• Nenhum resultado encontrado

Validação para a população adolescente portuguesa com dor lombar do Modified Hanover Functional Ability Questionnaire

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Validação para a população adolescente portuguesa com dor lombar do Modified Hanover Functional Ability Questionnaire"

Copied!
8
0
0

Texto

(1)

w w w . e l s e v i e r . p t / r p s p

Artigo

original

Validac¸ão

para

a

populac¸ão

adolescente

portuguesa

com

dor

lombar

do

Modified

Hanover

Functional

Ability

Questionnaire

Lina

Robalo

a,∗

,

Eduardo

B.

Cruz

a

e

Carla

Nunes

b

aDepartamentodeFisioterapia,EscolaSuperiordeSaúde,InstitutoPolitécnicodeSetúbal,Setúbal,Portugal

bCentrodeInvestigac¸ãoemSaúdePública,EscolaNacionaldaSaúdePública,UniversidadeNovadeLisboa,Portugal

informação

sobre

o

artigo

Historialdoartigo: Recebidoa19defevereirode2015 Aceitea22desetembrode2015 On-linea22denovembrode2015 Palavras-chave: Incapacidadefuncional Dorlombar Adolescentesportugueses ModifiedHanoverFunctionalAbility Questionnaire

Adaptac¸ãoevalidac¸ão

r

e

s

u

m

o

Adorlombaréumacondic¸ãodesaúdecomumemidadesprecoces,desconhecendo-se,no entanto,oseuimpactoanívelfuncional.Naausênciadeinstrumentosadaptadose valida-dosparaapopulac¸ãoadolescenteportuguesa,quepermitamavaliaroimpactofuncionalda dorlombar,desenvolveu-seumestudometodológicocomoobjetivoderealizaratraduc¸ão eadaptac¸ãodaversãomodificadadoHanoverFunctionalAbilityQuestionnaire(MHFAQ)para alínguaportuguesa(parausoemPortugal)eestudarassuaspropriedadespsicométricas.

Apósoprocessodetraduc¸ãoeretroversão,aversãoportuguesafoitestadanumaamostra pilotode40adolescentescomdorlombar,comoobjetivodeanalisarasuaconsistência internaeestabilidadetemporal,atravésdocoeficientedeCronbach’salphaedocoeficiente decorrelac¸ãointraclasse(ICC2,1).Aanálisedavalidadedeconstrutofoibaseadano coefi-cientedecorrelac¸ãodeSpearmanentreMHFAQ-PTeaescalanuméricadador(END)para validadeconvergenteeentreaMHFAQ-PTeadimensãosaúdementaldoMedicalOutcomes StudyShort-FormHealthSurveyInstrument12-Item(SF-12)paraadiscriminante,numa amos-trade127adolescentes.Asmedidasdeconsistênciainternaobtidas,Cronbach’salpha=0,699 edeestabilidadetemporalCCI=0,973(IC:95%:0,948-0,986,p<0,01),indicamqueaversão portuguesadoMHFAQpossuibonsníveisdefiabilidade.Relativamenteàvalidadede cons-truto,osresultadosrevelaramumacorrelac¸ãopositivamoderadaentreaMHFAQ-PTea END(rs=0,591,p<0,01)eumacorrelac¸ãonegativaestatisticamentesignificativamoderada entreaMHFAQ-PTeadimensãosaúdementaldaSF-12(rs=−0,426,p<0,01).Concluiu-se, assim,atravésdosresultadosobtidos,queaversãotraduzidaeadaptadaparaapopulac¸ão adolescenteportuguesacomdorlombarencontra-sevalidada.

©2015TheAuthors.PublicadoporElsevierEspaña,S.L.U.emnomedaEscolaNacional deSaúdePública.EsteéumartigoOpenAccesssobalicençadeCCBY-NC-ND (http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Autorparacorrespondência.

Correioeletrónico:lina.robalo@ess.ips.pt(L.Robalo). http://dx.doi.org/10.1016/j.rpsp.2015.09.001

0870-9025/©2015TheAuthors.PublicadoporElsevierEspaña,S.L.U.emnomedaEscolaNacionaldeSaúdePública.EsteéumartigoOpen AccesssobalicençadeCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

(2)

Modified

Hanover

Functional

Ability

Questionnaire:

Validation

for

the

Portuguese

speaking

adolescentes

with

back

pain

Keywords:

Functionaldisability Lowbackpain

Portugueseadolescents ModifiedHanoverFunctional AbilityQuestionnaire Instrumentsadaption andvalidation

a

b

s

t

r

a

c

t

Lowbackpainisacommonsymptominyoungerpopulationsbuttherealfunctionalimpact ofthisconditionremainsunderreported.Intheabsenceofculturallyadaptedandvalidated instrumentstoassessthefunctionalimpactoflowbackpaininPortugueseadolescents,a methodologicalstudywasdevelopedaimingtotranslateandculturallyadaptthe modi-fied versionoftheHanover FunctionalAbility Questionnaire(MHFAQ)tothe European Portugueselanguageandexamineitspsychometricproperties.

TheMHFAQwasfirsttranslatedandbacktranslatedfollowingthepublished guideli-nes. ThePortugueseversionoftheMHFAQwasthenpilotedinaPortuguesesampleof 40adolescentswithlowbackpaincomplaintsandassessedforreliabilitythroughinternal consistencyandreproducibility,usingCronbach’salphaandintraclasscorrelation coeffi-cient(ICC2,1),respectively.Constructvalidity wasassessedusingSpearman’scorrelation analysisbetweentheMHFAQ-PT andtheNumericPainRatingScale(NPRS),for conver-gentvalidity,andbetweentheMHFAQ-PTandtheHealthMentaldimensionoftheMedical OutcomesStudyShort-FormHealthSurveyInstrument12-Item(SF-12),fordiscriminant validity, inanewsampleof127adolescents.One weektest-retestreliabilitywas0.973 (CI:95%:0.948-0.986,p<0.01)andCronbach’salphawas0.699,indicatinggoodreliability estimatesforthePortugueseversionoftheMHFAQ.Theresultsshowedamoderate posi-tivecorrelationbetweenMHFAQ-PTandEND(rs=0.591,p<0.01),andanegativecorrelation betweenMHFAQ-PTandMentalHealthdimensionoftheSF-12(rs=−0.426,p<0.01). There-fore,thetranslatedandadaptedversionofMHFAQisacceptabletoassessfunctionalstatus ofPortuguesespeakingadolescentswithlowbackpaincomplaints.

