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Docência, desporto e autarquia, Celorico a Mexer: caracterização do perfil dos estados de humor (POMS) em idosos com prática regular de exercício físico

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1

ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

Relatório de Atividade Profissional

Docência, Desporto e Autarquia, Celorico a Mexer

Caracterização do Perfil dos Estados de Humor

(POMS) em idosos com prática regular de exercício

físico.

Mestrando Sandra Manuela Fernandes Novais

Orientadores Maria Paula Gonçalves da Mota

Paulo Alexandre Vicente dos Santos João

Vila Real, 2015

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

(2)

UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

RELATÓRIO DE ATIVIDADE PROFISSIONAL PARA

OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE

2º CICLO EM ENSINO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NOS ENSINOS BÁSICO E

SECUNDÁRIO

Orientadora: Professora Doutora Maria Paula Gonçalves da Mota

Orientador: Professor Doutor Paulo Alexandre Vicente dos Santos João

Sandra Manuela Fernandes Novais

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I

Dissertação elaborada com vista à obtenção do grau de

Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico

e Secundário, ao abrigo do artigo 16.º do Decreto -Lei

n.º 74/2006, de 24 de Março, com as alterações

introduzidas pelos Decretos-Leis n.ºs 107/2008, de 25

de Junho, e 230/2009, de 14 de Setembro, sob a

orientação da Profª. Dra. Maria Paula Gonçalves da

Mota e do

Profº Dr. Paulo Alexandre Vicente dos Santos João.

(4)

II

Agradecimentos

Em primeiro lugar queria agradecer à minha família, pais e irmãos, pelo constante apoio e pelos ensinamentos proporcionados ao longo da minha vida, que me permitiram ser quem sou.

Aos meus orientadores, que não conhecia, mas que tive o privilégio de conhecer. À professora Paula Mota, que me soube transmitir a sua experiência profissional de elevada excelência científica, de uma forma extremamente emotiva e apaixonada, ora dando liberdade, ora puxando as rédeas que me guiaram nesta árdua etapa. Obrigada também pela sua paciência comigo e pela sua disponibilidade. Ao professor Paulo Vicente pelo seu profissionalismo, empenho e dedicação, sempre disposto em nos ajudar, respondendo-nos aos nossos e-mails, em horas tardias, puxando-nos as orelhas, dizendo: “…e vamos avançar, porque o tempo passa depressa”. Obrigada por estas palavras, pois foram elas, que me davam mais força e determinação para terminar o Mestrado.

Ao meu companheiro de vida, Pedro Mota, pelo teu companheirismo, amor, preocupação e carinho nos momentos menos bons desta etapa. Obrigada

Ao meu colega, Paulo Nogueira, por me ter proporcionado boas condições de trabalho, pela sua ajuda, reflexão e criticismo construtivo nesta longa e árdua caminhada.

Ao meu colega, Mário Hélder Carvalho e Nuno Magalhães, pela vossa ajuda nas noitadas de trabalho, pela vossa motivação e empenho em nos ajudar no que fosse necessário.

À Câmara Municipal de Celorico de Basto, em especial às animadoras e Enfermeira Cristina Moreira, da Câmara Amiga, que desde o primeiro contacto, evidenciaram grande disponibilidade e profissionalismo, e acima de tudo, colaboraram de uma forma inigualável com o preenchimento dos questionários e fornecimento de dados dos idosos. O meu sincero Obrigada.

Obrigada Elsa Cardoso e Filipa Carvalho, por se preocuparem comigo e obrigada pela vossa força amigas.

(5)

III À Ana Moura e Vera Pereira, pelo vosso auxílio em cima da hora, para a finalização deste documento.

Em especial, a todos os meus idosos, com os quais estou em constante aprendizagem e desafio. Obrigada pelo carinho que sempre demonstraram.

A todos os que estão sempre do meu lado, quando preciso.

(6)

IV

Índice

Agradecimentos ... II Índice de Quadros ... VI Índice de Gráficos... VII Resumo ... VIII Abstract ... IX Lista de Abreviaturas………..X

Parte I- Relatório de Atividade Profissional... - 1 -

1. Introdução ... - 2 -

2. Caraterização do Concelho ... - 2 -

2.1 Lousada ... - 2 -

2.1.1 Enquadramento territorial e sociodemográfico do concelho ... - 2 -

2.2 Celorico de Basto ... - 3 -

2.2.1 Enquadramento territorial e sociodemográfico do concelho ... - 3 -

2.2.2 Equipamentos e respostas sociais para idosos ... - 3 -

3. Contexto e Caraterização do Agrupamento de Escolas ... - 4 -

3.1 Lousada ... - 4 -

3.2 Celorico de Basto ... - 4 -

4. Docência ... - 4 -

4.1 Escola (AEC´S) ... - 5 -

4.1.1 AEC´S Lousada ... - 5 -

4.1.2 AEC´S Celorico de Basto ... - 6 -

4.2 Atividades Aquáticas ... - 7 -

4.2.1 Natação ... - 7 -

4.2.2 Natação para Bebés ... - 8 -

4.2.3 Hidroginástica/Hidroterapia ... - 9 -

4.2.4 Hidroginástica para Grávidas... - 10 -

5. Intervenção na Autarquia ... - 11 -

5.1 Autarquia como meio promotor de Desporto e Competição ... - 11 -

5.2 Autarquia – Eventos Desportivos ... - 12 -

6. Desporto ... - 13 -

6.1 Desporto- Experiências vivenciadas ... - 14 -

(7)

V

8.Considerações Finais ... - 17 -

Parte II- Estudo Experimental ... - 19 -

9. Introdução ... - 20 - 9.1 Metodologia ... - 23 - 9.1.1 Amostra ... - 23 - 9.1.2 Instrumentos ... - 23 - 9.1.3 Procedimento ... - 25 - 9.1.4 Procedimentos Estatísticos ... - 26 - 9.1.5 Resultados ... - 27 - 9.1.6 Discussão ... - 31 - 10. Conclusão ... - 34 - 11.Referências Bibliográficas ... - 35 - 12. Anexos ... - 41 -

Anexo 1- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ... - 42 -

Anexo 2- Questionário Anamnese ... - 44 -

(8)

VI

Índice de Quadros

Quadro 1 - Características da amostra ... - 27 -

Quadro 2 - Características da amostra por sexo ... - 27 -

Quadro 3 - Valores médios (±DP) das sub-escalas do POMS ... - 28 -

Quadro 4 - Resultados nas escalas do POMS em função do sexo ... - 28 -

Quadro 5 - Valores médios (±DP) da perceção do estado de saúde, por sexo. ... - 29 -

Quadro 6 - Valores da correlação de Spearman (rho) entre o sexo, a Idade, Saúde atual e a Idade/Saúde, com o POMS. ... - 30 -

(9)

VII

Índice de Gráficos

(10)

Resumo

A presente dissertação surge da necessidade de enriquecer e complementar conhecimento, tendo por base o plano da recomendação do CRUP, na Universidade de Trás os Montes e Alto Douro, no ciclo de estudos conducentes ao grau de Mestre, no ensino da Educação Física nos ensinos básicos e secundários. A sua concretização visa documentar e ilustrar as atividades desenvolvidas ao longo do percurso profissional, dando principal enfase ao ano letivo 2013/2014, nas várias vertentes do desempenho das minhas funções.

