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A situação socioeconómica dos estudantes do ensino superior na Ilha de Santiago - Cabo Verde

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UNIVERSIDADE DE LISBOA

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO

A SIT UAÇÃO SO CI OECONÓMICA DO S ESTUDANTES DO ENSI NO SUPE RIOR NA I LH A DE SANTIAGO – CAB O VERDE

Neus a Maria Roch a Barb osa Vi cente

Ciclo d e es tudos conducen te ao grau de mes tre em Edu cação

Área de especi alização - Ad minis tração Educaci onal

Dissertação d e mes trado

Trabalho ori en tado pela Professora Dou tora Luí sa Cerd ei ra

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UNI VE RSIDADE DE LISBOA

INSTIT UTO DE E DUCAÇÃO

A SIT UAÇÃO SOCI OECONÓMICA DO S ESTUDANTES DO ENSI NO SUPE RIOR NA I LH A DE SANTIAGO – CAB O VERDE

Neus a Maria Roch a Barb osa Vi cente

Ciclo d e es tudos conducen te ao grau de mes tre em Edu cação

Área de especi alização - Ad minis tração Educaci onal

Dissertação d e mes trado

Trabalho ori en tado pela Professora Dou tora Luí sa Cerd ei ra

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Agradecimentos

À minha fam íli a, que esteve sem pre ao meu l ado, m esmo nas horas m ais difí ceis, que di ret a o u indi ret am ent e contri bui u para o m eu desenvol vim ento ci entí fi co e i nt elect ual.

À Professora Doutora Luís a Cerdei ra, pel a at enção, paci ênci a e apoi o incans ável durant e o process o de definição e ori ent ação.

À Fundação C aloust e Gul benki an de Portugal, pela concess ão da bols a de mest r ado e apoi o financeiro para a realiz ação dest a pesqui sa.

Às Insti tui ções de Ensino Superior de Cabo Verde, princi palm ent e as da ilha de S ant iago, pel a aten ção que m e dispensaram e colaboração dura nt e todo o processo de pesqui sa.

Ao Profes sor Os val do Borges , pel a colaboração e apoi o que me deu durant e a fase de t ratamento e anális e de dados.

A todos os est udantes, que pronti fi caram em responder ao questi onári o apli cado e fornecer as inform ações.

Aos funcionários da ORTEG, Lda ., pel a i ncansável col aboração durant e todo o process o de i nvesti gação.

À professora e col ega Concei ção Mat tos, da Es col a S ecundári a P edro Gom es que m e ajudou inc ans avelm ent e na revis ão do texto .

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Resumo

A si tuação s ocioeconómi ca dos e s tudantes d o ensin o su perior na i lha d e Santiago – Cabo Verde

Este trabalho de investigação que ora se apresenta tem como tema “A situação soci oeconómi ca dos estudantes do ensi no superi or na il ha de Santiago – C abo Verde”. Foi ori ent ado pel a seguint e pergunt a de partida: em que situação soci oeconómi ca s e encontram os est udant es do ensino s uperior na ilha de Santi ago, no perí odo es col ar? Para a obtenção da resposta a es ta quest ão, foi usado um inquérit o e apli cado um questi onári o com perg unt as fechadas e semi fechadas aos estudant es das Instit uições de Ensino Superior da ilha de Santi ago. Fez -se um es tudo das condi ções de vi da dos estudant es e do s eu agregado famil iar, o acess o e a s condições de perm anên ci a dos estudant es no ensi no superi or na ilha. A investi gação teve um cunho ess enci alm ent e explorat óri o de compreens ão dos di versos i ndi cadores de caracteriz ações soci oeconómi cas , s endo dividi da em duas part es fundamentai s. Na pri mei ra part e, fez -s e o enquadram ento t eóri co e , na s egunda, a apresentação e dis cuss ão dos result ados al cançados , segui do da conclus ão do est udo e das propost as de melhori a.

Concluiu -s e que na ilha de S anti ago, no período es colar, a m ai ori a dos estudant es vive com os fam ili ares e ami gos para minimizar os custos . A m aiori a é des empregada, uti liza os t rans portes públi cos, percorre em médi a cerca de trint a m inut os ent re a residênci a e a I nstitui ção de Ensino superior que frequent a. Não poss uem nem com put ador, nem portát il e raram ent e compram livros. A bibl iot eca é m uito pouco frequent ada. O agregado fam ili ar da m aiori a dos al unos fez o nível de ensi no básico ou secundári o. Os apoios soci ais, bols as de est udo e subsídi os , s ão concedidos a uma minori a e não chegam para cobri r todas as despes as escolares , ficando o gros so do financi am ento sob respons abili dade do estudant e ou da sua famíli a.

Palavras -ch ave: C abo Verde, insti tuições de ensi no superior, acesso e

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Abstract

The soci oecon omi c situation of stud en ts of high er edu cati on in th e San tiago Island – Cabo Verd e.

This research paper is about "The soci oeconomi c situati on of students of hi gher education in the S antiago Is l and – C abo Verd e". It was gui ded b y the following question: in what s ocioeconomi c situati on are the students of hi gher education i n the S anti ago Isl and during the school period? To obt ain t he ans wer to thi s question, a surve y was us ed and a questionnai re was appli ed with closed and semi -clos ed questions to the students of the Inst ituti ons of Higher Education i n the S anti ago Isl and. A stud y was made of the li ving condi ti ons of the s tudent s and thei r hous ehold, the access and conditions whil e the y are stud yi ng. The research had an ess enti all y explorator y charact er of underst anding the var i ous soci oeconomi c charact eriz ations, and it was divided in t wo fundamental parts . In the fi rst part the t heoreti cal framework was m ade and i n the s econd the pres ent ation and dis cus sion of the result s achieved, followed by the conclus ion of t he st ud y and t he propos als for improvem ents .

It was concluded that in the S anti ago Isl and, during the school period, most of the students live wi th fam il y and fr i ends to minimize cost s. T he majorit y of them are unemplo ye d, who us e publi c t ransport ati on, t ravel on averag e about thirt y mi nut es bet ween residence and IES . The y do not have comput er or l apt op, the y rarel y bu y books and the y rarel y go to the librar y. The majorit y hous ehold has compl et ed el em ent ar y or s econdar y education. S cholars hips and grants are awarded t o a minorit y and do not cover all school expens es , s o most of fi nanci al expenses are under t he responsi bili t y of t he student or of his famil y.

Ke ywords: Cabo Verde, hi gher educati on instit utions, acces s and financi ng of hi gher education.

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Índice Geral

Agradecim ent os ... v

Resum o ... vii

Abst ract ... viii

Índice……….. ... ix

Índi ce das t abel as ... xiii

Índi ce de Fi guras ... xiv

Índi ce dos gráfi cos ... x x Li st a de si gl as e acrónimos ... x x i Int rodução ... 1

1 - Apres ent ação do tem a e probl emática da investi gação ... 1

2 - Objetivos e finali dades da i nvesti gação ... 3

3 - Press upostos da i nvesti gação ... 4

4 - Im port ância do t ema e m otivações pessoai s ... 5

5 - Pers pet ivas m etodológicas da di ss ert ação e est udo em pí rico da i nvesti gação 7 6 - Est rutura do trabalho ... 11

