• Nenhum resultado encontrado

Divergência genética entre duas populações de Melipona scutellaris (Hymenoptera, Apidae, Meliponini) por marcadores RAPD

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Divergência genética entre duas populações de Melipona scutellaris (Hymenoptera, Apidae, Meliponini) por marcadores RAPD"

Copied!
59
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS

PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOQUÍMICA

DIVERGÊNCIA GENÉTICA ENTRE

DUAS POPULAÇÕES DE Melipona

scutellaris

(HYMENOPTERA, APIDAE,

MELIPONINI) POR MARCADORES

RAPD

Ana

Paula Soraggi

Campos

Warwick

Estevam

Kerr

DIRBI/UFU

1000191272

UBERLÂNDIA - MG

FEVEREIRO - 2000

(2)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS

PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOQUÍMICA

/A

- i

DIVERGÊNCIA GENÉTICA ENTRE

DUAS POPULAÇÕES DE Melipona

scutellaris

(HYMENOPTERA, APIDAE,

MELIPONINI) POR MARCADORES

RAPD

Ana Paula

Soraggi

Campos

Dissertação apresentada à Universidade

Federal de Uberlândia, como parte das

exigências do Curso de Pós-Graduação em

Genética e Bioquímica, para a obtenção do

Título de Mestre em Genética e

Bioquímica.

UBERLÂNDIA

-

MG

(3)

I ( í) l WniicQ I I I Melipona scutellaris\ I I

I

I

I

I

- uuas populações

'ae, Meliponini) por marcadores RAPD. erSencia GenétiCa 6níre dUa; ^^menoptera, Apidi - Uberlândia: 2000 63,1

Warwick Estevam Kerr

Tese de Mestrado. Universidade Federal Graduação em Genética e Biocnn^^

Inclui Bibliografia

r

APD

1. Meliponascutellatris- gencia genética - Teses. 3 ■ epi| !

~ , Pós-GíaduaÇ I. Universidade reaeral de Uberlândia. Coor^-' ao «e rv

a e Bioquímica.

1.16Q

Uberlândia. Coordenação de P°S'

Teses. 2. Divergên- -~»e Federal de Uh^15 lia. ( Genética eT*;''~ '

(4)

DEDICATÓRIA

Aos

meus pais,

Maria

José

e

José

Luiz

que

sempre serão

eternas

referências

de perseverança e humildade.

À

minha avó,

Maria

que

sempre

representará um

recanto

de

proteção

e aconchego

em minha

vida.

Aos

meus irmãos,

Rafael

e

Thiago

que com

pequenos

gestos

me

ensinam

grandes

coisas.

E

à

você,

Zé, que

participou mais

diretamente de

mais

esse

passo

em

minha

vida.

(5)

MEUS SINCEROS AGRADECIMENTOS

À

Deus,

pela

oportunidade

de

ter

acesso

ao mundo científico, e

de

conviver

com

pessoas

ilustres

que

muito auxiliaram

no

meu

amadurecimento espiritual.

Ao

Prof. D. Warwick Estevam Kerr,

exemplo

de

vida científica

e

humanitária,

pela

orientação,

confiança

e

amizade.

Aos

Prof. Dr. Luiz Ricardo Goulart Filho

pela

disponibilidade

e

valiosas sugestões

na

elaboração

deste

trabalho

como

co-orientador.

À

Profa. Dra. Ana Maria Waldschmidt

pela gentileza

de

aceitar

o

convite

de participar

de

minha

banca

examinadora

e

pelas

sugestões

apresentadas.

À

Profa. Dra. Ana Maria Bonetti

responsável

pela

minha

introdução

no

mundo

das

abelhas,

pela amizade e

sugestões.

À

Prof. Dra. Cecília Lomônaco de Paula

pela

disponibilidade

de

me

atender gentilmente

em sua

sala,

dando

grandes

sugestões

neste

trabalho.

À

todos os professores de Departamento de Genética e

Bioquímica

pelos

ensinamentos

que

muito

auxiliaram

na minha formação

acadêmica.

Às

amigas,

Gislene Almeida Carvalho, Rosana de Cássia

Oliveira, Soraya Matos Vasconcelos

e

Vania Alves Nascimento

pela

constante força,

companheirismo

e acompanhamento

brilhante

neste

trabalho.

Além do

grande

carinho

e

"puxões

de

orelhas"

nas horas

certas,

que

foram essenciais para a

elevação

da

minha auto-estima.

À

todos os colegas e funcionários do Laboratório de Genética e

do Laboratório de Genética Molecular

pelo

excelente

convívio,

que

direta ou

indiretamente,

proporcionaram

momentos

representativos

para

o

meu crescimento pessoal

e

profissional.

Meus

agradecimentos

aos meliponicultores,

Sr. José Carlos Moraes

e

ao

Engenheiro

Agrônomo

Rogério Marcos Oliveira

pela

ótima

(6)

receptividade em

suas

cidades

e

pela

valiosa disponibilidade

de

nos

fornecer

as

amostras

de

uruçú

relativas

à

Bahia, sem

as

quais

esse trabalho

não

poderia

ser

realizado.

Ao

meu

marido

José Maria

pelo

amor,

paciência

e

apoio

nas

horas

difíceis.

Pelo

constante

incentivo

para continuar

seguindo

em

frente.

Pela

inenarrável forma

de

me suportar

nas

horas de agonia.

Pelo

excelente

convívio

no

dia a

dia,

que

muito

me

faz

crescer pessoalmente e

espiritualmente.

À

Minha Família,

que apesar

da

distância

e

das

horas de

ausência,

sempre

me

apoiaram

em

todas

as

decisões que

tomei na

vida,

tanto

no

sentido

profissional

como

pessoal.

Ao

CNPq

e

a

Universidade Federal de Uberlândia

pelo

auxílio

(7)

ÍNDICE

ÍNDICE... VI

LISTADE TABELAS... VII

LISTADE FIGURAS...VIII

LISTADE ABREVIATURAS...IX

1. INTRODUÇÃO...10

1.1. Considerações Geraissobre Abelhas...10

1.2. A ESPÉCIEMEUPONASCUTELLARIS... 11

1.3.0 Uso de Dados Molecularesem Estudosde Populações...14

1.3.1. RAPD (Random Amplified Polymorphic DNA)...16

1.3.2. RAPD em Populações de Insetos... 20

1.4. Objetivoe Justificativas...25

2. MATERIALE MÉTODOS... 26

2.1. Material Biológico...26

2.2. Análise Molecular...28

2.2.1. Extração do DNA genômico... 28

2.2.2. Quantificação do DNA genômico... 30

2.2.3. Amplificação com primers aleatórios...30

2.2.4. Separação e Visualização dos produtos amplificados... 32

2.2.5. Análise dos dados... 32

3. RESULTADOSEDISCUSSÃO...33

3.1. Otimizaçãodasreaçõesutilizadas...33

3.2. Análisedospadrõesdeamplificaçãocomprimersaleatórios...34

4. CONCLUSÕES...44 RESUMO... 46 SUMMARY...47 5. REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS...48 ÍNDICE REMISSIVO...57 VI

(8)

LISTA OE TABELAS

Tabela

1

Página

Origem das amostras de Melipona

scutellaris... 24

2

3

Lista dos primers utilizados para amplificar o DNA das 14

amostras de Melipona scutellaris e suas respectivas seqüências de nucleotídeos... 29

Relação do número de posições de bandas monomórfícas e

polimórficas por primer selecionado... 33

Matriz das distâncias genéticas expressas em porcentagem de desacordo, obtida para os 14 genótipos de Melipona scutelaris,

por meio de 136 posições de bandas

RAPD... 34

(9)

LISTA t>E FIGURAS

Figura Página

1 Vista interna de ninho de Melipona scutellaris... 22 2 Dendrograma representativo da distância genética por

porcentagem de desacordo e agrupamento pelo método de UPGMA, entre os 14 genótipos de Melipona scutellaris, por

meio de 136 posições de bandas RAPD... 36

3 Padrão de amplificação de fragmentos de DNA (RAPDs)

obtidos com o primer OPM 15, para os 14 genótipos de Melipona scutellaris, analisados por eletroforese em gel de agarose 1.2%. M-Marcador de peso molecular de DNA, 1-MG- 322, 2-MG-335, 3-MG-441, 4-MG-445, 5-MG-480, 6-MG-519,

7-MG-533, 8-BA-32, 9-BA-33, 10-BA-34, ll-BA-35, 12-BA-

36, 13-BA-38 E 14-BA-39. A seta indica o marcador

OPM15.38Kb para a população de Uberlândia, MG... 39

(10)

LISTA DE ABREVIATURAS

ABS

absorbância

°C

graus

Celsius

cm

centímetros

cM

centimorgans

DNA

ácido

desoxirribonucléico

DNTP

desoxirribonucleotídeos

EDTA

ácido etilenodiaminotetra

acético sal dissódico

g

grama

(s)

h

hora

(s)

HC1

ácido clorídrico

Kb

quilobases

M

molar

mA

miliampere (s)

mg

miligrama

(s)

MgCl

2

cloreto

de magnésio

ml

mililitro (s)

mm

milímetro

(s)

mM

milimolar

min.

minuto

(s)

h

haplóide

NaCl

cloreto de

sódio

ng

nanograma (s)

nm

nanômetro

(s)

pb

pares

de

base

pH

potencial

hidrogeniônico

pmoles

pico-moles

rpm

rotações por

minuto

RNA

ácido

ribonucléico

SDS

lauril

sulfato

de

sódio

Tris

tris

(hidróxido metil

amino

metano)

UV

ultra-violeta

V

volts

Pg

micrograma

pl

microlitro

(s)

(11)

1.

