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OS PROCESSOS DE IMPEACHMENT NA AMÉRICA LATINA: uma análise de O Globo e Carta Capital

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Academic year: 2020

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DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA DO COLÉGIO PEDRO II – RIO DE JANEIRO

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OS PROCESSOS DE IMPEACHMENT NA AMÉRICA LATINA:

Uma análise de O Globo e Carta Capital

Adjovanes T. S. de Almeida1 Vitória T. L. da Silva Lima2

Resumo: O presente artigo tem por objetivo chamar atenção para os recentes processos de rupturas políticas realizados na América Latina, em especial, os casos do Paraguai e do Brasil a partir da perspectiva midiática brasileira. Tais fatos abrem uma oportunidade significativa para o repensar não apenas sobre os aspectos institucionais de ambos os países, mas também para a construção de novos diálogos com os meios de comunicação. Para a atual análise, foram selecionados dois órgãos de imprensa brasileiros com abordagens diferentes acerca do cenário internacional latino americano: O Globo e Carta Capital nas versões eletrônicas entre os anos de 2012 e 2016. Períodos marcados pelos eventos de impeachment, inicialmente, no Paraguai do presidente Fernando Lugo; em seguida, no Brasil, no segundo governo da presidenta Dilma Rousseff. Com relação a esses episódios, eles têm fomentado diversos debates e questionamentos políticos acerca dessa conjuntura vivenciada não apenas pelos dois países, mas também pela sobrevivência dos regimes formalmente democráticos latino-americanos. A partir desse cenário, será realizada uma análise a respeito das abordagens realizadas por ambos os periódicos no tocante a esses episódios políticos internacionais latinos. Na segunda parte, o artigo selecionou um conjunto de reportagens jornalísticas relacionadas aos eventos supramencionados através de um exame comparativo. E, por fim, discute-se a questão da relevância da disseminação informativa plural para uma compreensão ampla dos acontecimentos tanto nacionais quanto internacionais.

Palavras-chave: América Latina - Impeachment – Mídia Brasileira – Governo Dilma Rousseff – Governo Fernando Lugo.

1 Professor do Departamento de História do Colégio Pedro II (CPII/CENII). Coordenador da Especialização em Ensino de História (CPII). Professor da Especialização em Ensino de História da África (CPII). Professor Supervisor do Programa de Residência Docente do Colégio Pedro II. Doutor em História Social (PPGHIS/UFRJ). Mestre em Educação (PROPPED/UERJ).

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A temática que envolve a atuação dos órgãos midiáticos brasileiros e a relação com o cenário internacional latino-americano pode conduzir a múltiplas analises e reflexões acerca do impacto que a imprensa pode provocar, tanto na interpretação da conjuntura externa ao país quanto no próprio cotidiano geral da população. Isso porque veículos informativos não apenas noticiam eventos, mas também são instrumentos que contribuem para formar opiniões.

Além disso, considerar agências de notícias partindo através de um viés, puramente, neutro e desinteressado sobre os fatos inerentes às questões nacionais ou internacionais significaria reduzir o ângulo de análise do todo social. A respeito da importância significativa que a imprensa assume diante dos eventos, Gláucio Dillon Soares recorda:

Os meios de comunicação são fundamentais para essa integração, já que são formadores de opiniões. A imprensa escrita atinge um grande segmento da população, que abrange todas as camadas sociais, por isso, ela exerce uma grande influência na formação da opinião da sociedade. Assim, é de suma importância saber o que a imprensa escrita brasileira noticia sobre os países latino-americanos, o tratamento que eles recebem, quais são os países de maior cobertura, que tipo de notícia é publicada e qual o critério da escolha da notícia em nossos meios informativos. (SOARES, 2004, p. 74).

A partir dessa breve interpretação do pesquisador citado, é possível reconhecer o papel desempenhado pela imprensa escrita existente no país como elemento informativo relevante não somente sobre os aspectos inerentes às conjunturas que podem noticiar, mas em especial na dimensão do público que podem alcançar. Sendo assim, um instrumento significativo na sociedade quando se busca entender os diversos níveis que permeiam as relações entre os indivíduos.

