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Agora, gostaríamos de passar a palavra ao Sr. Fernando Tracanella, que fará os comentários sobre o desempenho da CBD no trimestre e no ano.

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Academic year: 2021

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Operadora:

Bom dia e obrigada por aguardarem. Sejam bem-vindos à teleconferência da Companhia Brasileira de Distribuição – CBD. Estão presentes hoje conosco os senhores Abílio Diniz, Presidente do Conselho de Administração; Cássio Casseb, Diretor-Presidente; Enéas Pestana, Diretor-Administrativo Financeiro; e Fernando Tracanella, Diretor de RI.

Este evento também está sendo transmitido simultaneamente pela Internet

e w webcast, podendo ser acessado no endereço www.cbd-ri.com.br, onde se

encontra a respectiva apresentação. A seleção dos slides será controlada pelos senhores. O replay deste evento estará disponível logo após o seu encerramento. Informamos que os press releases do resultado também estão disponíveis no site de RI – www.cbd-ri.com.br.

Esse evento está sendo gravado, e todos os participantes estarão apenas ouvindo a teleconferência durante a apresentação da companhia, e em seguida iniciaremos a sessão de perguntas e respostas, quando maiores instruções serão fornecidas. Caso algum dos senhores necessite de assistência durante a conferência, queriam por favor solicitar a ajuda de um operador, digitando *0.

Antes de prosseguir, gostáramos de esclarecer que eventuais declarações que possam ser feitas durante esta teleconferência relativas às perspectivas de negócios da CBD, projeções e metas operacionais e financeiras constituem-se em crenças e premissas da diretoria da companhia, bem como em informações atualmente disponíveis. Considerações futuras não são garantias de desempenho. Elas envolvem riscos, incertezas e premissas, pois se referem a eventos futuros, e, portanto, dependem de circunstâncias que podem ou não ocorrer. Investidores devem compreender que condições econômicas gerais, condições da indústria e outros fatores operacionais podem afetar o desempenho futuro da CBD, e podem conduzir a resultados que diferem materialmente daqueles expressos em tais considerações futuras.

Agora, gostaríamos de passar a palavra ao Sr. Fernando Tracanella, que fará os comentários sobre o desempenho da CBD no trimestre e no ano.

Por favor, Sr. Fernando, pode prosseguir. Fernando Tracanella:

Bom dia a todos e obrigado por participarem da nossa teleconferência. Como usualmente fazemos, iniciaremos a nossa apresentação comentando os destaques de 2005, logo em seguida abriremos para uma sessão de 30 minutos de perguntas e respostas.

Passando para o segundo slide, temos os principais destaques de vendas consolidadas da companhia. As vendas brutas da CBD totalizaram R$ 16 bilhões, enquanto as vendas líquidas, R$ 13,4 bilhões, representando crescimentos de 5,4% e 6,8%, respectivamente, sobre 2004.

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Os produtos alimentícios representaram 76% das vendas da companhia, enquanto os não-alimentícios responderam pelos demais 24%. Os principais fatores que impactaram o desempenho de vendas da CBD foram: forte deflação de preços em diversas categorias, especialmente perecíveis e commodities; menor renda disponível para compra de alimentos, principalmente devido aos compromissos assumidos pelos consumidores na compra de bens duráveis. No conceito mesmas lojas, o crescimento nominal acumulado foi de 2,6%, impulsionado pela boa performance registrada nos não-alimentícios, que cresceram 12,5% no período. A venda de itens alimentícios permaneceu estável sob forte impacto da deflação de produtos já citados anteriormente pelo menor consumo de itens considerados supérfluos.

Prosseguimos agora no slide 3, com alguns destaques na performance operacional da companhia. O lucro bruto em 2005 foi de R$ 3,9 bilhões, representando um crescimento de 8,2% sobre o ano anterior. A margem bruta apresentou uma melhora, passando de 29,2% em 2004 para 29,6% em 2005, resultante da combinação de melhores negociações com fornecedores e avanços na gestão de preços da companhia.

No 4T a CBD obteve um crescimento no um lucro bruto de 5.4%, com margem de 28,9%, ligeiramente superior à margem de 28,8% reportada no mesmo período de 2004.

Com relação às despesas operacionais, o destaque do ano ficou por conta do 4T, período em que a companhia registrou um total de despesas sobre vendas líquidas de 20,6%, praticamente estável em relação ao ano anterior, mesmo diante de despesas adicionais de aluguéis no montante de R$ 29 milhões, originadas pelo arrendamento de 60 lojas vendidas ao Grupo Diniz, somado aos reajustes de salários em setembro, e não em dezembro, como sempre ocorreu em anos anteriores.

