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RESUMO NÃO TÉCNICO (EIA nos termos do Decreto Lei Nº 69/2000 de 3/5)

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PROJECTO DE EXPLORAÇÃO DA

PEDREIRA DA “PÊGA”

(AREIAS E ARGILAS)

RESUMO NÃO TÉCNICO

(EIA nos termos do Decreto Lei Nº 69/2000 de 3/5)

Freguesia de Souto da Carpalhosa Concelho de Leiria

Distrito de Leiria

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Pedreira da “Pêga” – EIA Resumo Não Técnico

ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL

Projecto de Exploração da Pedreira da “Pêga”

FREGUESIA DO SOUTO DA CARPALHOSA

CONCELHO DE LEIRIA

DISTRITO DE LEIRIA

RESUMO NÃO TÉCNICO

1 – INTRODUÇÃO

O presente documento constitui o Resumo Não Técnico do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do projecto de exploração da pedreira da ARGILIS, LDA. denominada “Pêga”, localizada na freguesia de Souto da Carpalhosa, concelho e distrito de Leiria. Dando cumprimento à legislação em vigor sobre o Processo de Avaliação de Impactes Ambientais (AIA), este documento tem como principal finalidade dar apoio à participação pública, pelo que nele se descreve de forma sucinta e coerente, numa linguagem e apresentação acessível à generalidade do público, as informações mais importantes que constam do Relatório Síntese do EIA da referida pedreira.

O Resumo Não Técnico (RNT) e o Relatório Síntese (RS) integram o Estudo de Impacte Ambiental da pedreira da “Pêga”, sendo o EIA do projecto de exploração da pedreira acompanhado por um Plano de Pedreira (Plano de Lavra – PL, e Plano Ambiental e de Recuperação Paisagística – PARP), elaborado de acordo com a legislação em vigor que rege a actividade de exploração de pedreiras, nomeadamente o Dec. Lei Nº 270/2001 de 6 de Outubro.

A realização do EIA decorreu durante 8 meses, entre Maio de 2004 e Janeiro de 2005. O projecto encontra-se em fase de Projecto de Execução.

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Pedreira da “Pêga” – EIA Resumo Não Técnico

2 – DESCRIÇÃO GERAL DO PROJECTO

2.1 – Dono da Obra e Entidade Responsável pelo EIA

O dono da obra é a ARGILIS, LDA., com sede em Rua do Barracão, Nº 720, Barracão, 2420-195 Colmeias, que é também a entidade promotora e responsável pelo Estudo de Impacte Ambiental referente ao Projecto de Exploração da Pedreira da “Pêga”.

2.2 – Motivação e Enquadramento Projecto de Exploração

Na sequência de uma campanha de prospecção geológica estratégica concretizada através de sondagens mecânicas de rotação com recuperação contínua da amostra, e tendo em consideração os resultados dos trabalhos laboratoriais efectuados sobre os testemunhos das sondagens, concluiu-se que os níveis argilosos presentes na zona da Pêga (freguesia de Souto da Carpalhosa, concelho e distrito de Leiria), com interesse económico para a indústria cerâmica do “barro branco”, são limitados, mas em contra partida verificou-se que as unidades arenosas também presentes possuem parâmetros tecnológicos e condições químico-mineralógicas susceptíveis de aproveitamento e valorização económica na indústria da construção civil e obras públicas, após beneficiação, apresentando-se em volume de reservas considerável. Em face disto, considerou-se estarem reunidas as condições tecnico-económicas para a implementação de um projecto de investimento para a exploração e beneficiação do jazigo mineral que ocorre na área prospectada  Projecto de Exploração da Pedreira da “Pêga”.

Em âmbito mais lato, a implementação do projecto de exploração da pedreira da “Pêga” surge na linha estratégica de desenvolvimento da empresa, que passa por alargar o leque da oferta de produtos minerais com aplicação industrial, nomeadamente de agregados para betão, assegurando por uma lado a capacidade de produção e por outro providenciando alternativas futuras de abastecimento destas matérias-primas minerais à indústria transformadora.

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Pedreira da “Pêga” – EIA Resumo Não Técnico

Os sectores da construção a que as areias se destinam  utilização como agregados em betão hidráulico, em argamassas, e em misturas ligadas hidraulicamente  são sectores que requerem matérias-primas com especificações técnicas apertadas nos parâmetros granulometria, fuso granulométrico, centro de finura, % de finos, etc. Estas especificações são atingidas, após beneficiação, no Estabelecimento Industrial de Lavagem, Crivagem e Selecção de Areias, anexo à pedreira da “Pêga”.

Conhecendo-se os volumes e as necessidades de consumo em areias e argilas, por parte da indústria do betão pronto e afins e da cerâmica de acabamento de pasta branca, respectivamente, o acréscimo da produção em ambas as matérias-primas, proporcionado com a implementação do presente projecto, é facilmente escoado, dada a demanda imposta pelos sectores transformadores em causa.

O projecto de exploração da pedreira da “Pêga” implica localmente a criação de postos de trabalho, gerados pela actividade extractiva e industrial, criando a montante um sem número de actividades laborais, de entre as quais se destacam transportes, manutenção, serviços, etc, que directa e indirectamente contribuirão para o aumento da cadeia de valor gerada com base na produção nacional das rochas industriais.

O projecto de exploração das massas minerais de areias e argilas na pedreira da “Pêga” está associado a uma poligonal que delimita uma superfície com cerca de 34.42 hectares, na qual a área de exploração se estende por cerca de 10.46 hectares e o sector de implantação do Estabelecimento Industrial de Lavagem, Crivagem e Selecção de Areias, que se destina à produção e valorização de areias industriais lavadas, ocupa uma área com aproximadamente 4.93 hectares.

