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PROC PENAL - ROBERTO

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Academic year: 2021

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SUMÁRIO SUJEITOS PROCESSUAIS ... 2 1. SUJEITOS PRINCIPAIS ... 2 2. SUJEITOS ACESSÓRIOS ... 2 3. TERCEIROS ... 2 4. JUIZ PENAL ... 2

5. PARTES NO PROCESSO PENAL ... 2

5.1 – Ministério Público ... 3

5.2 - Acusado ... 4

5.3 - Advogado ... 5

JURISDIÇÃO ... 6

1. DESDOBRAMENTO DO PODER POLÍTICO ... 6

2. SISTEMA DE COLABORAÇÃO ... 6

3. A JURISDIÇÃO COMO POTÊNCIA E COMO ATO ... 6

4. CONCEITO DE JURISDIÇÃO ... 6

5. ESCOPO DA JURISDIÇÃO ... 6

6. REGRAS BÁSICAS ... 6

7. JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL ... 7

8. JURISDIÇÃO INTERNACIONAL ... 8

9. JURISDIÇÃO DO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL ... 8

10. JURISDIÇÃO PENAL ... 9

COMPETÊNCIA ... 9

1. PROCESSO DE ELIMINAÇÃO GRADATIVA ... 9

2. COMPETÊNCIA NACIONAL OU INTERNACIONAL ... 9

3. PRERROGATIVA DE FUNÇÃO ... 9

3.1. Algumas hipóteses de prerrogativa de função ... 10

4. JUSTIÇAS ESPECIAIS ... 11 5. JUSTIÇA COMUM ... 11 6. FORO - TERRITÓRIO ... 11 1.6. Competência de juízo ... 13 COMPETÊNCIA MATERIAL ... 14 1. Conceito ... 14 2. Regulamentação ... 14 3. Tribunal do Júri... 14 4. Crime de latrocínio ... 15 5. Militares / eleitorais ... 15 6. JECRIM ... 15 7. Crimes falimentares ... 15

COMPETÊNCIA PELA CONEXÃO E CONTINÊNCIA ... 16

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SUJEITOS PROCESSUAIS 1. SUJEITOS PRINCIPAIS - Partes e juiz

- Conselho de sentença, no caso do Tribunal do Júri (porque são os juízes da causa)

O professor prefere chamar de sujeitos essenciais, que são aqueles que integram a relação jurídica processual penal e a falta de um deles afeta diretamente esta relação.

2. SUJEITOS ACESSÓRIOS

Possuem direitos processuais, mas a falta de um deles não afeta diretamente a relação jurídica processual penal

O sujeito acessório é o ofendido que pode figurar como assistente de acusação ou não (ofendido tem o direito de ingressar com assistente de acusação, mas não é necessário).

O professor prefere chamar de sujeitos secundários.

3. TERCEIROS

São colaboradores da justiça, colaboram na busca da verdade processual penal, na busca daquela verdade que mais se aproxima do fato delituoso. Eles tem o dever de dizer a verdade, tanto que a testemunha é

compromissada, se mentir responde por falso testemunho. Há também a falsa perícia, por exemplo. Ex: peritos, intérpretes, tradutores, testemunhas.

4. JUIZ PENAL

O juiz penal ocupa posição de destaque na relação jurídica processual penal, pq ele é o presidente do processo. Além disso, é ele quem vai dizer o direito ao final. É ele quem vai dizer quem tem razão naquele conflito.

4.1 – Atribuições:

Ele tem, basicamente, 3 atribuições:

 Proferir uma decisão justa (aquela que pune o verdadeiro infrator penal ou que absolve o inocente);

 Evitar que ocorram nulidades ou irregularidades processuais (prover a regularidade formal do

processo);

 Manutenção da ordem durante as audiências (atribuição não especificamente judicial).

4.2 – Poderes:

Para proferir uma decisão justa não bastam as 3 atribuições, o juiz também precisa de poderes. São estes:

 Poder de economia processual

 Poder de nomeação

o Exemplos: Nomeação do curador para o menor que não tem representante legal, ou caso seus representantes entrem em conflito de interesses; nomeação do defensor ad hoc para o acusado citado que não constituiu advogado para responder a acusação.

