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AMAMENTAÇÃO DE A a Z

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Academic year: 2021

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AMAMENTAÇÃO DE

A a Z

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E-BOOK AM AMEN TA ÇÃ O DE A a Z | PEDI ATRI A DESCOMPLICAD A. T ODOS OS DIREI TOS RESER VADOS.

Introdução

Cursou Medicina na Faculdade de Ciências

Médicas da Unicamp. Pediatra formada pela

Universidade de São Paulo (USP), apaixonada

pela profissão e pelas crianças. Adora

conversar, ler, viajar e escrever.

Formada em Alergia e Imunologia pela

Universidade Federal de São Paulo - Unifesp,

com Título de Alergia e Imunologia pela

Associação Brasileira de Alergia e Imunologia

(ASBAI)

Criadora e autora do blog Pediatria

Descomplicada, onde escreve dicas e

orientações aos pais sobre o universo da

Saúde infantil. Defensora do atendimento

humanizado, da amamentação e especialista

no método Baby-Led-Weaning, onde atua na

sua implementação e divulgação no Brasil.

É especialista em Amamentação pelo

International Breastfeeding Centre localizado

em Toronto, Canadá. Tem o título de

Consultora Internacional de Amamentação

– International Board Certified Lactation

Consultant (IBCLC). Cursou Residência Médica

em Alergia e Imunologia na UNIFESP.

Fundadora da Clínica Pediatria Descomplicada,

onde promove atendimento humanizado e

integral à criança.

Formada pela Universidade

de São Paulo (USP),

apaixonada pela profissão

e pelas crianças. Adora

conversar, ler, viajar e

escrever. Criadora e

autora do blog Pediatria

Descomplicada, onde

escreve dicas e orientações

aos pais sobre o universo

da saúde infantil.

CRM 145039

Pediatra, Alergia e Imunologia, Consultora Internacional de Amamentação (IBCLC) Facebook: /pediatriadescomplicada

Blog: pediatriadescomplicada.com Site: www.drakellyoliveira.com

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Indice

O que você precisa saber antes do bebê nascer

46

Erros comuns que nos levam a pensar que o bebê mama pouco

25

Dicas para o bebê pegar o peito da forma correta

21

Leite anterior e leite posterior existe?

32

Comportamento e desenvolvimento do bebê

18

Bebês que dormem no peito ou choram para mamar, o que fazer?

7

Saiba qual a melhor posição na hora de amamentar

51

44

Mitos sobre a língua presa e porque ela afeta a amamentação

Mitos da amamentação: amamentar um lado por vez?

41

10

Como a dieta da mãe afeta o leite materno Como saber se o bebê está mamando?

13

Mitos sobre amamentação: Meu leite não sustenta!

38

Laid-back position: aprenda uma forma intuitiva de amamentar

30

22

Dor ou dificuldade na amamentação? anquiloglossia? Uma abordagem diferente: olhe para o bebê!

55

9

Como dar leite materno no copinho

A amamentação do meu bebê está sendo suficiente?

4

Fissuras, mamilos machucados e dor para amamentar, e agora?

28

Pega assimétrica: como fazer o bebê mamar sem dor

49

35

Meu mamilo é plano ou invertido! E agora?

Como Aumentar a Produção de Leite Materno

15

Considerações Finais

58

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E-BOOK AM AMEN TA ÇÃ O DE A a Z | PEDI ATRI A DESCOMPLICAD A. T ODOS OS DIREI TOS RESER VADOS.

Saber quanto o bebê está mamando e se a quantidade de leite materno está sendo suficiente para ele é o grande”x” da questão para as mamães. Afinal, quando você oferece leite na mamadeira, você sabe o quanto o bebê mamou.

Amamentação e números não combinam, e o mais difícil de tudo é estipular padrões e parâmetros para o bebê. É importante lembrar que durante os saltos de crescimento do bebê e se há alguma aquisição de habilidade, como por exemplo rolar, sentar, andar, falar…o bebê irá demandar muita energia! Isso significa mamadas mais frequentes e mudanças no padrão da mamada e sono.

O que esperar dos primeiros dias

Bebês recém-nascidos podem ter o apetite voraz e mamar até de 1 em 1h, e tirar cochilos breves (em torno de 30 minutos), muitas vezes no colo mesmo. Em outras situações, podem ficar mais sonolentos que o normal. Bebês prematuros, pequenos para idade gestacional, ou que ficaram muito tempo separados de suas mamães na maternidade precisam de mais estímulo para mamar.

Para estimular o bebê a mamar

A amamentação do meu bebê está

sendo suficiente?

Estudos mostram que o contato pele a pele é essencial para o bebê nesse primeiro momento, e bebês que fazem o chamado “método canguru” tem um controle melhor de temperatura, glicemia, mamam melhor e por mais tempo. Para fazer isso, basta deixa o bebê somente de fralda no ventre da mamãe, em contato direto com a sua pele. Se for preciso, você pode colocar uma coberta por cima dele, aquecendo os dois.

Além disso, se for possível, a amamentação na primeira hora de vida é fundamental, pois isso estimulará a produção do colostro, além do vínculo mãe-bebê.

Evite enrolar muito o bebê principalmente nos primeiros dias, pois isso também pode inibir os seus sinais de fome. Ele entra num sono muito profundo e acaba não mamando tanto.

Amamentar em livre demanda, o

que isso realmente significa?

Livre demanda significa oferecer o peito para o bebê mamar sempre que ele ou a mãe desejarem, observando os sinais de fome do bebê. Não se deve estipular horários ou tempo de mamada. Isso significa que, no começo, quando mamãe e bebê estão se conhecendo e aprendendo a amamentar, podemos “pecar por excesso”. Se o bebê chora, oferece-se o peito. Aos poucos a mãe passa a diferenciar quando é fome, sono, fralda suja, cólica e etc. Lembre-se que choro geralmente é o último sinal de fome do bebê, e se você consegue perceber a fome antes do choro, ele ficará mais feliz e satisfeito.

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Alguns sinais de fome no bebê: Agitação

maior, levando as mãos próximo da boca; chupar o dedo ou as mãos; abrir a boca em direção a algum lado; movimentos de sucção; virar para os lados procurando algo.

Veja algumas dicas abaixo para

saber se o bebê está mamando

adequadamente:

Ganho de peso: Se o bebê está ganhando

bastante peso somente com o leite materno, então ele está mamando o suficiente. Uma perda de até 10% do peso de nascença durante os primeiros 3-4 dias após o nascimento é normal. Os bebês geralmente recuperam o peso de nascimento em torno de 10 a 14 dias. A partir do quinto dia, o ganho de peso geralmente é de 20-30g por dia. Lembre-se que isso é uma média, e bebês tem suas próprias individualidades. Se o bebê não ganha peso adequadamente, é preciso avaliar a amamentação. Procure ajuda especializada.

Fraldas molhadas: Em média 6 ou mais

fraldas molhadas por dia, a partir do 4º dia de vida.

Espere uma fralda molhada no primeiro dia, aumentando até 6 ou mais fraldas a partir do 4º dia. Para sentir o que é uma fralda bem molhada, coloque 3 colheres de sopa (45ml) de água numa fralda limpa (se as trocas de fralda são mais frequentes, a quantidade de água é menor por fralda). A urina deve ser clara e sem cheiro.

Fraldas sujas: 3 a 4 fraldas sujas, ou mais por

dia, a partir do 4º dia.

As fezes do bebê podem variar desde um amarelo ouro, até um mostarda e verde cor de ervilha. O mecônio é um verde musgo,

que vai clareando logo nos primeiros dias. A consistência é pastosa, macia, até um pouco aguada, com alguns grumos.

