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Criação de uma identidade visual para o Projeto Acolher da UFRN

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE ARTES

CURSO DE DESIGN BACHARELADO

NAYARA SIMONETTI LINHARES MEDEIROS

CRIAÇÃO DE UMA IDENTIDADE VISUAL

PARA O PROJETO ACOLHER DA UFRN

NATAL

2019

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NAYARA SIMONETTI LINHARES MEDEIROS

CRIAÇÃO DE UMA IDENTIDADE VISUAL PARA O PROJETO ACOLHER DA UFRN

Trabalho de Conclusão do Curso I, como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Design, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Orientador: Prof. Rodrigo Naumann Boufleur

NATAL 2019

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RESUMO

Este trabalho tem como intuito a criação de uma Identidade Visual para o Acolher, projeto de extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Norte que oferece o serviço de orientação psicológica para crianças e adolescentes em acolhimento institucional. Para a realização desse trabalho, fez-se necessário o estudo bibliográfico sobre design e comunicação, além do uso da metodologia de Alina Wheeler, que contribuiu para estabelecer uma base sólida a esse projeto. O resultado do trabalho realizado contou com a criação da identidade visual para promover o Projeto Acolher, contribuindo em sua expansão a partir do desenvolvimento de sua representação gráfica, a fim de torná-lo mais relevante e conhecido em meio à sociedade, permitindo que, ao alcançar mais pessoas, também haja mais interessados em ajudar nessa causa.

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ABSTRACT

The goal of this project is to create a Visual Identity for an entity called "Projeto Acolher", which is an extension project from the Federal University of Rio Grande do Norte that offers psychological orientation for children and teenagers who live in foster homes. To conduct the researches for this project it was necessary to make bibliographic studies about design and communication, also using Alina Wheeler's metodology that contributed to establish a solid base for the realization of this assignment. The outcome of this project was to make a visual identity to better help promote Projeto Acolher, providing its expansion with a graphic representation, with the purpose of making it more relevant and known in society, reaching more people who will be able to assist this cause.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 5

1 FUNDAMENTOS TEÓRICOS ... 7

1.1 CONCEITOS SOBRE IDENTIDADE, MARCA E IDENTIDADE VISUAL ... 7

1.2 CONCEITOS SOBRE DESIGN GRÁFICO: CONSTRUÇÃO DE MARCAS E DE IDENTIDADES VISUAIS ... 9

1.2.1 Design social ... 11

1.3 TEORIAS E TÉCNICAS NA CRIAÇÃO DE UMA IDENTIDADE VISUAL ... 12

1.3.1 Elementos visuais ... 12

1.3.2 Teoria da Gestalt ... 14

1.3.3 Grid ... 17

1.4 SOBRE O PROJETO ACOLHER ... 18

1.5 ANÁLISE DE MARCAS E IDENTIDADES VISUAIS DE OUTRAS INSTITUIÇÕES ... 19

1.5.1 Casa Hope ... 19

1.5.2 UNICEF ... 20

1.5.3 APAE Brasil ... 20

1.5.4 SAMU ... 21

1.5.5 Projeto Acalanto Natal ... 22

2 O PROJETO ... 24

2.1 METODOLOGIA DE PROJETO ... 24

2.2 BRIEFING ... 26

2.3 PAINÉIS SEMÂNTICO E DE REFERÊNCIA ... 28

2.4 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA MARCA ... 30

2.4.1 Estudos preliminares ... 30

2.4.2 Definição de um conceito ... 32

2.4.3 Definição do desenho ... 33

2.4.4 Definição da tipografia ... 34

2.4.5 Unificação dos elementos visuais da marca ... 35

2.4.6 Desenho final ... 38

2.4.7 Definição das cores ... 39

2.5 MANUAL DE IDENTIDADE VISUAL ... 39

2.5.1 O Manual de Identidade Visual do Projeto Acolher ... 40

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 41

REFERÊNCIAS ... 42

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INTRODUÇÃO

A representação visual de um serviço é importante nos processos de comunicação. São conjuntos de símbolos e de palavras que integram e definem um conceito. Esse fato é algo que se observa desde a pré-história, período em que os indivíduos precisavam se expressar de alguma forma, criando imagens bidimensionais nas paredes das grutas nas quais viviam (CONSOLO, 2015).

Segundo Consolo (2015), diferentemente das outras espécies, o homem como hoje é conhecido começou a conhecer e entender os limites de tempo e espaço, tomando consciência da vida e da morte por meio de da cognição, que consiste na obtenção do conhecimento acerca da percepção de mundo do ser humano. Tal conhecimento despertou o desejo de registrar momentos vividos, suas crenças, conquistas. Nesse contexto do registro das questões cotidianas, surgiram as necessidades de identificação das marcas, produtos e serviços que permearam o cotidiano dos homens na sociedade.

Munhoz (2009) acredita que toda e qualquer instituição ou produto tem necessidades de comunicação. Essa comunicação pode ser transcrita por meio de da identificação visual, que pode aproximar ou distanciar o público-alvo dependendo da forma como é representada. Por esse motivo, a criação de uma identidade visual é tão importante. Um elemento atraente se torna um ótimo recurso para criar um atrativo, que busca não apenas representar informações, mas também levar em conta o valor emocional.

O valor de uma identidade visual se encontra em sua habilidade em prover consistência e reconhecimento a uma organização. Essa habilidade ajuda a construir familiaridade para o público-alvo (WHEELER, 2008).

A origem do desenvolvimento deste trabalho se deu a partir do conhecimento de um projeto que visa prover atenção psicológica a crianças e adolescentes que estão sob medida protetiva de Acolhimento Institucional, o Projeto Acolher do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Esse projeto se iniciou em 2010 a partir de um contato anterior com alguns poucos indivíduos os quais estavam abrigados por esses lares, quando então notou-se a necessidade em prover ajuda de forma mais ampla, alcançando mais pessoas

(MELO; SANTOS; OLIVEIRA; FREITAS, 2013). Esses espaços os abrigam

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risco, em decorrência de seus pais, também vítimas de um contexto social adverso, não conseguirem disponibilizar a necessária proteção ao processo de desenvolvimento desses sujeitos.

Cuidar da saúde mental é algo extremamente necessário na vida de um indivíduo (AMARANTE, 2007). Tendo isso em vista e a situação em que as crianças abrigadas em lares de acolhimento se encontram, o Projeto Acolher tem participação significativa no auxílio do processo de desenvolvimento dessas crianças. Esta atenção que lhes é dada também contribui para seu posterior desenvolvimento, ao ser fornecida ajuda na compreensão daquilo que os aflige (FERREIRA, 2012).

Nesse contexto, o propósito principal deste trabalho consistirá em projetar uma identidade visual para contribuir com uma melhor propagação do Projeto Acolher da UFRN.

O objetivo geral do projeto é criar uma identidade visual que atenda e auxilie no sucesso de comunicação do Projeto Acolher do Departamento de Psicologia da UFRN. Para tanto, os objetivos específicos englobam: construir o projeto gráfico através da compreensão de como o Projeto Acolher da UFRN funciona, identificar as necessidades de comunicação do Projeto Acolher e utilizar as ferramentas e as possibilidades oferecidas pela prática do Design para melhorar o serviço do Projeto Acolher.

