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Cinema Hollywoodiano e a Construção do Estereótipo da América Latina: a sexualização da mulher latino-americana 1

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Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação

43º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – VIRTUAL – 1º a 10/12/2020

Cinema Hollywoodiano e a Construção do Estereótipo da América Latina: a sexualização da mulher latino-americana1

Amanda Santos BORGES2 Sofia Cavalcanti ZANFORLIN3

Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE RESUMO

Este artigo analisa como os filmes hollywoodianos representam os corpos latino-americanos de forma sexualizada. A pesquisa utilizou uma análise teórica dos conceitos ‘identidade, representações e estereótipo’, ‘formação do estereótipo latino-americano no cinema hollywoodiano’, ‘sexualização dos corpos latinos’. Foram usados filmes produzidos nos Estados Unidos para perceber a estruturação deste estereótipo em três momentos do cinema: “Aconteceu em Havana” (1941), “Feitiço do Rio” (1984), “Belas e Perseguidas” (2015). Dessa forma, é analisado como essas produções mostram a América Latina, sexualizando os corpos femininos, e como descaracterizam a população daquela região.

PALAVRAS-CHAVE: cinema hollywoodiano; América Latina; estereótipo; mulher latina.

Introdução

Hollywood é uma das maiores indústrias cinematográficas do mundo, é produzido cerca de 600 a 700 filmes por ano, uma movimentação de 120 bilhões de dólares, além de geração de mais de 200 mil empregos 4​. Os filmes hollywoodianos são distribuídos em larga escala, dominam salas de cinemas, assim, a mensagem é transmitida para uma grande diversidade de espectadores. Por essa massificação fílmica, Hollywood consegue fazer com que suas narrativas muitas vezes sejam absorvidas como a realidade.

1Trabalho apresentado no IJ04 – Comunicação Audiovisual, da Intercom Júnior – XVI Jornada de Iniciação Científica em Comunicação, evento componente do 43º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. 2Estudante do Curso de Jornalismo da UFPE, e-mail: amanda.sborges@ufpe.br

3Orientadora do trabalho. Professora do Departamento de Comunicação da UFPE, e-mail: szanforlin@gmail.com

4 Dados referentes ao ano de 2014 e retirados da reportagem “De Bolly a Nollywood: as 4 megaindústrias de cinema

do mundo”, disponível no site da revista Exame. Disponível em:

https://exame.abril.com.br/economia/de-bolly-a-nollywood-as-4-megaindustrias-de-cinema-do-mundo/

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Quando este cinema busca falar do outro, é comum usar uma visão preconceituosa, muitas vezes inferiorizando esse outro, é então colocado o olhar do colonizador. De acordo com Shohat e Stam (2006), a consequência disso é que muitas vezes o cinema de ​Hollywood​, ao levar para o espectador culturas desconhecidas, cria narrativas erradas sobre aqueles lugares. Em relação à América Latina, ​Hollywood tende a usar narrativas estereotipadas, que descaracterizam o território e sua população. Quando os Estados Unidos exibem imagens dos países latinos eles criam uma unidade para esses países, como se as identidades, as culturas, as vivências fossem uma só. “A pretensa unidade latino-americana é certamente uma ilusão, ou mais do que isso, é uma aspiração a um certo destino comum. Ela pode ser vista também com resignação: o destino comum seria mera fatalidade comum” (PRYSTON, 2006, p.6).

Ou seja, o cinema norte americano usa estereótipos para mostrar a América Latina como um todo, desqualificando as características individuais, criando uma ilusão de uma identidade comum sobre aquele território.

Neste artigo analiso mais especificamente um estereótipo bem comum nos filmes hollywoodianos: a sexualização dos corpos femininos latinos americanos. Objetifica-se a mulher latina, mostrando imagens de corpos esbeltos, seminus ou com roupas chamativas que dão atenção ao ‘desenho’ do corpo, hipersexualizadas, o corpo desejado por todos, o corpo que é mostrado mas que pouco tem fala.