Outros sinais positivos: Após o bebê mamar,

a mãe sente as mamas mais macias, e o bebê está satisfeito e contente. O bebê está alerta, ativo e alcançando os padrões normais de desenvolvimento.

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Estômago pequeno = mamadas

mais frequentes

O bebê recém-nascido tem o estômago extremamente pequeno, por isso há a necessidade de amamentar várias vezes ao dia. Isso não necessariamente significa que o seu leite não é suficiente. Além disso, o bebê pode estar passando por um salto de desenvolvimento e exigir ainda mais alimento para crescer. Se existe dúvida se o bebê está mamando bem, e se há uma boa

Primeiro dia: tamanho de uma cereja, 5-7ml

Terceiro dia: tamanho de uma noz, 22-27ml

Um mês: tamanho de um ovo, 80-150ml Uma semana: tamanho de

uma ameixa, 45-60ml

transferência de leite do peito para a boca do bebê, um especialista em amamentação deve ser consultado.

Veja abaixo o tamanho do estômago do bebê de acordo com a idade:

Espero que essas dicas tenham ajudado você, mamãe, a saber se o bebê está mamando bem! Suplementar não precisa, nem deve ser a primeira opção caso você ache que o seu bebê não está mamando adequadamente. Se você está tendo dificuldades na amamentação, procure

ajuda especializada o quanto antes!

Evite enrolar muito o bebê

principalmente nos primeiros

dias, pois isso também pode

inibir os seus sinais de fome.

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Bebês que dormem no peito ou

choram para mamar, o que fazer?

Muitos bebês começam mamando

aparentemente bem, com boa sucção e boa pega, porém a mamãe nota que após menos de 5 minutos ele acaba adormecendo no peito. A mãe tenta acordá-lo, mexe nele, faz cócegas nos pés, na barriga, ele acorda, dá umas 3 sugadas e adormece novamente. A mãe, desesperada para o bebê mamar, dá o complemento na mamadeira, e de forma impressionante o bebe mama tudo!

Essa é a primeira situação:

bebês que adormecem no peito.

Isso é extremamente comum em bebês pequenos, geralmente nos recém nascidos e uma grande causa de desmame precoce. Felizmente existem soluções e alternativas para isso.

Além de fazer medidas para o bebê acordar, como mexer na cabeça, fazer cócegas nos pés e na barriga, tirar a roupa do bebê, trocar a fralda, até dar um banho (vale tudo nessa hora), outras medidas são necessárias.

1. Faça massagem na mama e ordenha para estimular a produção e ejeção de leite dos ductos mamários. Isso prepara a mama

para amamentar. Faça movimentos em círculos, com as duas mãos, procurando atingir todos o tecido mamário. Isso ajuda tanto a mama que parece flácida, sem leite, quanto a mama que está ingurgitada e endurecida.

2. Corrija a pega e a posição do bebê. Para

isso, veja o post sobre pega e posição adequadas para amamentação. Você pode precisar de ajuda profissional para

isso. Lembre-se que a pega correta não dói e não machuca o mamilo.

3. Faça compressões torácicas: com a mão

em “C”, os quatro dedos apoiados na parte de baixo da mama e o polegar em cima, “abrace” a mama que o bebê está sugando. Quando ele começar a dormir, faça movimentos de fora para dentro, em direção à auréola. Isso fará com que um jato de leite caia na boca do bebê, e ele irá acordar novamente.

4. Use uma sonda de relactação. Coloque

a ponta da sonda na boca do bebê enquanto ele suga o seio, e a outra ponta acople a uma mamadeira. Essa sonda você compra em loja e materiais cirúrgicos/médicos, e pode ordenhar o próprio leite do peito e dá-lo à criança.

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A outra situação são bebês

agitados ou o que chamamos em

inglês de “fussy”.

São bebês que estavam mamando bem, sem problemas e começam a ficar agitados quando começam a mamar, sugam um pouco e choram, largam o peito, colocam as mãozinhas e empurram o peito. A amamentação passa a ser um momento extremamente difícil e estressante para os pais, que acabam dando a mamadeira. Incrivelmente eles mamam a mamadeira de uma vez, sem reclamar!

Esses bebês costumam ser um pouco mais velhos, por volta de 3 meses de idade.

As mesmas técnicas colocadas acima servem para o bebê “fussy”.

A explicação: porque preferem a

mamadeira?

Essa seria a solução?

Bebês respondem ao fluxo de leite. Durante a amamentação, o fluxo de leite pode variar, e a ejeção do leite após a pega e sucção do bebê pode demorar até 50 segundos para acontecer! Fluxos muito rápidos, em ejeção, podem fazer o bebê engasgar ou dar pequenas pausas durante a amamentação, o que é extremamente comum, e o fluxo lento pode fazer o bebê adormecer, ou ficar “fussy”! Todas as medidas aqui auxiliam no sentido de melhorar o fluxo de leite, seja por uma pega mais eficaz no seio materno, ou por aumentar o fluxo de leite ao fazer a massagem e as compressões torácicas! A sonda aumentaria o fluxo de leite que o bebe deseja e por um tempo pode ser utilizada para sanar essa necessidade.

É preciso acreditar: isso funciona e não será

preciso suplementar com mamadeira. O seu leite é suficiente. A sucção deve ser mantida, pois ela é essencial para a manutenção da

produção de leite e até para o seu aumento, quando isso for necessário!

Lembre-se: O método da sonda, deve ser

orientado por profissional e o ganho de peso deve ser acompanhando com o pediatra, de preferência que apoie a amamentação.

Procure ajuda! As alternativas são inúmeras e a mamadeira não é a solução.

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Como dar leite materno

no copinho

É super simples e na verdade pensamos logo na mamadeira por causa da facilidade de acesso hoje, mas a verdade é que mesmo com uma pequena xícara de café que você tenha em casa podemos dar leite à criança! (claro que com a devida esterilização)

Temos medo da criança engasgar, de não dar certo, insegurança, falta de costume, mas o fato é que é super seguro, desde que realizado com a técnica correta.

Abaixo explico sobre como dar o leite no copinho e tem também um vídeo explicativo ao final!

• Utilizar copinho (ou xícara) resistente, que não tenha nenhuma saliência na borda e que possa ser lavado e fervido, por exemplo, uma xícara de cafezinho ou um copo americano ou similar. • Lavar o copinho ( ou xícara) com água e sabão, colocar em uma panela com água encobrindo-o e fervê-lo por 15 minutos (contar após o início da fervura). • Colocar o leite somente até a metade

do copinho, ou mais ou menos 1/3, para que seja mais fácil posicionar o copo sem derramar o leite. • Sentar-se com os pés apoiados,

num lugar confortável, de forma acomodar o bebê em seu colo, na posição sentada ou semissentada. • Proteger a cabeça do bebê com a sua mãe espalmada na base do crânio e nuca dele (seu polegar e indicador formando

um “C”). A cabeça do bebê deve formar um ângulo de 45 graus com pescoço. • Encostar a borda do copo no lábio inferior do bebê e movimentar o copinho para que o leite toque o lábio. Quando o bebê abrir a boca, colocar a borda do copinho ( ou xícara) abaixo da língua dele. Ele pode buscar o leite com a língua dentro do copinho, como um “gatinho”. O bebê faz movimentos de lambida do leite, seguidos de deglutição. • Virar o leite somente quando o

bebê movimentar a língua, o lábio ou a bochecha, mostrando que está pronto para ser alimentado. • Não despeje o leite na boca do bebê! Coloque um pouco na boca o suficiente para o bebê sorver o leite. • Coloque o bebê para arrotar no final.

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Como a dieta da mãe afeta

o leite materno

Eu preciso ter uma dieta perfeita

enquanto amamento?

De forma simples, a resposta à essa pergunta é não.