©2015TheAuthors.PublishedbyElsevierEspaña,S.L.U.onbehalfofEscolaNacional deSaúdePública.ThisisanopenaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense (http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Introduc¸ão

Ador lombarnos adolescentesé umaexperiência comum eapontadapordiferentesautorescomo relacionadacom a dor na idade adulta1–3. Os fatores de risco para o

desen-volvimento da dor lombar em fases precoces da vida são oresultadode múltiplascomponentes,nãoindependentes, tendoespecialimpactooambienteondeosjovensse encon-tram,nomeadamente o ambienteescolare familiar,riscos intrínsecosaosprópriosefatoresrelacionadoscomosseus hábitoseestilodevida4.Noentanto,aformacomose

esta-belece ainterac¸ão entreos diferentes fatores, assimcomo o contributo de cada um para o desenvolvimento da dor, mantêm-seinconsistentes. Poucose sabe também sobreo impactoda dora níveldoestadode saúdedos adolescen-tesedasuafuncionalidade,eédifícilestabeleceradiferenc¸a entreadorenquantoexperiênciaocasionalepassageiraea dorenquantocondic¸ãodesaúde1,5.Váriosautoresreportam

queadortemumforteimpactonavidadiáriados adoles-centes, emboraseja improvávelqueimpliquea procurade cuidadosde saúde6,7. Noentanto, pareceser consensual a

importânciada avaliac¸ãodoimpactoda dorlombaranível dacapacidadefuncionalpara umamaiorcompreensãodas suasimplicac¸ões e relevância1,6,8,9. A existência de

instru-mentosválidosefidedignos,quepermitamavaliaroimpacto da dor na funcionalidade dos adolescentes, é uma ferra-mentaimportanteparaapráticadosprofissionaisdesaúde,

permitindo-lhesavaliar/reavaliarosseusutentes,bemcomo demonstrar os resultados decorrentes da sua intervenc¸ão. Paraaavaliac¸ãodoimpactofuncionaldadornosadolescentes têmsidoutilizadosinstrumentosespecíficos,nomeadamente aversãomodificadadoHanoverFunctionalAbilityQuestionnaire (MHFAQ). Este instrumentofoi adaptado evalidado para a populac¸ãoadolescenteporWatsonetal.apartirdoHanover FunctionalAbilityQuestionnaire(HFAQ),quefoidesenvolvidoe validadoparaapopulac¸ãoadultacomdorlombarporRoese etal.10equetemsidofrequentementeutilizadoem

diferen-tesestudos,apresentandoboaspropriedadespsicométricas11.

Em 2002, Watson et al. desenvolveram e testaram para a populac¸ão adolescente uma versão modificada deste ins-trumento reportando bons níveis de consistência interna (Cronbach’salpha=0,71)eumacorrelac¸ãosatisfatóriadositens vs.item-total(0,35-0,47)7.Desdeentão,esteinstrumentotem

sidoutilizadopordiversosautoresparaavaliaracapacidade funcionalnapopulac¸ãoadolescentecomdorlombar1,6–8,12.

Trata-se de um instrumento de autoadministrac¸ão que incluiu9itenssobreatividadesdiáriascomumaresposta dico-tómica(sim/não) ecom apontuac¸ão totala variar entre0 (ausênciadeincapacidade)e9(incapacidadesevera).O soma-tóriodositensécategorizadoemincapacidadeligeira(0-1), moderada(2-3)eelevada(4-9)1.

Naausênciadeinstrumentosadaptadosevalidadospara apopulac¸ãoadolescenteportuguesaquepermitamavaliaro impactofuncionaldadorlombar,desenvolveu-seumestudo comoobjetivoderealizaratraduc¸ãoeadaptac¸ãodoMHFAQ

(3)

paraalínguaportuguesa(parausoemPortugal)eestudara fiabilidadeevalidadede construto(convergentee discrimi-nante).

Material

e

métodos

Oprocessodeadaptac¸ão culturalseguiu asrecomendac¸ões dasnormasorientadoraspropostasporBeatonetal.13edo

MAPIResearchInstitute14efoiorganizadoem3fases.Aprimeira

faseincluiuoprocessodeadaptac¸ãoculturaldoinstrumento; nasegundafaseprocedeu-seaoestudodafiabilidadeda ver-sãoportuguesa,atravésdaavaliac¸ãodaconsistênciainterna e da reprodutibilidade ou estabilidade temporal; e na ter-ceirafasetestaram-seosefeitosdechãoetetoeavalidade deconstrutocombaseemhipótesespreviamentedefinidas, utilizando-secomoinstrumentosdereferênciaaescala numé-ricada dor (END)para validadeconvergente ea dimensão saúdemental(SM)doMedicalOutcomesStudyShort-FormHealth SurveyInstrument12-Item(SF-12)paraadiscriminante.

Aprimeirafaseenglobou:

Traduc¸ãopara a língua portuguesa – após a autorizac¸ão doautor da versão original do instrumento, procedeu-se àsuatraduc¸ãopor 2tradutores independentes(T1 e T2), bilingues,comportuguêscomolínguamaterna,com com-petênciascomprovadasnalínguaoriginaldaescalaecom diferentesperfiseconhecimentodosconceitosincluídosno instrumentoatraduzir;umcomconhecimentodosconceitos clínicosrelacionadoscomoquestionárioatraduzireooutro semconhecimentoneminformac¸ãoacercadosconceitosem análise.

Versãosíntesedastraduc¸õesas2versõesdatraduc¸ãoforam posteriormenteanalisadasesintetizadasporumpainelque incluiu2investigadorese2tradutoresindependentes dos 2primeiros,mascomperfilsimilar,obtendo-seassimuma primeiraversãodeconsensodoinstrumentotraduzido.Este paineltrabalhouapartirdoquestionáriooriginaledas ver-sõesdeT1edeT2.Apartirdas2traduc¸õesproduziu-seuma traduc¸ãocomum,obtendo-seaversãosíntese1.