Esse corpo latino é usado mais como acessório dentro da narrativa, um aparato imagético para demonstrar como são, de forma falaciosa, as pessoas daquele lugar. A representação dessas imagens é usada desde Carmem Miranda, até os dias atuais. Aqui, é analisado em três momentos do cinema norte-americano, baseando o estudo nos filmes “Aconteceu em Havana” (1941), "Feitiço do Rio” (1984), "Belas e Perseguidas” (2015). Respeitando cada contexto da época, a análise mostra como esses filmes apresentam esse ‘corpo desejado’, percebendo como esse estereótipo se modifica com o passar dos anos.

Identidade, Representação e Estereótipo

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O sujeito pós-moderno, segundo Hall (2001), não tem identidade fixa, essencial ou permanente. As identidades são móveis, formadas e modificadas de acordo com as "formas pelas quais somos representados ou interpelados nos sistemas culturais que nos rodeiam" (HALL, 2001, p.13). Ou seja, os sujeitos podem assumir identidades diferentes em momentos diferentes.

A identidade plenamente unificada, completa, segura e coerente é uma fantasia. Ao invés disso, à medida que os sistemas de significação e representação cultural se multiplicam, somos confrontados por uma multiplicidade desconcertante e cambiante de identidade possíveis, com as quais poderíamos nos identificar a cada uma delas – ao menos temporariamente. (HALL, 2001, p. 13).

Assim, o sujeito pós-moderno tem sua identidade formada a partir de fragmentos. Nenhuma pessoa vai ter a mesma identidade ao nascer e ao morrer, essa, vai ser modificada e recriada de diversas maneiras de acordo com as vivências sociais nas quais aquela pessoa estaria inserida. No mundo globalizado as identidades são construídas.

De acordo com Castells (1997), a principal questão no estudo da identidade diz respeito sobre como as identidades vão ser construídas e representadas, por quem, a partir de que e para que isso acontece. Hall (1997) afirma que representação é usar a linguagem para falar algo sobre a sociedade, ou demonstrá-la, de maneira significativa para outras pessoas; é conectar significado e linguagem com a cultura. "Representação é uma parte essencial do processo pelo qual o sentido é produzido e transformado entre os membros da cultura. Isso envolve o uso da linguagem, dos signos e das imagens que significam ou representam coisas" (HALL, 1997, p.15) ​(Tradução nossa)​5​. Assim, a representação é uma forma de atribuir sentido.

Ainda segundo Hall (2001), as identidades culturais são formadas e transformadas pelas representações. “As culturas nacionais, ao produzirem sentidos sobre a nação, sentidos com os quais podemos nos identificar, constroem identidades” (HALL, 2001, p. 51). Ou seja, a identidade nacional é dependente da forma como os sujeitos sociais contam e a idealizam. Muitas vezes as representações das identidades são feitas a partir de uma perspectiva hegemônica, descartando individualidade e 5No original: “Representation is an essential part of the process by which meaning is produced and exchanged between members of a culture. It does involve the use of language, of signs and images which stand for or represent things”.

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reduzindo comunidades e atores sociais a lugares comuns. Esse tipo de representação é denominada de estereótipo.

Os estereótipos se apossam das características mais simples, vívidas, memoráveis, de fácil apropriação e amplamente reconhecidas sobre uma pessoa, reduzem tudo sobre a pessoa a essas características, exageram e simplificam-nas sem mudança e desenvolvimento para a eternidade. [...] Os estereótipos reduzem, essencializam, naturalizam e fixam a “diferença”. [...] Eles dividem o que é normal e aceitável daquilo que é anormal e inaceitável. Em seguida, eles excluem ou expelem tudo o que não se encaixa. (HALL, 1997, p. 258) 6

Os estereótipos atuam para impor um determinado sentido, formar imagens mentais que podem ser positivas ou negativas. Segundo Amancio (2000), “o pensamento estereotipado se define por ser uma imagem ou opinião aceita sem reflexão por uma pessoa ou um grupo e exprime um julgamento simplificado, não verificável e às vezes falso sobre tal grupo ou determinado acontecimento” (AMANCIO, 2000, p.137). Assim, introduz um lugar-comum, que através de imagens-clichês, ditam uma realidade monossêmica, essencialista e discriminatória.