Capít ulo I - Enquadram ento t eórico e defi nição dos conceitos ... 14

1.1 - Educação e ensi no ... 14

1.2 - Ensi no superior: público e pri vado ... 19

1.3 - O financi am ent o do ensino superior e a s ua acess ibili dade ... 23

1.4 - Modelos de Fi nanci amento do ensino superior ... 28

Not a sí nt es e do capít ulo I ... 32

Capít ulo II – C arat erização de C abo Verde ... 34

2.1 - A s ituação geográfi ca ... 34

(10)

x

2.3 - A s ituação económica ... 39

2.4 - A s ituação dos transportes ... 45

2.5 - Si tuação do ens ino ... 46

2.5.1 - Ensino bás ico e secundário ... 46

2.5.2 - O ensi no superi or ... 52

Not a sí nt es e do capít ulo II ... 60

Capít ulo III - As inst ituições de ensino superior em C abo Verde ... 62

3.1 - Institui ções de ensi no superior públi cas ... 62

3.1.1 - Universidade de C abo Verde ... 62

3.1.2 - Insti tuto Uni versit ário da Educação ... 64

3.2 - As insti tui ções de ensino superi or privadas ... 65

3.2.1 - Insti tuto Superi or de Ci ênci as Económi cas e Empres ariais ... 65

3.2.2 - Universidade J ean Pi aget de C abo Verde ... 67

3.2.3 - Universidade de Mindel o ... 69

3.2.4 - Universidade de S antiago ... 70

3.2.5 - Insti tuto Superi or de Ci ênci as Jurídicas e Soci ais ... 71

3.2.6 - Universidade Int ercontinental de C abo Verde ... 71

3.2.7 - Universidade Lusófona Baltasar Lopes da Si lva de C abo Verde ... 72

3.2.8 - M INDE LO - Escol a Int ernaci onal de Artes ... 73

Not a sí nt es e do capít ulo III ... 73

Capít ulo IV - O financi am ent o do ensi no superi or em C abo Verde ... 76

4.1 - Os modelos de financi am ento do ens ino s uperior em C abo Verde ... 76

4.2 - O papel dos apoios s ociai s para a acess ibili dade do ensino s uperior em Cabo Verde ... 85

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x i

Capit ulo V – M etodologi a ... 95

5.1 - Enquadram ent o do est udo ... 95

5.2 - P opul ação alvo e construção da am ostra ... 96

5.3 - Obj et o de est udo ... 98

5.4 - Importânci a da es colha do tema e m otivações pes soais ... 99

5.5 - Instrumentos de recolha de dados ... 100

5.6 - Técnicas de t ratam ento e análise de dados ... 101

Not a sí nt es e do capít ulo V ... 102

Capít ulo V I - Apres entação e análi se dos result ados do i nquéri to ... 104

6.1 - C araterização pess oal dos estudant es inquiridos ... 105

6.1.1 - Tipo de instit uição, s exo e nacionalidade ... 106

6.1.2 - Faixa et ária e est ado civi l ... 107

6.1.3 - Núm ero de irmãos ... 110

6.1.4 - Núm ero de fil hos ... 112

6.2 - Si tuação do est udant e face ao al ojament o ... 114

6.3 - A s ituação soci oeconómi ca e educacional dos pai s dos es tudant es ... 124

6.3.1 - Nível de ensi no dos pai s ... 124

6.3.2 - P rofiss ão dos pais ... 128

6.3.3 - Nível de rendiment o dos pais ... 135

6.4 - P rocess o de acesso dos es tudant es ao ensino s uperior ... 139

6.4.1 - O aces so ao ensi no s uperior e a probabilidade da os cilação do valor da propina ... 151

6.5 - Si tuação l aboral do es tudant e ... 154

6.6 - Font es de apoi o e suport e fi nancei ro dos estudantes do ensino superior . 162 6.7 - Si tuação dos estudant es face aos em préstim os ... 172

(12)

x ii

6.8 - Mei os de pagament o das despesas utilizados pelos estudantes ... 177

6.9 - Acesso aos equipam ent os e mat eri ai s didáti cos ... 178

6.10. A dist ânci a percorri da e os meios de trans port e utilizados pel os estudantes na deslocação à ins ti tuição de ensino, no período es col ar ... 180

6.11 - Acess o aos serviços: canti na e bibli oteca ... 182

6.12 - Opini ão sobre o ensino s uperior ... 184

Not a sí nt es e do capít ulo VI ... 187

Considerações finais ... 194

Bibliografia ... 203

Legi sl ação Con sult ada ... 214

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xiii

Índice das tabelas

Tabel a 1 - Popul ação de As som ada por sexo, núm ero de res identes, núm ero de agregados famil iares por sexo do repre s entante e idade ... 38 Tabel a 2 - Estrutura dos em pregados por grupo de profi ssões em Cabo Verde, em

2014 (em percent agem) ... 44 Tabel a 3 - Evol ução dos alunos no ensino básico de 2000/2001 a 2013/2014 ... 47 Tabel a 4 - Evolução da t axa de es col ari zação em Cabo Verde de 2000/ 2001 a

2013/ 2014 ... 48 Tabel a 5 - Evolução da t axa de rendimento escolar do ensino bási co de

2000/ 2001 a 2013/2014 (em percent agem ) ... 51 Tabel a 6 - Alunos i nscritos no ensi no s uperi or de 2006/2007 a 2013/2014 ... 59 Tabel a 7 - Núm ero de estudantes benefi ci ados pel a FIC ASE, por inst itui ção, no

ano l etivo 2014/ 2015 ... 79 Tabel a 8 - Núm ero de bols ei ros do ensi no superior de 2011/2012 a 2014/2015 81 Tabel a 9 - Despes as públi cas com o ens i no superior em C abo Verde, de 2000 a

2010 ... 83 Tabel a 10 - Evol ução do núm ero de estudantes no ensino s uperi or de 2000/2001

a 2013/2014 ... 88 Tabel a 11 - Benefi ci ári os do program a "Mundo Novu" por institui ção de ensino e

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xiv

Índice de Figuras

Fi gura 1 - Model os de Financi am ent o do e nsino s uperior ... 29 Fi gura 2 - Subcat egorias dos m odelos de financi am ento do ens ino s uperior ... 30

(15)

xv

Índice dos Quadros

Quadro 1 - Dist ribui ção das res post as por Institui ção de Ensino Superior ... 99

Quadro 2 - Dist ribui ção das res post as por instit ui ção e ti po de ensino ... 105

Quadro 3 - Dist ribui ção das res post as por tipo de ensi no e sex o ... 106

Quadro 4 - Dist ribui ção das res post as por tipo de ensi no e nacionalidade ... 107

Quadro 5 - Dist ribui ção das res post as por est ado civi l e faix a et ári a ... 108

Quadro 6 - Dist ribui ção dos est udant es por sexo e faixa et ária ... 109

Quadro 7 - Dist ribui ção dos est udant es por t ipo de ensi no e faixa et ária ... 110

Quadro 8 - Núm ero de filhos dos estudant es, por t ipo de instit uição ... 113

Quadro 9 - Núm ero de filhos dos estudant es por s exo ... 114

Quadro 10 - Dis tri buição dos estudant es de acordo com a sua residênci a habit ual e no período l eti vo, no úl timo ano es col ar ... 115

Quadro 11 - Di stri bui ção dos estudant es de acordo com as des locações que faz em ent re a r esidênci a habitual e a res idênci a no perí odo escol ar ... 117

Quadro 12 - P rinci pal resi dênci a dos estudant es, no últim o ano, por t ipo de instituição ... 118

Quadro 13 - Sit uação dos deslocados, por tipo de ensino ... 119

Quadro 14 - Grau de im port ânci a das razões que det erminaram a es col ha de residênci a, no perí odo escol ar, por tipo de i nstituição ... 121

Quadro 15 - Dist ribuição das respos tas dos estudantes em rel ação às condições de residênci a, no período escolar, no últi mo ano escolar ... 122

Quadro 16 - C lassi fi cação do ambi ent e de est udo dos estudantes, s egundo o tipo de instit ui ção de ensino s uperior ... 124

Quadro 17 - Habilit ação dos pais dos estudantes ... 125

Quadro 18 - Nível de habilit ação da mãe, por tipo de ensino ... 126

(16)

xvi Quadro 20 - Es col ari dade do pai, por sexo dos alunos ... 127 Quadro 21 - Es col ari dade da m ãe, por s exo dos alunos ... 128 Quadro 22 - P rofiss ão dos pais dos estudantes ... 130 Quadro 23 - Dist ribuição das respostas por ní vel de ensino e profiss ão do pai 132 Quadro 24 - Dist ribuição das respost as por nível de ensi no e profiss ão da m ãe

