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1/44 ALEGAÇÕES REFª: Nome: Sofia Faro

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REFª: 11775359 CARACTERIZAÇÃO Tribunal Competente: Ref. de autoliquidação: Nº Processo: Funchal - Tribunal Judicial do Funchal

4878/12.7TBFUN Unidade Orgânica: 3º Juízo Cível

Finalidade: Juntar a Processo Existente

MANDATÁRIO SUBSCRITOR Nome: Sofia Faro

Morada: Rua Belo Horizonte, 420, 3º Esq. Localidade:

Código Postal: 4430-027 Vila Nova de Gaia Telefone:

227839236-919364985 Fax: 227836399 Email:

sofiafaro-12498l@adv.oa.pt

Cédula: 12498L NIF: 195717589

Documento processado por computador

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URGENTE / PER

EXMº (ª) SENHOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DO TRIBUNAL JUDICIAL DO FUNCHAL

Silveira e Mendes, Produtos Alimentares Lda, requerente nos

autos de Revitalização, supra identificados, em que é credor José Joaquim Mendes, notificado da douta decisão de fls., que nomeou um administrador judicial diferente daquele que fora indicado pelo requerente, e não se conformando com a mesma, pede respeitosa vénia para dizer a V. Exª que de tal decisão pretende interpor recurso para o Tribunal da Relação de Lisboa, o qual sobe de imediato, em separado e com efeito devolutivo (artºs 14º, nº 5, e 17º do CIRE).

Para o efeito seguem as respectivas alegações. Pede e espera deferimento

A Advogada, Sofia Faro

Advogada

Ced. 12498L/ NIF 195717589 Rua Belo Horizonte, nº 420, 3º esq.

4430-027 Vila Nova de Gaia Telf. 22 783 92 36 / 919 36 49 85

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EXMOS. SENHORES JUÍZES

DESEMBARGADORES DO VENERANDO TRIBUNAL DA RELAÇÃO DE LISBOA ALEGAÇÕES

I – OBJECTO DO RECURSO

1 - O presente recurso tem por objecto a douta decisão do Tribunal Judicial do Funchal de 27/11/2012 na qual, foi decretado que se iniciasse o processo de revitalização da Requerente, foi, além do mais, nomeado como administrador

Judicial Provisório o Sr. Dr. Emanuel Freire Torre Gamelas, com

domicílio profissional na Rua Beatriz Costa, nº 14, R/C Dtº, Alfragide.

II – FUNDAMENTOS DO RECURSO

2 - No caso vertente relevam os seguintes factos:

- Com a apresentação da p.i. em Tribunal, em 01/11/2012, a Requerente, conforme se lê do seu artº 20º, propôs “para o cargo

de Administrador da Insolvência o Sr. Dr. António Bonifácio, com

escritório no Caminho de São Martinho 127, Funchal, e no Continente em Edifício Ordem IV, R/C – 4º C, Apartado 47, 4634 – Marco de Canaveses,”.

- Justificou tal proposta ou sugestão no disposto no artigo 17-C, nº 3 do CIRE.

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- Com a apresentação de tal proposta ou sugestão, mais referiu a Requerente que o Sr. Dr. ANTÓNIO BONIFÁCIO manifestou

disponibilidade para aceitar a nomeação.

- O que comprovou com documento bastante, anexo com a p. i. sob Docº nº 13, anexo 11 da PI (“Declaração de Aceitação”, assinada por aquele Sr. A. I., com data de 29 de Outubro de 2012).

- Neste mesmo documento, o Sr. Dr. ANTÓNIO BONIFÁCIO dava conta que a Ilustre Mandatária da Requerente, em representação do seu constituinte, o haviam contactado previamente, para que lhes informasse se aceitaria ser indicado para o exercício da função de Administrador Provisório nestes autos, a quem manifestou disponibilidade para aceitar a nomeação pelo M.mº Juiz (Cfr. mencionada “Declaração de Aceitação” - Docº nº 13 / anexo 11 da PI).

3 - O Tribunal a quo, na douta decisão, exarou:

“Nos termos do disposto no artigo 17-C, nº 3, alínea a) e 32º, nº 1 do mencionado diploma, nomeio como administrador judicial provisório Emanuel Freire Torres Gamelas, conhecido em Juízo.”