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Além disso, o autor Dillon Soares destaca outro aspecto que não pode ser negligenciado ao repensar tal diálogo existente entre a imprensa e o corpo social, uma vez que os eventos nas suas diversas esferas (políticas, econômicas, culturais) compõem a dinâmica existente do fluxo internacional informativo. A respeito disso, complementa:

Entre as novas perspectivas analíticas do fluxo internacional de notícias está a que privilegia o conceito de linkage, de vinculação entre o que se publica e o interesse nacional ou de setores importantes da população do país que publica a notícia. Ela difere dos estudos que usam variáveis como distância, língua comum, relações coloniais etc., que favorecem as relações entre países, porque essas são características dos países, ao passo que a vinculação nessa dimensão está presente na notícia. (SOARES, 2004, p. 68).

Ao destacar tal conceito de linkage frente a outros possíveis para o estudo do fluxo internacional de notícias, o autor termina por demonstrar as diversas possibilidades de repensar a inter-relação entre os países. Inúmeras nuances podem ser consideradas no diálogo exterior, tais como o distanciamento geográfico, elementos linguísticos e, até mesmo, vínculos históricos entre as nações.

Com relação ao contexto de integração do MERCOSUL (Mercado Comum do Sul) torna-se importante reconhecer a expressividade que o bloco regional possui quando se almeja refletir sobre os países que o compõem e a analise midiática advinda de um dos países membros, no caso a imprensa brasileira. Haja vista que refletir sobre as conexões traçadas internamente apenas pelo viés puramente econômico ou político reduz outros elementos que abrangem a base de experiência comum regional como os aspectos educativo, culturais e, até mesmo, estratégicos. Soares destaca na passagem seguinte:

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Nos anos de 1993 e 1994, a atenção dada à América Latina foi incrementada devido ao interesse despertado pelas experiências de integração particularmente a do MERCOSUL. Antevia-se a entrada de novos países, como a Venezuela, que estava estudando essa possibilidade, o que prenunciava um grande mercado comum latino-americano. Os anos de 1995 e 1996 foram decisivos para sua consolidação como um bloco econômico, com a entrada de novos parceiros parciais, Chile e Bolívia. O MERCOSUL já ultrapassava as fronteiras econômicas e políticas, abrangendo áreas como educação e saúde e sua presença era cada vez mais notória em outras áreas. (SOARES, 2004, p. 69).

De acordo com essas palavras, é possível observar o reconhecimento do autor do texto acerca da relevância regional do bloco latino quanto inicia-se um repensar acerca da conjuntura latino-americana nos seus variados aspectos. Isso serve para mostrar que as relações entre os países membros não se limitam as questões ora política ora econômicas, mas são frutos de uma dinâmica social complexa.

Em relação a esse assunto, visando exemplificar o trato advindo de reportagens jornalísticas a partir órgãos midiáticos particulares, selecionamos O

Globo (jornal) e Carta Capital (revista) para o presente estudo, visto que, no tema

presentemente abordado (os processos de impeachment paraguaio e brasileiro), ambos explicitaram posicionamentos contrastantes, em especial nos editoriais, mas, também, nas reportagens realizadas. No tocante ao evento paraguaio, o jornal

O Globo destacou em um dos noticiários.

Não houve golpe, diz presidente do Paraguai após destituição de Lugo. Membros da UNASUL dizem que não vão reconhecer governo de Franco. Ex-vice afirmou que vai se esforçar para ter reconhecimento dos vizinhos. [...] O novo presidente disse se preocupar com o fato de nenhum país latino-americano ter declarado reconhecê-lo como presidente após o julgamento político que depôs Lugo em apenas dois dias, mas reforçou que assumiu o cargo num processo legal e respeitando a Constituição do país. [...] O caminho para o processo de impeachment ficou aberto depois que o Partido Liberal Radical Autêntico, do vice-presidente, retirou seu apoio à frágil coalizão do presidente socialista. [...] Assessores do agora ex-presidente, no entanto, não confirmavam até sexta se ele permanecerá

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no país ou se falará à imprensa após deixar a residência oficial da Presidência. (ARRAIS, O Globo, jun 2012).