A área total de desmonte é de 10,46 hectares o que, segundo o estipulado no Plano de Lavra, traduzirá às cotas de projecto (cota base dos 106 m) reservas geológicas exploráveis na ordem de 2.4 milhões de metros cúbicos, estimando-se que possam ser

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Pedreira da “Pêga” – EIA Resumo Não Técnico

exploradas durante os próximos 10 anos com referência a uma produção constante estimada em cerca de 300 000 ton/ano.

A legislação em vigor sobre exploração de recursos geológicos, conjugada com legislação específica sobre estudos de impacte ambiental, nomeadamente os diplomas legais que regulamentam o aproveitamento de massas minerais (Dec. Lei 270/01 de 6/10 e Dec. Lei 69/2000 de 3/5), impõem que as explorações com áreas superiores a 5 hectares, produção anual superior a 150 000 toneladas, que em conjunto com outras unidades similares devidamente licenciadas e localizadas num raio de 1 km ultrapassem os valores referidos, ou que se localizem em áreas sensíveis, nomeadamente áreas protegidas, fiquem condicionadas a um processo de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) que sirva de base a uma avaliação integrada dos impactes causados pela exploração a médio e longo prazo e à discriminação das respectivas medidas minimizadoras.

Atendendo ao disposto no parágrafo anterior, o Projecto de Exploração da Pedreira da “Pêga” está sujeito a processo de AIA, visto que este incide sobre uma poligonal com uma área da ordem dos 34.42 Hectares, dos quais cerca de 10.46 hectares estão afectos à exploração, e a produção anual prevista à de 300 000 ton/ano.

Dado que o projecto de exploração da pedreira da “Pêga” excede os limites estipulados na alínea a) do Nº2 do Artº 11 do Dec. Lei 270/2001, a atribuição da respectiva licença de exploração é da Direcção Regional do Centro do Ministério da Economia.

2.3 – Localização e Acessos

A área em estudo  Projecto de Exploração da Pedreira da “Pêga”  está implantada na metade Norte do concelho de Leiria, localizando-se no lugar de Atalho−Pêga, freguesia do Souto da Carpalhosa, a aproximadamente 8 km para Oeste do Barracão, povoação que se localiza 13 km para Norte de Leiria e 12 km para Sul de Pombal. A zona da pedreira ocupa uma área com cerca de 34.42 hectares da folha Nº 285 (Marrazes-Leiria).

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Pedreira da “Pêga” – EIA Resumo Não Técnico

O acesso principal à área do projecto faz-se a partir do entroncamento ao quilómetro 135 da EN1, no lugar de Barracão (Colmeias). A partir desse entroncamento, o trajecto a seguir até à pedreira da “Pêga” é a estrada municipal EM 533, que estabelece a ligação entre as freguesias de Bidoeira de Cima e Milagres. Percorrendo-se cerca de 2 km a partir daquela povoação, em direcção à Colónia Agrícola dos Milagres, segue-se, no entroncamento, a direcção Noroeste para Moita da Roda, e percorre-se cerca de 600 metros até se encontrar um novo entroncamento. Neste local, toma-se a direcção Norte, para Chã de Laranjeira, até se encontrar a ligação para a povoação da Pêga, a cerca de 200 metros deste ponto. A pedreira da “Pêga” situa-se a cerca de 700 metros para norte desta bifurcação, estando limitada por duas estradas asfaltadas. Deste modo, o pólo extractivo da Pêga desenvolve-se para Norte, ocupando uma área com cerca de 34.42 hectares.

As Figuras 1a,b ilustram a localização da pedreira tendo em consideração o seu enquadramento à escala nacional, regional e local, e os trajectos de expedição do material.

2.4 – Caracterização da Exploração

Áreas e Produções: A área total da pedreira a licenciar é de 34.42 ha, estando 10.46 ha desta área afectos à lavra e 4.93 ha ao estabelecimento industrial anexo; o restante da área da pedreira engloba as zonas ocupadas pelos depósitos de materiais (pré-stock de material acabado e pargas de terras vegetais), pelos acessos, e pelas áreas não intervencionadas que, entre outras, incluem as zonas de defesa. A lavra desenvolve-se primeiro no designado Núcleo A de exploração, com 6.38 ha 6 anos de vida útil, e de seguida no Núcleo B, que tem 4.08 ha e 4 anos de vida útil (ver Planta Nº 1).

A produção média prevista de areias lavadas é de 300 000 ton/ano. O processo produtivo apresenta um rendimento de 85%, ou seja 15% do material é rejeitado. Estes rejeitados são materiais arenosos finos a muito finos que, para a volumetria de reservas exploráveis (2.4 milhões de metros cúbicos) e admitindo um coeficiente de empolamento de 1.2,

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Figura 1 - Planta de Localização com implantação da pedreira da “Pega (área total: 34 hectares)” 18500 19000 20000 19500 -70000 -65000 -60000 -55000 -50000 -45000 Meridiana (m) 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 Concelho de Leiria Freguesia de Souto da Carpalhosa Pedreira da Pega 20500

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-60000 -60000 -59000 -59000 -58000 -58000 -57000 -57000 -56000 -56000 -55000 -55000 -54000 -54000 -53000 -53000 -52000 -52000 16000 16000 17000 17000 18000 18000 19000 19000 20000 20000 21000 21000

µ

Figura 1b - Ligações da pedreira da "Pêga à EN109, EN1 e IC1 (linhas a lilás)

Pedreira da "Pêga"

EN1

IC1

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Pedreira da “Pêga” – EIA Resumo Não Técnico

representam cerca de 426 412 m3. A totalidade destes materiais é utilizada no enchimento das escavações desenvolvidas nos dois núcleos de exploração.

Cerca de 4850 m3 das terras vegetais a decapar serão reutilizadas na construção de um talude de protecção pelo perímetro do céu aberto, numa extensão de 2110 m. A restante volumetria de terras vegetais, cerca de 21300 m3, será utilizada como substrato no repovoamento arbóreo das áreas de desmonte, em fase com o avanço da lavra.