Com o aumento da margem bruta, comentado anteriormente, e da manutenção das despesas operacionais sobre vendas líquidas, a companhia registrou um crescimento no seu EBITDA de 12%, com margem de 8,7%, comparado a uma margem de 8,3% em 2004. Na comparação trimestral, a CBD registrou um EBITDA de R$ 312,4 milhões em 2005, o que representou um aumento de 4,5% sobre o mesmo trimestre de 2004. A margem EBITDA foi de 8,3%, mesmo patamar registrado no 4T04.

Passando para o próximo slide, comentaremos rapidamente as demais linhas de nossa demonstração de resultados. A companhia antecipou o reconhecimento dos efeitos de uma nova norma brasileira de contabilidade, a NBC 19.5, que, entre outros, determina algumas mudanças nos critérios de amortização de benfeitorias em imóveis de terceiros. Dessa forma, a partir de 2005, a companhia passou a amortização de benfeitorias em imóveis de terceiros de acordo com os limites contratuais de expiração dos arrendamentos, deixando de levar em conta a expectativa quanto às renovações desses contratos. A adoção desta medida gerou uma depreciação adicional de R$ 86,5 milhões, contabilizada no 4T. Desse total, R$ 41 milhões referem-se a 2005, e a diferença, a anos anteriores.

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Com relação ao resultado de equivalência patrimonial, embora ainda o resultado tenha sido negativo, a FIC – Financeira Itaú-CBD – apresentou crescimento expressivo e superação de todas as metas estabelecidas. Foram instaladas 308 unidades da FIC em nossas lojas, superior à meta inicial de 156 postos em operação. Além disso, o número de clientes superou a marca de 4 milhões ao final do ano, 17% acima do orçamento inicial.

Para o segundo ano de operações da FIC, esperamos resultados ainda negativos, mas declinantes ao longo do período, com o ano de 2007 já apresentando resultados acima do breakeven.

Com relação à Sendas distribuidora, a margem EBITDA de 2005 foi de 5,4%, superior à margem de 4,5% reportada em 2004. A performance da Sendas distribuidora ainda foi fortemente impactada por elevadas despesas financeiras líquidas, no montante de R$ 150 milhões; e o resultado de participações de minoritários para a CBD foi positivo em R$ 64 milhões, comparado a R$ 43 milhões em 2004.

As despesas financeiras da companhia em 2005 foram de R$ 683,5 milhões, 10,6% superiores às do ano anterior, refletida numa taxa de juros maior do que a de 2004, e o seu impacta uma dívida nas provisões da companhia. No 4T, a despesa financeira líquida totalizou R$ 45 milhões, versus uma despesa líquida de R$ 71 milhões no mesmo período de 2004. O resultado financeiro do 4T foi impactado pela transferência da operação do crediário para a FIC, e por um volume de vendas parceladas no cartão de crédito sem cobrança de juros acima do ano anterior.

O resultado não-operacional do trimestre foi positivo em R$ 32 milhões em função dos seguintes eventos principais: 1) receita de R$ 38 milhões, provenientes do reconhecimento de parte dos ganhos com a associação do Itaú, que estava sujeito ao cumprimento de algumas metas operacionais estabelecidas no momento da transação; 2) R$ 11,4 milhões decorrentes da venda de ativos par a o Grupo Diniz por um montante acima do valor contábil; e 3) do lado das despesas não-operacionais, nós tivemos principalmente o efeito da baixa de ativos imobilizados, referente ao fechamento de lojas ocorrido no ano.

Como resultado de todos os fatores acima citados, o lucro líquido do exercício foi de R$ 257 milhões, inferior ao lucro de R$ 369 milhões reportado em 2004. A comparação entre o lucro de 2005 e 2004 fica distorcida em função dos fatores acima comentados e também em função da diferença na linha de imposto de renda entre os dois anos. No 4T05, CBD reportou um lucro líquido de R$ 65 milhões, versus um lucro líquido de R$ 113 milhões em 2004. A comparação também fica prejudicada pelos eventos anteriormente mencionados.

No slide seguinte, no último slide, destacamos os investimentos feitos pela CBD, que totalizaram R$ 842 milhões em 2005; esses investimentos foram direcionados principalmente à abertura de novas lojas, à reforma de 60 lojas da bandeira Sendas, que foram totalmente reformuladas e adaptadas ao padrão da companhia, e à conversão de 12 lojas Pão de Açúcar para o formato CompreBem. Outra parcela dos investimentos foi destinada à antecipação da

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compra de terrenos estratégicos, que farão face ao plano de investimentos da CBD para os próximos dois anos.