4 - Conforme se analisa, o Tribunal a quo, não fundamenta a decisão de não nomeação do Sr. Dr. ANTÓNIO BONIFÁCIO, para o cargo de Administrador Provisório no presente PER.

5 - Ora, a respeito da nomeação do administrador provisório, há desde logo, que atentar na filosofia – ratio legis - que subjaz e condiciona a normatividade do CIRE.

6 - Conforme ensinamento de MARIA DO ROSÁRIO EPIFÂNIO, in Manual de Direito da Insolvência, Almedina, Coimbra, Outubro/2010 – 2ª ed., pp. 57 e ss.:

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“A nomeação do administrador da insolvência constitui uma competência do juiz (artº 52º, nº 1), e tem lugar na sentença declaratória da insolvência (artº 36º, alínea d)). O juiz deve nortear a sua nomeação pelos seguintes critérios cumulativos: a escolha recai em entidade inscrita na lista oficial de administradores da insolvência, devendo o juiz atender à proposta eventualmente apresentada na petição inicial, às indicações que sejam feitas pelo próprio devedor ou pela comissão de credores (se esta existir), e, por fim, a sua preferência deverá recair sobre o administrador judicial provisório em funções à data da declaração de insolvência (artºs 32º, nº 1, e 52º, nº 2). De acordo com o artº 2º, nº 2, da Lei nº 32/2004 (Lei que regula o estatuto do administrador de insolvência), a escolha do administrador da insolvência é realizada através de sistema informático que garanta a aleatoriedade da escolha e a distribuição igualitária dos administradores da insolvência nos processos.”

7 - Como refere a mesma Autora, ob. cit., nota 126, p. 57:

“De acordo com o nº 3 do artº 2º do Estatuto do Administrador da Insolvência, tratando-se de processo em que seja previsível a necessidade de conhecimentos especiais pelo administrador da insolvência (por exemplo, quando a massa integre um estabelecimento em actividade), a nomeação, para além de observar o nº 2, deve recair sobre os administradores da insolvência especialmente habilitados para o efeito.”

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8 – Neste exacto sentido, já no Acórdão da Relação do Porto de

15-11-2007 (Proc. Nº 5300/7-3, Origem: Proc. Nº 2/07.6TYVNG –

Tribunal do Comércio de Vila Nova de Gaia – 1º Juízo, Exmº Sr. Desembargador Relator: Dr. FREITAS VIEIRA, Exmºs Srs. Desembargadores Adjuntos: Dr. MADEIRA PINTO e Dr. CARLOS PORTELA), se afirmava que:

“(…) é facto que nos termos do preceituado no artº 52º, nº 1, do CIRE, a nomeação do administrador da insolvência é da competência do juiz, à semelhança aliás do que acontecia já no artº 132º do CPEREF.

No entanto o legislador regulamenta os termos em que essa competência deve ser exercida. E fá-lo em termos tais que restringe essa competência ao acto formal de nomeação na sentença declaratória da insolvência, e à fiscalização das qualidades da pessoa indicada – pelo devedor ou pelo credor requerente da insolvência – para administrador da insolvência.

Com efeito, à excepção dessas situações, e dos casos em que exista administrador judicial provisório – artº 52º, nº 2, e artº 32º, nº 1, do CIRE – a pessoa a nomear para administrador da insolvência deverá mesmo ser decidida por processo aleatório – artº 2º, nº 2 da Lei nº 32/2004, de 22/07 – norma cuja aplicação na prática apenas depende da disponibilização dos meios para o efeito.

Enquanto tais aplicações informáticas não estiverem disponibilizadas e regulamentadas, o critério preferencial de nomeação recairá em primeiro lugar no administrador judicial provisório, se este existir – artº 52º, nº 2, e artº 32º, nº 1, do CIRE.

Em seguida na pessoa indicada pelo próprio devedor ou pelo credor requerente da insolvência – artº 32º, nº 1, e artº 52º, nº 2, do CIRE (a indicação a efectuar pela comissão de

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credores só em momento posterior poderá ser considerada) – desde que cumpra os requisitos legalmente exigidos em termos de capacidade e idoneidade.