Retroversão– apartir da versão síntese1,foi realizada a retroversãocomrecursoa2tradutores(R1eR2)bilingues, quenãoostradutoresiniciais(T1eT2),totalmentecegosem relac¸ãoàversãooriginaleaoprocessode traduc¸ãoesem conhecimentosnaáreadadorlombar.Deformaidênticaao processodetraduc¸ão,foramobtidas2versões independen-tesqueforamanalisadasporumpainelde2investigadores e2elementosindependentesdosanteriores.Aversão resul-tantefoienviadaaoautororiginal,deformaaobterparecer sobreaequivalênciacomositensdaversãooriginal.Após estarevisãoeavaliac¸ãoobteve-seaversãopré-finaldaversão portuguesadoMHFAQ.

Estudopilotodoinstrumento–oestudopilotofoirealizado como objetivode receber informac¸ão dospotenciais uti-lizadoresdoinstrumento(adolescentescom dorlombare profissionaisde saúdeda área). O estudopilotoenglobou o pré-teste doinstrumento, com recurso a uma amostra de40 adolescentes com dor lombarde origem não espe-cífica ea revisãopor 3peritos da área clínica(condic¸ões musculosqueléticas).Aosprimeirosfoi-lhes solicitadoque

avaliassemaclareza,acompreensão,aadequac¸ãodas pala-vrasutilizadasnoinstrumento,asuadimensãoeaindao tempodepreenchimento.Aossegundosfoisolicitadoque avaliassematerminologiautilizada noMHFAQ-PTeasua adequac¸ãoconceptualeculturalaosadolescentes portugue-ses com dor lombar. A todos os participantes no estudo piloto(adolescenteseclínicos)foientregueumdossierque continhaacartaconviteaosparticipantes,comexplicac¸ão dosobjetivoseprocedimentosdoestudopiloto,o consen-timentoinformado,aversão pré-final doinstrumentoem adaptac¸ão,umtestedecompreensão eumformuláriode caracterizac¸ãosociodemográficaeclínica.Posteriormenteao preenchimentodoinstrumentoerespostaaotestede com-preensão,foisolicitadoa4adolescentesescolhidosdeforma aleatóriaqueparticipassemnumaentrevistaconduzidapor umelementoexternoaoestudo,paraexploraraspetos relati-vosàclareza,compreensão,relevânciaculturaleadequac¸ão daspalavrasutilizadasnoinstrumento,questãoaquestão (cognitivedebriefing),deacordocomumformuláriotipificado. Asrespostasdosadolescentesforamsubmetidasaanálise deconteúdo.

Asegundafasedesteprocessotevecomoobjetivotestara fiabilidadedaversãoportuguesadaMHFAQ,tendosido consi-deradaparaesteestudoaestimativadaconsistênciainterna efiabilidadeteste-reteste,umavezqueoinstrumentoéde autoadministrac¸ãoe,comotal,semnecessidadederecorrera umavaliadorexterno.Estafasefoirealizadaduranteoestudo piloto, tendosido recrutadosaleatoriamente estudantesde 4turmasdoensinosecundáriodeumaescolasecundáriado distritode Setúbalque cumpriamos seguintescritérios de inclusão:

• idadeigualouinferiora18anos; • nacionalidadeportuguesa;

• adolescentesquereportassemdorlocalizadanaregião lom-barnoúltimomês;

• ausênciadepatologia/condic¸ãodesaúdeconhecida associ-adaàdor;

• consentimentolivreeesclarecidoporpartedosprópriose dosresponsáveislegais.

Esta fase foi completada uma semana após a primeira recolha,assumindo-sequenesteperíodonãoocorreu qual-queralterac¸ãonacondic¸ãodedorlombardosadolescentes. Este intervalo de tempo é sugerido na literatura como o maisindicadoemestudosmetodológicosetemsidoo inter-valoutilizadoemestudossimilaresparaestimarafiabilidade teste-reteste,queseencontra associadaàreprodutibilidade doinstrumento,traduzindo ograucom queoinstrumento forneceresultados estáveisnotempo15.Afiabilidade teste--retestefoiestimadapelocoeficientedecorrelac¸ãointraclasse (CCI),modelo2,1,utilizandoaspontuac¸õesobtidasno MHFAQ--PTnoprimeiroesegundomomentosdeavaliac¸ão.OCCIé consideradomaisadequadoparaestimarafiabilidade teste--reteste,umavezqueoscoeficientesdecorrelac¸ãodePearson ouSpearmannãotêmemconsiderac¸ãooserrossistemáticos, sendo o CCI o maiscomummenteutilizado17. O CCI éum

coeficientequevariaentre0(semfiabilidade)e1(fiabilidade perfeita)16.

(4)

A consistência interna foi verificada através do coefici-entedeCronbach’salpha,queestimaquãouniformementeos itenscontribuemparaasomanãoponderadadoinstrumento, variandonumaescalade0-1,emquequantomaiselevadas foremascovariâncias(oucorrelac¸õesentreositens)maioré ahomogeneidadedositensemaioréaconsistênciacomque medemamesmadimensãoouconstrutoteórico.Poroutro lado,seovalordocoeficienteforbaixo(maispróximodo0) aumentaaprobabilidadedoinstrumentomedirmaisdoque umconstruto18.

Naterceirafaseeparaoestudodosefeitosdechãoeteto eda validadeda MHFAQ-PT, foi utilizada umaamostra de 127adolescentescomdorlombardeorigemnãoespecífica, recrutadosaleatoriamentede2escolasdoensinosecundário dodistritodeSetúbal,quecumpriamosmesmoscritériosde inclusãodoestudopilotoecujosresponsáveislegaisderamo consentimentolivreeesclarecido.Considera-sequeosefeitos dechãoetetoestãopresentesquandoosvalorespontuados nasextremidadesdoinstrumentosãosuperioresa15%,sendo provávelqueositensextremosdoinstrumentosejam defini-doscomoinexistentes.Destaformaecomoconsequência,os utentesquepontuaremosvaloresextremosdoinstrumento nãopodemserdiferenciados,oqueresultanumareduc¸ãoda fiabilidadedoinstrumento19.Esteaspetoreveste-sede

parti-cularimportâncianapráticaclínica,umavezqueosutentes quepontuaremnessesvaloresrepresentamosutentespara osquaisasestimativasrelativasàincapacidadepodemser inválidas.

