f,scola de Ciôrcias e Tecnolo$a
#_f
Escola
de
Ciências
e Tecnologia
Departamentode Química
FLORBELA MARTINS U)F
vü
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6§ /\,,
Ev
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c.2
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a
U"tr
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EO
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EN
ar3
:.9
CJO
É,
?)>:
o)a
4)Desenvolvimento
e
implementação
de uma
abordagem
CTSA
do conceito
de
acidez no ensino da Física
e
Química
FLORBELA ISABEL PEREIRA MARTINS
Dissertação apresentada
à Universidade
de
Evora
para
obtenção
do
grau
de
Mestre
em
Química
em
Contexto Escolar
Orientação da Professora
Doutora Margarida
Figueiredo
Esta
dissertação
nãoinclui
ascríticas
e sugestões Í'eitas pelojúri
Évora
2009.-,4
I
n
{
Escola
de
Ciências
eTecnologia
Departarnento
de
Química
I)esenvolvimento
e
implementação
de
uma abordagem CTSA
do conceito
de
acidez no ensino da Física
e
Química
FLORBELA ISABEL PEREIRA MARTINS
E
lô
.l?
9*
Dissertação apresentada
à
Universidade
de
Évora para
do
grau
de
Mestre
em
Química
em Conúexto
Escolar
oRJENTAÇÃO DA
PROFESSORA
DOUTORA MARGARTDA DO ROSÁRIO
DOMINGOS TERRAÇO FIGUEIREDO
projecto
pessoal,contribuíram várias
pessoas,a
quem
quero manifestar
os
meus slnceÍos agradecimentos pelaajúa
e incentivos.À
ProfessoraDoutora MargêÍida
do
Rosário Domingos Terraço
Figueiredo'pelas inúmeras sugestões, ideias, contributos, orientação
e
acompanhamento ao longode todo o processo de realização deste estudo e pela supervisão deste documento.
Ao
Professor
Doutor
José
Anónio
Candeias,pelo
apoio
manifestado
edisponibilidade com que me ajudou a útrapassar algumas dificuldades'
Aos meus colegas de Física e
Qúmica
e em especial ao Jorge Ferreira, colega deBiologia e
Geologia
pelas inúmeras ideias e sugestões, pela sua colaboração ao nível daelaboração do guião interdisciplinar e participação na saída de campo.
Aos
alunosdo
llo
Ano
do Curso de Ciências e Tecnologiasdo
anolectivo
de 2008D00/gÀ
mintrafamíüa
quede
todas as formasme
ajudou na realização deste meuprojecto com o seu amor e compreensão.
Ao meu marido e
filha
por
tudo o que significampara
mim.A
emerg&rciade
questões tecnológicas, sociaise
ambientaisüansformam
oensino das ciências
num
enonne desafio.
A
escassêze
a
contaminaçãoda
água
resultantede actiúdades
antopogénicas, perspectiva-sehoje como
um
problema defutuÍo.
Este tema,parte
do programa de Químicado
ll"
Ano,
inspirou umaintervenção didáctica basêada numa metodologia de resolução problemas que se pode
enquadÍar nurna abordagem do tipo CTSA.
A
intervenção pÍoposta, apartir
de uma saída de campo que se concretizou naMina
de S. Domingos, tevepor
objectivos melhorar as aprendizagens realizadas pelos alunos e promoveÍ a mudança de atitudes face ao Ambiente e ao oonsumo de água emparticular.
Os
dados recolhidos, analisados segundo métodos qualitativose
quantitativos,revelaram melhores
coúecimentos
e atitudes mnis favoníveis rclativamente à Ciência eà disciplina de Física e
Químicq
e face ao Ambiente e aoco
,umo de água, reforçandoa importáincia deste tipo de abordagens.
Development and implementation
of
a
STSE approach to the
concept of acidity in the teaching of
Physics
and
Chemistry
ABSTRACT
The
emergenttechnology,
social and
environmental
issuesare making
the science teachinga
huge challenge.The
úortage
andthe
contaminationof
wat€r,
asresult
of
anthropogenic activiües, are faced today üke a future problem. This theme ispart
of
the
Chemis§
subjectcurriculum
of
the
eleventh gradelevel
andit
inspired a didactic intervention based upon a problem solving methodology that can be framed in aSTSE approach.
The goals
of
the proposed intervention, taking Mina de S. Domingosfor
afield
trip,
meantto
improveúe
students' leamings andto
pÍomote a changeof
attitudesin
relation to the environment and to the water consumption, in particular.
The collected data"
anllyzed
accordingto
qualitative and quantitative methods, showed better knowledge and more favorable attitudes towards Science and Physics andChemistry, as
well
as regarding the environment and water consumption, enhancing the importance of this kind of approach.KEYWORDS
STSE Approach, Practice
Activities,
Acid-base, Water,Enúronment,
Teaching, Chemisb:j,.AL
-
Actividade prático-
laboraÍorial CA-
Concepções alternativasCTS
-
Ciência, Tecnologia e SociedadeCTSA
-
Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente DE§-
Departamenm de Ensino SecundrírioDL
-
Deq€to Lei
DAM
-
DrenagemÁciaa
ae frlinasEA-
EürcaçãoAmbiental
EMC
-
Ensino por Mudança ConceptualEPD
-
Ensino por Descoberta EPP-
Ensino por PesquisaEPS
-
Btucação para a SustentabilidadeEPT
-
Ensino por TransmissãoI'PI
-
Faixa Piritosa IbéricaMSD
-
Mimde
São DomingosPIttUA
-
Programa das Nações Unidas para o Ambiente PT-
Pontuação TotalQl
-
QuestionárioI
TC
-
Trabalho de campoTE
-
Trabalho experimentalTIC
-
Tecnologias de Infomração e ComunicaçãoTL
-
Trabalho laboratorialResumo Palavras-chave
Absbact
Keywords Glossário Índice de Quadros Índice de FigurasCapítulo
1-INTRODUÇÃO
1.1
-
Da problentítica à escolha do tema1.2
-
Objectivos e características do estudo1.3
-
EshutuÍa da dissertaçãoCapítulo
2-EDUCAÇÃo nvr
CrÊxCH
2.1-
Perspec{ivas pedagógicas2.2-LililzrciaCienúfica
iii
vi
vi
vii
xiv
xviii
I
5 6 8ll
l3
22 30 2.3-
Diversificação de orientações no âmbito da Didríatica das ciências2.3.1
-
Interdisciplinaridade2.3.2
-
AbordagemCTSA
2.3.3
-
Educação para a sustentabiüdade2.3.4
-
Tecnologias de Informação e Comunicação 2.3.5-
As actividades pníticas2.3.5.1
-
