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As metodologias ativas como potencializadoras do processo de aprendizagem e da promoção do protagonismo juvenil

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE EDUCAÇÃO

CURSO DE PEDAGOGIA

AS METODOLOGIAS ATIVAS COMO POTENCIALIZADORAS DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM E DA PROMOÇÃO DO PROTAGONISMO

JUVENIL

ASSU - RN 2019

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DALIANY MERELLY MELO DO NASCIMENTO LOPES

AS METODOLOGIAS ATIVAS COMO POTENCIALIZADORAS DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM E DA PROMOÇÃO DO PROTAGONISMO

JUVENIL

Artigo apresentado à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciado em Pedagogia.

Profº Orientador: Ms. Luiz Antonio da Silva dos Santos

ASSU – RN 2019

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AS METODOLOGIAS ATIVAS COMO POTENCIALIZADORAS DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM E DA PROMOÇÃO DO PROTAGONISMO

JUVENIL

Daliany Merelly Melo do Nascimento Lopes1 Luiz Antonio da Silva dos Santos2

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo fazer uma breve revisão bibliográfica acerca da metodologia tradicional de ensino e das metodologias ativas de aprendizagem, partindo de uma análise em obras de autores como: Berbel (2011), Bastos (2006), Freire (2015), Pereira (2012), Oliveira (2010) entre outros, que discutem a temática. Esta pesquisa é qualitativa e de cunho bibliográfico, organizada através da análise e interpretação de textos que discutem sobre o tema aqui proposto. O ensino tradicional vem perdendo espaço entre as práticas pedagógicas direcionadas para o processo de ensino e aprendizagem, onde o professor é o centro do processo de ensino-aprendizagem, e o aluno é a parte passiva do processo. As metodologias ativas de aprendizagem trazem uma proposta formativa diferente, promovendo a autonomia do aluno. Os estudos apontaram que os métodos ativos proporcionam liberdade para o aluno, colocando-o como protagonista em sala de aula, por meio de uma aprendizagem baseada em problemas, projetos, como também no ensino híbrido, que une a modalidade de ensino presencial com o ensino virtual. As metodologias ativas de ensino são potencializadoras no processo de aprendizagem e da promoção do protagonismo juvenil, oportunizando autonomia intelectual dos alunos.

Palavras-chave: Metodologia tradicional de ensino. Metodologia ativa de aprendizagem.

Processo de ensino-aprendizagem.

1 INTRODUÇÃO

Com o passar dos anos, a Educação vem se modernizando e sendo influenciada pelas transformações do seu tempo histórico. O processo de ensino-aprendizagem ocorre com a participação de no mínimo dois agentes, o aluno e o professor. E nesta perspectiva, o modelo de ensino vem ganhando novas formas e se modificando juntamente com a sociedade.

1 Graduanda em Pedagogia pela UFRN – dalianymerelly@bol.com.br

2 Orientador Mestre em Ensino, Especialista em Língua Portuguesa e Matemática numa abordagem

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As metodologias tradicionais de ensino são centradas no professor como eixo do processo deensino-aprendizado, sendo ele o detentor do saber no espaço de sala de aula. Ele possui a base que é necessária para a construção do saber e do amadurecimento dos alunos. Aqui, o professor é tido como o centro das atenções em todo o processo de ensino e aprendizado, cabendo aos alunos uma mera passividade no processo.

Porém, segundo Almeida (2010), os métodos tradicionais, privilegiando a transmissão dos conhecimentos pelos professores, só fazia sentido quando o acesso à informação era precário, tendo em vista, as mudanças estruturais ocorridas no mundo.

E para reforçar a ideia, Demo (2003, p.7) diz “a aula que apenas repassa conhecimento, ou a escola que somente se define como socializadora de conhecimento, não sai do ponto de partida, e, na prática, atrapalha o aluno, porque o deixa como objeto de ensino e instrução”.

Nesta visão, percebe-se que o tempo passou, o mundo se modificou, a sociedade criou novas maneiras de ver ao seu redor e com isso mudou-se a maneira de entender/estudar as metodologias de ensino-aprendizagem, a partir de novas expectativas, novas maneiras de olhar o aluno, como também o trabalho do professor. Nesta abordagem, surgem então as metodologias ativas de aprendizagem na educação, trazendo um olhar diferente, objetivo e criativo, alterando a posição do polo ativo e passivo no processo de ensino, tornando o aluno o protagonista de sua própria história, tendo agora o professor como intermediador, onde compartilha seus conteúdos e experiências educacionais.

Conforme Barbosa e Moura, (2013, p.55), entende-se:

Assim, aprendizagem ativa ocorre quando o aluno interage com o assunto em estudo – ouvindo, falando, perguntando, discutindo, fazendo e ensinando – sendo estimulado a construir o conhecimento ao invés de recebê-lo de forma passiva do professor. Em um ambiente de aprendizagem ativa, o professor atua como orientador, supervisor, facilitador do processo de aprendizagem, e não apenas como fonte única de informação e conhecimento.

Neste processo de construção de conhecimento, o aluno vai desenvolvendo sua capacidade intelectual a partir de suas experiências e participação no processo de ensino-aprendizagem, o qual está inserido.