Você não precisa ter uma dieta perfeita para produzir um leite de qualidade para seu bebê. De fato, pesquisas mostram que a qualidade da alimentação da mãe tem pouca influência no leite materno. Ainda assim, basta seguir o bom senso. Que leite poderia ser mais adequado para seu bebê? O leite materno é projetado para prover todos os nutrientes que o bebê precisa, para seu crescimento e desenvolvimento adequado. Além disso, protege o seu bebê contra doenças.

Mesmo se uma dieta deixa a desejar, afeta mais a própria saúde da mãe do que o bebê amamentado.

Muitas mães tem a falsa idéia que amamentação é uma “prisão”, pois não podem comer o que quiserem, não podem tomar o cafézinho que tanto gostam, ou uma taça de vinho ocasionalmente. Isso não é verdade. Pouquissímo desses alimentos passam para o leite materno, que não afeta a qualidade do leite. Assim, a palavra chave é equilíbrio. Se limitarmos uma mãe lactante de comer ou beber coisas que ela gosta, realmente amamentar pode se tornar algo limitante. A amamentação é para ser algo leve, gostoso e não uma obrigação.

Cabe uma observação importante: não incluo aqui os bebês com alguma alergia alimentar,

pois se o bebê tem alergia a proteína do leite de vaca, por exemplo, a mãe deve ter uma alimentação com restrição de leite e derivados. Entretanto, o diagnóstico é médico e nenhuma mãe deve tirar o leite da sua dieta por conta própria por causa de “cólica” no bebê.

Devemos incentivar hábitos

saudáveis para a mamãe que

amamenta?

Com certeza! Estudos mostram que a mãe que

amamenta se alimenta melhor, tem hábitos mais saudáveis, o que é bom para a mamãe e para o bebê! Entretanto isso não é uma condição para manter a qualidade do leite, ou um bom estoque de leite. Embora não seja nem um pouco recomendado, uma mãe pode ter uma dieta com “junk food” e ainda assim produzir um leite de qualidade para seu bebê. Mas atenção! Uma alimentação ruim pode ter falta de vitaminas e nutrientes importantes para a própria mãe! (O seu corpo reservará as vitaminas e nutrientes para o leite materno).

O que é necessário para ter um

bom estoque de leite?

A melhor forma de manter um bom estoque

Uma alimentação ruim pode

ter falta de vitaminas e

nutrientes importantes para

a própria mãe!

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de leite é o bebê mamar em livre demanda! Isso significa não limitar as mamadas e nem limitar a mamada a um lado só também! Quanto mais o bebê mama, mais leite será produzido. E em termos de calorias e líquidos? Veja abaixo:

• Calorias: coma de acordo com a sua fome

e apetite, isso será de acordo com as calorias que você precisa. Não é preciso contar calorias para manter um peso saudável, porém se você está acima do peso e gostaria de restringir a quantidade de calorias, converse com seu médico e nutricionista. Dietas muito restritivas podem reduzir a produção de leite.

• Líquidos: tenha o costume de ter uma

garrafinha de água próxima de você, principalmente quando for amamentar. Tome água de acordo com sua sede (e vai dar sede, pode apostar!). Um bom parâmetro é manter um diurese clara sempre e tomar em média 2 litros por dia. Isso pode variar de acordo com o seu peso e temperatura do lugar que você mora. Em épocas mais quentes, certamente a necessidade de água é maior.

• A principal mensagem é: Coma quando

tiver fome e beba quando tiver sede. Procure ter uma alimentação saudável e equilibrada.

Como a ingesta de nutrientes

afeta a amamentação?

• Suplementos de vitaminas e minerais

(usados no pré natal ou outros) não são necessários se você tem uma dieta balanceada, no entanto com a vida moderna é difícil manter uma alimentação 100%. Se já tinha alguma deficiência de vitamina, continue suplementando e faça o acompanhamento correto com seu médico. Isso vale também se notar que está perdendo peso rapidamente ou seu cabelo está caindo muito! Mães vegetarianas ou veganas, ou com alguma restrição alimentar devido alergia, por exemplo, devem ter orientação e acompanhamento com médico e nutricionista.

• A ingesta de gordura não afeta a quantidade de gordura no leite materno,

mas pode afetar a qualidade da gordura do leite materno ( equilíbrio entre gorduras “boas” e “ruins”). (Lawrence 1999, p. 106-113, 300-305; Hamosh 1996, Hamosh 1991, p. 123-124). Um estudo realizado na África do Sul comparou mães nutrizes na zona urbana e rural, concluiu que mães da zona urbana que consomem mais proteína e gordura de origem animal têm mais gordura monoinsaturada no seu leite do que mães que vivem em zona rural, com dieta predominante de carboidratos e fibras (Van Der Westhuyzen 1988).

Quanto mais o bebê mama,

mais leite será produzido.

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Existe algum alimento que

devo evitar enquanto estou

amamentando?

• Nenhum alimento, repito, nenhum, deve ser evitado simplesmente porque você amamenta. A recomendação e

que a mãe coma o que ela costuma comer, sem restrições! Qualquer restrição alimentar deve ser orientada pelo médico e realizar o diagnóstico de alergia alimentar é imprescindível. • Existem alguns alimentos que costumam dar mais gases do que outros, em qualquer pessoa! Se você sabe que determinado alimento é indigesto para você, você irpa naturalmente evitá-lo. Dessa forma se houver alguma reação óbvia do bebê com alguma comida que você ingeriu, procure evitar, mas não precisa suspender completamente, a não ser que seja alergia alimentar. • É recomendado para todos, especialmente gestantes e nutrizes, evitem peixes que contém alto teor de mercúrio. • Recomenda-se que restrinja a quantidade

de cafeína e álcool, mas raramente

é necessário eliminá-los totalmente.

• Algumas proteínas do alimentos, como leite

de vaca, por exemplo, podem passar para o

leite materno. Se existe alguma história de

alergia alimentar na familia, converse com o seu médico sobre restrições alimentares.

• Qualquer bebê pode reagir a um alimento em particular, embora isso seja raro. Se

o bebê tem uma reação óbvia e imediata a determinado alimento, converse com o pediatra sobre possível alergia alimentar. Mas calma! Nem toda cólica, choro ou gases é alergia alimentar. O diagnóstico

pode ser feito somente pelo médico.

Fazer uma mãe pensar que deve manter uma dieta perfeita para poder amamentar seu filho é criar uma barreira desnecessária à amamentação. Ao mesmo tempo, a amamentação gera um senso de responsabilidade que faz toda a família se alimentar melhor! Boa amamentação!

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Como saber se o bebê

está mamando?

Como saber se meu bebê está mamando bem? Essa é uma das grandes dúvidas relacionadas à amamentação!

Não existe visão de “raio-X”, e não conseguimos olhar dentro do peito para entender o que está acontecendo lá dentro não é? (por mais que quiséssemos….), porém podemos ficar atentos a alguns sinais que mostram que o bebê mama bem!

A grande questão relacionada ao peito é que não sabemos de fato quanto o bebê mama. É diferente de colocar um líquido num recipiente (mamadeira, por exemplo) e saber exatamente quanto o bebê mamou. Sim, é uma questão de fé.

Para entender como “decifrar” melhor seu bebê, veja as dicas abaixo:

1. Observe se a pega do bebê no

peito está correta

Os bebês não mamam, ou mamam pouco e com menos eficiência se a pega não estiver correta. Para isso, existem alguns passos para avaliar a pega correta, que são: Boca

bem aberta. Lábios voltados para fora (boca de “peixinho”). Aréola pouco visível ou mais visível em cima do que embaixo. Queixo toca a mama. Nariz livre.

Dica boa! Para o bebê conseguir fazer a pega correta, você pode tocar o mamilo no lábio superior do bebê. Isso fará com que ele abra a boca em reflexo. Então você deve fazer um movimento rápido de trazer o bebê até o peito, com a aréola toda em direção à boca do bebê.