INTRODUÇÃO

1.1. Considerações Gerais

sobre

Abelhas

No reino Animalia, o filo Arthropoda têm cerca de 34.000.000 de espécies, das

quais 80% pertencem à classe Insecta, sendo portanto, o grupo com maior número de

indivíduos, superando todos os outros grupos animais reunidos (ADIS, 1990). A classe Insecta divide-se em várias ordens. Uma delas são os Hymenoptera que compreendem as formigas, vespas e abelhas. As abelhas podem ser reunidas na superfamília Apoidea,

com 10 famílias, que se destacam por exibirem grande diversidade de habitats e uma alta complexidade de comportamentos, culminando em uma alta organização social. A

família Apidae subdivide-se em 3 subfamílias: Xylocopinae, Nomadinae e Apinae.

Dentre os Apinae, encontramos as tribos corbiculadas: Apini, Meliponini, Bombini e Euglossini (ROIG-ALSINA & MICHENER, 1993). As três primeiras estão num estágio

social avançado. A grande maioria das outras Apoidea são abelhas solitárias ou de

hábitos sociais primitivos (NOGUEIRA-NETO, 1997).

A origem das abelhas do globo é relativamente recente e está relacionada com

o aparecimento das Angiospermas (MULLER 1972, 1981 apud CRUZ, 1960). Os

primeiros fósseis conhecidos de himenópteros datam do carbonífero inferior, mas as

abelhas só apareceram muito mais tarde, há cerca de 150 milhões de anos atrás, no

Cretáceo (CRUZ, 1960).

As abelhas da tribo Meliponini, também conhecidas como abelhas indígenas

sem ferrão, em geral, são distinguíveis das outras, principalmente pela atrofia do ferrão, redução e fragilidade da venação alar e por não possuírem pêlos nos olhos (MOURE,

1961; SAKAGAMI, 1982; WILLE, 1983; CAMARGO, 1989; MICHENER, 1990).

Ao longo de sua história evolutiva, os Meliponínios conquistaram vários

habitats, ocupando grande parte da região de clima tropical e algumas importantes

regiões de clima temperado subtropical (NOGUEIRA-NETO, 1997). Contudo, sua

maior diversidade e abundância de formas encontra-se nos trópicos (região Neotropical

(12)

hemisfério sul (MOURE, 1961; KERR & MAULE, 1964; CAMARGO, 1989; MICHENER, 1990; CAMARGO E PEDRO, 1992).

A importância dessas abelhas reside no fato de apresentarem uma grande associação com plantas e outros animais, inclusive o homem. São consideradas as mais eficientes polinizadoras da flora americana, polinizando até 90% das espécies de plantas

nativas (KERR et al., 1996). ABSY et mostraram que 8% das árvores do médio Amazonas são polinizadas por no mínimo 5 espécies de abelhas. Todavia, nessa mesma amostra, 5 árvores são polinizadas por apenas 1 espécie de abelha. Assim, a

extinção dessas abelhas pode resultar na possibilidade de extinção de espécies vegetais e conseqüente desequilíbrio no ecossistema (ROUBIK, 1989).

O entendimento dos aspectos biológicos, que compreendem os mecanismos de reprodução das abelhas nativas, está associado a todos os esforços que estão sendo

executados, nos últimos 50 anos, para a possível manutenção de algumas espécies geograficamente mais próximas do homem (AIDAR, 1999).

1.2.

A

espécie

Melipona

scutellaris

A espécie Melipona scutellaris Latreille, 1811 pertence à tribo Meliponini,

subfamília Apinae, família Apidae (ROIG-ALSINA & MICHENER, 1993). A

subfamília Apinae engloba as abelhas indígenas sem ferrão, das quais, muitas são

conhecidas como “uruçu”, que na língua tupi significa “abelha grande”. Muitas outras

espécies desse grupo foram domesticadas pelos índios, sendo atualmente descritas mais

de 300 espécies, com cerca de 54 gêneros que se distribuem em toda a Região

Neotropical (CAMARGO & PEDRO, 1992).

A abelha Melipona scutellaris é basicamente conhecida como “uruçu do Nordeste” devido à sua distribuição geográfica alcançar desde a Bahia até o Estado do

Rio Grande do Norte, ocupando principalmente o Bioma chamado de Zona da Mata

(CARVALHO, 1996).

As abelhas sem ferrão, em seu ambiente natural, têm dificuldades de achar um

lugar para seu novo enxame. A grande maioria usa ocos de árvores, em diferentes

alturas. KERR et al. (1996) encontraram colônias de M. scutellaris (uruçu do Nordeste) e M. rufiventris (uruçu amarela) ocupando ocos de árvores a 40m de altura. Os ninhos

(13)

são construídos basicamente de cera pura ou cerume, que é uma mistura de cera, própolis e barro. Batume é a denominação para a mistura de própolis e barro e é geralmente usada na delimitação da morada. A maior parte dos Meliponínios faz reserva

de cera, que é armazenada nas bordas dos favos de cria ou sobre o invólucro em

pequenas bolinhas, formando pequenos montes próximas à entrada do ninho. Dentro dos ninhos, os favos de cria são dispostos na forma de placas horizontais, cujas células ou alvéolos se abrem para cima. Estas placas se sobrepõem e são separadas por pilastras de cera, permitindo a passagem das abelhas entre as placas. O mel e o pólen são

armazenados em potes de cera ovais, com volume variável (MARIANNO FILHO,

1911).

Os Hymenoptera constituem a 3a maior ordem de insetos. Grande parte de suas peculiaridades, inclusive sua maior freqüência de espécies com vida social, é devida ao

seu sistema de determinação de sexo (KERR et al., 1978). O sistema genético usado por

essas abelhas, denomina-se haplo-diploidia, em que as fêmeas originam-se de ovos

fecundados, sendo diplóides e os machos originam-se de ovos não fecundados, sendo

haplóides. Este tipo de sistema genético denomina-se partenogênese arrenótoca

(DZIERZON, 1845). KERR et al. (1978) sugerem que a determinação de sexo nas abelhas ocorre em duas fases: a primeira fase ocorre poucas horas após a postura e a

segunda, no final da fase de pré-pupa, anteriormente à desenvolvimento de todos os

discos imaginais. Existe um equilíbrio entre os genes reguladores, que atuam sobre um

conjunto de genes aditivos (não compensados) determinadores do sexo feminino e sobre

os genes parcialmente não aditivos ou não aditivos (compensados), determinadores da

masculinidade. Esse balanceamento gênico para determinação do sexo é um mecanismo geral que explica a definição do sexo por arrenotoquia. O locus xo é o principal

responsável pela determinação do sexo nas abelhas.

A determinação de castas nos Meliponínios se dá pelo sistema "genético

alimentar". KERR (1975) propôs uma explicação molecular deste mecanismo,

mostrando que este processo seria em conseqüência da combinação dos alelos dos genes determinantes de casta : xa e xb. Cada um desses genes possui dois alelos : xa1, xa2, xb1,

xb2. Assim, as larvas duplo heterozigotas são rainhas e as que possuem homozigose em qualquer um dos dois alelos ou em ambos, são operárias.