As metodologias ativas possuem alguns vieses de ensino, os quais têm como objetivo principal o desenvolvimento do aluno, a partir da sua autonomia na construção do saber, transformando-o no principal elemento do desenvolvimento de sua educação. Esta autonomia está direcionada a faculdade de se reger por leis próprias, as quais determinam o que é importante ou não, para sua formação pessoal e estudantil.

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Berbel (2011) confirma isso ao dizer que os métodos ativos despertam a curiosidade dos alunos ao grau que se inserem na teorização, com subsídios novos, ainda não apreciados pelo professor.

Dentre os conceitos estabelecidos para as MAA, tem-se a ideia de um processo interativo, dinâmico, que visa encontrar a resolução de problemas a partir da autonomia que cada aluno desenvolve para alcançar a resposta dentre as experiências vivenciadas e compartilhadas, sendo um processo construtivo a partir das peças soltas que representam cada discente em sala de aula.

Compreendendo o viés da autonomia encontrada nas MAA, surge então um questionamento: Até que ponto as metodologias ativas são potencializadoras no processo de aprendizagem e da promoção do protagonismo juvenil? Na tentativa de responder esta questão, foi necessário realizar uma revisão bibliográfica com base em Barbosa (2013), Bastos (2006), Berbel (2011), Demo (2003), Freire (2015), Marra (2015), Oliveira (2010), Pereira (2012), Penin (2001), Veiga (2004), Zabala (2002), dentre outros autores.

O objetivo geral da pesquisa é identificar se as metodologias ativas de ensino são potencializadores no processo de aprendizagem e da promoção do protagonismo juvenil. Como também, se a mesma proporciona autonomia e liberdade no desenvolvimento do ritmo de aprendizado. Com o intuito de responder ao objetivo geral, surgem então alguns objetivos específicos: a) Compreender o que são metodologias ativas de aprendizagem; b) Descrever como o protagonismo juvenil pode ser estimulado; c) Avaliar se as metodologias ativas potencializam a aprendizagem.

Para isso, apresentar-se-á o conceito das MAA, bem como a identificação de seus pontos de divergência com o método tradicional de ensino, provocando uma reflexão sobre as metodologias ativas de ensino acerca da promoção do protagonismo do aluno.

O próprio justifica-se diante da importância de retratar as metodologias ativas de aprendizagem dos dias atuais, identificando os principais avanços na educação a partir da utilização de um método onde o aluno é o agente ativo do seu processo de ensino-aprendizagem, retirando do professor tal responsabilidade, como também mostrando que o protagonista da história é o próprio aluno, através de suas vivências e experiências no processo educacional.

A metodologia utilizada foi à revisão da literatura, tomando a direção da pesquisa bibliográfica descritiva, a qual é constituída a partir de material já elaborado, sendo utilizada principalmente através de livros e artigos científicos, com características descritivas.

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Esta pesquisa tem como alvo principal a descrição das particularidades de determinada população, fenômeno ou variável. A grande vantagem de se utilizar este tipo de metodologia é a gama de informações que já estão prontas, dando chance ao pesquisador de ter acesso a toda uma história já construída sobre o assunto abordado, suscitando os dados a serem analisados.

Após a obtenção dos dados através da pesquisa bibliográfica, foi realizada a análise e interpretação dos dados.

A análise tem como objetivo organizar e sumariar os dados de forma tal que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto para investigação. Já a interpretação tem com objetivo a procura do sentido mais amplo das respostas, o que é feito mediante sua ligação a outros conhecimentos anteriormente obtidos. (GIL, 2009, p. 156)

Os procedimentos analíticos são particularmente de natureza qualitativa, não havendo um padrão pré-definido, onde, os pesquisadores analisam os dados conforme seu estilo. Apresentados os pontos principais da presente pesquisa, detalha-se sua estrutura. Partindo desta introdução, a seção dois, situa-se as metodologias ativas de ensino-aprendizagem, apresentando uma breve crítica às metodologias tradicionais de ensino diante do avanço tecnológico e global que o mundo vive, descrevendo as metodologias ativas de aprendizagem (MAA) através dos autores estudados, enfocando sua base, definições e perspectivas do modelo. Além demonstrar a promoção proporcionada ao protagonismo juvenil e as estratégias utilizadas pelo método, eixo central da pesquisa. Na seção três, tecem-se as considerações finais sobre a temática estudada.

2 SITUANDO AS METODOLOGIAS ATIVAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM

As metodologias ativas de aprendizagem (MAA) têm sido largamente expostas na educação nos últimos tempos, mas não se configura como um método novo, tendo em vista, que já são encontrados sinais no pensamento de John Dewey (1859-1952), entendendo que o aluno necessita de uma pedagogia aberta, a qual proporcionasse ao sujeito a posição de responsável pela sua própria aprendizagem, tendo sua ideia aprimorada pelo professor Willian Kilpatrick, ao criar o “método de projetos”. Este método oportuniza ao aluno solucionar problemas a partir de situações reais em seu cotidiano, contrariando a escola tradicional.

Tomando como base as mudanças ocorridas no mundo, compreende-se que a escola e o modelo educacional vêm se adaptando com a nova realidade da sociedade. O

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mundo vive a chamada “Era da Informação”, a qual, as pessoas estão conectadas com os acontecimentos do mundo em tempo real e os alunos passaram a possuir uma quantidade imensa de informações, independentemente da escola. No Brasil, essa pedagogia, foi introduzida por Anísio Teixeira e Lourenço Filho.