Segundo Hall (1997), estereótipos são usualmente direcionados contra grupos excluídos e subordinados, com o intuito de desvalorizar e reforçar uma imagem de inferioridade. A manutenção dos estereótipos é realizada para fazer com que uma determinada característica seja internalizada como identidade.

Os meios de comunicação de massa são uns dos grandes responsáveis pela disseminação e consolidação de estereótipos, isso acontece por conta do grande potencial de formar um sentido de verossimilhança com o real, além do alcance popular que essas mídias possuem. O cinema hollywoodiano está dentro dessa lógica e vai usar de um discurso hegemônico estereotipado para representar determinadas culturas "desconhecidas", disseminando imagens redutoras, ideias pré-concebidas, opiniões equivocadas sobre esses lugares.

Em seu papel pedagógico, o cinema hegemônico prometeu apresentar ao espectador do ocidente as culturas desconhecidas, aquelas que

6No original: “Stereotypes get hold of the few 'simple , vivid , memorable , easily grasped and widely recognized' characteristics about a person , reduce everything about the person to those traits, exaggerate and simplify them, and fix them without change or development to eternity. [...] Stereotyping reduces, essentializes, naturalizes and fixes 'difference'. [...] It divides the normal and the acceptable from the abnormal and the unacceptable. It then excludes or expels everything which does not fit.”

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viviam do 'lado de fora' da história. O cinema tornou-se, assim, um mediador epistemológico entre o espaço cultural do espectador ocidental e o espaço das culturas representadas na tela, relacionando temporalidades e lugares separados em um único momento de exposição (SHOHAT; STAM, 2006 p.139)

É dessa forma que os filmes norte-americanos difundem imagens da América Latina e criam representações. Assim, "o estereótipo do latino, está praticamente integrado ao imaginário do que é o latino" (ROSSINI, 2001, p.18)

Formação da Imagem Latino Americana no Cinema Norte-americano

Desde o Cinema Mudo, a América Latina é mostrada no cinema hollywoodiano de maneira extremamente estereotipada. Erros geográficos e étnicos eram comuns em filmes da época. Uma das principais ideias defendidas pelos filmes era que os latinos tinham comportamentos 'bárbaros', a América Latina era mostrada como um lugar cheio de bandidos e selvagens. "Na era silenciosa, as selvas brasileiras e seus “selvagens impiedosos” eram um ​motif ​comum em ​Hollywood​ " (CONDE; SHAW, 2008, p. 17)

A partir da Primeira Guerra Mundial, o cinema norte americano começa a se expandir. Mas é só a partir da década de 40 que vai realmente florescer, no cinema hollywoodiano, um vigoroso imaginário latino americano. Isso porque, é nessa época que os EUA se consolidam como dominador das produções cinematográficas mundiais.

A exportação de filmes norte-americanos aumentou de 10 milhões e 500 mil metros em 1915 para 47 milhões e 700 mil metros em 1916. Até o final da guerra, os EUA estavam produzindo 85% dos filmes de todo o mundo e 98% daqueles exibidos na América Latina [...] Nos anos 30, a indústria cinematográfica hollywoodiana já exercia absoluto controle do mercado cinematográfico mundial. Em 1938, enquanto a União Soviética produziu 41 filmes, nos Estados Unidos foram produzidos 448. (SANTOS, 2010, p. 166/167)

Por meio do ​American Way Of Life ​e da "política da boa vizinhança", e com o início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, os EUA criam uma superagência, "com o objetivo de pôr em prática os projetos políticos e ideológicos contidos na política de boa vizinhança" (SANTOS, 2010, p.168). Denominada de ​Office for the Coordinator of Inter-American Affairs (CIAA), era chefiada pelo magnata Nelson Rockfeller, buscava "harmonia, unidade hemisférica e cooperação com a América Latina" (CONDE; 5

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SHAW, 2008, p.24), ideias que podem ser resumidas com a palavra 'pan-americanismo'. A agência era uma espécie de "laboratório estratégico destinado a promover a cooperação interamericana e a solidariedade hemisférica" (AMANCIO, 2000, p.53).