O Projeto Acolher atua pela UFRN há 3 anos, sendo responsável por prover ajuda profissional e atenção psicológica a crianças e adolescentes em acolhimento institucional. Apesar de estar na ativa há algum tempo, não possui uma representação visual, o que prejudica na sua expansão para outras plataformas, como por exemplo, redes sociais, e no seu reconhecimento por mais pessoas que possam contribuir de alguma forma.

Desse modo, este trabalho se torna importante pelo fato de que irá oferecer ao Projeto Acolher a criação de uma identidade visual que poderá favorecê-lo no sentido de possibilitar a melhor propagação dos seus ideais e conseguir provisão de recursos para melhorar o atendimento e alcançar mais crianças por meio de da sua proposta de atuação.

A criação de páginas em redes sociais para facilitar nesse quesito será de uma ajuda valiosa, visto que elas são bastante utilizadas na atualidade (WE ARE SOCIAL, 2017) para propagação de informações. Por meio de delas, o Projeto Acolher poderá ser reconhecido por um vasto grupo de pessoas, entre as quais

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haverão aquelas que terão desejo em ajudar, seja de forma financeira, ou com seus conhecimentos e competências acerca do que o projeto trata.

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1 FUNDAMENTOS TEÓRICOS

Neste item são apresentadas abordagens relacionadas aos conceitos sobre identidade, marca e identidade visual, bem como aos conceitos sobre design gráfico, envolvendo a construção de marcas e de identidades visuais; como também às teorias e técnicas na criação de uma identidade visual; sobre o projeto acolher; e, por fim, a análise de marcas e identidades visuais de outras instituições.

1.1 CONCEITOS SOBRE IDENTIDADE, MARCA E IDENTIDADE VISUAL

Identidade é uma forma de expressar individualidade. Seu destaque se dá por meio do uso de simbologias, que buscam transmitir memórias e provocar sentimentos. Possuir uma identidade e se comunicar por meio de dela são necessidades do indivíduo, que desde as pinturas nas cavernas buscava externar seus pensamentos (WHEELER, 2008). Na Figura 1 tem-se um exemplo de pinturas rupestres nas cavernas, na época da pré-história.

Figura 1 – Pinturas rupestres nas cavernas pré-históricas.

Fonte: http://revistagalileu.globo.com/revista/common/0,,emi344484-17770,00-as +primeiras+artistas+pinturas+rupestres+foram+feitas+por+mulheres.html.

Segundo Costa e Silva (2002), a identidade visual é o conjunto de elementos gráficos que irão determinar a personalidade visual de uma ideia, produto, nome ou

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serviço e constitui um dos elementos mais importantes que irão compor a referência visual de uma empresa. Ela deve informar, à primeira vista, uma imagem forte e consistente, que propicie a formalização da marca da empresa e estabeleça uma boa comunicação com o consumidor. Neste aspecto, para que se tenha sucesso na criação de uma identidade, é fundamental que se conheça o público para o qual irá oferecer seus produtos.

Identidade visual é a manifestação tangível da marca, ou seja, como seu produto ou serviço será visualizado pela audiência. Pode ser um estímulo visual, mas também pode envolver outros sentidos como som, toque e sabor, dependendo do que se trata o produto e de como ele será entregue para sua audiência. O desafio é disseminar ou concentrar essas qualidades (costumes sociais, estilo, personalidade) e representá-las por meio da linguagem do design e de elementos visuais que compõe a marca (WHEELER, 2008). Na Figura 2 mostra-se a identidade da AACD, um exemplo de marca de uma associação sem fins lucrativos bem reconhecida.

Figura 2 – Identidade visual da Associação de Assistência à Criança Deficiente.

Fonte: aacd.org.br/

A partir do que diz Peon (2009) observa-se que uma identidade visual traz consigo a capacidade de identificação e memorização, mas também benefícios capazes de oferecer maior consolidação de uma marca e tornar possível seu crescimento.

A possibilidade de memorizar uma identidade visual de forma clara e torná-la acessível, compreensível e reconhecível, faz parte de seu valor e importância para a marca. Sua compreensão provoca entendimento a respeito de sua relevância e sua constante repetição a torna presente no dia a dia dos indivíduos que a consomem (WHEELER, 2008).

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A marca como é percebida atualmente teve seu contexto estabelecido a partir do processo de industrialização, em que as manufaturas e cooperativas passavam a utilizar símbolos para se destacar, caracterizar e tornar reconhecível seus produtos. Ao longo dos anos, ela foi se definindo como algo relevante para se manter fixamente na consciência dos usuários e se tornar efetiva e reconhecida (CONSOLO, 2015).

O processo de conceituação da marca exige conhecimento a respeito do que se busca transmitir. Devem ser estudados dados a respeito do público-alvo, além da história sobre a instituição, e ter em vista a imagem que ela deseja passar. Tudo isso deve ser transcrito por meio de elementos visuais como símbolos, formas, cores e tipografia. Cada elemento da marca deve ser escolhido cuidadosamente e retomar os dados recolhidos anteriormente (STRUNCK, 2012).

Uma marca deve ser facilmente lembrada por seus usuários, possuindo uma boa leiturabilidade e trazendo facilidade em ser memorizada. Por meio da coleta de dados sobre o projeto, podemos também analisar questões de viabilidade tanto de forma econômica quanto de sua possibilidade em ser reproduzida. A marca também deve ser flexível, considerando as mais diversas aplicações e como seus elementos irão se comportar. A repetição também é de grande ajuda para que a marca se torne fixa na mente dos consumidores, por isso quanto mais aplicações ela tiver, mais vantajoso será. A aplicação deve se dar uniformemente para que o projeto se torne bem estruturado (PEÓN, 2009).

1.2 CONCEITOS SOBRE DESIGN GRÁFICO: CONSTRUÇÃO DE MARCAS E DE IDENTIDADES VISUAIS

A fundamentação para criação de um projeto gráfico é conhecer bem o seu cliente. Para isso, é preciso a elaboração do briefing, que coleta os dados e os descreve de forma detalhada. Durante esse processo, é identificado o problema a ser resolvido e as necessidades que a marca possui. A partir dai, deve-se ter em mente as ações necessárias para a produção do projeto (MUNHOZ, 2009).

O processo do briefing se inicia a partir da definição dos objetivos básicos do projeto e de como ele se torna necessário à sociedade. É importante conhecer bem os problemas a serem resolvidos e qual a motivação que levou a procura de uma solução de design. Sem o esclarecimento inicial desses objetivos, não será viável a

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continuação do projeto, portanto é crucial que tudo seja definido logo a princípio (PHILLIPS, 2007).

O briefing é bastante abrangente, possuindo informações mais específicas e estratégicas. Deve ser construído em parceria com todos aqueles envolvidos no projeto, desde quem solicita a quem executa. O diálogo entre aqueles que estão comprometidos ao projeto se mostra uma necessidade, não devendo haver a limitação de simplesmente preencher um formulário. Todo contato entre as partes é de extrema importância para que o andamento seja satisfatório (PHILLIPS, 2007).