Paraoestudodavalidadeconvergente,nãosendopossível utilizaroutroinstrumentoqueavaliasseoimpactofuncional dadorlombarnosadolescentespornãoexistirnenhum dispo-nívelemportuguês,optou-seporusaroutrosprocedimentos quepermitemavaliaroimpactodadorlombardeforma indi-reta,nomeadamenteaavaliac¸ãodaintensidadedadorpela aplicac¸ãodeumaEND.ApesardaENDeoMHFAQnão avali-aremomesmoconstruto,admite-sequeexistemconteúdos partilhadospelos2instrumentoseporissopressupõe-seuma correlac¸ãopositivaentreosmesmos20,21.Paraalémdisso,a

ENDtemsidooinstrumentoutilizadoemoutrosestudosde validac¸ãodeinstrumentosqueavaliamoimpactodador lom-barnacapacidadefuncional22.AENDclassificaadorde0-10

emqueo0correspondeàausênciadedoreo10àdormáxima algumavezsentida,sendo solicitadoaosutentesque sele-cionemonúmeroquerepresentaaintensidadedador.Esta escalaéconsensualmenteutilizadapordiversosautorespor serconsideradafiável,combompoderderespostaecomboa capacidadediscriminativa23.Assim,nodomíniodaavaliac¸ão

davalidadedeconstrutoeparavalidadeconvergente,os auto-resestabeleceramcomohipótesequeosresultadosdeambos osinstrumentosdeveriamapresentarumacorrelac¸ão posi-tivamoderadanocoeficientedecorrelac¸ãodePearson(0,3≤r ≥0,5)ouumacorrelac¸ãopositivamoderadanocoeficientede correlac¸ãodeSpearman(0,5≤rs≥0,7),consoanteseverificasse anormalidadeounãodadistribuic¸ãodas variáveisatravés dotestedeKolmogorov-Smirnov24.Nodomíniodavalidade

discriminante,foiutilizadooMedicalOutcomesStudy Short--FormHealthSurveyInstrument12-Item(SF-12),porserum instrumento validado para a populac¸ão portuguesa eque, supostamente,nãoavaliaomesmoconstrutoqueoMHFAQ, nomeadamente a sua dimensão de SM. Este instrumento

desenvolvido por Jonh Ware Jr. (1994), foi validado para a populac¸ãoportuguesa,peloCentrodeEstudoeInvestigac¸ão emSaúdedaUniversidadedeCoimbra,apartirdaversão por-tuguesadoMedicalOutcomesStudyShortForm36HealthSurvey Instrument(SF-36)25.Estequestionáriopermitemedireavaliar oestadodesaúdedepopulac¸ões eindivíduoscom ousem doenc¸a,monitorizardoentescommúltiplascondic¸ões, com-parar doentescomcondic¸ões diversasecompararoestado desaúdededoentescomodapopulac¸ãoemgeral.OSF-12 sumariaasaúdedoindivíduoem2dimensões:asaúdefísica (SF)eaSM, apartirdarespostadadaa12itens.Assim,no domínio da avaliac¸ão da validadede construto, avalidade discriminante foi testada colocando-se a hipótese a priori dequeexistiriaumacorrelac¸ãonegativamoderadano coe-ficiente de correlac¸ão de Pearson (−0,3≤ r ≥−0,5) ou uma correlac¸ãonegativamoderadanocoeficientedecorrelac¸ãode Spearman (−0,5≤rs≥−0,7), consoante severificassea nor-malidade ou não da distribuic¸ão das variáveis através do testedeKolmogorov-Smirnov24,entreadimensãoSMmedida

peloquestionáriodeestadodesaúde(SF-12)eacapacidade funcional medidapelo MHFAQ-PT.Os valoresesperados de correlac¸ão nas hipóteses em teste resultaram, no caso da validadeconvergente,detersidoutilizadouminstrumento quenãoavaliaomesmoconstrutomasemqueseadmitea utilizac¸ãodeconteúdosassociadose,comotal,pressupõe-se umacorrelac¸ãopositivamoderada.Omesmoaconteceparaa validadediscriminante,emquefoiutilizadouminstrumento (SF-12)quesupostamentenãoavaliaomesmoconstruto.

Resultados

1.afase

Noprocessodetraduc¸ão,asdiferenc¸asencontradasentreos tradutores forammínimas,sendoqueas opc¸õesrealizadas pelopainelrefletiramsobretudoaclarezadadescric¸ãodas ati-vidadesreferidastendoemcontaapopulac¸ãoalvo.Emrelac¸ão aosdiferentesitensquecompõemoinstrumento,noitem3 ouveumadiferenc¸anatraduc¸ãodeT1«Estarsentadonuma cadeira...»edeT2«Sentar-senumacadeira...».Estadiferenc¸a foiresolvidaconsiderandoocomentáriodeT1,que conside-rouqueestarsentadorefletiaarelac¸ãocomapermanência notempopretendidanoitemrelacionadacomadurac¸ãode umtempoletivo.Ambosostradutoresafirmaramtertido difi-culdades natraduc¸ãodoitem7noqueserelacionacoma palavra«armchair»,cujatraduc¸ãoépoltronaoucadeirão,mas optaramporsofá,porserapalavramaisusualmenteutilizada pelosadolescentesmesmoparasereferiremapenasaumsofá deumsólugar.