Trabalho laboratorial, trabalho de campo e trabalho experimental 2.3.5.2-
Actividades pnáticas laboratoriais2.3.5.3
-
Trabalho experimental de investigação2.3.5.4
-
As Visitas de Estudo no contexto das actividades pníticas 2.3.5.5-
Avaliação rlas astividades pnítigas2.4
-
O Ensino da Física e Química no Ensino Básico e Secundiírio 2.4.1-
orientqões
normativas2.4.2
-
Ensino do tema da acidezcapítuto
3
-
EDUCAÇÃO
AMBIENTAL
3.1
-
Conceito e abordagens3.2
-
Polúção
da rígua3.3
-
Impacte ambiental da exploraçâo mineira3.4
-
O processamento do minério e s€us impactos3l
32 40 42 45 48 52 s6 59 62 66 69 78 81 83 879t
96 x4.1
-
Fundamentos metodológicos4.2
-
O plano geral da invesigação4.3
-
O contexto da investigação 4.3.1-
Caracterização da escolaa3.2
-
Caraaerrza{ao dadisciplina
4.3.3
-
Caracterização da amosta (turma alvo da intervenção) 4.4-
A
recolha da informaçâo 4.4.1-
A
estratégia seguida 4.4.2-
Os instÍumentos utilizados 4.4.2.I
-
Ficha Biognáfi ca 4.4.2.2-
Questionário de atitudes(Ql)
4.4.2.3-
Teste decoúecimentos
(Q2)4.5
-
Os métodos de hatamento de dados 4.5.1-
VeÍtente quantitativa4.4.2
-
V üteÍfio qualitativacapítulo
5-INTERYENÇÃO DIDÁCTICA
5.1
-
Objectivos e motivaçãoinicial
(razão da escolha do local)5.2
-Ptrylzrfio
da Saída de Campo5.3
-
Elaboração do Guião da Saída de Campo 5.4-
Saída de Campo à Mina de São Domingos1M
109tt2
115 119 129 129 131 131 131 136 138 138 r39tt2
t4l
146 151 152 r585.5.1
-
Determinação do pH do solo5.5.2
-
Preparação desúfato
de cobre hidratado5.5.3
-
Obtenção de cobre, a partir depirite
com água ácida e sucata de ferro5.5.4
-
Obtenção de uma curva de titulação da água ácida da mina5.5.5
-
Análise de amostras de rochas recolhidas160 160 161
r62
164 170 170Capítulo
6
-
RESIILTADOS: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE
E
167DISCUSSÃO
6.1
-
Resultados quantitativos6.1.1
-
Situação antes da intervenção6.1 .l
.l
-
As atitudes Consumo de rágua Ambiente Ciência Física eqúmica
6.1.1 .2-
Os conhecimentos 6.1.2-
Situação após a intervenção6.1.2.1
-
As atitudes Consumo de água Ambiente Ciência Física e química 6.1.2.2-
Os conhecimentos 185 190 190l9s
171 177 177 174 180 189 199210
205 xu6.3
-
Avaliaçãofinal
da intervenção didácticaCapítulo
7-
CONCLUSÃO
7.1
-
Considerações sobre a metodologia7.2 - Análise crítica da intervenção
7.3
-
Conclusões7.4
-
Perspectivas para futuras investigaçõesBIBLIOGRAFIA
Anexo I
-
Excerto do programa da disciplina de Física e QuímicaA
do I loAno
de escolaridade
Anexo
II
-
Gúão
da Saída de CamPoAnexo
III
-
FichaBiogúfica
Anexo
IV
-
Questionrírio de Atitudes(Ql)
AnexoV
-
Teste de Conhecimentos(Q2)
Anexo
YI
-
Grelha de análise das Í€spostas às questôes abertas235 231 237
238
247240
244
263 265 299 309 313 319 321Quadro
2.
I
-Quadro2.2
-QuadÍo 2. 3 -QuadÍo2.4
-Quadro2.5
-QuadÍo2.6
-ÍNurcn
DE
euADRos
Perspectivas pedagógicasComparação
entre urna aula tradicional
e
tuna
queintegre CTS
Tipologias de actiüdades laboratoriais
Tecnicas e Instrumentos de Avaliaçâo
Disciplinas da
componentede
forrnação específrca doCurso
de
Ciências
e
Tecnologias
(Curso
científico-humanístico) directamente orientadas pa.rao
ensino deFísicae de
Qúmica
-DL
nY4l2004
Disciplines da
componentede
fonnaçãocientífica
dosCunos Tecnológicos de Construção
Ciül
e Edificações,de
Electrotecnia
e
Electrónica
e
de
Inform,ítica, directamente orientadaspara
o
ensinode
Física
e
de Química -DL
no7412004Disciplinas da
componentede
formação específica doCurso cientifico-humanÍstico de Ciências e Tecnologias directamente orientadas
para
o
ensinode
Física
e
de Química -DL
n272120072t
34 55 71 72 72 76 86t2t
122 124 124 65 Quadro 2. 7 -Quadro 2. 8 -QuadÍo 2. 9-Quafto 3.
I
-Quadro4.
I
-Quadro 4. 2 -Qua&o4.3
-Quadro4.4
-Quadro 4. 5-Sugcstões
metodológicas indicadas
no
programa
de Física e Química Áol lo
ano de escolaridade, unidade 2de Qúmica
no
âmbito
de
actividades
pníticas
de investigaçãoConcepçôes altemaúvas ao conceito de acidez Diferentes abordagens da Educação Ambiental
Proveniência dos alunos Escolaridade dos pais
Escolaridade das miles Profissão do
pai
Profissâo da mãe
78
123
Quadro 4. 7
-Quadro 4. 8-qmdro
4. 9 -QuadÍo4.
l0
-Quadro4.
11 -Quadro 5. 1 -Quadro5.2
-Quadro5.3
-Quadro 6.I
-Quadro6.2
-QuadÍo6.3
-Quadro6.4
-QuadÍo 6. 5 -QuadÍo 6. 6-Interesses demonstrados pelos alunos
Participação dos alunos em actividades escolales
Escala utilizada para itens positivos
Escala utilizada para itens negativos
Relação entre os objectivos dos programas e os itens do
Questionário Q2
Distribúção
dos itens por tipo de competênciasDistribúção
dos itens por dimensãoDistribuição dos itens por
disciplina
Valores das
m&ias
obtidas pelos três grupos de alunos relativamente ao consumo de água, antes da intervençãoValores das médias obtidas pelos três grupos de alunos relativamente ao ambiente, antes da intervenção
Valores das médias obtidas pelos três grupos de alunos relativamente à Ciência, antes da intervenção
Valores das médias obtidas pelos três grupos de alunos relativamente à Física e Química, antes da intervenção
Percentagem das Pontuações
Totais
obtidas pelos trêsgrupos de alunos em cada uma das variáveis, antes da int€rvenção
Valores das
médias
obtidas pelos
ahmos
das
duastunnas
do l lo
Ano, no teste de conhecimentos, antes da intÊrvençãoValores
das
médias
obtidas pelos alunos das
duas turmas Íelativamente ao consumo deágua
antes e apósa intervenção
Atitude
dos alunosdo
11"A
relativamente ao cottsumo de fuua-
Teste t-studentAtitude
dos alunosdo
Il"
B
relativamente ao corlsumo de água-
Teste t-student127 128 133 133 136 157 157 157 172 Quadro
6.7
-175 178l8l
184 186l9l
193 194 Qua&o 6. 8 -Quadro6.9
Quadro
6.
l0
-Quadro
6.