As informações adquiridas devem ser descritas de forma clara, podendo conter amostras de imagens e materiais. Deve-se ter especificado quais peças serão produzidas e quais aplicações serão feitas de forma organizada. O primeiro passo é identificar com nitidez quais as reais necessidades do cliente ao apontar uma solução adequada ao problema apresentado. Em muitos casos, o cliente não consegue identificar o real problema, cabendo ao designer esse papel (MUNHOZ, 2009).

De acordo com as informações coletadas, avalia-se o tempo gasto e quais serviços serão executados para que seja feito um planejamento utilizando as necessidades do cliente como base e podendo fornecer um orçamento compatível. Assim que a coleta de dados para o briefing for concluída, ele deve ser apresentado ao cliente que definirá se ele será ou não aprovado, podendo sofrer correções para tornar-se mais coerente com o que contratante busca. Estando conforme o planejado, o processo criativo se inicia (MUNHOZ, 2009).

Partindo do briefing, inicia-se a estratégia de marca, a qual se afilia ao marketing e utiliza as informações coletadas para entender profundamente as necessidades do consumidor e refleti-las por meio de do projeto, definindo posicionamento, os benefícios sobre a concorrência e uma proposta do valor que a marca busca transmitir. Esta etapa envolve uma conversa entre todos os envolvidos de uma empresa, sendo eles diretor executivo, setor de vendas, setor de propagandas, relações públicas, operação e distribuição (WHEELER, 2008).

O diálogo referido ajuda na coordenação do processo, chegando-se em um acordo para criar uma ideia sólida e estratégica em relação a concorrência, o que consequentemente irá despertar um maior interesse pelo público-alvo. A síntese do pensamento racional aliado à criatividade traz consigo melhorias estratégicas para alcançar objetivos, os quais ninguém antes conseguiu conceber (PHILLIPS, 2007).

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O processo de acúmulo de informações, seu estudo e sua análise caracterizam a pesquisa de mercado. Ela é capaz de captar a forma como os consumidores se comportam, trazendo uma maior compreensão da forma como eles visualizam e consomem o que lhes é oferecido. A pesquisa permite ainda uma visão mais crítica sobre uma empresa e sua marca (WHEELER, 2008).

Explorar fatos a respeito da empresa irá auxiliar no andamento do projeto, tendo sempre em mente os objetivos do negócio, as preferências do público e a forma como a empresa é visualizada, além de suas vantagens e desvantagens no mercado e seu posicionamento estratégico, sendo esse último idealizado por meio de da esquematização do conceito com clareza, por meio da discussão de ideias em busca de um denominador comum (WHEELER, 2008).

O conceito deve trazer consigo uma ideia que se destacará entre as demais, alcançando o público-alvo de forma mais eficiente, carregando consigo uma noção simples e intuitiva, que simultaneamente seja capaz de trazer singularidade por meio de sua interpretação, criando um vínculo emocional tanto com os envolvidos no projeto quanto com os clientes que irão consumi-la (STRUNK, 2012).

1.2.1 Design social

Para o desenvolvimento desse projeto, notou-se que os autores estudados e mencionados nas referências possuem, em sua maioria, uma visão mercadológica. Considerando que o objetivo do trabalho é criar uma identidade visual para um projeto sem fins lucrativos, notou-se a importância em apresentar aspectos do design social para reforçar aquilo que será trabalhado.

O design social fundamenta-se no desenvolvimento de produtos ou serviços que favoreçam cidadãos com necessidades reais que não são de interesse da indústria, sejam elas sociais, culturais ou econômicas, proporcionando maior qualidade de vida. Na década de 70, Papanek em seu livro "Design for the real World" (Design para o mundo real, em tradução livre) começou a questionar o paradigma do design meramente mercadológico e trouxe para o designer a ideia de desenvolver um produto voltado para o indivíduo, e não a comunidade (PAZMINO, 2007).

“O designer através do seu trabalho pode encontrar soluções para os problemas sociais que deverão se estender no planeta, criando produtos adequados a cada realidade” (PAZMINO, 2007, p. 05).

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1.3 TEORIAS E TÉCNICAS NA CRIAÇÃO DE UMA IDENTIDADE VISUAL

Neste tópico são trazidas informações a respeito dos elementos visuais, a teoria de Gestalt e o significado da palavra Grid.

1.3.1 Elementos visuais

O projeto de um artefato gráfico ou identidade visual requer uma composição por meio de elementos gráficos básicos. Por meio da associação entre esses elementos é possível construir toda informação visual necessária (DONDIS, 1991).

A incidência da luz sobre alguma superfície, sua presença ou ausência, sua variação uniforme, forma o que chamamos de tom. O tom torna possível a distinção de informações e a possibilidade em reconhecer quando algo escuro está sobre o claro e vice-versa. Ele está presente nas gradações da luz e também nas variações que uma determinada cor possui (Figura 3), indo do mais claro ao mais escuro (FARINA, 2006).

Figura 3 – Representação da proximidade e o distanciamento da luz por meio de de gradações tonais.

Fonte: Elaborado pela autora (2018).

O tom também ajuda na representação da perspectiva, que auxilia na criação da ideia de profundidade e volume, tornando possível distinguir aspectos como a distância por meio de uma imagem. Por causa disso, torna-se também um elemento crucial a sobrevivência. É por causa da percepção de tons que identificamos, por exemplo, um movimento súbito, como também outros aspectos do ambiente tal qual a profundidade, que nos permite enxergar e entender o mundo no qual estamos inseridos (DONDIS, 1991).

A relação com as cores se baseia nas experiências em relação às situações que as envolvem. Uma mesma cor pode obter diversos significados diferentes, e cada indivíduo tem uma maneira particular de lidar com elas. Ainda assim, cada cor

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possui atribuições básicas que são compreensíveis por quem está inserido em uma determinada cultura (Figura 4) (FARINA, 2006).

Figura 4 – Exemplo de cores do espectro cromático.

Fonte: Elaborado pela autora (2018).

A cor é um elemento crucial na comunicação visual que pode trazer consigo uma vasta gama de significados. A escolha de uma cor em específico irá depender da mensagem que será passada. Seu significado pode variar dependendo da cultura a qual está inserida (FARINA, 2006). Tem sua função ligada ao apelo emocional e seu uso é valioso para a comunicação (DONDIS, 1991).

O impacto que a cores carregam influencia de forma subconsciente no momento de sua utilização para criação de marcas. Sua importância se reflete pelo estímulo das emoções e sua capacidade em trazer associações positivas. A cor é o primeiro elemento a ser percebido na marca e por isso deve ser escolhida com cautela e compreensão acerca de sua representação básica, refletindo o conceito da marca e o que ela representa (WHEELER, 2008).

