao longo
do
Mestrado, realizado
viáriostrabalhos
de investigação sobre esta temática e decidido desenvolver também nesta iárea a dissertação que agora apresento, de modo a aprofundar os meus conhecimento teóricos e melhorar aminha páticapedagógica, tendo como
principal
objectivo ajudar as crianças com quemtrabalho
a
adquirirem as
competênciasde
leitura
fundamentaispara
o
seu percurso escolar e paÍa a suaüda
Começámos a nossa investigação pelo delinear dos objectivos do estudo, pela selecção da amosfra e dos insfiumentos que iríamos
utilizar
narecolha de dados.A
dissertação encontra-se organizadaem
duas partes:o
EnquadramentoTeórico e
o Estudo Empírico.Mestrado em Psicologia
-
Desenvolvimento e Intervenção em Contextos EducativosA Aprendizagem da Leitura: Concepções Sobre a Funcionalidade da Linguagem Escrita e o Sucesso na Leihna no Final do lo Ano de Escolaridade
Na primeira parte
-
Enquadramento Teórico, apresentamos a pesqúsa bibliognáfica que realizámos durante a investigaçáo, organizada em quatro capítulos:A
Tarefa de Ler-
O Que E Preciso Para AprenderA
Ler?, Modelos de Leitura, Teorias daAprendizagemda
Leitnra
e
Concepções Precocessobre
a
Linguagem
Escrita
e
a
Aprenüzagem
daLeitua
A
segunda paÍte-
EstudoEmpírico
-
englobaa
Metodologia
(objectivosdo
estudo, caractenzaçãoda
amostra, instrumentosde
recolha
de
,ladose
procedimentos)e
a Apresentação, Anrálise e Discussão dos Resultados.Por
fim,
apresentamos as conclusões da nossa investigação, seguidas dos anexos.Meshado em Psicologia-Desenvolvimento e Intervenção em Conterúos Educativos
A Aprendizagem da Leitura: Concepções Sobre a Funcionalidade da Linguagem Escrita e o Sucesso na Leihra no Final do 1o Ano de Escolaridade
I.
1.
A
Tarefa
de
Ler
O
que
é
preciso
para aprender
a
ler?
O acto
deler
torna-se imprescindívelpara o
desenvolyimentode
urnamente sauúÍvel
e psra o
desenvolvimento
das
capacidadesindispensáveis
para
toda uma vida de aprendizagenz.§ational
ResearchCotrncil, 2008, p. 5)
A
Aprendizagem da Leitura é umatmefamuito impoÍante
para Íls crianças queiniciam
a sua escolaridade, porque influencia todo o peÍcurso escolar s também toda a sua
vida
Actualmente, existe
um número
cadavez maior de
alunos
com níveis
de
leiturabastante baixos, bem como adultos que embora tenham frequentado
a
escola revelamdificuldades de leitura
§ational
Research Council, 2008), pois apesar desúerem
ler e escrever têm dificuldade em usiar a informação escritasocialmsfts exisênte
(Machado, 2008).No
que
conceÍne
a
estiatemáttca
são multiplas as
definições
apresentadas pelosinvestigadoÍes, oom diferentes perspectivas, para
o
quesignifica
LER
Seguidamente apresentamos alguns exemplos dessas definições:-
Ler
supõedecifrar
sinaisgráficos
eabstrair (retirm)
deles pensarnento. (DicionrárioEnciclopédico, 1985, ctt. por Rebelo, 1993,p. 41)
-
Ler
é compreendera
linguagem escrita ereagir a
ela-
reagir
no sentido amplo decompreender,
tanto
de modoliteral
comointerpretativo.
(JeanneChall,
1970,cit.
por
Rebelo,I993,p.41)
Mestrado em Psicologia- Desenvolvimento e Intervenção em Contextos Educativos A Aprendizagem da Leitura Concepções Sobre a Funcionalidade da Linguagem Escrita e o Sucesso na Leitura no Final do
l"
Ano de Escolaridade-
Ler
é um desempenho cognittvo queervolve
um grande número de processos mentais discretos mas independentes.(Kirby,
1988 cit. porTrindade,2002,p.
59)-
Ler
é
uma habilidade
(shiU)que tem
de ser
ensinada.(McShane,
l99l
ctt.
por
Trindade, 20O2,p. 59)
-
Ler
é uma operação mental complexa.(Aaron,
1994cit.
ctt. por Trindade,2002,p.
