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Evasão dos estudantes do curso de licenciatura em Educação Física da UFBA: período entre 2011 e 2016.

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VAGNER BARBOSA DOS SANTOS

EVASÃO DOS ESTUDANTES DO CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA DA UFBA: PERÍODO ENTRE 2011 E 2016

Orientador: Prof. Dr. Romilson Augusto dos Santos

SALVADOR - BA 2017.2

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VAGNER BARBOSA DOS SANTOS

EVASÃO DOS ESTUDANTES DO CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA DA UFBA: PERÍODO ENTRE 2011 E 2016

Orientador: Prof. Dr. Romilson Augusto dos Santos

SALVADOR - BA 2017.2

Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura em Educação Física da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciado em Educação Física.

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VAGNER BARBOSA DOS SANTOS

EVASÃO DOS ESTUDANTES DO CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA DA UFBA: PERÍODO DE 2011 A 2016.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Romilson Augusto dos Santos Orientador

Prof. Cristiano Vieira Santana Professor

Profª Drª Regina Sandra Marchesi Professora

_________________________________________ Joaquim Mauricio Cedraz Nery

Professor

SALVADOR 2017.2

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Licenciatura em Educação Física da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciado em Educação Física.

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Dedico este trabalho a todos os que me ampararam quando necessário, em especial ao meu pais Francisco Barbosa e minha mãe Maria Célia Chagas. Ao professor Dr. Romilson Augusto. Aos amigos que contribuíram direta ou indiretamente neste trabalho e na vida acadêmica, em especial aos amigos irmãos que conheci no reingresso em 2014. E a todos os alunos evadidos do Curso de Licenciatura em Educação Física da UFBA, aos que pretendem voltar um dia e aos ficaram pelo caminho definitivamente. Que este trabalho seja uma representação da melhor forma de aplicar um pouco dos conhecimentos adquiridos dentro da universidade, na construção de uma sociedade melhor, mais unida e mais justa.

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Agradecimentos

Agradeço em primeiro lugar á aquele que permite que todas as coisas se concretizem, nosso único e verdadeiro Deus. Em segundo lugar, agradeço a todas as pessoas que diretamente ou indiretamente, contribuíram para a construção dos meus valores enquanto ser humano: meus pais, os professores do passado e todos os que compartilharam um pouco do que sabem comigo e com os meus amigos nesta vida acadêmica. Não posso deixar de agradecer a compreensão de pessoas incríveis, quando minha presença não foi possível e quando minha preocupação parecia se voltar exclusivamente para este trabalho. Obrigado Elisiane, minha querida esposa. Obrigado Mãe e Pai. Agradeço aos amigos Jônatas, Lucas, Anderson, Cis e Nelson, pela dedicação que tiveram na tarefa de fazer qualquer coisa para não falarmos da universidade fora do horário das aulas. Aos amigos da Chapa 2, que fez história no diretório acadêmico ao quebrar uma hegemonia nociva e sinalizar que novos tempos virão. Aproveito para parabenizar aos Professores Romilson Santos, Fernando Reis e Antônio Bahia, pelo admirável respeito e pela conduta responsável e profissional que possuem no seu cotidiano. Por fim e não menos importante, os demais professores na graduação, que de alguma forma me ajudaram a crescer, fazendo com que tudo culminasse neste momento. Muito obrigado.

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“ Devemos convir que não há coisa mais difícil de se fazer, mais duvidosa de se alcançar, ou mais perigosa de se manejar do que ser o introdutor de uma nova ordem, porque quem o é, tem por inimigos todos aqueles que se beneficiam com a antiga ordem, e como tímidos defensores todos aqueles a quem as novas instituições beneficiariam”.

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RESUMO

Dados coletados no Colegiado da faculdade de educação mostram um alto índice de evasão no Curso de Licenciatura em Educação Física da Universidade Fede- ral da Bahia, dando origem ao problema identificado como objeto de pesquisa deste trabalho. O objetivo central desta investigação busca conhecer os fatores cruciais que interferem na continuidade da formação acadêmica dos discentes. As dificuldades de mapeamento, quantificação e comparabilidade de dados relativos ao tema, considerando as diversas unidades de coleta possíveis para análise e o uso de metodologias distintas de investigação, são fatores que escondem a dimensão do problema, associado com a frequente dissonância existente entre o ponto de vista institucional e a compreensão do estudante acerca do fenômeno. O abandono dos estudos no ensino superior pode significar uma necessidade de redirecionamento do trabalho de gestores e professores, independente das circunstâncias diversas que podem vir a impactar a vida acadêmica do estudante. Os estudos relativos ao abandono dos estudos mais destacados trazem pesquisas realizadas a partir do exame de aspectos sócio demográficos dos estudantes evadidos, fomentado pelo uso de teorias preditivas. Em geral, se propõe medição e avaliação da probabilidade da ocorrência da evasão, com refinamento estatístico e sem a escuta da razão apresentada como motivo para o abandono pelos sujeitos envolvidos. O estudo mostra que a evasão dos estudantes no curso de licenciatura em Educação Física da UFBA, é em grande parte causada pela desinformação acerca do conteúdo do mesmo, antes de ingressar na universidade.

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ABSTRACT

Data collected at the Colegiado da Faculdade de Educação shown a high rate of evasion in the Physical Education graduation of Universidade Federal da Bahia, giving rise to the problem identified as the object of research of this work. The main purpose of this research is to know the crucial factors that intervene in the continuity of the students’ graduation. The difficulties of mapping, quantification and comparability of data related to the theme, considering several collection units for analysis and use of different research methodologies, are factors that hide the dimension of the problem, with the frequent dissonance between the institutional and the student’s understanding of the phenomenon. The waiving of studies in higher education could mean a need to redirect the work of managers and teachers, regardless of the diverse circumstances that may impact the academic life of the student. The studies related to the waiving of the most outstanding studies bring research based on the examination of the socio- demographic aspects of the evaded students, fomented by the use of predictive theories. In general, it is proposed to measure and evaluate the probability of occurrence of evasion, with statistical refinement and without listening to the reason presented as a reason for abandonment by the subjects involved.

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Lista de abreviaturas e siglas CFE: Conselho Federal de Educação

CNE/CES: Câmara de Educação Superior e do Conselho Nacional de Educação CR: Coeficiente de Rendimento

CREF: Conselho Regional de Educação Física ENEM: Exame Nacional do Ensino Médio IES: Instituições de Ensino Superior

INEP: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anisio Teixeira MEC: Ministério da Educação

PROAE: Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil UFBA: Universidade Federal da Bahia

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Sumário

1.Introdução ... 13

2. Fundamentação Teórica ... 18

2.1 Ensino Universitário ... 18

2.2 Evasão no ensino universitário ... 21

2.3 O curso de Educação Física da UFBA ... 26

3. Resultados e Discussões ... 30

4. Considerações finais ... 36

5. Referências Bibliográficas ... 38

APÊNDICES ... 40

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1.Introdução

A Universidade Federal da Bahia (UFBA) é uma instituição de ensino superior pública federal, fundada em 18 de fevereiro de 1808 na cidade de Salvador. É uma das maiores instituições universitárias do Estado da Bahia, detentora do primeiro curso universitário do Brasil e tem como função produzir, sistematizar e socializar o saber. Ampliando e aprofundando a formação do ser humano para o exercício profissional, a reflexão crítica, a solidariedade nacional e internacional, na perspectiva da construção de uma sociedade justa e democrática e na defesa da qualidade da vida.