1l
-Quadro
6.
12-Quadro
6.
13-QuadÍo
6.
14-Valores dns médias obtidas pelos alunos das
duasturmas
rclativamente
ao
ambiente, antes
e
após
aintervenção
Atitude
dos alunosdo
I loA
relativamelrte ao ambiente-
Teste t-studentAtitude
dos alunosdo
llo
B
relativamente ao ambiente-
Teste t-studentValores das médias obtidas pelos alunos das
duasfurmas relativamente
à
Ciência
antes
e
após
a intervençãoAtitude
os
alunosdo
llo A
relativamenteà
Ciência-Teste t-shldent
Atitude
dos alunosdo
llo
B
relativamente à Ciência-Teste t-student
teste
de 196 197 198 201 Quadro6.
15 -203204
206
208 209 211 212214
2ts
217218
xviQuadro
6.
16-
Valores das
médias
obtidas pelos alunos das
duas turmas relativamente à Física e Química" antes e após a intervençãoQuadro6.
17-
Atitude
dos
alunosdo
11oA
relativamenteà
Física eQuímica
-
Teste t-studentQuadro6.
18-
Atitude
dos
alunosdo
llo
B
relativamenteà
Física
eQuímica
-
Teste t-studentQuadro 6.19
i -
Valores das
médias
obtidas pelos alunos das
duasturmas
no
test€
de
conhecimentos,antes
e
após
aintervençiio
QuadÍo 6.19
ii
-
Valores das médias
obtidas
pelos alunos das
duastunnÍs
no
teste
de
coúecimentos,
antes
e
após
a intervençãoQuadro 6.19
iii
-
Valores das medias
obtidas
pelos alunos das
duastümas
no
teste
de
coúecimentos,
antes
e
após
a intervençãoQuadro 6.20
i
-
Resútados
dos
alunos
do ll"A
no
teste
de conhecimentos-
Teste t-studentQuadro 6.20
ii
-
Resultados
dos
alunos
do
lloA
coúecimentos
-
Teste t-studentno
no
QuadÍo 6.20
iii
-
Resultados
dos
alunos
do
ll"A
conhecimentos-
Teste t-studentQrmdÍo 6.21
ii
-conhecimentos
-
Teste t-studentResultados
dos
alunos
do llB
no
teste
de
221coúecimentos
-
Teste t-studentQuadÍo 6.21
iii
-
Resútados
dos
alunos
do llB
no
teste
decoúecimentos
-
Teste t-student223 226 228 230 QuadÍo
6.22
-Quadro 6.23 -Quadro 6.24-Frequência das caêgorias
-
Questão2.1I
a) Frequência das categorias-
Questão 3.14 a) Frequência das categorias-
Questão 4.11 a)Figura
2.
I
-NII)ICE
DE
FIGURAS
Mapa conceptual
inclúdo
nas orientações curriculares dasCiências Físicas
e Naturais
do
EnsinoBásico
(Juúo
de2001)
Relação entre Trabalho Pnítico, Laboratorial, Experimartal
e de Campo (Adaptado de
trite,
2001)Distribuição dos alunos da turma por género
Distribüção
de alunos em flrnção da sua origemEscolaridade dos pais
Escolaridade das mâtes
Núunero de alunos repetentes em cada uma das partes da
tuÍtna
Número de alunos com repetências em anos anteriores em
cada uma das partes da furrna
Número de alunos com disciplinas em atraso
Cais e
CentralTermoeléctica
daMina
de São DomingosFonte: Alves, sem data
Moitinha,
Estação de britagemChapéu de ferro e corta da
MSD
Fábrica de enxofre da Achada do Gamo Placa
informativa
Recolha de amostras
Resultado de uma amostra
Cristais "azuis" de CuSOa
Libertação de bolhas de gás
Curva de titulação
da'ãgua
ácida" daMSD
Recolha de amostras de rochas
120
r2t
122t23
125 375t
126 126 147Fignra2.2
-Figura4.
I
Figura 4. 2 -Figura 4. 3 -Figura 4. 4 -Figura 4. 5 -Figura 4. 6 -Figura 4. 7 -Figura 5.I
-Figura 5. 2 -Figura 5. 3 Figura 5. 4 -Figura 5. 5 -Figura 5. 6 -Figura 5. 7 -Figura 5.I
-Figura 5. 9 -Figura 5. 10 -Figura5.
ll
-149 149 149 158 1s8 160 161 162 163t64
xtiiirelativamente ao consumo de rígua" antes da intervençÍlo
Médias da
PontuaçãoTotal
obtidas pelostês
grupos dealunos
relativamente
ao
oonsumo
de
água
antes
da int€rvençãoValores das
medias obüdas pelostrês
gnrposde
alunos relativamente ao arnbiente, ant€s da int€rvençãoMedias da
PontuaçãoTotal
obtidas pelos tr,ês grupos de alunos relativamente ao ambiente, antes da intervençãoValores
das mediasobtidas
pelos tnês gruposde
ahmos relativamente à Ciência, antes da intervençãoMedias da
PontuaçãoTotal
obtidas pelostês
grupos de ahmos relativamente à Ciências, antes da intervençãoValores
das médiasobtidas
pelostês
gruposde
alunos relativamente à Física eQúmicq
antes da intervenção MrSdiasda
PontuaçãoTotal
obtidas pelostrês grupos
dealunos relativamente
à
Física
e
Química
antes
da intervençãoPercentagens
das
PontuaçõesTotais
obtidas
pelos
tr,êsgrupos
de
alunosem
çadalma
dasvariáveis,
antes da intervenção 173 176 176 179 180 182 183 184 188 Figura 6. 2 -Figura6.3
-Figura6.4
-Figura 6. 5 -Figura 6. 6 -Figura 6. 7 -Figura 6. 8 -Figura ó. 9 -FiguÍa6.
11-Figura 6.
l0
-
Valores das médias obtidas pelos alunos das duastumns
187antes
dado
llo
Ano,
no
teste
de intervençãoMédias da Ponhração
Total
obtidas pelos alunos das duasturmas
do
llo
Ano no
testede
conhecimentos, antes da intervençãoI
-
Introduçio
1.1
-
Daprublemática
à escolha dotema
Ao
Íim
de alguns anos no ensino, e algumas supostas reformas vividas, constata-se que,no
essencial,a
escolae
os
metodospouco
mudaram.O
ensino das ciênciascontinua
tradicional,
ou
sejg
ainda
baseadona
transmissãode
coúecimentos
einformação
do
professor para
o
estudante.A
disciplina
de
Fisica
e
Química,
emparticular,
tem
registado elevado insucesso, publicamentecoúecido
pelos rezultadosdos
examesnacionais.