A análise que veio a público aponta assim o posicionamento do jornal frente ao rápido processo de julgamento e afastamento político do ex-presidente paraguaio Fernando Lugo. Assim, o matutino carioca noticiou a ruptura democrática do país fronteiriço mais como um evento rotineiro do cotidiano do vizinho, ao invés de atribuir a seriedade ao acontecimento em si no que tange a unidade do bloco latino e possíveis retaliações (diplomáticas e/ou comerciais) à nação guarani. Deste modo, ao reduzir as consequências mais profundas para tal acontecimento, tal jornal forneceu ao leitor brasileiro uma compreensão parcial (e superficial) do fenômeno político apresentado.

Postura diferente acerca do mesmo tema esteve presente nas páginas da revista Carta Capital, que buscou, diferentemente do jornal selecionado, uma postura crítica e coerente relativa ao contexto interno do Paraguai, ao invés de adotar uma postura mais reducionista.3 Semelhante diferença fica nítida no

fragmento abaixo:

O caso de Honduras em 2009, quando o presidente eleito Manuel Zelaya foi deposto, acendeu um claro sinal de alerta em todo continente latino-americano. A democracia como método de escolha majoritária e forma popular de decisão política pode ser assolada por mandatários parlamentares e juízes togados que usam de seus poderes como afronta a Constituição, com o fim de destituir lideres eleitos democraticamente. [...] No caso de Fernando Lugo no Paraguai, o que houve foi um “julgamento” a jato e de exceção. O prazo de defesa foi exíguo, sem a oferta da devida dilação probatória, as acusações têm caráter preponderantemente ideológico e não de juízo de ilicitude na conduta. [...] A decisão aprovada nesta sexta-feira 22 pelo Senado do Paraguai, a nosso ver, tem evidente caráter de golpe de Estado e não pode ser aceita

3 Deve-se considerar, obviamente, a diferença entre um jornal (diário, com reportagens mais sintéticas) e uma revista (semanal, e que se diferencia por aprofundar determinadas notícias). Por outro lado, também deve-se considerar o perfil de consumidor de cada um destes órgãos de imprensa – o que, infelizmente, fugiria ao objetivo deste artigo.

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pelos organismos internacionais que, segundo tratados multilaterais, velam pela democracia no continente. (SERRANO, Carta Capital, 2012).

O jornalista, além de propor um olhar mais amplo sobre o episódio ocorrido no Paraguai, buscou também traçar um paralelo com os acontecimentos da América Latina ao citar o caso de Honduras em 2009. Diferente de O Globo, que, partindo de argumentos do novo presidente paraguaio (após a deposição de Lugo), a revista optou em analisar um panorama mais abrangente, discutindo a própria conjuntura da América Latina, e, assim, conduzindo o leitor brasileiro a realizar interpretações com maior grau de aprofundamento sobre esse acontecimento político externo.

Além disso, outro assunto que também assumiu relevância no noticiário analisado foi o recente processo de impeachment ocorrido no Brasil, no decorrer do segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff (2014-2016). Assim como na abordagem realizada sobre o afastamento político do presidente Fernando Lugo no Paraguai, O Globo buscou associar tal ruptura institucional brasileira não a imagem de golpes políticos, mas sim a processos comuns de impedimentos políticos. Numa publicação recente, o editorial destacou:

Dilma aponta “golpe em curso” e promete: “Jamais renunciarei”. Presidente recebeu apoio de dezenas de juristas contrários ao impeachment. Para a petista, pode se descrever um “golpe de Estado” com “muitos nomes”. [...] A presidente Dilma Rousseff voltou a classificar de "golpe" nesta terça-feira (22) o processo de impeachment de que ela é alvo na Câmara dos Deputados e reafirmou que não irá renunciar "jamais". A petista deu a declaração durante ato organizado no Palácio do Planalto para que dezenas de profissionais do meio jurídico manifestassem apoio ao governo e se posicionassem contra a tentativa de afastá-la da Presidência. (MATOSO, O Globo, 2016)

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Tal reportagem publicada pelo jornal demostra assim, mais uma vez, o modo como o meio de comunicação selecionado vem abordando os recentes processos de rupturas políticas no cenário latino-americano. Desde o impeachment sofrido pelo presidente Fernando Lugo no Paraguai em 20124 e a atual conjuntura

brasileira, tal periódico produz uma interpretação bastante peculiar dos fenômenos políticos, enfatizando a legalidade do processo de destituição da presenta eleita5 e

negando, peremptoriamente, qualquer ruptura da ordem institucional; sob esse viés, o que aconteceu (tanto no Paraguai como no Brasil) não poderia ser considerado um golpe de estado, mas, apenas, a aplicação do remédio constitucional adequado.