Assim, é neste contexto de ensino universitário que esta pesquisa investigou quais determinantes ocasionam a evasão dos estudantes de licenciatura em Educação Física da UFBA, tendo em vista que os problemas enfrentados pelos estudantes dentro e fora da universidade interferem diretamente em sua permanência acadêmica.

A necessidade deste estudo nasceu de algumas inquietações, em sua grande maioria, apresentadas durante as aulas teóricas do curso, e que foram se manifestando durante o cotidiano de sala de aula dentro destes quatro anos de estudos dentro do curso de Licenciatura em Educação Física.

Muitos problemas vivenciados pelos discentes não são apenas fatores que ocorrem ocasionalmente, são situações que são impostas omitindo o poder de escolha. São estes determinantes que devem ser amenizados ou corrigidos, mediante estratégias e ações da própria instituição, dos docentes e também do próprio estudante. Isso pode contribuir para a sua permanência, que na ausência de obstáculos permite com que o estudante se envolva com sua formação, desfrutando da educação que a Universidade lhe oferece. Enfim, no contexto brasileiro, concluir um curso superior torna-se importante para que se amenize as dificuldades impostas pelo mercado de trabalho.

Considerando-se estes elementos introdutórios, este trabalho tem como problema de pesquisa a seguinte questão orientadora: Quais são os motivos da evasão do Curso de Licenciatura em Educação Física da UFBA?

Como objetivo geral, busca-se conhecer as determinantes que interferem na continuidade da formação acadêmica dos estudantes de

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14 licenciatura em Ed. Física da UFBA.

Como objetivo específico, busca-se identificar quais são as maiores dificuldades vivenciadas pelos estudantes de Licenciatura em Educação Física da UFBA durante a formação acadêmica, relacionando-as com os casos de evasão identificados dentro do período estudado.

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justifica-se por

-se a um problema que não ocorre somente no curso de Educação Física desta Instituição, mas também em diversos cursos do ensino superior brasileiro. Alguns cursos de graduação da UFBA apresentam índices de evasão alarmantes, principalmente os cursos de licenciaturas, refletindo algumas deficiências do sistema educacional brasileiro. A evasão acadêmica é um problema atual que aumenta gradativamente, tornando-se um objeto de estudo que desencadeia inúmeras pesquisas com o objetivo de compreender e solucionar este fenômeno. É, na realidade, um dos maiores problemas que afetam os cursos de graduação. Desse modo, a insatisfação dos estudantes com sua graduação, resultando na evasão, deve ser uma preocupação permanente dos pesquisadores e administradores universitários.

Há algumas pesquisas sobre evasão universitária, baseadas fortemente em dados quantitativos, que são essenciais para se obter um diagnóstico preliminar, mas não trazem reflexões detalhadas construídas com os sujeitos das pesquisas. Portanto, visando dar uma pequena contribuição para superar esse limite, a investigação feita neste estudo se apropriou de dados numéricos sobre a evasão do Curso de Licenciatura em Educação Física coletados no colegiado da faculdade de educação da universidade federal da Bahia, nos relatos dos estudantes evadidos que participaram da pesquisa mediante a resposta a um questionário estruturado e com o auxílio da literatura para aprofundar e investigar as particularidades deste tema. Estes dados vão possibilitar reflexões sob diferentes pontos de vistas sobre as dificuldades enfrentadas pelo estudante no decorrer da graduação, visando servir de subsídio para a elaboração de propostas de intervenções nesta

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16 problemática. Nesse sentido, este estudo contribui diretamente com os graduandos que atualmente se encontram perdidos em uma via sem saída, na qual não podem atuar profissionalmente, nem mesmo conseguem manter-se estudando devido às dificuldades. São frustrações concretas que acabam por desenvolver outros problemas pessoais, que se agravam com o tempo e minimizam radicalmente as chances do estudante finalizar a graduação e se tornar um professor de Educação Física. No caso da UFBA em específico, concluir a graduação vai além de um título pessoal, é um investimento público na formação de um cidadão que futuramente poderá atuar como professor em uma escola pública. Por isso a importância de concluir a formação em um ambiente que potencialize o aprendizado durante a trajetória acadêmica, tornando-o um bom professor que, satisfeito com sua conquista pessoal, poderá dar um retorno ao investimento feito pela sociedade.

Enquanto pesquisador e levando em conta que também sou um estudante do curso em questão ao qual investigamos, é importante destacar que ao refletir sobre minha trajetória acadêmica, me vi inserido dentro de várias situações apontadas pelos estudantes que evadiram do curso, situações que me prejudicaram e que classifico como situações problema vivenciadas dentro e fora do curso, a partir de algumas dificuldades: dificuldades no deslocamento para a universidade e entre os campus; problemas pessoais e a falta de comprometimento com os estudos devido ao fator motivacional; dificuldades na relação professor x aluno; ingerências por parte de professores. A atenção com esses determinantes que interferiram na minha graduação e que também interferem na trajetória acadêmica de muitos colegas do curso, fez despertar o interesse por este objeto de estudo com o intuito de refletir e aprofundar sobre este fenômeno, tendo como decorrência possíveis contribuições.

O presente trabalho foi elaborado como uma pesquisa descritiva. Procurando observar os fatos, registrando-os e analisando-os, fazendo uma interpretação coerente e que não interfira no seu contexto principal, não sendo manipulados, portanto pelo pesquisador.

Sobre os procedimentos de coleta, o trabalho se classifica como estudo de caso, já que se trata de uma pesquisa em uma universidade, através da qual se busca informações mais detalhadas sobre o objeto de

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17 estudo. Segundo Ribas e Fonseca (2008) as fases de uma pesquisa de campo requerem uma revisão bibliográfica. É através desta revisão que o pesquisador vai nortear o seu trabalho e auxiliar no plano geral do mesmo.

A pesquisa traz um caráter qualitativo, que segundo Campos (2008) é

baseada em dados coletados em interações sociais, sendo analisadas de acordo com o significado que o pesquisador atribui ao fato. O presente trabalho tem esse caráter por um único motivo: a análise será feita baseada na compreensão do pesquisador de que o objeto de estudo é muito mais rico e amplo do que qualquer pensamento possa descrever.

Os participantes desta pesquisa foram estudantes de Licenciatura

Educação Física da UFBA, evadidos entre os anos de 2011 e 2016, por motivos diversos. Devido à dificuldade em contatar os alunos, lancei mão de fazer a conversa preliminar através de redes sociais (Facebook e Instagram). Optei por fazer um questionário enviado por e-mail, Facebook e Instagram para 25 alunos evadidos, o qual apenas 8 responderam, um percentual de apoximadamente 32%. Segundo Macedo (2000), o objetivo de uma entrevista é:

[. . . ] apreender os sentido e significados e na compreensão das realida- des humanas, na medida em que toma como uma premissa irremediável que o real é sempre resultante de uma conceituação; o mundo é aquilo que pode ser dito, é um conjunto ordenado de tudo que tem nome, e as coisas existem através de denominações que lhe são emprestadas.

Dito isto e como o número de entrevistas respondidas foi abaixo do esperado, optei por me utilizar de um grupo focal, já que o mesmo é uma fonte de dados importante, trazendo à tona diversos aspectos acerca do objeto de estudo, independente de contradições, paradoxos ou até mesmo sentimentos negativos pelo objeto a ser estudado. Pude conversar com todos os alunos que responderam o questionário de forma virtual, devido à dificuldade em conciliar um horário onde todos pudessem se encontrar e fiquei convencido de que esse

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18 procedimento de coleta era o adequado para dar continuidade ao trabalho.