(14)

Outro aspecto importante da biologia dessas abelhas, que tem muita influência

no comportamento de populações isoladas, refere-se ao fato de serem particularmente sensíveis à homozigose dos alelos xo. Nesta condição, aparecem machos diplóides (duplo homozigotos para os alelos sexuais) considerados “estéreis”. Em algumas

espécies sociais estes machos são eliminados pelas operárias, o que também pode

ocorrer com a rainha, podendo ocasionar assim, a morte da colônia. A manutenção de pequenas populações, com menos de 44 colônias da mesma espécie na sua área reprodutiva, promove a diminuição do número dos alelos sexuais xo, induzindo a

formação desses machos diplóides (KERR & VENCOVSKY, 1982). Em regiões onde o número de colônias é baixo, a espécie pode desaparecer devido à formação da homozigose dos alelos xo, e isto ocorre com freqüência nas pequenas matas primárias

que são conservadas (AIDAR, 1996, 1997).

No Brasil, muitas espécies de Meliponínios têm sido criadas principalmente para a produção de enxames, mel, pólen, cera e própolis. Contudo, estão sendo

seriamente ameaçadas de extinção em conseqüência de alterações em seus habitats

causadas por desmatamentos, uso indiscriminado de agrotóxicos e várias outras ações

antrópicas prejudiciais ao meio ambiente. A criação e exploração racional dessas

abelhas é uma alternativa que poderá preservar muitas espécies, permitindo a obtenção

de seus produtos, sua utilização como polinizadoras e facilitar as pesquisas científicas

com as mesmas.

Melipona scutellaris, em seu ambiente natural, está separada por mais de 300Km de distância da área de ocorrência M. capixaba. Em Uberlândia, elas foram

colocadas no mesmo meliponário, na suposição de que fossem completamente isoladas reprodutivamente (NASCIMENTO, 1996). Contudo, segundo MOURE & CAMARGO

(1994) M. scutellaris é a espécie, relacionada ao grupo da Amazônia, mais próxima geograficamente da M. capixaba. Estas espécies apresentam algumas similaridades, como a estrutura das genitálias, que são praticamente idênticas, mostrando que são

evolutivamente muito próximas.

Entre novembro/95 e março/96, foi verificado por NASCIMENTO (1996) uma

troca natural de rainha nas colônias de M. capixaba. Pela observação morfológica dos

descendentes das colônias de M. capixaba, detectou-se que eram distintos dos demais e

(15)

scutellaris, que ocorriam em maior quantidade. Detectou-se também que os descendentes desta colônia (supostos híbridos) eram capazes de se reproduzirem e originarem descendentes férteis, pois, uma das rainhas virgens, filha da rainha que estava produzindo híbridos, foi fecundada. A confirmação dessa hibridação foi realizada

por NASCIMENTO & MATUSITA (1996) e NASCIMENTO et al. (1999) comparando

o padrão esterásico entre elas.

1.3.

O

Uso

de

Dados

Moleculares

em Estudos

de Populações

Até os anos 60, os marcadores utilizados em estudos genéticos eram controlados por genes associados à caracteres morfológicos de fácil identificação visual

(OLIVEIRA, 1998).

A utilização da dados moleculares, em diversos estudos, vem sendo feita cada vez com mais freqüência, nos mais diferentes grupos taxonômicos e tem contribuído

para avanços consideráveis na genética e sistemática da ordem Hymenoptera (COSTA,

1998). A utilização de marcadores moleculares tem várias vantagens sobre marcadores

morfológicos convencionais: os marcadores moleculares exibem neutralidade fenotípica

sem influência ambiental, são herdados codominantemente (RFLP, Restriction

Fragment Length Polymorphism) e/ou de forma dominante (RAPD, Random Amplified Polymorphic DNA), raramente exibem interações epistáticas ou pleiotrópicas, podendo

ser detectados tanto em indivíduos jovens como adultos (TANKSLEY et al., 1989). Outros marcadores como isoenzimas, análises de DNAmt, mini e microssatélites também

são amplamente usados em uma grande variedade de estudos de populações.

CONTEL & MESTRINER (1974) foram os primeiros publicar a dados sobre a

variabilidade alozímica em Meíiponíneos. Eles descreveram o polimorfismo no locus Est 3 de Melipona subnitida e M. quadrifasciata. Depois, vários trabalhos surgiram sobre polimorfismos de populações do grupo. CONTEL & MESTRINER (1975) e

RESENDE (1997) caracterizaram a atividade esterásica durante o desenvolvimento

ontogenético de três espécies de Melipona. DEL LAMA & MESTRINER (1984),

LIMA & MESTRINER (1985), CURSINO & CONTEL (1991), MACHADO et al.

(1992), SANTOS (1993), dentre outros, avaliaram padrões proteicos de vários sistemas

(16)

Análises de proteínas por eletroforese têm sido usadas para detectar variações em insetos mas, alguns grupos de insetos com baixos níveis de variação genética detectáveis, não podem ser estudados a não ser por marcadores mais sensíveis, como os

provenientes de análises de DNA (HOY, 1994).

O aspecto físico do DNA também oferece várias vantagens sobre isoenzimas.

O DNA é encontrado em todas as células, de todos os organismos e pode ser extraído tanto de tecido vivo, quanto de tecido morto. Além disso, tecidos podem ser facilmente estocados sob várias condições, e em muitos casos apenas poucos nanogramas de DNA

são necessários para as análises (quando amplificados por PCR, Polymerase Chain Reactiori). A molécula é tão estável que pode se manter intacta por milhões de anos

(PARKER et al., 1998).

A diversidade genética dentro de populações e espécies é influenciada por uma

multiplicidade de fatores, incluindo ciclo de vida, tempo de geração, princípios de dispersão de pólen, proporção geográfica e nicho ecológico. Essas características

biológicas poderão ser reconhecidas mais a fundo, em estratégias desenvolvidas pela

diversidade quantificada por marcadores de DNA (WILLIAMS et al., 1993). No mais,

análises moleculares permitem comparações de seqüências de DNA e produzem dados,

que podem ser convertidos para estimar seqüências divergentes.

Na década de 80, um enorme avanço ocorreu na genética quando Kary Mullis

desenvolveu a técnica da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR). A facilidade,

rapidez, versatilidade e sensibilidade da PCR torna-a particularmente poderosa para

estudos genético-moleculares envolvendo grande número de indivíduos de qualquer

organismo vivo (FERREIRA & GRATTAPAGLIA, 1996).

Esta técnica tem sido utilizada em vários estudos de seqüências específicas e

aleatórias do DNA. Ela envolve a síntese enzimática in vitro de milhões de cópias de

um segmento de DNA, na presença da enzima DNA polimerase, dNTPs e magnésio.

Esta reação baseia-se no anelamento e extensão enzimática de oligonucleotídeos (

primers, pequenas moléculas de DNA fita simples) utilizados como iniciadores, que delimitam a seqüência de DNA de fita dupla, alvo da amplificação. Estes primers são

sintetizados artificialmente, de maneira que suas seqüências de nucleotídeos sejam

complementares às seqüências específicas que flanqueiam a região alvo. Um ciclo de

(17)

é desnaturada por meio da elevação da temperatura para 90-94°C. Na etapa de anelamento, a temperatura é rapidamente reduzida para 35-60°C, dependendo essencialmente do tamanho e sequência do primer utilizado, permitindo a hibridação DNA-DNA de cada primer com as seqüências complementares que flanqueiam a região

alvo. Em seguida, a temperatura é elevada para 70-72°C para que a enzima DNA

polimerase realize a extensão a partir de cada extremidade 3’ dos primers. Esta extensão envolve a adição de nucleotídeos utilizando como molde a seqüência-alvo, de maneira que uma cópia desta sequência é feita no processo. Este ciclo é repetido algumas dezenas de vezes até que se consiga a quantidade de DNA desejada (FERREIRA & GRATTAPAGLIA, 1996).

Com base na PCR, várias outras técnicas foram desenvolvidas para a detecção de polimorfismos de DNA, como AFLP (Amplified Fragment Length Polymorphism),

RFLP (Restriction Fragment Length Polymorphisrri), RNA display, VNTR (Variable Number of Tanden Repeats) e RAPD (Random Amplified Polymorphic DNA), dentre outras.

1.3.1. RAPD

(Random

Amplified

Polymorphic

DNA)

A tecnologia de primers arbitrários em PCR (AP-PCR), mais comumente

conhecida como Amplificação ao Acaso de DNA Polimórfico (RAPD) utiliza um único

primer específico (WELSH & MCCLELLAND, 1990) ou dois primers diferentes (WILLIAMS et al., 1990) para produzir uma impressão digital do DNA genômico, via PCR. Nesta reação, os primers se associam às regiões homólogas do DNA genômico,

em dois sítios diferentes nas fitas opostas do DNA. Nestes dois sítios, dentro de uma

distância amplificável, não superior a 4000pb, o produto de DNA é produzido por meio

de uma amplificação termocíclica.

