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O ESTRESSE DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM NO SERVIÇO NOTURNO

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Revista UNIABEU Belford Roxo V.9 Número 21 JANEIRO-ABRIL de 2016

O ESTRESSE DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM NO SERVIÇO

NOTURNO

Claudemir Santos de Jesus1

Marinalva Ferreira do Patrocínio2

RESUMO: O estudo em tela tem como objeto: as implicações à saúde do enfermeiro que atua

no serviço noturno em relação ao estresse ocupacional. A partir deste, surgiu como questão norteadora: quais as implicações à saúde do enfermeiro que atua no serviço noturno em relação ao estresse ocupacional? Já o objetivo do trabalho foi: descrever as implicações à saúde do enfermeiro que atua no serviço noturno em relação ao estresse ocupacional. A metodologia trata de uma revisão integrativa, com abordagem qualitativa, onde foram utilizados artigos selecionados em bases de dados indexadas em meio eletrônico. A justificativa da escolha do tema se fez por ressaltar o estresse dos profissionais de enfermagem, proveniente da iminência de estresse pelas circunstâncias vivenciadas, pois os enfermeiros interatuam ininterruptamente com a dor, a agonia, o conflito, cargas excessivas de trabalho e em turnos noturnos, propiciando aos mesmos, problemáticas físicas, mentais e profissionais. Podemos concluir que em relação ao estresse no trabalho, averigua-se a precisão de elaboração de ações de manejo para evitar o estresse ocupacional, enfatizando na instituição de serviço e/ou no profissional, as intervenções direcionadas para identificação de agentes estressores evitáveis no âmbito do serviço.

Palavra-chave: Enfermagem do Trabalho; Trabalho noturno; Esgotamento Profissional.

ABSTRACT: The study on screen has as object: the implication in health nurse who works in

night service in relation to occupational stress. From this emerged as a guiding question: what are the implications to the health of nurses who work in night service about occupational stress? But the objective was to describe the health implications for the nurse who works in night service in relation to occupational stress. The methodology is an integrative review, with a qualitative approach, in which was used selected articles indexed in databases electronically. The justification of the choice of the theme was made by noting the stress of nursing professionals, from the verge of stress experienced by the circumstances, for nurses interact with continual pain, agony, conflict, excessive workloads and night shifts, provides the same, physical problems, mental and professional. We can conclude that, about stress at work, to consider whether the development of management actions precision to prevent occupational stress, emphasizing the service institution or professional, interventions directed at identifying avoidable stressors within the service.

Key-word: Occupational Health Nursing; Night Work; Burnout, Professional.

1 INTRODUÇÃO

Atualmente o estresse é um dos agentes geradores de distúrbios de saúde e de bem-estar do profissional de enfermagem que podem induzir à patologia e ser fatal.

1 Enfermeiro, Mestre em Enfermagem – EEAN/UFRJ, Docente Convidado na Pós-Graduação

em Enfermagem do Trabalho da Universidade Iguaçu.

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Revista UNIABEU Belford Roxo V.9 Número 21 JANEIRO-ABRIL de 2016

Conforme ROCHA (ROCHA, MARTINO, 2010, p. 280), o estresse vem sendo conceituado como uma deterioração completa do organismo, produzido pelos distúrbios psicofisiológicos que acontecem quando o profissional de enfermagem é obrigado a suportar circunstâncias que o descontentem, excitem ou intimidem.

Os sinais e sintomas que acontecem com assiduidade encontram-se no plano físico, como: presença de sudorese, problemas gástricos, tensão muscular,

taquicardias, hipertensão, bruxismo, hiperatividade, enjoos, entre outros

(HANZELMANN; PASSOS, 2010, p. 694).

Desta forma, esta pesquisa tem como objeto de estudo: as implicações à saúde do serviço noturno em relação ao estresse ocupacional no enfermeiro. Assim, buscamos enfatizar os fatores que favorecem o desenvolvimento do estresse no enfermeiro que presta serviço neste turno, afetando sua qualidade de vida e saúde.

Contudo, a definição de estresse ocupacional; analisar os fatores de risco existentes; relatar as fases em manifestações observadas na saúde do enfermeiro, que atua no serviço noturno, com estresse ocupacional, são pontos de análise para discussão, em que todo esse arcabouço expressa a partir do objetivo do estudo, que é analisar as implicações à saúde do serviço noturno em relação ao estresse ocupacional no enfermeiro.