O processo de análise dos dados foi feito seguindo os preceitos de Gil que explica que o processo de análise é á interpretação dos dados coletados ou produzi- dos, que consiste em “estabelecer a ligação entre os resultados obtidos com outros já conhecidos, quer sejam derivados de teorias, quer sejam de estudos realizados anteriormente”.

2. Fundamentação Teórica

Neste capítulo serão abordados os conceitos que darão suporte ao desenvolvimento deste estudo.

2.1 Ensino Universitário

O desejo de ingressar em uma universidade é compartilhado por muitas pessoas de diferentes faixas etárias, que buscam na conclusão do Ensino Superior a realização de sonhos e oportunidades para mudar de vida. No entanto, o elevado custo para se manter em uma Instituição de Ensino Superior particular inviabiliza o ingresso, restando apenas a universidade pública como opção do cidadão. Entretanto, as universidades públicas não possuem estrutura física e financeira para comportar a todos, por isso os inscritos são submetidos a um processo de seleção que a cada dia se torna mais competitivo e excludente, mediante concorrência nos vestibulares. É em virtude dessa forte concorrência do vestibular e da fragilidade do ensino em inúmeras escolas públicas, que muitos pais acabam matriculando seus filhos em escolas particulares e cursinhos pré-vestibulares, com o intuito de prepará-los para enfrentar esta barreira. Este investi- mento, acompanhado do sentimento de obrigação para entrar em uma universidade pública e conceituada, ocasiona uma explosão de sentimentos e pensamentos no indivíduo, que cria expectativas e incertezas sobre o ingresso. De forma semelhante, isso ocorre com pessoas que não possuem condições financeiras para investir em sua instrução, mas que enxergam no estudo a única chance de poder ascender social e financeiramente. De fato, é comum haver famílias que, mesmo em condições de vida precárias, dão um jeito de arcar com as despesas do processo de seleção e depositam no filho a esperança de que

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19 ele consiga ingressar no ensino superior e, assim, possa mudar a realidade em que vivem.

Há quem passe diariamente por pesadas jornadas de trabalho e em seguida passe longas horas estudando em cursos preparatórios, investindo toda sua dedicação e força de vontade na tão sonhada vaga. De acordo com Zago (2006, p. 233), em seu estudo “Do acesso à permanência no ensino superior: percursos de estudantes universitários de camadas populares”, o êxito se configura como uma conquista merecida por estas pessoas.

Considerando toda a dificuldade ultrapassada por esses estudantes, o acesso à universidade representa “uma vitória”, expressão recorrente nas entrevistas. Como disse Luciano, 32 anos, ex-pedreiro, estudante de ciências da computação: “Para mim é uma vitória, de onde eu saí, do chão onde eu andei, tudo o que eu fiz para chegar até aqui, eu me sinto vitorioso”.

As exigências de formação educacional para concorrer a uma vaga de trabalho desencadeiam uma preocupação excessiva com a escolha da carreira profissional e as necessidades atuais do mundo do trabalho. São fatores que interferem na escolha do curso e preocupam os envolvidos, que muitas vezes recorrem a orientações vocacionais objetivando realizar a escolha correta.

O aluno chega à universidade com intenções, objetivos e compromissos institucionais pré-definidos, que variam em função das características demográficas. Com o tempo, o aluno passa por uma série de interações com o ambiente acadêmico e social da instituição educacional, o que lhe permite, assim, redefinir suas intenções e seus compromissos, o que, em última instância, leva-o a persistir ou a evadir-se. (WAGNER BANDEIRA ANDRIOLA; CRISTIANY GOMES ANDRIOLA; CRISTIANE PASCOAL MOURA, 2006a), p. 366-367).

De acordo com a Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil da UFBA (PROAE), situações enfrentadas pelos estudantes no âmbito acadêmico ou não, podem comprometer sua permanência na universidade ou até mesmo seu desempenho acadêmico. Essa equipe de profissionais da Universidade alega que muitas situações de sofrimento influenciam diretamente na qualidade da trajetória acadêmica dos estudantes, por isso desenvolvem ações e projetos com o intuito de promover o

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bem-20 estar dos estudantes de graduação que necessitam de apoio psicológico ou auxílio financeiro. Ainda seguindo este raciocínio, as baixas remunerações das bolsas de incentivo ao estudo na área da Educação Física são determinantes sociais que forçam os acadêmicos a procurar outro suporte financeiro, tendo em vista que normas institucionais impedem que eles consigam vincular-se a uma bolsa de estudos caso possuam um baixo coeficiente de rendimento (CR). Esta realidade é observada por Pereira (2003) “que identificou dificuldades financeiras como um dos principais fatores externos ou inerentes ao estudante como causadores de evasão, sinalizando a condição socioeconômica do aluno. ”.

Gaioso (2005) evidencia que tanto sob a ótica dos estudantes quanto da instituição, os problemas financeiros interferem diretamente na decisão dos acadêmicos sobre evadir da instituição. Quando não se possui estrutura familiar que possa cobrir ou arcar com parte do seu custo de vida, eles são obrigados a recorrer a empregos de baixa remuneração para subsistir. Outras dificuldades, tais como o tempo percorrido da residência até a universidade em meio ao trânsito constantemente congestionado; a sobrecarga de atividades extracurriculares exigida aos acadêmicos durante sua formação; os problemas de origem social e pessoal, tendem a elevar o estresse, contribuindo também para o seu afastamento. Molina (1996) afirma que qualquer situação de tensão aguda ou crônica produz uma mudança no comportamento físico e no estado emocional do indivíduo e se manifestam de forma desigual, pois o agente causador do estresse pode agir com intensidades diferentes em cada pessoa. Conforme o estudo realizado por Monteiro, Freitas e Pereira (2007), observou-se que o estresobservou-se ocasiona efeitos negativos no deobservou-senvolvimento das atividades realizadas pelos estudantes, como é evidenciado nos relatos dos acadêmicos: “Em suas falas, muitos alunos expuseram que a repercussão das situações estressoras conduz a problemas de ordem motivacional em relação às atividades desempenhadas durante o curso”.

Em se tratando de motivação, o professor tem um papel muito importante em sala de aula, pois “dentre as causas da desmotivação, o planejamento e o desenvolvimento das aulas realizadas pelo professor constituem fatores determinantes” (MORAES; VARELA, 2007). Deste modo, as condições

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21 motivadoras para despertar o interesse do estudante não dependem somente da metodologia e da condução do conteúdo, “o contexto de ensino-aprendizagem é influenciado por muitos fatores, onde se destacam fatores afetivos vigentes na relação professor-aluno” (OLIVEIRA FILHO, 2017).

Cabe, portanto, destacar que a motivação do acadêmico pode estar diretamente ligada às estratégias metodológicas do docente, interferindo na qualidade das aulas. Pois,

“[. . . ] o professor que leva a sério o que faz, associando sua compe- tência técnica ao compromisso de ensinar, que desperta a criatividade e conduz pedagogicamente os discentes à reflexão, certamente não terá estudantes desinteressados ou desanimados [. . . ]” (ALMEIDA; CALDURO, 2007,).

O professor, todavia, não deve carregar a responsabilidade sobre a permanência do estudante, para tanto deve saber que possui um papel muito importante na construção de uma relação de confiança e afetividade, e que pode contribuir positivamente neste momento em que o acadêmico tende a deixar a faculdade.