... 134 Quadro 25 - Dist ribuição dos alunos por tipo de ensino e nível de rendim ent o

dos pai s ... 136 Quadro 26 - Cl assi fi cação do rendi mento do agregado famili ar dos beneficiários

de apoios soci ais (bolsas de est udo e/ ou s ubsídios ) ... 137 Quadro 27 - Di stri buição das res post as consoant e o ti po de ensino e processo de

ent rada no ensi no superior (em percentagem) ... 140 Quadro 28 - Dist ribuição dos estudant es por s exo e entrada imedi at a ou não no

ensi no superior (em percentagem) ... 141 Quadro 29 - Di stri buição dos alunos por t ipo de ensi no superi or e tipo de escola

secundári a frequent ada (em percent agem) ... 142 Quadro 30 - Os fatores que influenci aram a escolha da institui ção e do curso, no

ensi no superior, por tipo de ensino (em percent agem ) ... 143 Quadro 31 - Influênci a do st atus económ ico da fam íli a na es colha da i nstit ui ção

e do curs o, no ensino superior, por ti po de ensi no (em percentagem ) ... 144 Quadro 32 - Efeit o do st atus económi co da famíli a dos es tudant es na es colha da

instituição e/ ou curso ... 145 Quadro 33 - Acess o ao ensi no s uperi or, por tipo de inst itui ção (em percent agem)

... 146 Quadro 34 - Sit uação dos est udant es face à es colha do curs o e est abelecim ento

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xvii Quadro 35 - R azões por não t er ent rado no ensi no superior de acordo com o grau de import ânci a ... 150 Quadro 36 - P robabi lidade de se encontrar num a das si tuações apont adas, num

cenári o de não ent rada no ensino superi or ... 151 Quadro 37 - P robabilidade dos estudant es s e encontrarem numa das sit uações

indi cadas, com um aum ent o de até 50% do valor atual da propina (em percent agem ) ... 152 Quadro 38 - P robabilidade dos estudant es s e encontrarem numa das sit uações

indi cadas, com um aum ent o em m ais de 50% do val or at ual da propina, por ti po de ensi no superior (em percentagem) ... 153 Quadro 39 - Que ti po de IES es col heri a caso o valor da propi na foss e i gual .. 154 Quadro 40 - Dist ribuição dos estudant es por tipo de ens ino e situação em rel ação

ao em prego (em percent agem ) ... 155 Quadro 41 - Situação de emprego, no úl timo ano es col ar, por faixa etári a (em

percentagem) ... 156 Quadro 42 - Si tuação de em prego por sexo, no últi mo ano es col ar (em

percentagem) ... 156 Quadro 43 - Situação de emprego, no últ imo ano es colar, por tipo de rendim ento

fam ili ar (em percent agem ) ... 157 Quadro 44 - Opi nião dos est udant es que trabal haram no úl timo ano es col ar e

consequênci as dess e fact o na vida académ ica (em percent agem ) . 159 Quadro 45 - Nível de rendim ent o auferi do no emprego, por tipo de ensino (em

percentagem) ... 160 Quadro 46 - Dis tri buição dos estudant es por ti po de ensi no e s ituação face aos

apoios soci ais (bols as de estudo/s ubs ídios ) ... 163 Quadro 47 - Dist ribuição dos es tudant es por t ipo de bols a e i ns titui ção ... 163 Quadro 48 - As fontes de fi nanciam ento que os est udant es cons ideram m ais

(18)

xviii Quadro 49 - Dist ribuição dos estudant es por val or dos apoios sociai s recebidos (bol sas de estudo/subsídi os) e por nível de rendim ent o do agregado fam ili ar ... 166 Quadro 50 - Habilit ação do "pai " do estudante bol sei ro ... 166 Quadro 51 - Habilit ação da mãe do estudant e bols ei ro ... 167 Quadro 52 - Dist ribuição dos estudantes que t rabalharam face aos que receberam

apoios soci ais (bols as de estudo/s ubs ídios ) ... 168 Quadro 53 - Utili dade dos apoios soci ais recebi dos ... 169 Quadro 54 - Nível de import ânci a das vári as fontes de apoio e suport e

financeiro, de acordo com a opini ão dos es tudant es , por t ipo de ensi no (em percent agem) ... 171 Quadro 55 - Dist ri bui ção dos estudant es por tipo de ens ino e sit uação de

obt enção de em présti mo (em percent agem ) ... 172 Quadro 56 - Font e de em p réstim o e responsável pelo pagam ento da dívida .... 173 Quadro 57 - R azões por não ter contraí do em préstim o, no últi mo ano escolar 174 Quadro 58 - Obt enção de empréstimo por estudante e ní vel de rendim ent o do

agregado famili ar (em percent agem ) ... 174 Quadro 59 - As razões que l evaram os estudant es a contrai r empréstim os ... 175 Quadro 60 - Di stribuição dos est udant es por idade e obt enção de empréstimo

financeiro ... 176 Quadro 61 - Sit uação dos estudant es face às sua residência e a obt enção de

empréstimos financeiros (em percent agem) ... 176 Quadro 62 - Estudantes que cont raíram empréstim os ou qual quer out ra obri gação

que incorra num pagam ento futuro e situação face ao em prego ... 177 Quadro 63 - Di stri buição dos estudant es por tipo de ensi no e sit uação de pos se

de cartão de débito ou Vi nti4 (em percent agem ) ... 178 Quadro 64 - Dist ribuição dos est udant es por acess o aos equi pamentos

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xix Quadro 65 - Dist ribuição dos estudant es por t ipo de ensino e meios de transport e utilizados na desl ocação à i nstit uição de ensino ... 181 Quadro 66 - R azões da não frequência das cant inas, por ti po de ensi no ... 183 Quadro 67 - Opini ão dos est udant es da ilha de Sant iago, sobre o ensino superi or ... 186

(20)

xx

Índice dos gráficos

Gráfico 1 - Núm ero de irm ãos por estudante inquerido ... 111 Gráfico 2 - Es tudant es com i rmãos no ensino superior (em percentagem ) ... 112 Gráfico 3 - Di stri buição dos estudantes de acordo com a res idênci a, no último

ano escol ar ... 117 Gráfico 4 - Di stribui ção dos est udant es, por rendi mento do agregado fami liar 135 Gráfico 5 - Outras fontes de rendim ento dos pais dos estudant es ... 138 Gráfico 6 - Ti po de escol a secundária frequentada pelos estudantes ... 140 Gráfico 7 - Núm ero de anos em que os estudant es que não ent raram no ens ino

superi or, à primei r vez, repeti ram a candidatura (em percentagem ) ... 147 Gráfico 8 - Número de horas por s emana que os estudantes t rabal haram ... 158 Gráfico 9 - Opini ão sobre a utili dade do rendim ent o dos e st udant es que

trabalharam ... 161 Gráfico 10 - Tipo de vínculo laboral dos estudant es trabal hadores ... 162 Gráfico 11 - Dis tribui ção dos benefi ci ári os de apoios soci ai s (bols as de

estudo/s ubs ídios), por valor da bols a recebida (em percent agem) 165 Gráfico 12 - Dist ânci a ent re a residênci a no período l eti vo e as IES ... 180 Gráfico 13 - Frequênci a à cantina para fazer as refeições ... 182

(21)

xx i

Lista de siglas e acrónimos

ANS A - Agência Nacional de S egurança Alim ent ar ARE - Agênci a de R egulação Económica.

BC A – Banco C omerci al do Atl ânti co

CESP - Cursos de Es tudos Superiores P rofissi onalizant es CFN - C ent ro de Formação Náuti co

CFPES - Curso de Form ação de P rofessores do Ensino S ecundário CNAES - Comi ss ão Nacional de Acesso ao Ens ino Superior

CR - C onst itui ção da Repúbli ca

DGES - Di recção -Geral de Ensi no S uperi or ECV - Es cudos C abo -verdi anos

ESTG - Es cola Superior de Tecnol ogi a e Gestão

ESTNA - Es col a Superi or de Turismo Negócios e Administ ração FAEF - Fundo de Apoio ao Ensino e à Formação

FAEM E - Fundo de Apoi o à Edi ção de M anuais Escolares F ICAS E - Fundação Cabo -verdi ana de Ação S ocial Es colar FM I - Fundo Monetário Internaci onal

IC AS E - Insti tuto Cabo -Verdiano de Ação Soci al Es colar

IC HEFAP - Internati onal C omparati ve Hi gher Educat ion Fi nance and Accessi bilit y Proj ect

IEFP – Insti tuto de Emprego e Form ação Profissi onal IES - Institui ções de Ensino Superi or

IES IG – Ins titut o de Estudos S uperiores “Isidoro da Graça” INAG - O Instituto de Admi nist ração e Gest ão

