PROPOSTA N.º 133/2018. Procedimento de Regularização Extraordinária dos Vínculos Precários no Município de Lisboa

(1)

C Â M A R A M U N I C I P A L D E L I S B O A

PROPOSTA N.º 133/2018

Procedimento de Regularização Extraordinária dos Vínculos Precários no Município de Lisboa

Considerando que:

I. O programa do XXI Governo Constitucional preconizou uma série de medidas de combate à precariedade e promoção do emprego, concretizadas nas Leis do Orçamento de Estado de 2016 e 2017, na Resolução do Conselho Ministros n.º 32/2017, de 9 de fevereiro, publicada no DR 1.º Série, de 28 de fevereiro, e na Portaria n.º 150/2017, de 3 de maio, que estabeleceram o programa de regularização extraordinária dos vínculos precários, regulamentando requisitos de avaliação e prazos exclusivamente aplicáveis à administração central;

II. Apesar do vazio normativo para as Autarquias Locais, o Município de Lisboa procedeu, desde logo, ao levantamento junto das suas várias unidades orgânicas de todos os contratos de prestação de serviços em vigor;

III. Não obstante o levantamento efetuado, a Câmara Municipal de Lisboa veio posteriormente a aprovar, através da Deliberação n.º 189/CM/2017, de 20 de abril de 2017, publicada no Boletim Municipal n.º 1210, de 27 de abril, que fossem apuradas as situações de vínculos precários de trabalhadores a assegurar necessidades permanentes do Município recorrendo a informações reportadas pelas diversas unidades orgânicas;

IV. Na sequência dessa Deliberação foi elaborado, em junho de 2017, um Relatório Preliminar, no qual se identificaram os prestadores de serviços que, àquela data, desenvolviam diversas actividades no Município de Lisboa, onde se incluíam quer os que não se enquadravam no conceito legal de prestadores de serviços atenta a natureza temporária da atividade desenvolvida e que, por essa razão, não consubstanciavam uma situação de precariedade, quer os que, por força das prementes necessidades do Município, se poderiam identificar como eventuais situações de precariedade;

(2)

V. Aquando da apresentação ao executivo do referido relatório, sem prejuízo de naquela data não existir regulamentação para a administração local, relativa ao registo e avaliação de situações de eventual precariedade que permitisse desencadear o processo de regularização das mesmas, o Município de Lisboa aprovou, na Deliberação n.º 448/CM/2017, de 29 de junho, publicada no 5.º Suplemento do Boletim Municipal n.º 1219, de 29 de junho 2017, proceder ao registo prévio de todas as possíveis situações existentes no Município, garantindo a participação de todos os interessados neste processo;

VI. Nos termos do n.º 6 da referida Resolução do Conselho de Ministros n.º 32/2017, a Direcção-Geral das Autarquias Locais (DGAL) deveria proceder, até 31 de outubro de 2017, a um levantamento de todas as situações de precariedade existentes nas autarquias, por forma a que estas pudessem beneficiar dos instrumentos criados no âmbito do programa de regularização extraordinária dos vínculos precários na Administração Pública;

VII. Nesse âmbito, em julho de 2017 a DGAL solicitou às Autarquias Locais que procedessem até 15 de outubro a esse levantamento, tendo este Município, em 12 de outubro de 2017, respondido ao solicitado, através do preenchimento do formulário, disponibilizado on line, no qual identificou 35 situações de precariedade;

VIII. Em simultâneo e na sequência da Deliberação n.º 448/CM/2017, de 29 de junho, decorreu entre 25 de setembro e 24 de outubro de 2017 o registo de interessados promovido pelo Município, findo o qual foi elaborado o Relatório do Registo de Interessados para Regularização de Eventual Precariedade no Município de Lisboa, tendo-se verificado um total de 165 registos;

IX. Em janeiro de 2018, com a entrada em vigor do Programa de Regularização Extraordinário dos Vínculos Precários da Administração Pública – PREVPAP, aprovado pela Lei n.º 112/2017, de 29 de dezembro, foram definidos os termos da aplicação daquele Programa às Autarquias Locais e ao Sector Empresarial Local;

X. O Programa abrange as pessoas que exercem ou tenham exercido funções correspondentes a necessidades permanentes dos serviços, sem o vínculo jurídico adequado, no período de 1 de janeiro de 2017 a 4 de maio de 2017, ou parte dele, durante

(3)

pelo menos um ano à data do início do procedimento concursal de regularização e que sejam reconhecidas pelo órgão competente, no caso em apreço o órgão executivo;

XI. O referido diploma legal estabelece no n.º 5 do artigo 3.º que “nas autarquias locais pode ser adotado o procedimento previsto na Portaria n.º 150/2017, de 3 de maio, garantindo designadamente a constituição das Comissões de Avaliação Bipartidas (CAB), com as adequadas adaptações.”;