O principal projeto do CIAA, e mais ambicioso, de acordo com Amancio (2000), foi o Departamento de Filmes. De acordo com Leite (2003, p.40, apud SANTOS, 2010, p. 168) as principais atribuições do departamento de filmes do CIAA eram:

a) estimular voluntariamente a indústria cinematográfica

hollywoodiana a não produzir filmes que contivessem críticas às repúblicas latino-americanas; b) incentivar os produtores a não distribuir na America Latina filmes que criassem impressões negativas dos EUA e de seu modo de viver e pensar; c) produzir filmes com locações na América Latina; d) estimular o interesse dos norte-americanos pela cultura latino-americana, pois aqueles desconheciam e ignoravam o modo de vida dos sul-americanos; e) utilizar artistas latino-americanos em produções cinematográficas norte-americanas (LEITE, 2003, p.40, apud SANTOS, 2010, p.168)

É dessa forma que o cinema se torna "fundamental para fomentar o espírito do pan-americanismo, que funcionava como uma ponte cobrindo a distância entre os Estados Unidos e a América Latina" (CONDE; SHAW, 2008, p.24). Entre 1939 e 1947, segundo Conde (2008), narrativas com astros, músicas e histórias latino-americanas invadiram o cinema hollywoodiano. Só em 1943 foram produzidos 30 filmes com essa temática, em 1945, 85 filmes sobre a América Latina haviam sido lançados.

É nessa época que os principais estereótipos sobre a América Latina são formados. O pan-americanismo vai propagar imagens que a América Latina é a representação do tropical, enfatizando o colorido pictórico. Além disso, cria-se a visão das cidades latinas, onde o provincianismo ainda é mantido por meio de manifestações folclóricas e exóticas. O pan-americanismo tende a apresentar a América Latina como uma só, "os vários países que compõem a AL acabam sendo vistos como um bloco culturalmente homogêneo, representado sem suas particularidades regionais" (ROSSINI, 2001, p.18).

É neste momento também que aparecem personagens essenciais para a consolidação dos estereótipos da América Latina. Entre eles, Zé Carioca, o malandro

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papagaio que virou símbolo da brasilidade ao ser introduzido como o primeiro personagem brasileiro da Disney no filme "Alô Amigos" (1941). Uma das mais importantes personas responsáveis por reiterar o pan-americanismo foi Carmem Miranda. A artista não performava e divulgava só o repertório de imagens brasileiras, mas também de toda a América Latina. Ela foi usada para personificar a latinidade, a tropicalidade. Carmem Miranda iniciou e fixou a imagem estereotipada da mulher latina, a mulher ​caliente​, exagerada, representada como objeto de desejo, com seu corpo sempre à mostra.

Corpo Latino - A Mulher Latina no Cinema Hollywoodiano

​Hollywood​, de maneira geral, sempre usou arquétipos e estereótipos para mostrar as mulheres em seus filmes. A Teoria Feminista do Cinema indica que nos enredos dos filmes norte-americanos, as mulheres sempre foram tratadas como "objetos de voyerismo masculino e nunca como sujeito da narrativa" (GUBERNIKOFF, 2009, p.66).