Os investimentos realizados no ano ficam divididos da seguinte forma: R$ 370 milhões para reforma e atualização de lojas; R$ 389 milhões para abertura de novas lojas e terrenos; e R$ 83 milhões em infra-estrutura. O crescimento orgânico registrado em 2005 foi expressivo com a inauguração de 7 hipermercados, 8 supermercados – sendo 7 lojas do Pão de Açúcar e uma loja do CompreBem. Além disso, tivemos a inauguração de 8 postos de combustíveis, 42 drogarias e tivemos a aquisição de uma pequena rede de supermercados, a Coopercitrus, no interior de São Paulo, com 6 lojas, e posterior conversão ao formato CompreBem.

Esses foram os nossos comentários sobre 2005, e agora podemos iniciar a sessão de perguntas e respostas. Muito obrigado.

Juliana Rozembaum, Deutsche Bank:

Olá, bom dia a todos. Eu gostaria de saber se vocês vão fornecer ao mercado um target, um guidance de quanto vocês esperam atingir com o corte de custos em 2006; e também que vocês elaborassem um pouco nas medidas que já foram efetivamente implementadas, e no que ainda está no papel, quer dizer, o que ainda falta para botar em prática.

Cássio Casseb:

É o seguinte: eu não gosto de falar, não, mas eu acho que quem vai fazer coisas não precisa ficar falando. Eu acho que esse momento específico que eu estou basicamente chegando aqui na empresa, a empresa já estava tomando uma série de medidas nessa direção. O que fica claro para a gente, acho que o ponto mais importante é perceber que a gente tinha na empresa a consciência das coisas que eram necessárias. Eu preciso ganhar tempo para poder me envolver mais e aprender mais, estou rouco de tanto ouvir por aqui. Eu preciso aprender mais, me envolver mais na estratégia e olhar mais as grandes questões da empresa, e fica claro desde cara que efetivamente a gente precisa ter um trabalho muito sério em custos, um trabalho muito sério em quebras, e essas coisas estão começando, muitas delas já haviam sido começadas, a empresa já tinha consciência, e acho que onde eu mais vou poder ajudar é em transformar essas coisas em processos para garantir que elas devem e vão acontecer.

Então, eu acho que a minha parte aqui está sendo muito mais definir que todas elas têm donos, têm datas, e os processos passem a ocorrer não de forma espasmódica, e sim de forma processual. Então, não gostaria nesse momento de entrar em detalhes, nem de targets do que se pretende fazer, nem de... As formas você já conhece, quer dizer, a empresa divulgou claramente que ela está fazendo serviços centralizados, que ela está trabalhando o ABC, e assim, não precisamos criar novas coisas, essa empresa não precisa de revolução, ela precisa de evolução, o que está se fazendo aqui dentro é procurar amarrar mais as coisas para garantir que elas vão ocorrer, e vão ocorrer no tamanho e na velocidade que elas são necessárias. Então, acho que ainda não é hora para sair falando que nós

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pretendemos e do que a gente pretende fazer, ou do que já aconteceu. Acho que é hora de arregaçar a manga e trabalhar para cachorro.

Juliana Rozembaum:

Perfeito. Então, em uma outra área, na parte de capital de giro, quais são as expectativas de vocês, vocês acreditam que vocês conseguem manter o ciclo de conversão de caixa negativo, pelo menos próximo de zero, em linha com o que a gente tem visto aí nos últimos trimestres?

Enéas Pestana:

Olha, a gente trabalhando também forte no capital de giro, acho que você deve ter notado no 4T a gente teve uma melhora significativa com redução do giro de estoque, e até uma melhoria no prazo médio de pagamento, é um foco de atenção muito forte nosso, nós vamos continuar durante esse ano trabalhando forte no capital de giro, especialmente aí na redução dos níveis de estoque, isso faz parte do nosso projeto da dinâmica comercial e das mudanças na gestão de categorias, já muito comentada aí inclusive pelo próprio Abílio; e dentro desse projeto tem uma frente específica que trata sobre sortimentos, e que vai nos trazer níveis mais adequados de estoque, e que vai nos permitir alavancar uma cada vez melhor posição em termos de capital de giro.

