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A IMPORTÂNCIA DO ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL PARA O BEM ESTAR DOS ANIMAIS EM ZOOLÓGICOS

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A IMPORTÂNCIA DO ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL PARA O BEM ESTAR DOS ANIMAIS EM ZOOLÓGICOS

Aline Teixeira Silva1 Maria Esther Macêdo²

RESUMO

A busca pela qualidade de vida dos animais em cativeiro tem sido realizada nos zoológicos, inclusive os brasileiros. A grande maioria deles hoje utiliza de várias práticas diariamente, tendo como destaque o enriquecimento ambiental. Esta prática é de grande importância e pode acontecer de várias formas, físico, sensorial, cognitivo, social e alimentar. Adaptado para as mais diversas espécies. Graças ao seu uso o nascimento de diversas espécies tem sido observado nos zoológicos do país tanto para as espécies raras, existentes apenas em cativeiro, como para aquelas ameaçadas de extinção. Filhotes de aoudad, gansos do Havaí, onças pardas, cervos do pantanal, jaguatiricas nascendo em diversos zoológicos brasileiros comprovam a importância do uso do enriquecimento ambiental nas diversas instituições espalhadas pelo país.

Palavras-chaves: Zoológicos. Animais em extinção. Preservação. Enriquecimento ambiental. Bem estar animal.

INTRODUÇÃO

O hábito de colecionar animais selvagens vem desde os tempos mais remotos. Imperadores chineses, astecas e faraós costumavam ter esses animais em seus domínios, como demonstração de força e poder (WHEATER et al.,1992). Durante muito tempo os animais foram confinados de forma arcaica, presos em espaços minúsculos, e serviam de mera distração para o ser humano e sua curiosidade.

Esta tradição se estendeu por milhares de anos e se firmou entre os séculos XVI e XVIII, quando era costume a utilização de animais selvagens para guerra, caça, estética, cortejos, paradas militares ou em palácios. No século XVI, aristocratas passaram a manter animais selvagens, o que se tornara status de riqueza (SAAD et al., 2011).

1 Estudante do 6º período do curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário Metodista Izabela

Hendrix – Campus Praça da Liberdade. Email: alineteixeiracb@yahoo.com.br

² Professora do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix – Campus Praça da Liberdade. Bióloga, mestre em Parasitologia e doutora em Biologia Parasitária. Email: maria.macedo@izabelahendrix.edu.br

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Na Alemanha o naturalista Carl Hagenbeck fundou em 1900 o “Stellingen Zôo”, onde os animais tinham recintos mais apropriados, simulando um pouco seu ambiente natural e com espaços maiores, demonstrando uma melhoria do conforto dos animais. A partir desse zoológico, outros países da Europa e Estados Unidos o tomaram como modelo, e o bem estar animal passou a respeitar o interesse econômico (BOSTOCK 1998 apud TAVARES, 2009).

O primeiro zoológico brasileiro foi criado em 16 de janeiro de 1888, no Rio de Janeiro quando o Barão de Drumond fundou no bairro de Vila Isabel uma área de riachos, lagos artificiais e uma extensa coleção de animais (SAAD et al., 2011).

Segundo Sanders e Feijó (2007) estes zoológicos apresentavam recintos e jaulas construídos para proporcionar aos visitantes o melhor ângulo de visão, e não para dar boas condições de vida aos animais, pois não havia uma preocupação com o bem estar animal.

Os zoológicos atuais estão deixando de ser apenas um espaço de lazer, e passando a adquirir status de “arca de Noé do futuro”. Importante estratégia de conservação (ex situ), conservando espécies ameaçadas de extinção que necessitam de grandes áreas para existência, que estão sendo reduzidas. Contribuem com temas de educação ambiental, conceitos de sustentabilidade e inclusão homem-natureza, estão buscando a cada dia a melhoria no condicionamento dos espécimes presentes, feito pelo enriquecimento ambiental, o que procura despertar no animal seus instintos naturais e no homem um maior interesse pela preservação (FZSP, 2013).

Segundo Saad et al.(2011), a relação humano-animal e a manutenção de animais em cativeiro datam de milênios, mas apenas recentemente, nas últimas três décadas, a preocupação com o bem estar destes foi reconhecida como ciência. Diante de tal afirmação, o presente trabalho vem apresentar as melhorias realizadas pelos zoológicos na busca por uma qualidade de vida para os animais que estão fora de seu habitat natural.