Pode-se observar que essa proposta pedagógica tem estreita relação com a corrente construtivista, pois incorpora conceitos basilares do Piaget e Vygotsky, considerando à aprendizagem como um processo social em que o aluno constrói o conhecimento tanto individualmente quanto na interação com os seus pares.

Nessa perspectiva, as MAA buscam mostrar que a prática antecede a teoria, ao contrário do ensino tradicional que primeiro apresenta a teoria para então colocar em prática os conteúdos estudados. Enfatizando assim, que os ambientes escolares precisam acompanhar a era digital, oferecendo redes sem fio para uso de tecnologias móveis, compreendendo a nova concepção de ensino, a qual é centrada no aluno.

Conforme Zabala (2002) existe uma necessidade de vinculação entre a teoria e a prática no ambiente escolar, visando a abordagem globalizadora dos conteúdos por parte do aluno.

Percebe-se que os ajustes são necessários e profundos porque mexem com estruturas enraizadas no processo de ensino, passando a compreender que o aluno é ativo e não passivo, onde o professor é orientador e não transmissor, aqui o envolvimento é profundo e não burocrático.

2.1 UMA SÍNTESE CRÍTICA DAS METODOLOGIAS TRADICIONAIS DE ENSINO

A educação formal vive um impasse, manter sua pedagogia tradicional de ensino ou transformar-se diante de um leque de descobertas feitas pela sociedade contemporânea. A metodologia tradicional de ensino tem como ênfase, o conteúdo, o professor como o transmissor do conhecimento, e a rigidez quanto às normas e conduta disciplinar.

Nesse propósito, a escola tradicional ensina e avalia seus alunos igualmente, exigindo resultados previsíveis, não compreendendo que o conhecimento é baseado em competências cognitivas, sociais e pessoais, e não sendo adquiridas de forma convencional, e sim proativa.

Segundo esta perspectiva, na abordagem tradicional o conhecimento possui um caráter acumulativo, devendo o aluno absorver o conhecimento repassado pela instituição

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de ensino, para crescer intelectualmente, tendo o aluno um papel irrelevante na construção de sua própria aprendizagem, pois é apenas o polo passivo da relação professor/aluno. Com isso, o ensino tradicional visa à transmissão dos conhecimentos, por meio de conteúdos ensinados de forma sistemática, incorporados ao acesso histórico da humanidade, sendo o professor o agente dominador do conhecimento, ao qual repassa de forma expositiva e planejada os conteúdos ao aluno.

Nesta visão, a escola tradicional tem como papel primordial construir o lado intelectual e moral do aluno, tendo compromisso com a transmissão cultural para todos. Sua missão é cultural e não social, tendo em vista, que os problemas sociais pertencem à sociedade. Os métodos utilizados baseiam-se na exposição verbal dos assuntos, sempre realizada pelo professor, de forma, a avaliar os alunos através da repetição de exercícios para memorização.

O que predomina é a autoridade do professor, sendo o possuidor da verdade absoluta. A aprendizagem é mecânica e deve ser repassada de forma progressiva. O método prega que se o aluno conseguir reproduzir os conteúdos ensinados, mesmo que seja de forma automática e invariável, houve aprendizagem.

Confrontando a ideia do ensino tradicional, Freire (2015, p.67) apresenta outro posicionamento, dizendo:

A memorização mecânica do perfil do objeto não é aprendizado verdadeiro do objeto ou do conteúdo. Neste caso, o aprendiz funciona muito mais como paciente da transferência do objeto ou do conteúdo do que como sujeito crítico, epistemologicamente curioso, que constrói o conhecimento do objeto ou participa de sua construção.

Observando a citação, é possível concluir que, se o aluno não for preparado para fazer uma leitura crítica sobre a realidade, receberá a informação como verdade absoluta, sem compreender os fatos narrados.

A história mostra que o método tradicional é o mais utilizado pelos sistemas de ensino, principalmente quando se trata da educação pública. Esse é o método mais utilizado pela sociedade que não valoriza a autonomia do aluno, a qual, dita regras pré-estabelecidas a serem seguidas e ensinadas.

Uma das críticas apontadas para o método tradicional está relacionada ao desenvolvimento do aluno, por ele ser o agente passivo no processo de ensino e aprendizagem, impede a criatividade, a iniciativa do aluno, impedindo sua autorrealização. Mas, este método começa a perder seu espaço devido ao processo chamado globalização, o qual tem por objetivo aproximar o conhecimento das pessoas, pois encurta as distâncias, estejam elas onde estiverem à informação chega. Então o papel

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que anteriormente era único do professor, como transmissor do conhecimento, agora não existe mais, o acesso aos conhecimentos deixa de ser restrito e a divulgação passa a ser aberta, sem controle, parece até assustadora, mas tornou-se parte do dia a dia das pessoas. Entramos agora na era digital.

2.2 METODOLOGIAS ATIVAS DE APRENDIZAGENS: BASES, DEFINIÇÕES E PERSPECTIVAS

A tecnologia chega ao mundo contemporâneo para integrar os espaços e tempos, ensinando, avaliando, discordando e descobrindo que o método de ensino não pode ter padrão pré-definido, intitulado, algo pronto a ser seguido, mas torna-se complexo e variável. A sala de aula deixa de ser apenas um espaço de quatro paredes, ganhando espaços diversos, informações diversas, possuindo uma comunicação pessoal, mas também digital, entre o professor e o aluno. Surgem então as metodologias ativas.