2. Avalie se o bebê está

efetivamente mamando

O bebê faz um movimento complexo durante a mamada. A língua do bebê encaixa-se na aréola, formando um lacre? O bebê retira o leite eficientemente do peito? A sua mandíbula se desloca para frente durante esse movimento? Ele faz pausas para engolir o leite que está dentro da boca? Essas perguntas são importantes quando estamos falando em transferência de leite de forma efetiva. O bebê pode fazer uma pega aparentemente correta que na verdade pode não estar transferindo leite adequadamente para a boca do bebê. É importante pensar em língua presa se o bebê parece não sugar de forma eficaz, ou fazer bons goles. Isso pode causar dor para a mãe, e dificuldades na amamentação.

Amamentar é uma questão

de fé. Não sabemos quanto o

bebê mama, mas sabemos que

cresce e se desenvolve.

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3. O bebê parece satisfeito no

peito?

O bebê mama, e ao final, está relaxado, parece feliz e satisfeito? Ou parece irritado, ou dorme de exaustão, depois de horas tentando? Se o bebê parece estar sempre brigando com o peito, algo pode estar errado e você deve procurar ajuda o quanto antes. Certifique-se que essa irritação, muitas vezes comum e passageira não seja um salto de crescimento ou desenvolvimento, ou uma greve de peito.

4. O ganho de peso está

adequado?

Sabemos que cada bebê é único e tem seu ritmo, mas o bebês devem ganhar peso de acordo com sua curva, mesmo que num percentil menor. Em média os bebês ganham de 20 a 30g por dia, nos primeiros meses. Porém isso não é uma regra! O ganho de peso é um dos parâmetros, e um parâmetro importante, mas dar complemento de fórmula nem sempre é a solução! Identificar o problema relacionado à amamentação e a partir daí fazer algo é melhor do que simplesmente dar fórmula. Por isso, se o pediatra quer dar fórmula, questione, argumente e saiba todas as opções antes de fazer isso sem REAL necessidade. Esse é o papel do pediatra, perceber as dificuldades e encaminhar ao especialista em amamentação.

5. Existe dor para amamentar?

Se você está sentindo dor que não parece melhorar, após as primeiras semanas de amamentação, não é normal! Dor na amamentação é um sinal de que algo não vai bem. A causa mais comum é a pega e posicionamento incorretos, mas podem ser devido a outros fatores, como candidíase, e língua presa, que por ser subdiagnosticado, achamos que muitas vezes a culpa dessa dificuldade toda é só nossa. o que só piora a situação!

Se o bebê parece estar sempre

brigando com o peito, algo

pode estar errado e você deve

procurar ajuda

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Como Aumentar a Produção de

Leite Materno

Todas as mamães que amamentam querem saber:

como posso aumentar a minha produção de leite? O meu leite está sendo suficiente?

Na verdade, o grande segredo para aumentar a produção de leite está em nós mesmas! O mecanismo de produção de leite em nosso corpo funciona de forma complexa e depende praticamente de mecanismos hormonais. Para simplificar, podemos dizer que quanto mais o bebê sugar, mais leite a mãe irá produzir. Se conseguirmos retirar leite além do que o bebê já mama, ou seja, retirar mais leite através da ordenha de leite manual ou com bomba, podemos aumentar essa produção! Dessa forma o seu corpo entende que precisa produzir mais, pois a demanda

está aumentada. O nosso corpo funciona

como um mecanismo de oferta (quanto leite produzo) e procura (quanto o bebê precisa)! Isso significa que qualquer coisa que interferir nesse mecanismo irá alterar essa produção de leite. Qualquer tipo de suplementação, uso de chupetas, mamadeiras, bicos artificiais, enfim…qualquer problema nesse mecanismo pode levar à diminuição d produção do leite nessa mãe.

O contrário também acontece. Se existe uma maior demanda do bebê, seja devido a um salto de crescimento ou desenvolvimento, seja através da retirada de mais leite do peito através do uso de bombas tira leite ou

ordenha manual, seu corpo entenderá que precisa produzir mais leite!

Sendo assim, vamos às dicas para aumentar a produção de leite materno!

Dicas para aumentar a produção de leite:

1. Certifique-se de que o bebê

está mamando de forma eficiente

O leite deve ser retirado da mama de forma eficiente para aumentar a sua produção (quanto mais esvazia, mais produz). Se o leite não é efetivamente retirado da mama (dificuldadade na transferência, pega inadequada, língua presa) , a oferta de leite da mãe irá diminuir. Se a posição e a pega estiverem incorretas, e não ocorre o encaixe correto entre a mama e a boca do bebê, não ocorrerá transferência do leite de forma eficaz. Lembre-se, isso é essencial! Mesmo que a pega pareça correta, se existe dor ou dificuldade na amamentação, devemos buscar o motivo!

2. Bebês sonolentos, uso de

bico de silicone ou intermediário,

doença materna ou problemas

relacionados à anatomia da boca

do bebê

Língua presa (anquiloglossia) ou freio lingual curto, pode interferir com a capacidade do bebê de realizar a transferência de leite do peito para a boca. A fenda palatina, por exemplo, dificulta que se forme o vácuo dentro da boca para etrair o leite e bebês com essa condição precisarão de ajuda para conseguir amamentar. Para um bebê que não está mamando bem, retirar o leite do peito é como tentar esvaziar uma piscina através de um canudo – demora uma eternidade e

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não sai nada! A retirada ineficiente de leite leva o bebê a não receber leite suficiente (e se esforçar muito para isso!) e de querer mamar quase a todo momento para obter apenas uma pequena quantidade. Isso acaba deixando o bebê muito irritado e com fome, ou simplesmente dormindo no peito sem sugar.

3. Amamente com frequência

Lembre-se: se você deseja produzir mais leite amamente mais! Se o bebê está tendo problemas para ganhar peso, amamente pelo menos, a cada 1h 30 min a 2h durante o dia e pelo menos a cada 3 horas durante a noite. Acorde-o se necessário. Isso vle especialmente para bebês pequenos ou prematuros.

4. Ofereça ambos os lados em

cada mamada

Ofereça sempre os dois lados, mesmo que o bebê pareça satisfeito após mamar um lado, e ficar sonolento. O fluxo de leite aumentado do outro lado pode acordá-lo e ele poderá mamar mais.

5. Troque o lado durante a

mamada se o bebê ficar agitado

Se o bebê perde o interesse de mamar em um lado, por exemplo ao ficar agitado ou brigar com o peito, ou dormindo no peito após apenas algumas sugadas, tente trocar o lado. Muitas vezes o fluxo de leite está diminuído e não necessariamente não existe leite aí! Lembre-se: peito é fábrica e não apenas armazenamento. Tente mudar o lado que o bebê está mamando se isso acontecer.

6. Use a técnica de compressões

da mama

Use essa técnica para manter o bebê acordado e o seu interesse em mamar. Isto pode ser particularmente útil para os bebês sonolentos ou distraídos, ou bebês mais agitados no peito e que brigam com o peito. Bebês respondem ao fluxo de leite, e a compressão na mama aumenta o fluxo que vai para a boca do bebê. Para fazer as compressões na mama, segure a mama com a mão em “c” e aperte levemente enquanto o bebê mama. Se tiver dúvidas, procure um especialista em amamentação ou consultora em amamentação.

7. Dê ao bebê apenas leite

materno

Evite todos os sólidos, água, chás e qualquer tipo de fórmula se o bebê tem menos de seis meses. Se você estiver usando fórmula, reduza a quantidade gradualmente e suspenda o mais rápido possível. Procure alternativas que não seja a suplementação por mamadeira. Veja aqui como dar leite materno ou complemento no copinho.