2 METODOLOGIA E RESULTADOS

Para a realização do estudo, adota-se a abordagem do tipo qualitativa, que, segundo MINAYO (MINAYO, 2010, p. 76), é basicamente a que busca entender um fenômeno específico em profundidade, ao invés de estatísticas, regras e outras generalizações, trabalhando com descrições, comparações e interpretações. Esta pesquisa de revisão integrativa usou como fonte artigos científicos, permitindo através deste procedimento, alcançar um levantamento de subsídios amplos sobre o tema discutido.

Sendo um processo sistemático de construção do conhecimento, tem como metas principais gerar novos conhecimentos e refutar algum conhecimento pré-existente. O que surgiu como questão de pesquisa: quais as implicações à saúde do enfermeiro que atua no serviço noturno em relação ao estresse ocupacional?

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O conteúdo literário foi extraído, em parte, na Scientific Electronic Library

Online (Scielo). A pesquisa buscou artigos somente em português, que foram

publicados nos anos de 2009 a 2014. Os descritores incluídos na pesquisa foram: Enfermagem do Trabalho, Trabalho noturno, estresse ocupacional.

Foram encontrados, a princípio, um total de 432 artigos. Deste quantitativo, excluímos 201, por serem de antes do ano de 2009, e 216 em outros idiomas. Após a fase de seleção, somente 21 artigos foram utilizados no desenvolvimento deste estudo. Para se chegar a este quantitativo, realizamos uma pré-análise do material levantado, utilizando-se recursos de filtragens disponíveis nas próprias bases de dados, sendo selecionados somente os que condiziam com o objetivo proposto.

Os critérios de inclusão constituídos para a triagem das publicações encontradas foram, a priori, artigos que destacavam o estresse ocupacional; e que fossem relacionados ao trabalhador de enfermagem atuante no serviço noturno. A seguir apresentar-se-á um panorama geral das publicações.

Quadro 01: Levantamento dos artigos coletados na Base de Dados LILACS

Periódico Ano Local Título Método

Rev Esc Enferm USP

2010 SP O estresse e qualidade de sono do enfermeiro nos diferentes turnos hospitalares

Estudo quantitativo Texto Contexto

Enferm

2011 SC Estudo estrutural das representações sociais do trabalho noturno das enfermeiras

Estudo descritivo Psicólogo

Informação

2011 SP Estresse e reajustamento social em auxiliares de enfermagem

Pesquisa de campo Rev. Latino-Am.

Enfermagem

2011 RS Estresse laboral e capacidade para o trabalho de enfermeiros de um grupo hospitalar

Estudo descritivo Rev Gaúcha Enferm 2012 RS Sintomas de estresse em trabalhadoras de

enfermagem de uma unidade de Pronto Socorro.

Estudo transversal Rev Gaúcha Enferm 2012 PR Estresse ocupacional: avaliação de enfermeiros

intensivistas que atuam no período noturno

Estudo descritivo R. pesq.: cuid.

fundam

2012 RJ O estresse de enfermeiros atuantes no cuidado do adulto na unidade de terapia intensiva

Revisão bibliográfica C&D-Revista

Eletrônica da Fainor

2013 ES Estresse da equipe de enfermagem e sua influência na produtividade

Revisão de literatura Cogitare Enferm 2009 PR Trabalho noturno e morbidades de trabalhadores

de enfermagem

Pesquisa exploratória descritiva Revista Acred 2012 RJ Estratégias para minimizar danos à enfermagem

do serviço noturno: uma revisão integrativa

Revisão integrativa Saberes Unicampo 2014 PR A importância da ginástica laboral para a

prevenção de ler/dort em profissionais de enfermagem

Revisão integrativa

Rev. Pesq. em Fisiot.

2013 BA Alterações osteomusculares em técnicos de enfermagem em um ambiente hospitalar

Estudo descritivo e transversal Fonte: Dados extraídos da Biblioteca Virtual da Saúde, disponíveis em: WWW.bireme.br

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Quadro 02: Levantamento dos artigos coletados na Base de Dados SCIELO

Periódico Ano Local Título Método

Rev Esc Enferm USP

2010 SP Imagens e representações da enfermagem acerca do estresse e sua influência na atividade laboral

Estudo descritivo Rev Esc Enferm

USP

2011 SP Estresse, coping e estado de saúde entre enfermeiros hospitalares

Estudo quantitativo Enfermagem em

Foco

2011 SC Percepção do enfermeiro sobre os efeitos do trabalho noturno em sua vida

Pesquisa de campo Rev Esc Enferm

USP

2011 SP Caracterização dos sintomas físicos de estresse na equipe de pronto atendimento

Revisão de Literatura Cogitare Enferm 2011 PE Estresse ocupacional em enfermeiros de um

hospital universitário

Estudo descritivo Revista Eletrônica

Gestão & Saúde

2012 RJ Estresse ocupacional crônico e o setor de atuação dos profissionais de enfermagem da rede hospitalar

Estudo transversal Rev. Latino-Am.