Numa primeira parte desta dissertação, fazemos uma apresentação da minha intervenção profissional no Município de Celorico de Basto e nas Piscinas da Lousada SÉC. XXI, ou seja, na Área da Docência, do Desporto e no Projeto da 3.ª Idade (Celorico a Mexer), através de uma análise critica e reflexiva de todo o processo. Na segunda parte, é apresentado um artigo sobre Idosos, em que o objetivo é caracterizar o Perfil dos Estados de Humor (POMS) em idosos com prática regular de exercício físico. Pretende-se ainda verificar de que forma a perceção do estado de saúde influencia o POMS e se há diferenças entre ambos os sexos quer na perceção de saúde quer no POMS. A pesquisa contou com uma amostra de 279 idosos (237 do sexo feminino e 42 do sexo masculino), com idades compreendidas entre os 65 e 92 anos, todos praticantes ativos de exercício físico. Para avaliar o estado de humor, foi utilizado o questionário POMS, versão reduzida, validada para a população portuguesa por Viana et al (2001), e que considera variáveis positiva (Vigor), negativas (Tensão, Depressão, Hostilidade, Fadiga e Confusão) e Perturbação Total de Humor. Utilizamos também um questionário de Anamnese, de forma a estimar, como consideram os idosos o seu estado de saúde. Os resultados deste estudo, evidenciaram que em média, os idosos apresentavam valores mais baixos nas variáveis negativas e mais altos na variável positiva (Vigor). Relativamente ao sexo, os homens comparativamente às mulheres, apresentaram valores estatisticamente significativos mais elevados, na saúde atual, na relação Idade/Saúde e no Vigor. As mulheres apresentam valores mais elevados na Tensão, Depressão, Hostilidade, Fadiga e na Perturbação Total de Humor. Constatamos também que a variável Idade está associada negativamente à saúde atual e com o vigor, e positivamente com a escala da Depressão, Fadiga, Confusão e Perturbação Total de Humor. No que concerne à perceção da Saúde Atual, verifica-se que está positivamente associada à comparação da saúde dos idosos com outros indivíduos da mesma idade (Idade/Saúde) e com o Vigor, e inversamente associada à Tensão, Depressão, Hostilidade, Fadiga, Confusão e Perturbação Total de Humor. No que diz respeito à comparação da sua saúde com a dos outros indivíduos da mesma idade, os resultados revelam que quanto maior esta for, maior é o Vigor e menor é a Depressão, a Fadiga, a Confusão e a PTH.

Podemos concluir que o hábito de praticar exercícios físicos, permite ao idoso uma maior independência, autonomia física e psicológica que influenciam positivamente o seu estado de humor.

Ao concluir esta dissertação, pude constatar que a minha prática profissional tem vindo a ser determinante na minha formação enquanto professora, sendo também, um excelente instrumento de complementação teórico prática adquirida durante os principais passos enquanto profissional do mundo do Desporto. Contudo, deve ser visto apenas como início de um longo trajeto de crescimento profissional, sendo nosso dever enquanto professores procurar o conhecimento e a melhoria constante da nossa prática.

Palavras-chave: Professora, Treinadora, Idosos, Exercício Físico, Humor, Percepção de Saúde.

VIII II

(11)

I

Abstract

This dissertation arises from the need to enrich and supplement knowledge, based on the recommendation of the CRUP plan, in the University of Trás os Montes e Alto Douro, in the course that leads to the degree of Master in teaching of physical education in the basic and secondary teaching. Its implementation aims to document and illustrate the activities along the professional career, emphasizing the school year 2013/2014, in the different tasks of my performance.

Firstly we make a presentation of my professional intervention in the city of Celorico de Basto and Pools of Lousada, century. XXI, in the area of Teaching, Sports and the Project of the 3rd Age (Celorico a Mexer), through a critical analysis and reflective of the whole process.

The second part presents an article about Elderly that characterize the Profile of Mood States (POMS) in elderly patients with regular physical exercise. Another goal of this article is to verify how the perception of health status influences the POMS and whether there are differences between the gender either in health perception or in POMS. The study uses a sample of 279 elderly people (237 females and 42 males), aged between 65 and 92 years old, all active practitioners of physical exercise. To assess the mood, was used the POMS questionnaire, reduced version, validated for the portuguese population by Viana et al (2001), that considers positive variable (Strength), negative variables (Stress, Depression, Hostility, Fatigue and Confusion) and Total Disruption of Mood. Was also used an Anamnese questionnaire, in order to estimate as the elderly consider their health. The results showed that on average the elderly had lower values in the negative variables and higher in positive variable (Strength). About gender, men compared to women had statistically higher values in the current health, relationship between age and health and strength. Women have higher values in Tension, Depression, Hostility, Fatigue and Total Disruption of Mood. We also note that the variable Age is negatively associated with the Current Health and Strength, and positively with the scale of the Depression, Fatigue, Confusion and Total Disruption of Mood. About the perception of the Current Health, it seems like is positively associated with comparing the health of older people with other individuals of the same age (Age/Health) and the Strength, and inversely associated with Stress, Depression, Hostility, Fatigue, Confusion and Total Disruption of Mood. With respect to the comparison of their health with other individuals of the same age, the results show that the larger the greater is the Strength and the lower the Depression, Fatigue, Confusion, and Total Disruption of Mood.

We can conclude that the habit of exercising, allows the elderly to be more independent, to have physical and psychological autonomy and this cause a positively influence in their mood.

Upon completion of this dissertation, I found that my work experience has been crucial in my training as a teacher and it is also an excellent tool to complement theoretical practice gained during the key steps as a professional of the Sports World. However, it should be seen only as the beginning of a long way of professional growth, and our duty as teachers is to seek knowledge and the constant improvement of our practice.

Key words: Teacher, Coach, Elderly, Physical Exercise, Mood, Health Perception

(12)

II

Lista de Abreviaturas

AVD´S – Atividades de Vida Diária AEC´S- Atividades Extra Curriculares DP- Desvio Padrão

EUA- Estados Unidos da América

CMDC- Coordenação Municipal de Desporto e Cultura N.E.E- Necessidades Educativas Especiais

POMS- Profile of Mood States PTH- Perturbação Total de Humor

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- 1 -

(14)

- 2 -

1. Introdução

A presente dissertação foi elaborada no âmbito do plano da recomendação do CRUP, na Universidade de Trás os Montes e Alto Douro, no ciclo de estudos conducentes ao grau de Mestre, no ensino da Educação Física nos ensinos básicos e secundários. A sua realização visa documentar e ilustrar as atividades desenvolvidas ao longo do meu percurso académico e profissional, com especial relevância para o ano letivo 2013/2014.

Nesse sentido, é através duma análise crítica e reflexiva de todo o meu percurso profissional, que vou descrever as minhas vivências.

Este relatório está dividido em duas partes:

A primeira compreende a apresentação da minha função no Município de Celorico de Basto e nas Piscinas da Lousada Séc. XXI, ou seja a minha intervenção profissional.

A segunda parte, e tendo em conta a relevância e pertinência do projeto “Celorico a Mexer” englobado na linha orientadora do mundo do idoso, é apresentado um artigo que pretende caracterizar o Perfil dos Estados de Humor (POMS) em idosos com prática regular de exercício físico. Pretende-se ainda verificar de que forma a perceção do estado de saúde influencia o estado de POMS e se há diferenças entre ambos os sexos quer na perceção de saúde quer no POMS.

2. Caraterização do Concelho

2.1 Lousada

2.1.1 Enquadramento territorial e sociodemográfico do concelho

O concelho de Lousada tem uma população muito jovem, sendo mesmo o mais jovem concelho de Portugal e um dos mais jovens a nível Europeu, segundo o concelho com um índice populacional mais elevado, tendo em conta o último recenseamento nacional.

Lousada é uma vila portuguesa no Distrito do Porto, pertencente à região Norte e sub-região do Tâmega. O município é limitado a norte pelo município de Vizela, sendo sede de um município com 96,08 km² de área e 47 387 habitantes (2011), subdividido atualmente com a união de freguesias em 15, são elas: Aveleda, Caíde de Rei, Cernadelo e Lousada (São Miguel e Santa Margarida), Cristelos, Boim e Ordem, Figueiras e Covas, Lodares, Lustosa e Barrosas (Santo Estevão), Macieira, Meinedo, Nespereira e Casais, Nevogilde, Silvares, Pias, Nogueira e Alvarenga, Sousela, Torno, Vilar do Torno e Alentém.

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- 3 - As instituições desportivas do concelho de Lousada são: Lousada Ténis Atlântico; Juventude Hóquei Clube; Associação Desportiva de Lousada; Aparecida Futebol Clube; Caíde de Rei Sport Clube; Lousada Académico Clube; Clube Automóvel de Lousada; Lousada Século XXI; A.D.R.C. Valmesio; C.C.R.Lustosa; A.D.C.Lodares.

