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CAIXAGEST TÉCNICAS DE GESTÃO DE FUNDOS, S.A. Relatório e Contas 2011

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ÍNDICE

ÓRGÃOS SOCIAIS E AUDITORES ... 3

ESTRUTURA ACCIONISTA... 3

ENQUADRAMENTO ECONÓMICO ... 4

MERCADO DE CAPITAIS ... 8

MERCADO DE FUNDOS MOBILIÁRIOS PORTUGUÊS ... 12

ACTIVIDADE DA CAIXAGEST... 13

PROPOSTA DE APLICAÇÃO DOS RESULTADOS ... 16

CONSIDERAÇÕES FINAIS... 16

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS COM NOTAS EXPLICATIVAS ... 18

RELATÓRIO DO GOVERNO DA SOCIEDADE ... 43

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ÓRGÃOS SOCIAIS E AUDITORES

Assembleia Geral

Presidente Salomão Jorge Barbosa Ribeiro

Secretário Drª Maria Amélia Vieira de F.Carvalho de Figueiredo Secretário Dr. Ruben Filipe Carriço Pascoal

Conselho de Administração

Presidente Dr. João Eduardo de Noronha Gamito Faria

Vogal Dr. Fernando Manuel Domingos Maximiano

Vogal Dr. Luís Miguel Saraiva Lopes Martins

Órgão de Fiscalização (Fiscal único)

Efectivo Oliveira Rego & Associados - S.R.O.C. - representada pelo Dr. Manuel de Oliveira Rego

Suplente Dr.ª Paula Cristina Guerreiro Ganhão de Oliveira Rego

Comissão de Vencimentos

Membro Dr. Henrique Pereira Melo

Membro Dr. Vitor José Lilaia da Silva

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RELATÓRIO DA GESTÃO

ENQUADRAMENTO ECONÓMICO

Em 2011 a economia mundial voltou a expandir-se, embora o crescimento económico tenha registado um abrandamento no segundo semestre do ano. Depois de uma primeira metade em que a actividade económica registou um ritmo de crescimento forte, em particular nos países emergentes, o segundo semestre foi caracterizado por uma crescente preocupação com o abrandamento da economia.

Ao contrário do ano anterior, a deterioração dos indicadores económicos em muitas regiões do globo levou a que as estimativas de crescimento para 2011, por parte de instituições internacionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a OCDE, entre outras, fossem sucessivamente revistas em baixa. No World Economic Outlook de Setembro de 2011, o FMI estimava um crescimento para a economia mundial em 2011 de 4.0%, percentagem inferior aos 4.4% previstos no relatório de Abril. O FMI alertou ainda, no final de 2011, para o aumento de diversos riscos, nomeadamente de natureza orçamental e financeira.

Taxas (em %)

PIB Inflação Desemprego

2010 2011 2010 2011 2010 2011

União Europeia (a) 2,0 1,6 2,1 3,1 9,7 9,7

Área do Euro 1,9 1,5 1,6 2,7 10,1 10,0 Alemanha 3,6 3,0 2,2 2,7 7,1 6,1 França 1,5 1,6 1,7 2,3 9,8 9,8 Reino Unido 1,8 0,7 3,3 4,5 7,8 7,9 Espanha -0,1 0,7 2,0 3,1 20,1 20,9 Itália 1,5 0,5 1,6 2,9 8,4 8,1 EUA 3,0 1,5 1,6 3,0 9,6 9,0 Japão 4,0 -0,5 -0,7 -0,4 5,1 4,9 Rússia 4,0 4,3 6,9 8,9 7,5 7,3 China 10,4 9,2 3,3 5,4 4,1 4,0 Índia 10,1 7,8 12,0 10,6 n.d. n.d. Brasil 7,5 3,8 5,0 6,6 6,7 6,7

O ano de 2011 ficou marcado pelo agravamento da crise da dívida soberana na Europa. Numa primeira fase acentuaram-se as preocupações com a situação da Grécia, devido aos receios de uma reestruturação da dívida helénica, e estes propagaram-se à situação das finanças públicas de outros estados da periferia europeia. Durante este período, Portugal recorreu aos mecanismos de ajuda conjunta da União Europeia (UE) e do FMI.

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Assistiu-se, em consequência do agravamento da crise da dívida soberana, a um novo aumento da aversão ao risco por parte de diversos participantes nos mercados financeiros, sobretudo durante o segundo semestre. Tal traduziu-se, por um lado, numa nova fase de alargamento dos spreads das obrigações de governo, agora não só de economias periféricas. Por outro lado, o mesmo se verificou nas obrigações de empresas, a par de uma mais acentuada redução de novas emissões de dívida privada em mercado, sendo o sector financeiro o mais penalizado. Neste, o alargamento dos spreads foi particularmente visível, chegando a atingir o valor mais elevado de sempre, superior inclusive ao verificado no seguimento da falência do banco norte-americano Lehman Brothers.

A crise da dívida soberana fez-se sentir também nos EUA. Obrigados a subir o limite da dívida pública numa altura em que aumentava a dificuldade de financiamento dos Estados soberanos, os EUA viram a agência de notação de risco S&P reduzir o rating atribuído à dívida pública de AAA para AA+ em Agosto.

Os responsáveis governamentais e os bancos centrais implementaram medidas em 2011 para estabilizar os mercados financeiros e impulsionar a actividade económica.

Na Área Euro, após o BCE ter decretado, por duas vezes, o aumento da taxa directora no primeiro semestre, elevando-a aos 1.50% em Julho, o banco central fez regressar aquela taxa ao nível mínimo de 1.00% no final do ano, com a crise da dívida a intensificar-se e o crescimento a abrandar. Assistiu-se ao contínuo reforço das medidas não convencionais de política monetária, desde o regresso à compra de obrigações de dívida pública em mercado secundário, à reabertura do programa de compra de obrigações hipotecárias e à reintrodução dos leilões de cedência ilimitada de liquidez por prazos a 6 e 12 meses. Já no final do ano o BCE anunciaria ainda a realização de dois leilões de cedência de liquidez a 3 anos.

Em termos da actuação dos Governos no seio da União Europeia no sentido de debelar os efeitos da crise da dívida, 2011 foi marcado pela realização de diversas Cimeiras de Chefes de Estado e de Governo, e de Ministros das Finanças, das quais resultaram compromissos no sentido de flexibilizar e aumentar o poder de intervenção dos mecanismos de estabilização financeira, como seja o de adquirir títulos de dívida soberana em mercado e financiar a recapitalização de instituições financeiras, bem como de reforçar a coordenação das políticas económicas e a de fiscalização orçamental.

Fora da Área Euro, a actuação dos restantes principais bancos centrais passou igualmente pela tomada de decisões para estabilizar os mercados financeiros, as quais se traduziram no aumento da dimensão dos programas de compra de activos. O Banco Central do Japão, o Banco Central de Inglaterra e a Reserva Federal mantiveram inalteradas as taxas de referência em níveis mínimos. No que diz respeito ao crescimento económico, 2011 foi marcado por um diferente desempenho entre as duas maiores economias. Enquanto os EUA revelaram um início de ano fraco e uma aceleração ao longo dos últimos meses, devido sobretudo à retoma do consumo e do investimento, na Área Euro (AE) passou-se o contrário, com os indicadores de confiança a encerrarem o ano em zona recessiva.

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Pela negativa, sublinhe-se o desempenho das economias periféricas da Europa, sobretudo Portugal e Grécia, que terão sido os únicos Estados Membros a averbar crescimentos negativos. Pela positiva, voltou destacar-se a Alemanha com um crescimento de 2.7%, num ano em que o mercado de trabalho continuou em evidência. Em Dezembro, a taxa de desemprego germânica atingiu os 6.8%, o nível mais baixo desde a reunificação. Na Área Euro, pelo contrário, o desemprego voltou a aumentar em 2011, tendo a taxa de desemprego atingido, no final do mesmo, os 10.3%, o nível mais elevado desde a Primavera de 1998.

O nível de inflação na Área Euro, medido pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), registou em 2011 uma taxa de variação média de 2.7%, acima dos 1.6% de 2010, devido maioritariamente ao aumento dos preços energéticos.

O bloco asiático registou, novamente, um desempenho positivo, apesar dos impactos negativos resultantes da catástrofe natural ocorrida no início de 2011 no Japão e consequente crise de risco nuclear, que levaram a que aquela economia permanecesse em contracção durante toda a primeira metade de 2011. Ainda relativamente à Ásia, os indicadores económicos da China mantiveram-se robustos, sobretudo os respeitantes à actividade doméstica, apesar de terem também evidenciado algum abrandamento.