 Instrutório (ou probatório)

o Este poder possibilita o juiz alcançar a verdade que mais se aproxima do fato criminoso, pois o juiz penal não está vinculado apenas ao que foi trazido aos autos pelas partes, visto que o que está em jogo é a liberdade do acusado - direito indisponível da pessoa -, seu estado de inocência, além dos demais efeitos da condenação (perda de bens, perda de cargo, etc). o Art. 156, I e II do CPP.

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Sentido material: São partes as pessoas envolvidas no fato delituoso (agente ativo e agente passivo).

Sentido formal: Sentido processual. São partes na ação penal pública o MP e o acusado; na ação penal privada o querelante e o querelado. 5.1 – Ministério Público Art. 127, CF O MP é um órgão:  Constitucional  Permanente

 Essencial à função jurisdicional do Estado

 Que visa proteger:

o a ordem jurídica o o regime democrático

o os direitos individuais indisponíveis

O Procurador da República e o Promotor de Justiça tem o dever de defender a Justiça e a verdade. Então, mesmo que o MP não possa desistir da ação penal, quando constatar que o acusado é inocente deve pedir a absolvição. O MP não deve buscar a condenação a qualquer custo, de forma imoral, porque isso foge a atribuição constitucional do MP.

5.1.1 – Intervenção no processo penal:

Parte: A intervenção do MP no processo penal se dá como parte, em decorrência do mandamento constitucional do art. 129, I

5.1.2 – Natureza:

O MP integra o Poder Executivo, está vinculado ao Poder Executivo. O MP não integra o Poder Judiciário. Portanto, é um órgão administrativo.

Quem escolhe o chefe do MP é o chefe do Poder Executivo (no caso do MP Federal, o Presidente da República; no caso do MP Estadual, o Governador do Estado).

5.1.3 – Funções institucionais na esfera penal (na persecução penal): O MP pode:

 Impetrar mandado de segurança

 Requisitar a manifestação de diligências pela policia

 Requisitar a instauração de inquérito policial

 Controlar a polícia judiciária, de forma externa (este controle diz respeito à eficiência da polícia e ao

aperfeiçoamento de sua atividade; mas não se refere a um controle hierárquico)

o O controle interno da polícia judiciária é feito pela própria instituição pela corregedoria, e também pelo Poder Judiciário

5.1.4 – Princípios:  Unidade  Indivisibilidade  Independência  Indisponibilidade  Irrecusabilidade  Irresponsabilidade

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 Devolução

 Substituição

5.1.4.1 – Unidade:

Significa que cada órgão do MP, quando pratica um ato, o faz em nome da própria instituição. O membro do MP é o próprio MP. Uma simples manifestação nos autos do processo ou do inquérito policial é o MP falando. 5.1.4.2 – Indivisibilidade:

Decorre do princípio da unidade.

Quando diversos promotores despacham os inquéritos, os procedimentos, os processos... é como se fosse um único promotor despachando. Todos representam o MP.

5.1.4.3 – Independência funcional:

Significa que o promotor não está vinculado a posição de seu superior hierárquico, ele age por sua própria independência.

5.1.4.4 – Indisponibilidade:

Significa que o MP não pode desistir da ação penal proposta nem de seus recursos. 5.1.4.5 – Irrecusabilidade:

As partes não podem recusar o membro do MP, salvo por suspeição ou impedimento. 5.1.4.6 – Irresponsabilidade:

Os promotores e procuradores não irresponsáveis pelos danos causados no exercício da função, exceto quando praticam atos de improbidade administrativa ou infrações penais. Ex: O promotor pede a prisão de um acusado, que na prisão sofre um dano; o promotor então não será responsável. O Estado será.

5.1.4.7 – Devolução:

Os superiores hierárquicos podem avocar os procedimentos de seus subordinados. 5.1.4.8 – Substituição:

É possível que o superior hierárquico pratique o ato em lugar de seu subordinado. Isto é o que ocorre no caso do pedido de arquivamento no qual o juiz discorda e remete os autos do inquérito policial ao procurador geral, que pode determinar o arquivamento - concordando com seu promotor -, oferecer a denúncia em seu lugar, ou designar outro promotor para oferecer a denúncia (este promotor se discordar do procurador geral deve, mesmo assim, oferecer a denuncia, estando vinculado à ordem do procurador geral, neste caso).