Para Bastos (2006) as metodologias ativas são “processos interativos de conhecimento, análise, estudos, pesquisas e decisões individuais ou coletivas, com a finalidade de encontrar soluções para um problema”. Várias são as formas de trabalhar com as metodologias ativas em sala de aula, podendo ser feito um estudo de caso ou um projeto de intervenção, dentre as possibilidades existentes para atender a uma demanda anunciada, com objetivo de proporcionar ao aluno empregar conceitos, fazer análise, coletar dados e por fim, concluir a situação estudada, dando oportunidade ao aluno de vivenciar situações que podem ser encontradas na vida pessoal ou profissional.

Neste sentido, observa-se que grande parte da literatura brasileira descreve as metodologias ativas como estratégias pedagógicas, retirando o professor do centro do ensino, e colocando o aluno neste espaço. As metodologias de ensino tradicionais centradas no professor como o agente transmissor do conhecimento, está saindo de cena, e o aluno está passando a ser o protagonista da história. Penin (2001, p. 37) mostra que é necessário que os educadores examinem cuidadosamente como vão desenvolver suas atividades em sala de aula, “por implicar mudanças radicais no modo de organizar a escola e exercer a Didática. Trata-se da maneira como o saber se dispõe para os sujeitos”, diante do acesso a tecnologia.

Nesta perspectiva as estratégias pedagógicas são criadas para oportunizar os alunos a terem um comportamento mais ativo, engajados na realização das atividades,

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fortalecendo o processo de construção do conhecimento, estimulando-os a pensarem autonomamente.

Contribuindo com a discussão Pereira (2012, p.6) diz:

Por Metodologia Ativa entendemos todo o processo de organização da aprendizagem (estratégias didáticas) cuja centralidade do processo esteja, efetivamente, no estudante. Contrariando assim a exclusividade da ação intelectual do professor e a representação do livro didático como fontes exclusivas do saber na sala de aula.

Em face ao exposto, percebe-se que a representação exclusiva do livro didático como fonte do saber na vida estudantil do aluno, não representa a realidade contemporânea vivenciada, pois o leque de informações existentes nos canais abertos direcionados para o ensino mostra que o saber está ampliado, aguardando apenas ser utilizado pelo aluno, ator protagonista da história.

Nesta perspectiva, as MAA favorecem a atitude autônoma do aluno, de forma que seu aprendizado seja autodirigido, pois a aprendizagem ativa desenvolve além do conhecimento, habilidades e atitudes, encurtando o espaço entre a vida pessoal e profissional, diante da oportunidade de problematização de situações/problemas.

Marra (2015) diz “as metodologias de aprendizagem ativa se alicerçam na aprendizagem significativa que corresponde ao saber que é adquirido à medida que o indivíduo atribui significado ao que já conhecia ou vivenciou”.

Barbosa (2013) complementa dizendo que existe fatores cruciais para o êxito ou fracasso pedagógico na utilização das MAA. O principal e mais importante é o aluno compreender e estar disposto a tornar-se protagonista do processo.

Mas, segundo Veiga (2004, p.19) o desenvolvimento do protagonismo do aluno só irar acontecer quando o professor “orientar a aprendizagem para autonomia, implica compreendê-la com um processo de construção permanente” que não acontece individualmente, mas “num contexto de relações” entre aluno-professor e aluno-aluno.

2.3 METODOLOGIAS ATIVAS E A PROMOÇÃO DO PROTAGONISMO JUVENIL

Na escola, o professor é o grande intermediador, o qual promove a autonomia dos alunos e o controle dos comportamentos destes. Esta promoção acontece quando o aprendizado se dá a partir de problemas reais, envolvendo-o, motivando-o e dialogando com o aluno. Segundo Freire (2015) há bastante tempo, existe a necessidade de superar a educação tradicional e focar a aprendizagem no aluno, no que concerne ao desenvolvimento sua autonomia. Segundo (HOLANDA, 1986), autonomia é a faculdade

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de se governar por si mesmo. Guimarães (2003, p. 36) diz que “o adjetivo autônomo se refere a agir sem controle externo”.

Conforme Berbel (2011) na promoção da autonomia do aluno é necessário que haja envolvimento pessoal, baixa pressão e alta flexibilidade em sua execução e principalmente a percepção de liberdade psicológica e de escolha, tendo em vista, que a percepção de liberdade gera resultados positivos em relação à motivação, ao engajamento, ao desenvolvimento, à aprendizagem, à melhoria do desempenho em notas, atividades e ao estado psicológico, através da satisfação com a vida. Sendo assim, não é possível desenvolver a liberdade do aluno se este viver no sistema autoritarismo do método tradicional de ensino.

Paulo Freire (1996) defende que na educação de adultos o que impulsiona a aprendizagem é o processo de construção do conhecimento novo, a partir das experiências prévias do indivíduo, levando em consideração sua liberdade de expressão e autonomia. Assegura que, educar para a autonomia significa emancipação política pedagógica.