Destaque ainda para o desempenho da actividade económica brasileira, cujo crescimento económico arrefeceu substancialmente durante a segunda metade de 2011, tendo estagnado no 3º trimestre. O Banco Central do Brasil destacou-se no bloco emergente, ao decretar, por três vezes, durante o 2º semestre, reduções da taxa directora, decisão decorrente do impacto negativo que espera que as turbulências internacionais possam ter sobre a economia brasileira. No final do ano o governo brasileiro anunciou um pacote de estímulo ao consumo destinado a acelerar a actividade económica e a garantir um crescimento de 5% em 2012.

Em Portugal, 2011 marcou o início do processo de ajustamento da economia, caracterizado por uma redução do défice orçamental, bem como por uma forte desalavancagem do sector privado, incluindo do sector bancário.

A actividade económica nos primeiros três trimestres de 2011 decresceu -1.1%, se comparada com o mesmo período de 2010, salientando-se o facto de ter registado variações em cadeia negativas nos três períodos já conhecidos. Este desempenho resultou do contributo negativo do consumo privado, do consumo público e da forte queda do investimento, apesar do bom comportamento das exportações líquidas.

Sublinhe-se o contributo positivo do comércio externo. Por um lado as exportações apresentaram um crescimento de 7.8% e, por outro, as importações diminuíram 2.8%. Este comportamento esteve associado ao aumento da procura vinda do exterior, apesar do abrandamento da economia mundial, tendo-se observado um aumento das novas encomendas provindas do exterior, em termos homólogos, de 22.9% no período em causa. Por seu lado, a redução das importações deveu-se, sobretudo, à queda da procura interna.

Quer o consumo privado, com um decréscimo de 3.0%, quer o consumo público, que contraiu 2.5%, contribuíram para o fraco desempenho económico durante o período em causa. Os desafios de redução do défice orçamental e a consequente aprovação e implementação de medidas de austeridade enquadradas no Programa de Apoio Económico e Financeiro a Portugal induziram um

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consequência do nível de actividade económica e das perspectivas para a procura interna, bem como do decréscimo do investimento público. A contracção foi mais evidente no investimento sobretudo em Bens de equipamento e em construção.

INDICADORES DA ECONOMIA PORTUGUESA

(em %)

2009 2010 2011 *

PIB (Taxas de variação real) -2,9 1,4 -1,9

Consumo privado -2,2 2,3 -3,5

Consumo público 4,7 1,3 -5,2

FBCF -8,6 -4,9 -10,6

Exportações -10,9 8,8 6,7

Importações -10,0 5,1 -4,5

Taxa de Inflação (IHPC) -0,8 1,4 3,7

Rácios

Taxa de desemprego 9,5 10,8 12,5

Défice do SPA (em % do PIB) -10,1 -9,8 -5,9

Dívida Pública (em % do PIB) 83,0 93,3 100,3

INE

(*) Orçamento de Estado para 2012 - Outubro de 2011

Quanto à inflação, o IHPC português registou, nos primeiros 11 meses de 2011, uma taxa de variação média de 3.7%, consequência, sobretudo, do aumento do preço dos bens energéticos e do acréscimo de diversos impostos indirectos, designadamente, o IVA, ficando 1 ponto percentual acima do da Área Euro.

A taxa de desemprego subiu nos primeiros três trimestres de 2011 face ao período homólogo. No terceiro trimestre, esta cifrou-se em 12.5%, sendo a população desempregada de 689,6 mil indivíduos, o que representa um aumento de 24,1% face ao mesmo período de 2010.

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MERCADO DE CAPITAIS

Mercado Obrigacionista

O mercado obrigacionista em 2011 foi dominado, à semelhança de 2010, pela crise soberana europeia. Ao longo do primeiro semestre do ano, a crise manteve-se focalizada nos países denominados por ultra-periféricos (Grécia, Irlanda e Portugal); no entanto a deterioração das condições financeiras nos países periféricos acabou por contagiar Itália e Espanha.

Deste modo, assistiu-se a um alargamento generalizado dos spreads, em particular nos governos, o que culminou num efeito de contágio ao sector financeiro.

A natureza mais sistémica da crise soberana, aliada a um ciclo de divulgação de dados económicos negativos, contribuiu para o forte movimento de aversão ao risco, o que se traduziu em novos mínimos nas taxas alemãs e americanas, com quedas, no cômputo anual, de 113p.b. e 141p.b., respectivamente, no prazo com maturidade a 10 anos.

O Banco Central Europeu, que durante o primeiro semestre procedeu a duas subidas de 25p.b. da taxa de referência, perante a evidência do perfil ascendente da inflação, com a inversão das expectativas de crescimento económico e o adensar da crise da dívida soberana, acabou por reverter estes movimentos, fixando a taxa de referência em 1.00% no final de 2011. Paralelamente às descidas de taxas directoras, foram adoptadas políticas monetárias de índole não convencional, designadamente a criação de uma linha de financiamento a 3 anos, com alocação ilimitada, de modo a garantir a liquidez no sistema financeiro.

Taxas de Juro das Obrigações a 10 anos

2010 2011 EUA 3.29% 1.88% Reino Unido 3.40% 1.98% Japão 1.13% 0.99% Alemanha 2.96% 1.83% França 3.36% 3.15% Espanha 5.45% 5.09% Itália 4.82% 7.11% Irlanda 8.87% 8.43% Grécia 12.47% 34.96%

Valores no final do ano

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excessivo, contribuiu para a redução da qualidade creditícia, percepcionada pelas agências de

rating, de Portugal e Irlanda para High Yield, mantendo um número elevado de países europeus em

revisão, para possível futuro downgrade. De forma análoga, os EUA perderam, pela primeira vez, o estatuto de AAA, sendo actualmente considerados AA por uma agência de rating.

Neste sentido, a crescente preocupação com os níveis sustentáveis da dívida levou o mercado a focar-se em países com elevado risco de refinanciamento, nomeadamente Itália, Espanha e mesmo França, o que conduziu os spreads face à Alemanha a atingir máximos históricos, de 670p.b., 500p.b. e 180p.b., respectivamente, no prazo de 5 anos.

O sector financeiro, com forte dependência do mercado de capitais, registou um alargamento muito significativo, em particular nos países periféricos, assim como emitentes com maior exposição a dívida soberana. No sector de empresas não financeiras, o risco de refinanciamento foi menor, dada a situação de liquidez mais elevada, o que contribuiu para um alargamento significativamente inferior.

Mercado Accionista

Os principais mercados accionistas mantiveram, nos primeiros meses do ano de 2011, a tendência ascendente evidenciada durante o segundo semestre do ano de 2010, em função dos maiores níveis de optimismo no que se refere às expectativas de crescimento económico global. Nos meses que se seguiram, a performance dos mercados accionistas foi afectada por um conjunto de choques, de natureza endógena e exógena, que inverteram a tendência até então patenteada.

Principais Índices Bolsistas

2010 2011

Índice Variação

(%)

Índice Variação

(%)

Dow Jones (Nova Iorque) 11577 +11% 12218 +6%

Nasdaq (Nova Iorque) 2652 +17% 2605 -2%

FTSE (Londres) 5900 +9% 5572 -6% NIKKEI (Tóquio) 10229 -3% 8455 -17% CAC (Paris) 3805 -3% 3160 -17% DAX (Frankfurt) 6914 +16% 5898 -15% IBEX (Madrid) 9859 -17% 8566 -13% PSI-20 (Lisboa) 7588 -10% 5494 -28%

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contribuíram, de forma peremptória, para a afectação dos índices de confiança dos agentes económicos. Adicionalmente, o ano de 2011 foi ainda marcado pela deterioração das principais economias mundiais e respectivas expectativas de crescimento económico, assim como pela crise da dívida soberana, eventos que viriam a afirmar-se como determinantes para a performance da classe nos restantes meses do ano, despoletando uma vaga de aversão ao risco que culminou numa correcção nos principais mercados accionistas.

Efectivamente, a evolução dos factores referidos ao longo do ano, designadamente a deterioração contínua das condições económicas no bloco europeu, e uma recuperação significativa destas nos últimos meses do ano nos EUA, assim como a incorporação de maiores prémios de risco, na sequência da crise da dívida soberana europeia, determinou a performance diferenciada entre os mercados accionistas no cômputo anual. Assim, nos EUA, observou-se uma variação nula do índice

S&P500, uma valorização de 6% do índice Dow Jones e uma desvalorização de 2% do índice

Nasdaq. Por outro lado, o índice agregado europeu Eurostoxx 600 obteve uma desvalorização de 17% em 2011, com destaques pela negativa para os índices accionistas de Grécia (FTSE/ASE), Portugal (PSI-20) e Itália (FTSE/MIB), a registarem perdas de 60%, 28% e 25%, respectivamente. Na Ásia, o Nikkei registou uma perda de 17%.