A textura é um elemento que está diretamente relacionado ao tato, apesar de ser possível de identificar por meio de da visão quando são utilizados padrões e sobreposições (Figura 5). Também podemos ter os dois sentidos combinados para criar uma sensação única e específica. O toque confirma o que o olho vê e traz consigo uma percepção mútua do que a textura busca passar. Apesar de estar muito relacionada ao contato físico, a maior parte de nossa experiência com a textura é visual, a qual é reproduzida por meio de uma falsa sensação daquilo que vemos (DONDIS, 1991).

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Figura 5 – Desenhos que criam a ilusão de diferentes texturas.

Fonte: http://www.amopintar.com/texturas/

1.3.2 Teoria da Gestalt

Gestalt é uma palavra de origem alemã que significa "forma" ou "uma entidade concreta que possui entre seus vários atributos a forma" (ENGELMANN, 2002). Ao ser adotado por psicólogos, este termo ganhou um significado mais amplo, tratando-se da percepção da unidade de vários elementos em conjunto, sendo principalmente representados por abstrações em forma de figuras geométricas, conforme a fundamentação teórica de Gestalt (GOMES FILHO, 2008).

Figura 6 – Imagem popularmente associada à Gestalt por tratar-se de uma figura ambígua, que torna possível o entendimento da silhueta de duas pessoas, ao mesmo tempo em que traz a forma de um

vaso no centro.

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A Gestalt é uma maneira de entender as leis por trás da habilidade de adquirir e manter percepções significativas em um mundo aparentemente caótico. O princípio mantém a ideia de que a mente humana cria uma percepção ou "gestalt", fazendo com que uma forma possua uma realidade própria, independente de suas partes. A forma já existe em uma condição total e consolidada, e suas partes dependentes uma da outra, inseparáveis, formando um resultado global (GOMES FILHO, 2008).

A Gestalt possui algumas leis que permitem organizar nossa experiência com a percepção da forma de maneira regular, ordenada, simétrica e simples. Essas leis permitem, hipoteticamente, prever a interpretação das sensações que as formas geram (STERNBERG, 2003). Serão abordados apenas os princípios mais pertinentes para a construção desse trabalho.

Entre eles, inclui-se a Unidade, que pode ser constituída por um único item ou por múltiplos itens que compõe um elemento como um todo. A ligação que se estabelece na construção do objeto ou em parte dele torna perceptível a noção de unidade (GOMES FILHO, 2008).

Figura 7 – A primeira imagem mostra um conjunto de símbolos que unidos se encaixam nas leis de proximidade, semelhança, fechamento e continuidade, criando assim uma forma harmônica, enquanto nas figuras seguintes a mudança de cores, formas e organização prejudica a visualização,

não se encaixando nos princípios de Gestalt.

Fonte: Gomes Filho (2008).

O Fechamento é um princípio que se dá através de um grupo de elementos que criam uma forma através da ideia de continuidade, sem se tratar de um fechamento físico, mas de uma sensação causada pela estrutura criada (GOMES FILHO, 2008). Quando partes de um todo estão faltando, nossa percepção visual a preenche. A razão sobre a qual isso acontece é de que quando a figura não é regularmente percebida por nossas sensações, nossa mente amplifica os estímulos que a cercam, facilitando a visualização da forma (SOEGAARD, 2012).

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Figura 8 – Exemplo de marca criada utilizando a Lei do Fechamento. O símbolo do Carrefour, ao unir os ícones de tal forma, cria visualmente a letra “C”.

Fonte: https://designculture.com.br/leis-da-gestalt-unificacao-e-fechamento

A lei da proximidade diz que quando um indivíduo percebe a união de objetos próximos um ao outro, seu agrupamento cria uma forma através de nossa percepção (SOEGAARD, 2012). A composição de unidades em agrupamentos pode ocorrer, por exemplo, devido à forma, cor e textura semelhantes (GOMES FILHO, 2008). Como ilustrado abaixo na figura 9, percebemos um conjunto de quadrados que unidos criam a forma de um coração.

Figura 9 – Exemplo de forma criada através do uso da lei de proximidade.

Fonte: https://desenvolvimentoparaweb.com/design/gestalt-aplicado-ao-design-web-parte-3-exemplos-web-do-principio-da-proximidade/

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1.3.3 Grid

Grid é uma palavra em inglês que significa "grade". É uma técnica utilizada em vários seguimentos, como tipografia, design gráfico e fotografia, para manter uma estrutura proporcional, resolvendo problemas visuais. No design gráfico, o grid é utilizado como forma de construir um conteúdo gráfico de maneira concisa, organizando elementos racional e funcionalmente (MÜLLER-BROCKMANN, 1996).

Figura 10 – Exemplo de grid utilizado na diagramação de uma página.

Fonte: https://clubedodesign.com/2018/grids-1-o-que-layout-e-o-que-e-grid/

Samara (2007) explica que tendo ordem e clareza como um importante objetivo, designers buscaram ajudar a sociedade a organizar sua imagem, cultura e suas finanças através do uso de grids, que se tornaram uma forma mais prática de organizar grandes quantidades de informações simultaneamente.

“O uso simples e engenhoso de um grid em grande escala cria uma peça de forte presença” (SAMARA, 2007).

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1.4 SOBRE O PROJETO ACOLHER

O projeto a ser desenvolvido tem como objetivo a produção de uma identidade visual para o Projeto Acolher, um projeto de extensão da UFRN. O Projeto Acolher consiste em uma ação que se dispõe a prover atenção psicológica às crianças e adolescentes que estão sob medida de acolhimento institucional. Essas crianças residem em unidades de acolhimento que devem abriga-las de forma temporária.

Aqueles ali abrigados sofrem separação abrupta de seus familiares, passando por situações adversas de risco que os põe em posição de necessidade em obter acompanhamento psicológico. A isso se acrescenta uma história caracterizada por desleixo e agressividade e a um ambiente de acolhimento marcado pelos contratempos da má administração pública (MELO; SANTOS; OLIVEIRA; FREITAS, 2013).

O atendimento começou a ser executado com algumas crianças que estavam sob medida protetiva individualmente, e conforme foi havendo envolvimento com a questão, o desejo de ampliar o cuidado foi crescendo. A medida de acolhimento é pautada na Doutrina da Proteção Integral, a qual foi estabelecida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) em 1990, e preza pelos direitos básicos de crianças e adolescentes, além de colocá-los a salvo de qualquer forma de crueldade e opressão.

O projeto tem como participantes professores do curso de psicologia da UFRN além de alunos da universidade, os quais cursam graduação ou pós-graduação. Há também psicólogos e assistentes sociais, que já exercem sua função, como equipe técnica nas instituições de acolhimento. A participação dos alunos agrega os princípios teóricos apresentados a eles em sala de aula, contribuindo para seu maior aprendizado ao obter contato direto com indivíduos em situações de vulnerabilidade.

Brito e Anthony (2010) desenvolveram um estudo que explica a estrutura psicológica de crianças presentes nesses lares, destacando sua necessidade em obter métodos para construção de defesas frente ao sofrimento no que diz respeito ao isolamento e abandono, além da falta de segurança que os mesmos sentem.