INE - Insti tuto Nacional de Estatísti ca

(22)

xxii IN IT - Instituto Naci onal de Investi gação Tecnológi ca

IP - Instit uto Pedagógi co

IS CEE - Instit uto Superior de Ciências Económi cas e Empres ari ai s IS CJ S - Inst itut o Superi or de Ci ênci as Jurídicas e Soci ais

IS E - Institut o Superior da Educação

IS ECM AR - Ins titut o Superi or de Engenhari a e Ciências do M ar IUE - Insti tuto Universit ári o de Educação

LBS E - Lei de Bas es do Si st ema Educati vo M_E IA - Mindel o, Escol a Internacional de Art es ME – Minist éri o da Educação

MED - Mini stéri o da Educação e Desport o

MESC I - Mini st éri o do Ensino Superi or, Ciênci a e Inovação OGE - Orçamento Geral do Est ado

OIT - Organização Internacional do Trabalho

ONDS – Organiz ação Nacional da Diáspora Sol idári a

P I EFE - Pl ano Estratégi co da Políti ca Int egrada Educação, Formação e Em prego P IB - P roduto Int erno Bruto

RED ISA - Rede de Educação e Inform ação

RJ IES - Regim e J urí dico das Instituições de Ensino Superior TAC - Test e de Aferi ção de Compet ênci as

TBE - Taxa Brut a de Es col arização

TIC - Tecnologi as de Inform ação e Com unicação

ULC V- Universidade Lus ófona Balt as ar Lopes da Si lva de C abo Verde UM - Universi dade do Mindelo

UN - Nações Unidas

UNDAF - Quadro das Nações Uni das para a Assi stência ao Des envolvim ento UN ICA - Universidade Int erconti nent al de C abo Verde

(23)

xxiii Uni -CV - Universidade de C abo Verde

Uni -Piaget - Univers idade J ean Pi aget de Cabo Ver de US - Universidade de S anti ago

(24)

I n t r o d u ç ã o

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Introdução

Na parte int rodutóri a, p ret ende -se apresent ar o que s e vai des envolver ao longo dest e trabal ho ci entí fi co de investi gação, s ali ent and o-s e a apres ent ação do tem a e a probl em áti ca da i nvesti gação. Segue -s e a pergunt a de parti da princi pal bem com o as s ecundári as , que s e procura res ponder no fi nal do t rabalho, a finalidade e os obj et ivos, geral e especí fi cos, os pres supostos da investi gação, a importância do t ema e as moti vações pes soais, a m et odologi a utiliz ada, dest acando-se a popul ação alvo, a construção da am ost ra, os inst rum entos utilizados na recol ha e anális e dos dados. Por último , apresent a -s e a est rutura que dará form a a est e t rabalho.

1 - Apresentação do tema e problemática da investigação

O trabal ho que ora s e apresenta , insere-s e no âm bito do curs o de mestrado em Educação, vert ente Adm inist ração Educaci onal, co m o seguinte tem a: “A situação socioeconómica dos est udant es do ensi no superior na i l ha de S anti ago”.

O ensino superi or em Cabo Verde t eve um cres cim en to m uito l ent o até finais da década de 90 . A part ir de 2000, as Institui ções de Ensino Superi or [ IES] com eçaram a s urgi r a um ritm o mai s acelerado, obri gando o Estado a cri ar novas bas es de s ust ent abil idade e funci onamento do sis tem a educati vo , t endo cri ado em 1990 a Lei de Bas es do Sis t em a Educati vo [ LBSE], alt erado em 1999 e post eriorment e em 2010.

Apostou-se num model o assente na universal idade de acesso, obs ervância dos parâm et ros de qualidade, na equidade e s ust ent abil idade financeira dest e subsi stema, bem como na int rodução de inovações em rel ação à redefini ção do regim e dos est abel eciment os de ensi no, os critéri os d e acess o, ao alargam ent o de

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2 graus académicos e diplom as correspondent es , incluindo a fas e de pós -doutoram ento.

O Est ado pret endi a financi ar os est abel ecim entos de ensi no superi or, com base nos pri ncí pios de: “a) da com parti cipação fi nancei ra do Estado; b ) da co -gest ão ; c) da universali dade; d) da soci alização dos cus tos; e) da não exclusão; f) da equi dade; g) da auto nomi a; e h) da sust ent abilidade ” (Decret o- Legisl ati vo nº 2/2010). Nest e cont exto, foi aut oriz ado a harmoniz ação do novo regim e do ensi no supe rior em C abo Verde com o chamado model o de Bol onha des envol vido no Ensi no S uperior Europeu , com vist a a aproxim ar o sist ema educati vo cabo -verdi ano dos pat am ares alm ej ados e em experim ent ação a nível int ernacional, desi gnadam ent e na Europa, ass egurando as vant agens da mobil idade e do si st ema de créditos para efeito das equival ências de form ação e quali ficação a ní vel internacional , d e modo m ais abrangent e possível (i dem ).

Est a inves ti gação foi orient ada por um a pergunta de parti da pri nci pal e al gumas secund ári as . A per gunt a de part ida pri ncipal é: “e m que situação soci oeconómi ca s e encontram os est udant es do ensino s uperior na ilha de Santi ago, no período es col ar?

Das perguntas s ecundári as destacam -se as s egui nt es:

- Como se caracteriz a o agregado fami liar d o est udant e do ensino s uperi or , na ilha de S antiago?

- Com quem o est udante resi de no perí odo es col ar?

- Qual o m eio de t ransport e que o est udant e utiliz a no percurs o IES - residênci a?

- Qual é a razão da es colha da residênci a pel o estudant e, no perí odo es col ar?

- Qual é o ní vel de rendimento do agregado fam ili ar do estudante?

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3 - Quais as font es de financi am ento exist entes n o ano let ivo 2014/2015? - Qual é perceção que o estudant e t em em rel ação a quem deve financi ar o

ensi no superior?

- O que pens am sobre os apoios recebidos?

- Qual é a s ituação do estudante face a o emprego?

- Como comport ari am face a um a oscil ação do valor da propina prati cada, nas Instit uições de Ensino Superior ?

2 - Objetivos e finalidades da investigação

Pret ende-s e com es ta i nvesti gação, a nível geral, conhecer a si tuação soci oeconómi ca dos estudantes do ensi no superior , na ilha de S ant i ago, no contexto cabo -verdi ano; obt er inform ações que, quando divul gada s, contribui rão para sit uar, conhecer e compreender a real situaç ão s ocioeconómi ca dos estudant es do ensino superi or , no período es col ar; os des afios que enfrentam durant e o percurso estudantil , m ais concret ament e no ano l eti vo 2014/ 2015.

Para a compreens ão da s ituação socioeconómi ca dos estudantes do ensino superi or, na ilha Santi ago, no ano l etivo 2014/ 2015, foram defini dos os seguint es obj eti vos especí fi cos:

- Des crever o agregado famili ar do es tudant e do ensino superior , na ilha de Santi ago;

- C arat eriz ar a origem socioeconómi ca dos estudantes, at ravés das habilit ações do pai e da m ãe , dos est udantes ;

- C arat erizar o s eu ambiente de est udo no período es colar;

- Ident ifi car o m ei o de t ransport e m ais util izado pelo estudant e , na desl ocação às Instit uições de Ensino Superior , na ilha de S anti ago;

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4 - Saber qual é a opinião do est udant e , face a um a os cil ação do valor da propina prati cada , nas Instit uições de Ens ino Superi or;

- Descrever a sua sit uação face ao emprego;

- S aber qual a opi ni ão do estudant e sobre a quem cabe a res pons abi lidade de financi ar o ensi no superior .

Pret end e-s e ai nda cumprir os requisit os exi gi dos pel a Universi dade de Li sboa, Inst ituto da Educação, para a obt enção do grau de m estre em Educação , ram o Admi nist ração Educaci onal .

3 - Pressupostos da investigação

No decurs o dest a investi gação , partiu -se de três pres suposto s bási co s.

O primeiro pres suposto é de que os estudantes do ensi no s uperior , embora tenham l egalm ent e aces so ao ensino s uperior, a capaci dade de frequent ar as instituições de ensi no superior e sust entar fi nancei rament e os s eus estudos , dependem fort em ent e das condições socioecon ómi cas dos seus famili a res, das políti cas de apoio s oci al e i nst rum ent os privil egiados para a concretiz aç ão dos apoios (bols as de es tudo , subsídios para alojam ento, transporte e alim ent ação, bem como dos program as de em prést imos ).