5.2 - Acusado

Provável autor da infração penal. Sujeito passivo da relação jurídica processual penal. 5.2.1 – Legitimidade:

Inimputáveis:

Menores de 18 anos e doentes mentais.

Os menores de idade não devem ser responsabilizados penalmente, mas os doentes mentais podem ocupar o pólo passivo da relação jurídico processual penal, pois devem receber uma medida de segurança.

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Menores de idade não ocupam o pólo passivo da relação jurídica processual penal. Art. 27 CPP

Os menores não praticam crime, praticam infração penal, e devem receber medidas educativas.

Doentes mentais ocupam o pólo passivo da relação jurídico processual penal. Aplica-se a eles medida de segurança.

Se for considerado autor da infração penal é absolvido na sentença, que será a sentença penal absolutória imprópria.

É absolvido porque não tem consciência alguma do que fez. Semi-imputáveis:

Também ocupam o pólo passivo, assim como os doentes mentais. Recebem sanção penal.

Eles são condenados. Quando condenado, recebe pena. O juiz só aplica medida de segurança se o semi-imputável precisar de tratamento.

Não cabe medida de segurança, seria necessário ingressar com uma ação de interdição civil.

Ao contrário dos inimputáveis, que não entendem nada, os semi-imputáveis entendem que há certa reprovação social e jurídica de sua conduta, tem alguma consciência da ilicitude do fato.

Pessoa jurídica (Lei 9.605/98):

CF, art. 225, §3º - Pessoas físicas ou jurídicas estarão sujeitas a sanções penais ou administrativas.

Miguel Reale Jr. entende que este dispositivo constitucional não atribui a pessoa jurídica sanção penal. De acordo com o jurista, este dispositivo trata de sanção penal para as pessoas físicas, e sanções administrativas para as pessoas jurídicas.

Entretanto, esta posição foi vencida com a edição da Lei 9.605/98. Isso deu ensejo a diversos problemas, tais como:

- A pessoa jurídica é uma ficção, e a maior sanção do Direito Penal é a privativa de liberdade.

- A pessoa jurídica tem vontade, consciência, age com dolo, ou são seus administradores (pessoas físicas) que agem em seu nome?

Há juristas que acreditam que a solução destes problemas seria a criação de um direito administrativo sancionador.

5.2.2 – Denominações:

Em sentido amplo (toda a persecução penal):

 Fase investigatória:

o Suspeito o Investigado Acusados informais

 Fase da ação penal:

o No oferecimento da denúncia: Denunciado (ação penal pública) /Querelado (na ação penal privada)

o Após o recebimento da denúncia: Acusado/Réu/Querelado o Sentenciado/Condenado (CP)

5.3 - Advogado

Exerce um múnus público, pois sua atividade é essencial à justiça, imprescindível à justiça penal. A CF trata o advogado público como defensor, e o particular como advogado.

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JURISDIÇÃO Visão contratualista a respeito da jurisdição.

1. DESDOBRAMENTO DO PODER POLÍTICO O poder do Estado é uno, indivisível e indelegável.

O chamado “Poder Judiciário” é apenas uma das funções do Estado, a função jurisdicional. 2. SISTEMA DE COLABORAÇÃO

Sistema de freios e contrapesos. 2.1 – Independência e harmonia

CF/88, art. 2º - Os Poderes são independentes e harmônicos entre si.

O Poder Judiciário controla os demais Poderes do Estado, mas sem realizar um controle de mérito. 2.2 – Distribuição do Poder Judiciário

Independência e imparcialidade – Paolo Tonini.

O Poder Executivo é eleito pelo povo, e quando ele é eleito ele deve representrar determinada classe que o escolheu, então dificilmente ele age com imparcialidade e independência. Por isso o Poder Executivo nomeia pessoas para atender interesses de determinados grupos, como de empreiteiras, agricultores, funcionários públicos...

Também falta independência ao Poder Legislativo, porque é também eleito, e age de acordo com os interesses da classe que o escolheu.

Então só resta o Poder Judiciário, que tem estas duas características. O Poder judiciário é realmente independente e imparcial.

Anomalias: Quinto constitucional e escolha feita pelos chefes dos poderes executivos. Isso prejudica sua independência e imparcialidade.

3. A JURISDIÇÃO COMO POTÊNCIA E COMO ATO A jurisdição como potência visa alcançar a justiça social.

A jurisdição como ato é aquela atividade exercida pelos agentes do Poder Judiciário. Os agentes do Poder Judiciário são os juízes e tribunais.