59)-
Ler,
mais do que um simples acto mecônico de decifraçdo de signosgráficos,
é antesde
tudo um acto de
raciocínio,
já
que se
trata
de saber orientar uma série
deraciocínios
no
sentido
da
construçãode
uma interpretação
da
mensagemescrita
apartir
da
informação proporcionada
pelo
turto
e pelos
conhecimentosdo
leitor. (Colomer&
Camps,2002,p.
31)-
Ler é
a
lnbtlidade de extrair a pronúncia
e
mostrar
compreensdo depalavras
escritas.
Implica
a
capacidade
de
tdentificar palavras
e o
seu propósito
é
ac ompre ensão. @inheiro, 20O5,
p.17)
Podemos ainda
referir
que, numa perspectivacognitiv4 a
lettura
é considerada comouma
actividade complexa
compostapor
uma série de
processospsicológicos
dcdiferentes
níveis, que
cotneçandopor
um
estímulo visual,permitem
atraȎsde
uma actuaçdoglobal
e coordenada, a compreensão do texto. (Citoler&
Sanz,1997,p. l
lO
As
várias definições
apresentamalguns
elementos coincidentes,
uma
vez
que caracteÁzamo
acto deler
como
rm processo que consiste, essencialmente, em exEairum
significado,com
base a6s sinais gr:áficos convencionais, tendoo leitor
de possuir determinadas capacidadese
operações cognitivas, quevão
condicionaro
seunível
de compÍeens ãa damensagem (Rebelo, 1993).Meshado em Psicologia
-
Desenvolvimento e Intervenção em Contextos EducativosA Aprendizagem da Leitura Concepções Sobre a Funcionalidade da Linguagem Escrita e o Sucesso na
kitura
no Final do 1o Ano de EscolaridadeA
investigaçiüc desenvolvidana
área daleitura tem
mostrado que tratando-se de umprocesso
de
aprendizagem,
as
viárias dsfinições
apresentadasreflectem
várias concepções de aprendizagem (Trindade, 2002).No
início
do
século
XDL as
definições
de
leitura
assumiam
uma
perspectiva associacionista e comportamentolista (Trindade, 2002,p.
59); posteriomente, a leiturapassou
a
ser
encaradacomo
um
processo
de
desenvolvimento
eminentementelinguística,
por
influência
da Lingústica
e da
Psicologia
Cognitiva
Actualmente, aleitura
é
abordadanuma
perspectivamultidisciplinar, que
envolve
a
Sociologia,
aAntopologia,
a Sociolinguística e aPsicolingústica
(Trind ade, 2002).Nos
nossos
dias,
os
pÍocessos
cognitivos envolvidos
no
acto
de
leitura são
o processamento fonológico, a consciência sintrâcticae
amemória operativa, sendo ofim
ultimo
do
acto deler a
compÍeensão dotexto
lido,
sendo o processo de compreensão um modelo mental da situação descrita no texto, ousejq
urua representação do mtmdo,real ou imaginárto, que o texto descreue
(Trindade,2002,p.
60).De
salientar também os quatro pontos em queHaIl
(1989,ctt.
par Colomer&
Camps,2002) snteúza os firndamentos da pesquisa actual
na
área da leitura e que englobam os dados obtidos pela investigaçâo rcalizadaao longo de vrárias décadas:l.
A
leitura
eficienteé
uma
tarefa
complexa que depende de processos perceptivos, cognittvos e linguísticos;
2.
Á
lettura
é um processointeractivo
que não cmança numa sequêncta estrtta desde as untdades perceptivas básicas atéà
tnterpretaçdoglobal
de
um texto.Áo
contrário,
oleitor
experimente deduz informaçdo, de maneira simultânea, de vánios níveis distintos,integrando ao mesmo tempo tnformaçdo grafofonica, morfémica, semânticq sintáctica,
Meshado em Psicologia-Desenvolvimento e Intervenção em Contextos Educativos A Aprendizagem da Leitura: Concepções Sobre a Funcionalidade da Linguagem Escrita e o Sucesso na Leitura no Final do 1o Ano de Escolaridade
3. O sistema humano do processamento da tqformação é
wnaforça
poderosa, emboralimitada,
que determinaa
nossa capacidode de processamento textual.A
sua limitaçãosugere que os processos de
baixo
nívelfuncional
automaticamente e que,portanto,
o lettor pode atentar aos processos de compreensdo de alto nível;4.
Á
leitura
é
estratégtca.O leitor
eficiente actua deliberadamente e supervisiona deíorma
constante
a
stn
própria
compreensão.Está
alerta
às
interntpções
dacompreensão,
é
selectivoao
dirigir
a
sua atençdo aos diferentes aspectosdo
texto e progressivamente torna mais precisa a suo interpretaçdo textual. (p.32)Durante
mútos
anos
o
acto
de
ler
(aprendizagemda
linguagem escrita)
esteverelacionado
com
as aptidões psicológicas gerais,tais como
L
oÍganizÂqãoperceptivo-motora, a estrutura espacio-temporal, o nível de desenvolvimento intelectual, o esquema
corporal,
lateralidade,...