A
preparaçãocientífica da maioria dos
alunos
é
bastantedeficiente. Os alunos revelam não so
descoúecer
conceitos científicos, como não tercapacidade para
aplicar
esses mesmos conceitos.E
pensando ainda que classificações positivas podem não corresponder a aprendizagens significativas, nemir
ao encontro demuitos objectivos da educação científica e tecnológica,
o
cenáriodo
actual ensino dasciências e da Fisica e Química, em particular, não é, de todo, o desejável...
O
ensino das ciências não teÍn acompanhado a evolução dos acontecimentos enão se adapta
a uma
novarealidadg
onde emergem questõe§ tecnológicas, sociais eambientais, que nunca antes se
tin}am
colocado.A
úordagem
que hoje se faz no ensinodas ciências e na educaçâo ambiental nem s€mpre conduz a uma mudança de atitudes e de comportamentos. Falta questionar os valores subjacentes às acções e
ligar o
ensino das ciênciasà
üda
do
aluno,
nâtentativa
de
promover
o
desenvolvimentode
umaconsciência
científicq
ambiental
e
cívica mais
actuante.Como
pensamos
alunosIntsodução
reÍlectenr, são aspectos da verdadeira avaliação
do
sucessoda
educaçãocientífica
etecnológica.
A
água é o tema unificador da segunda unidade daeuímica,
..Da Atmosfera ao Oceano: Soluções na Terra e para aTerra",
do programa de Fisica eeuímica A
-
llo
Ano (Março
de 2003).
O
problemada
águaé
perspectivado comoum
dos
maioresproblemas
do
futurq
tendo em conta
o
aumento demognífico,a
contaminação dos Íecursos hídricos, a alteração de hábitos, e a assimetria da sua distribuição.A
dimensãosocial
do
conhecimento estápresentg
em toda a
unidadequando se discutem
asassimetrias
na distribuiçiío
e
na
qualidade
da
águq ao
interpretar-sequanto
estaqualidade depende
do
uso
de
alguns
artefactos tecnológicos
e
ao
incentivar
anecessidade de acções
individuais
e
colectivas que não agÍavema
situação.Assim,
osucesso escolar e a qualidade das aprendizagens parecem não depender directamente da
qualidade
de
um
programa"
e
sim,
provavelmente,
mais
da
forma como
ele
édesenvolvido.
A
água doce é um recurso natural essencial para avida
na Terra, constituindocerca
de
2,5%oda
hidrosfera terrestre.
A
maior parte
desta parcela
encontra-sedistribuída
por
cursos de água, lagos e lengóis freáticos, constituindo ecossistemas de água doce.No entantq
apenas lolo da mesma parcela pode ser aproveitada pelo Homempara assegurar as suas necessidades básicas. Apesar disso, a má gestão
e
degradaçãodestes recursoq
deüdo
ao rápido desenvolvimento económico, à industrialização e ao crescimento demográLflrco, tem-setomado
num problema preocupante para as grandesA
alt€ração da composiçãoda
áglt4-deüdo
a poluentes, constitui também um problema. São exemplo desta alt€ração as chuvas ácidas, tÍaduzidas pela acidificaçãodas águas das
chuvas.
São gravesas
consequênciasdaí
resultantes,em
termos
deagressões incidentes nas plantas e nos solos, em modificações da fauna e
flora
aqúticas
e do solo,no
aumeÍrto do poder erosivo edestuidor
de materiais naturais eartificiais,
etc.
A
deterioração do ambiente é acfualmente um problema, em particular na iíreaonde se pretende desenvolver este esfudo.
É
uma rírea caÍacterizadâpor
escassez de água e por alguns problemas de contaminação resultante de actividades anüopogénicas, nomeadamente pnáticas agrícolas. Também nâo é de desprezar o impacto resultante deactiüdade
mineira,
queliberta
c.ontâÍninantes responsáveis pela acidificação do solo edos recursos hídricos. Neste sentido, toma-se flrndamental educar para o uso racional da
rágua, ou seja, pÍomover comportamentos responsáveis, eütando o excessivo corlsumo e
a contaminação da água
O conceito de acidez é abordado nos prograrnas de Ciàrcias Físico-Químicas no 8o ano e de Física e Química
A no
I lo ano, nomeadamente na referida Unidade 2. Sendoum
conceitocuja
compreensâo exigeum
elevadonível
de absfracção,nem
sernpre écomp,reendido pelos alunos.
A
exped&rcia de leccionação destâ unidade tambéÍn tem reveladoqre
os
efeitos
perniciosospara
o
ambientee
paÍa
a
saúde, resultantes da contaminação ácida da água" não são devidarnente valorizados pelos alunos. Contudo, éuma
temiítica
presênteno
dia-a-di4 ideal para uma
abordagemdo
tipo
Ciência,Ioaodução
É
nestecontexto
que
se propõe
a
implementaçãode
uma
abordagem mais abrangentee
motivadora,que
despertea
atenção dos alunos parao
mundo
que os rodeia" conferindo-lhes competências paraintervir
na resolução de problemas concretos, reais e locais, por elesviüdos
no dia-a-dia.A
Mina
de S. Domingos é um recurso locale
constitui
um
objecto ideal para
o
ensino
-
aprendizagemem
ciências.
A
suaproximidade
facilita a
renlizaçãode uma
ou
mais
saídasde
campoe
o
seu estudo, segundo uma perspectiva CTSA e podení contribuir para:Hl -
uma aprendizagem mais ligada aos contextos reais;H2
-
a ligação entre os conteúdos a leccionar e o ambiente;II3
-
maior sensibilidade para as questões ambientais;H4
-
tomada de consciência da importáncia da preservação da qualidade da água.12
-
Objectivos
ecaracterírticas
do estudoO
estudo que se apresenta tevepor
basea
implementação de uma abordagemCTSA
da Unidade2
deQuímica
do lloano
de
escolaridade,na
sua vertente prática.Com
esta
abordagem pretendeu-se
contibuir
para melhorar
a
qualidade
dasaprendizagens
dos
alunos nesta área
e
valorizar as
actiüdades pníticas
enquanto estratégiapriülegiada
para o ensino daquímica
Com este estudo, procurou dar-se resposta à grande questão:
Poderão as actividades
pniticas,
enquanto actividades de ilwestigação aportir
deun
problemareal, contribuir
püa
que os alunos melhoremas
suas aprendizagens nas ciências e naFísica
e Química emputiculu,
emudo
a atitude face ao ambiente eao consumo de água?