Noprocessoderetroversãoasdivergênciasentreos2 tra-dutoresforam igualmentemínimas erelacionaram-se com o enquadramentodoverbonaac¸ão.Assim,R2inicia todas as frasespor«To»(ex:To reach...;To carry...;To move...;To bend...;Torun...),enquantoR1utiliza«Reaching...;Carring...; Bending...;Running...».Optou-sepelatraduc¸ãodeR2paraa línguainglesa,porseconsiderarqueutilizardiretamenteo verbo enquadrado na ac¸ão seria mais adequada. A versão resultantefoienviadaaoautororiginalqueconsiderouquena

(5)

generalidadeaversãorefletiaosconteúdosdositensdaversão original.

Noestudopilotoforamdistribuídos84questionários,tendo sidodevolvidos65pelofactodosrestantesalunosnãoterem comparecidonodiaehoradapassagemdosquestionários. Dos65adolescentesquepreencheramosquestionários, ape-nas40cumpriramoscritériosdeinclusão.Dos25excluídos, 16forampornãoapresentaremdorlocalizadanaregião lom-bar,6porterempatologiaassociadae3poridadesuperiora 18anos.

Dos 40 adolescentesincluídos, 25 (62,5%)eram do sexo feminino e 15 (37,5%) do masculino, com idades entre os 15-18 anos (média±dp: 16,45±1,084). No que se refere à caracterizac¸ãodadorlombar,aintensidadedador autorre-portadanoúltimomêsnaENDvariouentre1-10(média±dp: 4,75±2,25).Emtermosdafrequênciadador,19(47,5%) par-ticipantesreferiram ter tido dorentre 2-3 vezes noúltimo mês e 11 (27,5%) apenas uma vez. A maioria dos parti-cipantes, 29 (72,5%), referiu que a dor permaneceu entre 12-24he11(27,5%)consultaramummédicoporcausadador. Apontuac¸ão totalMHFAQ-PT variou entre2-9 (média±dp: 3,91±1,87).

Relativamente à avaliac¸ão do MHFAQ-PT pelos adoles-centes,todososparticipantesresponderamàtotalidadedas questões da versão portuguesa pré-final do MHFAQe ape-nas3dosparticipantesfizeramcomentáriosaoinstrumento, referindo que o período de aulas era de 50minutos ou 90minutos,nãocorrespondendoaoperíodoreferidona ques-tão 3. Todos os participantes consideraram as instruc¸ões claras,nãoantecipando qualquerdificuldadede respostae nãotiveramqualquerdúvidanacompreensãodasquestões. Adicionalmente,todosreferiram nãotertido qualquer difi-culdadedeleitura,nomeadamentedevidoaotamanho/tipo de letra utilizado ou estrutura/formato do questionário, tendo considerado o formato claro e sugestivo. Conside-raram a dimensão do questionário adequada e o tempo médiodepreenchimentoreportadofoide3minutos.Foram realizadasapenas 4 entrevistas aos adolescentes individu-almente, havendo uma saturac¸ão das respostas no final dasmesmas.Asrespostasforamunânimesrelativamenteà inexistênciade dificuldadesna compreensãodas questões. A interpretac¸ão feita por todos os entrevistados foi consi-deradaadequadaàsquestões.Amaioriaconsiderouqueas questõessãorelevantesparaasuacondic¸ãoetodosreferiram quenãoteriamescritoqualquerumadasquestõesdeoutra forma.

Narevisãoporperitosdaáreaparticiparamummédico, umafisioterapeutaeumaenfermeiradesaúdeescolar,todos com mais de 7 anos de experiência profissional especí-fica na área em estudo. A opinião sobre o instrumento foiunânimerelativamenteàclarezadasinstruc¸ões, nãose antecipandoqualquerdificuldadenacompreensãodas mes-mas. Os3 peritosconsideraram queas palavras utilizadas eramdefácilcompreensãoporpartedosadolescentes,não relataram qualquer situac¸ão de ambiguidade e considera-ram o questionário claro e sugestivo. Assim, e para além de se ter em considerac¸ão os tempos letivos praticados nas diferentes escolas, não houve necessidade de intro-duziralterac¸ões aoinstrumento, obtendo-sea versão final (Apêndice1).

2.afase

Considerando a inexistência de alterac¸õesno instrumento resultantedoseupré-teste,procedeu-seàavaliac¸ãoda pre-cisão das medidas fornecidas pela versão portuguesa do MHFAQ-PT através da consistência interna das respostas (Cronbach’salpha),dacorrelac¸ãoitem-itemeitem-totalepela estabilidadetemporal(teste-reteste).

Consistência

interna

O valor de Cronbach’s alpha do MHFAQobtido foi de 0,699, sendoesteumvalorconsideradoaceitável18.Comoobjetivo

decomplementaraanálisedaconsistênciainterna, realizou--seacorrelac¸ãodositem-itemeacorrelac¸ãoitem-totalcom a pontuac¸ão obtida na aplicac¸ão da MHFAQ-PT. Os valo-res obtidos da correlac¸ão item-item foram todos positivos ecompreendidosentre0,313-0,505,oquedemonstrouuma correlac¸ãomoderadaentreos9itensdaescala.Acorrelac¸ão item-totalapresentouvaloresentre0,423-0,592.Verificou-se aindaqueaeliminac¸ãodequalquerumadasquestõesnão provocoualterac¸õessignificativasdoCronbach’salpha,ouseja, aexclusãodequalquerquestãonãoaumentouaconsistência internadaescala(tabela1).

Estabilidade

temporal

Ao fim de 7 dias, 39 dos 40 adolescentes voltaram a pre-encheraescalaeareprodutibilidadeteste-retesteestimada pelacorrelac¸ãoentreosresultadosobtidospelaaplicac¸ãodo mesmoinstrumentoemambosostempospeloCCIfoide0,973 (IC:95%:0,948-0,986,p<0,01),comumavariac¸ãoentre0,785-1 nareprodutibilidadequestãoaquestão.

3.afase

Nesta terceira fase foi utilizada uma amostra de 127 adolescentes com dor lombar de origem não específica. Dos 127 adolescentes incluídos, 72 (56,6%) eram do sexo feminino e55 (43,3%) do masculino, com idades entre 14-18 anos (média±dp: 16,13± 0,920). No que se refere à caracterizac¸ãoclínica,aintensidadedadorautorreportadana END,noúltimomês,variouentre2-8(média±dp:4,5±1,751). Emtermosdafrequência,51(40,2%)dosparticipantes referi-ramtertidodorentre2-3vezesnoúltimomêse57(44,9%) apenasumavez.Amaioriadosparticipantes,96(75,6%), refe-riuqueadorpermaneceuentre12-24he33(26%)consultaram umprofissionaldesaúdeporcausadador.