A idéia de se utilizar primers curtos e de sequência arbitrária para dirigir a

reação de amplificação, eliminando assim a necessidade de conhecimento prévio da

seqüência, gerou um grande avanço na área de marcadores moleculares. Além desta

vantagem do RAPD, podem ainda ser citadas a necessidade de pequena quantidade de

DNA, a não utilização de sondas e eliminação da necessidade de isótopos radioativos. O

(18)

tampouco instalações sofisticadas de laboratório, além de ser simples, rápida e de baixo custo (FERREIRA & GRATTAPAGLIA, 1996, WILLIAMS et al., 1993). Outra importante vantagem desta técnica é que ela permite uma "busca" por todo genoma,

permitindo a análise de regiões codificadoras e não-codificadoras e de seqüências repetitivas (RAFALSKI & TINGEY, 1993; SCHIERWATER, 1995). Considerando as regiões não-codificadoras e seqüências de DNA repetitivas, variações mais

consideráveis podem ser encontradas, como mudanças de seqüências de nucleotídeos. Essas mudanças, teoricamente, tem maiores chances de persistirem no genoma, uma vez

que são consideradas mutações nulas. Tais seqüências são consideradas como um reservatório de variação genética. Princípios evolutivos operam diferentemente nestas

regiões e em regiões de genes de cópia única, e por isso podem ser mais apropriadas para descrever certos relacionamentos sistemáticos e filogenéticos (HAYMER &

McINNIS, 1994).

Contudo, algumas desvantagens também são citadas na literatura. Os

fragmentos gerados por RAPD geralmente apresentam de 200 até 2700 pb. O

polimorfismo é reconhecido como a presença de um fragmento específico amplificado em um genótipo e não amplificado no outro genótipo. Tais polimorfismos comportam-

se como marcadores genéticos dominantes, de forma que não é possível a identificação

de heterozigotos (WILLIAMS et al., 1990). Esse baixo conteúdo de informação por locus, é sua principal limitação. Outra grande desvantagem é que os padrões gerados são bastantes sensíveis às condições das reações, podendo haver uma baixa

repetibilidade nos resultados (quando as condições das reações não são mantidas

constantes).

Devido à grandes críticas sobre a falta de repetibilidade no padrão de bandas

geradas pelo RAPD, vários autores têm publicado sobre como a fidelidade nas

condições das reações é importante para minimizar essa limitação.

MEUNIER & GRIMONT (1993) testaram a repetibilidade de 2

termocicladores e três marcas da enzima Taq DNA Polimerase. Utilizando três primers

e DNA de 3 espécies diferentes de bactérias, eles concluíram que houve diferenças no

padrão de amplificação entre enzimas de marcas diferentes, como também entre

enzimas com tampões diferentes. Detectaram também diferenças com a mudança da

(19)

WEEDEN et al. (1992) investigaram a herança e confiança dos marcadores RAPD em populações de ervilhas e maçãs. Eles testaram todos os reagentes da reação e

verificaram que a menor mudança no fenótipo RAPD foi com 1,5 a 3,0 mM de MgCl2 e temperatura de anelamento entre 35 e 42°C. Detectaram que o óleo mineral usado nas

reações (para evitar a evaporação dos reagentes) quando contaminado, as inibia.

Em um estudo mais recente, KHANDKA et al. (1997) usando DNA de 4 espécies diferentes (Asparagiis officialis, Dactylis glomerata, Mercurialis annua e Escherichia colí) também examinaram a variabilidade no padrão de amplificação associada aos constituintes da reação. Detectaram que existe uma proporção de DNA e

enzima Taq polimerase e que um aumento na proporção da enzima em relação ao DNA, aumenta o número de fragmentos amplificados, enquanto que o contrário, reduz esse número. Verificaram também que um aumento na concentração de primer resulta na

amplificação de fragmentos de menor peso molecular e vice-versa. Avaliaram a

manipulação mecânica do DNA (por sonicação) antes da montagem da reação e

verificaram uma correlação positiva no grau de degradação do DNA e redução de produtos amplificados. Testaram também digestões do DNA genômico antes das

reações e observaram que DNAs digeridos apresentam mais fragmentos amplificados

que DNAs não digeridos.

A respeito do DNA, WILLIAMS et al. (1993) citam que devido à diferentes

métodos de extração oferecerem DNA de pureza e integridade diferentes, toma-se

necessário otimizar a quantidade de DNA usada nas reações RAPD para se alcançar

uma boa repetibilidade e um forte sinal de amplificação.

Embora o protocolo RAPD seja relativamente simples e rápido, sua aplicação

prática para estudos genéticos de populações heterogêneas é ainda limitada nos casos

em que grandes números de indivíduos precisam ser examinados. Uma pesquisa que

veio minimizar essa limitação foi o uso de bulks de amostras de DNA genômico.

Vários autores usaram a metodologia de bulk ou pools (conjunto de indivíduos

incluídos na mesma amostra) como um método para identificar rapidamente marcadores

ligados à qualquer gene específico ou região genômica. MICHELMORE et al. (1991)

descreveram esse método chamado BS A (Qulk Segregant Analysis) como um método

rápido de identificar marcadores ligados à qualquer gene específico ou região genômica.

(20)

agrupados, baseado na expressão da característica. Em cada bulk os indivíduos são idênticos para uma característica particular ou região genômica, mas segregam

aleatoriamente para todos os outros genes. Amostras de DNA de cada grupo, são agrupadas separadamente, e os dois pools de DNA submetem-se à varredura para polimorfísmos RAPD ou RFPL. Marcadores polimórficos entre os dois bulks são

geneticamente ligados ao loci que determina a característica usada para construir os

bulks.

GIOVANNONI et al. (1991) demonstraram a utilidade de se criar bulks de DNAs em indivíduos homozigotos, baseado no conhecimento de marcadores RFLPs

prévios, usados no mapeamento das populações analisadas.

REITER et al. (1992) usou esta estratégia para identificar 100 marcadores RAPD específicos do cromossomo 1 de krabidopsis thaliana. A saturação de mapas

genéticos utilizando o pooling (agrupamento na mesma amostra de indivíduos semelhantes à uma determinada característica) permitiu enfocar mais eficientemente

regiões específicas do genoma.

KHANDKA et al. (1997) testaram a viabilidade do uso de métodos de bulks de DNA com marcadores RAPD. Amplificaram DNAs obtidos de um bulk de 10 indivíduos e DNAs individuais de machos e fêmeas de Mercurialis annua, usando 131

primers. Foram encontrados 18 fragmentos polimórficos entre machos e fêmeas, sendo que 16 foram marcadores "falsos positivos". Tais marcadores foram polimórficos entre

plantas individuais de ambos os sexos ou estiveram presentes ou ausentes em todos

indivíduos. Contudo, foi possível detectar 2 fragmentos polimórficos verdadeiros nesse

caso.

A técnica RAPD tem sido utilizada em uma ampla variedade de estudos

genéticos. Marcadores RAPD têm sido aplicados em mapeamentos de genes, genética

de populações (fluxo gênico, discriminação de espécies e diversidade genética em

coleções de germoplasmas) sistemática e taxonomia molecular e marcadores associados

à seleção de acasalamentos de plantas e animais (TINGEY et al., 1992; WILLIAMS et

al., 1993).

No reino animal o RAPD vem sendo cada vez mais aplicado, principalmente

em genética de populações. NAGARAJA & NAGARAJU (1995) diferenciaram

(21)

RAPD que geraram 216 produtos amplificados usando 40 primers, baseados na comparação de pareamento dos produtos amplificados, coeficiente de similaridade

genética e análise de chister hierárquico.

KRAUS & HUNT (1995) avaliaram espécimes do ácaro, Varroa jacobsoni,

coletados em colônias de Apis mellifera da Califórnia, Texas e Alemanha e espécimes coletados em colônias de Apis cerana da Malásia. Encontraram uma porcentagem de bandas monomórficas que indicaram uma baixa variabilidade genética dentro das

populações. Contudo, encontraram marcadores específicos entre populações de ácaros coletados em colônias de diferentes espécies de abelhas e entre diferentes estados.

ABADI et al. (1996) estimaram a variabilidade genética entre isolados do fungo Exserobilum turcicum, patógeno do milho e sorgo, por meio de 20 primers RAPD. A maioria dos primers detectaram polimorfismos hospedeiro-específico, mas

não raça-específicos do fungo.

1.3.2.