O
educador/professorteria
de
ajudar
os
seus
alunos
adesenvolver determinados
pré-reqúsitos
(e.
g.
a
moticidade
finq a
lateralidade, adiscriminação
visual
e a
discriminação
auditiva,
...)
através
de
actividades propedêuticas (e. g. grafismos, recortaÍ, picotar,...),
considerava-se que as crianças nãodeveriam começar a aprender a
ler
se não tivessem adquirido estes pré-reqüsitos. Porisso,
mútos
professores desenvolviam actividades denominadasde
propedêutica daleittra,
que consistiam em exercícios de estimulação preceptiva e motora (Casho Neves&
Alves Martins, 2000; Machado, 2008).As
dificuldades
de
aprendizagem nestia fueaeram
afiibúdas a
défices nas aptidõespsicológicas gerais,
porém
não se compreendia oomoé
que algumas crianças tinham esses pré-reqúsitos bem desenvolvidos e não conseguiam aprender a ler/escrever. Estas concepções sobre a Aprendizagem daLeitura
forammüto
criticadas (Casko Neves&
Alves Martins,
2000;Alves Martins,
2000;Machado, 2008).As
investigações realizadas apartir
dos anos60,
início
dos anos 70, defendiam que aleitura não era um acto perceptivo, mas sim um acto cognitivo.
Meshado em Psicologia
-
Desenvolvimento e Intervenção em Contextos EducativosA Aprendizagem da Leitura: Concepções Sobre a Funcionalidade da Linguagem Escrita e o Sucesso na
kihra
no Final dol"
Ano de Escolaridade...
para
se poderemanalisar
os Íctctores intervenientes num processo deaprendizagem
é
necessáriocaracterizar,
por
urn lado,
o
objecto
de aprendizagem,por
outro o sujeito dessa aprendizagem, etn pmrttcular noque dtz
respeito
àsformas
coÍno este
concebe esseobjecto.
(ÁlvesMwtins,
2000,p.
16)Os
tabalhos
desenvolvidos por Fitts (1962,cit.
porAlves MaÍtins
& Niza,
1998;Alves
MaÍtins,
2000; Castro Neves&
Alves Martins,
2000;Citoler
&
Sanz.,1993;Downing
2003) mosham queem
qualquer aprendizagem existemtrês
fases diferentes, que seseguem sempre
na
mesÍra
ordem, apesarde
na
realidade constituíremum
processotinico,
e sem linhas divisórias:- a fase cognitiva;
- a fase de domínio; - a fase de automatização.
A
fasecognitiva
caÍasteÍ1za-se pela construção de uma representaçãoglobal datarcf4
dos seus objectos e da sua natwezu,
o
sujeito procura perceber os objectivos da tarefa e quais os meios necessiírios para atingir esses objectivos.A
fasede
domínio
é considerada uma fase detreino
e aperfeiçoamento das operaçõesbfuicas que
a
tarcfa exige, naqual os
alunos exercitam para atingiremum
grau mais elevado de precisão na execução da desheza/tarefaA
fase
de
automatização,
naqual
o
treino leva a
uma sobreaprendizagem,o
sujeitodeixa de precisar do controlo consciente para operar com a habilidade aprendida, como a aprendizagem
já
está consolidada dispensa o pensÍunento sobre o que se estií afaze4 atarefa é praticada sem esforço e sem erros,
tal
só acontece se houver algrrm imprevistoque exija uma atenção especial e que obrigue novamente a tomar-se consciente das suas
próprias acções. .C,
'
,
-_-- ,/ \l
Meshado em Psicologia
-
Desenvolvimento e Intervenção em Contextos EducaÍivosA Aprendizagem da Leitura: Concepções Sobre a Funcionalidade da Linguagem Escrita e o Sucesso na Leitura no Final do
l"
Ano de EscolaridadeA
falta
de compreensão nasprimeiras
lições impossibilita
o progressopara
afase
de domínio ea
criançafica
presa
àfase cognitiva,
e assimdesconfia
da sua
capacidadede
compreendero
que tem defazer
nassuas aulas
de
leitura.
Destas
consideraçõespodemos
tirar
cornoconclusão
que
o
aspecto
cognitivo
é
de
suma
importância
no desenvolvimento da destreza daleitura. @owning, 2003,p.