As metodologias ativas permeiam seu desenvolvimento no processo de aprender a partir da problematização, como estratégia de ensino e aprendizagem, com intuito de motivar o aluno. Nesta análise, o aluno tem a oportunidade de solucionar questões e promover seu próprio desenvolvimento a partir das experiências vividas, fazendo parte da história.

Confirmando o posicionamento dos autores citados anteriormente e fortalecendo a consciência crítica, a partir de uma postura autônoma e ética, lê-se:

As crianças precisam crescer no exercício desta capacidade de pensar, de indagar-se e de indagar, de duvidar, de experimentar hipóteses de ação, de programar e de não apenas seguir os programas a elas, mais do que propostos, impostos. As crianças precisam ter assegurado o direito de aprender a decidir, o que se faz decidindo. Se as liberdades não se constituem entregues a si mesmas, mas na assunção ética de necessários limites, a assunção ética desses limites não se faz sem riscos a serem corridos por elas e pela autoridade ou autoridades com que dialeticamente se relacionam (Freire, 2000, p.25).

Nesta leitura, percebe-se que o aluno tem por direito aprender a decidir juntamente com os que decidem acerca do processo de ensino-aprendizagem, tornando-se parte do polo ativo da educação a si ofertada, característica dos métodos ativos de ensino.

Então, para que este processo aconteça é necessário “envolver o aluno enquanto protagonista de sua aprendizagem, desenvolvendo ainda o senso crítico diante do que é aprendido, bem como competências para relacionar esses conhecimentos ao mundo real” (PINTO et al,. 2012, p.78).

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2.4 ALGUMAS ESTRATÉGIAS BASEADAS EM METODOLOGIAS ATIVAS DE APRENDIZAGEM (MAA)

São diversas as possibilidades de estratégias utilizadas nas metodologias ativas, elevando o aprendizado do aluno através da sua autonomia, proporcionando aos discentes a possibilidade de vivenciarem situações problemas e a partir desta situação, buscarem o conhecimento para se prepararem como profissionais. A esfera cognitiva presente nas MAA funciona como o conjunto das funções psíquicas que presidem a noção de realidade, através das experiências com o meio externo, dando a possibilidade ao aluno de analisar e concluir a situação apresentada.

Diferentes habilidades são desenvolvidas no aluno a partir da utilização das MAA, dentre elas está observar, comparar, refletir, opinar e não apenas ouvir como é nas aulas expositivas do ensino tradicional. As MAA promovem uma interação entre os alunos, isto é resultado das atividades onde estes resolvem problemas práticos do dia a dia, tornando-o parte na ctornando-onstruçãtornando-o dtornando-o ctornando-onhecimenttornando-o, ptornando-ois fragmentar tornando-os ctornando-onteúdtornando-os e desarticular dtornando-o contexto social desmotiva a aprendizagem.

Nesta construção de habilidades, o professor aprende juntamente com o aluno numa relação dinâmica, entre a teoria e a prática, através de um trabalho em equipe. Exigindo-se de ambas as partes ousadia para inovar no ambiente educacional.

Segundo Saviani (2008, p.126) afirma que a “teoria e prática são aspectos distintos e fundamentais da experiência humana”. Todavia, são “aspectos inseparáveis, definindo-se e caracterizando-definindo-se definindo-sempre um em relação ao outro”.

Com isso, compreende-se que os saberes da docência são integrados com a formação humana conforme se apreende com Freire (2015, p.29):

Percebe-se, assim, a importância do papel do educador, o mérito da paz com que viva a certeza de que faz parte de sua tarefa docente não apenas ensinar os conteúdos, mas também ensinar a pensar certo. Daí a impossibilidade de vir a tornar-se um professor crítico se, mecanicamente memorizador, é muito mais um repetidor de frases e de ideias inertes do que um desafiador.

Compreendendo que a função do professor não significa transmitir conhecimentos, mas despertar no aluno ações e construções mentais diversas, tais como: observar, compreender, refletir, analisar, criticar, comparar, concluir, elaborar e confirmar hipóteses sobre as discussões levantadas em sala de aula, sem perder o respeito à autonomia do aluno.

O professor, antes de posicionar-se sobre qualquer característica da metodologia ativa, precisa assumir uma postura investigativa sobre sua própria prática, conjecturando

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sobre os problemas intrínsecos a docência e suas possíveis resoluções, contribuindo para que o discente contribua nestas soluções.

Segundo Berbel (2011, p.25), “Na escola, o professor é o grande intermediador desse trabalho, e ele tanto pode contribuir para a promoção de autonomia dos alunos como para a manutenção de comportamentos de controle sobre os mesmos”. Entendendo que qualquer mudança na prática docente não pode ocorrer de forma autoritária para o professor, nem tão pouco para o aluno, tendo em vista, que o prazer de ensinar não pode sumir da vida do professor, conforme Oliveira (2010, p.29):

Conceber o ato de ensinar como ato de facilitar o aprendizado dos estudantes faz com que o professor os veja como seres ativos e responsáveis pela construção de seus conhecimentos, enquanto ele passa a ser visto pelos alunos como facilitador dessa construção, como mediador do processo de aprendizagem, e não como aquele que detém os conhecimentos a serem distribuídos.