Cássio Casseb:

Acho que um ponto que a gente também pode ceder a esse respeito é assim: se você comparar as nossas explicativas desse ano com as nossas explicativas do ano passado, você já começa a perceber um trabalho maior de transformar esse... de dar uma transparência muito maior, mostrar mais o que está acontecendo em cada uma das realidades aqui da empresa. Esse ano nós temos Copa, ta certo, que é um movimento no sentido contrário, vai fazer com que a gente tenha que trabalhar um estoque mais alto em um determinado momento; mas isso faz parte da vida, o fato é: a gente vai ter os trends de prazo médio e longo mesmo quando a gente vir movimentos no sentido contrário porque são interessantes e são bons para a empresa, então obviamente nós vamos fazer todas as coisas com consistência e nunca perder o bom-senso.

Mas as nossas explicativas são até um caminho para cada vez mais a gente sair só do legal de usar o relatório da diretoria e usar o relatório da empresa, e usar as nossas explicativas para dar cada vez mais não só a transparência necessária em cima dos números da parte legal, mas dar também transparência do que se está trabalhando e de como se está trabalhando, e de onde a gente pretende chegar. Juliana Rozembaum:

Claro, perfeito. Mas vocês acreditam então que pelo menos em torno de zero é razoável esperar para o ano?

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É, sem dúvida.

Juliana Rozembaum:

OK. Um pouco ainda nessa linha, quer dizer, a gente ainda está vendo uma posição de dívida bruta praticamente inalterada. Dado que o custo dessa dívida, na média, é maior do que aplicação do seu caixa; quando é que a gente pode esperar uma melhoria nessa estrutura relativamente ineficiente?

Enéas Pestana:

Juliana, de fato isso é verdade, a gente ainda tem uma dívida bruta ao redor de R$ 2 bilhões, e uma dívida líquida, desconsiderando os recebíveis, em torno de R$ 330 milhões. A diferença entre as taxas, em média a gente tem uma taxa de captação ao redor de 104% de CDI e uma taxa de aplicação ao redor de 101% de CDI. Então, você tem uma diferença aí em torno de 3% de CDI sobre isso.

Também faz parte do trabalho, a gente está revendo; já fizemos um trabalho no sentido do perfil da divida, se você olhar o perfil da dívida da companhia, ela está com 20% no curto prazo e 80% no longo prazo, e nós vamos estar trabalhando no sentido de eliminar... Isso tem que ser um trabalho, não pode ser feito na correria porque, evidentemente, esses financiamentos, quando você sai na curva, nem sempre isso é um bom negócio. Então é cada caso, a gente está avaliando caso a caso, e, nos casos em que isso é interessante, a gente está saindo e está fazendo a quitação para eliminar esse gap entre as taxas de captação e de aplicação. OK?

Juliana Rozembaum:

Você acha que esse processo é executado até pelo menos metade desse ano, final do ano?

Enéas Pestana:

Você vai estar vendo durante o ano uma melhoria crescente nesse sentido, e ele vai ao longo de todo o ano de 2006.

Cássio Casseb:

Basicamente, não existem investimentos no 1S desse ano, então o efeito maior é no 2S.

Juliana Rozembaum:

Perfeito. E como última pergunta, se vocês pudessem falar um pouco do que vocês já estão fazendo na parte de Internet – eu sei que é uma meta da empresa de refortalecer, como é que está andando?

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Olha, tem alguns dados na estratégia que a empresa já tinha tomado providência, que está começando a evoluir não na velocidade que a gente gostaria, mas na velocidade que a gente está conseguindo.

Acho que entre elas a gente pode citar o não-alimentos e a Internet – mais do que a Internet, eu acho que a gente pode falar em canais alternativos, não é, falar em novos canais de uma forma geral.

No não-alimentos a gente tem uma consciência muito grande hoje de que a gente precisa dar um upgrade nessa área dentro da empresa, quer dizer, tem uma oportunidade muito grande nessa área, e a gente está gente está procurando alguém no mercado, efetivamente, para ter alguém de porte para sentar na sala junto conosco, junto com o Enéas, junto com o Abílio, junto comigo, para a gente ter alguém que ame não-alimentos tanto quanto todo aqui ama alimentos, e a gente dar um foco maior e mais forte nessa área.

A área de novos canais e a Internet, especificamente, está muito ligada ao não-alimentos; ela rende muito forte nessa área. E a gente, efetivamente, está trabalhando em um planejamento novo para essa área, e a gente quer mudar de patamar, a gente quer entrar nesse jogo – na verdade, a gente quer entrar no jogo de não-alimentos, e a gente quer entrar no jogo de Internet de uma maneira muito significativa nos próximos tempos. Não é uma coisa que se faz em 1 mês, nem em 2, nem 3; é uma coisa que você tem que plantar, que você tem que investir, você tem que ter consciência de que os resultados vêm no tempo. Mas nós vamos entrar para valer.