A ausência de equilíbrio emocional está presente em crianças abrigadas prematuramente e pode ocasionar hábitos violentos e destrutivos, fazendo-se notar sua falta de credibilidade tanto por si como pelos outros, constatando ainda sua insegurança em se relacionar com outras pessoas. Comumente se observam crianças tanto hiperativas como apáticas nessas situações, havendo algumas que buscam constantemente chamar atenção para si (BRITO; ANTHONY, 2010).

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A ludoterapia é uma modalidade de atendimento utilizada pelos participantes do projeto. Consiste no ato de se utilizar de recursos lúdicos como jogos os quais ao mesmo tempo aliviam sua tensão e servem de mediadores para que as crianças expressem o que sentem de forma autêntica (FEIJOO, 1997). O atendimento é realizado em salas existentes no Serviço de Psicologia Aplicada (SEPA), organizadas especificamente para esse fim.

1.5 ANÁLISE DE MARCAS E IDENTIDADES VISUAIS DE OUTRAS INSTITUIÇÕES

Neste tópico são exibidas algumas marcas e identidades visuais de algumas instituições como: Casa Hope, UNICEF, APAE Brasil, SAMU e o Projeto Acalanto Natal, com uma breve descrição e significado de cada uma.

1.5.1 Casa Hope

A Casa Hope é uma instituição 100% filantrópica fundada por Cláudia Bonfiglioli e Patrícia Thompson que oferece apoio biopsicossocial e educacional a crianças e adolescentes portadores de câncer e transplantados de medula óssea, fígado e rins, juntamente com seus acompanhantes. São pessoas com baixo poder aquisitivo procedentes de todo o Brasil, que precisam de um lugar de apoio ao serem encaminhadas para tratamento em São Paulo (Hope.org.br).

A marca da Casa Hope traz a figura de um panda e utiliza o amarelo como cor predominante. O panda é uma representação do serviço oferecido pela Casa Hope, remetendo ao carinho através de seu olhar tranquilo e afetuoso. Já a cor amarela é utilizada para transmitir luz, força e felicidade.

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O uso tipográfico tem a intenção de trazer uma dinâmica lúdica (na escrita do nome "Hope") e um conceito mais orgânico e gestual (transmitido pelo uso da fonte utilizada em "casa").

1.5.2 UNICEF

O UNICEF trabalha pela garantia dos direitos de cada criança e adolescente, concentrando seus esforços naqueles mais vulneráveis, com foco especial nos que são vítimas de formas extremas de violência (Unicef.org).

A identidade visual da UNICEF foi especialmente desenvolvida com o intuito de representar graficamente aquilo que apoiam. Seu conceito se baseia nas seguintes características: simples, otimista, ousado e contemporâneo.

Utilizar letras minúsculas em seu nome demonstra traz ao leitor ideia amigável e acessível, enquanto o símbolo de um pai e seu filho representa a criança como foco e a provisão de um vínculo com seu histórico.

A tipografia utilizada foi escolhida por sua legibilidade e seu alinhamento correto é crucial para estabelecer uma melhor ligação e distinção da UNICEF. A cor ciano foi escolhida por ser facilmente reconhecível e acessível, além de se tratar de um tom otimista e ousado, reforçando aquilo que a marca busca transmitir.

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A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) caracteriza-se por ser uma organização social, cujo objetivo principal é promover a atenção integral à pessoa com deficiência intelectual e múltipla. Hoje, no Brasil, essa mobilização social presta serviços de educação, saúde e assistência social a quem deles necessita, constituindo uma rede de promoção e defesa de direitos das pessoas com deficiência intelectual e múltipla (Apae.org.br).

A APAE é representada por uma margarida que parece segurada por 2 mãos em perfil desniveladas. A flor margarida traz consigo o significado de bondade e afeto. A simbologia da marca também demonstra uma leitura clara e sustenta os conceitos de amparo e orientação que são objetivos da federação.

Tipografia escolhida por ser descontraída e indicada a títulos, sendo também de domínio público.

1.5.4 SAMU

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) é um serviço de

atendimento médico brasileiro, utilizado em casos de emergência

(datasus.saude.gov.br/projetos/52-samu).

A marca da SAMU consiste em um círculo com o símbolo “estrela da vida”, que tem suas pontas como representação da emergência médica, e uma referência ao caduceu de Esculápio, com uma serpente e um bastão, simbolizando a Medicina, ambos em seu centro.

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As cores utilizadas na marca são o vermelho e o laranja, sendo o vermelho uma cor que representa a vida, como o sangue que corre em nossas veias, e o laranja a representação da vivacidade e energia contida nos seres vivos.

A tipografia escolhida foi utilizada na marca pela sua legibilidade e modernidade e também pode ser utilizada nas mais diversas aplicações e em textos relativos à SAMU.

1.5.5 Projeto Acalanto Natal

O Projeto Acalanto Natal é uma organização civil e assistencial, sem fins econômicos. É composta por um grupo de pessoas amigas da comunidade que voluntariamente propuseram-se a desenvolver um trabalho de esclarecimento, estímulo e encaminhamento à adoção. Objetiva evitar a institucionalização de crianças e adolescentes e prevenir o seu abandono e marginalização (http://projetoacalantonatal.com.br/quem-somos/projeto/).

O logotipo atual do Projeto Acalanto foi um redesign da identidade visual anterior. Ele consiste no nome "acalanto" com 3 animais acima das letras: um pássaro, um urso e um cavalo marinho.

O conceito que a marca carrega traz consigo a diversidade, e isso se reflete tanto na tipografia como nos símbolos escolhidos para representar a marca.

O letreiro da marca possui letras com estilos diversos, inclusive a letra "a" desenhada de duas formas distintas, e enquanto algumas letras são mais arredondadas e caligráficas, outras são mais quadradas e grotescas.

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Enquanto isso, os símbolos de um pássaro, um urso e um cavalo-marinho também são importantes para reforçar o conceito, trazendo 3 animais de nichos diferentes, e que até mesmo representam elementos diferentes (ar, terra e água). Além disso, o pássaro representa o aninhar, o urso representa conforto e proteção e o cavalo-marinho remete ao macho que participa na concepção. Todos esses elementos são importantes para a organização em que a marca foi criada, visando o assunto da adoção.

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2 O PROJETO

Neste capítulo são apresentados os pontos inerentes ao projeto constando dos seguintes subitens: metodologia do projeto, formatação de um briefing, painéis semânticos e de referência, processo de desenvolvimento da marca, estudos preliminares, definição de um conceito, definição do desenho, definição da tipografia, unificação dos elementos visuais da marca, desenho final, definição das cores, manual de identidade visual e o manual de identidade visual do projeto acolher.

2.1 METODOLOGIA DE PROJETO

A metodologia a ser utilizada para o desenvolvimento deste trabalho será baseada nas orientações de Alina Wheeler (2008), adaptando os aspectos mercadológicos para o âmbito social, conforme as necessidades do projeto.

A metodologia de Alina Wheeler (2008) tem como objetivo pensar na ideia da marca desde o momento da concepção até o produto final, estabelecendo seus pontos de contato e avançando até seu plano de lançamento, considerando ainda uma posterior manutenção. Por meio de dessa metodologia, contemplam-se as fases: condução de pesquisa, classificação da estratégia, design da identidade, criação de pontos de contato e gestão de ativos.