O estudo
foi
organizado em duas fases que estão directanente relacionadas comos
objectivos
que
se
pretendem
atingir. Numa
primeira
fase
procedeu-se
aodesenvolvimento e
de
actividades práticas que s€pÍocurou interligar
entre
si
e
relacionarcom
problemas reais associadosà
rírea devivência dos
alunos, segundo uma metodologia diferente da tradicional. Numa seguntla fase, foram aplicadosquestionários que
pemritiram avaliar a
implementação das actividades práticas etirar
conclusões relativamente
à
questão colocada,que
sepode
desdobrarem
múltiplasoutras:
a
Poderão as actividades pÍríticas, desenvolúdas segundo uma abordagem nãotradicional,
contribuir
paÍa aprcndizagensmeis
sigr.ificativas relativas ao conceito de acidez?c
Poderãoas
actiüdades
práticas, desenvolvidas segundouma
abordagemCTSA, contribuir
para mudar as atitudes dos alunos face ao ensino dasci&rcias
e da Física eQuímica
em particular?Intodução
a
Poderão as actividades pníticas, desenvolvidas segundo umaúordagem
deinvestigação
de
problernas,contribuir para
mudar
as
atitudes
dos
alunos
face
aoambiente e ao consumo de água?
a
Serão asatitudes dos
alunosdo
8ode
escolaridade,face
à
Ciência
e
ao ambiente, diferentes das dos alunos do I lo ano de escolaridade?a
Será que os alunos encaÍam o trabalho prático como actiüdade promotora deaprendizagern em Ciência?
Foi
nesteconjunto
de
questõesque se
encontrou
o
Universo em que
sedesenvolveu esta investigaçlio:
Abordagem
CTSÀ
Ácido-basg Actividades
pnóticas,Ambiente,
Águr,
Ensino,QuÍmica.
Após
explicitadas as razões da escolha do tema e as questões subjacentes a esta investigação, passa-se à apresentação da estrutura da presente dissertação.1.3
-
Esúrutura
da dissertaçãoA
dissertação encontra-se organizada em sete capífulos,pa
além dos módulosde
Bibliografia
e Anexos. O primeiro é o da introdução, onde se explicitam as razões daOs dois capítulos seguintes resultam de uma
rwisão
deliteraturq
um na área da Educação em Ciência e outro na área da Educação Ambiental. Ocapitulo
da Educaçãoem Ciência
faz uma
abordagem sobreo
ensino das ciências, particularizando parao
caso das actividades práLticase
para
o
ensino da Física
e
Química.
O
capítulo
daEducação Ambiental aborda a temática da água e o impacte da exploração mineira.
No
quarto capitulo
apresenta-sea
metodologia
e
planificação
geral
da investigaçãoe
o
contexto em quea
mesma decorreu. Neste capítulo explicitam-se asopções metodológicas tomadas ao nivel da recolha de dados e tratamento de resultados.
São apresentados ainda os instrumentos utilizados na recolha dos mesmos e a estratégia seguida na sua aplicação.
No
quinto
capitulo, dedicado à intervenção didáctica, começa-sepor
fazer umadescrição da metodologia seguida na mesma, faz-se uma apresentação dos problemas
propostos e descreve-se
o
modo como foram desenvolvidos, pelos alunos, cada um dosprojectos:
I
-
Daerminação
do pH do
solo;
II
-
Preparaçãode sulfato de
cobrehidratado;
Itr
-
Obtenção de cobre apartir
depirite
com água rícida e sucata de ferro;IV
-
Obtenção da curva detitrÍação
da água ácida da mina;V
-
Análise de amostras de rochas recolhidas @eterminação da densidade, dureza,...
de alguns materiais daMSD).
No
so<to capítulo, apresentam-se e analisam-se os resultados obtidos, bem comoalgumas conclusões decorrentes da anáúise e discussão dos mesmos.
Introdução
consid€radas
peÍtinentes.
São ainda
explicitadas
as principais
potencialidades elimitações do estudo realizado e sugeridas algumas pistas para futuras investigações.
As referências bibliognáficas são apresentadas peÍto do
fim,
antes dos anexos.Os anexos incluem todos os
instumentos
constuídos para a recolba de dados, bem como os documentos relativos a mateÍiais pedagógicos especificamente elaboradosno
contexto
desta intervenção,um
excerto
do
programada disciplina de
Física
eQuímica
A
do I lo Ano e as grelhas de aruí'lise de resultados obtidos nas questões abertas dos questionários.2
-
EducaçÍo
emCiência
Este capítulo apÍes€nta as váÍias p€Íspectivas pedagógicas que
foram sugindo
associadas ao ensino das ciências e que terão
contibúdo
para a crise que conduziu aosbaixos
nÍveis de
literacia científica.
São abordadasviírias
dimensões possíveis, noâmbito da didáctica das ciências, como seja a interdisciplinaridade, a abordagem CTSA,
a
educaçâopara
a
sustentabilidade,a
utilização
das Tecnologiasde
Informaçâo
eComunicação
(TIC)
e
as
actividades práticas,nas
suasmúltiplas
aplicações. Neste contexto, é depois particularizado o ensino da Física eQrrími*.
2.1
-
Perspectivas pedagógicasO ensino das ciências tem tradicionalmente colocado ênfase na instrução forrnal
de
um
corpo
de
conhecimentosbem definido,
ass€rÍ€ quase
exclusivamente na exposiçãooral
dos conteúdos científicospelo
professor.A
perspectivado
Ensino porTransmissâo
(EPT)
pressupôe queo
professor podetransmiú
ideias pensadaspor
sipóprio
ou por
outros (conteúdos) ao aluno qu€ a:r annazena sequencialmenteno
seucerebro (recepüículo). Ou seje, o professor "dá a
lição"
e pede, erntoca"
que os atmos usema
sua actividade mentalpara
acumular, annâzenare
reproduzir
infomrações-úsão
behaúorista
da
aprendizagem(Cachapua Praia
&
Jorye,2002,
p.l4l).
Esta perspectiva tem como pÍ€ssupostos que a aprendizagern ocorreatavés
de um processode acumulação de inforrnações, cuja compreensão é normalmenê avaliada em termos
Educação em Ciência
com atenção. Neste contexto, não se
recoúece
ao aluno um papel activo naaqúsiçilo
de
coúecimentos
(Bonito, 2001,p.A;
A1meida200l,
p.52).Por volta
dos anos
70,
registam-se elevadastaxa
de
insucessoe
grande desinteresse e desmotivação nas escolas@onito,
2001, p.44),atibúdas
ao modelo quese seguia @PT). Em altemativa, o Ensino por Descoberta @PD) ou aprendizagem
por
descoberta impõe-se, paÉindo da conücção que os
alunos
por contapúpri4
qualquer
conterido
científico
a
partir
da
observaçÍio;
de
que
são
os
trabalhos experimentais radicadosno
fenomenológico eno
imediato que levam à descoberta de factos'lrcvos"
e que é a interpretaçã.o, mais ou menos contingente, de tais factos, que conduz, de forma natural e esponüine4 à descoberta de ideias, das mais simples as maiselaboradas.