Analisando a ideia de intermediário do processo de aprendizagem, o professor, colabora para a aprendizagem baseada na problematização, atuando como facilitador neste processo de construção do conhecimento. Utilizando práticas pedagógicas como: pesquisa, projetos integrados, jogos, aula invertida e a integração da sala de aula e atividades online para intermediar no processo de ensino-aprendizagem do aluno, identificando qual prática pedagógica é a mais coerente para se utilizar na disciplina lecionada.

Vale salientar que as metodologias utilizadas pelo professor objetivam contribuir para o aprendizado do discente. As MAA visam contribuir para que o aluno se torne um sujeito reflexivo, analisando a realidade e construindo conhecimentos para futuras tomadas de decisões.

2.4.1 Aprendizagem baseada em problemas (PBL)

Na modalidade de aprendizagem baseada em problemas, (conhecida pela sigla PBL, que significa em inglês Problem Based Learning), foi inicialmente inserida no currículo do curso de medicina no Brasil, diferenciando de outras metodologias ativas, pois se configura como eixo principal do aprendizado técnico-científico. Esta metodologia estimula o aluno a buscar conhecimentos para quando vivenciar situações-problemas no dia a dia de sua atividade profissional, saiba enfrentá-los.

Dentre seus objetivos encontra-se, preparar-se através da atuação nas inúmeras situações adversas, para então dominar a situação vivenciada, desenvolvendo sua esfera

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cognitiva. Segundo Berbel (2011), “A esfera cognitiva do PBL deve garantir que o aluno estude situações suficientes para se capacitar a procurar o conhecimento por si mesmo quando se deparar com uma situação problema ou um caso clínico”.

O quadro 1, descrever as principais divergências existentes no ensino convencional e na metodologia ativa de aprendizagem baseada em problemas (PBL).

Quadro 1: Requisitos para professor e aluno no ensino convencional e na ABProb - Barbosa e Moura (2013).

Fonte: Internet.

Nesta análise, percebe-se que o ensino convencional não gera autonomia no aluno, o mesmo é apenas um simples espectador do conhecimento, enquanto a aprendizagem baseada em problemas desenvolve uma educação útil para a vida do aluno, estimulando uma perspectiva crítica e reflexiva no estudante, integrando conteúdo e contexto social, tendo em vista, que promove uma habilidade de interrogar de forma consciente, a qual, conforme Demo (2003, p. 12-13) “trata-se de ler a realidade de modo questionador e de reconstruí-la como sujeito competente”.

Para isso “os profissionais precisam estar habilitados a trabalhar de forma a criar situações por meio das quais os alunos aprendam a gerenciar, a selecionar e a tratar as

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informações e os conhecimentos de forma competente e com significado” (FREIBERGER; BERBEL, 2000, p. 227).

E na escolha do problema e sua possível solução, o aluno busca informações nos meios disponíveis, para adquirir conhecimento. Contudo, para que o conhecimento seja gerado é necessário que a informação seja analisada, interpretada e compreendida pelo aluno.

Veiga (2004, p.17) descrever quatro grandezas existentes no processo didático realizado pelo professor: ensinar, aprender, pesquisar e avaliar, enfatizando que “ensinar a pesquisa é estimular a criatividade, o espírito investigativo, a curiosidade”. Que a pesquisa precisa está no cotidiano da escola, tendo em vista, que “é muito difícil imaginar ação educativa que não seja precedida por algum tipo de investigação”.

Ainda segundo Veiga (2004, p.21), “o papel do professor-pesquisador é o de criar condições para que os alunos aprendam a pesquisar, pesquisando temáticas vinculadas à formação do aluno”.

Sendo assim, a pesquisa é uma arte de produção e socialização de conhecimentos. Mostrando que “o desafio da pesquisa leva naturalmente a uma mudança na organização do trabalho pedagógico, porque supõe outro tipo de participação, de disposição dos espaços e tempos, do ambiente” (FREIBERGER; BERBEL, 2000, p. 229).

2.4.2 Aprendizagem baseada em projetos (PBL)

O método de projetos é bastante usado nas universidades do Brasil, tendo em vista, que pode ser explorado em três bases: ensino, pesquisa e extensão. Os projetos ganham espaços desde a educação básica até a educação superior. Este método tem como objetivo tornar a escola mais próxima da realidade de sua comunidade, fazendo com que, no surgimento das demandas escolares, os projetos são planejados e colocados em prática para atenderem a uma necessidade real. Nesta perspectiva, o aluno analisa, interpreta, colhe dado, encontra respostas, as quais o ajudarão a crescer como pessoa e cidadão. Moura (2013) classifica o método de projetos em três tipos: explicativo, construtivo e investigativo.

De acordo com Barbosa e Moura (2013, p.61) “a ideia de trabalhar com projetos como recurso pedagógico na construção de conhecimentos remonta ao final do século XIX, a partir de ideias enunciadas por John Dewey, em 1897”. Os autores ainda classificam em três categorias o método: projeto construtivo, projeto investigativo e projeto didático.

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Zabala (2002, p.209) retrata que os projetos de trabalho são “uma resposta à necessidade de organizar conteúdos escolares na perspectiva da globalização, criando situações de trabalho nas quais [...] a aprendizagem de alguns procedimentos que ajudem a organizar, compreender e assimilar uma informação”.