2.2 Celorico de Basto

2.2.1 Enquadramento territorial e sociodemográfico do concelho

O concelho de Celorico de Basto, encontra-se situado no extremo sudoeste do distrito de Braga e no seu limite com os distritos do Porto e de Vila Real. Insere-se nas Terras de Basto juntamente com os municípios de Cabeceiras de Basto, Mondim de Basto e Ribeira de Pena que abrangem uma área de cerca de 811,51 Km2 e pertencem à Nomenclatura das Unidades Territoriais (NUT) III – Tâmega e

Ave. A área de Celorico de Basto é de cerca de 181.09 Km2 e segundo os dados divulgados pelo

Instituto Nacional de Estatística (INE) dos censos de 2011 tem proximamente 20 098 habitantes com uma densidade populacional de 111 hab/km2. É delimitado pelos concelhos de Amarante a sudeste,

Cabeceiras de Basto a norte, Fafe a oeste, Felgueiras a sudoeste e Mondim de Basto a este.

O Município de Celorico de Basto, é atualmente constituído por 15 freguesias, nomeadamente: Agilde, Arnoia, Basto S. Clemente, Borba da Montanha, Codessoso, Fervença, Moreira do Castelo, Rego, Ribas, União de Freguesias de Canedo e Corgo, União de Freguesias de Caçarilhe e Infesta, União de Freguesias de Veade, Molares e Gagos, União de Freguesias de Britelo, Gémeos e Ourilhe, União de Freguesias de Carvalho e Basto Santa Tecla e, por último, Vale de Bouro.

As Associações culturais, recreativas e desportivas existentes em Celorico de Basto são: Associação Cultural e Recreativa de Vale de Bouro; Associação Cultural e Recreativa dos Amigos do Castelo; Associação de futsal de Celorico de Basto; Futebol clube de Gandarela; Sport Clube Fermilense; Clube Desportivo Celoricense; Núcleo da Cruz Vermelha de Gandarela de Basto; Associação Ação Jovem; Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Celoricenses; Associação de Solidariedade Social de Basto.

2.2.2 Equipamentos e respostas sociais para idosos

Atendendo a que o estudo apresentado foi desenvolvido no Município de Celorico de Basto e envolveu a população idosa, achamos pertinente descrever os equipamentos e respostas sociais para idosos neste concelho.

No concelho de Celorico de Basto verifica-se ainda algumas limitações ao nível dos equipamentos e respostas sociais para idosos. A capacidade dos serviços e equipamentos responderem, às

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- 4 - necessidades de indivíduos e famílias que vivendo numa sociedade em constante transformação estão, elas mesmas, em persistente mudança.

Em Celorico de Basto existe um conjunto de equipamentos sociais para responderam às necessidades da população, são eles: Centro Social e Paroquial do Divino Salvador de Ribas, na freguesia de Ribas; Centro Social e Paroquial de S. Bartolomeu do Rego, no Rego; Associação de Solidariedade Social de Basto, em Gémeos; Centro Social e Paroquial de Sto. André de Molares, em Molares; Sta. Casa da Misericórdia de Arnoia, em Arnóia; Centro Social de Santo André de Codessoso,

em Codessoso; Associação Estrela d’Amizade em Carvalho; Lar Bento XVI, em Borba da Montanha; Associação de Solidariedade de Sta. Maria Borba em Borba da Montanha.

3. Contexto e Caraterização do Agrupamento de Escolas

3.1 Lousada

O Município de Lousada é constituído por quatro Agrupamentos: Lousada Norte, com Sede na Escola Básica e Secundária de Nogueira; Lousada Este, com Sede na Escola Básica de Caíde; Lousada Oeste, com Sede na Escola Básica Nevogilde e Lousada Centro, com Sede na Escola Secundária de Lousada, que administram a educação pré-escolar, o 1.º, 2.º e 3.º Ciclo do Ensino Básico e Secundário.

3.2 Celorico de Basto

O Agrupamento compreende todas as freguesias do concelho de Celorico de Basto e administra a educação pré-escolar, o 1.º, 2.º e 3.º Ciclo do Ensino Básico e Secundário, através das seguintes escolas: EB da Mota, EB 2,3/S de Celorico de Basto (escola sede), EB 2,3 da Gandarela de Basto, Centro Escolar de Celorico de Basto, de Fermil, da Mota e da Gandarela e Jardim de Infância da Gandarela, de Arnóia, de Canedo e da Mota.

4. Docência

A Educação Física, proporciona um ganho enorme na formação do aluno, pois este vai adquirir desde cedo um conjunto de competências básicas, que lhe permite fluir o desempenho no seu processo de aprendizagem consequente, assim sendo a Educação Física enquanto AEC, veio colmatar uma lacuna no sistema educativo mesmo sendo uma área disciplinar não curricular.

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- 5 - “O trabalho docente é atividade que dá unidade ao binômio ensino-aprendizagem, pelo processo de transmissão-assimilação ativa de conhecimentos, realizando a tarefa de mediação na relação cognitiva entre o aluno e as matérias de estudo” (Libâneo, 1994, p.88).

Na área da docência, irei descrever de seguida, a minha atividade docente na escola (AEC´S) em Lousada e em Celorico de Basto e posteriormente a minha atividade docente nas Piscinas de Lousada Séc. XXI e nas Piscinas Municipais de Celorico de Basto.

4.1 Escola (AEC´S)

4.1.1 AEC´S Lousada

Em 2007, surge a oportunidade de lecionar aulas de Atividade Física Desportiva. Iniciei no 1.º Ciclo nas Atividades Extra Curriculares (AEC`S) no Município de Lousada, no Agrupamento Vertical de Lousada Centro (Escola Primária de Santa Margarida e de Nogueira) e Lousada Este (Escola Primária da Aparecida). O meu horário era de 10 horas semanais, em que lecionava aulas de blocos de noventa minutos. Entenda-se por AEC, como atividade de enriquecimento curricular, de foro pedagógico, com o intuito de complementar as aprendizagens curriculares do 1.º Ciclo do Ensino Básico, permitindo a aquisição de competências básicas na área de Desporto, Musica, Inglês, Expressão Plástica e Dramática. Segundo os conteúdos programáticos do 1.º Ciclo, a Expressão e Educação Físico Motora tem sete áreas específicas, o bloco de Perícias e Manipulações; Deslocamentos e Equilíbrios; Ginástica; Jogos; Patinagem; Atividades Rítmicas Expressivas (Dança) e Percursos pela Natureza. A natação, é apresentado como a oitava área, mas como alternativa, pois a médio prazo, não se garantiam os meios necessários na maioria das escolas. Assim começou o meu processo de educação, em contexto escolar, lecionando aulas no 1.º Ciclo, ao 1.º e 2.º Ano de Escolaridade.

Nem sempre o ensino foi facilitado, pois as escolas primárias onde lecionava, embora o meio escolar envolvente fosse acolhedor, tinham escassos recursos materiais e espaços de aula. Tínhamos de nos deslocar ao Município para trazer o escasso material existente e andar com ele dum lado para o outro, de escola em escola, pois as escolas não tinham material disponível. O recreio da escola, era o nosso espaço de aula, e quando as condições climatéricas não permitissem que se realizassem a aula no exterior, procurávamos uma sala vazia, para podermos dar as nossas aulas.

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- 6 -

4.1.2 AEC´S Celorico de Basto

Em 2008, início a minha atividade, integrando as AEC`S, no Município de Celorico de Basto. Nessa altura, as escolas primárias onde lecionava (Agilde, Moreira, Carvalho, Borba e na EB da Mota onde integravam também alunos do 1.º Ciclo) pertenciam ao Mega Agrupamento de Escolas de Celorico de Basto.

Nos conteúdos programáticos do 1.º Ciclo, a Expressão e Educação Físico Motora tem sete áreas específicas, como referi anteriormente. A natação, é apresentada como a oitava área e no nosso Agrupamento de Celorico de Basto, os alunos usufruem desta modalidade, ou seja, os alunos, desfrutam de um período para irem à piscina, tendo transporte gratuito.

Inicialmente, as infra estruturas desportivas não eram as melhores, pois as aulas de Educação Física eram lecionadas nos recreios (em terra) das escolas primárias e os materiais desportivos, fornecidos pelo Município de Celorico de Basto, eram escassos. Estes fatores condicionavam o nosso trabalho, visto que influem de forma direta e/ou indireta na nossa atividade. O planeamento da aula, era então pensado ao pormenor, pois tínhamos que pensar que material é que estaria disponível, já que oito professores estavam simultaneamente a lecionar aulas. Atualmente, as infra estruturas desportivas, são melhores e cada centro escolar tem o seu material. Quando construíram os centros escolares (Mota, Gandarela e Fermil), o agrupamento passou a designar-se por Agrupamento de Escolas de Celorico de Basto administrando a educação pré-escolar, 1.º, 2.º e 3.º Ciclo do Ensino Básico e Ensino Secundário e passei a lecionar aulas no Centro Escolar da Mota e atualmente também no da Gandarela.