186)Downing
(1984,cit.
por
Casho Neves&
Alves
MaÍtins,
2000;Alves
Martins,
2000;Alves
Martins&
Niza,
1998) propôspaÍaa
aprendizagem da leituraateoria
da clarezacognittva,
na qual
defendiaque as
criançaspaÍtem
de
uma fase
inicial de
relativaconfusão quanto aos objectivos
e
ànatrxeza do sistema escrito, para urna fase de maiorclarcza cognitiva sobre as funções e caracterÍsticas deste sistema Segundo este autor, as
dificuldades na Aprendizagem da
Leitura
resultam da persistência da fase de confusãocognitiv4
sãopor
isso dificuldades
relacionadascom probleÍlas
conceptuaise
nãodificuldades relacionadas com a aqúsição da leitura em si.
Para aprenderem a ler as crianças têm de constnrir representações sobre os objectivos e
a
nafifiezr-da
teitura
É
importante que
comecempor
descobrira
funcionalidade daleitura"
para que
possamconstruir
um
projecto
pessoalde
leitor
(para
que
quero aprender a ler?) (Ca"stro Neves&
Alves
Martins, 2000).A
construçáo do projecto pessoal delertor
é influenciado pelo contacto que as crianças têm com o material escrito, antes de enúaremparaaescola
O
interessepela
linguagem escrita
vmia
emfunção da
qualidade,
dafrequência
edo valor
das octtvidades deleitura
e escrita desenvolvidaspelos
que cor»ivem mais directamente com as crianças, nomeadsmentepais,
outrosfamiltares,
educadores e professores. (AlvesMartins,
1997,p.20)
Meshado em Psicologia-Desenvolvimento e Intervenção em Contextos EducaÍivos A Aprendizagem da
kitura:
Concepções Sobre a Funcionalidade da Linguagem Escrita e o Sucesso na Leitura no Final do 1" Ano de EscolaridadePara aprenderem
a
ler
as criançastêm
também de dominar também alguns conceitos necessários quethe
permitem pensar sobre as relaçõesente
a fala e a
escrita(e.
g.conceito de palawa,
sflabq
letra,...), ma"s que exigem um elevadonível
de capacidadesmetalinguísticas (CasEo Neves
&
Alves Martins,
2000;Alves Martins,
2000; Alves Martins&
Niza,
1998).Assim,
podemosconcluir
que
paÍa
as
crianças aprenderema ler é
importante
que compreendam globalmente as funções daleitura
eda
natttreza.do
sistema escrito. Por isso, o professor deve na sua sala de aulas desenvolver práticas de leitura diversificadas,estimular as crianças para que perxiem sobre a linguagem oral e a linguagem escrita,
...
O professor deve também conhecer as representações infantis sobre as características do sistema escrito e sobre as firnções da leitura, para poder partir daquilo que ari crianças
já
sabem para ajudá-lasa reformulaÍem
as suas concepçõese
evoluírem paraníveis
de conceptualização mais avançados (Casho Neves&
AlvesMaÍtins,2000).
ffi
Mestrado em Psicologia- Desenvolvimento e Intervenção em Contextos EducativosA Aprendizagem da Leitura: Concepções Sobre a Funcionalidade da Linguagem Escrita e o Sucesso na Leitura no Final do
l"
Ano de Escolaridadel.
2.
I\{odelos
de
Leitura
A
partir
dos anos 70, começaram a surgtr muitas investigações na área da Psicologia daLeitura, que se centravam na análise das operações e estratégias cognitivas presentes na tarefa
de
ler (Levin
&
Williarns,
19701' Kavanaoh&
Mattingly,
1972cit.
por
AlvesMaÍtins,2000).
De
acordocom
estas investigações, qualquertarefa cognitiva pode seÍ
analisadas6
fimção das
fasesque
ocolTemnuÍna
determinadaordem
fixa,
têm início
no
tnputsensorial e terminam
nlm
output (resposta) (Alves Martins, 2000).Começam assim
a
surgir modelos mais coerentese
globais, que permitem explicar os mecanismos envolvidos no acto de ler, ao conffário dos modelos de leitura que existiammüto
influenciados pelas teorias comportamentalistas (Alves Martins&
Niza,
1998).Estes novos modelos foram influenciados pela Psicologia Cognitiva e pelos modelos de processamento da informação
e
daPsicolingústic4
que procuraramexplicar o
que se passana
mente que tonra
possívela
compÍeensãode um texto
escrito,
procurando também mostrar qual a influência dos processos de atenção e memória na leitura (AlvesMartins,2000).