A
actiüdade
do
sujeito
é
sobretudomobilizada
por
via
do
sensorial,construindo ideias a
parth
dos factos dadosou
obtidos, não tendo também em conta uma construção activa docoúecimento
(Cachapuz, Praia&
Jorge, 2002,p.146).No
EPD,
a
ênfaseé
colocadana
aprendizagem dos processosda
Ciência, na suposiçãode que os
alunos
aprendempor
si
sós
qualquer conteúdocientífico
por
indução
a partir
dos dados de observaçÍio. Os defensores do EPD reconhecem que osconkúdos
e
os
pÍooessoscientíficos
são ambos importantese
paúes interligadas da Ci&rcia.No
entânto, consideram que os conteúdos científicos desempenham um papel secundário relativamente às capacidades de raciocínio científico. O importante é que osalunos
se
envolvam
em
acçõese
utilizem raciocínio científico:
façam
perguntas,manipulem materiais, observern fenómenos
e
inventem explicações para responderem às suas perguntas.Ao
manipúarem
materiais e eqüpamento, os factos particulares ouos conceitos que apÍÍÊndem com 8s actividades não são tão importantes como as lições
que aprcndem sobre a natuÍeza do inquéÍito científico
(Sequein'
200a,p.197)-Reconhece-se
hoje que
foi
um
erÍo
confundir
os
objectivos
do
ensino
dasciências
com os
objectivos
da
produçãocienfifica,
e
elevar
o
método
cientíÍico
àcategoria de método de ensino. O EPD
foi
muitas vezes reduzido a factos eúdenciadospor
resultados experimentaisque
se articulam
com
o
que
é óbvio.
o
indutivismo
extremo em que o modelo
incorri4
a falta de atenção dada aos conteúdos e a insist&rciana pretensa actividade de descoberta dos ahmos traduziram-se ern resultados negativos,
quer no que se refere à
aqúsiçâo
decoúecimento,
quer em relação à compreensão danatuÍezâ
da
ciência.
os
processos
da
ciência
(observar, classificar, inferir,
hipotetizar,...)
não são entidades discretas que possam ser ensinadas independentes doconteúdo
(Atneida
2001, p.52). Apesar de todas as limitações,o
EPD
constituiuum
salto
qualitativo
no ensino das ciências,tazendo
ofabalho
experimental parao
ceme do ensino das ciências.No final
dos
anos70,
começoua
perceber-seque
asideias como
fonte
decontovérsia
e
as teorias comoalgo
queos
cientistas conshoem não faziam parte darefle,<ão didríctica.
E
que as ideias queos
alunos traziam para a Escola,fruto do
seuquoüdiano, não estravam a ser devidâmente valorizadas. Ocorre entâo a emergência do
Ensino por
Múança
Conceptual@MC),
na década de 80, com raízes €pisteÍnológicasracionalistas
e
que
vai conta
a
conc,eptualização centÍadanâ meÍa aqúsição
de conceitos.A
luz de perspectivas cognitivo-construtivistas da aprendizagern, que põem aEducaçâo em Ciência
instumentos para pensar melhor.
Do
que setuÍa
agora é de contribuir para mudar os conceitos, de procurar compreender algumas dasdificúdades
quetal
mudança exigee
de
referir
eventuais eshatégiasde
ensinopara ajudar
os
alunosa
levar a
cabotal
mudança (cachapuz,
Praia
&
Jorge, 2002).
Nos
modelos
de
Aprendizagem por
Mudança conceptual, a questlio não está em como se adqui,em os conceitos,
n,"'
em saber como se mudam. Nestes modelos não há lugar para a transmissão de saberes.o
aluno não éum
sujeitopre-consituído,
mas uma entidade que se auto-regulae
auto-fansforma à
medida
queconstrói,
[destói] e tansforma os
seus conceitos @onito,2001). Neste contexto,
o
aluno é consideradoo
principal
responsável pela sua propria aprendizagem.Mais do
que
um
receptorou
processador passivode
informação,
aperspectiva
construtivista
vê
o
almo
envolüdo,
activarnente
na
construçlio
de significados, conÊontandoo
seu conhecimento anterior com novas situaçõese,
sefor
caso disso, (re)constnrindo as suasestufuras de
coúecimento.
A
forma como
umasituação
é
construída dependedas
característicasda
sifuação,como
dos
esquernasinterpretativos usados e dos contextos de aprendizagern criados
(Almeida,200l).
Esta
teia de conhecimento só se
toma
útil
e significativa para os alunos quando é integradacom
o
seucoúecimento
pessoal e as suas experi&rciascom
fenómenos naturais.os
alunos chegam às aulas de ciências com muitas ideias e explicações sobre os fenómenosnaturais.
As
suasideias
sito
baseadâsna
experiênciae
mütas
vezessão
bastante diferentes das explicações científicas estudadas na escola.Na
perspectiva da mudança conceptual, o objectivo central do ensino ,râs ciências é ajudar os alunosa mudar as suas
explicaçôes
infuitivas e
vulgares acercado mundo
que osrodei4
ou
sej4
incorporarconceitos
científicos
e modos de peÍrsamento nos seus referenciais pessoais (sequeira,No
EMC,
op4el
do erÍo passa a s€rconstitúivo
dapópna
situação didríctica.fliá
que
reconhecera
necessidadede
errar,
paraque
se pos§a ulEapassarde
fonna
a
situação.O
professordeve
partilhar
o
esforçode
arriscar
a
errar'promwendo no
alunoa conqústa
por
esfoÍço@prio
do
exercíciodo
pensar' Nestecontexto,
é
fundamentalt€r
em
conta
eventuais dificuldadesde
aprendizagem dosalunos
originadaspelas
designadas concepções alternativas(CA),
isto é,
ideias
emoposição
a
concepçõescientificamente
adequadas.A
necessidadede
adequar
asestratégias de ensino às ideias préüas dos alunos
implica
a necessidade de diagnosticaras
cA
dos
alunos (cachapuz,
Praia
&
Jorge,
2002).
considerava-seque
existia aprendizagemquando
existia
um
"salto"
descontínuoentre
a
ideia infuitiva
e
acientífica.
Hoje
pensa-seque
a
evolução
é
progressiva paraideias
cadavez
mais científicas (Santos, 2002).Distintos
sujeitos produzem
concepções
distintas
com
base
na
mesmainformação.
Esta actiüdade
de
processamentoda
experiênciae
da
informação
tem como referencialtórico
prévio
as concepções anteriores referentesa
esse objecto.A
maioria
das
conce,pções âpÍ€s€ntaum
caráctermais ou
menosdinâmico
e
poderáalterar-se
com relativa facilidade.
Outras,porém,
sãomuito
estáveise
re§istentes àmudança, possuem um maior nível de abstracção e permâneoem num
nivel
maisocúto
da pessoa @onito, 2001).
Asconcepçõesfreqrrerrtes(nãocientíficas)sãomuitasvezeslmrecidascomas
concepções
históricas.