No que concerne a especiais exigências em termos de capacidade e conhecimentos, o afastamento da escolha por sistema aleatório ou por aceitação da indicação do devedor ou do credor requerente da insolvência, apenas deverá ter lugar, fundamentadamente, por referência às especiais exigências do processo, nos termos dos artºs 2º, nº 3, e 28º, nº 6, parte final, capacidade, a sindicância para a nomeação apenas se fará na preferência, que deverá ser fundamentada, por gestor judicial quando a complexidade da Lei nº 32/2004, de 22/07.

No que concerne à idoneidade, o juiz só poderá deixar de atender, e fundamentadamente, à indicação do devedor ou do credor requerente da insolvência a tal indicação, quando constate a verificação de qualquer circunstância susceptível de gerar situação de incompatibilidade, ou impedimento a que se reporta o artº 8º do CIRE, ou de uma forma geral, qualquer circunstância que nos termos do artº 56º do CIRE possa constituir causa de destituição.

Sempre e em qualquer caso, a pessoa a nomear em termos iniciais, para o cargo de administrador da insolvência deverá constar da lista oficial de administradores de insolvência – cfr. artº 2º da Lei nº 32/2004, de 22 de Julho – e até à publicação dessas listas, de entre os gestores e liquidatários judiciais inscritos nas respectivas listas de gestores e liquidatários judiciais previstas no Decreto-Lei nº 254/93, de 15 de Julho.”

9 - Dito ainda com a Relação do Porto, continuando a seguir o Ac. de 15-11-2007:

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“Do exposto conclui-se que, se a competência para a nomeação para o cargo de administrador da insolvência é sempre, por imposição legal, do tribunal, a competência para a escolha da pessoa a nomear para tal cargo apenas residualmente é atribuída ao juiz, e em termos tais que afasta a arbitrariedade e mesmo a discricionariedade de tal decisão, sendo clara a letra da lei quando impõe ao juiz o dever de atender às indicações feitas, e não apenas de ouvir o requerente da insolvência ou o devedor sobre tal matéria.

E assim sendo é evidente que, qualquer decisão que se afaste dos critérios preferenciais legalmente previstos, haverá de ser uma decisão fundamentada por referência às concretas situações que em termos legais são tidas como justificativas do afastamento de tais critérios, imposição que assim concretamente justificada, decorre igualmente do que em termos genéricos é preceituado no artº 158º do CPC, e cuja inobservância o artº 668º, nº 1, alínea b), do CPC comina com nulidade.

Ao nomear como administrador de insolvência a Srª Drª ANA MARIA DE OLIVEIRA E SILVA, sem indicar qualquer fundamento que justificasse a não-aceitação da indicação de pessoa diversa por parte da devedora ora recorrente, incorreu o Mma. Juíza na prática da nulidade parcial da sentença, na parte impugnada pelo presente recurso, nos termos do preceituado no artº 668º, nº 1, alínea b), do CPC.”

10 - Nessa decorrência, a Relação do Porto, concluiu assim o identificado aresto, por unanimidade:

“ACORDAM em conformidade em conceder provimento ao agravo e anular a sentença na parte em que nomeia administrador de insolvência a Srª Drª ANA MARIA DE OLIVEIRA E SILVA, e,

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atendendo à indicação feita pela devedora ora recorrente, na sua petição inicial, nomeia-se em substituição o Sr. Dr. António Bonifácio - domicílio profissional no Apartado 47, 4630 Marco de Canaveses (Tlm 96 435 14 42 / Fax 255 732 299), o qual se encontra inscrito na respectiva lista oficial, ao qual deverão ser efectuadas as notificações necessárias ao início do exercício de funções, e a quem se deve ter por referido tudo quanto é determinado na sentença recorrida em relação ao administrador da insolvência, ficando sem efeito a nomeação da Srª Drª ANA MARIA DE OLIVEIRA E SILVA.”