Se a decisão final tomada pelo aluno for sua saída da instituição, esta será respeitada, considerando a viabilidade do exercício de sua autono- mia, mesmo que essa decisão caminhe em direção contrária ao que a instituição pudesse desejar; [. . . ] (AGUIAR; ANJOS; SALLES, 2011, p 107).

É opção do aluno decidir sobre sua permanência ou evasão da instituição, entretanto o mesmo não deve encontrar-se em uma situação de estresse ou pressão externa, pois influenciará diretamente em sua decisão de evadir-se.

2.2 Evasão no ensino universitário

O estudo da evasão no ensino superior brasileiro, não possui ainda muita bibliografia disponível para colaborar com as pesquisas científicas, principalmente no que diz respeito a livros escritos. O conceito de evasão é muito discutido e assume diferentes teorias sobre sua definição. Há quem conceitue o fenômeno como toda e qualquer forma de saída do estudante do curso que não tenha sido pela diplomação, outros entendem por evasão, o rompimento no ciclo de estudos, inclusive antes de concluir o curso.

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Entende-22 se, pelos conceitos mencionados, que a evasão escolar é uma interrupção no processo de formação do acadêmico, impossibilitando-o de concluir o curso. Neste estudo assume-se que a evasão ocorre quando há o desligamento do sujeito com a universidade nas seguintes ocasiões, tais como: abandono (desiste da faculdade deixando de matricular-se), desistência (oficializou sua exclusão dando baixa na coordenadoria do curso), trancamento (afastamento temporário) e jubilado (exclusão por norma institucional). A evasão nas Instituições de ensino superior é um problema atual que impacta instituições de caráter público e particular. É preciso que estas universidades coloquem a atenção sobre as necessidades do acadêmico, de modo a identificar e minimizar os motivos que podem levá-lo ao abandono, seja por problemas de ordem pessoal, curricular, econômica, institucional ou profissional.

Em seu estudo, Veloso (2000) sustenta que:

A evasão de estudantes é um fenômeno complexo, comum às institui- ções universitárias no mundo contemporâneo. Nos últimos anos, esse tema tem sido objeto de alguns estudos e análises, especialmente nos países do primeiro mundo, e têm demonstrado não só a universalidade do fenômeno como [também] a relativa homogeneidade de seu compor- tamento em determinadas áreas do saber, apesar das diferenças entre as instituições de ensino e das peculiaridades socioeconômico culturais de cada país.

Lima e Machado (2014, p 121) ressaltam que:

Avaliar o fenômeno da evasão apenas pela perspectiva financeira do estudante é desconsiderar outros inúmeros fatores que contribuem de forma sistemática para a emergência deste problema. Deixar de lado fatores como a integração entre estudante e comunidade escolar, falta de conhecimento sobre a carreira escolhida, falta de embasamento teórico, dificuldade de aprendizagem, excesso de trabalho, conflitos familiares, pode mascarar o que de fato tem contribuído para a evasão discente na educação superior.

Dito isto, fica claro que a evasão dos discentes está relacionada com um conjunto de determinantes que atuam diretamente sobre o indivíduo, fazendo com que ele reflita sobre sua permanência tendo em vista suas dificuldades para se manter estudando.

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23 No decorrer dos anos, as instituições de Ensino Superior vêm enfrentando este fenômeno de forma cada vez mais frequente. No caso da UFBA, o desvinculamento do aluno da instituição sem que o mesmo tenha terminado o curso, se dá por diversas razões. Segundo Lobo (2011), para justificar o crescimento recente da importância dada ao tema da Evasão pelos gestores das Instituições de Ensino Superior, em especial pelos mantenedores das instituições privadas, e mesmo das associações e dos órgãos de governo ligados ao setor de Educação Superior, é preciso ter em mente a evolução e o cenário do ensino superior brasileiro. Uma das maiores dúvidas advindas da grande quantidade de alunos que se desvinculam de uma universidade pública gira em torno de vários fatos que ocorrem durante toda a trajetória do curso, muitos obstáculos surgem dificultando em grau variável a trajetória do aluno, e por vezes acabam interferindo na continuidade do processo, ocasionando o desligamento da instituição ou do curso, a evasão do aluno do processo educacional.

Segundo Amaral(2008), fatores externos e internos podem interferir na oscilação das taxas de evasão, a exemplo dos socioculturais e econômicos (mercado de trabalho, reconhecimento social da carreira, desvalorização da profissão, dificuldades financeiras do estudante), bem como, aqueles relacionados ao próprio estudante (habilidades de estudo, formação escolar anterior, escolha da profissão, adaptação à vida universitária, desmotivação com o curso, descoberta de novos interesses) e ao Curso e à Instituição como currículos desatualizados, falta de clareza sobre o projeto pedagógico, falta de formação pedagógica ou desinteresse do docente, falta ou pequeno número de programas como iniciação científica, monitorias, critérios impróprios para avaliação do desempenho discente, desvalorização da docência na graduação, estrutura de apoio ao ensino insuficiente, dentre outros. No Brasil, as pesquisas sobre a evasão se tornaram mais frequentes a partir de 1995, quando foi constituída a Comissão Especial de Estudos sobre Evasão, através de Portaria SESU/MEC, com o objetivo de desenvolver estudos, sobre o desempenho das Instituições Federais de Ensino Superior. Desde então, foram realizados estudos independentes acerca desta temática em algumas instituições de Ensino Superior. O Plano de

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24 Reestruturação e Expansão das Universidades Federais - REUNI instituído pelo Governo Federal através do decreto Nº. 6.096, de 24 de abril de 2007 tem como meta global a elevação da taxa de conclusão média dos cursos de graduação presenciais para 90% e por diretriz, entre outras coisas, a redução das taxas de evasão, ocupação de vagas ociosas e aumento de vagas de ingresso. A evasão é um dos maiores e mais preocupantes desafios do Sistema Educacional, pois é fator de desequilíbrio, desarmonia e desajustes dos objetivos educacionais pretendidos que é o de formar o aluno para entrar no mercado de trabalho. Segundo Silva (2001), para combater a evasão é necessário que a Instituição de Ensino seja parceira do estudante. Se o estudante encontra uma Instituição Superior voltada para formar profissionais qualificados, certamente permanecerá até o final para deter o conhecimento que lhe é oferecido. Segundo dados obtidos do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, no ano de 2008 existiam no Brasil 183 universidades, das quais 97 são públicas e 86 privadas. Existiam ainda 124 centros universitários (quase todos privados) e 1911 Faculdades (também quase todas privadas). Nesse mesmo ano ingressaram nas universidades um total 910.537 estudantes, dos quais 67% nas universidades privadas e 33% nas públicas. O índice mais adequado para avaliar uma universidade é a sua taxa de evasão, quanto menor, mais diplomados estão sendo colocados à disposição da sociedade. Obviamente a evasão não é o único fator responsável por isso, pois o tema da avaliação do ensino superior é complexo, tanto na teoria como na prática. Porém é uma taxa importante para a sinalização de que algo possa estar indo mal, sem que seja garantia de que tudo está bem, quando ela for baixa.