RAPb

em

Populações

de Insetos

CHAPCO et al. (1992) analisaram a similaridade genética entre 7 espécies de gafanhotos de 2 subfamílias (Melanophinae e Oedipodinae) dos Acrididae. Encontraram

uma similaridade entre indivíduos da mesma espécie de 51,2%, enquanto que para espécies ou gêneros diferentes encontraram 35%, avaliando o RAPD como satisfatório

em análises sobre Sistemática Molecular.

Estudos filogenéticos em populações de insetos por marcadores RAPD têm

sido amplamente desenvolvidos devido às facilidades da técnica. KAMBHAMPATI et

al. (1992) analisaram geneticamente espécies e populações do mosquito Aedes, identificando espécies desconhecidas e reconstruindo a filogenia por meio de 2 primers

aleatórios.

Com a finalidade de caracterizar biotipos de microhimenópteros dos gêneros

Anaphes e Trichogramma, parasitas usados no controle biológico de Lepidópteros, que são pragas de diversas espécies de plantas comerciais, LANDRY et cz/.(1993) selecionaram 13 primers, que geraram 57 loci polimórfícos informativos. Esses loci foram usados em análises filogenéticas, em que 3 puderam diferenciar 2 biotipos de

(22)

nov.. Foi encontrado um maior nível de heterozigosidade na nova espécie, sendo

justificado por diferentes padrões de comportamento reprodutivo e de oviposição. Nos Trichogramma encontraram maiores diferenças no padrão de amplificação, onde a heterogeneidade foi maior dentro e entre espécies indicando que um sistema de

marcação mais eficiente é requerido para monitorar a integridade genética dos biotipos

comerciais.

HAYMER & McINNIS (1994) identificaram marcadores genéticos RAPD

caracterizando populações da mosca da fruta mediterrânea Ceratitis capitata. Com os diferentes primers analisados, foi possível detectar diferentes níveis de polimorfismos

de diferentes populações. Foram detectados marcadores genéticos que puderam distinguir entre populações cultivadas em laboratório de populações selvagens, bem

como subpopulações de moscas de localidades geográficas distintas.

Para constatar a possibilidade de que a divisão de trabalho nas vespas, Polybia

aequatorialis tinha um componente genético, O’DONNELL (1996) avaliou operárias forrageadoras de diferentes fontes (resina, néctar, água e insetos pilhadores). Por

marcadores RAPD, estimou a similaridade genotípica baseada no compartilhamento de

bandas variáveis. Padrões de associação de marcadores RAPD segundo as

especializações de forrageamento foram constantes em 2 das 3 colônias analisadas, sugerindo seleção à nível de colônia, como fator favorecendo a manutenção da alta

variabilidade genética neste e em outros grupos de insetos.

DIMOPOULOS et al. (1996) demostraram como marcadores RAPD têm sido

integrados em mapas genéticos e citogenéticos do mosquito vetor da malária, Anopheles

gambie. Foram mapeados 15 marcadores por recombinação, relativos à microssatélites que tinham sido mapeados previamente. Foram purificadas do gel, clonadas e

sequenciadas 34 bandas RAPD, gerando 31 sítios de seqüências etiquetadas (STSs) que

podem ser usados como pontos dentro do genoma, enriquecendo o mapa genômico do

mosquito.

CARTER et al. (1996) estimaram alta divergência genética por análise de

cluster e isoenzimas em populações do besouro Tomicus piniperda nos Estados Unidos. Contrariando dados obtidos por proteínas, que sugerem baixos níveis de variabilidade

(23)

LU & RANK (1996) estimaram uma diversidade genética 10 vezes superior à

encontrada por dados de isoenzimas, para machos (n) de 5 populações geograficamente isoladas de uma abelha polinizadora de alfafa (Megachile rotundata). Foram testados 16 primers (130 bandas polimórficas) e os resultados foram obtidos por cálculo da

heterozigosidade, divergência de nucleotídeos e distância genética.

TABERNER et al. (1997) caracterizaram a população de um coleóptero que ataca plantações de beterraba destinada à produção de açúcar no sul da Espanha. A

distância genética entre as populações foi estimada, podendo-se inferir a evolução desta peste nas plantações vizinhas. Os resultados obtidos foram compatíveis com um único evento de colonização, seguido pela dispersão para áreas vizinhas.

Poucos trabalhos utilizando marcadores RAPD foram feitos até o momento para os Apídeos. O primeiro trabalho em Apis mellifera foi feito por HUNT & PAGE

(1992a), onde foi demonstrado, pela primeira vez, que marcadores RAPD não são herdados somente de maneira dominante. Por meio da segregação dos marcadores

RAPD em rainhas (2n) e zangões (n) por inseminação instrumental, foram encontrados

4 tipos de polimorfismos em zangões e rainhas virgens Fl. Os polimorfismos para

presença/ausência e intensidade de bandas foram herdados de maneira dominante. Os

polimorfismos por tamanho de fragmento que segregaram em 1:1 na progênie de zangões, seriam marcadores alélicos para os mesmos, ou estariam compactamente

ligados em trans. O último tipo de polimorfismo observado, caracterizou-se como uma banda diplóide-específica de zangões (2n) obtidos por retrocruzamento. Observou-se

que quando os produtos amplificados por PCR de dois zangões haplóides diferentes

eram misturados, uma banda diplóide-específica se restabelecia, sendo portanto

resultado da formação de um heteroduplex no DNA de alelos alternados no

heterozigoto.

O locus da determinação de sexo (xo) em Apis mellifera foi mapeado pela

segregação de marcadores RAPD em cruzamentos por inseminação instrumental

(HUNT & PAGE, 1992b). Foi obtido um marcador polimórfico para zangões diplóides.

Este foi clonado e parcialmente seqüenciado. Primers foram construídos para este locus

STS (Sequence-Tagged Site) e a progênie foi testada. Observou-se que os marcadores RAPD e STS foram codominantes (devido à ocorrência de alelos por tamanho de

(24)

marcadores e somente 3 operárias, das 181, foram homozigotas recombinantes. Portanto, a distância entre o locus xo e o locus sts foi estimada em 1,6 cM.

HUNT & PAGE (1995) construíram o mapa de ligação de Apis mellifera com

base em 365 marcadores RAPD polimórficos. Os testes foram feitos em machos (Fl) originados de cruzamento artificial, com outros dois marcadores segregantes: a cor preta do corpo e o locus da malato desidrogenase. O mapa de marcadores cobriu 3110 cM em

26 grupos de ligação, sendo o tamanho total do genoma estimado em 3450 cM. Foi observado, pelo tamanho do mapa, que existe uma alta taxa de recombinação nesta

espécie.

SUAZO et al. (1998) detectaram marcadores RAPD que distinguiram abelhas

melíferas Africanas e Européias. Foram selecionados 5 primers, dentre os 700 testados. Eles identificaram um marcador RAPD população-específico, altamente informativo,

que gerou resultados consistentes com marcadores RFLP populações-específicos

prévios, que sugeriram um grau de hibridação entre tais populações.

LAURENT et al. (1998) construíram 3 mapas de ligações compostos do genoma da vespa parasitóide, Trichogramma brassicae, baseado na análise da

segregação de marcadores RAPD em 3 populações F2. Essas populações foram constituídas de progênies de machos (n) de várias rainhas virgens Fl, as quais vieram de

cruzamentos de 4 linhagens parentais, que foram fixadas para diferentes marcadores RAPD polimórficos e que foram polimórficos para caracteres como longevidade e

fertilidade. Foram organizados 84 marcadores dentro de 5 grupos de ligação. O

intervalo entre os 2 marcadores foi de 17,7cM, e o mapa composto mediu 1330cM. LOU et al. (1998) descreveram a estrutura populacional e variabilidade RAPD

entre e dentro de populações naturais de Cephus cinctus Nortan (Hymenoptera: Cephidae), um inseto praga de trigo. Foram selecionados 31 dentre os 62 primers

testados. Vinte primers geraram 60 fragmentos usados para análises da homogeneidade

entre as populações, sugerindo 77% de divergência genética.

OLIVEIRA (1998) determinou a distância genética por marcadores RAPD

entre populações de Tetragonisca angustula provenientes de 26 localidades (3 países da

América Latina), duas amostras de Tetragonisca buchwaldi, e usando Apis mellifera como outgroup. Foram analisados 18 primers, sendo 7 longos e 11 curtos, que

(25)

encontrado que primers longos foram mais eficientes na distinção de grupos mais distantes, enquanto que primers curtos distinguiram melhor genótipos mais próximos. Outro resultado interessante foi que o grau de distância genética entre T. angustula e T. buchwaldi, que pertencem ao mesmo gênero, foi maior do que entre T. angustula e A. mellifera.