Quando olhamos para filmes com personagens latino-americanas, elas também estão encaixadas nesse mesmo contexto,​Hollywood usa de estereótipos para retratar as mulheres, porém as narrativas onde as latinas são inseridas se fundamentam de estereótipos mais incisivos e, de certa maneira, negativos. Muitas vezes cria-se uma oposição entre a mulher latina e a norte-americana, por exemplo, a mulher permissiva (a latina) em contradição à jovem inocente (a norte-americana). Ou seja, não se estabelece só um estereótipo da mulher latina, se faz uma comparação entre comportamentos femininos, afirmando qual o correto (EUA) e qual o errado (AL). Além disso, a forma como esta mulher latina vai ser mostrada é consolidada não só como imagem da própria mulher, mas também como a identidade de toda a América Latina.

Aconteceu em Havana (1941): Carmen Miranda, a formação do estereótipo da mulher latino-americana

Em "Aconteceu em Havana" (1941), o empregado de uma companhia de navegação, Jay Williams, deve convencer os passageiros de um navio a assinar um 7

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documento que faz com que eles concordem em adiar as férias e livrar a empresa de responsabilidades após o cruzeiro encalhar na Flórida, EUA. Apenas uma das passageiras não concorda em assinar e adiar a viagem, a vendedora Nan Spencer. Depois de negociações, Jay consegue fazer Nan aceitar uma viagem de avião para Havana com todas as despesas pagas. A jovem, porém, diz que só assina o termo após voltar das férias e se conseguir se divertir durante os dias em Cuba.

Os dois personagens partem juntos a Havana. Chegando em Cuba, os dois ficam hospedados no melhor hotel da cidade e Nan ordena que Jay faça com que ela se divirta, é dessa forma que eles vão parar em um cassino onde Rossita Rivas (Carmen Miranda) se apresenta como principal atração.

O filme dirigido por Walter Lang foi realizado durante a 'política de boa vizinhança', época onde houve uma massificada produção de filmes hollywoodianos sobre a América Latina. É um longa que traz consigo a ideia dessa política externa norte-americana que estava focada em conquistar e moldar as outras Américas, promovendo amizade e troca cultural, porém sempre mostrando a superioridade dos EUA em relação aos outros povos.

Carmen Miranda não aparece muito durante o filme, mas mesmo com pouco tempo de tela e sem forte repercussão no roteiro, quando aparece traz imagens de impacto, carregadas de estereótipos sobre a mulher latina. Rossita é uma personagem sensual, sempre vestida com roupas chamativas, é a imagem do exotismo e da tropicalidade. Em muitas das cenas que Carmem aparece, ela é usada para cumprir um papel de apresentar como são as mulheres latinas, a mulher disposta a sexo fácil, a mulher "​caliente​". O filme ainda faz uma oposição entre os personagens latinos e norte-americanos. Carmem é impulsiva, temperamental e sedutora, já Nan é sensata e romântica.

As roupas de Carmen deixam o corpo à mostra, mesmo que seja pouco para os dias atuais, na época não era tão comum usar trajes que expõem o busto, o abdômen, as pernas. Rossita é a mulher latina, o objeto de desejo, mas não é com quem o personagem principal vai se casar no final. Carmen aparece mais como um acessório

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performático, usa seu corpo para fixar a identidade da personagem, que é assimilada como a identidade da mulher latina.

Carmen Miranda é figura-chave para a política de Boa Vizinhança, representa como os Estados Unidos imaginavam a América Latina. Ela foi usada para criar e consolidar um estereótipo da AL, e claro, da mulher latina. A mulher permissiva, 'calorosa', sexualizada, que mostra e usa seu corpo para conseguir o que deseja.

Feitiço do Rio (1984): Imagem da permissividade latino-americana

A partir dos anos 60, principalmente por causa da expansão do uso da televisão, as agências de notícias eram responsáveis pela maior parte das informações que chegavam aos EUA sobre a América Latina. A indústria do entretenimento, no caso o cinema, perde espaço na criação de narrativas sobre a América Latina, até porque o Office for the Coordinator of Inter-American Affairs, que fomentava a produção de filmes com essa temática, já havia sido extinto após o fim da segunda guerra em 1945. Quando chega a década de 80, há uma retomada na produção de políticas e propagandas de fomento ao turismo para a América Latina. No Brasil, que passava por um momento de redemocratização, nos últimos anos da ditadura civil-militar, existe um aumento ainda maior das atividades propagandistas positivas sobre o país. Assim, ao aumentar o turismo na América Latina, a imagem do paraíso para as férias reaparece, é a partir dessa tendência que Hollywood volta o olhar para esses países.