De acordo com Lobo (2011), se um curso é considerado um sucesso (na opinião dos seus membros e de muitos gestores) quando preenche as suas vagas iniciais e, apesar de perder metade de seus alunos ao longo dos dois primeiros anos, porque recebe de volta a mesma metade por transferência com alunos vindos de instituições mais fracas, o curso estaria dentro das expectativas financeiras da IES. Será que realmente esse curso pode ser considerado um sucesso? O índice de evasão escolar é apurado e acompanhado como indicador de desempenho em muitas instituições de

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25 ensino. Verifica-se, nesse contexto, um pressuposto amplamente disseminado na análise do índice, de que a evasão é simplesmente ruim e que deve, portanto, ser reduzida ao máximo. Nessa linha de raciocínio, a evasão costuma ser vista como fator relevante do insucesso institucional quando o índice de evasão se eleva ou fica acima da média de outras instituições ou de metas com as quais é feita a comparação.

Segundo Lobo (2012), por não sabermos se e quando um aluno que abandonou seu curso e sua IES (seja por trancamento, ou simples desistência) vai ou não retornar e em qual período, não podemos deixar de estudar o problema e medi-lo. O estudante aplica a teoria da troca para determinar sua integração acadêmica e social. Se ele perceber que os benefícios que recebe são maiores do que os custos, ele permanece. Caso contrário, ele se vai. Assim, para ele, quem tem políticas e desenvolve estudos e ações para ajudar na aprendizagem e integração do aluno está, ao mesmo tempo, combatendo a Evasão. Um programa bem sucedido de educação é o segredo para um programa bem sucedido de retenção. É preciso dar ênfase à construção de um apoio social e educacional da comunidade que envolva os estudantes nas ações de aprender“. Bandeira, et,al (2006) observa as perdas na perspectiva do aluno, da instituição e da sociedade, gerando danos no contexto social e acadêmico. Para Baggi (2010) e Bruns (1985), quando o aluno não se diploma, traz diversos sentimentos à tona, como a desmotivação, o medo do futuro, a insegurança, a frustração, o conformismo, a passividade e o sentimento de fracasso intitulado de abalo emocional, que se revertera em sentimento de incapacidade intelectual para concluir qualquer curso. Bruns (1985) sintetiza que a evasão ocasiona dificuldades profissionais e de auto realização para os evadidos.

Em 2015 foi realizado o censo da Educação Superior, que traçou um perfil dos estudantes ao longo da graduação, considerando as taxas de permanência, conclusão e desistência . Este ano foi escolhido por mim para fazer menção a este dado, por ter sido um ano após o meu ingresso na graduação, via ENEM. Os dados relativos ao mencionado ano divulgados pelo INEP, revelam um acentuado crescimento na taxa de evasão dos estudantes, na avaliação da trajetória dos alunos entre 2010 e 2014. Em

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26 2010, 11,4% dos alunos abandonaram o curso para o qual foram aprovados. Em 2014, esse número chegou a 49%. De acordo com o censo, 8.033.574 alunos estão matriculados no ensino superior. O número supera a estatística de 2014 em 2,5%, quando havia 7.839.765 matriculados. São ofertados 33 mil cursos de graduação em 2.364 instituições de ensino superior. Um dado preocupante mostra grande ociosidade no sistema. O Censo aponta que das 6,1 milhões de novas vagas em instituições públicas e privadas de ensino superior, somente 42,1% estão preenchidas e 13,5% das vagas remanescentes foram ocupadas. “A falta de interesse em ocupar as vagas amplamente oferecidas, tanto na rede pública quanto na particular, deve-se ao fato de o jovem não identificar, na sua vontade, uma perspectiva desdeve-se ou aquele curso. É preciso haver uma melhor integração entre a educação básica e o ensino médio, para ampliar as oportunidades de acesso à educação superior. As vagas que tem sobrado indicam um sistema ineficaz, que não atende plenamente aos anseios de quem quer ingressar na universidade, tampouco se esforça para manter os que já conseguiram o acesso ao nível superior.

2.3 O curso de Educação Física da UFBA

A Universidade Federal da Bahia oferece atualmente a habilitação em Licenciatura em Educação Física. O currículo atual entrou em vigor a partir de 2011, quando ocorreu a reforma curricular do curso de Licenciatura em Educação Física.

O curso de licenciatura em Educação Física da UFBA foi criado numa conjuntura histórico-política favorável a demandas teóricas críticas da área de educação, ressalto por isto que, durante o processo histórico de formação acadêmica do curso, houve um grande embate teórico entre membros do corpo docente acerca do perfil pretendido para o profissional de Educação Física. De um lado, uma parte que defendia um modelo de formação nos moldes do currículo mínimo. De outro, uma parte que reclamava, na perspectiva das teorias críticas da educação, uma nova orientação para a ação pedagógica do professor de Educação Física.

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27 Na década de 80 foram criados os cursos de licenciatura em Educação Física da UFBA, de algumas universidades estaduais e particulares no estado da Bahia erguidos na perspectiva do Parecer MEC/CFE 215/87 e da Resolução MEC/CFE 03/87, que trouxeram valores da reabertura democrática do país. Este panorama é completado com a autorização para funcionamento de cinco novos cursos já sob a regulamentação das Resoluções CNE/CP 01 e 02/02 e do Parecer CNE/CES 058/04, que apresentavam o que havia de mais atual em termos de normatização legal na área de Educação Física. Dito isto, dentro deste contexto de mais de 30 anos de formação em Educação Física na Bahia, o curso de Licenciatura em Educação Física da UFBA apresentou a primeira possibilidade metodológica diferente das demais, quando iniciou suas atividades em 1988. O curso da UFBA trouxe em sua raiz a primeira grande reviravolta dentro da área na Bahia, visto que fora todo construído a partir de uma base legal diferente do curso da Universidade Católica, que até então era único na Bahia.

O curso da UFBA apresentou-se pioneiro naquele momento, levando em conta que incorporou em sua base epistemológica os argumentos da Carta de Belo Horizonte, documento matriz do debate de área, desenvolvido pelo movimento Nacional sobre Formação do Educador, do II Congresso Brasileiro de Esporte para Todos (CBEPT), realizado em Belo Horizonte em 1984, coordenado pela Federação Brasileira das Associações de Professores de Educação Física (FBAPEF), e da Resolução 03/87 do Ministério da Educação (MEC), novo marco regulatório da formação profissional em Educação Física. No caso específico do professor de Educação Física, esse processo gerou um embate na área que pressionou a lógica da formação profissional, quando buscou ir além do conceito de treinamento ou exercício físico ligado à estrutura biológica do homem para um conceito de educação que contribui para o desenvolvimento integral do indivíduo. Assim, o caráter inovador de debate da temática foi determinante na elaboração do currículo da UFBA, dando, inclusive, uma maior atenção à formação do licenciado. Mendes (2004, p. 04) atesta “uma preocupação maior com o curso de licenciatura na Resolução 03/87 em relação à Resolução 69/69, sendo um ponto de am- pliação no discurso da área exposto nos documentos”. Tojal (2004, p.01) complementa

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28 esse avanço ao afirmar que “. . . o advento da Resolução MEC/CFE 03/87, passou a proporcionar a liberdade para que as IES organizassem seus próprios projetos peda- gógicos, quebrando assim com a prática da definição e estabelecimento de currículo mínimo para cada profissão”. Ainda nesta perspectiva, Espirito Santo (2004) confirma:

Quase vinte anos depois do segundo currículo oficial, com a implementa- ção da Resolução nº 03, de 16 de junho de 1987, do CFE, vivenciou-se na Educação Física uma relação pioneira de formação universitária, pois foi conferida às Instituições Superiores de Educação Física (ISEF) total autonomia na composição curricular para a formação própria de um perfil profissional, a partir do momento em que se reinterpretou o previsto na Reforma Universitária de 1968.