O segundo pres suposto é de que , s endo Cabo Verde um paí s com alt a t axa de agregados famil iares com baixos rendimentos , os est udant es do ensino superi or provavel mente enfrent am grandes di ficuldades financeiras , o que limi ta a sua capacidade de aquisi ção de m at eriais didáti cos e equipam ent os , que de cert o modo , os ajudariam a consegui r mel hores result ados académi cos e adquirir conhecim entos mai s abrangent es sobre os curs os que frequent am.

O tercei ro pressupos to é de que , s endo Cabo Verde um país arquipel ági co, formado por dez ilhas, com concent ração das Insti tui ções de Ensino Superior em duas ilhas, Santi ago e S . Vi cen t e, os est udant es das out ras ilhas sent em-se

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5 obri gados a deslocarem -se, durant e o período l etivo , para as ilhas onde es tudam acarret ando di vers as difi culdades em t ermos de aloj am ento e est adi a. A il ha de Santi ago, sendo um a ilha m ont anhos a, constituí da por nove concel hos , com um a cert a dis tân ci a ent re si, os estudant es para se deslocarem aos t rês concel hos onde existem IES, P raia, Sant a C at ari na e Tarrafal, precis am de condi ções financeiras para suport arem os custos de desl ocação.

4 - Importância do tema e motivações pessoais

O tem a revel a -s e de extrem a importânci a para o conhecim ento da sit uação soci oeconómi ca em que os es tudant es do ensino s uperior s e encont ram , no período es col ar, com o cons eguem superar as adversidades do dia -a-dia , num país pequeno, que t em am bicionado m uit o em t e rmos de des envol vimento de capaci dades intel ectuai s da população, onde o Est ado é confront ado constant em ent e com novos desafi os, dado ao cresci m ent o da popul ação estudantil e apareci ment o de novas exi gênci as s ociai s.

A situação soci oeconómi ca dos est udant es do ensino superi or na Ilha de Santi ago é um t em a que ai nda não t inha sido est udado em C abo Verde , pel o que , se pode consi derar que, é um tema i novador no país . Cert am ent e, a inform ação que põe à disposi ção das entidades compet ent es , no domí nio da educaç ão em Cabo Verde, nom eadam ent e, no ensino superior, contri bui rá p ara que poss am conhecer mel hor a realidade dos estudant es, i denti ficando os seus pontos fortes e as fragilidades económicas e sociais.

Servirá, ainda, para reforçar e compl ement ar os estudos j á realiz ados a nível do ensino s uperi or, nom eadament e , pelo Instit uto Naci onal de Est atí sti ca [ INE], Banco Mundi al (2012 ) ent re out ros organis mos i nt ernacionai s, parcei ros de des envolvim ento de Cabo Verde, e por Varel a, n os seus vários t rabalhos de investi gação e arti gos publicados, princi pal ment e o art igo cuj o tem a é “Financiamento e sustentabilidade do ensino superior cabo -verdiano – A

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6 cent rali dade das bol sas de estudo ” (2015), onde põe tóni ca na pr obl em áti ca das bols as de estudo e apoios soci ais.

Na linha dos est udos realiz ados por C erdeira (200 9 ), bem como out ros estudos europeus, arri scou -s e a efet uar est a investi gação em Cabo Verde , de modo a contribui r para o des envol vim ent o das políti cas da ed ucação e do ens ino superi or , que t êm vi ndo a ser im pl em ent adas no paí s, pelos s ucessi vos Governos, com especi al enfoque a parti r de 2000, devi do aos s eguint es fatores principais: a alt eração d a Lei de Bas es do Sistem a Educati vo , a melhori a das condições de aces so ao ensino s uperior, o aum ento do núm ero de estudantes que t erm inam o ensi no secundário e que procuram form ações superi ores , bem com o o aum ent o do núm ero de Ins titui ções de Ensino Superior .

A nível pessoal , pode -s e dize r que, a ex peri ência vi vida pela invest i gadora com o estudant e, foi determi nante na escolha do tema, pois, j á f requent ou diversas institui ções , por vez es, bols ei ra, nom eadam ente n o Instituto Superior de Educação [ IS E] , aquan do dos s eus est udos a ní vel de b acharel ato, onde foi benefi ciada com bol sa de estudos ofereci do pelo Es tado de C abo Verde, de 1997 a 2000, a pri ncí pio reembol sável, m as que depois passou a fundo perdido.

De real çar ai nda , como motivação pes soal, o facto de ter frequentado em 2002, a Univ ersidade J ean Piaget de C abo Verde [Uni -P iaget] , no com pl em ento da pri mei ra li cenci atura, onde t eve que abri r m ão da redução da propina oferecida pela uni versidade , para deixar que as duas i rmãs que, também, estudavam na mesm a universi dade, concorre s sem à bols a e apoios oferecidos pel a m es ma . Ness a altura, um a das i rm ãs ganhou bols a de est udos e a outra foi benefi ciada com redução do valor da propi na, i sso porque pert encem a uma fam íli a monoparental , de rendim ent os baixos, onde a m ulher é chefe de famíli a, com o na m aiori a das fam íli as cabo -verdianas , facto real çado no C enso 2010 (INE, 2012).

A investi gadora c onheceu de pert o o Instit uto Superior de Ciênci as Económi cas e Empres ari ai s, poi s, passou cinco anos nest a instituição , quando

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7 fez a s ua s egunda li cenciat ura , de 2009 a 2012, na condi ção de estudant e/t rabal hador.

O percurs o efetuado a nível es col ar , cont ribuiu bas tant e para a concretização dest a investi gação , j á que a investi gadora contou com o apoi o , tant o dos s eus anti gos professores como dos funci onári os , na aplicação e recol ha dos questionári os .

Como profess ora e quadro do Mi nist ério da Educaçã o [M E] , recebeu apoio dos ex -alunos que se disponi bilizaram a ajudar a dist ribuir e recol her os questionários , durante todo o process o , sempre dando aquel a moti vação e força para pros segui r, o que fez com que atingi sse a am ost ra pretendida.

Tendo conhecime nt o do ambi ente vivido pelos estudant es do ensi no superi or, consi dera que , a situação soci oeconómi ca dos est udant es do ensino superi or é um t em a muito int eressant e , que val e a pena est udar e com preender melhor.

Espera -s e que as inform ações partilhadas venh am a s er út ei s às enti dades com pet entes, para que poss am ter um m el hor posi cionamento e tom arem decis ões mais acert adas, f ace às exi gências da soci edade c abo -verdiana, em prol da educação e do ensi no superior em C abo Verde.

5 - Perspetivas metodológicas da dissertação e estudo empírico da

investigação

Neste trabalho s eguiu -s e uma abordagem qualit ativa e quantitativa, com realiz ação de u m i nquéri to , s uport ado por um questi onário est ruturado, com pergunt as fechadas e s emifechadas , de autopreenchim ent o , adapt ado do questioná rio utiliz ado por Cerdei ra (200 9 ) na sua invest i gação, “t endo proveni ência no questi onári o que o ICHEFAP – Int ernacional Comparative Hi gher Education Fi nance and Accessibi lit y P roj ect ”, qu e tem sido apl icado a

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8 nív el int ernaci onal (Cerdei ra, 200 9, p. 353) e em Portugal pelos projetos CESTES (2010/2011) e CES TES 2 (2015/ 2016).

O desenvolvimento do estudo seguiu duas et apas disti nt as:

- Na prim eira et apa, procedeu -se ao enquadramento t eóri co do t em a, a defini ção dos concei tos -chave utiliz ados ao l ongo do t rabalho, s endo a p esquis a bibliográfi ca rel evante para a recolha de dados.

- Na s egunda et apa, realizou-se o inquéri to por questi onário a um a amos tra represent ati va dos estudant es das Instit uições de Ensi no Superi or existent es na Il ha de Santi ago, exceto a Universidade Lusófona, que não respondeu ao pedi do de autorização para a aplicação do referido quest ionário .