4. CONCEITO DE JURISDIÇÃO

Atividade típica do Poder Judiciário exercida pelos juízes e tribunais, que tem por fim alcançar a justiça social, aplicando concretamente o ordenamento jurídico.

5. ESCOPO DA JURISDIÇÃO

Propiciar a justiça e aplicar concretamente o ordenamento jurídico solucionando o conflito de interesses, pacificando a sociedade.

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Estas regras servem para o exercício da jurisdição.  Inércia  Imparcialidade  Unidade  Indeclinabilidade  Indelegabilidade

OBS: Carta precatória 6.1 – Inércia

O juiz deve ser provocado.

O juiz penal tem a atribuição de decidir sobre a liberdade jurídica do indivíduo (não somente à de locomoção, mas também outras, atingidas pelas demais penas, além da privativa de liberdade, como, por exemplo, as restritivas de direitos.

O juiz penal, por isso, possui poderes instrutórios (156, I e II, CPP). Entretanto, isso não significa quebra da inércia, porque o juiz é provocado para que possa agir.

O juiz também pode agir de ofício para guardar os direitos e garantias fundamentais na esfera penal. 6.2 – Imparcialidade

Para garantir a justiça. 6.3 – Unidade

A jurisdição é una, uma vez que expressa o Poder Estatal, que é uno, indivisível e indelegável. As divisões que se fazem são meramente didáticas.

6.4 – Indeclinabilidade

Nenhuma lesão ou ameaça de lesão será excluída de apreciação do Poder Judiciário. Não existe possibilidade de estabelecer clausula entre as partes afastando a jurisdição. 6.5 – Indelegabilidade

Deve ser exercida pelos juízes e tribunais competentes.

Exceto quando a própria CF permite que outro órgão aprecie determinada matéria, como ocorre na hipótese do art. 52 da CF, o qual permite o julgamento pelo Senado por crimes de responsabilidade do Presidente da República, dos Ministros do STF e etc.

OBS: Carta precatória

Parte da doutrina diz que a carta precatória é exceção à regra da indelegabilidade de jurisdição.

Paulo Rangel entende que na verdade o juiz deprecado tem jurisdição para praticar um ato (de instrução), mas ele não tem para julgar a causa. Ele tem jurisdição para praticar o ato em cooperação, visto que o juiz

deprecante não tem jurisdição naquela região, mas ele não tem jurisdição para julgar a causa. Por isso não há exceção a esta regra em relação a carta precatória.

O professor segue este autor.

7. JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL A CF/88 trouxe mecanismos de controle de constitucionalidade.

Temos ainda os recursos constitucionais, que protegem todo o ordenamento jurídico (recurso ordinário, recurso constitucional, recurso ordinário constitucional). Temos ainda as medidas que servem para garantir os direitos constitucionais (habeas corpus, habeas data, mandado de injunção... etc).

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8. JURISDIÇÃO INTERNACIONAL Decorre do rompimento de uma característica do Estado soberano. São características do Estado soberano:

 Cunhar a moeda

 Legislação própria

 Fazer a guerra (o Estado soberano não reconhece nenhum outro como soberano, somente ele... por

isso a polícia expansionista baseada em guerras)

Atualmente estas características foram perdendo força. Como exemplo da primeira característica citada há a existência do euro; da segunda característica temos os blocos econômicos; e a terceira característica perdeu força após a 2ª Guerra Mundial, uma vez que foi criada a ONU, e foram criadas políticas internacionais de cooperação entre os Estados.

Com isso, foi preciso aperfeiçoar a jurisdição, que é uma expressão do Poder Estatal. Princípios gerais:

1) Justiça universal – A fim de acabar com a impunidade, as nações devem punir aquelas pessoas que praticaram infrações penais em outros Estados, mas que estão em seu território.

2) Efetividade da justiça – Significa que as nações devem cumprir as decisões de outros Estados

soberanos. Tanto que aqui no Brasil temos a possibilidade de homologação de sentença estrangeira. 3) Obrigação jurídica de cooperar – Os Estados celebram acordos bilaterais de cooperação jurídica na

prática de atos para combater a criminalidade transacional e organizada. 9. JURISDIÇÃO DO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL O Brasil adotou a jurisdição do TPI (art. 5º, § 4º, CF).