Contrapondo essa forma de interpretação da sociedade e seus fenômenos políticos, a Carta Capital, por sua vez, adotou a respeito do mesmo assunto postura diametralmente contrária àquela do jornal por nós pesquisado. Assim, Mino Carta (editor e proprietário da revista) afirmou:

O golpe sem disfarces. A despeito do esforço midiático para despistar a plateia, as convenções grampeadas confirmam o complô e apontam seus autores. [...] As conversas gravadas por Sérgio Machado, e até o momento divulgadas pela Folha de S.

Paulo, imprimem novo ritmo e novo rumo à manobra golpista que

afastou Dilma Rousseff e entregou o governo interino a Michel Temer, o arguto professor de Direito Constitucional que rasga a Constituição. [...]. Perguntei aos meus estupefactos botões como haveria de revidar o poder togado à ameaça do poder parlamentar. Mais, de que lado ficariam a casa-grande e a mídia nativa. Antes que respondessem, Temer entra em cena e joga a carta do pacote econômico do ministro Meirelles [...]. Carta Capital preocupa-se com o destino do País brutalmente desigual e pratica o jornalismo com honestidade e fidelidade canina à verdade factual. (CARTA, Carta Capital, 2016).

4 E mesmo antes, com a destituição do presidente de Honduras pela Suprema Corte daquele país, em 2009.

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Assim, a reportagem acima explícita o reconhecimento de que a deposição do governo Rousseff constituiu-se não na aplicação da solução constitucional (o impeachment), mas em um golpe de estado (ora travestido de uma aparente legalidade). Ademais, o editor explicita o posicionamento do que ele chama de “mídia nativa” favorável ao afastamento da ex-presidenta do Brasil. Além de deixar explícito para o leitor o posicionamento da revista com relação a conjuntura política nacional vivenciada nos últimos anos.

Desse modo, ambos editorais possuem uma função em comum, ou seja, informar a população brasileira a respeito dos acontecimentos nacionais quanto internacionais. Todavia, os respectivos órgãos de imprensa adotaram formas de abordagem jornalísticas com distanciamentos visíveis acerca do posicionamento e compreensão que possuem sobre o mundo e interpretações dele.

Em conjunto dessa discussão, repensar o processo informativo plural a partir dos órgãos midiáticos brasileiros torna-se cada vez mais necessário, em especial nos contextos de rupturas políticas tanto nacionais quanto internacionais, uma vez que o debate múltiplo abre caminho para o florescimento de opiniões diversas e consistentes a respeitos da sociedade e seus reais problemas. Com relação isso, Francisco Fonseca observa:

Os conflitos sociais, das mais variadas ordens, são possibilitados na democracia pelas instituições e pelas normas legais, assim como pelos pactos entre as classes sociais. [...] é fato que a mídia - entendida como o complexo de meios de comunicação que envolve mensagem e recepção, por formas diversas [...] representa uma forma de poder que, nas sociedades "de massa", possui papéis extremamente significativos, tais como: influir na formação das agendas públicas e governamentais [...] Esses papéis são ocultados sob o lema do "dever da informação", que seria "neutra", "independente", "apartidária" e "a-ideológica", características invariavelmente alegadas pelos órgãos da mídia ao retratar, de forma cabotina, sua atuação. [...]. Os órgãos da mídia - emissoras de tv, rádios, jornais, revistas, portais - atuantes na esfera pública são em larga medida empresas privadas que, como tal, objetivam

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o lucro e agem segundo a lógica e os interesses privados dos grupos que representam. [...]. Note-se que o papel da mídia é ainda mais potencializado com a crise dos sistemas representativos tradicionais [...] Segundo Castells, ao lado das aludidas mudanças estruturais na representação política em perspectiva global - presentes em maior ou menor escala em cada país ou região -, o próprio sistema político formal é impactado pelo sistema informacional [...]. (FONSECA, 2011, pp. 41-45).