Equipamentos Produtivos: O equipamento produtivo adstrito à actividade de exploração na pedreira “Pêga” é o seguinte: • 2 escavadoras hidráulicas; • 2 dumper de carga articulado;

• 3 pás carregadoras de balde frontal, totalizando uma potência de 2220 CV.

Meios Humanos e Regime de Laboração: A laboração irá desenvolver-se ao longo dos 12 meses do ano, durante os dias úteis da semana, num turno diário que decorrerá das 8.00 h até às 17.30 h, com intervalo para almoço das 12.30 às 13.30 h. Os meios humanos afectos à exploração terão a seguinte distribuição: um (1) encarregado geral, um (1) encarregado da unidade industrial, cinco (5) operadores de máquinas e dois (2) operadores de lavaria.

Anexos de Pedreira e Processo Produtivo: Os anexos de pedreira ocupam uma área com cerca de 4.93 hectares localizada no sector Sul da poligonal (Plantas Nº 1 e 2). Do conjunto de instalações auxiliares classificadas de apoio à actividade extractiva, destacam-se:• As infra-estruturas do Estabelecimento Industrial de Lavagem, Crivagem e Classificação de Areias, que procedem ao processo produtivo de beneficiação e valorização económica das areias lavadas; • As instalações sociais; • O pavilhão industrial; • A báscula; • O posto de transformação; • A área de armazenagem do produto acabado e de stockagem do material desmontado.

O referido estabelecimento possui projecto aprovado na Direcção Regional do Centro do Ministério da Economia (Processo Nº2014401/02).

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Pedreira da “Pêga” – EIA Resumo Não Técnico

O processo produtivo consiste na desagregação, crivagem e lavagem, hidro-ciclonagem e classificação, que é efectuado pela acção da água em circuito fechado. O processo industrial resulta na produção de agregados finos de natureza siliciosa e granulometria controlada  areias lavadas. A unidade industrial tem uma capacidade de produção de 250 ton/h em três tipos de areias lavadas: areia fina (0−3 mm), areia fina a média (3−6 mm) e areia média (0-6 mm). As areias lavadas produzidas possuem características físicas e granulométricas que lhes conferem aptidão para utilização como agregados nos seguintes sectores: betão pronto, pré-fabricados e pré-esforçados de betão, artefactos de cimento, construção civil e obras públicas.

No âmbito da Marcação CE de agregados para a construção, o Sistema de Controlo de Produção implementado no Centro de Produção a partir do Estabelecimento Industrial da pedreira da “Pêga” foi certificado pelo Certificado de Conformidade Nº 1515-CPD-0001

Desmonte: O método de desmonte a praticar é o arranque mecânico a céu aberto, com patamares desenvolvidos por degraus direitos e/ou frentes de inclinação. O desmonte seguirá o modelo composto, conjugando o desenvolvimento por degraus direitos de tecto para muro da formação produtiva com o desenvolvimento por avanços longitudinais partindo dos flancos.

O modelo de exploração permitiu compartimentar a pedreira em dois núcleos de exploração, de modo a que esta ocorra sequencialmente do primeiro ao segundo, após o esgotamento das reservas exploráveis no primeiro. Estes dois núcleos de exploração foram designados por: a) Núcleo A de Exploração, com área de 63 805 m2; b) Núcleo B de Exploração, com área de 40 810 m2.

Durante os 10 anos de vida útil previstos, a exploração envolverá as seguintes operações: A) Decapagem e preparação do terreno com a remobilização de terras vegetais e de materiais areno-argilosos; B) Extracção da massa mineral; C) Transporte da massa mineral para a zona de stock; D) Abastecimento do estabelecimento industrial a partir do

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Pedreira da “Pêga” – EIA Resumo Não Técnico

stock e implementação do processo de lavagem, crivagem e selecção de areias; E) Abastecimento das areias lavadas nas pilhas de produto acabado e expedição das mesmas para os centros de consumo.

Depressões escavadas: Tendo em conta as características do jazigo mineral a explorar bem como a geometria e a topografia do terreno onde se pretende implantar o projecto de exploração, de acordo com o Plano de Lavra, no final da exploração projectada terão sido desenvolvidas duas escavações que às cotas de projecto (cota base próxima dos 106 m) terão 10.46 ha e cerca de 50 m de profundidade máxima, desenvolvendo-se no perímetro do céu-aberto um talude com inclinação residual entre 15º e 20º (ver Planta Nº 3).

Protecção Ambiental e Recuperação Paisagística: Visando a integração da área de intervenção do projecto na paisagem natural, o modelo de recuperação paisagística e ambiental do projecto incorpora três fases de implementação, a primeira das quais corresponde a acções já concretizadas (ver Planta Nº 4).

1ª Fase – Medidas de recuperação paisagística e ambiental da pedreira a implementar no imediato: • Dissimulação das áreas de lavra/núcleos de exploração e das infra-estruturas do estabelecimento industrial em todo o perímetro da pedreira, através da construção de um talude de terras vegetais parcialmente coberto por hidrossementeira tipo FINN e com plantação arbórea (pinheiro manso) na base; • Criação, na zona Norte da pedreira, de um espaço natural com nichos/refúgios com condições para se gerar habitats propícios à sedentarização e reprodução de espécies da fauna local (pequenos roedores, aves de pequeno porte, etc); • Introdução de colónias de patos de superfície na periferia das lagoas temporárias de apoio à recirculação e reaproveitamento da água utilizada no processo produtivo; • Colocação de três portões metálicos e sinalização de propriedade privada e proibição de entrada;•Vedação de protecção, constituída por rede plastificada tipo elástico com malha de 50 mm e arame de 13×9, com prumos de pinho tratado de 8−12 cm de diâmetro e 2.5 m de altura, cravados em compasso de 3 m.