Em 2011, o desempenho dos mercados accionistas emergentes esteve entre os mais penalizados pelo fenómeno de aversão ao risco dos investidores, averbando desvalorizações em média superiores às observadas nas praças accionistas de mercados desenvolvidos. Assim, o índice da Morgan Stanley para os mercados emergentes registou uma queda de 20%, entre os quais foram visíveis variações de -25% do índice accionista da Índia (Sensex), de -22% do índice da China (Shangai) e perdas de 18% do índice brasileiro (Bovespa).

Perspectivas

O fraco desempenho da economia europeia ao longo do segundo semestre de 2011 conduziu a fortes revisões em baixa das expectativas de crescimento económico, fazendo actualmente parte do consenso a convicção de que a Europa irá atravessar um período de estagnação económica em 2012. Por sua vez, após um ciclo de divulgação de dados económicos fracos ao longo dos segundo e terceiro trimestres de 2011, que causaram fortes revisões em baixa das expectativas de crescimento económico nos EUA, a reversão observada nas métricas macroeconómicas ao longo do último trimestre do ano permitiu uma ascensão das expectativas para 2012, facto que deverá constituir algum suporte para as classes de risco oriundas desta região.

No que respeita à actuação dos Bancos Centrais, ao longo do ano de 2012, a Reserva Federal Americana deverá manter as operações de intervenção previstas para o mercado de dívida, com maturidade no final do primeiro semestre de 2012, mantendo as taxas directoras em níveis mínimos históricos. Por sua vez, será expectável que o Banco Central Europeu mantenha as medidas de cedência de liquidez extraordinárias a bancos comerciais, com vista à reposição da estabilidade do sistema financeiro europeu, assim como do programa de compras de dívida soberana europeia. Adicionalmente, em função da contracção das expectativas de inflação e crescimento real para a

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melhoria dos fundamentais económicos observada no último trimestre de 2011, apesar da possibilidade de prevalência do sentimento de aversão ao risco vigente no mercado e da manutenção de taxas directoras até 2013. Inversamente, existe potencial para diminuições adicionais das taxas alemãs, na sequência das fracas expectativas económicas em 2012, possibilidade de adopção de políticas monetárias mais acomodatícias pelo ECB e do sentimento de refúgio associado à crise da dívida soberana. Quanto aos mercados periféricos europeus, deverão continuar a evidenciar uma dinâmica de elevada volatilidade, em especial no primeiro semestre de 2012.

Em termos de obrigações de risco de crédito, o sector de empresas deverá permanecer susceptível à elevada volatilidade implícita no mercado e forte correlação com a evolução da crise da dívida soberana, não sendo expectável, como tal, um forte estreitamento de spreads, a partir dos níveis actuais, num horizonte de curto prazo. Ainda assim, a classe deverá continuar a beneficiar de uma rendibilidade potencial atractiva face às obrigações do tesouro de referência. No que respeita ao segmento das obrigações financeiras, o respectivo potencial poderá ser menor, dada a exposição ao risco de países periféricos europeus, necessidades de recapitalização e os maiores níveis de regulação a que serão sujeitas.

No que respeita aos mercados accionistas, num cenário de manutenção da actual divergência de expectativas de crescimento económico entre EUA e Europa e de incertezas relativamente à evolução da crise da dívida soberana, será expectável a permanência de uma performance diferenciada da classe entre os dois blocos, favorável aos EUA, à semelhança do observado nos anos de 2010 e 2011. É expectável que se mantenha o actual regime de forte volatilidade de mercado, numa conjuntura de elevados índices de aversão ao risco.

Assim, em 2012, a performance das classes de activos deverá permanecer fortemente correlacionada com a evolução da crise da dívida soberana europeia e o cenário macroeconómico vivenciado, que com grande grau de probabilidade será mais frágil na Zona Euro, apesar dos níveis de valorização atractivos apresentados pelas diferentes classes. Consequentemente, poderá existir potencial no estabelecimento de estratégias diferenciadoras de índices norte-americanos e europeus, sendo expectável uma performance atractiva das classes de risco num cenário de recuperação dos índices de aversão ao risco dos agentes económicos.

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MERCADO DE FUNDOS MOBILIÁRIOS PORTUGUÊS

No final de 2011, o valor dos activos geridos pelas sociedades gestoras portuguesas situava-se em 10.835 Milhões de Euros (M€), o que correspondeu a um decréscimo de 3.384 M€ (24%).

Os Fundos de Tesouraria perderam 1.056 M€ (47%) por deslocação dos clientes bancários para Depósitos a Prazo; os Fundos de Capital Garantido diminuíram 628 M€ (30%) devido à liquidação de 17 fundos, cujo termo do período de actividade previsto nos seus regulamentos chegou ao fim; os Fundos Flexíveis diminuíram 625 M€ (33%) e os Fundos de Acções, no seu conjunto, perderam 523 M€ (34%) devido essencialmente aos resgates e à desvalorização dos títulos em carteira. De assinalar também a perda de 220 M€ (17%) nos fundos PPR.

Os Fundos Especiais de Investimento e os Fundos de Capital Assegurado são actualmente as categorias com maior dimensão no mercado português, detendo activos no valor de 4.487M€, o que corresponde a 41% do mercado de fundos mobiliários.

MERCADO DE FUNDOS MOBILIÁRIOS PORTUGUÊS

0 M€ 5.000 M€ 10.000 M€ 15.000 M€ 20.000 M€ 25.000 M€ 30.000 M€ 2007 2008 2009 2010 2011

Tesouraria Obrigações Mistos e F.Fundos

Flexíveis Acções Nacionais Acções Internacionais

PPR Capital Assegurado Fundos Especiais

Fonte: APFIPP - Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, de Pensões e Patrimónios

Em 2011 foram constituídos 50 novos fundos, maioritariamente Fundos Especiais de Investimento, e foram liquidados 35 fundos, principalmente Fundos de Capital Assegurado, elevando para 299, o número de fundos mobiliários portugueses em actividade.

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ACTIVIDADE DA CAIXAGEST

EVOLUÇÃO COMERCIAL

Fundos de Investimento Mobiliário

O enquadramento económico desfavorável do país e da Europa em 2011, que culminou com o resgate financeiro de Portugal, maior aversão ao risco por parte dos clientes e menor liquidez no mercado nacional, contribuiu para o agravamento de uma tendência negativa no mercado nacional de Fundos de Investimento Mobiliário (FIM).

A tendência de incremento da competição do pricing praticado, ao longo do ano, nas instituições bancárias portuguesas, conduziu a um aumento generalizado das remunerações dos depósitos tradicionais, conduzindo a uma menor procura por produtos alternativos de investimento por parte dos clientes de retalho.

Face a este cenário, o paradigma do comportamento dos clientes de retalho alterou-se com a procura crescente de depósitos a prazo, com maturidades até um ano, associado a uma quebra acentuada da procura por produtos com risco diferenciado. Acompanhando a tendência do mercado, o montante gerido pela Caixagest baixou de 3 282 milhões de euros para 2 490 milhões de euros, mantendo a quota de mercado em 23%.

A estratégia comercial da Caixagest em 2011, junto dos canais de distribuição, assentou na consolidação da política de transmissão de conhecimentos e comunicação:

 Em Maio de 2011, realizou-se um questionário junto da rede comercial para avaliar a sua opinião sobre o nível da qualidade do serviço que a Caixagest presta à Rede Comercial da Caixa, e a maioria dos inquiridos manifestou uma opinião muito favorável relativamente ao serviço de Consultoria.

 Apostou-se na literacia financeira da rede comercial, com o desenvolvimento e participação em cursos de formação, promovidos por iniciativa da Caixagest, transversal a todas as funções de enquadramento da rede de retalho. A consolidação da personalização do acompanhamento da rede contribuiu para um fortalecimento da proximidade, da confiança e da criação de oportunidades ganhadoras.

 Reforçou-se a promoção de iniciativas de fomento da comunicação, internas e externas ao Grupo Caixa, com contributo relevante para o aumento dos níveis de notoriedade da empresa e para a recolha de informação de suporte ao contínuo desenvolvimento e oferta de soluções inovadoras e fortemente competitivas.