Enfermagem

2013 RJ Estresse ocupacional e autoavaliação de saúde entre profissionais de enfermagem

Pesquisa de campo Rev Saúde Pública 2011 SP Jornadas de trabalho na enfermagem: entre

necessidades individuais e condições de trabalho

Estudo transversal Rev Bras Enferm 2013 DF Análise fatorial de correspondência das

representações

sociais sobre o trabalho noturno da enfermeira

Estudo de caso, descritivo e analítico Fonte: Dados extraídos da Biblioteca Virtual da Saúde, disponíveis em: WWW.bireme.br

Ao se avaliar os artigos, pôde-se ressaltar que todos os autores são enfermeiros, cujos locais de publicações em relação à temática foram: SP 06 (28,5%); SC 02 (9,6%); RS 02 (9,6%); PE 01 (4,7%); PR 03 (14,3%); RJ 04 (19,2%); DF 01 (4,7%); ES 01 (4,7%); BA 01(4,7%). Em referência ao tipo de estudo, dos 21 artigos pesquisados, 13 (61,1%) foram textos originais e 08 (38,1%) de revisão.

Em relação às revistas científicas, observamos: Rev Esc Enferm USP (04) 19%, Rev. Latino-Am. Enfermagem 02 (9,6%); Rev Gaúcha Enferm 02 (9,6%). As demais revistas, apenas um artigo por revista. Quanto ao corte temporal das publicações, verificaram -se: 2011(08) 38%; 2012 (05) 24%; 2013 (04) 19%; 2010 (02) 9,6%; 2009 (01) 4,7%; 2014 (01) 4,7%.

Ao analisar os dados, permitiu-se a formulação de uma categoria temática: As implicações à saúde do enfermeiro que atua no serviço noturno em relação ao estresse ocupacional, na qual demonstrou aderência ao objeto de estudo.

Em referência aos achados, cabe destacar que, dentre os fatores de risco estressores abordados nas 21 publicações, os que são constantemente mencionados são: a dupla jornada de trabalho, apresentado em 08 (38,2%), em segundo lugar surge a elevada exigência de responsabilidade, com 07 (33,3%), em seguida, sobrecarga de trabalho e rotações de escalas, com 06 (28,5%).

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3 DISCUSSÃO

3.1 As implicações à saúde do enfermeiro que atua no serviço noturno em relação ao estresse ocupacional

De acordo com ROCHA (ROCHA, MARTINO, 2010, p. 281), a natureza do serviço noturno faz do cuidado à saúde uma atividade desgastante, em especial por colocar o trabalhador em contato com situações imprevisíveis e críticas, no momento em que sua atenção se encontra reduzida em virtude do horário. Os fatores de risco estressores são definidos como a causa pela qual se desencadeou um conjunto de

reações físicas e psicológicas(HANZELMANN; PASSOS, 2010, p. 695), cujos fatores:

internos – pensamentos estressantes, vulnerabilidades psicológicas, vulnerabilidades genéticas. Externos – mudanças significativas ocorridas em nível macro da sociedade como, por exemplo, catástrofes, acidentes e que geram tensão, as quais ultrapassam a capacidade do ser humano em se adaptar (VEIGA; FERNANDES; PAIVA, 2011, p. 683).

Acerca do estresse sofrido pelo enfermeiro, Guido et al. (2011, p. 1439) evidenciaram como agentes estressores a dupla jornada de trabalho, elevada exigência de responsabilidade, assistência prestada junto a pacientes graves, carência de profissionais qualificados e elevada demanda de pacientes. Segundo GIRONDI (GIRONDI, GELBCKE, 2011, p. 191), a função do enfermeiro é árdua em virtude da rotatividade de escalas no serviço noturno, o excesso das jornadas com a presença de baixo salário, o sofrimento com as dores do paciente e a desvalorização da classe, o que causa estresse, mostrando assim, a relevância para melhores condições de trabalho.

MOGENTALE e VIZZOTO (MOGENTALE; VIZZOTTO, 2011, p. 2) explicam que o serviço de enfermagem é formado por indivíduos do sexo feminino, sobrecarregando tal gênero a uma carga de trabalho dupla, quando se adicionam as funções do lar e trabalham em mais de um hospital para complementar a renda. FARIAS et al. (FARIAS et al., 2011, p. 722) evidenciaram que grande parte destas demonstravam sinais e sintomas de estresse, nos estágios de resistência e exaustão, apresentando aflição, ansiedade, depressão e insônia.