Apesar da
multiplicidade
e diversidade de modelos, pode-sereferir
quecada
rm tem o seuvalor, umavez
que procura fazer uma descrição correcta do processo de leitura deacordo com
um
conjunto particutar de condições. Porém, não há nenhum modelo quepermita
explicar
o
pÍocessode
leitma
em
todasas
situações possíveis,por
isso esüatemática não é consensual
ente
os investigadores (Cruz, 2007).Segundo Rumelhart,
Adams
&
Starr,Downing
et al, Mitchell, e Ellis, (1977,
1982,1982,1982, 1989,
cit.
porAlves Martins,
2000) os vários modelos de leitura propostospodem
ser
agrupadosem
modelos
ascendentes,modelos
descendcntese
modelosinteructivos.
ffi
Mestrado em Psicologia- Desenvolvimento e Intervenção em Contextos EducaÍivosA Aprendizagem da Leitum Concepções Sob,re a Funcionalidade da Linguagem Escrita e o Sucesso na Leitura no Final do 1" Ano de Escolaridade
L
2.
l.
Modelos
Ascendentes
@OTTOM-UP)
Os modelos ascendentes,
poÍ
exemplo: o modelo de Gougfu 1972; o modelo de LaBerge&
Samuels,1974(Alves MaÍtins
&
Nizq
1998) partem do pressuposto de que a leiturapercoÍre
um
caminho
linear
e
hierarquizado,
que
vai
de
processos psicológicosprimrários
(iuntar
as letras) a processoscognitivos
de ordem superior (produção de umsentido).
Estes modelos consideram que um
leitor perante
umterto, identificaria
em
primeiro lugar as
letras,
quepor
sua
vezseriam
combinadas emsílabas, que reunidas
dariam
aspalavras
quepor
suovez, sejuntariam
emfrases. (Alves Martins, 2000,p. 28)A
leitura é
consideradacomo
rma capacidade dedecifrar a
linguagem escritana
suaeqúvalência oral. Parte da percepção das letras, que ahavés das correspondências
grafo-fonológicas
são transfonnadasem
sons,permitindo
o
acessoao
significado-
leituraauditiva
Segundo estes modelos, o contexto nãovai
influenciar a leitura (Alves Martins&
Nir4
1998).Na Figura
I
apresentamoso Modelo
deLeitura
de Gough, que segundo vários autores(e.g. Rebelo,
1993;
Alves Martins
&
Nizq
1998;
Alves Martins, 2000;
viana
&
Teixeira, 2002; Velasquez, 2004
e Cruz,2007)
é oprincipal
representante dos modelos Ítscendentes.Para Gough (1972,
cit.
porAlves Martins,
2000e
Cruz,2007) o
pÍocesso deleitura
é representado de forma esquemiática e descrito da seguinte maneira:a
leitura
começa com a fixação dos olhos noinício
deliúa
(primeiras15
a20
-ffi
Mestrado em Psicologia-Desenvolvimento e Intervenção em Contextos EducúivosA Aprendizagem da Leitura: Concepções Sobre a Funcionalídade da Linguagem Escrita e o Sucesso na Ipitura no Final do 1o Ano de Escolaridade
a
imagem
que se forma
é
uma
representaçãodo
ícon
ou
estímúo
üsual,
pennanecena
memória depois deste
desapaÍeceÍsob
a
forma de
imagemicónica, que é composta por haços, curyas, ângulos, etc.;
seguidamente, astuaüm scanner,i.e., rtm explorador de imagem, que drâ origem
à recognição das letras da esquerda para a direita;
as letras que são identificadas
atavés
deste processo passâm paÍao
registo de caracteres;no
registo de caracteres as lefuas queforam
identificadas são ffatadaspor
um descodtficador, queutilizando
'umltwo
decódigo
onde estão armazenadas as regras da correspondência grafema-
fonema, faza
cotversão das grafemas em fonemas, que são as representações abstractas dos sons da linguagem;os fonemas são temporariamente armazenados no gravador fonémico;
seguidamsals, através
do
librariun,
éfeita
rrma pesqüsalexical
que permite a transformação das rqtresentações fonémicas abstractas em palavras;as
palarnasr
euo
contêm
as
suas significações
fonológicas,
sintiácticas e semânticas, são guardadas na memória de curtopÍüo,
memória de trabalho, até que as palavras possam ser organizadas em frase (i.e., em unidades maiores);através de
um
mecanismo chamadomerlin,
que apreende a eshutura profunda do conjunto de palawas armazenadas na memória decurto
pÍazo e drâ sentido à frase;se
o
metanismo
referido
é
bem
sucedido,
ou
sejq
se
é
alcançada
a compreensão, os resultados são calculados noTPWSGV/TAU
(the place where! t 30 n E ú
ffi
Mestrado em Psicologia-Desenvolvimento e Intervenção em Contextos Educativos A Aprendizagem da Leitura: Concepções Sobre a Funcionalidade da Linguagem Escrita e o Sucesso na Leitura no Final dol"
Ano de Escolaridadesentences
go
when
they
are understood). Senão
foi
bem
sucedidoa
fixaçãomantém-se de modo
apermitir
o posterior processamento;.