Esse panorama foi chamado por alguns de crítico para a Educação física e acabou fazendo com que a UFBA tivesse uma importância extrema no cenário da formação profissional na Bahia, que era formar professores licenciados dentro da perspectiva do que na época, se acreditava ser um avanço pedagógico.

Atualmente o curso é centrado em dois locais. No Centro de Educação Física e Esportes, localizado em Ondina, onde se realizam as atividades práticas norteadas pelas disciplinas relacionadas às modalidades esportivas e às expressões corporais. No prédio de ensino do Canela, dentro da Faculdade de Educação, funciona a oferta das disciplinas relacionadas ao domínio dos conhecimentos didáticos e metodológicos da prática pedagógica, geralmente oferecidas a todos os cursos de licenciatura da UFBA, como essenciais para o processo formativo. encontra-se neste sistema organi- zacional, um leque de disciplinas obrigatórias e optativas oferecidas também em outras unidades como, Instituto de Ciências da Saúde, Escola de Dança, Instituto de Biologia e Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas.

Em 2011 o currículo do curso foi reformulado, com a intenção de tornar o curso mais adequado aos anseios de formação dos estudantes e atender as exigências do mercado de trabalho. O porém é que essa reforma se deu de forma equivocada, fazendo com que o currículo fosse recontruído sob uma matriz filosófica diferente daquela que dá lastro ao curso. Mais importate do que essa lacuna no currículo, é a constatação das inobservâncias jurídicas que

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29 também permeiam o curso de Licenciatura em Educação Física da UFBA. O projeto político e pedagógico do curso diz que o professor de Educação Física formado na UFBA é :

[. . . ] capaz de desempenhar funções de docência na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e Médio, bem como, de planejamento, ges- tão, coordenação pedagógica, assessoramento, pesquisa, inspeção, avaliação em redes escolares, unidades escolares públicas e privadas empresas, programas e projetos e quaisquer outras instituições onde se realizem atividades de ensino-aprendizagem na área da educação física, esporte e lazer (PROJETO politico-pedagógico do curso de licenciatura em educação física, 2011).

Porém, esbarramos na legislação, que aponta o licenciado em Educação Física como detentor da educação básica como seu campo de atuação, enquanto que o bacharel fica livre para atuar nos demais campos da Educação Física. Este currículo foi estruturado em quatro eixos, fundamentos, práxis pedagógica, conhecimento específico e trabalho científico. Esta organização não levou em conta a crise pela qual a Educação Física passava e não surtiu o efeito desejado no tocante ao aumento do numero de estudantes egressos dentro do curso.

No ano de 2013 o então coordenador do curso de Licenciatura Educação Física da UFBA, Prof. Coriolano da Rocha Junior, elaborou um questionário para ser preenchido pelos estudantes ingressantes naquele ano. O questionário continha quatro perguntas diretas sobre a motivação dos alunos em cursar a graduação na UFBA, áreas de interesse e conhecimento pregresso acerca da instituição. Doze questionários foram respondidos e fica muito explícito que a maioria das pessoas que ingressam na UFBA não tem noção do que vão encontrar, no tocante ao conteúdo ministrado, tampouco em relação a estrutura disponibilizada para as aulas práticas. Esse desconhecimento é determinante na escolha do aluno em evadir do curso, já que o mesmo idealiza uma realidade que é totalmente diferente na prática. Prova disso são algumas das respostas mencionadas no questionário aplicado em 2013, no que diz respeito ao que os alunos sabiam a respeito do curso antes de ingressarem:

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30 “Período de quatro anos, formação para licenciatura ou bacharelado, mercado de trabalho bastante amplo e aberto.”

O curso de graduação em Educação Física na UFBA nunca teve bacharelado, apesar de alguns professores adotarem a idéia de formação ampla, que tem campo de atuação permitido em todos os setores onde a Educação Física esteja inserida, o que hoje sabemos não ser verdade, por questões legislativas. Outra fala que chama a atenção é no que diz respeito ás motivações dos alunos em ingressar no curso de Educação Física da UFBA:

Sobre a estrutura, ressalvo que estão sendo feitas melhorias no Centro de Esportes e Educação Física da UFBA, afim de proporcionar um melhor espaço para os alunos e os professores. Uma melhoria pequena, é verdade, mas significativa se levarmos em consideração que há mais de 5 anos não é feita uma intervenção deste tipo no local.

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31

3. Resultados e Discussões

O questionário foi enviado para 25 estudantes que se enquadravam como público alvo desta pesquisa. Destes, apenas 8 responderam o questionário, todos eles tendo abandonado o curso por desistência. Dos 25 estudantes contatados e que receberam os questionários, 17 não deram retorno com as respostas, levando a acreditar que os mesmos talvez não queiram falar sobre esse momento complicado de suas vidas. Como algumas evasões ocorreram há anos, possivelmente os estudantes já seguiram com suas vidas. É provável que por estes e outros motivos, não houve colaboração por parte destes estudantes que evadiram do curso anos atrás.

Os discentes envolvidos nesta pesquisa mostraram uma realidade que ocorre no curso de Educação Física, na qual a escolha pela profissão muitas vezes se dá em virtude do indivíduo ser um atleta, praticar algum esporte ou simplesmente por gostar de atividades físicas. Dos 8 estudantes que responderam ao questionário, 6 afirmaram que escolheram cursar Educação Física dentre outros fatores, por gostar de esportes. Ao meu ver, A educação Física escolar tende a empolgar o estudante justamente pela prática corporal, interferindo fortemente na hora em que o estudante escolhe o seu curso durante o vestibular. Isso fica evidenciado no comentário do estudante A:

Eu sempre gostei de esportes e queria levar isso como uma profissão. Vi na Educação Física a oportunidade de continuar nadando e ainda me qualificar para atuar dentro desta área depois de formado.

Outra razão é a sintonia do curso com suas aspirações pessoais e a atração que as áreas de atuação possibilitam, a princípio. Os 8 estudantes

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32 responderam que entraram na UFBA para cursar educação Física pelo fato do curso ser semelhante a suas aspirações de vida. A realização pessoal ao exercer a função de professor de Educação Física é um motivo que também influencia a escolha dos acadêmicos questionados. O curso de Educação Física é constantemente associado a um trabalho gratificante, pelo fato do sujeito atuar fazendo aquilo que gosta. Foi colocado o quão prazeroso é poder ter um olhar pedagógico diferente com o aprendizado adquirido no curso. A acadêmica C demonstra entusiasmo ao afirmar que pela profissão poderia combater preconceitos e problemas na realidade escolar:

Ingressar na licenciatura em Educação Física e poder utiliza-la para fazer uma tentativa de exclusão de preconceitos que se revelam nor malmente na disciplina, como preconceitos contra gordos, magros, portadores de deficiência, isso me motivou também a começar o curso.

Poder levar saúde para as pessoas por intermédio da profissão, ainda que o sentido seja amplo para compreender enquanto se cursa a graduação, serviu de motivação na hora de escolher o curso para alguns acadêmicos. Dois deles alegaram que complementar a formação foi um fator preponderante na escolha do curso. Um deles cursava nutrição e a outra era estudante de fisioterapia.