Decorrendo desta estratégia e em estreita interligação com as Direcções Comerciais e de Marketing da Caixa, foram constituídos três novos fundos especiais de investimento (FEI) fechados, que captaram um montante global de 98,5 milhões de euros:

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Destaca-se ainda, durante o ano de 2011, o término de seis Fundos Especiais de Investimento:

Fundo Mês de

Liquidação

Valorização bruta

acumulada Duração

Caixagest Multiactivos 2011 Agosto 13,81% 6 anos

Caixagest Maxiselecção Agosto 6,00% 5 anos

Caixagest Rendimento Mais Junho 10,00% 5 anos

Caixagest Memories Julho 12,37% 5 anos

Caixagest Valor Plus Abril 6,00% 4 anos

Caixagest Rendimento Crescente 2011 Março 8,25% 5 anos

Em Fevereiro de 2011, e na sequência de uma política de simplificação da oferta, procedeu-se à fusão por incorporação de alguns Fundos da Caixagest:

 Os fundos Caixagest Rendimento e Caixagest Moeda foram incorporados no Fundo Caixagest Obrigações Mais Mensal (anteriormente designado por Caixagest Renda Mensal);

 O fundo Caixagest Curto Prazo foi incorporado no Caixagest Activos Curto Prazo (anteriormente designado por Caixagest Tesouraria).

No final do ano, a Caixagest geria uma carteira de 48 fundos de investimento mobiliário amplamente diversificada por vários mercados financeiros internacionais e adaptada aos diversos segmentos de investidores.

Gestão de Patrimónios

O reconhecimento, por parte dos clientes, do acréscimo de valor com a diversidade de soluções de investimento disponíveis e adaptadas às suas necessidades, permitiu um crescimento da taxa de penetração deste serviço junto dos clientes de retalho. A área de aconselhamento registou um incremento significativo de clientes que compensou largamente a saída de clientes do serviço de gestão discricionária

No segmento de clientes Institucionais, registou-se um aumento do número da carteira das carteiras dos Fundos Reserva, mas que não foi suficiente para compensar a desvalorização, nas quais pesam significativamente as Obrigações e outros activos, cujo valor destes activos foi negativamente afectado pela crise do mercado de crédito.

Os mesmos factores que influenciaram a diminuição da procura de Fundos de Investimentos, terão também afectado a constituição de seguros de capitalização, tendo-se registado uma diminuição de

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EVOLUÇÃO FINANCEIRA

O ano de 2011 ficou marcado pela diminuição das comissões da Caixagest para o valor de 20,1 M€, menos 11% do que no ano anterior.

Os encargos com serviços e comissões registaram também um decréscimo para 11,8 M€, devido à diminuição das comissões de comercialização pagas ao banco comercializador. Os custos de funcionamento no valor de 7,0 M€ foram, em cumprimento das directrizes do accionista, 17% inferiores aos do ano anterior.

Durante o ano, a Caixa Geral de Depósitos recebeu em resultado directo desta actividade, 1,6 M€ de comissões de depositário, 8,9 M€ de comissões de comercialização e 0,4 M€ de comissões de subscrição e resgate. SOCIEDADE GESTORA (Milhares de Euros) 2010 2011 Variação Activo líquido 32 761 31 313 - 4% Capitais próprios 27 106 27 155 0%

Distribuição de dividendos e reservas 6 595 1 053 - 84%

Resultado líquido 1 053 1 108 + 5%

Capital social 9 300 9 300

% GRUPO CGD 100,0% 100,0%

MECANISMOS DE GOVERNAÇÃO

A Caixagest considera fundamental que os Fundos e as Carteiras que administra possuam um sistema de controlo interno e de gestão de riscos adequado e eficaz que assegure:

 o efectivo cumprimento das obrigações legais e dos deveres a que se encontra sujeita;  um desempenho eficiente e rentável da actividade através de uma utilização eficaz dos

activos e recursos e que assegure a estabilidade financeira da instituição;

 que a gestão dos activos é efectuada de forma diligente, sã e prudente tendo sempre como base os interesses dos clientes institucionais e particulares.

Neste sentido, a Caixagest tem vindo nos últimos anos a fomentar uma cultura e um ambiente de controlo fortalecendo a função de Compliance e a função de gestão de riscos, nomeadamente, através da implementação do projecto de Risco Operacional e Controlo Interno (ROCI) e do Plano de Continuidade de Negócio (PCN):

(16)

 No projecto PCN terminou-se a implementação do plano de continuidade operacional e de recuperação tecnológica.

Ainda no âmbito da gestão de risco, o Conselho de Administração pretende estabelecer formalmente uma função de gestão de riscos para as carteiras geridas, tendo já solicitado às estruturas centrais da Caixa Geral de Depósitos a subcontratação deste serviço.

Também já foi solicitado às estruturas centrais da Caixa Geral de Depósitos a subcontratação da função de auditoria interna, um dos pilares do sistema de controlo interno da Caixagest.

Para melhorar o acompanhamento dos assuntos operacionais, existe o Comité de Risco Operacional e Suporte ao Negócio (CROSN), que se reuniu 10 vezes. Também o Comité de Avaliação de Activos, que trata de aspectos ligados à avaliação dos activos das carteiras dos Fundos, reuniu 6 vezes.

PROPOSTA DE APLICAÇÃO DOS RESULTADOS

O Resultado Líquido do Exercício de 2011 da Caixagest – Técnicas de Gestão de Fundos S.A., foi de 1.108.519,85 Euros (um milhão, cento e oito mil, quinhentos e dezanove euros, e oitenta e cinco cêntimos), para o qual o Conselho de Administração, nos termos da alínea 5 f) do art.º 66º do Código das Sociedades Comerciais, propõe que seja submetido à Assembleia-Geral para que a mesma delibere sobre a sua aplicação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao concluir o seu relatório, o Conselho de Administração considera ser seu dever exprimir o reconhecimento às seguintes entidades, pela contribuição que prestaram à actividade da Sociedade no decorrer do ano:

 Às entidades de supervisão pela disponibilidade e atenção manifestadas em todos os contactos havidos;

 Aos órgãos de fiscalização - Fiscal Único da Sociedade Gestora e Revisor Oficial de Contas dos Fundos e aos membros da Mesa da Assembleia Geral, pelo acompanhamento e colaboração prestados;

 Aos intermediários dos vários mercados, pelo bom relacionamento mantido;

 À rede de distribuição da Caixa Geral de Depósitos, pelo apoio dado à comercialização;  A todos os clientes dos Fundos e carteiras geridos pela Sociedade pela confiança

(17)

O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

___________________________________________________________________ João Eduardo de Noronha Gamito Faria

Presidente

___________________________________________________________________ Fernando Manuel Domingos Maximiano

Vogal

___________________________________________________________________ Luís Miguel Saraiva Lopes Martins

(18)
(19)

DEMONSTRAÇÕES DO RENDIMENTO INTEGRAL

PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010

(Montantes expressos em Euros)

Notas 2011 2010

Juros e rendimentos similares 13 561.028 333.292

Juros e encargos similares 13 (350) (324)

Margem financeira 560.678 332.968

Rendimentos de serviços e comissões 14 20.147.287 22.403.103

Encargos com serviços e comissões 14 (11.842.258) (12.561.245)

Resultados de activos financeiros disponíveis para venda 5 (142) (28.341)

Resultados de reavaliação cambial 1 1

Outros resultados de exploração 15 (366.814) (252.007)

Produto bancário 8.498.752 9.894.479

Custos com o pessoal 16 (3.721.877) (4.646.595)

Gastos gerais administrativos 18 (2.983.236) (3.605.752)

Amortizações do exercício 7 (285.967) (206.479)

Resultado antes de impostos 1.507.672 1.435.653

Impostos correntes 8 (399.152) (382.802)

Resultado líquido do exercício 1.108.520 1.052.851

Receitas e despesas não reconhecidas no resultado do exercício:

Variações na reserva de justo valor de investimentos

disponíveis para venda, líquida de impostos (6.533) (39.224)

Rendimento integral do exercício 1.101.987 1.013.627

Número médio de acções ordinárias emitidas 1.860.000 1.860.000

Resultado líquido por acção 0,60 0,57

Número médio de acções ordinárias emitidas 1.860.000 1.860.000

Resultado integral por acção 0,59 0,54

(20)

BALANÇOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010

(Montantes expressos em Euros)