Analisando 21 genótipos diferentes àeMelipona rufiventris, VASCONCELOS (1998) determinou a distância genética entre populações alopátricas, provenientes de 6 localidades, utilizando a técnica de marcadores RAPD. Foram identificados 84

marcadores, que permitiram separar os genótipos em 3 grupos distintos, à nível de 27%

de distância genética.

WALDSCHMIDT et al. (1998), calcularam a variabilidade genética intracolonial por marcadores RAPD, em colônias de M. quadrifasciata. Cálculos

realizados utilizando o coeficiente de Jaccard, demonstraram que a variabilidade

genética intracolonial nesta espécie é bastante reduzida, o que pode ser explicado pelo

acasalamento de rainha com um único macho.

TAVARES et al. (1999), analisaram a freqüência de polimorfismos e o padrão

de herança de marcadores RAPD em machos haplóides de uma população de Melipona

quadrifasciata. Foram detectados 3 tipos de polimorfismos: presença/ausência da banda, intensidade da banda e comprimento do fragmento. Estes tipos de polimorfismos

ocorreram 96, 12 e 20 vezes, respectivamente. Todos estes marcadores segregaram na

proporção de 1:1 entre os machos haplóides filhos da mesma rainha, de acordo com a

expectativa Mendeliana. A maioria dos polimorfismos detectados foram como

presença/ausência do produto amplificado.

Seguindo seus estudos, TAVARES et al. (1999) utilizando marcadores RAPD, construíram um mapa de ligação genética para M. quadrifasciata com 77 primers. Os

marcadores que segregaram na proporção de 1:1 entre os machos haplóides, foram

analisados utilizando o programa Mapmarker. As análises revelaram 22 grupos de

ligação, variando em tamanho de 11 a 211 cM, e 39 marcadores não ligados. Estes 22

(26)

1.4. Objetivo e Justificativas

Este trabalho tem como objetivo analisar a divergência genética entre uma população de Melipona scutellaris isolada geograficamente há 12 anos (Uberlândia, Minas Gerais) de sua população original (Lençóis e Catu, Bahia) por meio de

marcadores RAPD.

Estudos da variabilidade genética de populações de abelhas podem fornecer

dados importantes para o estabelecimento de estratégias que visem a preservação das mesmas. Portanto, esse trabalho irá elucidar aspectos genéticos sobre a conseqüência da

instalação do Meliponário, bem como a variabilidade genética da população que foi introduzida há 12 anos em Uberlândia, em relação à população original da Bahia. E com vista nos poucos trabalhos moleculares existentes para Meliponíneos, torna-se necessário uma maior caracterização genética dessa fauna de tão grande importância

ambiental.

Uma das estratégias a ser usada na preservação da biodiversidade, é preservar grupos de organismos que são importantes para a manutenção da diversidade em outros

grupos. As abelhas, dada sua importância como polinizadoras, são sobremaneira

importantes para a manutenção da diversidade de plantas que, por sua vez, têm papel fundamental na manutenção de comunidades animais. No mais, 30% da alimentação

humana depende de plantas polinizadas por abelhas (ABSY etal., 1984).

Estas justificativas são de extrema importância, considerando que a enorme

biodiversidade dos Meliponíneos está sendo ameaçada pela acelerada devastação das

(27)

2.

MATERIAL E METObOS

Este trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Genética e no Laboratório de Genética Molecular do Departamento de Genética e Bioquímica (DEGEB) da

Universidade Federal de Uberlândia.

2.1.

Material

Biológico

Figura 1: Vista interna do ninho de Mehpona scutellaris

O material biológico utilizado nesse experimento foram abelhas indígenas sem

ferrão, da espécie Melipona scutellaris (Figura 1) conhecida como "uruçu do Nordeste" por se distribuir desde a Bahia até o Estado de Rio Grande do Norte.

O Meliponário Uberlândia foi criado com 14 colônias trazidas em março de

1987, da cidade de Lençóis-BA (região da Chapada Diamantina). Posteriormente, em

novembro de 1990, foram trazidas mais 8 colônias e a partir dessas 22 colônias originais

foram feitas diversas divisões, formando assim a população de Uberlândia. A escolha da

Chapada Diamantina deveu-se devido à sua altitude e temperaturas mais baixas, o que

facilitaria a adaptação das colônias ao clima de Uberlândia-MG (CARVALHO, 1996).

(28)

Na implantação do Meliponário Uberlândia, vários aspectos foram observados,

mas principalmente se as características climáticas e florísticas eram semelhantes à da região de origem. Também tomou-se cuidado quanto ao tipo de colméia (caixa) a ser adotada, bem como a localização das mesmas (distância entre as caixas, exposição à

chuva e ao sol e acesso de inimigos naturais).

Com a estrutura do meliponário já formada, foram sendo introduzidas mais colônias e rainhas de outras localidades, e também outras espécies. A primeira

introdução de rainhas ocorreu em maio de 1992, com 13 rainhas fisogástricas de Lençóis-BA. Em julho de 1993, foram introduzidas 3 rainhas fisogástricas de Catu-BA. Em maio de 1994, ocorreu a introdução de 11 rainhas de Lençóis-BA, as quais foram introduzidas em colônias recém-formadas. Em março de 1995, foram trazidas 3 colônias

resultantes de divisões feitas em Lençóis (CARVALHO, 1996). Todas as introduções

foram da espécie Melipona scutellaris.

Em novembro de 1995, foram trazidas 5 colônias de Melipona capixaba, provenientes da região de Domingo Martins-ES. Na época, havia no Meliponário

Uberlândia, 52 colônias de M. scutellaris, 3 de M. quadrifasciata, 2 de M. bicolor e algumas outras de Trigona spinipes, Tetragonisca angustula e Frieseomelitta varia

(NASCIMENTO, 1996).

A coleta das amostras provenientes do Meliponário Uberlândia, deu-se

diretamente do interior das colméias racionais. As abelhas foram colocadas em conjuntos de 5 indivíduos por frasco, o qual continha álcool comercial (99,5%) e, em

seguida, foram estocadas em freezer a -80°C até o momento da extração do DNA.

(29)

Tabela 1: Número, Origem e Posições Geográficas das amostras de Melipona scutellaris

BA39 Catu-BA S 12° 21'/ W 38° 23' MG: Minas Gerais; BA: Bahia; os números representam o número da colônia amostrada; S: latitude e W: longitude.

Amostra Origem da amostra Posição geográfica MG322 Meliponário Uberlândia - MG S 18° 55’/W 48° 17’ MG335 Meliponário Uberlândia - MG S 18°55’/W48° 17’ MG441 Meliponário Uberlândia - MG S 18°55’/ W48° 17’ MG445 Meliponário Uberlândia - MG S 18° 55’ / W48° 17’ MG480 Meliponário Uberlândia - MG S 18°55’/W48° 17’ MG519 Meliponário Uberlândia - MG S 18° 55’ / W48° 17’ MG533 Meliponário Uberlândia - MG S 18°55’/W48° 17’ BA32 Lençóis - BA S 12°33’/W41°23’ BA33 Lençóis - BA S 12° 33’/ W41°23’ BA34 Lençóis - BA S 12°33’/W41°23’ BA35 Lençóis - BA S 12° 33’/W 41° 23’ BA36 Lençóis - BA S 12° 33’/W 41° 23’ BA38 Catu - BA S 12° 21'/W 38° 23'

2.2. Análise

Molecular

2.2.1. Extração

do

DNA

genômico

Um bulk de 5 indivíduos de uma mesma colônia foi usado na extração do DNA genômico, representando cada colônia amostrada, com a finalidade de assegurar a

representatividade genotípica da população do Meliponário Uberlândia.

Nos Meliponíneos há tendência à baixa variabilidade genética dentro de uma

colônia, devido ao seu sistema de cruzamento. Ao contrário das rainhas de Apis, que

chegam a cruzar-se com mais de 19 zangões, as rainhas dos Meliponíneos cruzam-se

apenas com um macho ou, ocasionalmente, com até 5 machos (PAXTON et al., 1999).

Este fato tende a diminuir a variabilidade genética dentro de uma mesma colônia,

(30)

cruzamento compartilham os mesmos alelos paternos. Para minimizar essa baixa representatividade genética das colônias amostradas e o aparecimento dos “falsos

positivos”, teve-se o cuidado de coletar operárias de uma mesma geração. KHANDKA et al. (1997) mostraram que o uso de material genético mais homogêneo na formação de pools de DNA, reduz a probabilidade de se obter fragmentos polimórficos falsos.