Atualmente leciono AEC´S com um horário de 10 horas semanais, ao 1.º, 2.º e 3.º Ano, com blocos de uma hora e meia.

Com a construção dos Centros Escolares, as aulas de atividade física desportiva ganharam outra dinâmica, tanto para o professor como para o aluno. O espaço da aula e os recursos materiais, não sendo uma preocupação constante, permitiu um planeamento mais diversificado das aulas.

Nas AEC´S, a melhor maneira de uma criança ir melhorando a sua prestação motora, é vivenciando experiências motoras diversificadas. Assim, proporciono aos meus alunos atividades organizadas, sequenciais e lógicas de forma a encontrar um equilíbrio correto entre objetivos, os meios e os métodos de ensino utilizados.

O processo de ensino aprendizagem é condicionado por um abrangente leque de fatores. O professor, o meio escolar, os colegas, o material, o espaço, até a temperatura ou o clima influenciam o desencadear do mecanismo. Os alunos, com necessidades educativas especiais (N.E.E), são alunos especiais, com patologias associadas e marcadas pelos antecedentes familiares. No centro Escolar da Mota, tive um caso N.E.E, uma menina, vamos-lhe chamar “Maria”. Era complicado, chamar a sua

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- 7 - atenção e o seu rendimento era baixo. Só gostava de jogos com bolas e arcos, talvez as cores a chamassem a atenção. Era difícil integrá-la na turma pois os colegas gostavam dela, mas não queriam realizar os exercícios com ela, uma vez que só fazia o exercício se lhe apetecia. Foi uma luta constante, em realizar atividades que lhe despertasse o interesse, e a fizesse estar ativa. Contudo, no período em que se deslocam à piscina, a Maria, demonstrou um grande à vontade na água, realizando todos os exercícios de adaptação ao meio aquático, com grande destreza. Aprendi muito com ela, e foi um avivar da memória, no que diz respeito à adaptação dos exercícios consoante as necessidades dos alunos.

4.2 Atividades Aquáticas

4.2.1 Natação

Quando terminei a minha Licenciatura em 2006, iniciei a minha atividade como profissional de Desporto, na Empresa Lousada Séc. XXI, Atividades Desportivas e Recreativas – E.M. Sociedade Unipessoal LDA, com sede no lugar da Boavista, freguesia de Silvares, concelho de Lousada.

Na Lousada Séc. XXI (Lousada Séc.XXI), exercia funções de: Monitora de Natação e Treinadora da Natação Pura, nos escalões Cadetes A/B e Infantis e realizava algumas substituições em aulas de grupo (Hidroginástica, Hidroterapia), tendo assim um horário completo de 40 horas.

As aulas de natação tinham a duração de 40 minutos, com frequência de duas vezes por semana. Os treinos da Natação Pura, eram de uma duração de 1H30 minutos, tendo os cadetes B (atletas femininas nascidas em 2002, e atletas masculinos nascidos em 2003), quatro treinos semanais, e os cadetes A/B (atletas femininas nascidas entre 2004 a 2006, e atletas masculinos nascidos entre 2003 a 2006) e Infantis (nascidos entre 2000 a 2001), até cinco treinos semanais.

Enquanto treinadora, sou responsável pela condução da equipa no treino e competição. Promovo as atitudes e os valores e um conjunto de atuações e condutas didáticas que se realizam, em treino e em competição.

Segundo Alves (2000), o esforço da natação pura exige a solicitação, em maior ou menor grau, dos três sistemas de produção de energia. A participação relativa de cada sistema depende, claramente, da duração de cada prova, partindo da suposição que todo o desempenho competitivo é realizado à máxima intensidade.

Enquanto monitora da natação (aulas de 40 minutos) na Lousada Séc. XXI, nos diversos níveis: adaptação ao meio aquático, na aprendizagem e no aperfeiçoamento das técnicas de nado, tive sempre a preocupação de não esquecer as progressões pedagógicas das técnicas de nado, para que o aluno, ao transitar de professor, não detivesse nenhuma lacuna técnica. Nas aulas do ensino da

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- 8 - natação, faço por seguir as seguintes orientações: dirigir e orientar, ensinar, aprovar, corrigir, demonstrar e corrigir, estimular e motivar os alunos.

Atualmente, ainda exerço funções de Monitora de Natação, nesta empresa.

Desde 2007 até aos dias de hoje, estou a trabalhar nas Piscinas Municipais em Celorico de Basto, onde exerço funções de Treinadora de Natação Pura, no Celorico de Basto Clube de Natação (CBCN) aos escalões Cadetes B (atletas femininas nascidas em 2002, e atletas masculinos nascidos em 2003), A/B (atletas femininas nascidas entre 2004 a 2006, e atletas masculinos nascidos entre 2003 a 2006) e Infantis (nascidos entre 2000 a 2001), e de monitora de natação nos diversos níveis (Adaptação ao Meio Aquático, Aprendizagem e Aperfeiçoamento) a crianças, jovens e adultos, e de Instrutora de Atividades de Grupo, nomeadamente na Hidroginástica.

No treino da Natação Pura para cadetes, sigo os seguintes princípios gerais: Efetuar predominante trabalho técnico nas quatro técnicas de nado e também respetivas técnicas de partida e viragem; Desenvolver o treino aeróbio ligeiro, a nível geral e a nível do batimento de pernas; Desenvolver as capacidades coordenativas; Desenvolver as componentes de velocidade de reação e de deslocamento.

Inicio sempre o treino fora de água, prevalecendo a flexibilidade, destreza geral, capacidades coordenativas e força geral sem recorrer a cargas adicionais.

O processo de treino dos infantis obedece à tendência natural de aumento progressivo do volume e intensidade do trabalho. Inicia-se o treino na zona láctica, embora com percentagens bastante reduzidas. O treino deverá incidir maioritariamente na zona aeróbia, com grande relevância no trabalho técnico. Uma ressalva importante para o treino neste escalão será o realçar a importância do trabalho técnico, devendo os técnicos prescindir de algum trabalho com maior volume caso verifiquem que os nadadores apresentam lacunas graves em determinados requisitos técnicos, com vista à superação dos mesmos.

De uma forma conclusiva, a criação do gosto pelo treino e pela competição, promovendo a competitividade sem o acréscimo de ansiedade inerente ao processo, vencer sim, mas não a qualquer custo, é o que transmito aos meus atletas.

4.2.2 Natação para Bebés

Desde 2014, estou a exercer na Lousada Séc. XXI funções de professora de natação para bebés. O meio aquático, é muito vantajoso, pois proporciona aos seus praticantes uma facilitação em termos de movimentos e deslocamentos.

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- 9 - Segundo Ramaldes (1997), a natação por englobar um conjunto de movimentos em série que o torna complexo, tais como, a harmonia, a flexibilidade, a potência, o ritmo e a coordenação, é a atividade física mais completa que existe.

Sinto-me bastante radiante por dar aulas de natação aos bebés, é muito bom experienciar o fato de que com a frequência das aulas, vai permitir ao bebé obter prazer com a possibilidade de se mover livremente e de vivenciar novas experiências e são uma forma de socialização, pois promove o convívio com outros bebés e com outros adultos.

Segundo Onofre (2000), não se trata de pôr as crianças na água e pô-las “a fazer coisas” mas sim promover jogos que lhes despertem a motivação para a “realidade - água” que “deixada atuar”, lhes despertará curiosidade, mobilidade e experimentação, com o objetivo de a manipularem como preferirem sem a intervenção por vezes exigentes, dos adultos.

Nas aulas de Natação para Bebés, faço sempre exercícios com objetivos de natureza psicomotora, cognitiva e social, com a intenção clara de contribuir nitidamente para o desenvolvimento harmonioso e integral da criança, através de, deslocamentos (ventrais e dorsais), imersões e saltos. Os benefícios que a natação lhes proporciona são muitos, além de melhorar a coordenação motora, proporciona noções de espaço e tempo, prepara a criança psicologicamente e neurologicamente para o auto-salvamento, estimula o apetite, aumenta a resistência cardio-respiratória e muscular, tranquiliza o sono e também previne várias doenças respiratórias, (bronquite e asma).

