• Nenhum resultado encontrado

12th Latin America & the Caribbean Regional Conference of the International Society for Third Sector Research (ISTR)

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "12th Latin America & the Caribbean Regional Conference of the International Society for Third Sector Research (ISTR)"

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

Submission Deadline: 20 February 2019

You will receive a confirmation upon receipt of your submission.

Title:

As “novas” formas de ação coletiva nas periferias paulistanas: do público ao privado

Keywords (5 keywords maximum)

Movimentos sociais

Sustentabilidade financeira Contextos periféricos

Organizações da sociedade civil

Related Conference Theme:

● Cross-Sector Partnerships, Collaborations and Interactions

Abstract (between 500 and 800 words in length, excluding bibliography):

A Primavera Árabe foi o estopim de um fenômeno que se dinamizava havia anos no bojo da globalização e da popularização da internet: o surgimento de novos modelos de movimentos sociais, caracterizados pela dispersão geográfica, descentralização das ações e forte participação de jovens, entre outros aspectos.

Esse fenômeno, ainda em processo, se deu no Brasil em diferentes formatos, de maneira difusa, com similaridades e idiossincrasias em relação aos chamados “novos movimentos sociais”, amplamente estudados de uma perspectiva sociológica nas décadas de 1970 e 1980. Em um contexto de ditadura e, posteriormente, de transição para a democracia, esses movimentos apresentavam como referências iniciativas de lutas nas periferias por parte de

12th Latin America & the Caribbean Regional Conference of the

International Society for Third Sector Research (ISTR)

3-5 JULY 2019

Universidad EAFIT, Medellín, Colombia

Abstract PAPER Submission Form

(2)

mães em busca de serviços públicos como oferta de creches e saneamento básico, por exemplo. Mudanças socioeconômicas e políticas reforçadas pela redemocratização e pela Constituição de 1988, contudo, tiveram como desdobramentos a institucionalização de muitos desses movimentos, transformando-se nas ONGs (organizações não governamentais) ou OSCs (organizações da sociedade civil), arrefecendo o caráter de movimento social não institucionalizado e de confronto ao poder público.

Quase três décadas depois, contudo, os chamados “novos novos movimentos sociais” ganham corpo, inclusive – mas não exclusivamente – nas mesmas periferias que outrora reivindicavam direitos básicos em contraposição ao poder público.

Neste contexto, o objetivo principal deste artigo é agregar conhecimento sobre esse fenômeno recente ao estudar, de maneira inédita, um grupo de mais de 30 representantes de movimentos sociais periféricos das cinco regiões da capital paulista (norte, sul, leste, oeste e centro), ao longo de cerca de um ano.

Mais especificamente, estão sendo estudados aspectos relacionados ao acesso a recursos financeiros por parte desses grupos. A pesquisa, ainda em processo, tem como foco investigar as características centrais desses movimentos, suas formas de organização e atuação, bem como de viabilidade financeira-operacional.

Trata-se de uma pesquisa qualitativa e descritiva, realizada com base em três grupos focais ocorridos nos meses de agosto e dezembro de 2018 e janeiro de 2019, que contribui para a teoria e a prática ao lançar um recorte de pesquisa para além das OSCs, buscando entender como se articulam tais agentes, de que maneira se diferenciam das ONGs, quais são suas principais demandas e focos de ação. Atualmente, o estudo será aprofundado por meio de entrevistas em profundidade (tentou-se, por duas vezes, o uso do instrumento survey a distância com o grupo, contudo, devido ao perfil dos envolvidos, houve baixa adesão nas respostas, o que levou à necessidade de redesenhar a segunda fase da coleta de dados).

Entre os principais resultados preliminares constam a organização em coletivos ora institucionalizados, ora não formalizados, algumas vezes em oposição às ONGs que atuam no mesmo território.

(3)

Em relação ao acesso a recursos, há um claro deslocamento da demanda de verbas ao poder público para a iniciativa privada com fins lucrativos (empresas, institutos e fundações que investem em responsabilidade social por meio de editais e chamadas de projetos). Entre os principais desafios levantados pelos coletivos estão a falta de acesso direto aos recursos (sem intermediários, como ONGs que se colocam como porta-vozes da comunidade e consultorias); a dificuldade de comunicação e entendimento das demandas dos financiadores; alto nível de burocracia para acessar os recursos e, posteriormente, para prestação de contas, não condizente com a estrutura de tais coletivos; e a falta de capacidade de entender a realidade das periferias por parte dos financiadores, que, via de regra, não têm em suas equipes colaboradores oriundos de contextos periféricos e lançam uma visão colonizadora em lugar de parcerias estruturantes no longo prazo.

Os participantes também fazem emergir outras distorções como a desigualdade de investimentos entre as diversas regiões periféricas de São Paulo (com concentração na zona sul, em detrimento das zonas norte e oeste, sobretudo); e a exclusão estrutural das lideranças periféricas nas mais diversas temáticas relacionadas a esse público, entre as quais o movimento da cultura de doação e os eventos setoriais dos financiadores. E apontam como principais soluções maior diálogo entre periferia e financiadores e dentro da própria periferia, para robustecerem um movimento de suporte entre os próprios coletivos, em busca de autonomia em lugar da cooptação no longo prazo.