Inicialmente, os indivíduos de cada colônia amostrada foram re-hidratados em tampão de lavagem (TrisCl 0,01M, pH 8,0; NaCl O,1M e MgCl2 0,001M) em três

banhos sucessivos de 15 minutos e, em seguida, secos em papel de filtro.

Foram utilizados na extração apenas os tecidos do tórax. Foram retirados os apêndices e abdomem de cada indivíduo, com uma lâmina de bisturi estéril para evitar

possível contaminação com bactérias simbióticas (CAMPOS, 1997).

O protocolo utilizado para extração do DNA genômico foi o descrito por

PAXTON et al. (1996) com as seguintes modificações. Os tórax de 5 abelhas foram

macerados em cadinho, com nitrogênio líquido e transferidos para um microtubo (estéril) de 2 ml. Foi adicionado lml de tampão de extração SET (NaCl 0,15M, Tris-

HC1 0,02M, EDTA lmM, pH 8,0), 36pl de proteinase K (lOmg/ml) e 44 pl de SDS

25%. A suspensão foi incubada a 55°C por 2 horas, invertendo os tubos ocasionalmente.

Após a incubação, seguiu-se a precipitação dos ácidos nucleicos com a adição de 660pl

de NaCl 6M e 330pl de Tris-HCl 0,01M pH 8,0, misturando a solução em vórtex e

centrifugando-a por 10 minutos a 13.000 rpm. Em seguida, completou-se o volume final

de 2ml com etanol 100% gelado e a solução foi deixada a -20°C overnight. No dia

seguinte, os microtubos foram centrifugados por 30 minutos a 13.000 rpm. Lavou-se o

pellet de DNA que se encontrava aderido ao fundo do microtubo com etanol 70%, deixando-o secar em estufa por aproximadamente 1 hora. Ressuspendeu-se o pellet seco

em 200pl de tampão TE (Tris-HCl lOmM e EDTA lmM pH 8,0) e adicionou-se 2,5pl

RNAse (100 mg/ml) com a finalidade de degradar o RNA presente, incubando a

solução por 1 hora a 37°C. Logo após, inativou-se a RNAse com a elevação da

temperatura para 95°C, por 15 minutos. As amostras foram armazenadas em freezer a -

20°C.

(31)

2.2.2.

Quantificação

do

ÒNA genômico

O DNA de cada amostra foi quantificado por leitura de absorbância a 260nm

em espectrofotômetro Hitachi U-2000. Sua qualidade foi avaliada pela razão

ABS260/A280 nm e por eletroforese em gel de agarose 0,8%. Alíquotas de 1 Opl foram

diluídas 10 vezes em água ultrapura e submetidas à leitura em espectofotômetro. Após a

quantificação, as amostras foram aliquotadas: uma solução de trabalho à 5ng/pl e outra

solução estoque contendo o restante da extração, com concentração de

aproximadamente l.OOOng/pl. A solução estoque foi mantida a -80°C para melhor

manutenção da integridade do DNA, enquanto que a solução de trabalho foi mantida a

4°C.

2.2.3. Amplificação

com

primers

aleatórios

As reações de RAPD foram realizadas segundo WILLIAMS et al. (1993) com algumas modificações para otimizar o melhor sinal de amplificação dos fragmentos.

Variou-se principalmente a concentração de DNA (5, 10, 12,5, 15,20 e 25ng) sendo que

com o restante dos reagentes, não houve variações nas concentrações inicialmente

usadas.

As condições previamente otimizadas apresentaram volume final de 15pl, com

os seguintes reagentes: 5ng de DNA genômico, 1,5 unidades da enzima Taq DNA

polimerase (GibcoBRL®), Tampão da Taq IX (GibcoBRL®), 100pM de cada dNTP

(Pharmacia Biotech), 2mM de MgCl2 (GibcoBRL®), lOpmoles de primer (OPERON

Technologies INC.), l,4pl de BSA (Bovine Serum Albumin) e o volume completado

com água ultrapura. Cada reação foi coberta com lOptl de óleo mineral para evitar

evaporação dos reagentes.

Cada batería de reações continha um controle negativo, com todos os

componentes da reação, exceto o DNA. Esse procedimento foi adotado para confirmar

se os produtos amplificados nas reações representavam DNA genômico amplificado, ou

(32)

As reações foram amplificadas em termociclador PCR Express-Hybaid. Os

passos consistiram de 2 ciclos iniciais de 94°C/lmin., 35°C/lmin. e 72°C/2min., seguidos por 40 ciclos de 92°C/lmin., 35°C/lmin. e 72°C/2min., com um passo final de

72°C/5min. e 4°C/24h. (WILLIAMS et al. 1990; HUNT & PAGE, 1992a).

Os primers decâmeros (10 bases) aleatórios foram adquiridos da OPERON

Technologies INC., EUA. Cada primer foi testado de 2 a 3 vezes para garantir a

repetibilidade das bandas a serem analisadas.

Tabela 2: Lista dos primers utilizados para amplificar o DNA das 14 amostras de Melipona scutellaris e suas respectivas seqüências de nucleotídeos.

Primer Seqüência OPA 20 5’GTTGCGATCC3’ OPC 07 5’GTCCCGACGA3’ OPC 11 5’AAAGCTGCGG3’ OPC 15 5’GACGGATCAG3’ OPC 16 5’CACACTCCAG3’ OPF02 5’GAGGATCCCT3’ OPF03 5’CCTGATCACC3’ OPF16 5’GGAGTACTGG3’ OPG 04 5’AGCGTGTCTG3’ OPG 08 5’TCACGTCCAC3’ OPG09 5’CTGACGTCAC3’ OPG10 5’AGGGCCGTCT3’ OPG14 5’GGATGAGACC3’ OPI01 5’ACCTGGACAC3’ OPI 02 5’GGAGGAGAGG3’ OPI03 5’CAGAAGCCCA3’ OPM 07 5’CCGTGACTCA3’ OPM 09 5’GTCTTGCGGA3’ OPM 12 5’GGGACGTTGG3’ OPM 14 5AGGGTCGTTC3’ OPM 15 5’GACCTACCAC3’ OPM 18 5’CACCATCCGT3’ OPO 02 5’ACGTAGCGTC3’ OPO 06 5’CCACGGGAGG3’ OPV07 5’GAAGCCAGCC3’ OPV10 5’GGACCTGCTG3’ OPV15 5’CAGTGCCGGT3’ OPV18 5’TGGTGGCGTT3’ OPZ 07 5’CCAGGAGGAC3’ OPZ11 5’CTCAGTCGCA3’ OPZ15 5’CAGGGCTTTC3’ OPZ18 5’AGGGTCTGTG3’ 31

(33)

2.2.4.

Separação

e Visualização dos produtos amplificados

Os fragmentos amplificados foram separados em gel de agarose 1,2% a 150V

por 2 horas, nas dimensões de 20cm x 24,5cm x 0,6cm, em tampão Tris-Borato-EDTA (TBE) 0,5X, conforme SAMBROOK et al. (1989). O corante usado foi brometo de

etídio na concentração final de 0,5pg/ml de gel. A cada amostra de amplificação de

15yl foi adicionado 3pl de tampão de carregamento (azul de bromofenol 3,61M, xileno

cianol 4,64M, sacarose 1,17M e EDTA O,1M, pH8,0).

Os géis foram visualizados em transluminador UV e fotografados em VDS

Image System-Pharmacia, usando filtro laranja, com tempos de exposição variando entre 2,17 a 2,86 seg., contraste entre 6 e 8 e fator de correção da câmara 0,45.

2.2.5.

Análise dos

dados

Uma matriz binária foi montada com dados referentes a presença (1) e ausência

(0) de bandas, utilizando sempre aquelas mais intensas e definidas, que apresentaram

boa repetibilidade. A matriz gerada foi analisada pelo programa STATISTICA 4.5 A (1993) para o cálculo das distâncias genéticas e análise de cluster. As distâncias

genéticas foram calculadas pelo método de porcentagem de desacordo:

N’

ab

/N

t

(PUTERKAe/a/.1993: apud CABRAL, 1997)

onde, N’ab é o número total de bandas polimórficas entre os genótipos comparados e

NT é o número total de bandas. A análise de cluster foi feita pelo método não-

ponderado de agrupamento aos pares, utilizando médias aritméticas (UPGMA -

umveighted pair-group method using arithmetic averages), o qual agrupa inicialmente indivíduos mais similares e assim sucessivamente, até os indivíduos mais distantes.