Ao iniciar as aulas de natação, normalmente converso com os pais/familiares, para que juntos possamos desenvolver todo o processo de adaptação ao meio aquático da criança. A adaptação da criança, principalmente os primeiros contactos com a água, vão depender fundamentalmente dos pais, estes têm que passar segurança para os seus filhos, pois alguma insegurança ou medo por parte dos pais, vai influenciar todo o processo de adaptação ao meio aquático.

Os bebés realizam estas aulas de 40 minutos, sempre acompanhados pelo pai/mãe ou familiar, e durante 40 minutos, podem usufruir de um variado leque de músicas para bebés, bem como de uma piscina bastante colorida, com a utilização de diversos materiais.

Os bebés das nossas aulas, tem idades compreendidas entre os 6 Meses e os 3 Anos de Idade, com exceções de alguns mais velhos que ainda carecem do auxílio dos pais.

4.2.3 Hidroginástica/Hidroterapia

Segundo Adami (2002), os exercícios de aquafitness pretendem melhorar todos os componentes do Fitness: resistência muscular; força; composição corporal; capacidade aeróbia; flexibilidade ou mobilidade articular; bem como reforçar a coordenação neuromuscular, de forma equilibrada,

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- 10 - proporcionando um trabalho diversificado, motivador e capaz de permitir uma melhoria na qualidade de vida dos praticantes.

O primeiro contacto com atividades de grupo aquáticas, surgiu em 2006 na Lousada Séc. XXI e foi uma experiência fantástica. Em 2007, começo a lecionar Hidroginástica, nas Piscinas Municipais de Celorico de Basto, em Celorico de Basto, tendo a duração de 45 minutos, duas vezes por semana. Atualmente, exerço esta função em Lousada, e em Celorico de Basto, contudo as aulas em Lousada são de 40 minutos.

Nas Piscinas Municipais de Celorico de Basto, lecionei também outra atividade de grupo, a Hidroterapia (45 minutos, 2 vezes por semana), a grupos mais idosos, durante dois anos.

A estruturação da aula, tem como objetivo atingir as diferentes capacidades físicas do aluno, desenvolvendo o bem-estar físico, psicológico e fisiológico. Com músicas alegres, tento de alguma forma, melhorar também o estado de espirito das pessoas. Nestas aulas, aparecem alunos com diferentes patologias, por isso, costumo conversar com eles, de modo a que estes saibam os exercícios que podem ou não fazer. A maior parte dos alunos que realizam as minhas aulas, procuram a Hidroginástica, com o objetivo de melhorar o sistema respiratório, circulatório e cardíaco, para fortalecer a musculatura, para aliviar dores na coluna vertebral, bem como aliviar tensão e stress, e para a recuperação de lesões. São poucos os que têm como objetivo, praticar alguma atividade, perder peso, manutenção da forma física ou por exemplo, condicionamento físico. Dentro da água, os utentes, apercebem-se que são capazes de se exercitarem com mais conforto, pois a flutuação proporciona alívio do peso corporal, e a força da gravidade é contra balanceada pela flutuação através do empuxo.

4.2.4 Hidroginástica para Grávidas

Em 2012, em resposta a um projeto enviado para o Município, pela Enfermeira da Obstetrícia do Centro de Saúde de Celorico de Basto, Ângela Rocha, com o propósito de facultar aulas gratuitas de Hidroginástica para Grávidas, iniciei funções nesta área durante dois anos, sempre com o auxílio da Enfermeira. As aulas tinham a duração de 45 minutos e eram realizadas uma vez por semana, às 14h15. Todas as intervenientes tinham autorização do obstetra para uma melhor recomendação e segurança

A experiência foi excecional, de uma constante aprendizagem e guardo na minha memória todas as nossas conversas das expetativas das futuras mamãs e do carinho que me foi transmitido. As gravidas, conferenciavam-me que passam por transformações físicas e emocionais a que não estavam habituadas, e com a Hidroginástica, permitia-lhes a realização de exercícios aquáticos, que auxiliam na postura, equilíbrio e na parte emocional. Nestas aulas, o trabalho realizado foi feito com

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- 11 - o intuito da prevenção de varizes, diminuição do inchaço, resistência física, boa circulação sanguínea, diminuição das dores lombares, entre outras.

A prática deste exercício é indicada após o terceiro mês de gestação, e com a autorização do obstetra.

A hidroginástica auxilia a prática de movimentos que fora da água são difíceis para a grávida, como correr e fazer abdominais. Antes de virem para a aula, da parte da manha, a obstetra Ângela, realizava com as grávidas, alongamentos, exercícios respiratórios, fortalecimento muscular do períneo e do abdômen, além do relaxamento. Posteriormente na piscina, eu realizava exercícios aeróbicos e localizados, com relaxamento no final.

5. Intervenção na Autarquia

Os municípios dispõem de atribuições em vários domínios, nomeadamente: educação, saúde, ação social, habitação, proteção civil, ambiente, património, cultura, desporto, etc.. Estas atribuições do Município visam a promoção e salvaguarda dos interesses próprios das respetivas populações, em articulação com as freguesias.

Na ação social, a autarquia tem levado a cabo um conjunto de políticas sociais com o objetivo de minimizar os problemas que afetam as populações mais carenciadas, através dos seguintes programas: banco local de voluntariado; projeto Celorico a Mexer; contratos locais de desenvolvimento social; comissão de proteção de crianças e jovens; desconto social para a energia; gabinete de apoio ao emigrante; gabinete de inserção profissional; gabinete de sensibilização e de informação de poupanças de energia.

Na cultura, através de associações culturais, da biblioteca municipal, de espaços culturais e de eventos da própria autarquia, esta tem sido promovida através de distintas atividades culturais por forma a não esquecer as origens do concelho.

5.1 Autarquia como meio promotor de Desporto e Competição

A autarquia de Celorico de Basto, com o objetivo de criar hábitos desportivos nas camadas jovens, de alargar a prática desportiva ao maior número de crianças e jovens, de promover estilo de vida saudáveis, de contribuir para a criação de cultura desportiva, de desenvolver os conhecimentos desportivos e de proporcionar convívio entre grupos e espirito coletivo, durante o ano promove o Desporto Escolar/Competição incentivando-os à prática desportiva.

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- 12 - “…esse papel não pode deixar de ser o de assumir como entidade propiciadora e estimuladora do aumento da oferta de condições que permitam à generalidade dos cidadãos o acesso a formas qualificadas de prática de desporto, aumentando os respectivos níveis de participação e frequência nas atividades desportivas.” Constantino, 1999 (p19).

Entre as modalidades promovidas destacam-se as seguintes: futsal, basquetebol, gira-vólei, andebol, natação e atualmente o BTT. Como membro integrante do setor da autarquia, posso dizer que aprendi muito. A experiência desportiva em diferentes modalidades, fez-me crescer como pessoa e ganhei uma bagagem maior em termos de conhecimentos técnicos e de enriquecimento enquanto relacionamento humano. A autarquia tem uma Coordenação Municipal do Desporto e Cultura (CMDC), que promove as atividades anteriormente referidas e outras que serão referenciadas de seguida.

5.2 Autarquia – Eventos Desportivos

Os eventos desportivos, são realizados maioritariamente, ao fim de semana ou em tempo de férias escolares ou em festas do concelho. Assim, já se organizaram:

 Maratonas de BTT e passeios de cicloturismo. Tendo conhecimento do interesse geral, as próprias organizações, associações, ou coletividades desportivas, dispuseram-se a formar grupos/equipas, no sentido de levar a prática mais competitiva;

 Corridas de carrinhos de rolamentos, contou com dezenas de participantes, onde durante dois quilómetros, exibiam os seus bólides, cuidadosamente construídos e adaptados;

 Torneios de futsal, de futebol de 7 e de 11, através da Associação de Futsal de Celorico de Basto. Promoveu-se as Ligas de Futsal no Verão, realizadas nos vários polidesportivos do concelho. Promoveram também o “Celorico Cup”, nos escalões infantis e iniciados, que levou a Celorico de basto promessas do futebol nacional e internacional, tais como: Salgueiros, Vitória de Guimarães, Clube Desportivo Celoricense, Amarante Futebol Clube, Futebol Clube do Porto, Sporting Clube de Portugal, Atlético de Madrid e Sporting de Braga;

 Torneios de gira-vólei, onde participaram atletas provenientes dos mais diversos pontos do país, com o auxílio da Federação Portuguesa de Voleibol.