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2ª Fase - Tarefas a implementar em concomitância com o desenvolvimento da lavra, segundo um de modelo de reconstituição e modelação dos sectores intervencionados pela corta: • Enchimento da zona de retaguarda às frentes de desmonte com material areno-argiloso. No respeitante ao núcleo A de exploração, o enchimento faz-se em dois compartimentos (o N e o P). Assim, no caso do compartimento N, o volume do enchimento, à cota 124 m, representa cerca de 86 620 m3, a que corresponde uma área de 8 620 m2. Do mesmo modo, no que respeita ao compartimento P, o enchimento corresponde a uma volumetria de 153 800 m3, à cota 118 m e numa área de 14 660 m2. A metodologia do enchimento do Núcleo B de Exploração segue o mesmo modelo do implementado no Núcleo A. Para o efeito, a volumetria útil de material de enchimento representa cerca de 185 992 m3, permitindo a reposição topográfica do céu aberto à cota dos 118 m, a que corresponde uma superfície com área de aproximadamente 19 050 m2; • Colocação do horizonte de terras vegetais considerado razoável (entre 0.3 a 0.45 m) sobre a superfície do enchimento dos Núcleos A e B de Exploração (que totaliza 43 330 m2) o que corresponde uma volumetria total de 21 300 m3, ou seja, cerca de 12 750 m3 e 8 550 m3, respectivamente; • Repovoamento arbóreo da área intervencionada, implementado em fase com o avanço da lavra, segundo um ritmo de “lavra à frente e recuperação atrás”, ou seja, após se efectuarem as acções de colocação do material de enchimento e do substrato de terra vegetais. A metodologia da plantação que obedece a modelos de silvicultura utilizando espécies pertencentes à vegetação climácica local (Pinus pinea). No total serão plantados cerca de 11 190 pinheiros, em compasso de 3×3 m.

3ª Fase – Medidas a implementar no após actividade extractiva: • Plano de desactivação e desmantelamento de equipamentos e infra-estruturas – compreende a desmobilização e remoção das infra-estruturas e equipamentos da unidade industrial de lavagem, as quais serão expedidas para unidades de reciclagem e reutilização, em particular no que respeita a sucatas e estruturas em ferro e outras ligas metálicas. Das edificações construídas, serão mantidas o pavilhão industrial e as instalações sociais, que à altura serão obviamente reconvertidos em instalações de apoio à reutilização do espaço; • Repovoamento arbóreo da área afecta aos anexos de pedreira, com a plantação de 4 900 pinheiros mansos.

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Pedreira da “Pêga” – EIA Resumo Não Técnico

Cronograma de Trabalhos: apresenta-se no Quadro 1

Quadro 1 – Cronograma de trabalhos previsto.

Tarefas Acções e medidas a implementar

Vida Útil da Exploração (em anos) 0-6 6-10 Desmonte do maciço arenoso no Núcleo A de

Exploração

Trabalhos de

exploração (lavra) Desmonte do maciço arenoso no Núcleo B de Exploração

Implementação da “elevação triangular” no perímetro da pedreira, hidrossementeira, plantação arbórea na base do talude no Sector SE (contíguo à estrada municipal)**

*

Enchimento da corta do Núcleo A de Exploração** Enchimento da corta do Núcleo B de Exploração** Colocação de substrato de terras vegetais sobre o enchimento no Núcleo A**

Colocação de substrato de terras vegetais sobre o enchimento no Núcleo B**

Reflorestação arbórea no Núcleo A**

Trabalhos de recuperação

paisagística da escavação

Reflorestação arbórea no Núcleo B**

Desactivação e desmantelamento das infra-estruturas e equipamentos

Desmobilização e remoção dados equipamento e infra-estruturas, remoção de entulhos, sucatas e blocos de betão, nivelamento e regularização da superfície topográfica.

Reflorestação arbórea da superfície afecta ao “anexos de pedreira”

**

* Acções referentes à 1ª Fase, já implementadas

** Acções referentes à 2ª Fase, a implementar em concomitância com a lavra **Acções referentes à 3ª Fase, a efectuar no após actividade extractiva

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Pedreira da “Pêga” – EIA Resumo Não Técnico

3 – CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS DE REFERÊNCIA

Geologia e Geomorfologia – O recurso geológico a explorar – areias e argilas da Pêga – integra a sequência sedimentar designada por Pliocénico da bacia de Leiria - Pombal, que na área em estudo se divide em duas grandes unidades: a Unidade Inferior, que tem como característica principal o seu carácter arenoso, distinguindo-se como tipos principais de areia as designadas Areias de Carnide, que são areias finas a muito finas, de cor amarela e com seixo rolado em forma de amêndoa, e as designadas Areias da Roussa, que são constituídas por uma areia fina a média de cor branca; a Unidade Superior, que possui uma espessura média compreendida entre 5 e 7 metros, tem carácter arenoso - argiloso, e apresenta intercalações mais ou menos desenvolvidas de argilas cinzentas a negras com espessuras de 1.5 a 2 metros, as designadas Argilas do Barracão. A pedreira da “Pêga” localiza-se na zona de cabeceira bacia hidrográfica da ribeira da Carreira, afluente da margem direita do rio Lis, mais propriamente nos extremos Nascente e Sul daquela bacia perto da zona de cumeada.

Solos – No interior da pedreira da “Pêga e sua envolvente mais próxima dominam os designados podzóis, ou seja solos que apresentam as seguintes características: solos minerais com horizonte superficial claro e denotando a lavagem de óxidos ferro, sob o qual surge um horizonte avermelhado no qual os óxidos de ferro se acumularam; solos com espessuras não superiores a 60 cm e apresentando textura grosseira.