XII. Na prossecução do princípio da participação, que tem norteado a atuação deste Município, privilegiando a estreita colaboração com as estruturas sindicais e auscultação dos interessados, de que é exemplo o registo para regularização de eventual precariedade, a constituição da Comissão de Avaliação Bipartida (CAB), tal como prevista na Portaria n.º 150/2017, de 3 de maio, afigura-se como a solução mais adequada para a execução do PREVPAP nesta edilidade, precedida da abertura de um período complementar de registo, possibilitando a identificação de novos interessados que não o tenham manifestado anteriormente;

XIII. A CAB tem por missão a avaliação das situações de exercício de funções com sujeição ao poder hierárquico, de disciplina ou direção e horário de trabalho que correspondam a necessidades permanentes, sem vínculo adequado, existentes a qualquer momento do período de 1 de janeiro de 2017 a 4 de maio de 2017;

XIV. Nos termos do disposto no n.º 1 do artigo 3.º da Portaria n.º 150/2017, de 3 de maio, compete à CAB: (i) a admissão dos requerimentos que lhe sejam dirigidos por qualquer interessado; (ii) emitir parecer sobre a correspondência das funções exercidas a uma necessidade permanente do serviço onde em concreto as mesmas são desempenhadas; (iii) emitir parecer sobre a adequação do vínculo jurídico às funções exercidas;

XV. A constituição da CAB é decidida pelo executivo municipal, adotando o procedimento previsto na Portaria n.º 150/2017, de 3 de maio, com as devidas adaptações, garantindo uma representatividade adequada da entidade empregadora e das estruturas representativas dos trabalhadores;

(4)

Tenho a honra de propor que a Camara Municipal de Lisboa delibere, ao abrigo do disposto no n.º 5 do artigo 3.º da Lei n.º 112/2017, de 29 de dezembro, aprovar:

1. O procedimento de Regularização Extraordinária dos Vínculos Precários no Município de Lisboa, através da constituição de uma Comissão de Avaliação Bipartida (CAB), adotando o procedimento previsto na Portaria n.º 150/2017, de 3 de maio, com as adequadas adaptações, bem como a abertura de um prazo complementar de registo para interessados, ainda não registados, na regularização de eventual precariedade, por um período 10 dias úteis;

2. A composição da Comissão de Avaliação Bipartida (CAB) do Município de Lisboa, com os seguintes membros, ordenados por ordem alfabética:

a) Representantes efetivos do Município de Lisboa:

- João Pedro Cecílio de Almeida Contreiras, Diretor Municipal de Recursos Humanos (DMRH), que coordenará;

- Maria do Carmo de Nóbrega Policarpo, Técnica Superior (Direito), do Departamento Jurídico (DJ);

- Maria João Gonçalves Vicente, Diretora do Departamento de Gestão de Recursos Humanos (DGRH/DMRH);

- Maria Madalena Marques dos Santos, Técnica Superior (Direito), do Departamento de Atividade Física e do Desporto (DAFD/DMED);

- Noémia Maria das Neves Summavielle de Freitas, Técnica Superior (Direito) da DMRH;

- Pedro Miguel Costa Correia, Técnico Superior (Direito), do DGRH/DMRH; b) Representantes suplentes do Município de Lisboa:

- Célia Marina Galrito Cardoso Franco, Técnica Superior (Direito), da DMRH;

- Isabel Esperança Cruz Duarte Santos Castro, Técnica Superior (Administração

Pública, Ciências Políticas e Socias), da DMRH;

- Isabel Maria Mano Castela Neves, Chefe de Divisão de Planeamento e Gestão de Recursos Humanos (DPGRH/DGRH/DMRH);

- Lisete Maria dos Santos Brotas Pinto, Técnica Superior (Direito), do DGRH/DMRH; - Paula Isabel Valhelhas Pereira, Técnica Superior (Direito) do DGRH/DMRH; - Regina Constança Patrício Pacheco, Técnica Superior (Direito), do DJ;

(5)

c) Representantes efetivos das estruturas sindicais representativas dos trabalhadores, ordenados por ordem alfabética das estruturas sindicais:

- Pedro Lourenço Costa, do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado e Entidades com Fins Públicos (STE);

- Carlos Miguel Dias Moreira, do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (SINTAP);

- Luís Filipe Dias, do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML); - Sérgio Rui Martins Carvalho, do Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais, do (SNBP);

- Carlos Manuel Faia Fernandes, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins (STAL);

d) Representantes suplentes das estruturas sindicais representativas dos trabalhadores:

- Rosa Silva Sousa, do STE;

- Mavilde Maria Alves Antunes Parreira, do SINTAP; - Delfino Navalha Serras, do STML;

- Marco Dias Alípio, do SNBP;

- Paulo Jorge Costa Rodrigues, do STAL. Anexos:

Anexo A – Relatório preliminar com o levantamento de todos os contratos de prestação de serviços, efetuado junto das várias unidades orgânicas do Município de Lisboa

Anexo B - Relatório do Registo de Interessados para Regularização de Eventual Precariedade no Município de Lisboa

Lisboa, aos 27 de março de 2018

O Vereador João Paulo Saraiva