De acordo com a autor, ao repensar o papel da mídia na sociedade devem ser considerados os interesses presentes nos editorais e os próprios meios de comunicação disponibilizados para a população. Igualmente, ele destacou, ainda, a associação (nem sempre explícita) entre órgãos midiáticos e diferentes atores sociais. E nas conjunturas de crises e rupturas políticas, a mídia pode adquirir potencial ainda maior na formulação de opiniões de massa.

A partir das publicações selecionadas, pode-se perceber que o jornal O

Globo manteve-se firme na oposição aos governos progressistas

latino-americanos, justificando para seus leitores a legalidade das ações que resultam na deposição dos mesmos. Por outro lado, a revista Carta Capital posicionou-se frontalmente contra este “retrocesso” político na América Latina, caracterizando-os (nos exemplos de Honduras, Paraguai e Brasil) como golpes de estado.

Por fim, é importante reforçar a necessidade da democratização dos meios de comunicação, com a criação de órgãos midiáticos mais plurais e inclusivos, em função da importância demonstrada pela mídia nas sociedades contemporâneas.

REFERÊNCIAS

ARRAIS, Amauri. Não houve golpe, diz novo presidente do Paraguai após destituição de Lugo. In: O Globo, Rio de Janeiro, 2012. Disponível em: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/06/novo-presidente-do-paraguai-diz-que-buscara-reconhecimento-de-vizinhos.html. Acesso em: 03 out 2016.

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CARTA, Mino. O golpe sem disfarces. In: Carta Capital, São Paulo, 2016. Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/revista/903/o-golpe-sem-disfarces. Acesso em: 03 out 2016.

FONSECA, Francisco. Mídia, poder e democracia: teoria e práxis dos meios de comunicação. In: Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, n. 6, pp. 41-69,

jul/dez 2011. Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-33522011000200003. Acesso em: 03 out 2016.

MATOSO, Filipe. Dilma aponta “golpe em curso” e promete: “Jamais renunciarei”.

In: O Globo, Rio de Janeiro, 2016. Disponível em:

http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/03/golpe-esta-em-curso-e-jamais-renunciarei-diz-dilma.html. Acesso em: 03 out 2016.

SERRANO, Pedro Estevam. Impeachment de Fernando Lugo foi, sim, um golpe.

In: Carta Capital, São Paulo, 2012. Disponível em:

http://www.cartacapital.com.br/internacional/impeachment-de-fernando-lugo-foi-sim-um-golpe . Acesso em: 03 out 2016.

SOARES, Gláucio Ary D. América Latina na Imprensa Brasileira. In: Opinião

Pública. Campinas, v.10, n.1, p.63-90, 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/op/v10n1/20315.pdf. Acesso em: 30 set 2016.

THE IMPEACHMENT PROCESSES IN LATIN AMERICA: An analysis from O Globo e Carta Capital

Abstract: This article aims to draw attention to the recent processes of political ruptures in Latin America, especially in the cases of Brazil and Paraguay from the Brazilian media perspectives. These facts have been opening a significant opportunity to rethink not only the institutional aspects of both countries, but also the construction of new dialogues with the media. For the current analysis, two Brazilian press agencies with different approaches to the Latin international scene were

selected: O Globo and Carta Capital in their electronic versions between the years

2012 and 2016. Periods which had marked by the impeachment events in Paraguay, initially, of President Fernando Lugo; then in Brazil, in the second government of President Dilma Rousseff. In relation to these episodes, they have fomented diverse debates and political questions about this conjuncture experienced not only by these two countries, but also for the survival of the formally democratic regimes in Latin American as a whole. From this scenario we initially carry out an analysis of the approaches carried out by both journals in relation to Latin American political events. In the second part, the article selected a set of journalistic reports related to the aforementioned events through a comparative examination. Finally, it discusses the

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53 question of the relevance of plural informative dissemination for a broad understanding of national and international events.

Keywords: Latin America - Impeachment - Brazilian Media - Government Dilma Rousseff - Government Fernando Lugo.

Recebido em: 25/10/2016 Aprovado em: 30/11/2016

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