A falta de conhecimento entre os cursos de Licenciatura e Bacharelado em Educação Física foi colocada como razão pelos 8 acadêmicos para terem escolhido ingressar na licenciatura. Este fato concretiza-se muito por conta da desinformação que existe no âmbito acadêmico acerca das reais possibilidades de atuação dos professores de Educação Física formados na UFBA. É importante ressaltar que o curso de licenciatura em Educação Física da UFBA permite que o profissional atue apenas dentro da educação básica, estando os seus egressos atuando livremente nos demais campos sob força de uma liminar judicial, que foi derrubada pelo CREF em 2016.

O estudante B permaneceu dois anos dentro do curso, mesmo percebendo durante sua trajetória acadêmica que a licenciatura não era a área que almejava atuar profissionalmente. Segundo Lobo (2012), com o desligamento do graduando ocorrem não somente prejuízos dos recursos

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33 humanos e financeiros, como também a perda de tempo de discentes, docentes, instituição e até mesmo da sociedade. É notório que diversos estudantes do curso de Licenciatura matriculam-se sem ter conhecimento sobre as diferenças dos currículos e das áreas de atuação entre o Bacharelado e a Licenciatura. Para aqueles que se arrependem de ter iniciado a graduação na Licenciatura, não há alternativas fáceis como por exemplo, a oferta de transferências entre os cursos, restando ao aluno manter-se matriculado na área que aparentemente não lhe agrada, fazer novamente o ENEM para tentar se inserir em um curso de bacharelado ou desistir do curso.

O curso atingiu a expectativa de 2 participantes, alguns deles expuseram críticas e sugestões destacando a possibilidade do curso melhorar. É o que alega o estudante F:

De um modo geral, eu gosto do curso. Apenas senti falta da parte prática no início do curso, havia matérias onde ficávamos a manhã inteira discutindo teorias que nem sempre eram pertinentes ao real conteúdo. Acho que seria interessante o contato com as crianças nos primeiros semestres para dar uma base melhor aos alunos.

Três acadêmicos responderam que o curso não atingiu o esperado em relação às propostas de ensino. Estes estudantes escolheram o curso pela afinidade com atividade física, identificação com o curso, por ser uma profissão que desse prazer e por não saber a diferença entre o Bacharelado e a Licenciatura. A frustração por ter uma visão da Educação Física por meio da vivência prática nas escolas e da realidade estabelecida nas propostas de ensino do currículo pode desmotivar os graduandos, iludidos pela falsa impressão que tiveram do curso.

O trabalho associado junto ao estudo é sem dúvida um determinante da evasão que afeta os estudantes que precisam de um suporte financeiro durante seu percurso acadêmico, esta visão é dividida tanto pelos alunos e pelo corpo docente e de gestores da instituição, ainda que não haja a compreensão de todos sobre essa necessidade que a maioria dos alunos tem, que é trabalhar para se manter dentro da universidade. Mesmo sabendo que se trata de uma universidade pública, os jovens acenam com a necessidade de precisar trabalhar para arcar com suas despesas acadêmicas e pessoais. Porém, como nem sempre conseguem conciliar estes compromissos com o restante

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34 das suas obrigações, acabam gerando prejuízos ao seu bem-estar físico e psicológico. É como afirmam o acadêmico H, quando disse ter passado por dificuldades:

Estudar e trabalhar sempre foi muito difícil e eu precisava, senão não teria nem o transporte, conciliar os horários, as tarefas da faculdade me deixavam extremamente cansado. Eu precisava trabalhar, na dividida, acabei abandonando o curso.

O estudante A corrobora com este fato:

Devido ao fato de manter um trabalho associado ao curso, falta de tempo para estudar e participar de atividades extracurriculares. Junte isso ao fato de ter aulas em locais diferentes e em horários apertados. Não dá.

O Curso de Licenciatura em Educação Física na UFBA tem aulas no período matutino e no período vespertino, o que acaba dificultando e reduzindo drasticamente as possibilidades do estudante conseguir um emprego integral com carteira assinada. Muitos destes estudantes são impossibilitados de estudar pela grade curricular do curso, pois em determinados semestres o curso é parcialmente diurno, o que faz com que muitos deles acabem procurando trabalhos informais no período noturno, ou até mesmo atuando em estágios com baixa remuneração em academias de musculação. É evidente que a evasão não ocorre apenas em função das dificuldades financeiras, avaliar superficialmente este fenômeno é desprezar que existem inúmeros determinantes causadores deste problema. De acordo com a estudante I, ela passou por dificuldades em relação a metodologia de alguns professores:

Eu tive dificuldades com professores que não davam aulas. Nós basi- camente ficávamos em sala discutindo política, questões partidárias e a aula não tinha absolutamente nada a ver com o conteúdo do plano semestral. Isso desestimulava bastante e as vezes eu nem levantava da cama quando lembrava que dia da semana era.

A motivação apresenta-se como uma barreira que afeta muitos alunos. Os motivos são variados e diferem entre os acadêmicos responderam o questionário. Em um estudo feito por Monteiro, Freitas e Pereira (2007), os estudantes pesquisados apontaram que a situação de estresse reflete em

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35 257 245 240 295 224 294 231 299 233 223 21 0 0 9 2 0 0 1 1 0 0 24 0 0 1 0 2 0 0 0 0 0 0 2 1 2 94% 96% 98% 100%

ÍNDICE DE EVASÃO DOS ESTUDANTES ENTRE

2011 E 2016

problemas motivacionais, diminuindo a produtividade dentro da universidade. O desinteresse pela área da Licenciatura e a não identificação destes alunos com o curso no decorrer da graduação se tornam pontos determinantes para a ocorrência da evasão. A aluna F expressa esse sentimento em sua resposta:

Sim, me sentia completamente desmotivada por estudar e entender que não desejava aquilo para o meu futuro. Por um período pensei em desistir do curso logo no início, mas acabei empurrando com a barriga achando que no final acalmaria minhas inquietações, além de ter logo um diploma de nível superior.

Alguns alunos desistem do curso no primeiro momento em que percebem a desmotivação em permanecer estudando uma área que não lhes está sendo atrativa. Já outros estudantes compartilham do mesmo sentimento quanto ao curso, mas evitam se desligar da instituição. Sendo levados pelas dúvidas, perduram como estudantes universitários por longos anos em um caminho lento e árduo, onde nem sempre o estudante sai da instituição devidamente graduado. A distância da Universidade até o local onde reside foi pontuado por três pessoas participantes da pesquisa, que apresentaram a distância como o maior impeditivo para se manter estudando na UFBA. Todavia, uma delas mudou-se o estado do Rio de Janeiro e conseguiu ingressar em um curso também de Licenciatura em Educação Física naquele estado. Segundo Aguiar, Anjos e Salles (2011) o abandono pode ser gerado por questões de saúde. É como afirma um dos participantes, que alega ter se evadido do curso devido a lesões. O estudante em questão parou de estudar por conta da dificuldade para deslocar-se lesionado até a UFBA e pelo tempo necessário para recuperar-se da lesão:

Eu me acidentei de moto e as lesões me atrapalharam bastante, na parte de locomoção mesmo. Pegar ônibus de casa até a universidade inviável, por exemplo, por conta das muletas, livros e cadernos. Também imaginava que poderia ser prejudicado nas disciplinas práticas.

Outras dificuldades também foram ressaltadas pelos participantes, mas tiveram menor incidência, como problemas financeiros, filhos para tomar conta ou divergência com o projeto político pedagógico do curso.