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- 13 -  Festivais de natação, ao meu encargo e do professor Francisco Soares, com os

escalões cadetes A, A/B e infantis;

 Mega aulas de hidroginástica, também ao meu encargo e das estagiárias provenientes do Colégio de São Gonçalo;

 Férias Desportivas, sendo a principais atividades abordadas, a ginástica; passeios pedestres; jogos tradicionais; basquetebol; futebol; gira-vólei/voleibol; jogos de raquetes; natação; pólo-aquático; hóquei em campo; canoagem, dança, escalada,… ou seja, possibilita-se aos participantes um variado leque de atividades, de modo a poderem vivenciar desportos a que não estejam habituados a realizar no seu ambiente escolar.

 Caminhadas/passeios de bicicleta, realizados em dias festivos tais como, dia da mulher, dos avós, dos pais, das camélias ou em causas solidárias. Com a realização da Ecopista, foram realizadas algumas destas caminhadas e passeios de bicicleta.

Foram experiências desportivas marcantes onde pude vivenciar algumas modalidades em que não estava familiarizada, contudo enriqueci bastante tanto a nível profissional como a nível social.

6. Desporto

Desde que exerço funções na autarquia, o Desporto na qual exerço funções é na área da Natação. Atualmente e já desde 2009 exerço funções de Treinadora da Natação Pura, no Celorico de Basto Clube de Natação (CBCN) aos escalões Cadetes B (atletas femininas nascidas em 2002, e atletas masculinos nascidos em 2003), A/B (atletas femininas nascidas entre 2004 a 2006, e atletas masculinos nascidos entre 2003 a 2006) e Infantis (nascidos entre 2000 a 2001), em conjunto com o meu colega de trabalho Professor Francisco Soares. Os cadetes B, têm até 4 treinos semanais, com a duração de 1h30 minutos, já os cadetes A/B e Infantis têm uma frequência de treino de 4 a 5 vezes por semana.

Segundo, Pereira (1994) e Monteptit (1983), dada a natureza do esforço em competição, o tipo de treinos implementados e as características fisiológicas do atleta de elevado nível, a natação pode ser classificada como modalidade de “resistência”, predominantemente do tipo aeróbia.

Enquanto treinadores, é nosso objetivo, o desenvolvimento do jovem praticante, pois este representa um processo a longo prazo que, e de forma alguma desrespeitamos as etapas do desenvolvimento do jovem praticante. O crescimento e desenvolvimento do ser humano, a evolução

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- 14 - motora, psicológica, afetiva e social das crianças e jovens, é também uma preocupação dos treinadores, para que se desenvolvam de acordo com etapas respeitando leis biológicas específicas. No treino dos Cadetes, a consolidação das técnicas de base, que asseguram um desenvolvimento adequado à natação, estão sempre presentes. Também o desenvolvimento técnico nas quatro técnicas de nado, bem como nas respetivas partidas e viragens, são uma constante. Faço por dar continuação ao desenvolvimento das capacidades motoras de base, numa perspetiva de progressão, utilizando para tal exercícios gerais e alguns específicos (Força, resistência, velocidade, flexibilidade e coordenação). Por último, promovo a consolidação do cumprimento de regras de comportamento social, manuseamento e manutenção de material, com participação dos pais em todo o processo. Nos infantis, tento sempre desenvolver o gosto pelo treino e pela competição, promovendo a competitividade sem o acréscimo de ansiedade inerente ao processo, valorizando a componente técnica em sobreposição ao resultado quantitativo. A criação de hábitos de treino em seco, através da promoção de circuitos de trabalho e a criação de hábitos para início de um treino bidiário, são também objetivos a serem alcançados de uma forma mais eficaz.

6.1 Desporto- Experiências vivenciadas

O prazer pelo exercício físico e atividades desportivas sempre foi uma constante na minha vida. Sempre gostei de vivenciar várias modalidades desportivas. Este prazer desportivo, levou-me a jogar Futsal Federado na época 2009/2010, pela Associação de Braga.

Em 2010 joguei Pólo Aquático, na Lousada Séc. XXI, onde fui atleta federada por três épocas.

Sem a componente de competição, atualmente dou aulas de grupo, nomeadamente Zumba numa freguesia de Amarante e na Lousada Séc. XXI, e Zumba/Localizada em duas freguesias do concelho de Celorico de Basto (Arnóia e Fermil). Em Fermil, dou também aulas de dança para crianças.

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7.

Projeto da 3.ª Idade

Em 2008, foi lançado o Projeto Celorico a Mexer para idosos, como medida de ação social, de modo a promover a qualidade de vida dos cidadãos com idade igual ou superior a 65 anos, a famílias carenciadas e pessoas portadoras de deficiência.

Este programa de intervenção denominado “Celorico a Mexer”, surge com a problemática do isolamento dos idosos, sentida pela Unidade Móvel de Saúde, que prestava serviços de saúde aos idosos pelas freguesias do concelho. Assim sendo, este programa de intervenção tem como finalidade combater o isolamento da população, aumentado a socialização, facilitando o desenvolvimento das faculdades físicas e mentais, através da atividade física e lúdicas, e levar apoio domiciliário às pessoas com dependência.

A solidão é um “sentimento vivido de forma muito especial pelos idosos pois enquanto nas outras idades se vão encontrando compensações, nesta fase não existem alternativas e a solidão domina a vivência do idoso” (Correia, 1993 in Santos, 2008 p. 41).

Em 2009, os Professores de Educação Física, do Município de Celorico de Basto, tornam-se docentes no projeto “Celorico a Mexer” para idosos, onde exerço atividade docente até à data, na área do exercício físico e em atividades aquáticas, nomeadamente a Hidroginástica.

Este projeto, divide-se em duas partes fundamentais. A Animação, que tem o papel de dinamizar, motivar e revigorar o idoso para a vida ativa, e a Atividade Física, que visa melhorar a qualidade de vida do idoso, reduzir a probabilidade de contrair novas patologias, assim como melhorar mobilidade geral, criando hábitos saudáveis.

A valência do “Celorico a Mexer”, trata-se de uma medida que abrange várias atividades recreativas, como a elaboração de trabalhos manuais, realização de festas, convívios e encontros temáticos, passeios, dança e atividades intergeracionais com a comunidade escolar, gratuitamente para os idosos. Estas atividades são desenvolvidas semanalmente nas freguesias do concelho, promovidas por uma equipa de 7 animadores socioculturais. Estes encontros são realizados três vezes por semana, sendo duas manhãs: uma para aula de ginástica (45 a 60 Minutos) e outra para uma aula de hidroginástica (45 a 60 Minutos) com um professor de Educação Física e uma tarde para a realização de atividades de animação sociocultural (3 horas) bem como de aulas de música (45 a 60 Minutos). Os encontros são realizados, ora nas instalações das juntas de freguesia, ora em associações ou antigas escolas primárias.

Para o desenvolvimento das atividades do “Celorico a Mexer”, o município tem assegurado o transporte a todos os participantes para todas as atividades, bem como todo o material, recursos humanos e logística necessária.

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- 16 - O exercício físico é um elemento primordial para o idoso tanto na manutenção como no melhoramento da sua qualidade de vida. O idoso torna-se mais capaz de enfrentar as dificuldades que vão surgindo no seu quotidiano de forma autónoma e com menores riscos de obtenção de lesões.

Os benefícios psicológicos do exercício físico, para alguns autores (Dishman,1995; ACSM, 1998; Kesanieme et al., 2001), fundamentam-se numa melhoria do bem-estar e da saúde mental, no controle do nível de ansiedade e stress, na redução de estados depressivos, no aumento da auto-estima e auto-conceito, e na melhoria no estado de humor.

No geral, a adoção de estilos de vida ativos, e da prática de atividade e exercício, em particular, pode melhorar as funções mentais, sociais e físicas da pessoa que envelhece (ACSM, 2004).

Na minha função como professora de idosos, as minhas estratégias e metodologias visam melhorar a qualidade de vida do idoso, numa perspetiva lúdica de modo a lhes incutir o gosto pela atividade física.