É nesse contexto que é produzido Feitiço do Rio (1984), filme repleto de estereótipos sobre a América Latina e que mostra uma visão redutora da vida social desse local. É o Rio de Janeiro da cidade maravilhosa, das praias, dos morros, da tropicalidade selvagem e principalmente, da sexualidade. Dirigido por Stanley Donen, o longa conta a história de dois amigos, americanos, que trabalham em São Paulo e decidem passar as férias no Rio de Janeiro com suas filhas.

Em Feitiço do Rio, Matthew (Michael Caine) mora em São Paulo com sua esposa e filha, e convida seu amigo Victor (Joseph Bologna), que está se separando da esposa, para passar um mês no Rio de Janeiro. Os dois então partem para a ‘cidade

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maravilhosa’, sem suas esposas, e ao lado de suas filhas, Jennifer (Michelle Johnson) e Nicole (Demi Moore). Ao chegar no Rio de Janeiro, Victor sai em busca das mulheres, a latina aqui sempre mostrada como a mulher disposta ao sexo fácil. Isso pode ser observado em determinado momento do filme quando Victor sai com uma brasileira que também está em processo de separação, ela afirma que já saiu com 7 homens em 7 dias desde que está divorciada. Essa cena quer identificar como é o comportamento da mulher brasileira, e em geral, da mulher latina.

O Rio de Janeiro do filme é um cenário de espetacularização, onde a liberação de costumes e a exacerbação sexual domina a sociedade. Esta é mais uma narrativa que traça um paralelo entre os americanos e os latinos. Os americanos, ao chegarem ao Rio, estão contidos, com vergonha e cobrindo seus corpos, até mesmo na praia; ficam chocados com o comportamento do carioca. Já os latinos, são vorazes, hiperssexualizados, as mulheres fazem topless nas praias, mesmo que esse nunca tenha sido um costume comum no Brasil.

O filme também compara o comportamento dos norte-americanos, antes e depois de chegarem ao Rio de Janeiro, principalmente o das duas jovens. Isso acontece principalmente com Jennifer, filha de Victor. Antes, ela é uma jovem virgem, que ainda dorme abraçada com um ursinho de pelúcia, veste roupas mais longas, que cobrem seu corpo. Após o contato com a ‘depravação’ latina, a jovem absorve esse comportamento, faz topless, usa roupas curtíssimas, vira uma mulher atraente, que seduz o melhor amigo do pai, e tem um caso com ele. Nicole também tem uma mudança de comportamento, apesar de mais discreta, assim como Jennifer, tinha uma imagem de adolescente pudica e após assimilar o comportamento do Rio de Janeiro, tem uma mudança de postura.

Já em relação ao comportamento dos personagens homens, a mudança é como eles veem e se comportam perante as mulheres. Victor vê a mulher latina como objeto de desejo e prazer, vai em busca de amantes para saciar um desejo sexual. Já Matthew, que no começo do filme quer encontrar uma forma de salvar seu casamento, permite-se, por culpa do Rio, já destaca o nome original do filme (Blame it on Rio), ser seduzido pela filha do melhor amigo. Assim, a grande mudança de Matthew ao chegar ao Rio de

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Janeiro é transformação na sua moralidade, se relacionando com Jennifer o que antes seria um absurdo.