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36

Gráfico confeccionado por Vagner Barbosa dos Santos

O Gráfico acima mostra os índices de evasão dos alunos do curso de Licenciatura em Educação Física da UFBA entre os anos de 2011 e 2016, além de pontuar o ano de 2017, onde houve um alto número de alunos evadidos. Dentre os evadidos, considera-se os alunos jubilados do curso por recusa de matrícula devido a reprovação em todas as disciplinas durante o semestre, alunos com matrícula recusada por não se inscrever nos componentes curriculares durante o semestre e alunos que excederam o tempo máximo para concluir o curso. Ainda há de se pontuar os alunos que saíram do curso via transferência interna ou seja, os alunos que mudaram de curso dentro da instituição. Não deixa de ser uma evasão, porém, com motivo justificado. O número de alunos evadidos pode parecer pequeno diante do montante de alunos ativos durante os anos avaliados, mas devemos levar em consideração que estão ausentes desses dados os alunos que se matricularam em alguma disciplina e a abandonaram. Alguns fazem isso de forma recorrente, sendo jubilados posteriormente, justificando a presença no gráfico dos dados do ano de 2017. Neste ano, 24 alunos foram jubilados, todos pelo mesmo motivo: Recusa de matrícula por decurso de tempo, ou seja, passaram do prazo máximo para concluir a sua graduação. Foi o maior registro de alunos evadidos entre o período estudado, ratificando que o número de alunos ativos, não necessariamente significa que os mesmos estão estudando.

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4. Considerações finais

A evasão no ensino superior está relacionada dentre outros fatores, ao nível de satisfação dos alunos com a instituição, ao curso e à carreira escolhidos. Este trabalho não sugere que a o curso de Licenciatura em Educação Física da UFBA tenha sua qualidade avaliada apenas pelo número de alunos que concluem a sua graduação, mas que os índices de evasão indicam que há necessidades a serem atendidas, afim de minimizar essa evasão. O sistema de funcionamento da universidade está sendo suficientes para dar conta dos anseios dos estudantes do curso? pode-se inferir por meio deste estudo, que dentre os motivos de maior representatividade no processo de evasão dos alunos do curso de educação física da UFBA, está a desinformação por parte do aluno sobre o curso. Sob essa ótica, pode-se afirmar que a desinformação ou informações distorcidas sobre o curso escolhido pode levar os alunos a desistirem do curso ao perceberem que foram movidos por expectativas irreais a respeito da instituição escolhida. Outro fator a ser apontado como responsável pela evasão, seria o descontentamento com as perspectivas futuras. O status profissional desejado pelo aluno, mesmo aquele que diz ter escolhido o curso correto, abrange aspectos relacionados com o prestígio social da função e a expectativa de remuneração. No caso do curso de Licenciatura em Educação Física da UFBA, o risco de evasão é ainda maior, visto que a desvalorização social desta área é histórica e cada vez maior. Quando o aluno percebe que esses projetos de ascensão social e financeira não se concretizarão, o aluno tende a abandonar o curso e buscar outro lhe que possa oferecer maior bem-estar social e econômico. Para suprir a incerteza produzida pelo quadro de situações acima, os alunos optam pela realização de dois cursos simultaneamente, sendo o segundo curso um de maior prestígio na sociedade. Essa ocorrência leva, geralmente, ao abandono do curso de licenciatura. Fica muito claro que os preconceitos que permeiam historicamente o cenário das profissões parecem presentes até hoje

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38 na trajetória dos cursos e dos profissionais no Brasil. As pessoas que não atuam em áreas consideradas pelas classes dominantes no Brasil desde a época da colônia, tais como medicina, direito, engenharias e outras, parecem sofrer ainda hoje com estigmas e desvalorizações que resultam em baixos salários. Associado a isso existe a baixa autoestima dos profissionais de Educação Física e a exclusão dessas atividades do rol das profissões vistas como “importantes” para a sociedade. Se os profissionais da área da educação como um todo são tidos por muitos como profissionais de “segunda linha”, o que dizer sobre os professores de Educação Física que além dos estigmas já mencionados da área pedagógica, ainda carregam historicamente rótulos como, “profissionais não pensantes” e “supérfluos” no mercado de trabalho em nosso país. Paradoxalmente, ao mesmo tempo em que é dado ao professor o poder de solucionar todas as mazelas do ensino no contexto nacional, é imputada a ele a “culpa” pela atual situação do sistema de ensino público no país, e isso leva a uma desqualificação do trabalho docente. A qualidade do ensino só ocorrerá se houver a valorização do professor e só conseguirão isso quando houver uma política pública global que considere a formação inicial e continuada, as condições de trabalho, salário e carreira de nossos professores.

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WAGNER BANDEIRA ANDRIOLA; CRISTIANY GOMES ANDRIOLA; CRISTIANE

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WAGNER BANDEIRA ANDRIOLA; CRISTIANY GOMES ANDRIOLA; CRISTIANE

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41 PASCOAL MOURA. Opiniões de docentes e de coordenadores acerca do fenômeno da evasão discente dos cursos de graduação da Universidade Federal do Ceará. Ensaio de politicas públicas educaconais, v. 14, n. 52, setembro 2006

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APÊNDICE A

QUESTIONÁRIO

1. Quais razões motivaram sua escolha pelo Curso de Licenciatura em Educação Física?

2. Quando optou pelo Curso de Licenciatura em Educação Física, conhecia a distinção entre o curso de Bacharelado e Licenciatura?

3. O curso atingiu suas expectativas em relação às propostas de ensino?

4. Você enfrentou dificuldades para se manter estudando? Quais?

5. Estas dificuldades tiveram alguma relação com seu afastamento? Explique.

6. Sobre sua evasão do Curso de Licenciatura em Educação Física, se arrepende de ter tomado esta decisão? Explique.

7. Você pretende retornar para o Curso de Licenciatura em Educação Física? Se sim, porque?

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APÊNDICE B

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

Você está sendo convidado para participar, como voluntário, em uma pesquisa que tem como título “ Evasão dos estudantes do Curso de Licenciatura em Educação Fí- sica da UFBA: Período entre 2011 e 2016.“ A presente pesquisa tem como objetivo conhecer as determinantes que interferem na continuidade da formação acadêmica dos estudantes de licenciatura em Educação Física da UFBA. Este estudo contribuirá com reflexões sobre possíveis ações que possam ajudar o estudante em seu momento de tendência a deixar a instituição, através de iniciativas que possibilitem sua permanência na universidade. A realização desta pesquisa será feita em forma de questionário dissertativo, você poderá responder a todas as perguntas e desistir de participar a qualquer momento (antes, durante ou depois de já ter respondido o questionário), caso sinta-se desconfortável. Todos os seus dados de identificação serão mantidos em sigilo e a sua identidade não será revelada em hipótese alguma. Em caso de necessidade, serão adotados códigos de identificação ou nomes fictícios, desta forma, os dados que você fornecer serão mantidos em sigilo. Lembramos que sua participação é voluntária, o que significa que você não poderá ser pago por participar desta pesquisa.

Eu, abaixo assinado, concordo em participar deste estudo como sujeito de pesquisa. Fui informado(a) e esclarecido(a) pelo acadêmico Vagner Barbosa dos Santos sobre o tema e o objetivo da pesquisa, como ela será feita, seus benefícios e possíveis riscos decorrentes de minha participação. Recebi a garantia de que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto me traga qualquer prejuízo.

Nome Completo

RG

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Salvador, de de 2017

Elaborado por Vagner Barbosa dos Santos

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