Planeamento e Ordenamento do Território – A pedreira da “Pêga” não assenta em solos pertencentes à Reserva Agrícola Nacional (RAN), encontrando-se bastante afastada das manchas cartografadas mais significativas que se distribuem ao redor das povoações vizinhas. O sector Norte da pedreira da “Pêga” intersecta uma mancha de solos incluídos na Reserva Ecológica Nacional (REN), porém esse mesmo sector não constitui área a intervencionar pela lavra. Na Planta de Ordenamento do Território do Plano Director Municipal de Leiria, a pedreira da “Pêga” insere-se quase na totalidade numa área cartografada como pertencendo à classe de Espaços Florestais, porém uma pequena

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Pedreira da “Pêga” – EIA Resumo Não Técnico

mancha de terreno está incluída na classe de Espaços Agrícolas, sub-classe de Outros Espaços Agrícolas. Faz-se notar que essa mancha não será alvo de qualquer actividade extractiva de massas minerais.

Clima – Na região em estudo confluem dois regimes climáticos distintos, o Mediterrâneo e o Atlântico. As menores velocidades do vento ocorrem entre Outubro e Fevereiro, sendo que neste intervalo temporal os ventos sopram preferencialmente de Sul. As maiores velocidades verificam-se nos meses de Julho e Agosto, sendo que neste período os ventos sopram essencialmente de Sudoeste.

Recursos Hídricos – A pedreira da “Pêga” localiza-se na bacia hidrográfica da ribeira da Carreira. Apesar de rodeada por linhas de água sazonais de ordem inferior, a área da pedreira não é atravessada por nenhum talvegue com circulação perene, posicionando-se numa área em que a recarga aquífera anual ronda os 210-230 mm. A região em estudo está sob a influência do sistema aquífero do “Louriçal”, porém na sua envolvente mais próxima não existe nenhuma saída natural deste sistemas (nascente e/ou descarga fluvial). No contexto regional, a qualidade das águas é de uma forma geral razoável, estando alguns focos de poluição particularmente associados a zonas sob a influência da descarga dos efluentes produzidos nos maiores núcleos populacionais da região ou a sectores onde predomina a actividade agrícola.

Paisagem – Como traços paisagísticos principais da área de inserção do projecto destacam-se: a) Áreas praticamente desprovidas de cobertura vegetal, resultantes da cessação desordenada de alguma actividade ligada à produção florestal, em associação com clareiras dispersas no seio do pinhal/eucaliptal. No interior da pedreira, estas áreas têm vindo a ser requalificadas em zonas propícias à fixação de espécies animais, como sejam a raposa ou o coelho bravo, através da construção de “nichos ecológicos”; b) Extensas áreas com densa cobertura vegetal, assente numa estrutura de bosquetes essencialmente formados pelo pinhal e eucaliptal; c) Pequenos retalhos de terrenos outrora cultivados e actualmente bastante surribados para suporte de plantações recentes de

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Pedreira da “Pêga” – EIA Resumo Não Técnico

eucalipto, ou então totalmente abandonados onde as espécies florísticas espontâneas proliferam.

Ecologia – A área da pedreira da “Pêga” encontra-se significativamente afastada de qualquer Área Protegida ou Sítio Classificado pelo Instituto da Conservação da Natureza. O biótopo florestal que caracteriza a envolvente da área do projecto evidencia uma total ausência de vegetação primitiva, dominando os pinhais e com menor expressão os eucaliptais. Com excepção da avifauna, o número de espécies ocorrentes e observadas é reduzido.

Ruído – O estudo revelou, através de medições de ruído efectuadas na periferia da pedreira da “Pêga”, em locais sob a influência de fontes sonoras permanentes (estabelecimento industrial anexo), que a zona do projecto é pouco ruidosa. Não se prevê que esta situação se altere com a entrada em funcionamento do presente projecto de exploração, ou seja com o desenvolvimento da actividade extractiva.

Qualidade do Ar – O estudo revelou, nas recolhas de poeiras efectuadas na periferia da pedreira da “Pêga”, em locais sob a influência de focos de emissão permanentes (estabelecimento industrial), que a concentração de poeiras totais na zona do projecto é bastante reduzida. Face à densa estrutura arbórea que rodeia a pedreira, em particular os futuros núcleos de exploração, é de prever que na envolvente mais próxima à área do projecto os níveis de empoeiramento permaneçam reduzidos com a entrada em funcionamento da actividade extractiva.

Rede Viária - As três estradas cuja utilização está prevista para se proceder ao escoamento da produção anual de 300 000 toneladas de areias a implementar na pedreira da “Pêga”, são: a estrada asfaltada que faz a ligação entre a pedreira e a Estrada Nacional EN109, para abastecimento dos centros consumidores da região Centro-Litoral; a estrada Nacional EN533 (sentido NE), que faz a ligação entre a pedreira e a Estrada Nacional EN1, para abastecimento dos centros consumidores da região Centro-Interior; a estrada

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Pedreira da “Pêga” – EIA Resumo Não Técnico

Nacional EN533 (sentido Sul), que faz a ligação entre a pedreira e o Itinerário Complementar IC1, para abastecimento dos centros consumidores da região Sul. Em qualquer dos casos, trata-se de infra-estruturas viárias dimensionadas para a circulação regular de veículos pesados. Estima-se que o tráfego médio será de 15 camiões por dia e por estrada.

Sócio-Economia – A freguesia do Souto da Carpalhosa, na qual se insere a área do projecto, localiza-se na região do Pinhal Litoral, 15 km para norte da cidade de Leiria. Estende-se sobre uma superfície de 30.3 km2, sendo hoje considerada a sexta maior freguesia em área e a nona em população. Embora se encontre afastada da área urbana de Leiria, local onde se têm verificado os crescimentos populacionais mais acentuados, a população do Souto da Carpalhosa continua a aumentar (os Censos 2001 apresentam uma variação positiva de 8.2%), embora envelhecendo. A população adulta (25-64 anos) representa mais de metade da população actual, factor importante na capacidade de atracção para a fixação da população activa nesta freguesia. As gentes são empreendedoras, já que 40% das famílias é constituída por empresários. A construção civil é, indiscutivelmente, o sector mais dinamizador do Souto da Carpalhosa, representando 25% do tecido empresarial da região. O sector primário representa um vasto número de explorações dedicadas à produção animal, nomeadamente a avicultura e a suinicultura, mas também à silvicultura. A oferta comercial e de outros serviços corresponde grosso modo às necessidades da população.