por fim,
as
regras fonológicas são
aplicadas
pelo
editor
à
informaçãoarmazenaÁa
na
TPWSGWTAU
e
são
dadasinstruções
parÍaa
palarna
ser pronunciada em vozalta
Fignra 1
-
Modelo
de Gough (1984,cit.
por Alves Martins,2000,p.29)
SUPPOSE fi{E EYE...
ü
ü
CHARACTER REGISTER+
<__
<--*
ü
ü
---> TPWSGWTAU PRIIvÍ.ARY MEMORY +-__-->
<--PHONEMICTAPE +ü
+ VISUAL SYSTEM ICON SCJTNNER PATTERN RECOGNINON ROUIINES DECODER CODE B@K MERLIN SYNTACNC &SEI\.IANTIC RUTES LIBRT{RIÂN LEXICONffi
Meshado em Psicologia-
Desenvolvimento e Intervengão em Contextos EducativosA
Aprendizagem da Leitura: Concepções Sobre a Funcionalidade daLinguagem Escrita e o Sucesso na Leitura no Final do 1" Ano de EscolaridadeAos
modelos ascendentes correspondem os métodos deiniciação
àleitnra
conhecidoscomo métodos sintéücos, ou seja, os métodos que partem
da
letrapara apalovra
e da palartrapara
afrase,
privilegiando o
ensino das correspondências graíema - fonema(Alves Martins
&
Ni?4
1998,p.
118).Em sÍntese, os correspondências
graío -fonológicas
sdoavia
privilegiada
de acesso aosignificado.
A
leitura,
segundo estas
corrcepções,partiria
assim
de
operaçõespreceptivas sobre grafemas
e culminaria
em operações semânticas (Casho Neves&
Alves Martins, 2000,
p.
122).L2.L.1.
Críticas
aos
Modelos
Ascendentes
O
modelo de leitura
propostopor
Goughtem sido criticado por vários
autores(e.
g.Alves
MaÍtins
& Niz4
1998;Alves
Martins,
2000e
Cntz,2007)
poÍque consideramtratar-se de
um modelo linear e
poucoflexível,
onde existe apenas umaúnica
üa
de acesso ao significado (as correspondênciagafo
- fonológicas), eue não permite aoleitor
adaptar estratégias em função do material
lido.
Várias
investigaçõesjá
mostraramque as
estratégiasque
o
leitor
utiTiza,variam
naleitura de tipos de textos diferentes, pois, por exemplo, nâo se lê da mesma um
jomal
ouuma revista e um artigo
científico
(AlvesMaÍtins
&
Niza,
1998 eCntz,20}7).
Outra das críticas apontada a estes modelos é o facto de não ser certo que todas as
letas
sejam processadas deum modo
sequencial, uma vez que sesúe
que os leitores nem sempÍe dão conta de algrrns erros ortográficos, o que indica que nem todos as letras são processadas (AlvesMartins
&
Niza
1998 e Cruz,2007).Se
um leitor lê
em média
300 palawaspor minuto,
ou
seja,lê
cada palawaem
dois décimos de segundo, parece incompatível com o tempo necessário paÍa que se faça umaleitnra letra a letra
(Alves
Martins&
Nizq
1998 eCntz,2007).
ffi
Mestrado em Psicologia-Desenvolvimento e Intervengão em Contextos EducúivosA Aprendizagem da Leitura: Concepções Sobre a Funcionalidade da Linguagem Escrita e o Sucesso na Leitura no Final do 1" Ano de Escolaridade
Quando
à
exclusiüdade da
üa
fonológica
como inica
üa
de
acessoao
significado tambémtêm
surgido
algumascríticas, uÍna
vez
que
sepor
urn
lado
existe alguma evidênciade que
o
sompode
desempenhar umpapel
de relevo
nesse processo,por
outro, o acesso visual à representação dapalavra
é imprescindívelpara
a activaçdo doléxico no processo de
leitura (Crv2,2007,p.87).