NopreenchimentodoMHFAQ-PTnãohouveitenssem res-posta.Todasaspossíveispontuac¸õesfinaisforamobtidas(0-9) e não foram encontrados efeitos de chão ou teto (valores dasextremidadesdaescalasuperiores a15%).Apontuac¸ão mínima«0»foiobtidaem5participantes(3,9%)eapenaspara umparticipantefoiencontradaapontuac¸ãomáxima(0,8%). Amaioriadosparticipantesreportoupontuac¸õesentre«2»e «5»,sugerindoumimpactofuncionaldadornaincapacidade funcionaldosadolescentesdemoderadoaelevado(tabela2).

(6)

Tabela1–Valoresdecorrelac¸ãoitem-totaldaversãomodificadadoHanoverFunctionalAbilityQuestionnaireparaa línguaPortuguesa-MHFAQ-PT

Estatísticasdeitem-total Médiadaescalaseo

itemforexcluído

Variânciadeescalaseo itemforexcluído

Correlac¸ãodeitem totalcorrigida

Cronbach’salphaseo

itemforexcluído

Item1 7,108 12,033 0,324 0,691 Item2 6,513 11,513 0,313 0,686 Item3 6,418 11,621 0,324 0,686 Item4 6,665 10,950 0,460 0,666 Item5 7,013 11,694 0,339 0,685 Item6 6,962 11,132 0,505 0,666 Item7 7,044 11,826 0,319 0,688 Item8 6,994 11,242 0,497 0,669 Item9 6,386 11,372 0,446 0,674

Tabela2–AmplitudedaversãomodificadadoHanoverFunctionalAbilityQuestionnaireparaalínguaPortuguesa -MHFAQ-PT

MHFAQ-PT(n=127)

Pontuac¸ãototal «0» «1» «2» «3» «4» «5» «6» «7» «8» «9»

Frequênciaabsoluta 5 6 31 26 24 20 10 3 1 1

Percentagem 3,9 4,7 24,4 20,5 18,9 15,7 7,9 2,4 0,8 0,8

Amédiadapontuac¸ãototal(±dp)doMHFAQ-PTfoide3,465 (±1,726).

No domínio da avaliac¸ão da validade de construto, procedeu-seàanálisedaintensidadeedirec¸ãodeassociac¸ão entreaMHFAQ-PTeaEND.Apósaverificac¸ãodanormalidade nadistribuic¸ãodas variáveisconcluiu-sequeadistribuic¸ão das2variáveisnãoeranormal;assim,recorreu-seao coefici-entedecorrelac¸ãodeSpearmanparadeterminaraintensidade darelac¸ãoentreas2escalas.Considerandoosresultadosdo testedecorrelac¸ãodeSpearmaneahipótesecolocadaapriori, queprevia umacorrelac¸ãopositivaestatisticamente signifi-cativamoderadaentreosresultadosdaENDedaMHFAQ-PT, concluiu-sedaexistênciadessamesmacorrelac¸ão,sendoque ovalorobtido(rs=0,591,p<0,01)aclassificacomomoderada (tabela3).Nodomíniodavalidadediscriminante,os resulta-dosdotestedecorrelac¸ãodeSpearman(tabela3)eahipótese colocadaapriori queprevia umacorrelac¸ãonegativa esta-tisticamentesignificativa moderada entre os resultados da dimensãoSM,medidapeloquestionáriodeestadodesaúde (SF-12) e a MHFAQ, concluiu-se a existência dessa mesma

Tabela3–Correlac¸ãodeSpearmanparaversão

modificadadoHanoverFunctionalAbilityQuestionnaire paraalínguaPortuguesa(MHFAQ-PT),EscalaNumérica daDor(END)eDimensãoSaúdeMentaldoMedical OutcomesStudyShort-FormHealthSurveyInstrument 12-Item(SF-12:DM)

MHFAQ-PT

Spearman END Coeficientedecorrelac¸ão

Significância n 0,591** 0,000 127 SF12(SM) Coeficientedecorrelac¸ão Significância n −0,426** 0,000 127 ∗∗ :acorrelac¸ãoésignificativanonível0,01.

correlac¸ão, sendoque ovalorobtido (rs=−0,426,p<0,01)a

classificacomomoderada.

Discussão

1.afase

Noprocessodetraduc¸ãodoMHFAQ,anaturezadasdiferenc¸as encontradaspelos2tradutoresindependentespermitiuqueo painelchegasseaumaversão deconsensodoinstrumento traduzido.Poroutrolado,oautororiginaldoinstrumentofoi consultadonosentidodeavaliaraversãoresultantedo pro-cessoderetroversão,tendoconsideradoqueaversãorefletia os conteúdos dos itens da versão original. Após este pro-cesso, oestudo piloto,realizadocom o objetivode receber informac¸ãodospotenciaisutilizadoresdoinstrumento, cul-minoucomumaalterac¸ãomínimaefactualnoinstrumento (durac¸ãodostemposletivos).PelosadolescentesoMHFAQ-PT foiconsideradoglobalmenteclaro,defácilcompreensãoecom boaadequac¸ãonasuadimensãoeaindanotempo necessá-rioparaoseupreenchimento.Pelosperitosdaáreaclínica,foi consideradoadequadaaterminologiautilizada,bemcomoa suaadequac¸ãoconceptualeculturalaosadolescentes portu-guesescomdorlombar.