11 – Nesta direcção, o Tribunal da Relação do Porto teve já oportunidade de se voltar a pronunciar sobre questão semelhante à que subjaz no presente caso no seu Acórdão de 11-05-2010 (Proc. Nº 175/10.0TBESP-A.P1 – 2ª Secção, Nº Convencional: JTRP00043917, Exmº Sr. Desembargador Relator: Dr. MANUEL PINTO DOS SANTOS, Exmºs Srs. Desembargadores Adjuntos: Dr. JOÃO MANUEL ARAÚJO RAMOS LOPES e Dr. CÂNDIDO PELÁGIO CASTRO DE LEMOS) (in http://www.dgsi.pt/jtrp.nsf) (Docº nº 1).

12 - No aludido aresto foi lavrado o seguinte sumário (artº 713º, nº 7, do CPC):

“Na nomeação do administrador da insolvência (na sentença de declaração desta), devem adoptar-se os seguintes procedimentos:

• Se só o devedor indicar a pessoa/entidade a nomear para esse cargo e esta constar das listas oficiais, o Tribunal deve, em princípio, acolher essa indicação, a não ser que haja motivos que a desaconselhem - por ex., por a pessoa/entidade em causa ser já administrador noutros processos pendentes no Tribunal e porque o art. 2º nº 2 da

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Lei 32/2004 aconselha a “distribuição em idêntico número” pelos administradores constantes daquelas listas. Se além do devedor, também o credor indicar pessoa/entidade para o cargo, diversa da sugerida por aquele, o Tribunal pode nomear algum deles ou um outro à sua escolha, embora deva dar preferência à indicação do credor.

• Em qualquer dos casos, quando não acolher as indicações - do devedor, do credor, ou de ambos -, o Tribunal deve fundamentar esse não acolhimento e as razões que o levam a nomear uma terceira pessoa/entidade.”

13 - Escreveu-se nesse Acórdão de 11-05-2010 o seguinte que inteiramente se sufraga:

“1. O circunstancialismo que importa reter para solução do caso «sub judice» é o seguinte:

• A requerente sugeriu ao Tribunal (utilizou a expressão “sugere-se”), no requerimento inicial em que peticionou a sua declaração de insolvência, que fosse nomeado como administrador da insolvência o Sr. Dr. C………… [cfr. parte final daquele requerimento, a fls. 9 deste apenso]. • Na sentença em que foi declarada a insolvência da requerente, foi nomeada administradora a Sra. Dra. D…………., sem menção de qualquer motivo para o não acatamento da sugestão feita no requerimento inicial [cfr. ponto 2º da parte decisória daquela, a fls. 75 destes autos]. • Não resulta da certidão junta a fls. 2 e segs. que tenha havido outra indicação para o exercício do referido cargo além da da requerente/insolvente.

2. A primeira questão jurídica que importa apreciar consiste em saber se o Tribunal «a quo» estava obrigado a

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fundamentar o não acolhimento da sugestão da requerente, ora apelante, quanto à pessoa a nomear para o cargo de administrador da insolvência e, outrossim, a fundamentar por que nomeou pessoa diversa.

Não há dúvida que na sentença que declara a insolvência, o Tribunal tem, além de outras proclamações, que nomear o administrador da insolvência, com indicação do seu domicílio profissional, conforme prescreve a al. d) do art. 36º do CIRE (diploma aplicável ao processo de insolvência em questão, atenta a data em que a requerente/insolvente se apresentou à mesma – a ele nos reportaremos quando outra

menção não for feita).

Inequívoco é também que “a nomeação do administrador da insolvência é da competência do juiz” - art. 52º nº 1 - e que a respectiva escolha “recai em entidade inscrita na lista oficial de administradores de insolvência” – art. 32º nº 1, “ex vi” da 1ª parte do nº 2 do art. 52º, e art. 2º nº 1 da Lei nº 32/2004, de 22/07 (que estabelece o “estatuto do administrador da insolvência”).

Além disso, resulta da 2ª parte do nº 2 deste último preceito que o devedor pode, ele próprio, indicar a pessoa/entidade que deve exercer aquela função no processo. Tal indicação não está sujeita a qualquer formalidade nem a outra exigência que não seja a de que essa pessoa/entidade conste da referida lista oficial.