Assrm, se a única
via
de acesso ao significado das palarnasfor
a via fonológica como se podenáexplicaÍ
a distinção e a compreensão de palavras homófonas (e.g. coser e cozer),que embora se
pronunciem
da
mesma maneira,
escrevem-see
têm
significadosdiferentes; ou então como se podení tambem explicar a leitura em pessoasi surdas (Alves Martins
&
Nizq
1998 e Crtz,,2007).Considera-se também que se a teoria da exclusividade da medição fonológica estivesse
correcta,
as
palawas
regularesseriam
lidas mais
rapidamentedo
que as
palavrasirregulares,
Dffi
vários
estudostêm
demonstradoque
esse aspectonão
se
verifica
Quanto às palawas que contêm grafemas com um unico eqúvalente a
nível
fonológico,também seriam mais facilmente reconhecidas do que aquelas que contêm grafemas que
podem
correspondera
fonemas diferentes, mÍLsos
estudos tambémrevelam que
o aspecto referido não severifica
(Alves Martins&
Niza,
1998 e Cruz,2007).Este modelo também não permite
explicar
ainfluência
do contexto no reconhecimento de palavras, então como pode explicar efeitos sintrácticos na percE)ção de palavras (se oleitor
lê
erradamenteuma
palarna
tem
tendência
em
zubstituí-la
por
outra que
é adequada do ponto devista
sintríctico) e ainfluência
dos conhecimentos semânticos na percepção de palavras (Alves Martins, 2000).Tendo
em
conta as
limitações evidentes
destesmodelos,
surgemoutros
modelosffi
Meshado em Psicologia-Desenvolvimento e Intervenção em Contextos Educativos A Aprendizagem da Leitura: Concepções Sobre a Funcionalidade da Linguagem Escrita e o Sucesso na Leihra no Final do lo Ano de EscolaridadeL
2. 2.
Modelos
l)escendentes
(TOP-DOWN)
Os modelos descende,ntes
(e.
g. o
modelo de
Goodman, 1970e
o
modelo de
Smith,1971,
cit.
por Alves Martins, 2000) consideram que a leitura é o processo inverso ao dos modelos descendentes,urra vez
que partem doprtncípio
de queler
é compreender, istoé,
ler
é a construçdo activa de significado apartir
de uma mensagem escrita" o que põeem
relevo
o
papel
desempenhadopelo
conhectmentogeral
do
leitor
para
acompreensão do texto
(Cru2,2007,p.
88).Os
processos superiores são determinantesno
acto
de
ler
(ponto
de partida
paÍa aleitura) e
que
a
leitura
visual
(reconhecimentode
palavras sem descodificação)é
o mecanismo perceptivo mais importante para aceder ao sentido do texto(Alves
Martins,2000 e
Cnu,2007).
A leitura
consiste no confronto doleitor
compalanas
e textos, sobre osquais
o
leitor
já
tem expectativase
sobre os quaisformulou
hipótesespara
saber quais sdo as palanras e quetipo
de mensagem contém. Destemodo,
a
leitura
eruvolve processosde:
identificaçdo
directa
de
signosglobais;
antecipações que se suportam em predições léxico-
semônticase sintácticas; e verificaçdo das hipóteses produzidas (Cru2,2007, p. 89)
Os leitores
utilizam
os seuÍi ç6nhecimentos relacionados come
tema ecom o conkxto
imediato para fazerem antecipações confirmadasou
não através dos índicesdo
texto escrito.O
acto deler
seria como umaadiviúa
psicolinguísticas(Morais,
1997; AlvesMaÍtins
&
Niz4
1998; AlvesMartins,2000
e Cruz-2007).Na figura
2
apresentamoso
modelo
de
Goodman, tambémcoúecido
como
modelopsicolingústico,
consideradopor vários
autores (e. g. Rebelo, 1993;Alves MaÍtins
&
Nizq
1998;Alves Martins,
2000;Viana
&
Teixeira,
2002; Velasquez, 2004e
Cntz,
2007) o
principal
representante dos modelos descendentes.ffi
Mestrado em Psicologia- Desenvolvimento e Intervenção em Contextos EducaÍivosA
Aprendiagem da Leitura: Concepções Sobre a Funcionalidade da Linguagem Escrita e o Sucesso na Leitura no Final do 1o Ano de EscolaridadeGoodrnan concebe
a
leitura
como
sendo um
jogo
de
adtvinhaçdopsicológtca,
onde existeo
contacto entrea
linguageme
o pensamento, sendo o textoofornecedor
das indicaçõespara
tal
contacto(Cruz,2007,
p.8e).