Feitiço do Rio reitera a imagem da América Latina como um lugar paradisíaco, com mulheres dispostas a se envolverem com o primeiro homem que aparecer, em busca unicamente de sexo, trazendo um sentido negativo à liberdade sexual e de escolha da mulher. O estereótipo da mulher caliente, permissiva, sedutora, criado e fixado no imaginário coletivo a partir de Carmen Miranda, é reafirmado e também intensificado em Feitiço do Rio; o filme mostra uma mulher ainda mais sexualizada com o aparato das muitas cenas de nudez feminina durante a narrativa. Porém, no longa-metragem, a permissividade não fica restrito às mulheres latinas, o modo de transgressão sexual é passado para as personagens americanas, como se a América Latina pudesse influenciar as pessoas e quem entra em contato com esse mundo hiperssexualizado fica tão libertino quanto os próprios latinos. A América Latina vira o lugar onde tudo é permitido, como diz a letra da música-tema na abertura do filme, “Se nos portamos como tolos, quebramos uma regrinhas, o que nos importa? A culpa é do Rio”.

Belas e Perseguidas (2015): A mulher latina do século 21

No século 21,​latinos ​se tornam um dos grupos com crescimento mais rápido nos Estados Unidos, porém, segundo um estudo da Universidade do Sul da Califórnia 7​, os latinos são os menos representados em Hollywood. A análise da USC avaliou que, mesmo essa comunidade sendo 17% da população dos EUA, em 2013, dos atores atuantes nas cem maiores bilheterias daquele ano, apenas 4,9% eram de origem latina. O estudo conclui também que além de serem pouco representados nos filmes norte-americanos, os latinos são mostrados de forma ainda muito estereotipada e percebem que essas pessoas são as mais sexualizadas em Hollywood. Dessa forma, o cinema hollywoodiano do século 21 ignora a necessidade de melhor representar uma das maiores comunidades de seu país e reutiliza estereótipos.

7Acessar reportagem "Latinos são os menos representados no cinema de Hollywood, aponta estudo". Link:

https://cinema.terra.com.br/latinos-sao-os-menos-representados-no-cinema-de-hollywood-aponta-estudo,33bb3b3221 2a7410VgnCLD200000b1bf46d0RCRD.html

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Belas e Perseguidas (2015), dirigido por Anne Fletcher, apresenta a história de Cooper (Reese Witherspoon), uma policial que decide pela profissão ao seguir os passos de seu pai, porém, por ser muito "certinha" e sempre seguir protocolos ao pé da letra, acaba cometendo erros que fazem ela se tornar uma piada entre os outros policiais, e assim é impedida de trabalhar na rua. A oportunidade de voltar à ativa aparece quando ela é chamada para escoltar a esposa de um traficante, Sra Riva (Sofía Vergara), até um tribunal em Dallas.

Belas e Perseguidas permanece no lugar comum, re-usando diversos estereótipos sobre latinos já consolidados em filmes do passado. Enquanto os homens são criminosos e traficantes, estereótipo repetidamente usado no cinema; a mulher latina é mostrada, de novo, de forma hiperssexualizada, com um corpo objetificado que é usado para seduzir homens.

No filme, Cooper é comedida, pudica. O filme usa as personagens de forma comparativa, principalmente em relação ao seus corpos. Em determinada cena, Cooper vai trocar de roupa na frente de Riva e fica só de calcinha, a lingerie "comportada" é motivo de piada e deboche por parte de Riva, que fica de sutiã, a peça usada para evidenciar o busto da latina, até mesmo com enquadramentos que focam nessa parte do corpo da personagem no momento que ela tira do vestido. Ou seja, enquanto a policial usa roupas que cobrem mais o corpo, peças "decentes", a latina não tem vergonha de mostrar o seu corpo, é a mulher ​caliente​, sensual, permissiva.

Assim, Sra. Riva não passa de mais uma "mulher latina", enquadrada nos mais variados estereótipos que esse termo carrega. Roupas apertadas para dar evidência ao seu corpo, que é usado para conseguir coisas em troca. Dessa forma, o filme passa a mensagem que não importa quem a mulher latina é, as pessoas irão prestar mais atenção no seu corpo hiperssexualizado, que é usado para falar por ela.