Competência do TPI:

Decreto 4.388/02 (Estatuto de Roma do TPI). Neste Estatuto verifica-se a competência do TPI: - crimes de genocídio

- crimes contra a humanidade - crimes de guerra

- crime de agressão Jurisdição complementar:

Esta jurisdição é complementar, ou seja, o estado no qual ocorreu uma destas condutas deve punir o infrator. Entretanto, se o Estado não punir, existem mecanismos que acionam a jurisdição do TPI, respeitando a regra da inércia.

O primeiro deles é que um dos Estados membros denuncia ao procurador do TPI a prática de uma destas condutas.

A segunda hipótese ocorre quando o Conselho de Segurança das Nações Unidas denuncia uma destas condutas.

A terceira é aquela que possibilita ao Procurador abrir de ofício a investigação, quando tomar conhecimento de um destes crimes.

Em fevereiro foi aberta investigação por denuncia do Conselho de Segurança da ONU contra a Líbia.

Redução da autoridade estatal (redução da soberania): Existe restrição da autoridade estatal em função do TPI.

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10. JURISDIÇÃO PENAL Divisão criada pela dogmática para fins meramente didáticos.

A doutrina diverge quanto a existência ou não da jurisdição penal, mas a parte majoritária da doutrina entende que ela realmente existe, uma vez que trata de direitos fundamentais - em especial, a liberdade jurídica -, que podem ser restringidos.

É por meio da jurisdição penal que é possível solucionar o conflito de interesses entre os ius puniendi estatal e o ius libertatis.

COMPETÊNCIA

A competência é a medida da jurisdição. A competência decorre da jurisdição. A jurisdição expressa um poder do Estado.

Além da jurisdição há o foro. O foro diz respeito ao território.

Se houver mais de um juiz no mesmo foro, há a necessidade de determinar qual juiz será o competente para a ação.

1. PROCESSO DE ELIMINAÇÃO GRADATIVA

Processo de fixação da competência – Vicente Greco (enfoque processual civil).

Primeiro deve-se verificar se é competencia nacional ou internacional. Depois é preciso verificar se há alguma prerrogativa de função, alguma competência originaria dos tribunais (a CF estabelece que algumas pessoas não são julgadas pelo tribunal simples). Em terceiro lugar, não sendo o caso de tribunal internacional ou prerrogativa de função, verificar se é o caso de uma justiça especial (trabalho, eleitoral e militar). Se não é o caso de justiça especial, é justiça comum.

A justiça comum pode ser federal ou estadual. Não sendo caso de competência federal, chega-se à justiça estadual, que é residual.

2. COMPETÊNCIA NACIONAL OU INTERNACIONAL

Em relação ao tribunal internacional, o Brasil se submete ao TPI (estatuto de Roma, que julga os crimes de genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de guerra e agressão). Genocídio diz respeito ao extermínio ou tentativa de extermínio de uma etnia, grupo religioso, grupo político. Similar ao que fez a Alemanha nazista. Crimes contra a humanidade são aqueles praticados contra uma coletividade afetando seus direitos

fundamentais, especialmente a vida, mas o fundamento não é o preconceito, tem a ver com o poder, a dominação, o tratamento do povo.

Crimes de guerra são aqueles que violam as Convenções de Genebra.

O estatuto de Roma não definiu o que é crime de agressão, concedendo esta possibilidade ao TPI. Em fevereiro de 2010 o TPI editou uma resolução definindo o crime de agressão. Diz respeito a atos de pessoas que exercem comando em determinado estado soberano, como os comandantes das forças armadas, o Chefe do estado, etc, e as condutas se relacionam a preparações e execuções de atos atentatórios a soberania de outro estado. Ex: Coréia do norte que vive provocando sua vizinha, com lançamento de mísseis, testes nucleares, etc.

Se uma destas condutas ocorrer no território nacional será competente o TPI? A jurisdição do TPI é

complementar, portanto o TPI torna-se competente somente quando o estado se omite em punir o criminoso. Quem pode denunciar é qualquer Estado membro ou o conselho de segurança da ONU.

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Existem ocupantes de cargos tão importantes no Estado, que estes cargos exigem certas segurança, proteção, contra perseguições políticas, ideológicas, que tornariam o próprio exercício daquela função inviável. Então, estas pessoas não são julgadas como pessoas comuns, se praticarem crimes comuns.