Metodologia

Para o desenvolvimento do objetivo proposto foram realizados levantamentos bibliográficos no site Acadêmico da Google, (http://scholar.google.com.br/), e no próprio site de buscas Google. Também foram verificados outros sites, como os dos zoológicos, além do site de armazenamento de artigos Scientific Eletronic Library, o Scielo, (http://scielo.br/). Os descritores utilizados foram: enriquecimento ambiental em zoológicos, tipos de enriquecimento ambiental e bem estar animal de animais em

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cativeiro. Esporadicamente foi utilizado o nome do tipo de enriquecimento, para uma busca mais específica.

Alguns critérios foram adotados para a seleção dos artigos: I) artigos disponíveis online, II) preferencialmente em língua portuguesa, III) publicações entre 1995 e 2012, com exceção da Lei Federal nº7173, de 1983 e da Instrução Normativa 001-89-P, de 1989. IV) artigos que abordassem o enriquecimento ambiental, seus tipos, o bem estar de animais em cativeiro, e por ultimo, V) trabalhos realizados em estados diferentes do Brasil, para que se contemplasse maior variedade de ambientes e cultura.

Os trabalhos encontrados durante as buscas que não atenderam estes critérios não foram considerados. Dos 25 artigos selecionados para a bibliografia, apenas 14 foram utilizados.

Foram realizadas duas visitas ao Zoológico de Belo Horizonte para observação dos tipos de enriquecimento utilizados e registro fotográfico.

ZOOLÓGICOS E O BEM ESTAR ANIMAL Legislação

A Lei Federal 7173/83, dispõe que é considerado jardim zoológico qualquer coleção de animais silvestres mantidos vivos, em cativeiro ou semi-liberdade expostos à visitação pública (BRASIL, 1983).

Em seu artigo 7º impõe que as dimensões dos Jardins Zoológicos e das respectivas instalações atendam aos requisitos mínimos de habitabilidade, sanidade e segurança de cada espécie, atendendo às necessidades ecológicas. Mas o mesmo artigo dispõe que tais dimensões devem garantir a continuidade do manejo e do tratamento indispensáveis à proteção e conforto do público visitante (BRASIL, 1983). Já o artigo 9°, da mesma lei, dispõe que cada alojamento não poderá comportar número maior de exemplares do que aquele estabelecido e aprovado pela autoridade que concedeu o registro (BRASIL, 1983).

Os artigos 11º e 12º dispõe sobre a aquisição, coleta ou importação de fauna indígena ou alienígena, contando sempre com licença prévia do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), (BRASIL, 1983).

A Instrução Normativa 001/89-P, de 19 de Outubro de 1989 (IBAMA, 1989), dispõe sobre os requisitos mínimos para a ocupação de alojamentos em jardins

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zoológicos, estabelecendo, de acordo com cada família de animais e com o tamanho de seus representantes, um número máximo de exemplares por recinto e algumas recomendações para o espaço físico do mesmo (BRASIL, 1989).

Em seu artigo 1°, se lê: Os jardins zoológicos estão obrigados a cumprir as recomendações desta Instrução Normativa, excetuando-se os casos em que haja o endosso conjunto dos biólogos e médicos veterinários da Instituição, através de declaração escrita submetida ao Instituto, comprovando que os alojamentos estão atendendo ao bem estar físico-psicológico dos animais que neles se encontrem. Sanders e Feijó (2007) questionam tal recomendação: Será que este bem estar está sendo realmente provido? O habitat natural de aves, por exemplo, não pode ser comparado ao espaço disponível em um recinto fechado, independente de seu tamanho.

BEM ESTAR ANIMAL

Preocupações com o bem-estar em animais não humanos são antigas, sendo que “bem estar” é um termo comumente usado nas sociedades humanas (VOLPATO, 2007). Segundo Molento (2007), a ligação com os animais encontra-se onipresente na historia da humanidade e a ideia de que os animais sentem, e que seu sofrimento deve ser evitado, é bem aceita e fundamentada.