8. Descanse! Durma quando o

bebê dorme. Relaxe!

Diminuir o nível de estresse é fundamental para aumentar produção de leite. O estresse por si só é capaz de diminuir drasticamente a produção de leite, por isso não deixe que ele faça isso!

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9. Beba líquidos à vontade e

tenha uma alimentação saudável e

bem equilibrada

Lembre-se que o leite só poderá ser produzido se você ingerir muito líquido. O mínimo aqui são 2 litros de água, a recomendação é que seja em torno de 4 litros ok?

10. Considere ordenhar o leite

Faça a ordenha após ou entre os períodos de amamentação. O objetivo na ordenha é remover mais leite das mamas e aumentar a frequência de esvaziamento da mama, dessa forma estimulando sua produção. Você pode fazer ordenhas mais frequentes (após cada mamada) por 2 a 3 dias para aumentar a produção, ou a cada 30 minutos por um período de 8 horas, por exemplo, enquanto amamenta ( o chamado “power pump”)!

11. Avalie com o seu médico a

possibilidade de usar alguma

medicação que aumente a

produção de leite

Existem algumas medicações que podem ser utilizadas para aumentar a produção de leite, porém estas devem ser prescritas pelo médico! Não faça automedicação nunca! Essas são algumas dicas para ajudar, mas lembre-se o mais importante é a confiança que você, mamãe, precisa ter que o seu leite é suficiente para o bebê! Não é preciso mais nada!

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Comportamento e

desenvolvimento do bebê

O bebê nasceu, e agora?

Pronto! O bebê nasceu e são inúmeras emoções, expectativas e anseios…a mãe tem que lidar com a nova vida que depende completamente dela e toda a demanda que ele exige, o cansaço do pós parto, e aprender algo novo (para algumas) que é amamentar. Por isso, os primeiros dias após o parto são fundamentais para o sucesso da amamentação. É um período de intenso aprendizado para a mãe e o bebê.

Existem algumas características inerentes ao bebê, pontos que devem ser destacados, bem como mitos e verdades que devem ser esclarecidos não somente as mães, mas também a toda a família (sabemos o poder que as vovós têm, e como o apoio delas é importante…)

Comportamento normal do bebê

O entendimento da mãe e das pessoas que vão conviver com o bebê sobre as necessidades deste é fundamental para a tranqüilidade de todos os membros da família.

O comportamento dos recém-nascidos é muito variável e depende de vários fatores, como idade gestacional, personalidade e sensibilidade do bebê, experiências intrauterinas, vivências do parto e diversos fatores ambientais, incluindo o estado emocional da mãe. Mamães, lembrem-se que cada bebê é único, respondendo de maneiras diferentes às diversas experiências. Comparações com filhos anteriores ou com outras crianças podem atrapalhar a interação entre a mãe e o bebê. Não faça isso!

Algumas crianças demandam (choram) mais que outras e apresentam maiores dificuldades na passagem da vida intra-uterina para a vida extra-uterina. Essas crianças, com freqüência, frustram as expectativas maternas (a de ter um bebê “bonzinho”) e essa frustração muitas vezes é percebida pela criança, que responde aumentando ainda mais a demanda.

O choro do bebê é uma importante causa de desmame. As mamães, com freqüência, o interpretam como fome ou cólicas. Por isso é importante lembrar que existem muitas razões para o choro, incluindo adaptação à vida extra-uterina e tensão no ambiente (quem disse que nascer e fácil?). Na maioria das vezes os bebês se acalmam se aconchegados ou se colocados no peito, o que reforça a sua necessidade de se sentirem seguros e protegidos.

Mamães que ficam tensas, frustradas e ansiosas com o choro dos bebês tendem a transmitir esses sentimentos a eles, causando mais choro, podendo instalar-se um ciclo vicioso. Mamãe não se culpe pelo choro do seu bebê! Bebês choram e isso é normal. Eles precisam se comunicar com o

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mundo e a única forma de fazê-lo é através do choro.

Não rotulem (nem deixem ninguém rotular) seus bebês de “bravos”. Fique tranquila e saiba que o bebê apresenta necessidades próprias nesse momento, muitas vezes o próprio existir ainda está sendo elaborado e esse entendimento por parte dos pais e da família traz mais tranqüilidade a todos. O importante é tentar entender qual a necessidade do bebê naquele momento, que pode ser somente uma necessidade de se sentir protegido e amado. Muitos bebês “trocam o dia pela noite”. Os recém-nascidos costumam manter, nos primeiros dias, o ritmo ao qual estavam acostumados dentro do útero. Assim, as crianças que no útero costumavam ser mais ativas à noite vão necessitar de alguns dias para se adaptarem ao ciclo dia/noite. Portanto, fique tranquila mamãe que isso é normal e com o tempo ele vai se adaptando à nova realidade.

A interação entre a mãe e o bebê nos primeiros dias é muito importante para o sucesso da amamentação e uma futura relação harmônica. Mamãe, você não só pode como deve responder prontamente às necessidades do seu bebê, não temendo que isso vá deixá-lo “manhoso” ou “superdependente” mais tarde. Carinho, proteção e o pronto atendimento das necessidades do bebê só tendem a aumentar a sua confiança, favorecendo a sua independência em tempo apropriado.

Interaja com seu bebê!

Hoje se sabe que os bebês têm competências que antes eram ignoradas, e as mães (e pais e familiares) devem saber disso para melhor interagirem com eles, além de tornar a interação mais gratificante.

O melhor momento de interagir com a criança é quando ela se encontra no estado quieto-alerta. Nesse estado o bebê encontra-se quieto, mas alerta, com os olhos bem abertos, como se estivesse prestando atenção. Na primeira hora de vida, esse estado de consciência predomina, favorecendo a interação. A separação da mãe e do bebê e a sedação da mãe logo após o parto privam a dupla desse momento tão especial. Ao longo do dia e da noite a criança encontra-se no estado quieto-alerta várias vezes, por períodos curtos. Durante e após intensa interação, os bebês necessitam de frequentes períodos de repouso.

Para uma melhor interação com o bebê, é interessante que a mãe, o pai e outros familiares saibam que alguns recém-nascidos a termo, em situações especiais (principalmente no estado quieto-alerta), são capazes de:

Comparações com filhos

anteriores ou com outras

crianças podem atrapalhar

a interação entre a mãe e o

bebê. Não faça isso!

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• Ir ao encontro da mama da mãe por si próprios logo após o nascimento, se colocados no tórax dela. Dessa maneira eles decidem por si o momento da primeira mamada, que ocorre em média aos 40 minutos de vida;

• Reconhecer a face da mãe após algumas horas de vida. O bebê enxerga melhor a uma distância de 20 a 25cm, a mesma que separa os olhos do bebê e o rosto da mãe durante as mamadas;

• Ter contato olho a olho;

• Reconhecer e mostrar interesse por cores primárias – vermelho, azul e amarelo; • Seguir um objeto com os olhos e, às

vezes, virar a cabeça na sua direção; • Distinguir tipos de sons, tendo preferência

pela voz humana, em especial a da mãe, e pelos sons agudos;

• Determinar a direção do som;

• Reconhecer sabores, tendo preferência por doces;

• Reconhecer e distinguir diferentes cheiros.Assim, com um ou dois dias de vida reconhece o cheiro da mãe;

• Imitar expressões faciais logo após o nascimento;

• Alcançar objetos.

A interação entre a mãe e

o bebê nos primeiros dias

é muito importante para o

sucesso da amamentação e

uma futura relação harmônica

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Dicas para o bebê pegar o

peito da forma correta

Amamentação é um aprendizado sem fim!

Assim com o Dr. Jack Newman, pediatra do Canadá que tem também uma clínica que atende mães com dificuldades em amamentação, também gosto muito de um site escrito por Kelly Bonyata, que é consultora internacional de lactação e escreve o site kellymom.com.