O
processode leitura
proposto
por
Goorlman
é
representado esquematicamente e sistematizado da seguinte forma (AlvesMaÍtins
&
Niza
1998 e Cru2"2007):o
leitor
observa apárytna movendo os olhos ao longo de cada linha, da esquerdaparaadireita
e de cima para baixo;fixa
o material;em
função
de
vráriosfactores,
tais
como
o
seu estilo cognitivo,
os
seus conhecimentos e o material analisado previamente, oleitor
selecciona os índices gráficos presentes no seu campo visual e retem-os na memóÍia de curtopÍazoi
seguidamente, os
ínüces
gráficos seleccionados e os índices de antecipação dãoorigem à formação de uma imagem perceptiva composta por aquilo que o
leitor
vê
e
por
aquilo
que esperaver,
ficando
também estaimagem
amazenada na memória de curto prazo1'ocorre então ,tma pesqüsa
na memória de
longo
Ftrazo, demodo
a
encontar
índicesgafo
- fonológicos, sintácticos e semânticos relacionados com a imagemrecolhida
sendo os índices identificadostambém
armazenados na memória de curto prazo;o
leitor
tsntafazer rrma pÍedição e, sefor
bem sucedido, envia-apaÍaamemória
de longo pfiaz.o, quando não é bem sucedido
volta
a testar os índices s 3 imagem perceptiva, reformulando-a caso seja necessário;ffi
Mestrado em Psicologia- Desenvolvimento e Intervenção em Contextos EducativosA Aprendizagem da Leitura: Concepções Sobre a Funcionalidade da Linguagem Escrita e o Sucesso na Leitura no Final do 1o Ano de Escolaridade
a predição aÍmazenada na memória de
longo
prazo é testada de modo averificar
a
sua
apeitabilidade sintáctica
e
semântica relativame,nteao
contexto
lido
anteriormente;
se a pÍedição se ajustar ao contexto anterior,
o
sentido é inctuindo na memóriade
longo
pÍazo.No
casode a
prediçãonão
se ajustarao
contexto anterior, oleitor
volta
atiís
e pÍocurao
local
onde se deua
inconsistência sintácticaelol
semânticq recomeçando todo o processo.
Figura 2
-
Modelo
deGoodman(1992,
cit.
por AlvesMartins,
2000,p.34)
§c8n Íixe sáleflionne indicm recherchg indicas íorme image ry00Í8ÍÍunê m0leuÍ image percept indirtes identiíifu mêmoire significarion cffrpaÍe rc§t $/n & sÉmant choir possible int4raion Bst indices rágression n0uriaau balayage n0n 36 tr n0n
Meshado em Psicologia-Desenvolvimento e lntervenção em Contextos Educativos
A Aprendizagem da Leitura: Concepções Sobre a Funcionalidade da Linguagem Escrita e o Sucesso na Leitura no Final do 1o Ano de Escolaridade
Aos
modelos descendentes correspondem os métodos de iniciação àleitura coúecidos
como métodos analíticos ou métodos globais,ou sej4
os métodos que partem da frasepaÍa
a palawa e
da palavra
paÍaa
letra
privilegiando
o
reconhecimentoglobal
de palavras (Alves Martins& Niza,
1998 e Cntz,2007).L2.2.1.
Críticas
aos
Modelos
l)escendentes
Os modelos descendentes
tamMm foram
criticadospor
vários autores (e.g.
Gibson&
Lewin,
1975
e
Mitchell,
1982referidos
por Alves MaÍtins
&
Nizq
1998
e
AlvesMaÍtins,2000).
As
críticas apontadasüzem
respeito ao modo comoo leitor
faz as suas predições, umavez que
estesmodelos
nâo
especificam
qual
a
importáncia
das várias
fontes
deconhecimentos (ortognâfica,
lexical,
sintáctica,
semântica) pãÍaa
leitura; como
são testadas essas predições, podendo-se questioailr comoé
queo leitor
sabe onde está aunidade que lhe
permite vertficar
se essa antecipaçdo está correcta?(Alves
Martins&
Niza,
1998,p.
122); epoÍ fim,
referem-se as estratégias queo
lertot utiliza
de modo amelhorar
as probabilidadesde
êxito
quandofalha
numa predição(Alves MaÍtins
&
Niza,
1998).Os autores que
criticam
estes modelos consideram também que estes modelos só têmêxito
em contextosmuito
predizíveise
quando não estejam implicadas aprendizagensiniciais,
porque tma
criança quandoinicia
a
Aprendizagem daLeitura
não tem aindaexperiência,
nem
conhecimentosque
lhe
permitam fazer
predições(Alves
Martins,2000).
Stanovich
(1980,
cit.
por
Alves Martins
&
Niza,
1998e por Alves MaÍtins,
2000)tambem