Broom e Molento (2004) definem o bem estar como um conjunto de respostas à outros conceitos, como: sentimento, estresse, adaptação, necessidades, medo, tédio, saúde, sofrimento, ansiedade, felicidade e outras reações que podem ser observadas no dia a dia com os animais.

Segundo a Sociedade Mundial de Proteção Animal – (WSPA, 2013):

Os animais têm naturezas, instintos e interesses biologicamente determinados, e são sensíveis à dor e ao sofrimento. Cada animal em si tem seu valor intrínseco e cabe ao homem zelar pelo respeito e pela proteção de seu bem-estar. Os animais devem ter o direito de viver livres de sofrimento desnecessário causado por ação humana, em vez de serem usados como “matéria prima” para o benefício da humanidade de forma desumana.

O Conselho do Bem-Estar de Animais de Produção do Reino Unido (Farm Animal Welfare Council – FAWAC) criou as “cinco liberdades”. São mandamentos reconhecidos internacionalmente e pouco adaptados desde sua formulação. As Cinco Liberdades determinam que os animais têm o direito de viver (WSPA, 2013):

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1. Livres de fome e sede – Com acesso ilimitado à água fresca e uma dieta que os mantenha saudáveis e vigorosos.

2. Livres de desconforto – Viver em um ambiente apropriado que inclui abrigo e uma área confortável para descanso.

3. Livres de dor, ferimentos e doenças – Por meio de prevenção ou de rápido diagnóstico e tratamento.

4. Livres para expressar comportamento natural – Uma vez que sejam garantidos espaço suficiente, condições de moradia apropriadas e a companhia de outros animais de sua espécie.

5. Livres de medos e angústias – E com a garantia de condições e tratamentos que evitam sofrimentos mentais.

Após sua aceitação para os animais de produção, essas liberdades foram estendidas à todos os animais.

ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL: Importância

A importância do Enriquecimento Ambiental (EA) foi reconhecida, primeiramente por Yerkes em 1925 e depois por Hediger entre 1950 e 1969 os quais identificaram a importância do ambiente físico e social de animais cativos bem como seu impacto no bem-estar dos animais. Yerkes aponta que o animal deve ter oportunidade de trabalhar para sobreviver, devendo ter o mínimo de oportunidade de exercitar diferentes reações diante das invenções e dos objetos colocados em seu ambiente (PIZZUTO et al., 2009).

Manter animais em cativeiro implica no dever ético de lhes proporcionar saúde física e psicológica. Procedimentos conhecidos como enriquecimento ambiental buscam elevar o bem- estar de animais cativos, resultantes de modificações em seus recintos (FURTADO, 2006).

Na natureza os animais passam a maior parte do tempo à procura dos seus próprios alimentos, evitando os seus predadores, procurando e disputando parceiros para acasalar; interagindo, portanto, com um ambiente dinâmico frente aos desafios diários. Já no cativeiro, os animais têm os seus alimentos fornecidos e são protegidos contra interações competitivas (MILITÃO, 2008). Todos esses cuidados são necessários para a manutenção desses animais em cativeiro, porém este ambiente pode comprometer o bem estar, frente à previsibilidade, onde faltam desafios e imprevistos, em que o animal é criado. O animal sem estímulos físicos e mentais ou em condições que não permitam a expressão de comportamentos específicos (como

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escapar de algo que o incomoda ou amedronta) pode então apresentar comportamentos inapropriados ou mostrar-se entediado (MILITÃO, 2008).

O EA consiste em uma técnica que insere estímulos no ambiente do animal, com isso é possível simular situações que ocorrem na natureza, evitar estresse e comportamentos anormais desempenhados pelo animal. (BOSSO, 2009). Além de abranger uma variedade de técnicas originais, criativas e engenhosas para obter ambientes mais estimulantes. (NUNES et all, 2003).

O enriquecimento ambiental reduz o estresse, prevenindo o surgimento de comportamentos anormais ou promovendo o tratamento (eliminação ou redução) de tais comportamentos na vida cativa. Alivia os efeitos do stress na fisiologia sexual, facilitando a reprodução. Auxilia em possíveis reintroduções de espécies à natureza, pelo fato de interagirem em um ambiente mais complexo (MILITÃO, 2008). Outra grande importância do enriquecimento ambiental é no papel da conservação em zoológicos, pois ele permite ao visitante observar os animais se comportando da maneira mais próxima ao habitual, deixando-o assim mais satisfeito e interessado, o que facilita o trabalho de educação ambiental local (FZSP, 2013).