Na fas e ini ci al, cent rou -s e o est udo na anális e docum ent al, na recolha de inform ações e trabal hos realiz ados sobre o ens ino s uperior em Cabo Verde, bem com o a s ituação soci oeconómi ca da popul ação em geral e em parti cul ar sobre os estudant es do ensino superior, com a procura , t ambém , da his tóri a e evolução do sistema de ensin o em Cabo Verde, nom eadament e do nível de ensino s uperi or. Nesta fas e, a colaboração dos organi smos públi cos e i nstitui ções foram fundam entais, principalm ent e , col aborando com o arquivo bibli ográfi co , princi pal mente o In stituto Nacional de Est atísti ca, a D i reção Geral do Ensi no Superior e Ciência , as Instit uições de Ens ino Superi or e a FIC ASE.

O quest ionário foi apli cado de form a pres enci al , pel a i nvesti gadora , aos estudant es nas Ins titui ções de Ensino Superi or , com a col aboração dos funcionári os, docent es e al unos, durant e os meses de m ai o, junho, j ulho e agosto de 2015, com autoriz ação das sete Instit ui ções de Ensino Superior em est udo.

No caso dos estudantes da UNIC A e da Uni -Pi aget , dado ao período de féri as escol ares , al ém dos questi onári os apli cados nas sal as de aula, foram apli cados nas residênci as de al guns al unos , pel a inves ti gadora e por a l guns estudant es universi tários que ajudaram na dist ribui ção e recolha dos questionários.

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9 No questi onário apli cado , foi condensado uma di versi dade de indi cadores de carateriz ação s oc i al e económ ica , das condi ções de vida dos estudantes , constituí do por diversas pergunt as , subdivi did as em oito grupos , fechadas e semi fechadas, tendo por referência as s eguint es part es: caraterização pessoal e fam ili ar; condi ções de vi da; acesso ao ens ino superi or; acesso aos equipam ent os, mat eri ai s di dáticos e s ervi ços ; font es de apoio e suport e financei ro; s ituação laboral e a opi nião do estudante rel ativament e ao ensi no s uperi or.

O questionário foi apli cado a 913 est udantes , com pelo m enos s egunda inscri ção no ensi no superi or , de forma al eatóri a, de um total de 6.3 15 estudant es, cons iderado hi pot eti cament e , que s e encontravam matri culados no ano letivo 2014/2015 na ilha de Santi ago . Em bora não t enha si do publi cado o núm ero exato dos i nscrit os no ano l eti vo 2014/2015 , optou-s e por cal cul ar a amostra e a popul ação , com ba se nos dados do ensino superi or , referente ao ano letivo 2013/2014 (M ESC I, 2014) .

Foram al gumas hipót es es l evantadas :

1º - No ano l eti vo 2013/ 2014 estiveram inscrit os em Cabo Verde 13.397 estudant es (M ESC I, 2014) .

2º - Nas instituições da ilha de Santiago , estiveram i nscritos 9.462 estudant es, no ano l etivo 2013/2014.

3º - Foram exclu ídos os estudant es dos cursos de grau de m est rado, doutoram ento, curs os de ensi no superior p rofi ssionalizante e os de com plem ento de licenci atura, num t ot al de 2.151 estudantes , de acordo com os dados do ano l etivo 2013/2014.

4º - Hipoteti cam ent e , consi derou-se que , a t ax a de abandono est eve à volt a de 10% e a t axa de reprovação à volt a de 4%.

5º - Conside rou -s e a poss ibili dade de um a m argem de erro de (+/ -) 3% para um int ervalo de confiança de 95% , no cál cul o da amostra .

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10 6º - Com base no cál cul o am ost ral , consi derou -s e que , est avam inscrit os na ilha de S anti ago 6.315 estudantes , que fariam part e da popul ação em estudo. 7º - Com bas e nos pressupost os dos pont os ant eriores , foi det erm inado um a amos tra constit uída por 913 es tudant es , sendo os inquiri dos distri buí dos pel as sete inst itui ções de ensi no superior , públ icas e privadas.

Constit uiu -s e um a amostra aleat óri a, em que a popul ação compreende os dois tipos de Institui ções de E nsino Superior [ IES] , na ilha de S anti ago, pública e privada. A sel eção das unidades am ostrais foi feit a por conveniência , n a Universidade de Cabo Verde, Universidade J ean Piaget de C abo Verde, p ólo da Prai a, Universidade de S antiago, cam pus da Prai a, Assom ada e Tarrafal [ Uni -Santi ago], Institut o Superior de Ciênci as J urí di cas e Soci ais [ ISCJ S], Universidade Int ercontinent al de C abo Verde [U NIC A] , Instituto S uperior de Ciênci as Económicas e Empresari ais , pólo da P rai a [ ISCEE] e Instit uto Universit ário de Educação [ IUE]. Após a recolha dos questi onários , pas sou -s e à introdução dos dados no program a inform áti co SPSS 21 . P ost eriorm en t e, fez-s e a apresent ação dos dados e anális e dos res ultados obtidos .

No decorrer da apl icação dos questionári os foi necess ário ent revist ar al guns alunos que não s e dispuseram a fazer o autopreenchim ento e aos que não responderam a todas as perguntas. Depois de fi nalizada o inquérito, foram controlados 15% dos ques tionários at ravés de um a ent revist a tel efóni ca, com o fim de veri fi car os dados dem ográfi cos e com plet ar as informações em falt a.

Nesta i nvesti gação, foram usados doi s tipos de anális e est atísti ca : a univariada e a mult ivari ada. Na anál ise univari ada , com uma só vari ável , os val ores foram apres entados em valores absolut os e em percent agens da t otalidade das obs ervações, para cada um a das perguntas . Na anális e mul tivari ada , procurou-se veri fi car as rel ações ex ist ent es entre vári as vari áveis . P ara o efei to, usou -se o teste Qui-Quadrado (ou de Pearson ), que permit e t estar se as vari áveis são i ndependentes, ou se existe um a rel ação de dependênci a (quando o nível de

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11 si gni fi cância do t es t e do Qui -Quadrado é inferior a 0,05 rej ei ta-se a hip ót es e das vari áveis s erem i ndependentes) , permi ti ndo assim concl ui r sobre a associ ação ent re variáveis .

6 - Estrutura do trabalho

Est e t rabalho foi di vidido em s eis capít ul os.

Na introdução , des t ac ou-s e o tema do trabal ho , os obj et ivos gerai s e especí ficos, os pressupostos da inves ti gação, a import ânci a do t ema e motivações pes soais , as perspeti vas m etodológicas da dis sertação e estudo empí ri co da investi gação , bem como a es trut ura do t rabalho .

No pri mei ro capítul o, enquadram en to t eóri co e defi ni ção dos conceit os, apresentou-s e a definição e cont extual ização da educação, do ensino, das instituições de ens i no s uperi or, do fi nanci am ent o do ensino superior, dos mecanismos e fontes de financi am ento , bem como a acess i bilidade do ens i no superi or, na vis ão de di ferent es aut ores, nacionai s e int ernaci onais . Neste capítul o, ai nda, fez-se um apanhado sobre os divers os benefícios do financi am ento do ensino superior na vida dos est udant es, fam í lias e da soci edade em geral.

No segundo capí tul o, carat erização de Cabo Verde, foram real çados os dados a nível geográfico, s ocial , demográfi co, económ ico e do ensino prim ári o, secundári o e s uperi or.

No t ercei ro capítul o , as i nstit uições de ensino s uperi or em Cabo Verde, descreveu-se, de forma breve, as dez institui ções de ensino superior no ano letivo 2 014/2015, s endo duas públ icas e oito pri vadas.

No quart o capítul o, o financi amento do ensino superior em Cabo Verde, apresentou-s e os m odelos de financi am ent o e o papel dos apoi os soci ais na acessibili dade dos estudant es ao ensino superior .

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12 No quint o capítul o, met odol ogi a, fez-s e a apresentação da população em estudo, a const rução da amos tra , o obj et o de est udo, os inst rumentos de recolha de dados , bem com o as t écni cas de anális e a que se recorreu , para que fos se possí vel a concret ização des te estudo.