Ao longo das aulas, constatei, através de uma bateria de testes, que os idosos, beneficiavam de uma maior flexibilidade nos membros inferiores, do que nos superiores. Assim, com uma maior insistência na parte inicial da aula, com exercícios específicos para os membros superiores, os idosos têm vindo a melhorar a sua flexibilidade, e como algumas idosas afirmam com um sorriso no rosto: “já consigo apertar o soutien, professora”. Para a parte fundamental da aula, dependendo do objetivo da aula, são realizados exercícios de deslocamentos e equilíbrios, de força, de manipulação, de resistência, flexibilidade, jogos lúdicos de agilidade, concentração, entre outros. Mesmo sendo só uma vez por semana as aulas de exercício físico, notam-se bastantes evoluções nos idosos, quer a nível físico quer psicológico.

Segundo Araújo (2011), praticar exercício físico contribui para um envelhecimento ativo alcançando assim objetivos físicos, designadamente através da manutenção ou aumento da resistência, força muscular, flexibilidade e equilíbrio; objetivos psicológicos com a melhoria das capacidades cognitivas, percetivas e de coordenação; e sociais melhorando a capacidade comunicativa.

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8. Considerações Finais

Encaro a minha experiência profissional, não só como uma fase de constante aprendizagem prática e de amadurecimento (em que tive oportunidade de estabelecer novas interações sociais e relações humanas com todos os intervenientes da ação educativa e autarquia), mas sobretudo como a realização de um sonho pelo qual tanto lutei.

Estes anos como professora conduziram a um sem número de diferentes emoções, de conquistas, de desaires, de amizades, de desafios e de aventuras.

Devo salientar, que como professora, o reviver de toda a função de docente, me fez reforçar a importância do planeamento e estruturação dos conteúdos a abordar nas aulas de Exercício Físico. Enquanto educador, sei que o papel do professor bastante importante, pois como pedagogo, fazer parte da instrução de gerações é mais do que uma simples profissão. Para além do plano educativo, é gravar no interior de cada aluno a lembrança de momentos, valores e experiências memoráveis. Segundo Bento (1987), está entre os deveres do Professor de Educação Física o de conduzir, durante toda a sua vida profissional, um combate permanente consigo próprio, a fim de poder desempenhar o dever social de Educação da Juventude com uma motivação elevada, de acordo com o valor que atribui à sua profissão.

Como parte integrante nos eventos da autarquia, as minhas atenções direcionavam-se para a gestão desportiva, para as necessidades desportivas concelhias e em como dar respostas a essas mesmas necessidades. Compreendi também, o quanto é importante promover o desporto independentemente da idade ou estatuto social.

Desde sempre, procurei integrar-me de forma progressiva e orientada no exercício da docência, procurei desenvolver atitudes no sentido de assumir-me profissionalmente e procurei também contribuir para que a ação educativa não se desenvolva apenas na comunidade escolar mas também na interação escola-comunidade.

Durante o meu percurso tentei sempre ultrapassar as dificuldades que me foram surgindo, tais como: não ter condições para lecionar as aulas e não ter material disponível nas AEC´S, tendo que o carregar o material “às costas” se o pretendíamos; atualmente na atividade física para a terceira idade, o material também é escasso, o que dificulta o nosso planeamento e metodologias; enquanto treinadora da natação pura, estamos sujeitos a um tanque de aprendizagem, com quatro pistas, o que leva a um esforço enorme para conseguir manter os atletas num nível de competição igual aos outros clubes. Contudo, todos os obstáculos que vão aparecendo, vão sendo superados, uns mais fáceis de ultrapassar que outros, mas com atitude tudo se supera.

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- 18 - Posso acrescentar que gosto de trabalhar em todos os escalões onde estou inserida, desde os bebés até aos idosos, pois as vivências de aprendizagem são diferentes em todas elas o que me permite colher conhecimentos novos todos os dias.

Como perspetivas para o futuro, anseio continuar o meu trabalho a lecionar aulas, prosseguindo o meu percurso pedagógico e de formação na área do desporto e ensino a jovens. Espero que possam surgir novas oportunidades profissionais, pois gosto de desafios.

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9. Introdução

O humor é habitualmente definido como um estado de excitação emocional ou afetiva com uma durabilidade variável, mas não permanente (Willis & Campbell, 1992; Weinberg & Gould, 1995). Pesquisas realizadas em Psicologia, sugerem que seja possível estabelecer uma distinção relativamente consistente entre humor e emoção, baseada na sua intensidade, duração, e seus antecedentes específicos (ParKinson,1996; Berger & Molt, 2000; Giaccobbi et al., 2005; Landers & Arent, 2001). Segundo Antunes (2002) a emoção reflete a existência de uma meta específica no presente e os humores positivos são indicativos da antecipação positiva do afeto. No entanto os humores negativos referem-se a um afeto negativo antecipado. Ainda segundo o mesmo autor, o humor pode ser distinguido de afeto, sendo auxiliado por uma série de convicções sobre prazer iminente ou dor.

O “Profile of Mood States” (POMS) tem sido um dos instrumentos mais utilizados na investigação na área da Psicologia do Desporto, particularmente em estudos destinados a avaliar os efeitos psicológicos da atividade física (Cruz, 1997), bem como na avaliação dos estados de humor nos contextos desportivos (McNair, Lorr et al., 1971; LeUnes, 2000). Sendo assim, é um dos instrumentos mais utilizados na área da Psicologia, para avaliar os estados emocionais e os estados de humor, assim como a variação que lhes está associada (McNair, Loor & Droppleman, 1971).

O POMS foi originalmente construído para avaliar as variações dos estados de humor em populações do foro psiquiátrico, contudo a sua utilização rapidamente foi redirecionada para outras populações não clínicas. O POMS permite avaliar 6 sub-escalas: tensão/ansiedade, depressão/desânimo, ira/hostilidade, fadiga/inércia e confusão, este instrumento é usado normalmente para medir alterações do humor ao longo do tempo. Vários estudos confirmam que o POMS é adequado para medir de forma sensível, precisa e válida os estados de humor dos indivíduos, tanto no contexto psiquiátrico como em população não psiquiátrica (Norcross, Guadagnoli & Prochaska, 1984; Boyle, 1987; McNair et al., 1971; Weckowize, 1978; Azevedo, Silva e Dias, 1991; Lam, 2004). Mesmo que a natureza da avaliação defendida pelo POMS não inclua obviamente as dimensões fisiológica e comportamental dos afetos e emoções, o fato de constituir um instrumento de fácil e rápida utilização para captar os estados afetivos transitórios e flutuantes nos sujeitos, contribui decisivamente para a sua boa aceitação quer para investigação quer para intervenção (Dias, 2007). Este questionário POMS, foi também delineado para avaliar períodos de tempo, como «a última semana, incluindo o dia de hoje», o que foi mantido neste estudo, uma vez que é um intervalo de tempo considerado pelos seus autores, adequado para avaliar resultados (McNair, Lorr & Dopplerman, 1971; Viana et al., 2001).

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- 21 - A literatura tem sugerido que a adesão a programas de exercícios, induz alterações positivas do humor durante e imediatamente após a atividade (Willis & Campbell, 1992). No estudo do humor, uma das formas de exercício mais frequentes é a corrida. São mencionadas sensações de euforia, de extremo bem-estar, de transcendência no tempo e no espaço, por muitos corredores, comparando-se a aspetos de peak performance e especialmente ao flow (Weinberg & Gould, 1995). É recebida uma denominação generalizada na literatura, de Runner’s High, por este fenómeno ser tão constante entre os corredores de longas distâncias.

A influência que diferentes tipos de intensidade de exercício poderão ter, ou não no humor, é outro aspeto importante no estudo da relação exercício físico-humor. Werneck et al. (2006), numa revisão sobre os efeitos do exercício físico sobre os estados de humor, chegaram à conclusão que diferentes tipos e intensidade de exercício físico têm a capacidade de melhorar o estado de humor, desde que esteja apropriada à individualidade do praticante, agradável e prazerosa. Steptoe e Cox (1988) equipararam os valores do humor de sujeitos com boa condição física e em indivíduos sem qualquer preparação física, num programa de exercício com intensidades diferentes, e verificaram alterações positivas no humor após exercício de baixa intensidade. Estudos realizados no humor de sedentários, relativamente aos efeitos de distâncias variadas, reportam que os corredores de distâncias mais longas tendem a apresentar valores mais altos no humor, em comparação com os restantes participantes (Wilson, Morley & Bird, 1980). Uma comparação entre duas atividades diferenciadas mas predominantemente aeróbias, com uma atividade de treino de força e sedentários, levou a constatar que as atividades aeróbias induziam um humor mais positivo do que levantar pesos ou ser inativo (Dyer & Crouch, 1988; Berger & Owen, 1983).