Juliana Rozembaum:

Está ótimo, obrigada pelas respostas. Tufic Salem, Credit Suisse:

Bom dia a todo mundo. Eu tenho, na verdade, duas, três perguntas. A primeira é em relação ao crescimento que, bem, foi relativamente flat, mas se você pode falar um pouco entre os diferentes formatos, qual teve a melhor performance, a pior performance, essa é a primeira pergunta. A segunda pergunta é se vocês olharam um pouco o formato de eletro, e se vocês podem falar um pouco mais a respeito do futuro desse formato.

Abílio Diniz:

Olha, nós consideramos que o melhor desempenho que nós tivemos no ano passado foi no formato de supermercados com o Sendas. O Sendas vinha de base baixa, e com uma recuperação que nós consideramos bastante boa, apesar do mercado. Então, isso impactou positivamente os supermercados, embora o Sendas, na sua totalidade, não represente muito sobre os supermercados. Porém, o melhor desempenho acabou sendo nos hipermercados, nos Extras, em virtude do nosso melhor desempenho em não-alimentos no ano passado, do que em alimentação. Os não-alimentos não sofreram deflação, e nós tivemos crescimento em não-alimentos, conforme está mostrado para o mercado.

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Apesar disso, nós achamos que o espaço que nós temos para crescer em não alimentos é muito grande, é por isso que nós estamos dando realmente muita importância na parte de não-alimentos. Então, como formato, os hipermercados tiveram um desempenho melhor do que os supermercados no ano passado, em virtude do não-alimentos. OK?

Tufic Salem:

OK. Obrigado. E em relação ao formato de eletro, vocês podem falar um pouco mais em respeito ao futuro desse formato?

Abílio Diniz:

Eletro são os magazines que nós já temos. Eles estão em uma situação confortável, que nos permite esperar mais um pouco, o que vai com essa reestruturação que nós estamos fazendo em não-alimentos. Nós vendemos muito mais, evidentemente, eletroeletrônicos, nós vendemos muito mais nos hipermercados do que nestas cinqüenta e poucas lojas de Extra Eletro. O nosso foco é sempre por grande venda nos hipermercado, é onde se dá a venda em massa.

Agora, nós não estamos querendo tomar nenhuma atitude em relação a essas lojas; elas estão saudáveis, estão bem, nós não estamos querendo tomar nenhuma atitude antes de vermos o que vai acontecer com reestruturação que nós estamos fazendo como um todo no não-alimentos. Eu acho que tem um espaço para nós crescermos, vamos dar uma força enorme nessa área, e aí nós vamos ver o que fazemos com a as lojas de eletromagazine.

Tufic Salem:

Ótimo, obrigado. E só mais uma pergunta em relação ao imposto de renda – o que vocês estão vendo para 2006, o que a gente pode olhar em termos de taxa de imposto de renda para 2006?

Abílio Diniz:

Imposto de renda não é a minha área, o Enéas fala com você, Tufic. Enéas Pestana:

Olha, Tufic, evidentemente que a gente está sempre aberto e sempre olhando oportunidades e planejamentos tributários, mas é uma coisa que a gente faz com muita tranqüilidade, muito cuidado; eu sugiro a você, para efeito de projeção, considerar a taxa flat, a taxa nominal, sem consideração de planejamento tributário.

Tufic Salem:

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Tina Barroso, UBS:

Bom dia a todos, obrigada pelo call. Eu queria falar um pouco do sistema de compensação da empresa hoje, e quais as mudanças que estão sendo feitas nesse esquema, diante de todas as mudanças que estão sendo feitas na empresa nesse último ano e pouco, quer dizer, como que vocês estão anexando o atingimento de objetivos da empresa à compensação, não só dos executivos, mas dos empregados em geral, se vocês podem falar um pouco mais sobre isso. Essa é minha primeira pergunta.

Cássio Casseb:

Também não queria muito entrar em detalhes, mas a gente fala um pouco mais do que está se fazendo. Basicamente, o que se fez foi simplesmente alguns mecanismos que não têm grandes criatividades ou grandes novidades, mas desenvolvendo um pouco mais sobre o que existia aqui. Primeiro a gente colocou um pouco mais de força em cima das despesas, por ser uma responsabilidade core nesse momento. Então, nós tivemos que refletir isso.

Então, nós colocamos primeiro uma regra muito dura, colocando que as áreas de não-negócios têm uma responsabilidade de cumprir despesas muito forte, então, mesmo se elas cumprirem todos os seus goals, se o goal de despesa não for cumprido, ela perde 70% do seu bônus. Nas áreas de negócios, mesmo se elas cumprirem todas as metas de negócios, se não se não cumprirem as de despesa, elas perdem 50% do seu bônus.