Tudo leva a crer
que
determinadas concepçõeshistóricas
seEducação em Ciência
seÍ
agrupadasem cinco
grandes categorias:a
infeÍênci4 a
restriçâo,a
eÉensão, o estâbelecimento de uma relação directa e a formaçlto de uma categoria mental geÍal.A
inferência consiste em passar de uma ideia para outra, considerada pertinente por
causa da sua rclação com a primeira.
A
rcstição
consiste em aplicartm
conhecimento a umdomínio
mais restrito que aquele ao qual ele realmente se aplica.A
extensão consisteem aplicar um
conhecimentoa un
domínio
mais
vss16do
que
aq,ele
ao
qual
ele realmente se aplica.o
estabelecimento de,ma
relaçãodireda
faz-se apartir
da ligaçãoentre duas ideias.
E a
formaçlio de uma
categoria mentalgeral
consisteem
agrupar vrírios objectos, seres vivos ou fenómenos na mesma categoria.No
EMC,
o
professortem de
abandonar postuÍasrígidas
e
empenhar_se em actiüdades cognitivamente mais estimulantes,conhibündo
para o exercício do pensar. segundo cachapuz, Praia&
Jorye (2002, p.159e
160), três instrumentos disponíveis para esta tarefa sâo o mapa de conceitos (que representa ahierarqúa
e as relações entreconceitos na mente, pelo que permite avaliar a aprendizagem de conceitos pelos alunos),
fazer paralelismos com exempros de conhecimento
pré-cientí/ico
(ajudando os alunos aintoduzir
novos
conceitoscientíficos
por
insatisfaçãocom os
anteriores,que
têmmenos capacidade explicativa) e o trabalho experimental
(u$o
pryl
seni o de ajudar osalunos a compreender melhor como as suas ideias apÍesentam algo de cienüficamente
incorrecto
ao tomaÍem mais clara
a
contradiç,lo entre
as s,as
expectativase
as
observações por eles efectuadas).
outros
autòs consideramq.e
a ci&rcia
deve ser ensinadade modo
a
quereflicta
e
ilustre
a
estrutura conceptual
e
metodológica
da
pópria
ciência.
A
faz
dos fenómenose
os
pnocessos através dos quais essas inteÍpr€tações mudaram econtinuam a mudar. Woolnough (citado em Almeida, 2001) evidencia a necessidade de
rne
abordagem holística daCiência
pois centraro
ensino da Ciência nas suas partes nãosipifica
que se ensine Ciência- Nesse sentido, considera queo
ensino daCi&rcia
deve serüsto
como uma actividade holística de resolução de problemas onde ocone uma interacção contlnuae
dinâmicaente o coúecer
e
o
fazer.Ao
admitir-se que aaprendizagem é um processo de construção pessoal e social, a dicotomia entre processos
e
conteúdos perde qualquer sentido.O
ensinoda
Ciênciatem
assim de proporcionaÍsituações
de
aprendizagem quepossibilitem
aos alunos mobilizaremos
seus saberesconcepfuais
e
processuaisno
desenvolvimentode
processosinvesigativos e,
destemodo, construírern e reconstruírem contínua e progÍessivament€ a sua compreensão do
mundo. Hodson
(citado em Praia"
1999,p.64)
descreve como objectivos centrais do ensino das ciências: aprendtzagem das ciências, como a aqúsição e o desenvolvimento de conhecimentos teóricos (conteúdos das ciências), aprendizagem sobre a natureza dasciêrcias, a
compreensão da natureza e dos métodos da Ciência" tomando consciênciadas
interacçõescomplexas
ente
Ciência
e
Sociedade;e
a
prá,tica
da
Ciência, desenvolvimento de conhecimentos técnicos, éticos,ente
outros, sobreI
investigaçãociendfica e a resolução de problemas.
Cachapuz,
Praia
&
Jorge
(2002,
p.169)
consideram
que
o
EMC
aosobrevalorizar
a
aprendizagemdos
conceitos, desvaloriza finalidades educacionais eculturalmente relevantes, ligadas aos valores e às atitudes, assim como aos interesses e
necessidades pessoais dos alunos. PoÍ
outo
lado, realçam que à perspectiva da mudançaEducação em Ciência
penpectiva
parao
ensino das Ciências que designampor
Ensinopor
pesqúsa(Epp).
Esta perspectiva está mais ligada aos interesses quotidianos e pessoais dos alunos, social e
cúturalmente
situadae
é
geradora demaior
motivação. Os problemas amplamentediscutidos na
aula nascem de problemáticas mais abertas,com
raízesou
incidências sociais fortes, que a pouco e pouco se vão delimitando e preparando para o exercício depesqúsa partilhâda. Correspondem a enunciados que apresentam obskículos aos sqieitos
resolvedores,
e
que
estes,
à
partida não
sabem
como
ultrapassar.
Não
são, necessariamente, tarefas de papel e lápis e podemeúgir
aúilização
do laboratórioou
de meios infonnáticos, a realização 6s''ma
saída de campo ou de umaenteústa,
etc(Leite,
2003). Trata-se de envolver cogniüva e afectivamente os alunos, sem Í€spostas pÍontas e previas, caminhando-s€ paÍa soluções provisorias, como Íesposta a problemasreais
e
sentidos
como
tal,
de
conteúdo
inter
e
transdisciplinares,
culnral
e educativamente relevantes.No
EPP, os conteridos científicos nâo são fins do ensino mas meios necessiírios ao exercício do pensar.A
Educação emCiênciq
eÍn termos de finalidades, deixa de sepreocupar somente com a aprendizagem de um corpo de conhecimentos ou de processos da
ciência,
mas antes garantir que tais aprendizagens se tomarão úteis e utilizáveis nodia-a-dia
No
âmbito
desta peÍspectiva,a
avaliação educativa assumeuma
imFortáncia central,pois
ela
deve sermais
formadorae
menos classificatoria" envolver todos osintervenientes
no
processo de ensino-aprendizagem, bem como atender aos contextos situâcionais, quer dos alunos quer daturm4
quer das@prias
condições detabalho.
O
QuadÍo
2.1
apresentauma
síntesedas quatro
perspectivas pedagógicasdescritas.