TIPOS DE ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL

Na prática o enriquecimento ambiental consiste na introdução de variedades criativas nos recintos a fim de contribuir para o bem estar dos animais cativos. Porém, é de suma importância ressaltar que o tipo de enriquecimento utilizado deve ser apropriado à espécie em questão, para garantir não só a segurança dos animais como do público. Sendo assim, as diferentes técnicas de enriquecimento utilizadas podem ser divididas em cinco grandes grupos: (FZSP, 2013).

Enriquecimento Físico

Está relacionado à estrutura física do recinto, ao ambiente onde os animais estão inseridos. A intenção é deixar o recinto mais semelhante ao habitat natural. Desta maneira são introduzidos poleiros e cordas para aves, tanques para hipopótamos, ursos, galhos e cordas no recinto dos macacos, entre outros exemplos (DOMINGUEZ, 2008).

Este tipo de enriquecimento pode ser bem visualizado no recinto do gorila Idi Amin, que morreu em 2012, no Zoológico de Belo Horizonte. Neste recinto podemos observar cordas de sisal, mangueiras de bombeiros, lago, troncos e até mesmo um bambuzal, onde a gorila Imbi, costuma se esconder (figura 1).

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Figura 1: Exemplo de recinto com enriquecimento físico – Zoológico de Belo Horizonte

Fonte: Aline T. Silva

Enriquecimento Sensorial

Segundo Dominguez (2008), o enriquecimento sensorial consiste em explorar os cinco sentidos dos animais.

Este tipo de enriquecimento pode ser feito com praticamente todos os animais, utilizando-se “trilhas de cheiro”, com o intuito de aumentar o forrageamento, ou seja, a busca por alimento. É possível utilizar essências de limão, alecrim, canela, citronela e até mesmo fezes de animais de outros recintos. Além de vocalizações de outros animais. Os dois últimos exemplos são usados para estimular a marcação de território. Na figura 2 podemos observar o enriquecimento sensorial com a harpia, que é estimulada a “caçar” seu alimento, escondido em bichos de pano.

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Figura 2: Exemplo de enriquecimento sensorial – Parque das Aves - Paraná

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Fonte: http://www.noticiaanimal.com.br/viewpost.php?idpost=698

Enriquecimento Cognitivo

Dispositivos mecânicos ("quebra-cabeças") para os animais manipularem são maneiras de estimular suas capacidades intelectuais (DOMINGUEZ, 2008).

Figura 3: Exemplo de enriquecimento cognitivo – Zoológico de São Paulo Fonte: www.zoologico.com.br

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Na figura 3 podemos observar a utilização da roda dos “flintstones” com frutas, para enriquecimento com aves.

Enriquecimento Social

Consiste na interação intra-específica ou inter-específica que pode ser criada dentro de um recinto. Os animais têm a oportunidade de interagir com outras espécies que naturalmente conviveriam na natureza e/ou com indivíduos de mesma espécie (FZSP, 2013).

Este tipo de enriquecimento pode ser observado no zoológico de Belo Horizonte, no recinto das girafas, que é compartilhado com cobos-de-meia-lua (figura 4).

Figura 4: Exemplo de recinto com enriquecimento social – Zoológico de Belo Horizonte

Fonte: Aline T. Silva

Enriquecimento Alimentar

O enriquecimento alimentar consiste em promover variações na alimentação dos animais, fazendo com que tenham certa dificuldade em obter o alimento. No caso de carnívoros pode-se esconder alguns ossos no recinto do animal, ou colocá-los em pneus, por exemplo (DOMINGUEZ, 2007).

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No zoológico de Belo Horizonte foi observado o momento em que o tratador introduzia o enriquecimento no recinto das girafas (figuras 5 e 6).

Figura 5: Tratador introduzindo um enriquecimento alimentar – Zoológico de Belo Horizonte

Fonte: Viviane N. Nolasco

Figura 6: Feno colocado na parte superior do toldo como parte do enriquecimento alimentar das girafas – Zoológico de Belo Horizonte.