2.afase

Considerando a inexistência de alterac¸õesno instrumento resultantedoseupré-teste,procedeu-seàavaliac¸ãoda pre-cisão das medidas fornecidas pela versão portuguesa do MHFAQ. As medidas deconsistência interna obtidas (Cron-bach’s alpha=0,699) são consideradas dentro dos valores mínimos aceitáveis18 por diferentes autorese acorrelac¸ão

dositensdaescalacomvalorescompreendidosentre 0,313-0,505, demonstraram uma correlac¸ão moderada entre os 9 itens da escala. Os valores de correlac¸ão item-total

(7)

demonstraramumacorrelac¸ãomoderadaentreos9itensda escalaMHFAQ-PTeasuapontuac¸ãofinal,tendosidoobtidos valoressuperioresa0,423,oscilandoentre0,423-0,592.Estes valoresencontram-sedentrodosvaloresmínimosaceitáveis, oquesignificaqueositensdaescalaseencontram significa-tivamenterelacionados.Estesresultadossãosimilaresaosdo estudodeWatsonetal.,queconsideraramqueoinstrumento apresentouelevadosníveisdeconsistênciainterna(Cronbach’s alpha=0,71)eumacorrelac¸ãosatisfatóriadositensvs. item--total(0,35-0,47)7.Relativamenteàestabilidadetemporal,os

valoresobtidos(CCI=0,973)indicamqueaversãoportuguesa doMHFAQpossuielevadosníveisdefiabilidade,oquenãoé igualmentepassível decompararcom oautororiginal pela indisponibilidadedeinformac¸ões.

3.afase

Foram analisados os efeitos de chão eteto, concluindo-se queestesnãoseencontravampresentes. Considera-seque estesestãopresentesquandomaisde15%dosparticipantes pontuamnoresultadomínimooumáximodaescala, respe-tivamente; seestes estiverempresentes é provável queos itenssuperioresouinferioresdaescalasejamdefinidoscomo inexistentes,oqueteriaumefeitoredutornafiabilidadedo instrumento19,oquenãoseverificou.Naavaliac¸ãoda

vali-dadedeconstruto,osresultadosforamigualmentepositivos verificando-seaexistênciadeumacorrelac¸ãopositiva mode-radaesignificativacomaEND(rs=0,591,p<0,01),talcomo emestudossimilares22,indicandoassimqueambosos

ins-trumentosmedemconteúdospartilhadosmasnãoomesmo construto.Poroutrolado,verificou-seumacorrelac¸ão nega-tivamoderadaesignificativacomadimensãoSMdaSF-12 (rs=−0,426,p<0,01),oqueéindicativodequeos instrumen-tosmedemconstrutos diferentes.Estesresultados nãosão passíveisdecompararcomoautororiginal,umavezqueos mesmosnãoseencontramdisponíveis.

Conclusão

Aavaliac¸ãodoimpactofuncionaldadorlombarnos adoles-centeséimportante,queraníveldaintervenc¸ãoclínicaquera níveldainvestigac¸ão.Ainexistênciadeumaescalaque quan-tificasseoimpactodadorlombarnasatividadesdosjovens levou-nosàadaptac¸ãoevalidac¸ãodoMHFQA.

A versão portuguesa do MHFAQ-PT revelou boa equi-valência empírica, semântica, conceptual e idiomática em relac¸ãoàversãooriginal. Osresultadosobtidos demonstra-ramigualmentequeestaapresentabonsvaloresdefiabilidade evalidadedeconstructo.

Conclui-sequeaadaptac¸ãoaquiapresentadadoMHFAQé válidaparaapopulac¸ãoadolescenteportuguesacomdor lom-barepermiteautilizac¸ãodesteinstrumentocomconfianc¸a.

Fontes

de

financiamento

Não existiriam fontes de financiamento externas para a realizac¸ãodesteartigo.

Conflito

de

interesses

Osautoresdeclaramnãohaverconflitodeinteresses.

Agradecimentos

Àsescolas,estudantes,pais,aosparticipantesnasdiferentes faseseaoautororiginaldaescala.

Apêndice

1.

MODIFIED

HANOVER

FUNCIONAL

ABILITY

QUESTIONNAIRE-PT

Asdoresoudesconfortona colunalombardificultam algumadastuasatividades dodia-a-dia?

(Porfavorselecionaumaopc¸ão paracadaquestão)

Sim Não

1.Alcanc¸arumlivronuma prateleiramaisalta? 2.Carregaramalaoumochila

paraaescola?

3.Estarsentadonumacadeira duranteumaaula

de90minutos? 4.Ficardepénumafila

durante10minutos? 5.Passardaposic¸ãodedeitado

parasentadonacama? 6.Dobrar-meparacalc¸aras

meias?

7.Levantar-medosofáem casa?

8.Correrdepressapara apanharoautocarro? 9.Atividadesdesportivasna

escola?

Total(Apenasparausodo investigador)



r

e

f

e

r

ê

n

c

i

a

s

b

i

b

l

i

o

g

r

á

f

i

c

a

s

1.JonesGT,MacfarlaneGJ.Predictingpersistentlowbackpain inschoolchildren:Aprospectivecohortstudyarthritis &rheumatism.ArthritisCareRes.2009;61:1359–66. 2.HaraldstadK,SørumR,EideH,NatvigGK,HelsethS.Painin

childrenandadolescents:Prevalence,impactondailylife, andparents’perception:Aschoolsurvey.ScandJCaringSci. 2011;25:27–36.

3.JacksonC,McLaughlinK,TetiB.Aholisticapproachto diagnosisandmanagement.JPediatrHealthCare. 2011;25(5):284–93.

4.GrimmerK,NylandL,MilaneseS.Longitudinalinvestigation oflowbackpaininAustralianadolescents:Afive-yearstudy. PhysiotherResInt.2006;11:161–72.

(8)

5. AlmeidaV,CoelhoL,OliveiraR.Lombalgiainespecíficanos adolescentes:identificac¸ãodefatoresderisco

biomorfológicos:estudodelevantamentonaRegiãoda GrandeLisboa.RevistadaESSA.2006;3:65–86.

6. PelliseF,BalagueF,RajmilL,CedraschiC,AguirreM,Fontecha CG,etal.Prevalenceoflowbackpainanditseffecton health-relatedqualityoflifeinadolescents.ArchPediatr AdolescMed.2009;163:65–71.