Então, é uma regra muito dura, é uma regra agressiva, a gente sabe disso, mas ela é compatível com o momento que a gente vive na empresa. E, para compensar isso, a gente buscou criar, primeiro, todas as condições, todo o suporte, todo o apoio para que esses números sejam alcançados, e criar formas de incentivo para que eles sejam alcançados. Então, nós transformamos a massa de bonificação da empresa, que era uma massa de bonificação fixa em porcentagem, em variável em porcentagem. Então, te dando um exemplo, é como se a gente fizesse o seguinte: se o goal de lucratividade do ano é 100, e sobre esses 100 fossem se distribuir 10, se der 90, distribuir 9, se der 80, distribuir 0. Se der 110, distribuir 11, se der 115, distribuir 12, ou seja, mas é uma escala onde ela se tornou variável para se tornar mais agressiva.

Do outro lado, em cima dos programas de despesa, a gente criou também bonificações especiais, bonificações agressivas em cima de despesas, com uma fórmula variável, onde as despesas, quanto antes os ajustes de despesa acontecerem, maiores são os bônus. Por outro lado, nenhum dos planos de despesa pode, para poder se candidatar a esses bônus, pode ser implementado sem passar pelo crivo da Diretoria Executiva inteira, com o objetivo de que não haja destruição de valor. Quer dizer, a gente não quer resultados de curto prazo que depois vão prejudicar a empresa em um prazo mais longo. Então, a gente está fazendo isso de uma forma em que só os planos aprovados por toda a Diretoria, com a consciência de que eles não destroem valor para a empresa, é que podem ser implementados.

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Ao mesmo tempo que nós estamos fazendo isso, nós estamos criando diversos outros mecanismos em cima de quebras, por exemplo, que é uma coisa diluída por toda a empresa, você tem desde as lojas todas até os centros de distribuição, a gente está criando mecanismos de bonificação direta para os funcionários lá de baixo, com cash no sistema de cartão onde ele pode utilizar no supermercado direto, com benefícios diretos para as pessoas em cima das reduções que elas efetivamente conseguirem realizar abaixo do target normal da empresa, ou seja, de novo dando um exemplo, mas imagine que o você quer alcançar em quebra seja um índice 100, e que ela esteja em 110. Dos 110 aos 100 não existem bonificações adicionais, mas dos 100 para o 90, do 90 para o 80, as bonificações se tornam muito agressivas.

Nós estamos procurando realizar um sistema de compatibilizar aquilo que a gente espera das pessoas com o benefício que elas vão receber.

Tina Barroso:

Em nível do pessoal de loja, mesmo, como que estão os esquemas de target, vocês estão tendo essa transparência, ou está muito em nível ainda de executivo e gerência?

Cássio Casseb:

Olha, as coisas descem pela estrutura à medida em que você vai implantando e vai sentindo segurança, então essas coisas hoje forma implantadas; por exemplo, em quebra, por exemplo, sem dúvida vai para a loja direto, porque é mais compatível com a loja. Quando você trabalha as despesas, você vai até o nível da gerência da loja, porque da gerência para baixo eles não tem gestão sobre despesa. Então, o que está se fazendo é “a César o que é de César”, vamos remunerar quem a gente cobra. OK?

Esses grandes programas de despesa têm participação de pessoas em todos os níveis da empresa, então não importa se quem vai participar é um diretor ou um boy, todo mundo entra no programa de bonificação. Quem entra é quem efetivamente participa.

Tina Barroso:

E em nível de lojas, os empregados de loja, quanto a mais um empregado poderia ganhar se o seu objetivo de vendas, por exemplo, é atingido, ou é mais que atingido; qual a variação percentual para esse...?

Cássio Casseb:

Ainda não dá... ‘Ainda não dá’, não, não gostaria de entrar nesse grau de detalhes. Essas definições existem, mas são bichos diferentes, uma coisa são as remunerações variáveis em cima de vendas e em cima de onde eles estão diretamente envolvidos, outras coisas completamente diferentes são os critérios em cima de quebra, não são as mesmas pessoas das lojas envolvidas. Outra

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ainda são os programas de redução de despesas, onde aí quem entra é quem está diretamente envolvido em programa.

Então, o que eu te diria é o seguinte: nós fomos para patamares muito mais agressivos, com a consciência que os acionistas mostraram de que eles acreditam que esse tipo de coisa vai dar resultado.