Esse pequeno trecho é traduzido do site kellymom.com (tradução livre):

“Não importa se a pega e a posição pareçam corretas, saberemos se o bebê está de fato mamando ao respondermos duas questões:

É efetivo? É confortável?

Mesmo se a pega e posição pareçam perfeitas (mesmo se o consultor de lactação disser que

está ok), mas existe dor e/ou as mamadas são ineficientes ( o bebê suga e não engole leite, como vimos em outro post), ou o bebê fica o dia todo no peito e não parece satisfeito nunca, associado ao ganho de peso inadequado, isso indica que há um problema em algum lugar. A primeira suspeita é a posição e pega ineficientes. Por outro lado, se o bebê está mamando de forma eficiente e ganhando peso adequadamente, e a mãe não tem dor ao amamentar, então a pega e a posição estão boas, por definição. Mesmo se não parece muito com os desenhos vistos nos livros.”

Não me entendam mal! Não é para isso parecer contráditorio…afinal a pega e posição adequados importam ou não? Devemos prestar atenção na pega ou não??? E no fim isso pode não importar muito???

Calma, calma gente!

Esse post é só para explicar o seguinte: a pega adequada é importante sim, mas não é a única coisa que deve ser observada. Se existe dor, dificuldade de ganho de peso ou se o bebê ficar o dia todo no peito e não parecer satisfeito, um especialista precisa ser consultado. Como vimos no nosso longo aprendizado sobre amamentação, pode ser diferenças do fluxo de leite, cólicas do bebê, surtos de crescimento…

O importante é estar atento para essas coisas!

Acima a figura mostra que a pega pode ser assimétrica, ou seja a mamãe encosta primeiro o queixo do bebê na parte de baixo da aréola, e o bebê com a boca bem aberta, “abocanha” toda a aréola, mas de forma que pode ficar mais aréola aparente em cima do que embaixo!

Acho essa forma de colocar o bebê no peito muito boa, principalmente

quando está aprendendo, pois o bebê tende a pegar corretamente.

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Dor ou dificuldade na

amamentação? anquiloglossia?

Porque eu sinto dor quando amamento meu bebê?

Muitas mães apresentam dificuldades para amamentar logo nos primeiros dias. Embora a maioria após algumas semanas terá conseguido superar essa fase inicial, muitas persistem com dor. Inúmeras vezes, acabam se culpando pelas dificuldades. Porque eu não consigo? O que há de errado comigo? No entanto, ainda pouco se fala sobre uma condição já existente ao nascimento chamada anquiloglossia, a chamada língua presa, ou freio curto da língua, ou ainda frênulo lingual, que pode trazer sérios problemas na amamentação.

A anquiloglossia ou língua presa nada mais é do que o remanescente embriológico de um tecido que fica abaixo da língua, o frênulo lingual, e que não desaparece completamente, deixando a língua literalmente “presa” ao assoalho da boca. O lábio superior também pode ter um frênulo, que também impede que o lábio superior fique evertido ao fazer a pega no peito.

Ambas essas condições podem dificultar (e muito) a amamentação, levar a dor que pode se tornar insuportável e até ao desmame precoce.

Já existe como lei brasileira o chamado “Teste da Linguinha”, em todas as maternidades. Entretanto, não se enganem. O teste da linguinha é um teste de TRIAGEM apenas, e não fará o diagnóstico de todas as anquiloglossias. No máximo conseguirá identificar aquelas mais óbvias, como o grau 1 e 2. Uma anquiloglossia posterior ou oculta, não será capaz de identificar, e a

mãe pode ficar sofrendo por meses a fio com dificuldades na amamentação.

A anquiloglossia é uma condição que pode ser dividida em 4 tipos, de acordo com o quanto que a língua está presa pelo frênulo.

Tipo 1:

O frênulo lingual está inserido na ponta da língua, usualmente no cume alveolar do sulco do labio inferior. Essa é a ligua presa mais obvia, em que o próprio freio da língua “parte” a lingua em duas partes, ficando um aspecto de coração. Essa condição deve ser tratado o mais breve possível, se possível ainda na maternidade ou na primeira visita ao pediatra. Usulamente é fácil de diagnosticar e não passa desapercebida.

Tipo 2:

O frênulo lingual está inserudo 2 a 4mm atrás da língua, ou imediatamente após o cume alveolar. A língua não fica em formato de coração, mas o “freio” ou frênulo lingual é claramente visto.

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Tipo 3:

O frênulo lingual é preso à lingua no meio do assoalho da boca, usualmente é mais fibroso e pouco elástico. A língua tem dificuldade de se elevar, e fica em “formato de barquinho”. Esse frênulo e mais difícil de ser visto, e portanto, subdiagnosticado.

Tipo 4:

O frênulo está essencialmente contra a base da língua, é grosso, esbranquiçado e muito inelástico. Esse tipo é definitivamente o mais difícil de ser diagnosticado, e por isso pode causar tantos problemas na amamentação. Esse tipo de freio pode causar dificuldade em engolir e lidar com o fluxo de leite, levando muitas vezes a engasgos.

A língua presa clássica são os tipo 1 e 2 de anquiloglossia, são as mais comuns e são responsáveis por 75% dos casos. Por outro lado, os tipos 3e 4 são difíceis de diagnosticar

e acabam por não receber o tratamento.

Bom, mas porque isso pode

causar dificuldades na

amamentação?

O movimento feito com a língua é EXTREMAMENTE IMPORTANTE na amamentação. Vamos ver que a mecânica da

amamentação importa, e porque o tal do freio na língua atrapalha o bebê para mamar…

Bebês que mamam no peito, fazem um movimento completamente diferente de bebês que mamam na mamadeira. O bebê que mama no peito realiza movimentos complexos com a língua, para ordenhar o leite do peito.

Na ordenha, o bebê realiza os movimentos de:

• Abaixamento da língua com abertura

da boca, o que possibilita a pega.

• Extensão ou protrusão da língua: a

língua se estende até a gengiva inferior

• Elevação da língua: a língua se eleva até o

palato para comprimir a areola dentro da boca e ordenhar o leite

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• Peristaltismo ou movimento de onda: a

língua realiza movimento em onda para que o leite chegue até a faringe e seja deglutido.

Se o bebê tem anquiloglossia, ele é incapaz de posicionar a língua de forma bem elevada sem fechar a boca, no caso a mandíbula, e por isso a pega fica “rasa”. O bebê fecha a boca e pega mais o mamilo, causando dor e compressão do mamilo. Ele também não conseguirá fazer o movimento de peristaltismo de forma correta, podendo engasgar com o leite. Alguns bebês são tão tensos na mandíbula que tem até dificuldade em abrir bem a boca!

Já o bebê que mama na mamadeira, mesmo que tenha uma sucção pobre e não consiga elevar a língua de forma adequada, ele conseguirá retirar leite. O bebê que mama mamadeira não faz o movimento complexo que necessita o bebê que mama no peito, mas um movimento mais raso, fechado, “em pistão”. O leite na mamadeira, em última análise, escorre na boca do bebê, mesmo que não haja nenhum esforço.

Como posso saber se meu filho

tem anquiloglossia?

A avaliação de anquiloglossia deve ser feita por um profissional habilitado, que tenha experiência em amamentação. Profissionais certificados, como Consultores Internacionais de Amamentação (IBCLC) tem experiência em diagnosticar, pediatras especialistas

em amamentação, fonoaudiólogos com experiência em amamentação e dentistas com experiência na área podem fazer essa avaliação completa. Se você está com dificuldades para amamentar, tem dor e fissura mamilar que não cicatriza, desde o início da amamentação, seu bebê tem dificuldade em ganhar peso, refluxo, cólicas ou gases que você considera além do “normal”, procure ajuda!