Além disso, o corpo de Riva é mostrado em detrimento a sua inteligência, assim a mulher latina é representada como bonita e sensual, mas que não é vista como intelectual. Esse estereótipo é repetido diversas vezes no filme, quando as pessoas se referem a Riva, menosprezam sua inteligência e enaltecem o seu corpo.

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Belas e Perseguidas apresenta mais uma vez a imagem estereotipada da mulher latina, estereótipos que perpassam a sociedade desde Carmen Miranda e são ressignificados no século 21. A representação da mulher latina permissiva, hipersexual, que usa seu corpo em troca para conseguir o que deseja, a mulher com roupas apertadas, é a imagem de Sra. Riva. O filme reutiliza o artifício da comparação, comum em filmes com personagens latinas e americanas, assim, transmite a ideia de um modelo padrão certo, a da americana, no caso deste filme, a imagem de Cooper, em contraponto com o comportamento errado, desregrado da latina, no longa identificado na figura de Riva.

Considerações Finais

Os Estados Unidos usam do seu poderio hegemônico para criar estereótipos e representar o “outro”. Apresenta culturas desconhecidas a partir do olhar colonialista, sem estar interessado na real identidade daqueles povos. Um dos principais aparatos usado para difundir esse discurso é o cinema. Assim, como afirma Amancio (2000), Hollywood dissemina imagens redutoras, ideias pré-concebidas, opiniões equivocadas sobre a América Latina, e as narrativas desses seus filmes são absorvidas como verdade. É desta forma que os EUA olha para a AL, por meio dos filmes, ignora a realidade local e descarta individualidades, dessa forma, coloca todos os países dentro de uma mesma representação, todos são denominados como, simplesmente, latinos.

A mulher latina quando representada por Hollywood é mostrada por meio do estereótipo da sexualização dos seus corpos. Assim, essa mulher é objetificada, as narrativas são focadas no seu corpo, como ele se apresenta perante o espaço social. O estereótipo da mulher caliente, esbelta, extremamente sexualizada, mostrando seu corpo é utilizado desde Carmen Miranda, com a política de Boa Vizinhança, que criou diversos mecanismos de fomento à narrativas de filmes com temática latino-americana, estabelecendo a imagem da mulher latina nos EUA. Nos anos seguintes o estereótipo continuou, mas sem a política de Boa Vizinhança, o número de filmes produzidos com temática latina diminui. Mesmo assim, a ideia da sexualidade tropical que as mulheres latinas carregam ainda é forte.

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No século 21, existe uma maior abertura para que latinos produzam suas próprias narrativas dentro de Hollywood, cineastas como Alfonso Cuarón, Guillermo Del Toro e Alejandro González Iñárritu se consolidam na indústria de cinema norte-americano e trazem uma certa diversidade para as produções. Ainda assim, a quantidade de latinos atuando em filmes hollywoodianos é minoria, mesmo que essa comunidade chegue a mais de 40 milhões de pessoas8​ nos EUA.

Diferente de Carmen Miranda, as mulheres latinas do século 21 não usam mais tantas roupas coloridas, praticamente como uma fantasia, com arranjos chamativos na cabeça, agora, a latina ainda veste roupas curtas, decotadas, coladas no corpo, mas sem tantos exageros como no passado, a diferenciação entre a americana e a latina não é mais um abismo, mas continua sendo reafirmado nos filmes. Assim como em Aconteceu em Havana e Feitiço do Rio, a imagem da mulher latina continua sendo a do corpo desejado, “caliente”, que seduz homens, permissiva e interessada de “sexo fácil”. Da mesma forma que em Belas e Perseguidas, a mulher do século 21 continua objetificada e hiperssexualizada.

Referências

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8Ver: "​Os estereótipos da mulher latina nas produções hollywoodianas". Link da matéria:

http://valkirias.com.br/os-estereotipos-da-mulher-latina-nas-producoes-hollywoodianas/

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