2010 Activo Activo Activo

ACTIVO Notas bruto Amortizações líquido líquido PASSIVO E CAPITAL PRÓPRIO Notas 2011 Caixa e disponibilidades em bancos centrais 320 - 320 520 Passivos por impostos correntes 8 107.606 Disponibilidades em outras instituições de crédito 4 2.613.609 - 2.613.609 1.713.958 Outros passivos 10 4.050.550 Activos financeiros disponíveis para venda 5 39.076 - 39.076 42.193 Total do passivo 4.158.156 Aplicações em instituições de crédito 6 19.024.542 - 19.024.542 19.028.263

Activos tangíveis 7 733.783 (604.090) 129.693 168.033 Capital 11 9.300.000 Activos intangíveis 7 1.855.400 (1.160.487) 694.913 761.815 Prémios de emissão 11 195.192 Activos por impostos correntes 8 - - - 3.182 Reserva de justo valor 12 (8.615) Activos por impostos diferidos 8 3.106 - 3.106 751 Outras reservas e resultados transitados 12 16.559.805 Outros activos 9 8.807.799 - 8.807.799 11.042.732 Resultado líquido do exercício 12 1.108.520 Total do capital próprio 27.154.902 Total do activo 33.077.635 (1.764.577) 31.313.058 32.761.447 Total do passivo e do capital próprio 31.313.058

CONTAS EXTRAPATRIMONIAIS Activos geridos:

. Fundos de investimento mobiliário 19 2.490.072.582 3.282.553.048 . Carteiras sob gestão 19 16.671.348.244 18.569.786.501 Sistema de Indemnização aos Investidores 20 66.197 74.217

2011

DEMONSTRAÇÕES DE ALTERAÇÕES NOS CAPITAIS PRÓPRIOS

PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010

(Montantes expressos em Euros)

Capital

Prémios de emissão

Reserva de

justo valor Reservas legais Reservas livres Outras reservas Resultados transitados Outros Total de outras reservas e resultados transitados Resultado do exercício Total do Capital próprio Saldos em 31 de Dezembro de 2009 9.300.000 195.192 37.142 9.300. 000 11.763.097 496.709 - (1) 21.559.805 1.595.447 32.687.586

Distribuição do resultado do exercício anterior:

. Distribuição de dividendos (Nota 12) - - - (1.595.447) (1.595.447) Distribuição de resultados transitados (Nota 12) - - - - (5.000.000) - - - (5.000.000) - (5.000.000) Rendimento integral do exercício:

. Reserva de justo valor (Notas 5 e 8) - - (53.366) - - - (53.366) . Efeito fiscal (Nota 8) - - 14.142 - - - 14.142 . Resultado líquido do exercício de 2010 - - - 1.052.851 1.052.851

Saldos em 31 de Dezembro de 2010 9.300.000 195.192 (2.082) 9.300. 000 6.763.097 496.709 - (1) 16.559.805 1.052.851 27.105.766

Distribuição do resultado do exercício anterior:

. Distribuição de dividendos (Nota 12) - - - (1.052.851) (1.052.851) Rendimento integral do exercício:

. Reserva de justo valor (Notas 5 e 8) - - (8.888) - - - (8.888) . Efeito fiscal (Nota 8) - - 2.355 - - - 2.355 . Resultado líquido do exercício de 2011 - - - 1.108.520 1.108.520

(21)

DEMONSTRAÇÕES DOS FLUXOS DE CAIXA

PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010

2011 2010

ACTIVIDADES OPERACIONAIS:

Recebimentos de fundos de investimento 17.092.588 22.162.069

Recebimentos de clientes de gestão discricionária 6.923.700 5.781.413

Pagamentos de comissões de comercialização e depositário (11.953.550) (12.993.615)

Pagamentos a fornecedores (4.309.046) (4.095.552)

Pagamentos ao pessoal (3.485.935) (4.354.981)

Outros recebimentos/(pagamentos) relativos à actividade operacional (2.530.331) (1.834.891)

Fluxos gerados pelas operações 1.737.426 4.664.443

Pagamento do imposto sobre o rendimento (289.452) (551.623)

Fluxos das actividades operacionais 1.447.974 4.112.820

ACTIVIDADES DE INVESTIMENTO:

Recebimentos provenientes de:

Juros e rendimentos similares 564.240 208.461

Alienação de activos financeiros disponíveis para venda 99.000.000 76.098.925

Pagamentos respeitantes a:

Aplicações em instituições de crédito - (2.000.000)

Aquisição de activos financeiros disponíveis para venda (99.005.738) (71.544.425)

Aquisição de activos tangíveis e intangíveis (48.338) (224.305)

Fluxos das actividades de investimento 510.164 2.538.656

ACTIVIDADES DE FINANCIAMENTO:

Pagamentos respeitantes a:

Juros e custos similares (411) (1.622)

Amortização de contratos de locação financeira (5.425) (11.332)

Dividendos pagos (1.052.851) (6.595.447)

Fluxos das actividades de financiamento (1.058.687) (6.608.401)

Variação de caixa e seus equivalentes 899.451 43.075

Caixa e seus equivalentes no início do exercício 1.714.478 1.671.403

(22)

ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010 (Montantes expressos em Euros)

1. NOTA INTRODUTÓRIA

A Caixagest - Técnicas de Gestão de Fundos, S.A. (adiante igualmente designada por “Sociedade” ou “Caixagest”), foi constituída por escritura pública de 6 de Novembro de 1990. A Sociedade tem por objecto social a administração, gestão e representação de fundos de investimento mobiliário, abertos ou fechados, e de fundos de capital de risco, a gestão discricionária e individualizada de carteiras por conta de outrem, incluindo as correspondentes a fundos de pensões, bem assim como a consultoria de investimento relativa a estes activos.

Em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, os fundos de investimento mobiliário, bem como as carteiras de activos sob gestão, encontram-se detalhados na Nota 19.

Conforme indicado na Nota 11, a Sociedade é detida integralmente pela Caixa - Gestão de Activos, SGPS, S.A., uma empresa inserida no Grupo CGD. Consequentemente, a gestão da Caixagest é influenciada por decisões do Grupo a que pertence. Os principais saldos e transacções com empresas do Grupo CGD encontram-se detalhados na Nota 21.

2. BASES DE APRESENTAÇÃO E PRINCIPAIS POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS

2.1. Bases de apresentação

As demonstrações financeiras da Caixagest foram preparadas no pressuposto da continuidade das operações, com base nos livros e registos contabilísticos mantidos de acordo com os princípios consagrados nas Normas de Contabilidade Ajustadas (NCA), nos termos do Aviso nº 1/2005, de 21 de Fevereiro e das Instruções nº 23/2004 e nº 9/2005, do Banco de Portugal, na sequência da

competência que lhe foi conferida pelo número 3 do Artigo 115º do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras, aprovado pelo Decreto-Lei nº 298/92, de 31 de Dezembro.

As NCA correspondem em geral às Normas Internacionais de Relato Financeiro (IAS/IFRS), conforme adoptadas pela União Europeia, de acordo com o Regulamento (CE) nº 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Julho, transposto para o ordenamento nacional pelo Decreto-Lei nº 35/2005, de 17 de Fevereiro e pelo Aviso nº 1/2005, de 21 de Fevereiro, do Banco de Portugal. Em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, não existem excepções com impacto significativo nas

demonstrações financeiras da Sociedade entre as NCA e as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IAS/IFRS), conforme adoptadas pela União Europeia.

As demonstrações financeiras da Sociedade relativas ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2011 não foram ainda objecto de aprovação pela Assembleia-geral, tendo contudo sido aprovadas pelo Conselho de Administração em 23 de Fevereiro de 2012. Contudo, o Conselho de Administração da Caixagest admite que as mesmas venham a ser aprovadas sem alterações significativas.

2.2. Resumo das principais políticas contabilísticas

As políticas contabilísticas mais significativas, utilizadas na preparação das demonstrações financeiras, foram as seguintes:

a) Activos financeiros disponíveis para venda

Os activos financeiros disponíveis para venda são mensurados ao justo valor, com excepção dos

instrumentos de capital próprio não cotados num mercado activo e cujo justo valor não possa ser mensurado com fiabilidade, os quais permanecem registados ao custo de aquisição. Os ganhos ou perdas resultantes de alterações no justo valor são registados directamente em capitais

(23)

Os juros corridos de obrigações e as diferenças entre o custo de aquisição e o valor nominal dos títulos (prémio ou desconto) são registados em resultados, de acordo com o método da taxa de juro efectiva.

b) Comissões

Comissão de gestão

A comissão de gestão, de acordo com o Decreto-Lei nº 252/03, de 17 de Outubro, corresponde à remuneração da Sociedade pela gestão do património dos Fundos de investimento mobiliário. Na generalidade dos Fundos, esta comissão é calculada diariamente por aplicação de uma taxa definida nos respectivos regulamentos de gestão, sobre o património ilíquido dos Fundos, sendo registada na rubrica de “Rendimentos de serviços e comissões” da demonstração dos resultados (Nota 14).