Do ponto de vista dos projetos escolares a ideia é a interdisciplinaridade, enfatizando as metodologias ativas, com aprendizagem significativa a partir de problemas. A intenção da educação aqui é desenvolver uma atividade eficaz na solução do problema.

2.4.3 Ensino Híbrido e a rotação da sala de aula invertida

Com os avanços das metodologias ativas no campo da educação, muitas são as formas de trabalhar com o aluno para que deixe sua posição de acomodação/passividade, engajando-se na atuação de seu crescimento intelectual. Dentre as mudanças ocorridas pelo tempo, surge a educação à distância, a qual visa atender as necessidades daquelas pessoas que não possuem tempo para cursarem um curso totalmente presencial. Esta educação à distância, conhecida como a educação EaD, tem proporcionado muitos avanços na discussão das MAA, surgindo o ensino híbrido.

Conforme Christensen, Horn & Staker (2013, p.7):

O ensino híbrido é um programa de educação formal no qual um aluno aprende, pelo menos em parte, por meio do ensino online, com algum elemento de controle do estudante sobre o tempo, lugar, modo e/ou supervisionada, fora de sua residência.

Este modelo de ensino vem ganhando espaços nas universidades e faculdades do país, tendo em vista, a facilidade proporcionada pelo sistema. Os processos formais de ensino e aprendizagem abrem brechas para os processos informais, com a finalidade de integrar os espaços físicos com os ambientes virtuais, no intuito de intermediar o crescimento intelectual do aluno.

Com esta ideia o modelo de processo informal vai ganhando a confiança das pessoas, tornando a educação flexível diante da rigidez do ensino tradicional, dando oportunidades de estudar para quem não conseguia tempo de frequentar uma sala de aula.

Os projetos pedagógicos que se inovaram, conciliam a comunicação pessoal com o ambiente físico e virtual, na busca de organizar o tempo e espaço da educação. Os cursos presenciais do ensino superior tendem a se tornarem semipresenciais (híbridos),

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mostrando as convergências existentes entre o ensino tradicional com o ensino baseado em metodologias ativas.

Dentro do ensino híbrido, um novo termo surge, a chamada “sala de aula invertida”, tendo em vista, que o sistema do ensino trouxe a possibilidade de unir no mesmo espaço educacional duas modalidades de ensino, a presencial e a virtual. Os alunos da modalidade de educação à distância – (EaD) vivem exatamente estas duas modalidades, porém com significados invertidos. A sala de aula, espaço físico com quatro paredes, possuindo o professor e material didático, foi transferida para o ambiente virtual, onde os alunos estudam on-line, podendo acessar o ambiente educacional de qualquer espaço, trocar informações, e tendo o professor como o intermediário das discussões.

Os encontros presenciais são programados para o desenvolvimento das atividades, tendo objetivo, pois o tempo tornou-se o melhor e o pior aliado nesta modalidade de ensino. Todas as atividades são programadas com data de entrega e horário pré-determinado, tudo está no controle do professor, os alunos precisam se adaptar, caso contrário, não conseguirão cumprir os prazos.

Esta inversão é muito mais profunda do que a mudança do espaço ou horário, pois muda a maneira de promover o aprendizado. O aluno é responsável pelo seu desenvolvimento acadêmico, sendo o agente ativo neste processo, desenvolvendo um aprendizado autônomo, individualizado com foco nas suas habilidades e competências.

O modelo de sala de aula invertida constitui uma mudança na postura do professor e do aluno, no sentido de compartilhar/aprender conhecimentos. O professor torna-se um agente colaborar, direcionando o material que o aluno deve estudar, de acordo com seu tempo e ritmo de estudo, realizando as atividades propostas, executando seu aprendizado. Este, precisa ler os conteúdos, estudar e fazer as atividades, solicitando ajuda quando necessário. Tornando-se responsável pelo seu próprio desempenho estudantil.

Do outro lado, o professor precisa elaborar um planejamento para as atividades que serão realizadas de forma on-line, observando se existe recurso tecnológico disponível para que todos os alunos tenham acesso sem perda de tempo e conteúdo. Nesta modalidade a responsabilidade e o compromisso são recíprocos em relação ao ensino-aprendizagem, o docente e discente estão submersos no processo, favorecendo a autonomia do aluno.

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Analisando as teorias dos autores estudados, percebe-se que o ensino tradicional vem perdendo espaço entre as práticas pedagógicas direcionadas para o processo de ensino e aprendizagem. As MAA trazem uma visão de autonomia e senso crítico para o aluno, diante da posição ativa que ele assume em seu desenvolvimento intelectual.

Segundo Berbel (2011, p. 29) o aluno desenvolve “o processo de aprender, utilizando experiências reais e simuladas, visando às condições de solucionar, com sucesso, desafios advindos das atividades essenciais da prática social, em diferentes contextos”.

É notório que esta metodologia impulsiona o aluno em seu crescimento pessoal e profissional, pois é a partir do desenrolar das atividades que estes vão ganhando experiências para construírem os saberes necessários para sua vida adulta. As MAA proporcionam ao educando a sensibilidade de observar os fatos, refletir sobre os acontecimentos, analisar as possíveis hipóteses de resolução, além de decidir sobre a melhor maneira de agir diante da situação.