Tina Barroso:

Então o foco hoje é mais a despesa, não existe tanto incentivo em relação a venda esse ano, isso seria uma...?

Cássio Casseb:

Olha, na verdade é o seguinte: eu acho que o que houve foi um re-equilíbrio da situação, essa empresa sempre teve um foco muito grande na venda, no market share, e agora nós estamos re-equilibrando a briga no lado das despesas.

Tina Barroso:

Só para terminar essa pergunta, por que o reajuste foi feito em setembro e não em dezembro, algum motivo? E quanto foi o reajuste em média, dado para salário em setembro?

CBD:

Com relação a mudanças, já era previsto. Isso é uma mudança de data base dos dissídios coletivos da categoria, isso foi para todo o mercado, não foi só para a gente, porque, de novo, é o dissídio da categoria, e foi antecipado em setembro, e daqui para frente será sem setembro.

Tina Barroso:

OK. E de quanto foi o ajuste? CBD:

5%.

Tina Barroso:

Outra pergunta em relação a ambiente de preço e competição, e tal; como que estava esse ambiente no 4T em relação aos primeiros 9 meses do ano, e qual o formato que vocês acham que está sofrendo ou não mais competição de preço hoje? E o que vocês esperam para 2006? Obrigada.

Cássio Casseb:

Eu acho que não houve alteração no último trimestre em relação aos trimestres anteriores, e 2006 eu acho que continua o trend, que a competição sem dúvida

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vai ser cada vez mais acirrada no setor em todos os desenhos; e acho que o que gente tem que fazer é se preparar cada vez mais para isso, ter estratégias muito bem definidas, fortalecer os posicionamentos de cada uma das bandeiras de uma forma cada vez mais clara, e estar pronto para a briga. Nós não temos medo de briga, não, estamos prontos para ela, e achamos até divertido.

Tina Barroso:

Que bom. E a última pergunta, então: quanto vocês economizaram com o cancelamento das agências de propaganda no 4T em despesas?

Fernando Tracanella:

A economia a gente vai ter a partir de 2006, então no 4T a gente teve zero em função disso. Zero de economia.

Tina Barroso:

OK. E vocês têm uma estimativa de quanto isso seria de economia em 2006? Fernando Tracanella:

Tina, a nossa estimativa é ao redor de R$ 15 milhões/ano. Tina Barroso:

Ótimo. Muito obrigada.

Maria Cristina Leal, Lopes Filho Associados:

Bom dia para todos. Eu gostaria de entender um pouquinho essa mudança na contabilidade do ativo e passivo no ano de 2004 em função das FIDCs. Eu não entendi direito porque as FIDICs foram lançadas em outubro de 2003, e porque que somente no balanço de 2004 e somente agora houve o reconhecimento desses R$ 617 milhôes no passivo de cotas resgatáveis, porque isso não estava refletido já no balanço do ano passado? Eu não entendi direito isso, e gostaria também de saber perspectivas em relação a isso.

Cássio Casseb:

Está fazendo um barulho alto e nós não estamos conseguindo ouvir, você repetir a pergunta, por favor?

Enéas Pestana:

Você pode repetir um pouco mais alto? Maria Cristina Leal:

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OK. É que no balanço de 2004, na DFP do ano passado, não tinha um valor de R$ 617 milhões no passivo, referentes a cotas resgatáveis do FIDC. Eu não entendi direito por que houve essa mudança no DFP, nessa reapresentação na comparação com 2005, já que esses FDICs foram lançados em outubro de 2003. Por que no balanço do ano passado já não tinha esses R$ 617 milhões?

Fernando Tracanella:

Maria Cristina, a resposta é muito simples, a gente teve, a partir de março do ano passado, uma regulamentação da CVM que em função dela nós temos que consolidar o número de recebíveis no nosso balanço. Na data que você está falando, em 2004, a gente não tinha essa necessidade, em função disso que você vê essa diferença entre um ano e outro.

Maria Cristina Leal: OK. Obrigada.

Tobias Stingelin, 3G Capital:

Eu gostaria apenas de saber se vocês podiam dar alguma indicação de quanto foi o faturamento que vocês conseguiram através da financeira em 2004. Vocês falaram que em dezembro de 2005 14% das vendas vieram através da financeira. Você tem o dado comparável para 2004, só para a gente ter um idéia de como esse business está evoluindo?

Enéas Pestana:

Bom dia. Na verdade não temos essa base de comparação ainda, porque na verdade o primeiro private label foi emitido em abril de 2005, e a gente sequer completou o primeiro ano de operação até 31 de dezembro de 2005. Então,a gente não tem essa base de comparação ainda, vamos tê-la agora em 2006.