Figura 11: Metodologia aplicada ao projeto, baseada em Alina Wheeler.

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Wheeler (2008) destaca que para o reconhecimento de uma marca ser forte e duradouro, as instituições devem buscar novas formas de estabelecer uma ligação emocional com o público, tornando-se insubstituíveis e mantendo assim uma relação duradoura. A autora, portanto conclui que não só o aspecto visual de uma marca é importante, mas todas as suas ações com relação ao público-alvo.

Esse método permite incorporar uma lógica que valoriza a identidade da marca e ao mesmo tempo prevê a construção de outras manifestações desta. Da mesma forma como no caso do projeto em questão, que visa a construção de uma identidade visual, de maneira a projetar uma arquitetura de marca forte, duradoura e emocional com seu público.

O trabalho foi realizado por meio da aplicação das fases do processo metodológico de Wheeler (2008), com o intuito de desenvolver uma Identidade Visual para o Projeto Acolher.

Peon (2009) fala que o sistema de identidade visual como um todo está relacionado diretamente com o porte da instituição, pois a projeção da identidade visual não se resume apenas na concepção, mas também nas especificações, portanto quando a demanda por aplicações é menor, o sistema naturalmente é menor e menos complexo. Essa questão se adequa bem a organizações de menor porte, onde existem necessidades muito pontuais de aplicações que devem ser projetadas de forma que elas efetivamente as usem e não se percam em uma infinidade de possibilidades.

A partir da estruturação da metodologia com suas etapas e definições, apresenta-se a seguir o desenvolvimento do projeto de design a fim de atingir os objetivos propostos e atender as necessidades do público-alvo.

Na condução da pesquisa, é preciso que a visão, unida a estratégia, estejam claras. As metas e valores também devem possuir fácil compreensão. Identificar, definir e pesquisar as necessidades dos contribuidores, que consistem em pessoas e organizações que podem atingir o projeto, também é um ponto importante dessa fase. Também deverá ser realizada uma entrevista com a os responsáveis pelo planejamento, direção e controle das atividades do projeto. Ao fim, escreve-se um relatório com os dados coletados.

Mediante uma síntese do que foi aprendido, chegaremos na fase da classificação de estratégia. Escreve-se um resumo das informações coletadas para se obter aprovação, por meio do estabelecimento do seu posicionamento e criação

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de atributos. Na fase do design da identidade, é necessário um brainstorm de ideias, visando o futuro da marca explorando aplicações para finalizar sua estrutura. Além disso, apresenta-se uma estratégia visual que deve ser aprovada pelo cliente.

Observando-se o contexto geral do Projeto Acolher, entende-se que a identidade visual deve ser sustentável, ou seja, os próprios colaboradores deste projeto devem conseguir gerir e aplica-la longo prazo. A identidade visual deve representar sua identidade de marca, enquanto que de baixa complexidade e focando no essencial. Além disso, a operacionalização e aplicação devem ser pensadas para o baixo custo humano e financeiro.

2.2. BRIEFING

O briefing, que consiste em um conjunto de informações ou uma coleta de dados passados em uma reunião para o desenvolvimento de um trabalho ou documento, é um processo interativo, e, portanto, é importante haver controle das versões da marca que serão apresentadas (WHEELER, 2012).

A Identidade Visual desenvolvida para este trabalho contou com a coleta de dados para criação do briefing, que permitiu compreender melhor o projeto. Os dados coletados uniram as informações fornecidas pela coordenadora do projeto, Symone Fernandes de Melo, durante a pesquisa. Há um artigo de sua autoria, juntamente com Clara Maria Melo dos Santos, Laura Cristina Santos Damásio de Oliveira e Sayonara Oliveira Freitas, integrantes do departamento de Psicologia da UFRN, denominado "Atenção psicológica à criança em acolhimento institucional: O cuidado ao ser", o qual foi crucial para o recolhimento de dados.

O objetivo do Projeto Acolher é prover atenção psicológica a crianças e adolescentes em acolhimento institucional, que se encontram abrigadas em lares de acolhimento, os quais os abrigam em caráter temporário.

Considerando-se a presença de tantos fatores de risco na história destas crianças e as possíveis repercussões de tal cenário no processo de subjetivação das mesmas, constata-se a relevância da atenção psicológica durante o período de acolhimento, assim como a necessidade de investigações que promovam avanços tanto no tocante à compreensão das repercussões da experiência de acolhimento no processo de desenvolvimento da criança, como no conhecimento acerca dos processos de reinserção familiar e adoção (MELO; SANTOS; OLIVEIRA; FREITAS, 2013, s. p.).

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Na reunião de briefing, foram também realizadas perguntas para a coordenadora do projeto sobre sua criação e a necessidade em sua criação, como é realizado o atendimento, qual a abrangência do projeto em relação à faixa etária e a quantidade de crianças e adolescentes atendida, quem se envolveu com o projeto e quais as pretensões futuras para a ampliação do Projeto. Foi elaborado um roteiro para o briefing, contendo perguntas sobre as informações pertinentes para a criação da identidade visual.

A idealização desse projeto surgiu a partir do atendimento no SEPA (Serviço de Psicologia Aplicada) de algumas crianças residentes em lares de acolhimento, por estagiários do último ano do curso de graduação em psicologia, supervisionados por uma das docentes coordenadoras. Como haviam poucas vagas disponíveis para o atendimento, o projeto foi elaborado e iniciado para que não houvesse mais necessidade de crianças e adolescentes abrigados nesses lares concorrerem por uma vaga, sendo possível fornecer ajuda a mais indivíduos.

A rede de saúde demonstrou enfrentar dificuldades em fornecer atenção psicológica e por isso o projeto mostrou-se necessário. Diante de inúmeros desafios enfrentados por crianças e adolescentes em acolhimento institucional, como separação abrupta da família de origem, a inserção em ambiente institucional, a incerteza quanto ao futuro, considerou-se a importância em conhecê-los melhor e interceder para que obtivessem a atenção psicológica que necessitam.

Juntamente com os docentes e discentes envolvidos, há as equipes técnicas das Unidades de Acolhimento (psicólogos, assistentes sociais e pedagogos) e a equipe técnica da 2ª Vara da Infância e Juventude da Comarca de Natal (Psicóloga e Assistente Social), que são responsáveis por tornar esse projeto possível. A faixa etária de atendimento compreende crianças e adolescentes de 0 a 18 anos, porém há uma certa limitação quanto ao atendimento, visto que há uma demanda maior do que é possível atender. A coordenadora do projeto demonstrou interesse em expandir esse atendimento em prol de alcançar mais crianças e adolescentes por meio de uma maior quantidade de pessoas que possam realizar os atendimentos em conjunto com eles.