Comissão de comercialização

Pela função de comercialização das unidades de participação dos Fundos, a Caixa Geral de

Depósitos, S.A. (CGD) cobra à Sociedade uma comissão de comercialização equivalente a 55% ou a 67% da comissão de gestão cobrada por esta aos Fundos, dependendo da data de constituição e natureza do Fundo.

Para os Fundos Fechados constituídos até 31 de Dezembro de 2004, a CGD cobrou à

Sociedade uma comissão de comercialização única que incidiu sobre o valor de cada Fundo na data da sua constituição. Essa comissão encontra-se a ser reconhecida como custo na

demonstração dos resultados, de forma linear, ao longo do prazo de duração de cada Fundo. Para alguns Fundos Especiais de Investimento comercializados no exercício de 2008, no âmbito da campanha “Caixa Poupa & Ganha”, a CGD cobrou à Sociedade uma comissão de

comercialização única, a qual se encontra a ser reconhecida como custo na demonstração dos resultados, de forma linear, desde a data de subscrição de tais Fundos até à data de liquidação dos mesmos.

Adicionalmente, a Sociedade administra, gere e representa, fundos de investimento mobiliário

comercializados pelos CTT - Correios de Portugal, S.A. (CTT). Por esta função, os CTT debitam à Sociedade uma comissão de comercialização equivalente a 45% da comissão de gestão cobrada por esta.

Estas comissões são registadas na rubrica “Encargos com serviços e comissões” da

demonstração dos resultados (Nota 14).

Comissão de gestão discricionária de carteiras

Esta comissão é cobrada trimestral ou anualmente aos clientes pela gestão discricionária e individualizada das suas carteiras. Esta comissão é calculada sobre o valor das carteiras de activos geridas no final de cada mês ou sobre o respectivo valor médio apurado diariamente, sendo registada na rubrica de “Rendimentos de serviços e comissões” da demonstração dos resultados (Nota 14). Nos termos dos contratos celebrados, a Caixagest não garante rendimentos mínimos nas carteiras sob gestão.

Comissão de aconselhamento

Como remuneração pela sua actividade de prestação de serviços de consultoria em matéria de investimentos, a Sociedade cobra mensalmente aos seus clientes comissões calculadas sobre o valor médio trimestral dos activos relativamente aos quais presta estes serviços, apurados com base no seu valor no final de cada mês. Estas comissões são registadas na rubrica

(24)

um padrão de rentabilidade definido contratualmente, aplicada ao valor médio da carteira, apurado considerando todas as valorizações da carteira no ano civil.

c) Activos tangíveis e património artístico

Nos termos da Norma IAS 16 – “Activos fixos tangíveis”, os activos tangíveis utilizados pela Caixagest para o desenvolvimento da sua actividade são registados ao custo de aquisição, deduzido das amortizações e perdas por imparidade acumuladas. Os custos de reparação, manutenção e outras despesas associadas ao seu uso são reconhecidos como custo do exercício, na rubrica “Gastos gerais administrativos”.

As amortizações são calculadas e registadas em custos do exercício numa base sistemática ao longo do período em que se espera que o activo esteja disponível para uso, que corresponde aos seguintes anos de vida útil estimada:

Anos de vida útil Mobiliário e material 8 Equipamento informático 4 Máquinas e ferramentas 5 Equipamentos de transmissão 8 a 10

O património artístico da Sociedade encontra-se registado ao custo de aquisição não sendo objecto de amortização.

d) Activos intangíveis

Esta rubrica compreende custos com a aquisição, desenvolvimento ou preparação para uso de software utilizado no desenvolvimento das actividades da Caixagest. Os activos intangíveis são registados ao custo de aquisição, deduzido de amortizações e perdas por imparidade

acumuladas.

As amortizações são registadas em custos numa base sistemática ao longo da vida útil estimada dos activos, a qual corresponde a um período entre os 3 e 6 anos.

As despesas com manutenção de software são contabilizadas como custo no exercício em que são incorridas.

e) Benefícios pós-emprego dos colaboradores

A Caixagest assumiu o compromisso de conceder aos seus colaboradores provenientes da ex-Investil, complementos de pensões de reforma e sobrevivência. Este complemento é função do tempo de serviço prestado e do seu salário pensionável nos últimos dez anos, com um máximo de 85% do mesmo. Adicionalmente, todos os colaboradores da Caixagest, incluindo os provenientes da ex-Investil, estão inscritos no Regime Geral de Segurança Social.

As responsabilidades com complementos de pensões são registadas de acordo com os princípios estabelecidos pela Norma IAS 19 – “Benefícios dos Empregados”.

O activo ou passivo reflectido em balanço corresponde à diferença entre o valor actual das responsabilidades e o justo valor dos activos do fundo de pensões, caso aplicável, ajustada pelos ganhos e perdas actuariais diferidos. O valor total das responsabilidades é determinado numa base anual por actuários especializados, utilizando o método “Projected Unit Credit” e pressupostos actuariais considerados adequados (Nota 17). A taxa de desconto utilizada na actualização das responsabilidades reflecte as taxas de juro de mercado de obrigações de empresas de elevada qualidade, denominadas na moeda em que irão ser pagas as responsabilidades, e com prazos de vencimento similares aos prazos médios de liquidação

(25)

Os ganhos e perdas decorrentes de diferenças entre os pressupostos actuariais e financeiros utilizados e os valores efectivamente verificados no que se refere às responsabilidades e ao rendimento esperado do fundo de pensões, bem como os resultantes de alterações de pressupostos actuariais, são diferidos numa rubrica de activo ou passivo (“corredor”), até ao limite de 10% do valor actual das responsabilidades por serviços passados ou do valor do fundo de pensões, dos dois o maior, reportados ao final do ano anterior (Notas 9 e 10). Caso os ganhos e perdas actuariais excedam o valor do corredor, o referido excesso deverá ser reconhecido em resultados pelo período de tempo médio até à idade normal de reforma dos colaboradores abrangidos pelo plano de complemento de pensões.

O custo do exercício com pensões de reforma, incluindo o custo dos serviços correntes e o custo dos juros, deduzido do rendimento esperado dos activos do fundo, é reflectido pelo seu valor líquido na rubrica de “Custos com o pessoal” (Nota 16).

O Aviso do Banco de Portugal nº 4/2005 determina a obrigatoriedade de financiamento integral pelo Fundo de Pensões das responsabilidades por pensões em pagamento e de um nível mínimo de financiamento de 95% das responsabilidades com serviços passados do pessoal no activo.

Em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, o nível de cobertura das responsabilidades com complementos de pensões de reforma e sobrevivência correspondia a 96,56% e 100,64%, respectivamente (Nota 17).

f) Impostos

A Sociedade está sujeita a tributação em sede de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRC) a uma taxa de 25% nos exercícios de 2010 e 2011.

A partir de 1 de Janeiro de 2007, os municípios podem deliberar uma derrama anual até ao limite máximo de 1,5% sobre o lucro tributável sujeito e não isento de IRC. Esta disposição implica que a taxa fiscal utilizada nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2010 e 2011 no cálculo de impostos fosse de 26,5%.

Com a publicação da Lei nº 12 – A/2010, de 30 de Junho, foi introduzida a derrama estadual, a qual deve ser paga por todos os sujeitos passivos que apurem, a partir de 2010, um lucro tributável sujeito e não isento de IRC superior a 2.000.000 Euros. A derrama estadual corresponderá a 2,5% da parte do lucro tributável superior ao referido limite.

Na sequência da publicação da Lei 55 – A/2010, de 31 de Dezembro – Lei do Orçamento do Estado para 2011, os encargos suportados com viaturas ligeiras de passageiros passaram a estar sujeitos a tributação autónoma a diferentes taxas, consoante o respectivo custo de aquisição das viaturas a que os mesmos respeitam. Assim, todas as despesas suportadas com veículos cujo custo de aquisição seja igual ou inferior ao limite legal (montantes fixados pela Portaria n.º 467/2010, de 7 de Julho) são tributadas autonomamente à taxa de 10%. Por outro lado, aos encargos suportados com viaturas ligeiras de passageiros cujo valor de aquisição exceda o referido limite fiscal será aplicada uma taxa de tributação de 20%. No que respeita às despesas de representação, as mesmas são tributadas autonomamente à taxa de 10%. Adicionalmente, a referida Lei do Orçamento do Estado para 2011 veio introduzir um agravamento das taxas anteriormente referidas (bem como de todas as taxas de tributação autónoma) para os sujeitos passivos que apresentem prejuízos fiscais no período de tributação a que respeitam os respectivos encargos.