(4)

Bibliography

Alvarez, Sonia (2009) ‘Beyond NGO-ization? Reflections from Latin America’. Development, 52 (2) pp.175-184.

Biekart, K. (2013). Novos desafios para os atores da sociedade civil brasileira em um contexto de mudanças na cooperação internacional. In P. Mendonca (Ed.), Arquitetura Institucional de Apoio às OSCs no Brasil (pp. 80-98). Sao Paulo: Editora FGV.

Biekart, K. & Fowler, A.F. (2013) Development and Change, 44 (3), 527-546. Transforming Activisms 2010+: Exploring Ways and Waves. doi: http://dx.doi.org/10.1111/dech.12032

Buechler, S. M. (2011) Understanding Social Movements: Theories from the Classical Era to the Present. Paradigm Publishers.

Carlos, R. (1987). Movimentos sociais na América Latina. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 1(3).

Carlos, Euzeneia. Movimentos sociais: revisitando a participação e a institucionalização. Lua Nova, 2011, no.84, p.315-348. ISSN 0102-6445

Chandokhe, N. (2007) Civil Society, Development in Practice, 17 (4-5): 607-614

Conway, Janet (2011) ‘Social Movements and their knowledges’, in Praxis and Politics: Knowledge Production in Social Movements. New York & London: Routledge, pp. 21-38 Escobar, Arturo (2009) Other Worlds are Already Possible: Self Organization, Complexity and Post-Capitalist Cultures, in Jai Sen, Peter Waterman, et. al. World Social Forum. Challenging Empires. Black Rose Books, pp. 393-404. Document accessible at: http://www.unc.edu/~aescobar/html/texts.htm

Gaventa, J. and Tandon, R. (2010) ‘Citizen engagements in a globalizing world’, Introduction chapter, pp. 3-22. In J. Gaventa and R. Tandon, eds. (2010). Globalizing citizens: new dynamics of inclusion and exclusion. London: Zed Books. [Library FFLCH 323.6 G562] IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. As Fundações Privadas e Associações sem fins Lucrativos (FASFIL) no Brasil - 2010. Série IBGE Estudos& Pesquisas: Informação Econômica Nº 20. IBGE: Rio de Janeiro, 2012. Disponível em: , acesso em Dezembro de 2014. ftp://ftp.ibge.gov.br/Fundacoes_Privadas_e_Associacoes/2010/fasfil.pd

Leach, M.; Scoones, I. (2007) Mobilising Citizens: Social Movements and the Politics of Knowledge. IDS Working Paper 276 (1-34)

Lopez, F. G., & Barone, L. S. As entidades sem fins lucrativos e as políticas públicas federais: tipologia e análise dos convênios e organizações (2003-2011). IPEA, Textos para Discussão 1896. Brasília: IPEA, Abril de 2013. Recuperado em 28 de Abril de 2014.

Mitlin, Diana; Sam Hickey, Anthony Bebbington (2007) ‘Reclaiming development? NGOs and the challenge of alternatives’. World Development, Vol. 35, No. 10, pp. 1699-1720. OLSON, Mancur. A lógica da ação coletiva. São Paulo: Edusp, 1999.

Paula, A. P. P. de. (2005). Administração Pública Brasileira entre o Gerencialismo e a Gestão Social. Revista de Administração Pública, 45(1), 36–49. http://doi.org/10.1590/S0034-75902005000100005

(5)

Tarrow, S. (2005) The new transnational activism. Cambridge: Cambridge University Press. Chapter 2, pp. 15-34: ‘Internationalism and contention’. [Library FFLCH 303.482 T192n] Touraine, A. (2002) The Importance of Social Movements, Social Movement Studies: Journal of Social, Cultural and Political Protest, 1:1, 89-95, DOI: 10.1080/14742830120118918

Zald, M. (2005). The Strange Career of an Idea and its Resurrection: Social Movements in Organizations. Journal of Management Inquiry, 14(2), 157.

Referências

Documentos relacionados

Having evaluated the achievements of the International Drinking Water Supply and Sanitation Decade (1981-1990) in Latin America and the Caribbean, during

A infestação da praga foi medida mediante a contagem de castanhas com orificio de saída do adulto, aberto pela larva no final do seu desenvolvimento, na parte distal da castanha,

The Program concentrates on research into and the development of better means of controlling tropical diseases, and on the personnel training and institu- tional

A Lei 12.142/05, promulgada e publicada pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, em 08/12/2005 “Assegura ao aluno matriculado nos estabelecimentos de ensino

Para o professor que deseja utilizar a História da Matemática, assim como, os instrumentos matemáticos históricos, deve avaliar o nível de conhecimento da turma,

As fases do concreto, composto por pasta de cimento, agregado e zona de transição, não se comportam da mesma maneira quando submetidas a altas temperaturas, se

The goal of this study was to quantify the genetic divergence between accessions introduced and preserved at the International Coconut Genebank for Latin America and the

São Paulo Research Foundation (FAPESP), the Latin.. America and Caribbean Center on