Património Arquitectónico e Arqueológico – Nas freguesias da Bidoeira de Cima e do Souto da Carpalhosa, referências administrativas locais para a área do projecto, não existem imóveis classificados. Relativamente ao património arqueológico, não foi registada qualquer incompatibilidade entre o projecto e o património local. Também não se prevê a necessidade de se proceder a trabalhos de sondagem ou escavação, visto que não se detectam realidades afectáveis pela exploração da pedreira

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4 – IMPACTES AMBIENTAIS E MEDIDAS PRECONIZADAS

A análise dos impactes ambientais incidiu sobre os aspectos negativos e positivos gerados no meio ambiente pelo projecto de exploração que se pretende implantar na área alvo de estudo (futura exploração da pedreira da “Pêga”). Na avaliação dos impactes utilizou-se uma escala que genericamente classificou os impactes como nulos, importantes, pouco ou muito importantes.

Clima – Serão pouco importantes os impactes gerados no clima pela actividade extractiva que se pretende iniciar na pedreira da “Pêga”, dada a reduzida área a intervencionar pela mesma.

Geomorfologia – No contexto da exploração preconizada, os impactes negativos na geomorfologia gerados pela depressão escavada e pelos depósitos de materiais serão pouco importantes. Permitindo o posicionamento da área do projecto, em termos de impacte visual, tirar elevado partido da vegetação existente, as medidas de recuperação paisagística a implementar durante as três fases de exploração permitirão atenuar o impacte visual e morfológico gerado, o qual assumirá apenas um carácter temporário.

Solos e Ordenamento do Território – São pouco importantes os impactes gerados pela pedreira no solo, no ordenamento do território e nas áreas de uso condicionado. No solo porque, dadas as características da exploração, não se fará qualquer tipo de manutenção de equipamentos na área da pedreira, tendo-se pelo facto considerado nulos os impactes no solo por eventuais riscos de contaminação gerados pela deposição de resíduos industriais; no ordenamento do território porque a totalidade da área afecta à pedreira não colide com nenhuma área de protecção especial (área protegida ou sítio classificado); nas áreas de uso condicionado porque a actividade extractiva nos núcleos de exploração não irá interferir com manchas de RAN, REN ou outras relativamente às quais essa actividade esteja interdita.

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Recursos Hídricos – São pouco importantes os impactes gerados pela pedreira nos recursos hídricos locais e regionais. O desenvolvimento da lavra não irá interferir com qualquer linha de água superficial, nem com quaisquer unidades morfo-estruturais que na região condicionem os grandes traços da circulação sub-superficial e profunda. Não se prevê igualmente que possa ter qualquer influência na qualidade da água que caracteriza o potencial hídrico da região, uma vez que a pedreira se posiciona numa zona de vulnerabilidade reduzida.

Ecologia – O estudo revelou que são pouco importantes os impactes na fauna e na flora que serão gerados pela actividade de exploração na pedreira da “Pêga”, mas recomenda a implementação das acções de recuperação paisagística, de forma a diminuir o efeito provocado pela destruição do coberto vegetal que será necessário efectuar nas áreas de exploração, promovendo-se em simultâneo a fixação da fauna em zonas próximas das áreas a intervencionar. Faz-se notar que a construção de “nichos ecológicos” em zonas da pedreira que não serão alvo da actividade extractiva já conduziu à fixação e desenvolvimento de colónias de coelhos bravos e à fixação de raposas.

Paisagem – O estudo revelou que a alteração do espaço pela ocupação industrial do terreno e a perturbação das características originais da paisagem abrangente (pela presença de homens, máquinas, escavação, e depósitos de materiais), originadas com a implementação do projecto, constituem impactes negativos pouco importantes na estrutura paisagística existente na Pêga. Na verdade, considerando a reduzida dimensão do projecto e o facto da área ser pouco visível a partir exterior, não se prevêem na paisagem efeitos de realce originados pela implementação do presente projecto de exploração. No entanto, de forma a minimizar as alterações na paisagem local impostas pelo desenvolvimento da escavação, o estudo recomenda a adopção das medidas de recuperação paisagística a implementar durante e após a fase de exploração, de forma a reabilitar paisagística e ambientalmente o espaço afectado.

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Ruído – Serão pouco importantes os impactes negativos que serão gerados pelo ruído proveniente do uso de máquinas na actividade de exploração da pedreira da “Pêga”. O estudo concluiu (pelos resultados obtidos nas medições de ruído efectuadas) que a entrada em funcionamento do projecto não irá incrementar os níveis de ruído que actualmente se verificam na zona, no entanto propõe a adopção de medidas com o intuito de controlar o ruído emitido para o ambiente geral.

Poeiras – Na situação actual, considerando a presença do estabelecimento industrial anexo à pedreira, são pouco importantes os impactes negativos gerados na envolvente à área do projecto pelas poeiras oriundas do seu interior. Após a entrada em funcionamento da actividade extractiva, não se prevêem alterações significativas a esta situação. No entanto, o estudo recomenda um conjunto de medidas conducentes ao controlo dos níveis de empoeiramento no interior da pedreira, onde efectivamente as concentrações poderão ser mais elevadas, sugerindo também a adopção de um Plano de Monitorização para o controlo das poeiras no ambiente externo.