OBS: Privilégio

Alguns dizem que se trata de um privilégio, acabando por privilegiar os detentores do poder. Assim, a prerrogativa de função consiste num instituto para alcançar a impunidade.

O tratamento não é de privilégio, e sim de prerrogativa. O privilégio se relaciona à pessoa, a prerrogativa se relaciona à função.

3.1. Algumas hipóteses de prerrogativa de função 3.1 - Presidente da República (art. 102, I, “b” c.c. art. 86)

Quem é competente para julgar o presidente da República é o STF. Para o STF julgar o art. 86 exige licença-prévia da câmara dos deputados (mediante aprovação de 2/3 dos membros). Esta licença-licença-prévia é vista como condição de prosseguibilidade (prosseguir, difere de condição de procedibilidade).

Antes desta condição, pode-se investigar e propor acusação criminal. Esta condição só impede o recebimento da ação criminal.

Art. 86, CF

- imunidade prisional (prisão cautelar) - §3º

- §4º - alguns autores dizem que este dispositivo impede inclusive a investigação – mas esta regra, neste sentido, estabeleceria a impunidade para o chefe do estado, para o professor isso não faz sentido, mas a doutrina é majoritária em dizer o contrário.

3.2 - Membros do Congresso Nacional: Senadores / Deputados Federais (art. 102, I, “b”, c.c. art. 53) São julgados pelo STF.

Não passam pelo controle da licença-prévia.

Podem sustar o andamento da ação (interromper o processo pela Casa a qual está vinculado o parlamentar) - §3º art. 53, CF – outro meio de manter a impunidade

3.3 - Governadores (art. 105, I, “a”)

São julgados pelo STJ. Eles não tem as mesmas imunidades do presidente. Podem ser presos! 3.4 - Prefeitos (art. 29, X)

São julgados pelo Tribunal de Justiça. OBS: Súmula 702, STF

3.5 - Vice-presidente, ministros STF, PGR, ministros de Estado, membros TCU (art. 102, I, “c”) São julgados pelo STF.

3.6 - Desembargadores, membros, TCEstados, MPF que oficiem perante Tribunais (art. 105, I, “a”) São julgados pelo STJ.

3.7 - Membros MPE (promotores e procuradores) / Juízes Estaduais (art. 96, III, “b”) Serão julgados pelo Tribunal de Justiça.

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A jurisprudência vem entendendo que seu julgamento está vinculado ao tribunal em que atual. Então se o sujeito praticar crime na Bahia, mas trabalha em SP, então será julgado em SP.

4. JUSTIÇAS ESPECIAIS

Vicente Greco

São 3 as justiças especiais:

 Eleitoral

 Militar

 Trabalhista

4.1. Justiça militar (art. 122, CF):

A justiça militar tem competência para julgar os crimes militares próprios. Decreto 1001/69 (Código Penal Militar)

Decreto 1002/69 (Código de Processo Penal Militar) Lei 8457/92 (estabelece a justiça militar da União)

OBS 1: Crimes dolosos contra a vida de civil: competência comum e do júri (art. 125, §4º). OBS 2: Crimes militares próprios contra a vida de civil (art. 125, §5º)

OBS 3: Conselho de Justiça tem participação dos oficiais e julgam crimes militares próprios não praticados contra civil (art. 125, §5º)

4.2. Justiça eleitoral (art. 121, CF):

A CF fala que essa justiça será regida por lei complementar, que é a lei 4.735/65 (Código Eleitoral). Cabe a essa justiça o julgamento dos crimes eleitorais próprios e conexos.

4.3. Art. 356  Foro competente: Juiz eleitoral da zona da infração.

 TRE: Tem competência para julgar os crimes praticados pelos juízes eleitorais.

 TSE: Tem competência para julgar os desembargadores do TRE e seus próprios ministros.

4.4. Crime eleitoral: Crime que só ocorre na época das eleições. 5. JUSTIÇA COMUM 5.1. Federal: Possui certa especialidade em relação a justiça estadual.

Art. 109, CF – São causas em que a União possui interesse (crimes internacionais, interestaduais) 5.2. Estadual: Justiça residual.

Pode se auto organizar.