Uma vez diagnosticado a

anquiloglossia, o que devo fazer?

Existe um procedimento para correção da Anquiloglossia chamado Frenotomia. Consiste num procedimento simples e seguro, no qual é feito um pequeno corte no freio da língua, e a língua é desprendida do freio. Os riscos de complicações são praticamente inexistentes, e muitas vezes o alívio da dor para amamentar, imediato. Pode ser feito por profissional médico ou dentista habilitado.

A língua presa clássica são os

tipo 1 e 2 de anquiloglossia,

são as mais comuns e são

responsáveis por 75%

dos casos.

Mamães, se vocês tem

passado por dificuldades

para amamentar,

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Erros comuns que nos levam a

pensar que o bebê mama pouco

Se tem algo que as mamães que amamentam se preocupam é: meu leite está sendo suficiente? Será que o bebê está mamando? Como saber se ele está mamando direito? Antes de tudo, temos que nos perguntar, será que é a produção de leite realmente está baixa? Muitas vezes as mamães pensam que a sua produção de leite é pouca quando na verdade não é. Se o seu bebê está ganhando peso adequadamente somente mamando no peito, então você não tem problema com a quantidade de leite fornecida. Se você não tem certeza sobre quanto de peso o bebê está ganhando, um parâmetro que pode ajudar é o número de fraldas molhadas e sujas. Claro que nenhum desses parâmetros dispensa a avaliação do pediatra, somente ele poderá avaliar corretamente essa questão.

Abaixo descrevo quais os principais motivos (errados!) que faz as mamães pensarem que não estão produzindo leite.

Diminuição da produção: erros comuns que nos levam a pensar que o bebê mama pouco É importante notar que a sensação do peito vazio, o comportamento do seu bebê, a

frequência das mamadas, ou a quantidade de leite que você conseguir bombear não são formas confiáveis para determinar se o seu leite é suficiente para seu bebê. Assim, vamos entender quais são as situações que não significam que você tem uma baixa oferta de leite:

1. Você amamenta o seu bebê com frequência. O leite materno é digerido

rapidamente (geralmente em 1h30min a 2h), por isso, os bebês amamentados precisam se alimentar mais vezes do que bebês que tomam fórmula, simples assim! Isso não significa que a fórmula é melhor, mas que ela demora mais para ser digerida e absorvida, pois não é perfeitamente adaptada ao bebê como o leite materno. Além disso.

2. Muitos bebês têm uma forte

necessidade de sugar. Além disso, os

bebês muitas vezes precisam de um contato permanente com a mãe, a fim de se sentirem seguros. Todas essas coisas são normais, e você não vai “mimar” o seu bebê por atender a essas necessidades.

3. Seu bebê de repente aumentou a

frequência e/ou duração das mamadas.

Isso pode ser um surto de crescimento . O aumento da frequência das mamadas por alguns dias consequentemente aumenta a produção de leite e ocorre a regulação da produção de leite de acordo com a necessidade do bebê. Não ofereça suplementos ao bebê quando isso

acontecer: a suplementação irá informar o seu corpo de que o bebê não precisa desse leite extra, e a produção pode

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diminuir, ou não ocorrer o aumento de que necessita.

4. Seu bebê mama muito mais a noite que de dia. Os bebês quando nascem

não têm ainda uma rotina e não sabem diferenciar o dia da noite, e muitas vezes trocam (literalmente) o dia pela noite… Porém, com o tempo o bebê percebe a diferença de claridade, os momentos em que o ambiente está mais tranquilo ou mais agitado, e cabe também um pouco aos pais ir estabelecendo essa rotina. Isso pode demorar meses…mas melhora.

5. Seu bebê não mama tanto quanto mamava antes. Conforme os bebês

crescem, eles se tornam também mais eficientes em mamar, e assim extraem o leite de forma mais rápida e em menos tempo.

6. Seu bebê é agitado / estressado

(“fussy”). Muitos bebês têm um horário

agitado/estressado do dia – geralmente no final da tarde ou à noite. Outros

bebês são agitados na maior parte do tempo. Isso pode ter muitas razões, e às vezes essa agitação vai embora antes de encontrar uma razão para ela (Ah! Como entender o mundo dos bebês…). Pode ser o momento da cólica (nos bebezinhos mais novos), ou o bebê está irritado porque o fluxo de leite não está da forma que ele quer, e isso pode deixa-lo irritado. A cólica do bebê ocorre num período particular da vida, geralmente se inicia com 1 a 3 semanas de vida, o pico da cólica ocorre com 6 a 8 semanas e geralmente acaba com 3 a 4 meses. O importante é sabermos que o bebê não chora só porque está com fome ou porque não quer o peito, e não devemos dar fórmula para acalmá-lo.

7. Seu bebê mama uma mamadeira inteira de fórmula ou leite ordenhado após ser amamentado. Muito bebês vão mamar

de boa vontade uma mamadeira inteira mesmo depois de ter uma alimentação completa no peito. Isso porque o fluxo contínuo de leite pela mamadeira é mais fácil de sugar, e eles aceitam mesmo estando satisfeitos. Se for oferecido após toda mamada ao seio, isso pode fazer com que a sua própria produção de leite caia, por isso procure evitar que vire uma rotina.

8. Seus seios não vazam leite, ou apenas vazam um pouco, ou pararam de vazar leite. Vazamento não tem nada a ver com

a produção de leite. Muitas vezes pára de vazar, pois a sua produção de leite se adaptou às necessidades do seu bebê, o que é completamente normal!

9. Seus seios de repente parecem mais suaves e leves. Novamente, isso

normalmente acontece após a produção de leite ter se ajustado às necessidades do seu bebê.

10. Você nunca sentiu uma sensação de descida do leite, ou não parece tão forte quanto antes. Algumas mulheres nunca

irão sentir essa descida do leite. Isto não tem nada a ver com a produção de leite. A apojadura de leite ocorre nos primeiros dias após o parto, e independe da

demanda do bebê! Após esse momento, o que irá controlar a produção de leite é quanto o bebê vai mamar.

11. Você extrai muito pouco ou nenhum leite quando você ordenha. A quantidade

de leite que você retira através da ordenha não é uma medida exata da sua produção de leite. Um bebê com uma sucção adequada, extrai o leite do seu peito com muito mais eficiência

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do que qualquer bomba de extração ou mesmo manualmente! A maioria do leite produzido ocorre durante a amamentação. Além disso, retirar o leite com a bomba é uma habilidade que melhora com o tempo e prática. Algumas mulheres que têm uma oferta de leite abundante são incapazes de obter leite quando ordenham. Também é normal que a quantidade de leite que você consegue retirar diminua ao longo do tempo, devido a própria adaptação do seu corpo com a demanda do seu bebê e se você também reduzir a quantidade de vezes que você retira o leite com a bomba também. O contrário também ocorre! Se você aumentar a quantidade de vezes que amamenta e que retira o leite com ordenha, a produção também irá aumentar após alguns dias!

Se seu bebê não está ganhando peso adequadamente ou está perdendo peso, você precisa manter um contato próximo com o pediatra, uma vez que é possível que uma condição médica pode causar isso. A suplementação pode ser necessária para os bebês que estão perdendo peso até que a oferta de leite aumente. Se a suplementação for necessária, a melhor coisa para complementar o leite do peito é o seu próprio leite ordenhado (existem alternativas que não seja a mamadeira!).

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Fissuras, mamilos machucados e

dor para amamentar, e agora?