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O expediente noturno surge como um agente de risco, ao passo que existe uma precisão física de efetuar uma sincronização do ciclo cicardiano com o relógio biológico (SANTOS; FRAZÃO; FERREIRA, 2011, p. 76). O sono é um aspecto relevante para conservar a integridade física e psíquica do profissional de enfermagem. Com a mudança do horário de dormir, profissionais descrevem os problemas de realizá-lo durante o dia. A hibridez das jornadas e das refeições produz desordens no estômago, estando associada ao aspecto da excreção do suco gástrico, fundamental à digestão.

As apresentações de estresse abarcam três estágios que, agrupados, distinguem a Síndrome de Adaptação Geral: estágio de alarme, estágio de resistência e estágio de exaustão (SELEGHIM et al., 2012, p. 165). O primeiro estágio é distinguido fisicamente por meio do sistema nervoso central, que entende as circunstâncias de tensão e motiva a fabricação de hormônios, apresentando tensão dos músculos, compressão da mandíbula, bruxismo, suor excessivo, palpitação, hipertensão arterial, enjoos, mãos e pés frios (GIRONDI; GELBCKE, 2011, p. 192).

Para VERSA (VERSA et al., 2012, p. 78), a fase de Resistência acontece quando o agente persiste por um tempo muito prolongado, exigindo uma maior resistência física, tanto que a respiração, a taquicardia, a circulação e a tensão nas artérias retornam aos poucos a seus coeficientes anteriores, mas, ao existir constância do estresse, a resistência reduz e começa a fase de exaustão, quando, de acordo com SOUZA (SOUZA et al., 2012, p. 25), os sinais do estágio de alerta ressurgem mais enfatizados e os demais desenvolvem-se, fazendo com que o organismo fique mais suscetível a patologias.

Exaustão é a ruptura da estabilização física e encontra-se referente a uma multiplicidade de patologias, como hipertensão arterial, angústia, problemáticas sexuais e dermatológicas, como, por exemplo, hipersensibilidade, além do infarto (FRANÇA; FERRARI, 2012, p.531); já, para THEME (THEME, COSTA, GUILAM, 2013, p. 6), em referência aos sinais psíquicos, encontram-se inseridos os distúrbios ansiosos e/ou depressivos, perda de sono, problemas com concentração, conflito emocional, aflição, psicose, problemas nos relacionamentos interpessoais, irritação com excesso de preocupações, dificuldades para relaxar, suscetibilidade.

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GUIDO et al. (GUIDO et al., 2011, p. 193) explicam que ações de manejo de estresse ocupacional devem ser enfatizadas na instituição, cujas intervenções são direcionadas para a transformação de agentes estressores do âmbito de serviço, podendo ser inserida nas condições de serviço, educação e desenvolvimento, cooperação e independente do serviço e relacionamentos interpessoais. As intervenções dirigidas ao profissional de enfermagem anseiam diminuir o impacto negativo já presente, por meio do desenvolvimento de um apropriado planejamento de mecanismos.

A função dos enfermeiros dentro do hospital é estabelecida como um procedimento de ações contínuas, por causa do volume de atendimentos aos pacientes graves, com riscos de morte e precisando de cuidados. Em uma jornada de 24 horas de trabalho, o profissional de enfermagem desempenha procedimentos de trabalho especiais que requerem a efetuação de turnos continuados de revezamento, plantões, serviços noturnos e feriados (PAIXÃO et al., 2013, p. 80).

SILVA e outros (SILVA, ROTENBERG, FISCHER, 2013, p. 1117) relataram que a regulamentação define uma jornada máxima de 8 horas diárias e de 44 horas semanais. Na área da saúde, esta carga horária pode oscilar de 30 a 40 horas semanais, mas as jornadas diárias podem ser de 06, 08 e 12 por 36 horas, ou, também, jornadas de 04 dias de 06 horas e 01 dia de 12 horas, segundo estabelecido, mas nos hospitais onde são desempenhadas atividades ininterruptas, as jornadas de 08 e 12 horas, realizadas pela equipe, estão protegidas nos acordos de trabalho definidos em convenções coletivas.

Para MAYNARDES e outros (MAYNARDES, SARQUIS, KIRCHHOF, 2009, p. 703), a diminuição da jornada é plausível por intermédio de acordo ou convenção coletiva de trabalho. Entretanto, a jornada habitual não poderá ser diminuída pelo hospital com redução do salário, mesmo com a anuência do mesmo, salvo se existir real veemência deste, por razões como outro emprego, por exemplo. Em relação ao descanso no plantão, VEIGA e outros (VEIGA, FERNANDES, PAIVA, 2013, p. 20) elucidam que determinados momentos de descanso são indispensáveis em meio à jornada de trabalho para todos os enfermeiros.