7. WatsonKD,PapageorgiouAC,JonesGT,SymmonsDP,Silman AJ,MacfarlaneGJ.Lowbackpaininschoolchildren.Pain. 2002;97:87–92.

8. TrevelyanFC,LeggSJ.Theprevalenceandcharacteristics ofbackpainamongschoolchildreninNewZealand. Ergonomics.2010;53:1455–60.

9. BalaguéF,FerrerM,RajmilL,AcunaAP,PelliséF,CedraschiC. Assessingtheassociationbetweenlowbackpain,quality oflife,andliveeventsasreportedbyschoolchildrenina population-basedstudy.EurJPediatr.2012;171:507–14. 10.RoeseI,KohlmannT,RaspeH.Measuringfunctionalcapacity

inbackachepatientsinrehabilitation:Acomparison ofstandardizedquestionnaires.Rehabilitation(Stuttg). 1996;35:103–8.

11.KohlmannT,RaspeH.HannoverFunctionalQuestionnaire inambulatorydiagnosisoffunctionaldisabilitycaused bybackache.Rehabilitation(Stuttg).1996;35,i–viii.

12.KaspirisA,GrivasTB,ZafiropoulouC,VasiliadisE,TsadiraO. Nonspecificlowbackpainduringchildhood:Aretrospective epidemiologicalstudyofriskfactors.JClinRheumatol. 2010;16:55–60.

13.BeatonD,BombardierC,GuilleminF,FerrazMB.

Recommendationsforthecross-culturaladaptationofthe DASH&QuickDASHOutcomeMeasures.Toronto,Ontario: InstituteforWork&Health;2007.[consultado18Dez2014]. Disponívelem: http://dash.iwh.on.ca/system/files/X-CulturalAdaptation-2007.pdf

14.France.MAPIResearchInstitute.Linguisticvalidationmanual forpatient-reportedoutcomesinstruments.Lyon:MAPI ResearchInstitute;2009.[consultado20Dez2014].Disponível em:http://www.mapi-research.fr/i02meth.htm#concept 15.KovacsF,GestosoM,GildelRealM,LopezJ,MufraggiN,

MendezJ.Riskfactorsfornon-specificlowbackpainin

schoolchildrenandtheirparents:Apopulationbasedstudy. Pain.2003;103:259–68.

16.MokkinkLB,TerweeCB,PatrickD,AlonsoJ,StratfordPW, KnolDL,etal.COSMINchecklistmanual.Amsterdam: DepartmentofEpidemiologyandBiostatistics.VUUniversity MedicalCenter;TheNetherlands.EMGOInstituteforHealth andCareResearch;2010.[consultado29Dez2014].Disponível em:http://www.cosmin.nl/images/upload/files/COSMIN% 20checklist%20manual%20v9.pdf.2014.

17.DeVetHCW,TerweeCB,KnolDL,BouterLM.Whentouse agreementversusreliabilitymeasures.JClinEpidemiol. 2006;59:1033–9.

18.MarocoJ,Garcia-MarquesT.Qualafiabilidadedoalfa deCronbach?Questõesantigasesoluc¸õesmodernas? LaboratóriodePsicologia.2006;4:65–90.

19.TerweeCB,BotSD,deBoerMR,vanderWindtDA,KnolDL, DekkerJ,etal.Qualitycriteriawereproposedfor

measurementpropertiesofhealthstatusquestionnaires. JClinEpidemiol.2007;60:34–42.

20.DenisonE,AsenlofP,LindbergP.Self-efficacy,fearavoidance, andpainintensityaspredictorsofdisabilityinsubacuteand chronicmusculoskeletalpainpatientsinprimaryhealthcare. Pain.2004;111:245–52.

21.MeyerK,TschoppA,SprottH,MannionAF.Association betweencatastrophizingandself-ratedpainanddisability inpatientswithchroniclowbackpain.JRehabilMed. 2009;41:620–5.

22.MonteiroJ,FaiscaL,NunesO,HipólitoJ.Questionáriode IncapacidadedeRolandMorris:adaptac¸ãoevalidac¸ãoparaos doentesdelínguaportuguesacomlombalgia.ActaMedPort. 2010;23:761–6.

23.PoolJJM,OsteloRWJG,HovingJL,BouterLM,deVetHCW. MinimalclinicallyimportantchangeoftheNeckDisability IndexandtheNumericalRatingScaleforpatientswithneck pain.Spine.2007;32:3047–51.

24.MarocoJ.Análiseestatísticacomutilizac¸ãodoSPSS.3aed. Lisboa:Edic¸õesSílabo;2010.

25.FerreiraPL.Amedic¸ãodoestadodesaúde:criac¸ãodaversão portuguesadoMOSSF-12.Coimbra:CentrodeEstudose Investigac¸ãoemSaúde.UniversidadedeCoimbra;1998.

Imagem

Tabela 1 – Valores de correlac¸ão item-total da versão modificada do Hanover Functional Ability Questionnaire para a língua Portuguesa - MHFAQ-PT

Referências

Documentos relacionados

A partir dos estudos realizados, podemos definir a logística reversa como uma área da logística empresarial que planeja, opera e controla os fluxos reversos dos bens de

Figura 11.3 Posicionamento de geotêxtil em pavimento recapeado 469 Figura 11.4 Exemplo de execução de geotêxtil em restauração de revestimento asfáltico 470 Figura 11.5

A seleção massal para produtividade, efetua- da nas plantas sobreviventes ao inverno, foi eficien- te na melhoria da produção de espigas e adaptação das populações Piranão VD2 SI

a) Em relação aos impostos inerentes ao exercício profissional do CD como pessoa física ou jurídica, pode-se dizer que os profissionais não possuem conhecimento

Foram re- gistrados 2.266 óbitos por suicídio de 2000 a 2015, e a análise espacial mostrou fraca autocorrelação espacial (I &lt; 0,3) para as Taxas de Mortalidade Padronizadas

Como referido anteriormente, nem mesmo com os exercícios mais simples e básicos consegui ter a turma em atividade e concentrada nas tarefas, porque os dois

De acordo com as normas mais consensuais que orientam a realização da espirometria, o sujeito pode realizá-la sentado ou em postura ortostática. Assim, é possível que a