No s exto capítul o, apres ent ação e anál ise dos dados do inquérito, s ali entou-se a situação socioeconómi ca dos es tudantes das Ins titui ções de Ensi no S uperi or, na Il ha de S anti ago, no ano l eti vo 2014/ 2015, com enfoque para o apuram ent o dos resultados das respost as dos estudantes , às di vers as questões rel acionadas com: a identi ficação pessoal , os dados referentes a o s exo, à naci onalidade, à idade, ao est ado civi l, ao núm ero de irm ãos e ao núm ero de fil hos.

Segue-s e a des cri ção d a situação dos estudant es face ao al ojam ent o e ao emprego, no perí odo le ti vo, a dist ânci a que percorrem, os t ransport es que us am, bem como a situação soci oecon ómi ca, educacional , profi ssi onal e o nível de rendim ent o dos pais dos estudant es. É de sali ent ar que, o processo de acesso ao ensi no superior, as font es de fi nanciam ent o, o apoio fi nanceiro, os acess os à internet, aos equipament os e m at eri ai s didáti cos e aos s ervi ços de cantina, também, foram tidos em conta.

Ainda, foram incl uí dos no capítul o sexto os result ados conseguidos do questionário apl icado em rel ação ao local onde residem hab it ual ment e e no período es col ar, a escol a s ecundári a que frequent aram (públi ca ou pri vada) , as condi ções fí si cas e ambientais da resi dênci a dos est udant es , no período es col ar , a influênci a do st at us económi co da fam ília na escolha da IES ou do curso, as condi ções de acesso e perm anênci a no ensino superi or , bem como os fat ores que infl uenci aram na es col ha da IES e do curso que est ão a frequent ar , as suas opini ões rel ati vamente à os cil ação do val or da propi na apli cada nas IES .

Referiu-s e ai nda, a form a de fi nanci am ento do ensino superior , as font es de financi am ento e suport e financei ro do ensino superior, nom eadam ente, as respostas s obre a s ufici ênci a ou não dos apoios soci ais recebi dos, as bols as e os subsí dios , na cob ert ura das despesas de educação, bem como a perceção que os

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13 estudant es t êm sobre a quem cabe a respons abi lidade de financi ar o ensino superi or .

Segue-s e as cons iderações finais , as propost as de melhori a e as di reções para um a i nvesti gação futura .

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C a p í t u l o I – E n q u a d r a me n t o t e ó r i c o e d e f i n i ç ã o d o s c o n c e i t o s

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Capítulo I - Enquadramento teórico e definição dos conceitos

No capít ulo I, pretende -s e apresent ar a defini ção dos conceitos de educação , ensi no e ins titui ções de ensi no superior, fazendo um apanhado s obre as vári as conceções que es tes conceitos t êm m ereci do ao longo dos anos , dest acando -s e as de Varel a (2011) , Cabrito (2002) e Gadotti (2000) , bem com o a vis ão apresent ada na Cons titui ção da R epúbli ca de C abo Verde, dando rel evânci a ao nível de ensi no superior, no qual se enquadra o obj et o de estudo dest a investi gação. Os referidos conceitos foram enquadrados no cont exto cabo -verdi ano, s ali entando -s e a Lei de Bas es do Sist em a Educativo [ LBS] e o R egim e J urídi co das Instit ui ç ões de Ensi no Superi or [RJ IES ].

A di scuss ão sobre os benefíci os que o ensi no superior tem ofereci do aos estudant es e à s oci edade m ereceu uma certa at enção nest e est udo, pri nci palm ent e a vis ão de C erdei ra (2009), C abrito (2002) e Chaves (2015). Para est es aut ores, o ens ino s uperior é um investim ent o s imult aneam ente público e privado e a educação é um “Bem/Serviço” e um “Bem de Consumo”, público e privado. Por sua vez, Di as (2011) vê a lógica das insti t uições públi cas com o sendo a lógica de com erci aliz ação.

Os tipos, as formas e os modelos de financi am ent o do ensino superior também foram abordados nest e capí tulo, tendo sem pre pres ente os dois tipos de instituições de ensino su perior exist ent es em Cabo Verde: o públi co e o privado.

1.1- Educação e ensino

A educação tem merecido di versos estudos e enquadram ent os , tant o a n í vel internacional como a nível naci onal. Em Cabo Verde , a educação t em estado na agenda políti ca de todos os Governos, tendo sido reforçada , a parti r dos anos 90,

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15 com a impl em ent ação da democraci a no país e democratiz ação do ensino , mai s virado para o ensino bási co e s ecundário.

O direit o dos cidadãos cabo -verdi anos à educação est á cons agrado na Constit ui ção d a R epúbli ca de C abo Verde (2010 ), s egundo a qual , t odos os indiví duos têm di rei to à educação , realiz ada através da es col a, da fam íli a e dos agent es educativos. Deve:

(a) Ser int egr al e contribuir par a a promoção humana, mor al, s ocial, cult ural e económi ca dos cidadãos; (b) Preparar e qualif icar os ci dadãos para o exercíci o da acti vidade profiss ional, para a parti ci pação cí vi ca e democrát ic a na vi da acti va e para o exer cí cio pleno da ci dadania; (c) Promover o desenvolvi mento do espír ito científi co, a criação e a investi gação ci entífi cas , bem como a inovação t ecnol ógi ca; (d) Cont ribui r para a igualdade de oportunidade no acess o a bens mat eri a is, sociais e cult urai s; (e) Es ti mular o desenvol vimento da personalidade, da autonomi a, do es píri to de empr eendi ment o e da cri ati vidade, bem como da sensibili dade artí sti ca e do i nt er esse pelo conheci mento e pelo saber ; (f ) Promover os val or es da democrac ia, o es pírit o de tolerância, de solidari edade, de responsabil idade e de parti cipação (CR, 2010, arti go 78º).

A Constit uição da Repúbli ca de C abo Verde (2010) garant e o di reito à educação, at ribui ndo ao Est ado a faculdade de, nomeadam ent e: garanti r o direit o à i gual dade de oportunidade de acesso e de êxito es col ar; el iminar o anal fabet ismo; fazer com que o ensino bási co s ej a obri gat óri o, gratui to e universal; promover a educação superior; criar condi ções de acesso a todos; organiz ar a ação s oci al es col ar; promover a soci alização dos custos da educação;

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16 fis calizar o ensino públi co e pri vado vel ando s empre pel a qua li dade do ensino minist rado (arti go 79º).

O t erm o educ ação foi definido por Varel a (2011) como “um proces so através do qual os i ndiví duos, at ravés do aces so ao conheci ment o e ao saber, desenvol vem apt idões e compet ênci as para a vi da não se limit ando, por consegui nte, à funç ão do ensi no” (p.11), pois , no ensi no as ati vidades s ão organiz adas de modo a aj udar os al unos a com preenderem áreas especí fi c as do conhecim ento. N o processo da educação , procura -s e que o i ndiví duo i nt egre o “ensino e a vida, o conhecimento e os valores, a reflexão e a acção de modo a que t enha um a vis ão holísti ca e de total idade, concili ando objecti vos de aprendiz agem e com pet ênci as para a vida activa” (Varela, 2011, p.11) .

Para a UNESC O (2000) , a educação é um dir eit o humano fundam ent al . Constit ui a chave para um desenvol vim ent o sust ent ável e assegura a paz e a est abil idade dentro de cada país e ent re el es . É um mei o indis pens ável para al cançar a parti cipação efetiva nas sociedades e economi as do s éculo XX I , afet ad as pela rápida gl obaliz ação.

Gadotti (2000 , pp. 4-6) defi ne a educação como s endo o ato que l eva o ensi no à aprendiz agem. P ara est e aut or, a educação sofreu alt erações e foram apresent adas di ferentes vis ões em di ferentes m omentos da hi stóri a, divididas em cinco fases di ferent es : “a educação tradicional , popul ar , nova, int ernaci onalizada e com bas e nas novas tecnologias ”.

A educação tradici onal t em as suas raízes na s oci edade de clas ses es cravist as da Idade Anti ga, onde um a pequena minori a consegui a ter ac es so. Com o movi mento renas centi sta est e tipo de educação entrou em declí nio.