(34)

3.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com a finalidade de facilitar a descrição dos resultados, os genótipos das populações de Melipona scutellaris foram discriminados pelo Estado de origem e número da colônia amostrada.

3.1.

Otimização

das reações utilizadas

A concentração de DNA que apresentou o melhor resultado na repetibilidade

do padrão de amplificação foi com 5ng de DNA para um volume final de lSjil por

reação. O excesso de DNA na reação inibiu a amplificação de alguns fragmentos. Tem sido demonstrado, que essa inibição ocorre principalmente pela competição dos primers

, , j. cítin<j de anelamento (SAIKI et al. 1988; MEUNIER & por um grande numero de sítios ae aneiduicniw

GRIMONT, 1993; WILKIEe/tz/. 1993; KHANDKA etal. 1997).

Existe uma ««relação na proporção DNAenzima apropriada para garantir um bom padrão de amplificação. KHANDKA el al. (1997) testaram o efeito das diversas concentrações de DNA e enzima Taq DNA polimerase. O número de produtos

amplificados avaliados para diversas concentrações de DNA e enzima mostraram que a alta proporção de enzima em relação ao DNA amplifica mais fragmentos, enquanto que altas proporções de DNA em relação á enzima reduz o número de fragmentos

amplificados.

Durante a otimização, para melhorar a qualidade e uniformidade das

amplificações, foi adicionado BSA (lOmg/mi). O BSA é comumente utilizado como um estabilizador das atividades enzimáticas, contra a desnaturação durante o armazenamento, em diluição ou reações enzimáticas in vilro, tais como clivagens de

DNA síntese de cDNA ou ligações. O BSA, no ensaio RAPD, estabiliza a atividade da Taq DNA polimerase, protegendo-a de impurezas agregadas ao DNA genômico, bem como de ions presentes na parede de alguns tipos de plásticos utilizados na fabricação dos microtubos usados no laboratório (FERREIRA & GRATTAPAGLIA, 1996). A adição do BSA resultou em amplificações mais intensas, facilitando a leitura dos perfis

RAPD.

(35)

3.2.

Análise dos padrões

de amplificação com

primers

aleatórios

Foram selecionados 32 primers para a análise da diversidade genética entre os genótipos de M. scutellaris. Estes apresentaram alta repetibilidade nos padrões de amplificação. Apenas as bandas mais intensas e bem definidas foram consideradas na análise da matriz das distâncias genéticas, para evitar erros advindos da consideração incorreta dos produtos amplificados. Foram desconsiderados 6 primers por apresentarem um padrão de bandas muito compacto ou por não apresentarem

repetibilidade para as condições estabelecidas nas reações.

Dos 32 primers selecionados, 21 geraram padrão de bandas monomórficas e 11 geraram polimorfismos. As amplificações resultaram em 136 posições de bandas amplificadas, com tamanhos variando entre 300 e 2600 pb. O número de posições de

bandas polimórficas detectadas variaram em média de 1 a 3. Os 11 primers polimórfícos, apresentaram em média 1,7 posições de bandas, representando 16,2% do

(36)

Tabela 3: Relação do número de posições de bandas monomórfícas e polimórfícas por primer selecionado para amplificação do genoma de Melipona scutellaris.

Primers OPA 20 OPC 07 OPC 11 OPC 15 OPC 16 OPF02 OPF03 OPF 16 OPG 04 OPG 08 OPG 09 OPG 10 OPG 14 OPI01 OPI 02 OPI03 OPM07 OPM 09 OPM 12 OPM 14 OPM 15 OPM 18 OPO 02 OPO06 OPV 07 OPV 10 OPV 15 OPV 18 OPZ07 OPZ11 OPZ15 QPZ 18 Posiçõesde bandas monomórfícas Posições debandas polimórfícas 04 00 04 00 04 00 02 00 04 02 04 01 04 03 02 02 02 00 03 00 03 00 05 00 06 00 01 00 05 00 06 01 03 01 01 00 05 00 03 00 03 01 03 00 04 02 05 00 05 00 05 00 09 00 03 00 00 03 02 02 03 01 04 00 TOTAL 117 19(16.2%)

A matriz das distâncias genéticas (Tabela 4) entre os genótipos foi construída com base na presença e ausência de bandas e analisada pelo método de Porcentagem de Desacordo. A dissimilaridade genética máxima entre as 2 populações de M. scutellaris

foi de 6,7 %. Os dados da matriz foram utilizados para a análise de clusler e o

(37)

Tabela 4: Matriz das distâncias genéticas expressa em Porcentagem de Desacordo, obtida para os 14 genótipos de Melipona scutellaris por meio de 136 posições de bandas

RAPD. Variáveis MG MG MG MG MG MG MG BA BA BA BA BA BA BA 322 335 441 445 480 519 533 32 33 34 35 36 38 39 MG322 MG335 MG441 MG445 MG480 MG519 MG533 BA32 BA33 BA34 BA35 BA36 BA38 BA39 .00 .04 .00 .04 .02 .00 .04 .04 .02 .00 .05 .03 .02 .01 .00 .06 .05 .03 .04 .04 .00 .04 .04 .03 .05 .05 .03 .00 .07 .08 .06 .05 .07 .06 .07 .06 .05 .04 .04 .05 .04 .04 .07 .07 .06 .05 .05 .04 .06 .04 .07 .04 .02 .04 .04 .06 .03 .05 .04 .04 .05 .06 .04 .08 .10 .09 .09 .10 .09 .09 .07 .08 .07 .05 .07 .06 .07

Os maiores valores de distâncias genéticas encontradas foram entre o genótipo BA38 e todos os genótipos de Minas Gerais, e ainda com os genótipos BA32, BA34 e BA35 com dissimilaridade genética média de 0,09. O genótipo BA32 em relação à

MG335 apresentou 0,08 de dissimilaridade genética (Tabela 4).

Os menores valores, por sua vez, estão entre MG441 e MG335 com 0,02, MG441 e MG445 e MG480 com 0,02; BA35 e MG445 com 0,02 e MG480 e MG445

(38)

se, em sua maioria, entre as colônias de Minas Gerais. Na amostragem das colônias do Meliponário Uberlândia, teve-se o cuidado de não incluir entre as amostras, colônias mães e filhas. Contudo, não foi possível determinar se os machos de uma mesma colônia fecundaram mais de uma rainha das colônias analisadas Além disso, o alto nivel de endogamia na população de Uberlândia deve ser considerada, sendo que, quanto maior o índice de endocruzamentos em uma população, menor sua variabilidade

genética.

A diminuição da divergência genética dos alelos sexuais xo na população de Uberlândia tem sido também detectada pela sua contagem na população desde 1991

(CARVALHO, 1996).

Figura 2: Dendrograma representativo das distâncias genéticas por porcentagem de desacordo e agrupamento pelo método de UPGMA, entre os 14 genótipos de Mdipona scutellaris, por meio de 136 posições de bandas produzidas por 32primers RAPD.

w 0

.&

5 BA36 BA35 MG-335 MPW 045 MG480 MG519 MGÕ33 BA32 BA34 BA33 BA39 BA38 0.039 0.019 0.029 -0.002 0.009 Distancia Genética 37

Referências

Documentos relacionados

Nesse documento, vê-se mais uma vez a apropriação particular de uma ação social que era feita por voluntários (em outro contexto institucional) para gerar boa visibilidade; c)

A criação dos Bancos de Dentes Humanos nas Instituições de Ensino Superior, no Brasil implica função ética de tentar minimizar o comércio ilegal de estruturas

RESUMO - A divergência genética foi avaliada entre quinze genótipos de cebola cultivados em Santa Catarina, com a utilização de marcadores moleculares RAPD.. Onze

RESUMO - Marcadores moleculares dos tipos RAPD e EST’s SSR foram utilizados como ferramentas para avaliar a variabilidade bem como estimar a divergência genética entre

Ao adotar o ponto de corte de 0,189, os métodos de agrupamento UPGMA e a Otimização de Tocher (Tabela 6) corroboram quanto aos grupos formados, ou seja, agruparam

were collected in 57 accessions from 19 localities of three Brazilian states: Minas Gerais, Maranhão and Tocantins (Table 1).. Areas with elevated anthropic influence were

Os marcadores RAPD (Random Ampliied Polymorphic DNA) vêm sendo utilizados para estudos da variabilidade e/ou divergência genética também em frutífera, a exemplo de Musa

Para testar esta hipótese, avaliou-se a variabilidade genética de populações híbridas por meio de marcadores RAPD utilizando 176 plantas mantidas no Banco Ativo de Germoplasma