QuodÍo 2. 1 - Perspectivas pedagógicas
iT-fi
iTl.iIi] Fl\tfdicfrl
Finâlidâde Âqúsigão de conceitos, ênfrse na insfuçâo Compreensão de Process(xt cientÍficos, ênfase na instução Mudança de conceitos, ênfase na insfução Constnrçâo de conceitos, competências, atinrdes e valores, ênfrse na educação O pofessor organiza processos de partilh4 interacçÍo e Í€flexão crítica, ou sejq promove debates sobre situações problemáticas, fomenhndo a criatiüdade c o envolvimento dos alunos Papel do professor O professor tansmite conceitos, exercendo a sua autoridad€ graças à competência ciendfica Âluno passivo O professor assume um papel de organizador das situações de aprendizagenq dirrccionando as "descobertas" a
frzer pelos alunos
Aluno
'tientiís"
O pÍofessoÍ diagnosúca concepções alternativas dos alunos e a partir destas orgmiza estratégias de conflito cognitivo para prcmover adequadas Papel do aluno O aluno cortrói a sua aprndizagem conceptual Aluno activo, assumindo um papel de pesqüsa e dereflexão crítica sobre
as suas maneiras de pensar, de agir e de sentir Caracterização Didáctico-Pedagógica
Parte das concepções
altemativas dos atmos, fimcionmdo os conteúdos como um meio de ryrendizagen pua promover a mudança de conc€itos, atavés da superação de conflitos cognitivos o ensino csnta-se nos cont€údos, t€m índole memorlstica e não at€nde às diferenças dos alunos EstrEtégias de ensino isomorhs *do" método científico e as actividad€s experimentais são do tipo indutivo Estudo de problemas ahÍtos, com interesse p8a os alunos e de âmbito CTSA Avaliação
Nonnativa Centrada nos prcce3sos cientlficos Formativa e sumatirra, centada nos conceitos PaÍt€ integrantc do ensino, engloba conceitos, capacidades, aritudes
Educação em Ciência
22
-
Literecia CienííÍice
"Scientifu literacy
is the capacityto
use scíentiftc futowledge, to identiÍy questionsand
to drav,
eviderce-based conclusionsin
order
to
understandard
helpnake
decisions about the naturalworld
and the changes made toit
tltrough human activity."
(OECD/PISAe 2002, disponível em http://wwvy.pisa.oecd.org/science/deftrist.htrn)
Nas
últimas décadas tem-se assistido ao acenfuar da distância entre uma elitecientífica
e os cidad?los analfabetos científicos. Vive-se numa época em que os novos conhecimentos gerados pela Ciência superam rapidamente a capacidade do público paraos acompanhar (Duschl, 1997). Simultaneamente, existe um crescente
divórcio
entre os interesses dos alunos e os conteúdos e metodologias oferecidas na educação formal.A
necessidadede
alfabetização básica
iniciada
no
século
XD(
pode
ser comparada com a actual necessidade de alfabetização científica e tecnológica,ou sej4
literacia cientÍfica.
Os
cidadãoscientificamente
alfabetizadoslidam
melhor
com
asquestões sociais levantadas pela Ciência, agem de
forrra
mais responsável,aplicam
aCiência nos problemas do quotidiano porque estão mais conscientes da importância da sua participação em tomadas
de
decisão.O
conceitode literacia
cienffica tem
sidolargamente
utilizado para
definir
os objectivos da
educaçãocienúfica
e
tecnológica" desde a decada de 80 (Madureira&
Sequeira, 2003).A
Associação Americana para oAvanço da Ciência define litemcia científica como sendo uma "capacidade de
utilizar
oconhecimento científico para
fins
pessoais esociais"
(citado em Fontes&
Silva,2004,
p.31).
A
necessidade de cidadÊíos cientificamenG cultos é, efectivamente, uma exigênciaPara
Cachapuz,Praia
&
Iorye
Q002,
p''{4),
inspirados
nos
já
rreferidosobjectivos
do
ensino das ciências deHodsoq
o
conceitode
"cientificamentectho"
émultidimensional
e
envolve
simultáneamentetrês
dimensões:
ap̀nder
Ciência(aqúsição
e
desenvolvimentode
conhecimento conceptual), aprender sobre Ciência (compreensãoda nfireza
e
métodos
da
Ci&rcia)
e
ap̀nder
a
fazer
Ciência(competências para desenvolver percursos de pesqúsa e resolução de problemas)'
Segundo Trindade (citado em Santos, 2002, p.26),
eúrcafio
em ciênciasüfere
de ensino dos ciências, a primeira tendo objectivos mais relacionados com a fomraçãode todo e qualquer cidadão, como seja uma alfabetização ern ciências,
o
segundo comobjectivos mais
relacionadoscom os indivíduos
que prosseguem estudosnuna
áreacientífica
Sendo
um
dos
objectivos
da
educaçãoem geral
a
formação
de
cidadãossocialmente responsíveis,
o
ensino das
ciências
não pode
adquiÍiÍ
um
cafiáoter puramente laboratorial e circunscrito à sala de aula, onde apenas se aprendem conceitos e teorias, mas deve orientar-se pam aspectos mais sociais e pessoais.A
alfabetizaçdocientífica e a educação
para
a cidadania relacionam-se, na opinião de Gómez Crespo eÍal
(cll:dro
em
Fontes
&
Silvq
20M,
p.29),
am
"a
fornação
de
cidaüios
cientificanente cultos
e
responsáveis,capues
de
reconlrccer
à
Ciência
(N
§uasdimensões e as influências sociopolíticas que sobre ela
acfiiam".
Assim, o mesmo autordefrne alfabetização
científica
cnmo"os
níveis mínimosde
conhecimentos cientíJicos(corceitos, procedimentos
e
atitudes)para poder
ptticipt
democraticanente
na sociedadee
exercer
wna
cidadania
responsá,vel". Tambémé importfltte
pata
umaEducação em Ciência
rcspondidas
pela
Ciênciae
os
que não podem,e
€nheo
queé
científico
e
o
que éUm
estudo nacionalde
literacia, levado
a
caboem
1995, mostraum
quadro negro da situação do País. Madureira&
sequeira Q003,p.lo32)
Í€forçam este cenáriode crise com
um
estudo queconclui
queo
grau deliteracia científica
dos alunos doEnsino
secundrírio
é múto
baixo.
o
insucessoverificado nos
ensinos básico
e secunúário, essencialmenteem
disciplinas comoMatemiíticq
Físicae euímica,
já
lüí
múto
tempo que é(reloúecido.
Mas afalta
de cultuÍa geral, científica e tecnológica, também acontece emmútos
outros países considerados desenvolvidos.como
explicarentão esta grave crise a nível da literacia científica?
O
ensinotradicional
das ciências raramentevaloriza
as percepções dos alunos acercado
mundo materialexterior à
escola,dificitmente
incentiva a dupla integraçãodeste
mundo como meio
e
como objecto
de
estudo
para
aprender Ciências,
efrequenteÍnente
prcmove
concepçõessobre
Ciências,os
seus processose
produtos,porventum
desinteÍessantese
distorcidac.
Acresce,o
facto
do conhecimentoprevio
dos
alunos,as
suas represêntaçõese
interpretações acerca deobjectos
e
fenómenosque
integram
os
currÍculos de Ciências,
sercm,por
nonna, desvalorizados(muitas vezes
ignorados)
na
planificaçlio
e
desenvolvimento
das actividades lectivas,paÍecfldo
que a sua exist&rcia é apenas considerada para efeitos de(e por força de) avaliações sumativas.
A
educação deve ser mais eficaz na compreensÍlo e apropriação dos problemas que commaior
permanência se colocam nas sociedadescontemporâneas, particularmente aqueles