Terá descanso obrigatório de 15 minutos, quando a jornada de trabalho exceder 4 horas, porém não será contada na jornada de trabalho, se esta superar 06

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e não extrapolar a 08 horas; a intermitência de descanso necessitará ser de, no mínimo, 60 minutos e no máximo 120, não calculadas na jornada diária (PAIXÃO et

al., 2013, p. 82).

NASCIMENTO e outros (NASCIMENTO, GUEDES, AGUIAR, 2012, p. 125) esclarecem que se o enfermeiro desempenhar suas funções em jornada que ultrapasse 6 horas, e não lhe seja outorgado pelo hospital tal direito de descanso durante a jornada, o mesmo estará forçado a pagá-lo, pelo período apropriado, com o aumento de, no mínimo, 1/4 sobre o valor do vencimento da hora habitual de trabalho. Em jornadas com 12 horas, o período para repouso ou nutrição necessita ser de 60 minutos, calculado dentro do intervalo de trabalho, ao passo que a jornada diária não deve ultrapassar tal alcance de tempo (MAYNARDES; SARQUIS; KIRCHOF, 2009, p. 708). As regulamentações na área de enfermagem definem que entre duas jornadas de trabalho é imprescindível um período de, no mínimo, 11 horas sucessivas para o descanso (VEIGA; FERNANDES; PAIVA, 2013, p. 18).

A ginástica laboral (NASCIMENTO, GUEDES, AGUIAR, 2012, p. 122) reza como um dos recursos que procuram prevenir as patologias ocupacionais, sendo implementada na jornada de trabalho integrada com atividades programadas antecipadamente, podendo ocorrer antes, durante ou depois do expediente.

A atividade laboral incide em exercícios efetuados no próprio ambiente de trabalho, dando ênfase aos alongamentos e atividades para a diminuição da sobrecarga nas composições musculares empregadas em meio aos trabalhos ocupacionais. (SANTOS et al., 2014, p. 62)

Já ROCHA e outros (ROCHA et al., 2013, p. 10) apresentaram que a atividade laboral é adequada para prevenir as lesões pelos esforços repetitivos, tão comumente encontradas em enfermeiros, e melhorar as relações de trabalho, além de possibilitar uma melhor capacidade de produção. Assim sendo, a atividade laboral pode exercer função relevante na qualidade de vida, incidindo na saúde e bem-estar dos enfermeiros.

4 CONCLUSÃO

O serviço dos enfermeiros é árduo, no qual se lida a todo instante com as enfermidades físicas da coletividade. A assistência com a saúde das pessoas

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encontra-se diretamente relacionada ao trato com os mais variados sujeitos e às mais variadas circunstâncias, como a de patologias que estabelecem uma grande dose de angústia nos pacientes, que simplesmente é direcionada para os profissionais que os atendem.

Nota-se a relevância do bem-estar e a saúde do profissional de enfermagem no serviço, porque é no serviço que se passa a grande parte de sua vida. A qualidade encontra-se absolutamente associada com as precisões e perspectivas humanas e com a relativa satisfação.

O estresse na função do enfermeiro está associado a vários elementos e ao próprio profissional de enfermagem, entretanto, analisa-se que é difícil detectar onde se encontra o problema de fato, se exógena ou endogenamente. Entende-se que essa profissão é vista como estressante e que inexiste na literatura vigente uma anuência em relação às instituições hospitalares no serviço e nos relacionamentos interpessoais.

Assim, é preciso que se apreciem as problemáticas relacionadas ao âmbito, vislumbrando o bem-estar do paciente e dos enfermeiros, como o impacto positivo focado na qualidade do cuidado, pois se a equipe encontra-se em permanente estresse, inexistirá probabilidade de uma excelente atuação, induzindo-a inclusive, à frustração que, de alguma maneira, é o começo para o desinteresse do profissional.

Compreende-se que o estresse não se encontra sujeito ao setor de serviço, e, sim, às circunstâncias que são fornecidas a esse serviço. Com esta verificação, existe precisão em debater as circunstâncias de serviço do profissional, independente de seu setor de desempenho, porque o êxito da prestação do cuidado ao paciente e seus parentes, se faz necessário com enfermeiros que estejam preparados completamente, ou seja, no que tange aos conhecimentos, anseios e atuação com organização apropriada.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Recebido em: 04 de junho 2015. Aceito em: 09 de março de 2016.

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