Fonte: Viviane N. Nolasco

TIPOS DE MATERIAIS E SEGURANÇA

Para o enriquecimento ambiental podem ser utilizados diversos objetos, como por exemplo, tubos de PVC, boomerball (bolas de plástico duras), bambu, ratos de brinquedo, frutas congeladas, gravetos, capim e folhas secas, cordas, garrafas pet, sangue, urina e fezes. Há outras possibilidades de técnicas baratas e relativamente fáceis de serem aplicadas, para isto, basta ser criativo e atender a alguns critérios de

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segurança, como: os itens artificiais devem ser atóxicos; os itens usados não devem facilitar a fuga ou causar ferimentos nos animais (por isso, não podem espetar ou prender) e não podem ser arremessado pelos animais, ferindo dessa forma os visitantes. Também devem ser adequados para cada recinto, não podem permanecer por muito tempo nele, pois assim perderia o caráter de novidade, para isso deve se alterar o tipo de enriquecimento e sua frequência (DOMINGUEZ, 2008).

É importante ressaltar que os animais devem ter oportunidade de escolha, isto é, eles não são obrigados a interagir com os itens oferecidos.

OS FRUTOS DO USO DO ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL

Nos últimos anos foram observados e registrados vários nascimentos em diversos zoológicos do país, estes nascimentos vão desde espécies que não correm risco de extinção até aquelas que são raras. Em todos estes zoológicos o enriquecimento ambiental foi adotado como uma estratégia de bem estar para os animais.

Alguns zoológicos brasileiros e seus nascimentos recentes podem ser observados abaixo.

Zoológico de Belo Horizonte – Foram registrados nos últimos dois anos o nascimento de macacos, lhamas, tamanduás e mais recentemente um filhote de hipopótamo e dois órix, além de vários tigres-de-água. Além disso, o Zoológico de Belo Horizonte é o único que mantém um gorila em cativeiro, Imbi, que em breve estará em contato com os outros dois gorilas vindos da Europa (FZBH, 2013).

Zoológico de São Paulo – Nos últimos anos foram registrados nascimentos de três filhotes de cisne-de-pescoço-preto, um filhote de gavião-de-penacho, filhotes de macaco-aranha, bugio-ruivo, guanaco, cisne-negro e mais recentemente um macho de girafa (FZSP, 2013).

Zoológico de Sorocaba – Recentemente dez filhotes de urutu-cruzeiro, um filhote de muriqui e dois filhotes de lobo guará nasceram no zoológico. Em 2011 dois filhotes de arara azul nasceram no local (PZMQB, 2013).

Zoológico do Rio de Janeiro – Em março de 2010 vários nascimentos ocorreram no Riozôo. Guarás, ararajubas, urubu-rei e tamanduá-mirim (FRZ, 2013).

Zoológico de Brasília – Em 2011 nasceram dois filhotes de cervo, um filhote de cervo-dama e outro de cervo-nobre. Em 2010 uma girafa nasceu no local(FJZB, 2013).

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Zoológico de Goiânia – Desde sua reabertura, em maio de 2012, foram contabilizados 58 nascimentos de animais. Entre os filhotes estão emas, anta, cateto, aoudad (carneiro africano) e quatro filhotes de tigre-de-bengala (DIÁRIO DE GOIÁS, 2013). Zoológico de Americana (SP) – Em 2012 três filhotes de cachorro-vinagre nasceram no zoológico de Americana, interior de São Paulo. No mesmo ano, dois filhotes de mico-leão-da-cara-dourada e um de aoudad nasceram no parque (SPZ, 2013).

Zoológico de Salvador – Um dos zoológicos que apresenta maior número de nascimentos, entre 2009 e 2010 foram totalizados 215 nascimentos. Capivaras, iraras, veado-catingueiro, jacarés, jaguatiricas, onças-pardas e macacos nasceram no zoológico neste período. Mais recentemente, em 2012 e 2013 foram registrados nascimentos de um cervo-do-pantanal, sucuris, um filhote de zebra,uma anta e dois filhotes de onça-preta (PZS, 2013).

Zoológico de Gramado (Gramado Zôo) – Apresentando apenas animais exclusivamente da fauna brasileira, o Gramado Zôo recebeu nos últimos dois anos o nascimento de um bugio-preto, um puma e dois pinguins-de-magalhães (ZG, 2013). Zoológico do Beto Carreiro World – Várias espécies nasceram no zoológico do Beto Carreiro, entre elas podemos citar cisnes-de-pescoço-preto, gansos-do-havaí, lhamas, tamanduá-bandeira e aoudad (BCW, 2013).