6. FORO - TERRITÓRIO A competência de foro é determinada pelo local do resultado da infração.

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1.6. Competência de juízo Competência territorial. É o local onde ocorreu a infração.

Pode existir mais de um juízo competente. Então há critérios para estabelecer qual juiz natural é competente para aquela causa.

1.6.1. Distribuição (art. 75)

Torna o juiz competente por sorteio.

Distribuição significa dividir a competência entre diversos juízes competentes. Algumas vezes a distribuição ocorre antes da propositura da ação penal. Quando escolhido, o juízo não poderá ser substituído por outro.

Hipóteses: prisão em flagrante, prisão preventiva 1.6.2. Prevenção (art. 83)

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Ocorre a prevenção quando um dos juízes se antecipa em relação aos demais, tomando conhecimento e decidindo uma questão em relação ao fato criminoso antes dos demais. Este juiz deverá praticar o ato decisório final.

A prevenção fixa a competência de um dos juízes, para que ele se torne o juiz natural da causa, entre vários juízes igualmente competentes.

O sistema de distribuição é utilizado para tornar o juiz prevento, na prática. OBS: Em caso de crime continuado qual o juiz prevalente?

Crime continuado consiste numa ficção segundo a qual o crime se estende no espaço e no tempo.

Assim, se um dos vários crimes que está compreendido na ficção do crime continuado for conhecido por um juiz, este juiz estará prevento em relação aos demais.

Adota-se o critério da prevenção.

Será competente o juízo que se antecipar aos demais decidindo sobre medida cautelar (em sentido amplo, aquele que recebe a comunicação do crime em flagrante).

1.6.3. Exceção à regra (art. 74 CPP): Tribunal do júri

O tribunal do júri, por determinação constitucional (art. 5º, XXXVIII, CF) é competente para julgar os crimes contra a vida.

OBS: Mais de uma vara do júri

Comarcas muito grandes, com mais de uma vara do tribunal do júri. Neste caso, adota-se os critérios de distribuição e prevenção.

O juiz pronuncia, mandando o criminoso a juri.

COMPETÊNCIA MATERIAL 1. Conceito

Competência material é aquela determinada em razão da matéria a ser apreciada por um órgão especializado do Poder Judiciário, a fim de determinar o juiz natural para aquela causa penal.

2. Regulamentação

A competência material geralmente é regulamentada pela Lei de Organização Judiciária. Lei de Organização Judiciária (art. 125, §1º, CR/88)

A atribuição legislativa para tratar de procedimento penal é concorrente. A CF diz que os estados vão organizar sua própria Justiça por meio da Lei de Organização judiciária. Nela, o Estado divide em razão da matéria o juízo competente.

3. Tribunal do Júri

O júri não é regulamentado pela Lei de Organização Judiciária. Ele é regulamentado pela CF (art. 5º, XXXVIII) e também pelo art. 74 do CPP.

A competência do Tribunal do Júri é estabelecida pela CF em razão da matéria (crimes dolosos contra a vida). 3.1. Júri federal e estadual

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Pode ocorrer de um crime doloso contra a vida ser praticado em detrimento de interesse da União. Ex: homicídio praticado por policial federal. Neste caso, compete ao tribunal do júri da Justiça Federal. 3.2. Competência mínima

A competência do júri é exclusiva aos crimes dolosos contra a vida ou pode ser ampliada? É possível ampliar esta competência por norma infraconstitucional?

A competência do tribunal do júri não é exclusiva para crimes dolosos contra a vida. Pode ser ampliada, só não pode ser suprimida.

4. Crime de latrocínio

Não é crime contra a vida. É contra o patrimônio, qualificado pelo resultado morte (crime preterdoloso). Súmula 603 STF

5. Militares / eleitorais 6. JECRIM Art. 98, I, CF/88

Julga infrações penais de menor potencial ofensivo (pena máxima menor ou igual a 2 anos) – Art. 61 da Lei 9.099/95.

Competência sobre a matéria, novamente.

6.1. JECRIM Federal

Instituído pela Lei 10.259/2001

Competência: Art. 64 da Lei nº 9.099/95. Julga ações penais em sede federal.

7. Crimes falimentares - art. 183, Lei 11.101/05

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DOUTRINAS INDICADAS PELO PROFESSOR:

- FREDERICO MARQUES - TOURINHO FILHO

Referências

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