Até 31 de Dezembro de 2010, as despesas de representação e os encargos relacionados com viaturas ligeiras de passageiros eram tributados autonomamente em IRC à taxa de 10% de acordo com a publicação da Lei nº 55-B/2004, de 30 de Dezembro.

(26)

Os impostos diferidos correspondem ao impacto no imposto a recuperar / pagar em períodos futuros resultante de diferenças temporárias dedutíveis ou tributáveis entre o valor de balanço dos activos e passivos e a sua base fiscal, utilizada na determinação do lucro tributável. Os passivos por impostos diferidos são normalmente registados para todas as diferenças temporárias tributáveis, enquanto que os activos por impostos diferidos só são registados até ao montante em que seja provável a existência de lucros tributáveis futuros que permitam a utilização das correspondentes diferenças tributárias dedutíveis ou prejuízos fiscais.

Os impostos diferidos são calculados com base nas taxas de imposto que se antecipa estarem em vigor à data da reversão das diferenças temporárias, que correspondem às taxas aprovadas ou substancialmente aprovadas na data de balanço.

Os impostos sobre o rendimento (correntes ou diferidos) são reflectidos nos resultados do exercício, na medida em que as transacções que os originaram sejam reflectidas igualmente nos resultados do exercício. Quando as transacções que originam os impostos diferidos são

registadas directamente em capitais próprios (reavaliação de activos financeiros disponíveis para venda), estes são igualmente reflectidos em capitais próprios, não afectando o resultado do exercício.

g) Locação financeira

Os activos tangíveis adquiridos mediante contratos de locação financeira, bem como as

correspondentes responsabilidades, são reconhecidos no começo do prazo da locação pelo seu justo valor, no activo e no passivo, respectivamente.

As amortizações são registadas nos termos previstos na Norma IAS 16 – “Activos fixos tangíveis”, sendo as rendas relativas a contratos de locação financeira desdobradas de acordo com o respectivo plano financeiro, reduzindo-se o passivo pela parte correspondente à amortização do capital. Os juros suportados são registados como custos financeiros.

h) Especialização de exercícios

A Sociedade regista as suas receitas e despesas de acordo com o princípio da especialização de exercícios, pelo qual estas são reconhecidas à medida que são geradas, independentemente do momento do seu recebimento ou pagamento.

i) Caixa e seus equivalentes

Para efeitos da preparação da demonstração dos fluxos de caixa, a Sociedade considera como “Caixa e seus equivalentes” o total dos saldos das rubricas “Caixa e disponibilidades em bancos centrais” e “Disponibilidades em outras instituições de crédito”.

j) Activos sob gestão

As políticas contabilísticas associadas aos activos sob gestão são como seguem:

i) As compras de títulos e de direitos de subscrição são registadas, na data da transacção, pelo seu valor efectivo de aquisição, com excepção das compras de títulos e direitos de subscrição em mercados estrangeiros, as quais apenas são registadas no dia útil seguinte. ii) Os títulos em carteira são avaliados ao seu valor de mercado, ou presumível de mercado,

de acordo com as seguintes regras:

i) Os valores mobiliários admitidos à negociação numa bolsa de valores ou

transaccionados num mercado regulamentado e com transacções efectuadas nos últimos 15 dias, são valorizados à cotação de fecho, se a sessão tiver encerrado antes das 17 horas de Lisboa, ou à cotação verificada nessa hora se a sessão se

(27)

ii) Se os valores mobiliários forem cotados em mais de uma bolsa, será considerado o preço praticado no mercado que apresenta maior liquidez, frequência e regularidade de transacções;

iii) Para efeitos da valorização dos valores mobiliários cotados sem transacções nos últimos 15 dias e para os não cotados, a Sociedade Gestora utiliza o “bid” do contribuidor “CBBT” divulgado pela Bloomberg. Na sua falta, a Sociedade Gestora definiu um conjunto de contribuidores que considera credíveis e que divulgam preços através de meios especializados, nomeadamente a Bloomberg; neste processo, em cada data de valorização é seleccionada a média das ofertas de compra “bid” divulgadas pelos contribuidores de entre a poule de contribuidores pré-seleccionados, excluindo as ofertas que se afastam do preço médio em mais de um desvio padrão; iv) Na impossibilidade de aplicação do referido na alínea anterior, a Sociedade Gestora

recorre a outros contribuidores externos, privilegiando sempre aqueles que estejam relacionados com a emissão do produto, ou seja, aquele contribuidor que tenha sido líder da emissão no mercado primário ou tenha participado na colocação da emissão. Caso não esteja disponível nenhum contribuidor com estas características, é usado o preço fornecido pela entidade estruturadora do produto;

v) Caso não seja possível aplicar o referido na alínea anterior, a Sociedade Gestora recorre a modelos de avaliação internos ou elaborados por entidade independente e especializada;

vi) Os valores mobiliários em processo de admissão a um mercado regulamentado, são valorizados tendo por base os preços de mercado de valores mobiliários da mesma espécie, emitidos pela mesma entidade e admitidos à cotação, introduzindo-se um desconto que reflicta as características de fungibilidade, frequência e liquidez entre as emissões;

vii) As unidades de participação são valorizadas ao último valor conhecido e divulgado pela respectiva entidade gestora ou, se aplicável, ao último preço do mercado onde se encontrarem admitidas à negociação. O critério adoptado terá em conta o preço considerado mais representativo, em função designadamente da quantidade, frequência e regularidade das transacções; e

viii) Os outros valores representativos de dívida, incluindo papel comercial, certificados de depósito e depósitos bancários emitidos por prazos inferiores a um ano, na falta de preços de mercado, são valorizados com base no reconhecimento diário do juro inerente à operação.

k) Sistema de Indemnização aos Investidores

Este sistema garante a cobertura dos montantes devidos aos investidores por um intermediário financeiro que não tenha capacidade financeira para restituir ou reembolsar esses mesmos montantes. O montante das contribuições para o Sistema de Indemnização aos Investidores não desembolsadas encontra-se registada em rubricas “Extrapatrimoniais” como um compromisso irrevogável de desembolso obrigatório em qualquer momento quando solicitado.

(28)

3. PRINCIPAIS ESTIMATIVAS E INCERTEZAS ASSOCIADAS À APLICAÇÃO DAS POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS

Na aplicação das políticas contabilísticas supra descritas, é necessária a realização de estimativas e a adopção de pressupostos por parte do Conselho de Administração da Sociedade. As estimativas com maior impacto nas demonstrações financeiras da Sociedade correspondem à selecção dos pressupostos utilizados no cálculo das responsabilidades com benefícios pós-emprego dos trabalhadores, na

determinação dos impostos sobre lucros e no desfecho do processo legal intentado contra a Sociedade (Nota 25).

As responsabilidades com benefícios pós-emprego dos trabalhadores são estimadas utilizando pressupostos actuariais e financeiros, nomeadamente no que se refere à mortalidade, crescimento dos salários e das pensões e taxas de juro de longo prazo. Neste sentido, os valores reais podem diferir das estimativas efectuadas.

Os impostos sobre os lucros (correntes e diferidos) são determinados pela Sociedade com base nas regras definidas pelo enquadramento fiscal em vigor. No entanto, em algumas situações, a legislação fiscal pode não ser suficientemente clara e objectiva, originando a existência de diferentes interpretações. Nestes casos, os valores registados resultam do melhor entendimento dos órgãos responsáveis da Sociedade sobre o correcto enquadramento das suas operações, o qual é no entanto susceptível de ser questionado por parte das Autoridades Fiscais.

O desfecho do processo legal interposto contra a Sociedade foi estimado tendo por base a opinião dos advogados e assessores jurídicos da mesma, a qual no entanto é susceptível de ser questionada.

4. DISPONIBILIDADES EM OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO

Em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, o saldo desta rubrica correspondia a depósitos à ordem expressos em Euros domiciliados na Caixa Geral de Depósitos, S.A., os quais eram remunerados às taxas anuais brutas de 0,82% e 0,61%, respectivamente (Nota 21).