No estudo de Bezerra, Silva, Ramos, Lima e Pinheiro (2008), comparou-se estados de humor de idosas praticantes e não-praticantes de exercício físico. Os resultados indicaram que as idosas ativas apresentavam valores mais baixos nas variáveis negativas (Tensão, Depressão, Hostilidade, Confusão e Fadiga) e mais alto, na variável positiva (Vigor) do que as idosas sedentárias. Deste modo, os autores chegam à conclusão, que o hábito de praticar exercícios físicos proporcionam uma maior independência, autonomia física e psicológica mas melhora também o estado de humor das idosas. Em 1977, Morgan e Pollock, estudaram em indivíduos praticantes e não praticantes de desporto, as diferenças dos seus estados de humor. Despontou um padrão de diferenças, tornando-se posteriormente, num conceito clássico em Psicologia do Desporto- o Perfil de Iceberg (Bell & Howe, 1986; Morgan, 1980). Nos indivíduos praticantes de alguma modalidade desportiva, comparativamente com os não praticantes, verificaram-se valores consistentemente mais elevados na escala de Vigor, e valores mais baixos nas 5 escalas de sinal negativo do POMS, nomeadamente a Tensão, Depressão, Hostilidade, Fadiga e Confusão.

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- 22 - O perfil Iceberg do estado de humor das praticantes de atividade física regular, o qual evidencia vigor alto e valores negativos baixos, mostrou que a prática de atividade física conduz à satisfação, senso de bem-estar, crença de auto-eficácia e capacidade de se inserir na sociedade (Bezerra, Silva, Ramos, Lima e Pinheiro, 2008).

Viana e colaboradores (2001), referem que, de uma amostra de 373 sujeitos, de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 15 e os 69 anos, o fator idade parece estar associado positivamente aos níveis de Hostilidade e Fadiga, e negativamente ao Vigor e Confusão. Os autores afirmam que, curiosamente, a idade de início da prática desportiva aparenta estar associada positivamente aos resultados da escala de Depressão e negativamente à escala de Vigor.

Apesar da vasta investigação sobre os efeitos do exercício físico nos estados de humor, a maioria utilizou amostras jovens, adultos e atletas (MarKoff, Ryan e Young, 1982; Tharion, Strowman & Rauch, 1988; Wilson, Morley & Bird, 1980; Dyer & Crouch, 1988; King, Taylor, Haskell e DeBusk, 1989; Agnew & Levin, 1987; Steptoe e Cox, 1988; Morgan, 1975; LesUnes & Hayward, 1989; Gauvin & Spence, 1998; Morgan, 1980; Morgan e Pollock, 1977; Bell & Howe, 1986). No que se refere aos efeitos de diferentes programas de exercício ou apenas da prática regular de exercício nos estados de humor em idosos, são escassos os estudos publicados em revistas ISI. A pouca informação disponível diz respeito a teses de mestrado ou doutoramento e alguns artigos em revistas sem impact factor. Assim, procurou-se verificar, neste estudo, em que medida a prática regular de exercício físico está associada a um perfil positivo do estado de humor dos sujeitos idosos.

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- 23 -

9.1 Metodologia

9.1.1 Amostra

A amostra foi constituída por 279 idosos, participantes do programa Celorico a Mexer para idosos, desenvolvido pelo Município de Celorico de Basto, sendo 237 do sexo feminino e 42 do sexo masculino. Os sujeitos têm idades compreendidas entre os 60 e os 92 anos de idade, sendo a média de idades de 72,21 ± 7,56 anos e todos eles residentes no concelho de Celorico de Basto. Da amostra todos os sujeitos praticavam exercício físico pelo menos 2 vezes por semana, sendo uma das aulas de Hidroginástica e a outra de Exercício Físico.

Ao selecionar os sujeitos que participaram no estudo os critérios definidos foram:

 Critérios de inclusão: ter uma idade igual ou superior a 60 anos, não ser institucionalizado e frequentar o programa Celorico a Mexer;

 Critérios de exclusão: reduzida mobilidade e presença de demência.

Os sujeitos foram entrevistados individualmente nas aulas e depois de esclarecidos sobre os objetivos do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ver Anexo I). Nos casos de analfabetismo, os sujeitos foram ajudados pelos investigadores no preenchimento dos questionários.

9.1.2 Instrumentos

Os instrumentos utilizados foram administrados a todos os sujeitos intervenientes neste estudo, tendo como finalidade avaliar questões relativas à informação demográfica, de avaliação da independência funcional e de avaliação dos estados de humor.

1. Questionário Anamnese. Avalia aspetos como: nome, idade, sexo, o peso, a altura, perímetro da anca e da cintura e perceção de saúde.

2. Questionário escrito Profile of Mood States - POMS, para avaliar os estados emocionais (versão reduzida), adaptado por Viana, Almeida e Santos (2001).

Questionário Anamnese

Anamnese é um questionário que permite apurar detalhes do passado e presente do indivíduo, referente ao estilo de vida, doenças, acidentes, cirurgias e doenças de seus familiares. O Questionário de Anamnese utilizado neste estudo consistiu numa bateria de perguntas de modo a obter um breve perfil do sujeito, com os seguintes dados: nome, idade, data de nascimento, peso,

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- 24 - altura, perímetro da cintura, perímetro da anca, estado civil, habilitações literárias, hábitos tabágicos, consumo de bebidas alcoólicas e a perceção da saúde.

Para o nosso estudo, demos mais importância ao indicador da Autoavaliação da saúde. Sendo assim, neste indicador a pessoa efetua a Autoavaliação da Saúde com base em cinco categorias: 0= Má, 1= Fraca; 2= Razoável; 3= Boa; 4= Muito boa.

A Autoavaliação da Saúde Comparada com indivíduos da mesma idade e sexo é avaliada através do indicador de saúde comparada, como: 0= Não Sabe; 1= Pior; 2= Idêntica; 3= Melhor (ver Anexo II).

Perfil de Estados de Humor – POMS

O POMS tem como objetivo avaliar como é que os indivíduos percecionam os seus estados de humor, sendo que este questionário é composto por vários itens que no conjunto correspondem a uma descrição de várias emoções. De modo a avaliar o estado de humor, utilizou-se uma versão reduzida do “The Profile of Mood States – POMS” (McNair, Loor & Droppleman, 1971), traduzida para português por Viana e Cruz (1994), tendo futuramente sido avaliadas as suas propriedades psicométricas e evidenciada a estrutura fatorial original por Viana, Almeida e Santos (2001).

O questionário original do POMS publicado por McNair e colaboradores (1971), é composto por uma lista de 65 adjetivos que resultaram de estudos repetidos com recurso à análise fatorial tendo como ponto de partida um total de 100 dimensões comportamentais. Neste estudo, a tradução apresentada é composta por 42 itens, tendo cada uma das seis escalas – Tensão, Depressão, Hostilidade, Vigor, Fadiga e Confusão – 6 itens.

Deste conjunto de trabalhos surgiram 6 dimensões/fatores que permitem evidenciar os estados de humor (Viana, Almeida, Santos, 2001):

 Tensão-Ansiedade (T), que reflete a elevada tensão dos músculos esqueléticos e é composto pelos seguintes adjetivos: tenso, tranquilo, nervoso, impaciente, inquieto e ansioso;

 Depressão-Melancolia (D), que indica um estado de humor depressivo, bem como uma sensação de incapacidade pessoal e de futilidade e é composto pelos seguintes adjetivos: triste, desencorajado, só, abatido (deprimido), desanimado e infeliz;

 Hostilidade-Cólera (H), que reflete um estado de humor de irritação e hostilidade face aos outros, assim como rebeldia e mau temperamento. Os seguintes adjetivos formam este fator: irritado, mal-humorado (rabujento), aborrecido, furioso, com mau feitio e enervado.

Referências

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