Rede e Circulação Viária – Dado o número relativamente reduzido de camiões que se acrescentarão ao tráfego diário nas estradas utilizadas para o escoamento das areias lavadas produzidas na pedreira da “Pêga”, considera-se pouco importante o impacte produzido por esta unidade extractiva na vertente em apreço. Se a este facto associarmos os efeitos positivos da implementação de algumas medidas de minimização que irão ser preconizadas, como sendo a cobertura das cargas transportadas, a utilização do autotanque na lavagem dos rodados dos camiões à saída da pedreira, e o controle sistemático do acondicionamento das cargas, poderemos admitir que a acumulação de impactes sobre a rede rodoviária local, relativamente ao tráfego já existente, adquirirá ao longo da actividade apenas um carácter residual. Desde que cumpridas algumas regras de segurança que têm fundamentalmente a ver com os limites de velocidade permitidos, com a sinalização instalada e com o controlo da degradação dos pavimentos na zona envolvente à pedreira, não serão previsíveis impactes negativos na rede viária directamente relacionados com a entrada em funcionamento do novo projecto de

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exploração. A Argilis, Lda deverá, contudo, assumir posições de consenso em acções concertadas para a resolução dos problemas da rede viária local que a todos interessa e de que todos se servem.

Património Arqueológico e Arquitectónico – São nulos os impactes negativos que serão gerados pela pedreira no património cultural da região, uma vez que na sua zona de influência não existe qualquer património protegido ou em vias de protecção, nem qualquer área com potencial arqueológico reconhecido.

Sócio-Economia – Em termos regionais, consideram-se os seguintes impactes positivos gerados pela actividade de exploração na pedreira da “Pêga”: • a produção de um produto de boa qualidade, com grande facilidade de penetração no mercado, servindo ao mesmo tempo como veículo de projecção da região; • contributo para a criação de potencialidades de dinamização económica e a criação de condições para a melhoria das infra-estruturas concelhias. Os impactes positivos a nível local são o resultado directo da implementação do projecto de exploração, e reflectem-se de uma forma positiva ao longo da vida útil da pedreira. Assim, prevêem-se os seguintes impactes: • Demografia - Ainda que em pequeno número, a contratação de trabalhadores locais irá contribuir para a fixação de famílias e para a estabilização da população. No concelho de Leiria, assiste-se neste sector de actividade a uma situação parcial de pleno emprego, sendo por vezes necessário recorrer a outras regiões para recrutar trabalhadores especializados, facto que se revela positivo nas repercussões ao nível do crescimento da população presente, no desenvolvimento de infra-estruturas habitacionais e na expansão do comércio local; • Emprego - Revelando-se o emprego na indústria extractiva, em termos monetários, como mais compensador que o trabalho agrícola, as possibilidades de emprego, sobretudo para a população adulta jovem, são maiores e mais atractivas facto que, para além de induzir no médio e longo prazo uma tendência de fixação da população à terra, contribuirá para aumentar a taxa de actividade e diminuir a de desemprego; • Dinamização económica e social - Em consequência do anteriormente referido, a criação de postos de trabalho qualificados (ocupados com trabalhadores locais e/ou da região), a necessidade de dar resposta às suas solicitações e

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necessidades e a criação de riqueza local, são factores que contribuem para o desenvolvimento das actividades a jusante directa ou indirectamente relacionadas com a extracção das areias da Pêga, induzindo por sua vez o aumento de receitas e a criação/manutenção de outros empregos, levando a uma maior dinamização económica e social no concelho de Leiria.

Com base nos recursos locais existentes, o desenvolvimento a nível local e regional terá sempre que passar por uma diversificação, e mesmo pela complementaridade de actividades, de forma a promover alguma riqueza e gerar emprego. No entanto, toda esta dinâmica fará sentido se alicerçada na minimização da conflitualidade existente entre a valorização e os modos de utilização destes recursos. Neste contexto, é legítimo pensar-se que a exploração das areias e argilas na pedreira da “Pêga” é de extrema importância para o desenvolvimento integrado e sustentável da região, na medida em que nesta pedreira se pretende fazer o aproveitamento económico e integral de um recurso natural, assente numa estrutura onde todos os intervenientes têm uma postura responsável e aberta na resolução dos problemas inerentes a este tipo de actividade, tentando na medida do possível evitar qualquer conflitualidade com o ambiente, com as populações e com as outras actividades. Considera-se assim que a dinamização económica gerada pela pedreira da “Pêga” constitui um impacte com repercussões sócio-económicas positivas ao nível regional e local, dando um contributo activo e bastante positivo para o equilíbrio sócio-económico da região.

Impactes Residuais – Serão praticamente nulos os impactes residuais gerados pela actividade a desenvolver na pedreira da “Pêga”, uma vez que o potencial impacte residual gerado pelas depressões escavadas assumirá, após o términus da actividade, um carácter temporário e não permanente, na medida em que os procedimentos conducentes à recuperação final da área de lavra permitirão atenuar de forma eficaz a alteração geomorfológica e visual criada pelo desmonte até então exercido, não se comprometendo deste modo, e de forma irreversível, a recuperação dos valores paisagísticos e da biodiversidade existentes antes do inicio da actividade no local.

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5 – PLANOS DE MONITORIZAÇÃO

O estudo apresenta propostas de monitorização para o ruído e qualidade do ar (poeiras) no ambiente externo da pedreira, no âmbito do processo de observação e recolha de dados sobre o estado do ambiente e sobre os efeitos ambientais que serão induzidos pela implementação do projecto, bem como a monitorização para o ruído e qualidade do ar (poeiras) no ambiente interno da pedreira, no âmbito do cumprimento integral e criterioso do Plano de Segurança e Saúde a implementar. De forma resumida, todos os planos de monitorização propostos contemplam a discriminação dos seis principais aspectos: 1) os parâmetros a medir; 2) os equipamentos a utilizar; 3) as metodologias recomendadas; 4) os locais de medição ou de colheita; 5) a periodicidade das campanhas; 6) a análise dos resultados obtidos. Os relatórios técnicos a elaborar por consultor especializado, serão entregues à autoridade de Avaliação de Impactes Ambientais, neste caso à CCDR-C (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro), com a periodicidade recomendada nos respectivos planos ou a que eventualmente for estabelecida na DIA.