Por meio da coleta de dados, pode-se concluir que, em relação à marcas, houve um interesse em formatos simples, mas que traduzem os sentidos nem sempre explícitos nos nomes dos projetos. Também houve menção ao símbolo de uma casa, para representar os lares de acolhimento. A identidade visual a ser criada

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será veiculada a apresentações científicas e utilizada para divulgação, adesivos, camisetas, capas dos álbuns criados durante os atendimentos para registrar o progresso no atendimento de cada criança e adolescente. Os custos para elaboração de peças gráficas serão assumidos pelos membros do grupo que compõe o projeto.

2.3 PAINEIS SEMÂNTICO E DE REFERÊNCIA

O painel semântico é um recurso utilizado para transmitir um conceito de forma visual e sintetizada, apresentando elementos que podem representar atitudes, preferências e/ou elementos básico, que poderão compor o projeto, servindo estes como forma de ilustrar um significado desejado ou existente e ajudando a manter a conformidade durante o processo criativo (ALT; BODIAN, 2017).

Figura 12 – Painel semântico trazendo símbolos que remetem ao “acolhimento”.

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Painéis de referência consistem em um conjunto de imagens que irão despertar comoção no que diz respeito ao que será desenvolvido. Quando seu uso é bem sucedido, a percepção criativa do designer alcança diversos campos da indústria gráfica, permitindo a elaboração do projeto de forma mais clara (GARNER; MCDONAGH-PHILP, 2001).

Um painel de referência foi construído para visualizar e entender melhor marcas de projetos semelhantes a que o trabalho busca produzir.

Figura 13 – Painel de referência de Identidades Visuais de projetos semelhantes ao Projeto Acolher.

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2.4 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA MARCA

2.4.1 Estudos preliminares

Considerando toda pesquisa realizada, foram feitos alguns sketches que traziam ideias de marcas pertinentes ao projeto.

Durante o processo de criação, algumas ideias vieram à tona. Entre elas,

integravam-se os símbolos “mão”, “casa” e “coração”, os quais ajudam a remeter a

ideia de acolhimento. Algumas ideias foram descartadas devido ao problema de legibilidade (aquelas em que os símbolos tentaram substituir a letra 'A').

Figura 14 – Teste de marca em que a letra “A” foi substituída pelo símbolo de duas mãos. Esta solução não se mostrou efetiva por comprometer a leitura da palavra “Acolher”.

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Notou-se também que o símbolo de uma casa expresso explicitamente poderia dar a ideia de o projeto consistir em uma instituição com espaço físico, o que não é o caso, pois o Projeto Acolher apenas provê o atendimento psicológico de crianças e adolescentes e essas atividades são realizadas no setor de psicologia da UFRN.

Figura 15 – Mais um teste de marca que não se mostrou satisfatório devido a sua legibilidade falha e também por contar o símbolo de uma casa, o que dá a ideia do projeto consistir em uma instituição.

Fonte: A autora.

Outras ideias tiveram problemas em que não havia conexão entre a tipografia e o símbolo, por seus traços possuírem formas diferentes.

Figura 16 – Nesse teste, a tentativa de reproduzir uma das marcas idealizadas nos sketches acabou não tendo o resultado esperado, enquanto

que o símbolo e a tipografia utilizados não se conectaram entre si.

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2.4.2 Definição de um conceito

Após uma série de testes, foi possível encontrar uma solução apropriada para o conceito proposto, o qual se relaciona ao amor, a fraternidade e ao acolhimento. A partir disso, surgiu a ideia de manter o coração e torna-lo acolhido por alguma forma. Durante a pesquisa de imagens para criação dos painéis de inspiração, foram recolhidas algumas figuras em que mãos envolvem um coração.

Figura 17 – Imagens de que serviram de referência para a marca.

Fonte: https://br.freepik.com/ com intervenção da autora.

Nelas pode-se observar que a forma como as mãos se posicionam sugere a forma de um pentágono, o qual encaixa e acolhe o coração. Essa simbologia se tornou bastante relevante para a solução que seria encontrada para a marca.

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Figura 18 – Nessa imagem, encontra-se a alusão ao pentágono, que pode ser observada pela forma como as mãos envolvem o coração.

Fonte: https://br.freepik.com/ com intervenção da autora.

2.4.3 Definição do desenho

O desenho simplificado de uma casa é representado costumeiramente por uma forma semelhante ao pentágono. Apesar dos pontos já discutidos, em que a casa remeteria a ideia do projeto consistir em uma instituição física, quando ele é representado como forma geométrica, essa ideia acaba se distanciando, ao mesmo tempo em que continua remetendo ao acolhimento.

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Figura 19 – Testes iniciais com a forma do pentágono encontrada nas imagens anteriores.

Fonte: Autora (2019).

2.4.4 Definição da tipografia

A tipografia escolhida como base para a marca foi a Iskra Std CYR Bold Italic. Trata-se de um tipo sem serifa, o qual traz um tom mais informal e moderno quando utilizado. A mesma passou por um processo de lettering para chegar ao resultado desejado, tendo seu ângulo ajustado para encaixar-se na proposta. O lettering ajuda a dar mais personalidade e unicidade à marca.

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Além do ícone representante da marca, também foi integrado o coração ao logotipo, tornando possível a utilização de símbolo e tipografia separadamente, já que o conceito de afetividade permaneceria presente mesmo em isolado.

Figura 20 – Tentativas de integrar o coração ao logotipo.

Fonte: Autora (2019).

Dentre as opções estudadas, o coração tornou-se mais efetivo na alternativa em que aparece mais discretamente, de forma que não sobrecarrega a marca e não traz um impacto negativo no que diz respeito a legibilidade, portanto a solução escolhida foi a que o ponto acima da letra “j” foi substituído por um coração para reforçar a ideia da afetividade.

2.4.5 Unificação dos elementos visuais da marca

Para tornar a união entre o símbolo e a tipografia mais harmônica, os traços do pentágono se tornaram mais irregulares, tornando o ícone mais despojado em concordância com o logotipo. Os traços que formam o pentágono se mostram em forma curva e seu desenho parece ser feito como rabiscos de um marcador, ao mesmo tempo em que parecem dedos em algumas pontas dos traços (remetendo as “mãos” encontradas nas imagens utilizadas como referência).

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Figura 21 – Traços do pentágono foram adaptados para concordarem com o logotipo.

Fonte: Autora (2019).

Com a intenção de deixar a marca proporcional, utilizou-se formas geométricas para permitir o alinhamento e a organização dos elementos de melhor forma.

Figura 22 – Demonstração de um grid geométrico feito para garantir o alinhamento do símbolo.

Fonte: Autora (2019).

Enquanto isso, o logotipo, posicionado na vertical, encontra-se centralizado para ressaltar a ideia de alinhamento.

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Figura 23 – Os nomes “Projeto” e “Acolher” alinhados centralmente.

Fonte: Autora (2019).

Houve também a preocupação em tornar a tipografia e o símbolo alinhados entre si, o que resultou em um alinhamento central horizontal do logotipo em relação ao coração contido no ícone.

Figura 24 – Símbolo e tipografia alinhados centralmente na vertical.

Fonte: Autora.

O grid final da marca a apresenta de forma a mostrar suas proporções para que não haja distorções no momento da aplicação, e confere o alinhamento de todos os elementos relacionados a identidade visual.