5. ACTIVOS FINANCEIROS DISPONÍVEIS PARA VENDA

Em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, esta rubrica tem a seguinte composição:

Valor

médio de Valor de Custo de Reserva de Valor de Juro a Valor de Quantidade aquisição mercado aquisição Prémio justo valor mercado receber balanço

(Nota 8) Títulos de dívida pública:

. OT 4,375% 06/2014 50.000 100,32% 75,79% 50.160 (546) (11.721) 37.893 1.183 39.076

Valor

médio de Valor de Custo de Reserva de Valor de Juro a Valor de Quantidade aquisição mercado aquisição Prémio justo valor mercado receber balanço

(Nota 8) Títulos de dívida pública:

. OT 4,375% 06/2014 42.500 104,53% 96,91% 44.425 (407) (2.833) 41.185 1.008 42.193 2011

2010

Nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, o prémio na aquisição dos títulos reconhecido na demonstração dos resultados ascendeu a um custo de 142 Euros e 28.341 Euros, respectivamente. Os activos financeiros disponíveis para venda correspondem a obrigações do tesouro aceites pelo Sistema

(29)

6. APLICAÇÕES EM INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO

Em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, o saldo desta rubrica apresenta o seguinte detalhe:

2011 2010 Depósitos a prazo 19.000.000 19.000.000 Juros a receber 24.542 28.263 --- --- 19.024.542 19.028.263 ======== ========

Em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, os depósitos a prazo encontravam-se domiciliados na CGD e venciam juros à taxa anual bruta de 3,1% e 2,25%, respectivamente. Nas mesmas datas, os depósitos a prazo apresentavam vencimento no primeiro trimestre de 2012 e 2011, respectivamente (Nota 21).

7. ACTIVOS TANGÍVEIS E INTANGÍVEIS

Durante os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, o movimento ocorrido nas rubricas de activos tangíveis e intangíveis foi o seguinte:

Valor Amortizações Abates Amortizações Valor bruto acumuladas Adições líquidos Outros do exercício líquido Activos tangíveis: Mobiliário e material 380.038 (296.383) 634 (86) - (19.244) 64.959 Equipamento informático 570 (305) 703 - - (655) 313 Máquinas e ferramentas 20.259 (18.861) - - (1) (401) 996 Equipamento de transmissão 310.945 (241.618) - - - (11.509) 57.818 Equipamento de segurança 1.192 (1.192) - - - - -Outros 160 (160) - - - -

-Activos tangíveis em locação financeira

. Equipamento 34.831 (21.443) 1.164 - - (8.945) 5.607 747.995 (579.962) 2.501 (86) (1) (40.754) 129.693 Activos intangíveis:

Software 1.677.090 (915.275) 178.312 - (1) (245.213) 694.913 2.425.085 (1.495.237) 180.813 (86) (2) (285.967) 824.606

Valor Amortizações Abates Amortizações Valor bruto acumuladas Adições líquidos Outros do exercício líquido Activos tangíveis: Mobiliário e material 372.444 (277.536) 7.594 - - (18.847) 83.655 Equipamento informático 570 (163) - - - (142) 265 Máquinas e ferramentas 20.259 (18.396) - - - (465) 1.398 Equipamento de transmissão 310.945 (230.109) - - - (11.509) 69.327 Equipamento de segurança 1.192 (1.192) - - - - -Outros 160 (127) - - - (33)

-Activos tangíveis em locação financeira

. Equipamento 66.831 (39.075) - (4.267) - (10.101) 13.388 772.401 (566.598) 7.594 (4.267) - (41.097) 168.033 Activos intangíveis: Software 1.402.465 (749.893) 274.625 - - (165.382) 761.815 2.174.866 (1.316.491) 282.219 (4.267) - (206.479) 929.848 2011 Saldos em 31.12.10 2010 Saldos em 31.12.09

(30)

Os saldos relacionados com contratos de locação financeira reflectidos nas demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2011 e 2010 eram os seguintes:

2011 2010 Activos tangíveis – Equipamento:

. Valor bruto 35.995 34.831

. Amortizações acumuladas ( 30.388 ) ( 21.443 )

--- --- 5.607 13.388

==== ===== Outros passivos (Nota 10):

. Até um ano 18.301 22.279

===== =====

8. ACTIVOS E PASSIVOS POR IMPOSTOS

A reconciliação entre a taxa nominal e a taxa efectiva de imposto corrente, relativa aos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, pode ser demonstrada como se segue:

Taxa de Taxa de

imposto Montante imposto Montante

Lucro considerado para apuramento de imposto 1.507.672 1.435.653

Imposto apurado com base na taxa de imposto normal 26,50% 399.533 26,50% 380.448

Benefícios fiscais por criação líquida de postos de trabalho -0,84% (12.595) -0,87% (12.557)

Tributação autónoma 1,38% 20.732 1,47% 21.141

Outros, líquido -0,12% (1.763) -0,68% (9.709)

Imposto corrente sobre o lucro do exercício 26,92% 405.907 26,42% 379.323

2011 2010

Nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, a rubrica da demonstração dos resultados “Impostos correntes”, encontra-se deduzida do excesso e acrescida da insuficiência de estimativa de imposto dos exercícios de 2010 e 2009, nos montantes de 6.755 Euros e 3.479 Euros, respectivamente. Os activos e passivos por impostos correntes sobre o rendimento em 31 de Dezembro de 2011 e 2010 são como se seguem:

2011 2010 Activos / (Passivos) por impostos correntes:

. Estimativa de imposto corrente do exercício ( 405.907 ) ( 379.323 )

. Pagamentos por conta 298.301 378.235

--- ---

Imposto sobre o rendimento a receber / (pagar) ( 107.606 ) ( 1.088 )

====== =====

Em 31 de Dezembro de 2010, o saldo da rubrica “Activos por impostos correntes” respeita ao montante do pagamento por conta de derrama estadual relativa ao exercício de 2010.

De acordo com a legislação em vigor, as declarações fiscais podem ser objecto de revisão por parte da Administração Fiscal durante um período de quatro anos. Em virtude desta regra, as declarações fiscais da Sociedade respeitantes aos exercícios de 2008 a 2011 poderão vir a ser revistas. Na opinião do Conselho de Administração da Sociedade, não é previsível que qualquer correcção ou liquidação adicional,

(31)

Os activos por impostos diferidos em 31 de Dezembro de 2011 e 2010 decorrem do registo ao justo valor dos activos financeiros disponíveis para venda e foram apurados como segue:

2011 2010 Activos por impostos diferidos:

. Reserva de justo valor negativa (Nota 5) 11.721 2.833

. Taxa de imposto 26,5% 26,5%

--- ---

3.106 751

==== ===

9. OUTROS ACTIVOS

Em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2011 2010

Comissões de gestão a receber dos Fundos mobiliários 3.817.877 6.250.315

Comissões de gestão discricionária de carteiras 2.672.395 2.772.245

Comissões de aconselhamento:

. Serviços Sociais da CGD - 50.311

. Carlos Manuel Reis - 21.683

. Instituto de Seguros de Portugal - 10.500

. Outros 20.714 90.003

Despesas com encargos diferidos:

. Comissões de comercialização 196.066 334.261

. Seguros 132.132 32.879

. Despesas com informações 100.098 9.595

. Despesas informáticas 28.259 99.204

. Outras - 11.607

Restituição de imposto retido 1.299.422 1.161.449

CGD – DGR 214.564 10.799

IVA a recuperar 150.489 27.924

Património artístico 45.049 45.049

(Insuficiência)/ Excesso de cobertura do fundo de pensões (Nota 17) ( 26.433 ) 4.831

Outros 157.167 110.077

--- ---

8.807.799 11.042.732

======== ========

A rubrica “Comissões de gestão discricionária de carteiras” corresponde às comissões debitadas pela actividade de gestão de carteiras de investimento de clientes.

Em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, a rubrica “Despesas com encargos diferidos - Comissões de comercialização” inclui as comissões de comercialização dos Fundos Fechados constituídos até 31 de Dezembro de 2004. Adicionalmente, esta rubrica inclui para alguns Fundos Especiais de Investimento comercializados no exercício de 2008, no âmbito da campanha “Caixa Poupa & Ganha”, as comissões de comercialização debitadas pela CGD (Nota 2.2.b)).

Em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, a rubrica de “Restituição de imposto retido” corresponde ao montante de IRC que foi devolvido pela Sociedade a entidades isentas de retenção, as quais procederam ao resgate de unidades de participação de fundos geridos pela Caixagest. Este montante será regularizado através da compensação que a Sociedade irá efectuar até ao final do mês de Abril do ano seguinte, aquando do pagamento por conta dos Fundos do imposto relativo aos rendimentos por estes obtidos fora do território português.

Referências

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