Dentre as práticas pedagógicas que são utilizadas pelas MAA, destacam-se a aprendizagem por intermédio dos problemas, a aprendizagem pelos projetos, como também, o envolvimento do ensino híbrido dentro das salas de aula. O envolvimento do discente na resolução dos problemas faz com que ele se sinta importante e participe na construção da sua própria história, tendo em vista, que o aprendizado acontece na medida em que as aulas vão acontecendo.

Os trabalhos em grupos realizados nas atividades corriqueiras da sala de aula ou na implantação de um projeto têm como objetivo principal envolver todos na discussão e construção das ideias, fazendo com que a participação dos alunos seja tão importante como as intermediações do professor. Esta participação ativa mostra que o educando está vivendo uma posição diferente da planejada pelo método tradicional de ensino, a passividade. O aluno está participando das decisões e da formação do seu saber a partir de suas intervenções nos diálogos, sendo um agente ativo.

Dentro desta perspectiva, o ensino híbrido chega às faculdades e universidades do país, mostrando que é possível unir dois sistemas na mesma sala de aula, onde, o ensino presencial recebe o ensino virtual como aliado, tornando-se nesta era digital, um método essencial, pois com todos os avanços tecnológicos existentes, não tem como não pensar no uso desta tecnologia em sala de aula. Este modelo de ensino virtual, conhecido como Educação a Distância – EaD, ganha proporções no meio educacional, entrando nos cursos técnicos, graduações e pós-graduações, possuindo dois modelos, um modelo totalmente virtual e outro mesclado (presencial e virtual), oportunizando aos cidadãos que não

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possuem tempo para uma formação presencial, realizá-la sem sair de casa, no mundo virtual.

Observa-se que as MAA são potencializadoras no processo de aprendizagem e da promoção do protagonismo juvenil, tendo em vista, que a partir do desenvolvimento de suas práticas pedagógicas, os alunos possuem autonomia e desenvoltura para resolverem seus problemas diários, os quais ensinam conteúdos e práticas de vida, confirmando a ideia de que o centro dinâmico do ensino-aprendizagem está no aluno e não no professor como é defendido pelo método tradicional.

No decorrer da pesquisa, observa-se que historicamente o método tradicional de ensino vem sendo substituído pelos métodos ativos de ensino em algumas instituições escolares, apesar de algumas escolas continuarem adotando o método tradicional, o qual determina que o professor seja o agente possuidor do conhecimento e por isso, todos devem assisti-lo em suas aulas expositivas para então aprender o que foi repassado.

As MAA apontam que no polo ativo do ensino-aprendizagem está o aluno e não o professor, modificando toda a base tradicional conhecida até o momento. Este método de ensino traz uma visão diferenciada em relação ao acesso as informações, pois nesta prática, o aluno adquire conhecimentos através dos meios disponíveis e não exclusivamente por meio do professor em sala de aula.

Por meio dos aportes teóricos evidenciados na pesquisa bibliográfica, percebe-se que o aluno tem autonomia nas MAA, tendo em vista, que se configura como o protagonista do processo de ensino-aprendizagem, o qual está inserido, sendo coresponsável em adquirir os conteúdos necessários para sua formação, tendo o professor como intermediador neste processo.

Partindo do pressuposto que o aluno é o agente ativo no processo de ensino, que possui autonomia para apropriar-se dos conhecimentos abordados pelo professor, mas também do leque de conhecimentos adquiridos com uso da tecnologia, pode-se concluir que as metodologias ativas são potencializadoras no processo da aprendizagem e da promoção do protagonismo juvenil, proporcionando liberdade, amadurecimento e construção de ideias para tomada de decisões, a partir da aprendizagem através de problemas, projetos, entre outras modalidades, tudo frisando que o saber encontra-se disponível para aqueles que o buscam dentro e fora da sala de aula.

Conclui-se também que o professor possui relevância nas MAA, haja vista, ter ganhando responsabilidades diferentes das atribuídas no ensino tradicional, sendo necessário, organizar-se para obter o máximo de proveito no desenvolvimento das metodologias ativas com seus alunos, utilizando-se dos meios tecnológicos disponíveis.

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Demo (2003, p.27) confirma o embasamento quando afirma que “a informatização do conhecimento será característica ineludível dos tempos modernos, absorvendo a tarefa da transmissão do conhecimento, com nítidas vantagens, seja porque é mais atraente e manejável, seja porque atinge a massa”, assegurando que esta informação está “nos livros, nas bibliotecas, videotecas, universidades, institutos de pesquisa, escolas, computadores e bancos de dados tornando-se, sob o peso da informática e da instrumentação eletrônica em geral, cada vez mais acessível”.

Portanto, compreende-se que as MAA chegam ao ambiente educacional para disponibilizar e gerar novos conhecimentos, mostrando que o processo de ensino-aprendizado ocorre através de uma relação entre professor-aluno na forma de compartilhamento dos saberes, sendo necessário que os envolvidos se apropriem do conhecimento, tornando-se responsáveis e coresponsáveis pelo seu próprio ritmo, tempo de crescimento intelectual, pessoal e profissional. Enfim, destaco a importância da realização deste trabalho, tendo em vista, que houve uma ampliação de conhecimentos frente às questões levantadas, à medida que cada etapa ia sendo concluída. Espera-se então, que este trabalho possa colaborar com pesquisadores que estudam esta temática, gerando assim, futuras pesquisas.

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