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2.4.6 Desenho final

A marca é constituída pelo símbolo de um pentágono formado por traços irregulares e com certo distanciamento. Eles formam uma figura "imaginária", utilizando, portanto, o conceito de fechamento contido na teoria da forma (Gestalt). No meio do pentágono, encontra-se o símbolo de um coração, para remeter a afetividade e as vidas acolhidas pelos lares e pelo Projeto Acolher.

A marca conta com uma combinação de símbolo e texto, mas sua aplicação poderá ser feita tanto utilizando somente o símbolo, bem como somente o texto, classificando a marca como imagotipo (OLIVARES, 2014), e sendo apresentada horizontalmente.

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2.4.7 Definição das cores

As cores escolhidas para a marca foram o azul e o vermelho, sendo estas complementares entre si. O vermelho é uma cor que traz consigo significados relacionados com o amor, a afeição e a vida, sendo a cor do sangue que pulsa e flui em nossas veias. O azul representa a calma, o acolhimento e a confiança, além de ser a cor que representa a psicologia.

O pentágono azul envolve o coração vermelho, simbolizando as vidas de crianças e adolescentes acolhidas pelos alunos e professores responsáveis pelo projeto. O nome “projeto” se encontra vermelho pois a ideia do projeto surgiu pelo amor a vidas (que também são representadas pelo coração no pingo do “j”) e pela preocupação na forma em que os mesmos lidam com suas relações afetivas, enquanto o “acolher” em azul reflete o ato de acolher que simboliza o acolhimento emocional, por terem uma atenção especial provida pelos realizadores do projeto, e a atenção psicológica, que lida com conquistar a confiança dos indivíduos em atendimento.

2.5 MANUAL DE IDENTIDADE VISUAL

Um manual de identidade visual é um documento que explica a identidade de uma marca e apresenta suas padronizações, sendo fundamental pra diferenciação, caracterização e marcar personalidade de um negócio ou serviço, incluindo questões visuais, gráficas e conceituais. Seu objetivo é apresentar a marca, além de

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outros elementos e suas aplicações e orientar como ela deve ou não deve ser utilizada.

O Projeto Acolher é uma organização de pequeno porte, e este fato sugere uma utilização mais simplificada de uma estrutura de identidade visual. O projeto desenvolvido priorizou soluções financeiramente acessíveis e facilidade de uso, tendo como objetivo maior o entendimento por parte dos realizadores e demais envolvidos, facilitando também as demandas de produção, que são financiadas pelos próprios voluntários.

2.5.1 O Manual de Identidade Visual do Projeto Acolher

Para o correto uso e aplicação da marca, foi elaborado um manual de identidade visual. Este manual é integralmente reproduzido no link abaixo.

<https://drive.google.com/file/d/197kj4GW1Pgya_ihjMVM4DTKzOZjolx_F/view?usp=

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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho buscou desenvolver uma identidade visual para o Projeto Acolher da UFRN, o qual tem como objetivo prover atenção psicológica a crianças e adolescentes em situação de acolhimento institucional.

Por meio de pesquisas, constatou-se necessário o uso de uma metodologia para o desenvolvimento desta identidade visual. A metodologia utilizada se baseia nos preceitos de Alina Wheeler (2008).

O design é algo muito extensivo e vai além da estética, torna-se um instrumento essencial no momento em que é necessário chamar a atenção do público, por isso para este projeto especificam-se os conceitos de amor, afeto e acolhimento visíveis no resultado final.

O projeto desenvolvido teve como objetivo expandir o conhecimento acerca do Projeto Acolher, que por não ser muito popular, acaba não recebendo a atenção necessária para o seu crescimento. A utilização de uma identidade visual tem como finalidade a expansão e o maior reconhecimento deste projeto, possibilitando maior ajuda externa de voluntários e patrocinadores.

Por fim, o projeto teve um bom rendimento e chegou-se a um resultado que respondeu satisfatoriamente aos objetivos perseguidos, conseguindo alcançar uma identidade visual que trouxesse um apelo emocional para fascinar o público, despertando seu interesse.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICE

ENTREVISTA COM SYMONE FERNANDES DE MELO

1. Fale um pouco sobre o histórico do projeto. Como o projeto foi criado? De onde surgiu a ideia?

A ideia surgiu a partir do atendimento no SEPA de algumas crianças em acolhimento institucional, por estagiários do último ano do curso de graduação em psicologia, supervisionados por uma das docentes coordenadoras. As histórias narradas impressionavam, pela violação de inúmeros direitos e pelos desafios vividos por parte daqueles que ainda iniciavam as suas trajetórias existenciais. Havia ali uma fratura ética por parte da família, da sociedade e do Estado e como cidadãos, também nos sentimos responsáveis por fazer algo em prol desta população. No ano seguinte, o projeto foi elaborado e iniciado, com a abertura de vagas específicas para este público, que não tinha mais que concorrer a uma vaga em processos institucionais de triagem.

2. Em que momento percebeu-se a necessidade em ajudar crianças e adolescentes em acolhimento? Por que esse projeto tornou-se necessário? A partir da compreensão de que são inúmeros os desafios enfrentados pelas crianças e adolescentes sob medida protetiva de Acolhimento Institucional: a separação abrupta da família de origem, a inserção em ambiente institucional, a incerteza quanto ao futuro. Nos casos de destituição do poder familiar, o rompimento definitivo dos vínculos familiares e a oportunidade, ou não, de integração em um novo grupo familiar. Nos casos de retorno à família de origem, o restabelecimento da confiança e a readaptação ao contexto familiar, após o período de Acolhimento.

A partir da constatação de que estes enfrentavam dificuldades em obter a atenção psicológica na rede de saúde.

A partir da consideração da importância de conhecer e intervir nessa realidade como caminho também de formação dos alunos de Psicologia, caminho que possibilitasse uma capacitação e experiência no trabalho de atenção psicológica em contextos de vulnerabilidade social.

3. O que o projeto faz e como são realizados os atendimentos? Descreva com o maior detalhamento possível, para fornecer um maior entendimento acerca do serviço.

Ludoterapia – O projeto de extensão é desenvolvido no Serviço de Psicologia Aplicada, em articulação com a 2ª Vara da Infância e Juventude da Comarca de Natal, as Unidades de Acolhimento I, II e III e a ONG Aldeias Infantis SOS. A atenção psicológica abrange: ● Atendimento ludoterápico/psicoterápico individual,

fundamentado na perspectiva Fenomenológico-Existencial, a crianças e

adolescentes em acolhimento institucional. Os atendimentos são realizados em duas salas especialmente organizadas para tal prática clínica, no Serviço de Psicologia

Aplicada – SEPA, com periodicidade semanal; ● Acompanhamento/orientação às

famílias envolvidas, seja no caso de retorno à família de origem (constituindo-se num suporte importante na prevenção da recorrência do acolhimento), seja no caso de adoção. Neste último caso, a inserção da atenção psicológica no estágio de convivência constitui-se em recurso importante frente às dificuldades inerentes ao

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