Tobias Stingelin:

Desculpa, eu acho que eu deveria talvez ter sido um pouco mais preciso, na época vocês já tinham uma associação com o Unibanco, em 2004. Então, na realidade é só ter uma idéia, eu sei que não é comparável, que o business era diferente, mas só ter uma idéia da evolução do negócio, quer dizer, ano contra ano, dado o forte crescimento em dezembro.

CBD:

O que eu posso te dizer é: a gente já atingiu os mesmo patamares de venda na financeira Itaú-CBD que nós tínhamos com a parceira com o Unibanco e com o ABN em 2004.

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Entendi. Então quer dizer, esses 14% você transfere, representam o mesmo faturamento que você teve no mês, eventualmente, de dezembro, com essas duas parcerias que você já tinha, você chegou na mesma velocidade de cruzeiro, digamos assim.

CBD:

Exatamente. Tobias Stingelin:

Jóia. E a segunda pergunta é: você tem como dar uma idéia de como é que você espera que as vendas evoluam ao longo do ano? Quer dizer, a gente sabe que provavelmente o começo do ano continua devagar em same store Sales, mas como é que vocês estão enxergando essa curva de vendas ao longo do ano? CBD:

A resposta à pergunta é: início do ano – devagar, a gente não percebe aí melhorias nesse início de ano; março – em termos de comparação com o ano passado, tem uma questão de sazonalidade, e a questão da páscoa, então comparativamente vai ser bastante pior a venda em março em relação ao ano passado, e a gente espera que daí para frente a gente consiga perceber melhorias mais importantes ao longo do resto do ano.

Tobias Stingelin: Está ótimo, obrigado. Enéas Pestana:

Tobias, só para lembrar um aspecto importante sobre a CBD em particular, então além da questão do mercado a gente ter aumento do salário mínimo, a gente ter a possibilidade de Copa do Mundo, eleição, as bases de comparação par aos números da CBD passam a ficar bem mais fáceis a partir do 2T. Então, é natural que a gente veja números maiores também a partir do 2T.

Tobias Stingelin:

Entendi. Deixa eu só aproveitar, a última pergunta, quer dizer, já foi feita uma pergunta parecida no começo pela Juliana, mas vocês estão dizendo que você vão focar bastante em não-alimentícios. Vocês falaram um pouco da Internet, dos outros canais que vocês estão desenvolvendo. A Internet, o ano passado, chegou a ser igual... dado o tamanho da empresa, obviamente que não é muito representativo ainda, mas vocês dão uma idéia do tamanho do negócio?

(15)

Olha, Tobias, ainda é irrisório se a gente pensar no tamanho da CBD, é menos de 0,5% da venda, ainda é um operação muito pequena que tem um grane potencial à frente.

Tobias Stingelin:

Obrigado de novo. Bom dia. Robert Ford, Merrill Lynch:

Bom dia a todos. Queria fazer uma pergunta sobre as ações da Secretaria da Fazenda paulista. Quero saber, na opinião de vocês, se eles querem intensificar a fiscalização em empresas paulistas, não sei se tem boas perspectivas para vocês; e quero saber que outros estados estão fazendo coisas similares, por favor.

Abílio Diniz:

Bob, nós sempre temos – você sabe que isso é um grande issue para nós, enfim – de nós sermos mais competitivos em relação àqueles do mercado informal. Eu acho que pouco a pouco as coisas vão melhorando, quer dizer, ora são ações do Governo Federal, ora são ações dos governos estaduais, eu acho que é cedo ainda para a gente falar sobre essas medidas, mas pelo menos há perspectivas de que a informalidade no nosso país, que é uma grande preocupação não apenas para nós da CBD, mas é uma preocupação para nós brasileiros, a informalidade pouco a pouco tende a diminuir. Então, nós encaramos de uma forma positiva essas medidas tomadas pelas Secretaria da Fazendo do Estado de São Paulo, e você sabe que São Paulo é a nossa base, é onde nós temos uma grande concentração vendas, certamente isso vai ser importante para a gente. Robert Ford:

Muito obrigado, Abílio. Operadora:

Agora, gostaríamos de devolver a palavra para os senhores palestrantes para as suas considerações finais. Obrigada.

Fernando Tracanella:

Em nome da CBD eu gostaria de agradecer a participação de todos, e frisar que a área de RI vai estar à disposição caso haja mais perguntas sobre a nossa performance. Obrigado, e bom dia a todos.

Operadora:

O conference call da CBD está encerrado. Agradecemos a participação de todos, e tenham um bom dia.

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