6 – CONCLUSÕES

O estudo efectuado revelou que a maior parte dos impactes negativos que serão gerados pela pedreira da “Pêga” são pouco significativos e de carácter temporário, face à dimensão que se pretende atingir pela lavra, não sendo de prever que a implementação do projecto vá de forma significativa alterar o actual cenário que se verifica na Pêga, numa óptica de se produzirem impactes de carácter acentuado.

Os impactes negativos mais importantes suscitados pelo estudo prendem-se fundamentalmente com o impacte visual induzido pela existência de duas depressões escavadas, mas não em simultâneo, na parte Norte-Centro da pedreira, o qual traduz as transformações ao nível morfológico e paisagístico que esta porção do território irá sofrer ao longo do tempo de vida útil da exploração.

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Em termos ambientais, e relativamente à generalidade dos impactes negativos causados pela pedreira alvo de estudo, os mesmos são considerados temporários, reversíveis e de significado local, pelo que o empreendimento na sua forma final e com a implementação das medidas preconizadas, conduzirá a impactes pouco significativos, não tendo o estudo suscitado aspectos críticos e pertinentes que possam pôr em causa e de forma permanente o bem-estar das populações e o meio ambiente.

Constatou-se que os impactes positivos associados ao projecto são essencialmente de ordem social e económica, à escala local e regional, como a criação de empregos, a fixação da população e o facto do empreendimento gerar riqueza, tendo-se revelado a actividade extractiva instalada e que aqui se desenvolve como capaz de promover o desenvolvimento de outras actividades económicas situadas a jusante e de contribuir para o equilíbrio sócio-económico da região.

Julga-se que os impactes negativos detectados não inviabilizam em termos ambientais o projecto de exploração desta pedreira. As medidas propostas são, em nossa opinião, suficientes para salvaguardar a qualidade ambiental da zona a intervencionar, e serão suficientemente capazes de assegurar uma herança ambiental satisfatória.

O estudo revelou ainda outros factores que atestam a viabilidade do projecto em termos ambientais, sociais e económicos, a saber:

• O facto da maior parte dos impactes negativos diagnosticados serem temporários, reversíveis e de significado local e reduzido, sobretudo os que se relacionam com as áreas temáticas mais sensíveis nesta indústria (ruído, empoeiramento, factores paisagísticos/ecológicos);

• O facto da pedreira se inserir numa zona de vulnerabilidade e fragilidade visual reduzida a média, e com reduzido potencial de sensibilidade paisagística a eventuais acções perturbadoras que interfiram com as suas características visuais, embora o projecto de

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exploração não interfira directa ou indirectamente com zonas protegidas, ao não intersectar ou de certa forma perturbar qualquer das áreas de interesse ecológico identificadas (Reserva Natural e Sítios Classificados);

• A intenção da empresa em levar a cabo uma correcta gestão do projecto de exploração e de recuperação paisagística, para que logo de inicio os impactes esperados possam ser minimizados;

• A disponibilidade da empresa em ajustar a exploração da pedreira às medidas de protecção ambiental preconizadas neste estudo e em criar condições para a valorização da zona em que se insere;

• A disposição de a nível interno se proceder à realização de estudos e experiências que envolvam cenários previsionais de curto/médio prazo, numa perspectiva de adaptação contínua às linhas mestras suscitadas e desenvolvidas no presente estudo;

• A procura das melhores soluções técnicas, ambientais e económicas, de forma a assegurar, em qualquer das situações e/ou soluções a adoptar, o seguinte: a) uma efectiva protecção do solo contra a erosão; b) uma mínima contaminação das águas (sejam superficiais ou subterrâneas); c) uma nula afectação de valores patrimoniais; d) uma minimização da afectação de valores ecológicos e paisagísticos; e) outras medidas que contribuam simultaneamente para sanear e/ou minimizar conflitos ambientais existentes ou que surjam durante o desenvolvimento da exploração no local;

• A intenção da empresa em explorar as areias e as argilas de uma forma racional e equilibrada, em termos económicos, sociais e ambientais, assegurando a maximização da aptidão do local para a exploração dos recursos naturais endógenos da região, e mesmo dos recursos humanos;

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• O facto de as perspectivas de desenvolvimento e da criação de riqueza na região apontarem para a exploração dos recursos naturais existentes, traduzindo-se o aumento directo das receitas numa importante fonte de financiamento autárquico;

• O facto dos responsáveis autárquicos e as populações em geral serem receptivos ao desenvolvimento económico e social proporcionado pelas actividades que visam a exploração dos recursos naturais da sua região (no caso concreto a exploração das areias e argilas da Pêga), desde que cumpram as normas legais em vigor, sobretudo no que respeita ao bem-estar das populações e à protecção do meio ambiente;

• A convicção que o projecto de exploração preconizado para a pedreira da “Pêga” constitua no seu todo uma acção positiva e favorável para a região onde se insere, sendo o presente Estudo de Impacte Ambiental e o Plano de Pedreira que o acompanha o garante do modo como o mesmo vai ser desenvolvido no local (correcta gestão ambiental da actividade, bom aproveitamento do recurso mineral ao nível da qualidade e da quantidade do material extraído, práticas e técnicas correctas de exploração e recuperação, etc.).

No futuro, o que se espera do espaço recuperado é que este possa permitir o restabelecimento de condições fundamentais como a liberdade de trocas, a continuidade e elasticidade dos processos biológicos, e a capacidade de regeneração e auto-depuração dos recursos vivos, que só será possível numa paisagem que reúna as condições mínimas para se poder considerar útil, sustentável e viável, e que permita a livre circulação da água, do ar e da matéria orgânica, bem como a recuperação natural da biodiversidade. A obtenção das condições mínimas para o desenvolvimento de todos estes factores, só será possível com a concretização da recuperação paisagística num local tão profusamente explorado como é o Pêga.

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