Dor tipo latejamento, pontada, ardência, rachadura, sangramento, descamação, prurido, queimação, mamilos sensíveis, fissuras ou simplesmente mamilos machucados são queixas extremamente comuns relacionadas à amamentação, principalmente nos primeiros dias. Estudos mostraram que 80 a 90% das mulheres que amamentam ter algum tipo de dor no mamilo, e 26% evolui para fissuras e feridas maiores, com dor mamilar extrema (Huml 1995) – La Leche League, tradução livre

Mas como saber se aquela dor

inicial é “normal” e quando devo

pedir ajuda?

É comum que a mamãe sinta uma dor leve tipo queimação ou fisgada no mamilo no começo das mamadas, devido à forte sucção deles e da aréola. Esse tipo de dor pode ser considerada normal, desde que não persista durante toda a mamada e não vá além das duas primeiras semanas de vida do bebê, quando a amamentação está melhor estabelecida. No entanto, se a dor persiste, aumenta ou as fissuras aumentam também fique atenta!

A causa mais comum de dor para amamentar

é devido a pega e posicionamento incorretos (veja aqui como avaliar a pega e posição corretas). Tente corrigir a pega se o bebê estiver fazendo a pega errada, normalmente isso ajuda com um bom posicionamento (veja aqui mais sobre posicionamento correto no peito). Outras causas incluem mamilos planos, invertidos, muito curtos ou muito grandes, disfunções orais na criança, freio de língua curto, sucção não nutritiva

prolongada ( o famoso “chupetar” no peito, apesar de não gostar dessa palavra!), uso impróprio de bombas de extração de leite, interrupção errada da sucção do bebê quando é preciso tirá-lo do peito antes dele soltar espontaneamente, uso de cremes e óleos que causam reações alérgicas nos mamilos, uso de bicos de silicone (intermediários) e exposição prolongada a forros úmidos. Não existe evidência que mulheres de pele clara são mais vulneráveis a lesões mamilares do que mulheres com pele escura.

O trauma no mamilo, que pode estar asssociado a edema, fissuras, bolhas,

vermelhidão, “marcas” brancas, amarelas ou escuras, hematomas, é uma causa de desmame muito comum.

Para evitar que isso aconteça,

existem algumas medidas de

prevenção. Então mamães, vejam

as dicas abaixo:

1. Amamente com técnica adequada (posicionamento e pega adequados). Para isso assista vídeos, leia muito e procure orientação antes do bebê nascer. 2. Cuide do peito: mantenha os mamilos e

aréola “arejados”, faça trocas frequentes dos forros (absorventes para mama) quando ocorrer vazamento de leite. Quando possível, tome um pouco de sol no mamilo e na aréola. A umidade excessiva pode predispor a fissuras, além de candidíase. É só lembrar do bebê com fralda: o mesmo cuidado que temos com o bumbum do nenê, devemos tem com o peito!

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3. Não use produtos que acabam retirando a proteção natural do mamilo, como sabões, álcool ou qualquer produto secante. Não use buchas! (Essá

recomendação já existiu, mas trata-se de uma recomendação antiga, e não

mais indicada…)

4. Não aplique nada que não possa ir à boca de um bebê recém nascido. Um bom “filtro” para descobrimos o que pode ser aplicdo no peito é pensar: isso poderia ir na boca do meu bebê? Certamente sol e leite materno você pode usar, porém dependendo da fissura não é suficiente. Obviamente que tratar a CAUSA do porqê seu peito está machucado é mais importante, para impedir que machuque mais. Casca de banana e mamão não devem ser usados, pois hágrande risco de infecção. Alguns estudos mostraram eficácia na cicatrização de fissuras com o uso da lanolina 100%.

5. Amamente em livre demanda – ofereça o peito ao seu bebê sempre que ele desejar ou se você sentir que seu peito está cheio. A criança quando colocada no peito assim que dá os primeiros sinais de que quer mamar, vai ao peito com menos fome, menos irritada e assim diminui a chance de ocorrer a pega inadequada e machucar os mamilos, além de evitar o ingurgitamento mamário. A necessidade da mãe também é

importante e você deve oferecer o peito ao bebê se ele estiver doendo ou com

a mama endurecida. 6. Faça massagem

e ordenha manual da aréola antes da mamada se ela estiver

ingurgitada, o que aumenta a sua flexibilidade, permitindo uma pega adequada.

7. Se precisar interromper a mamada, introduza o seu dedo indicador ou mínimo pelo canto da boca do bebê, de maneira que a sucção seja interrompida antes de a criança ser retirada do

seio, e evitar que machuque o mamilo. (Introduza com cuidado, isso não machuca o bebê! Sei que as mães ficam com “dózinha” e acabam nao introduzindo direito. Você deve introduzir até sentir a diminuição da

pressão na aréola.

8. Cuidado com bicos de silicone ou intermediários! O chamado bico de silicone tem indicações precisas, devem ser usados de forma provisória quando muito bem indicados. Ele pode causar trauma mamilar e piora das lesões, além de a longo prazo, levar a diminuição da produção de leite. Somente use com indicação de um profissional especialista em amamentação , que ainda possa acompanhá-la nesse processo.

9. Procure um profissional qualificado. Sei que pode até parecer redundante aqui, mas um profissional especialista em amamentação faz TODA a diferença. E quanto antes for feita a intervenção, ou até a prevenção, melhor!

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Laid-back position: aprenda uma

forma intuitiva de amamentar

Existem várias posições chamadas de clássicas para amamentar, porém percebi que, principalmente quando a mãe está iniciando a jornada de amamentação, existe uma tensão muito grande, a mãe não consegue encontrar uma posição ideal, tem medo de segurar o bebê, e outras inúmeras dificuldades. Foi pensando nisso que pensei numa posição conhecida como Laid-back Breastfeeding ou

Biological Nurturing, ou seja, uma posição

de amamentação mais natural e intuitiva, tanto para a mãe quanto para o bebê. Essa expressão “laid-back” significa devagar, relaxado, calmo, sem pressa…como deve ser! Esse conceito foi introduzido por uma enfermeira na Inglaterra chamada Suzanne Colson, da Inglaterra, que percebeu que ao usar essa posição, provocava um comportamento mais instintivo e natural dos bebês, propício à amamentação. Essa técnica provou reduzir o desmame precoce além de tornar o ato de amamentar mais prazeroso para a dupla mamãe-bebê.

O modo de amamentação tradicional a mãe fica sentada numa poltrona, recostada, com a coluna reta, o bebê fica numa posição deitada, barriga com barriga, a cabeça um pouco mais elevada que o resto do corpo, de maneira transversal. A mãe usa um travesseiro para alinhar o bebê ao seu corpo e apoiar o braço. Os pés e braços do bebê nessa posição ficam pouco apoiados. O que acontece nessa posição é que a mãe usa o braço para apoiar as costas do bebê para mantê-lo junto ao peito e para alguns bebês essa pressão é desconfortável.

A posição laid-back breastfeeding a mãe fica a vontade, totalmente apoiada (mãos, ombros, cabeça e costas) e o bebê também fica completamente apoiado, em cima da mãe e sem a pressão nas costas, somente por ação da gravidade. O bebê pode estar despido (além de tudo pode-se praticar o método canguru!) com o calor do corpo da mãe aquecendo o bebê. Esse contato pele a pele também favorece a amamentação.

Sabemos que os recém-nascidos nascem com inúmeros reflexos primitivos, o que lhes proporciona comportamentos inatos e instintivos, ou seja, eles não precisam ser ensinados. Alguns desses reflexos favorecem a amamentação, como o reflexo de rastejamento, preensão palmar e plantar, flexão das mãos, dos pés e dos dedos, mãos na boca, abertura da boca, reflexo de busca e procura, lambida, sucção e deglutição. Nessa posição o bebê tem maior probabilidade de usar esses reflexos inatos.

Isso acontece porque essa posição promove a movimentação do bebê, ao mantê-lo inclinado, sem a pressão sob as costas, com

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