Não existe garantia total de que estes nascimentos são frutos apenas do enriquecimento ambiental, mas confirmam que o trabalho conjunto das equipes multidisciplinares nos zoológicos, o tratamento, a boa alimentação e o enriquecimento ambiental estão surtindo efeito positivo no bem estar geral dos animais.

CONSIDERAÇÕES

De forma preliminar, Sanders e Feijó (2007) afirmam que os zoológicos devem continuar sendo um local destinado à preservação de espécies em risco de extinção, destinado à investigação científica e ao abrigo para animais selvagens decorrentes do tráfico ilegal ou maus tratos. O presente trabalho visou apresentar as melhorias realizadas pelos zoológicos na busca por uma qualidade de vida para os animais que estão fora de seu habitat natural. O enriquecimento ambiental traz diversos benefícios a curto e longo prazo para os animais, mas os resultados devem analisados continuamente. A implantação e manutenção de programas de enriquecimento deve ser incentivada e melhorada a cada dia mais, contando com o envolvimento de diversos profissionais.

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A utilização do enriquecimento ambiental tem colaborado indiretamente com o trabalho de educação ambiental para os visitantes. Pois faz com que os animais se apresentem mais ativos naquele momento: buscando seu alimento, interagindo com ele ou com outros objetos introduzidos no seu recinto. Assim, os visitantes do zoológico podem observar os animais ativos e consequentemente apresentar uma reação positiva naquele contato, recebendo melhor as informações de educação ambiental.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BOSSO, P. L. Tipos de enriquecimento ambiental. Disponível em http:// www.zoologico.sp.gov.br/

BRASIL. Lei Federal nº 7.173, de 14 de dezembro de 1983. Dispõe sobre o estabelecimento e funcionamento de jardins zoológicos e dá outras providências. Brasília, DF, 1983.

BRASIL. Instrução Normativa 001/89-P, de 19 de outubro de 1989. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Brasília, DF. 1989. BROOM, D. M. MOLENTO, C.F.M. Bem estar animal: Conceito e questões relacionadas – Revisão. Archives of Veterinary Science v. 9, n. 2, p. 1-11, 2004 DOMINGUEZ, T. N. Enriquecimento Ambiental em Zoológicos – Instituto de Zootecnia – Universidade Federal de Viçosa – 2008

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FUNDAÇÃO RIOZOO – Disponível em: http://www0.rio.rj.gov.br/riozoo/

FUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA DE BELO HORIZONTE – Disponível em: http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/comunidade.do?evento=portlet&pIdPlc=ecpTaxono miaMenuPortal&app=fundacaobotanica&tax=8662&lang=pt_BR&pg=5522&taxp=0& FURTADO, M.O. Uso de Ferramentas Como Enriquecimento Ambiental Para Macacos-Prego (Cebus Apella) Cativos. 2006. 77 p. Dissertação (Mestrado em Psicologia Experimental) – Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.

NOTÍCIA ANIMAL. Parque das Aves intensifica programa de enriquecimento ambiental. Disponível em: http://www.noticiaanimal.com.br/viewpost.php?idpost=698 MOLENTO, C. F. M. Bem estar animal: qual é a novidade? Acta Scientiae Veterinariae. 35(Supl 2): s224-s226, 2007.

MILITÃO, C. Enriquecimento Ambiental – Escola profissional agrícola. Portugal, 2008

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NUNES, C. R. O; GUERRA, R. F; BUSSAB, V. S. R. Enriquecimento ambiental, privação social e manipulação neonatal. In: Revista de Ciências Humanas, n. 34, p. 365-394. 2003.

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SANDERS, A. FEIJÓ, A.G.S. Uma reflexão sobre animais selvagens cativos em zoológicos na sociedade atual. Porto Alegre, 2007.

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Figura 1: Exemplo de recinto com enriquecimento físico – Zoológico de Belo Horizonte
Figura 2: Exemplo de enriquecimento sensorial – Parque das Aves - Paraná
Figura 6: Feno colocado na parte superior do toldo como parte do enriquecimento alimentar  das girafas – Zoológico de Belo Horizonte

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