A educação nova s urgi u com a obra de R ouss eau , com o surgim ento do conceito de “aprender fazendo” de John Dewey e as técnicas de Freinet . Tanto a educação t radi cional como a nova têm em comum a conceção da educação com o processo de des envolvimento indivi dual. No nosso s éculo , a educação disti ngue

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17 se pelo des locam ent o do enfoque do individual para o soci al, o políti co e o ideológi co. A educação no s écul o XX tornou -s e “permanente e soci al ”, com al gumas di ferenças regi onais, m as com i dei as univers ais dest acando -s e a de que não há i dades para s e educar. A educação se estende pel a vida e não é neutra .

A int ernacionaliz a ção da educação reforçou -s e es peci alm ente desde os finais do s écul o XX, confi ada à UNESCO . Desde 1899 que foi fundada em Bruxel as o “Bureau Int ernaci onal de Novas Es colas ”, por inici ativa de Adol phe Ferri ére, que os paí ses alt am ent e indust rializados com eçaram a uni vers aliz ar o ensi no fundam ent al e cons egui ram elimi nar o analfabeti smo . Ess a univers alidade fez com que encont rem os hoj e sist em as educacionais com est rut uras bás i cas muito parecidas . O fenóm eno da globaliz ação , nos fi nais do s éculo XX , impulsi onou a i deia de um a es col a i gual para t odos, não com o princípi o de justi ça soci al, m as como parâmetro curri cul ar comum .

A educação dos noss os dias est á vi rada para as novas t ecnologi as , sobretudo com a aprendiz agem à distância . Embora a ed ucação opere com linguagem es cri ta, “a noss a cultura at ual dominant e vive im pregnada por um a nova linguagem, a da t el evis ão e a da informáti ca, parti cularm ente a li nguagem da Internet”. Os que defendem a informatização do ensino, defendem uma cultura di git al.

A educação popular nas ceu com o trabalho de P aulo Frei re , nos anos 60 , com a “cons ci entização ” como sua categori a fundam ent al . “A prática e a refl exão s obre a prát ica l evaram a i ncorpo rar out ra cat egori a não m enos important e: a da organiz ação ”. Nest a visão da educação , n ão bast a est ar consci ente, é preciso organizar -se para poder t rans form ar -s e.

Além dos ci nco moment os aci ma descritos , Gadotti (2000 ) defende que atualm ent e a educação est á enfrentando uma nova era, “ a er a do conheciment o ” (p. 7). A sociedade de conhecim ent o é cons equ ênci a da informatização e do processo de globaliz ação das tel ecom uni cações a ela associ ada. Existe um a vas ta difusão da informação e de dados, m as não de conhecim entos.

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18 As novas t ecnologi as col ocam em “stock o conhecimento ”, de form a práti ca e aces sível, em gi gantes cos volum es de inform ações . Houve uma R evolução da Informação , cri ação de novos espaços de conhecim ento, t ais como o espaço domi cili ar e o espaço soci al , que se t ornaram educativos. As pes soas pass aram a estudar em cas a, a aceder ao ciberespaço e às form ações à dist ânci a (p. 7).

Na sociedade do conhecim ento , a es col a deve s er vir de bússola , ist o é, ori ent ar criti cam ent e, s obret udo as cri anças e os jovens, na bus ca de uma inform ação que os faça crescer e não embrutecer. A escol a e a educação , em geral, devem :

Ensinar a pensar ; saber comuni car ; saber pesquisar ; ter raci ocí nio lógi co; faz er sínt es e e el aborações t eóricas ; saber organizar o s eu próp rio t rabalho; t er dis cipli na par a o trabalho; s er i ndependente e autónomo; saber art icul ar o conhecimento com a pr áti ca e ser apr endiz autónomo e à dis tância (Gadotti, 2000, p. 8).

Depois da II Guerra Mundial , a educação surgi u associ ada ao conceito de “capital”, na medida em que constituiria como que uma parte do stock de recursos que permit em ori ginar rendim ent os futuros (Cabri to, 2002) .

A educação soci al e global é aquel a em que a ação é exercida pelas gerações adult as sobre as m ais jovens . Tem como obj etivo s us cit ar e des envolver na cri ança um certo núm ero de est ados físi cos , i nt elect uai s e m orais , exi gidos pel a soci edade. É vist a no sentido form al, i ncluindo program as es col ares desenvol vido s pel a es col a ou não, minist rados e aval i ados por agentes especi alizados ( Durkhei n, 1968).

É unânim e a ideia de que a educação é um process o contínuo, univers al e transvers al necess ário , para que as s ociedades s e desenvol vam , para que os indiví duos adqui ram conhecim ent os e competências que permitem um a m elhor inser ção social .

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19 O ensino est á subj acent e à educação . E sta é recebi da de forma form al na es col a e inform al em cas a, na rua e nos mei os soci ais . Na es col a a educaç ão é mat eri aliz ad a pelo ensino, divi dido em diferentes níveis académi cos , onde os indiví duos recebem graus e diplom as.

1.2 - Ensino superior: público e privado

O conceito de ensino superior t em si do discutido por divers os autores, em contextos di ferent es , us ado com o expressão que desi gna realidades di vers as . Cabrito (2002) res ume o conceito de ens ino s uperior , com o s endo:

Um sist ema de educação pós -secundário uni tári o – apenas com uma fileir a, a uni versitár ia, como se verifi ca na Suécia, no Reino Unido ou na Espanha – ou um s i stema binário – car ater izado pel a exi st ência de duas fileir as, a uni versi tária e a não -uni versit ária, como acontece na Alemanha, França ou Port ugal , s endo o s egment o não uni ver sitário desi gnado, por vezes , por ensi no polit écni co;

Si st emas que propor cionam ofer tas educativas de dif erent e s durações e que c oncedem dipl omas di versifi cados.

Si st emas onde a diferenciação por subsist ema se está a construir, como em Fr ança, com a criação dos Instit utos Uni versi tári o s T ecnológi cos; ou se extinguiu, como no Reino Unido, com a r ecent e transformação dos institutos polit écni cos em uni versit ários ;

Si st emas cujo financi ament o é predomi nant ement e de or igem pública, como na generali dade dos país es europeus ; ou de or igem privada, como em alguns paí ses asi áticos e ameri canos .

Cabrito (2002), recorrendo à propost a da OCDE (1994b , p. 59), apres ent ou um conceit o do ensi no superior de form a resumida como sendo toda a form ação inici al depoi s do ensino secundári o , i ndependentem ente da nat ureza jurídi ca do

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20 est abel ecimento, d o período de formação , da nat ureza da form ação, dos diplom as que proporci ona ou da ori g em dos recursos fi nancei ros .

As instituições são “uma ideia ou uma obra que se realiza e perdura no meio soci al at ravés de um conj unt o de recursos m ateri ais e hum anos pos tos ao s eu dispor, que lhe garant em um a existência int em poral com te ndênci a para a personal ização j urí di ca” (Varel a, 2011, p. 6).

O ensino s uperi or t em sido dis cuti do por al guns autores como Cerdei ra (2009), Chaves (2015) e C abrito (2002) com vist a a ent ender s e a ofert a educativa no ensino superior é um bem público ou um bem privado. P ara Cerdeira (2009 ) “a educação e o ensino superior são investim ent os , simult aneament e, público e privado, que se ret rat am em custos e b enefí cios, públicos e privados”.

Cerdei ra (2009 , p. 13) apont a os s eguint es benefí ci os públi cos e pri vados :

Públicos (financeir os – maior produção nacional, maior pr odutivi dade, maior fl exi bilidade da força de trabal ho, maior capacidade de consumo, menor dependência financeira do Governo ; não fi nanc eiros – mai or coesão soci al, maior mobilidade soci al, maior des envol vi mento cult ural , maior filantr opia, maior adapt ação t ecnológi ca) e benefí cios pri vados para os i ndi víduos que o f requentam e obt êm um grau s uperior (financei ros – s alár i os mai s altos, mai s oport uni dades de tr abalho, mais capacidade de poupança, maior mobilidade no emprego; não financeiros – enri queciment o educacional, melhores condições de t rabalho, maior status pess oal, maior sati sfação laboral, melhor saúde, mai or capacidade de gestão fi nanceira, mai or praz er e desenvolvi mento pess oal ).

Se por um lado, o “b em/serviço totalmente privado” é “qualquer bem/ servi ço de uso indivi dual, utiliz ável, em cada mom ento, por um único

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