Havendo essa indicação atempada por parte do devedor, esclarece o mesmo normativo, na redacção aqui aplicável, dada pelo DL 282/2007, de 07/08, que o Juiz “pode” tê-la em conta. Na sua redacção primitiva, dada pelo DL 53/2004, de 18/03 (que aprovou o CIRE), o nº 2 daquele art. 52º

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dispunha que “aplica-se à nomeação do administrador da insolvência o disposto no nº 1 do art. 32º, devendo o juiz atender (…) às indicações que sejam feitas pelo próprio

devedor (…)”.

A propósito da alteração operada neste preceito, Carvalho Fernandes e João Labareda [in “Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas Anotado”, 2008, pgs. 243 a 245, notas 7, 8 e 12] entendem que “a nova redacção dada, em 2007, ao nº 2, veio alargar o poder decisório do juiz”, na medida em que “na sua versão primitiva determinava (…) que o juiz devia atender as indicações do devedor (…)”, ao passo que agora diz apenas que “o juiz pode ter em conta essas indicações”. Acrescentam depois que “as indicações para nomeação do administrador (…) podem ser feitas na petição inicial pelo requerente da declaração de insolvência ou pelo devedor, se o processo começar por apresentação”. Quanto à articulação do referido normativo com o nº 2 do art. 2º da Lei nº 32/2004 - que dispõe que “sem prejuízo do disposto no nº 2 do art. 52º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas, a nomeação a efectuar pelo juiz processa-se por meio de sistema informático que assegure a aleatoriedade da escolha e a distribuição em idêntico número dos administradores da insolvência nos processos” – referem que o recurso a tal sistema informático só se verifica “no caso de não haver indicação do devedor ou da comissão de credores, quando esta seja viável, e o juiz a ela atender, ou quando não se verifique a preferência pelo administrador judicial provisório”. E concluem mais adiante que “confrontado com indicações contrárias do devedor e da comissão de credores, o tribunal não está obrigado a preferir nenhuma delas nem sequer é obrigado a optar por qualquer”, “mas deverá, como

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é próprio das decisões, fundamentar a escolha, designadamente quando se afaste das indicações recebidas ou quando privilegie alguma delas”, sendo que quando a divergência for entre a indicação do credor e a do devedor, “só deve seguir esta última quando haja razões objectivas que, a um tempo, aconselhem a rejeição do que o credor requerente propõe e o seguimento do que é pretendido pelo devedor”.

Destes avalizados ensinamentos podemos concluir, quanto à nomeação do administrador provisório (e deixando de lado os casos em que já há administrador provisório, que para aqui

não interessa), que:

• Se só o devedor indicar a pessoa/entidade a nomear para tal cargo e esta constar das ditas listas oficiais, o Juiz do processo deve, em princípio, acolher essa indicação, a não ser que tenha motivos que a desaconselhem - por ex., por a pessoa/entidade em causa ser já administrador noutros processos pendentes nesse Tribunal e o art. 2º nº 2 da Lei 32/2004 aconselhar a “distribuição em idêntico número” pelos administradores constantes daquelas listas. • Se além do devedor, também o credor/requerente (quando não seja aquele a apresentar-se à insolvência) e/ou a comissão de credores (quando não se trate de nomeação feita na sentença de declaração da insolvência, pois é aí que é convocada a primeira reunião da assembleia de credores) indicarem pessoa/entidade para o cargo, diversa da sugerida pelo primeiro, o Juiz do processo pode nomear algum deles ou um outro à sua escolha, embora não deva dar preferência à indicação do devedor quando a divergência ocorrer

relativamente à indicação do credor.

• Em qualquer dos casos, quando não acolher as indicações - do devedor, do credor, da comissão de credores, ou de todos

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-, o Juiz/Tribunal deve fundamentar esse não acolhimento e as razões que o levaram a nomear uma terceira pessoa/entidade – esta exigência de fundamentação decorre do que estabelecem os arts. 158º nº 1 e 659º nº 3 do CPC.”

14 - E continuava:

“No caso em apreço, o Tribunal «a quo» não acolheu a indicação da requerente/insolvente (feita na petição inicial) e nomeou outra pessoa para o cargo de administrador da insolvência (um e outro constantes das aludidas listas oficiais) sem fundamentar, minimamente que fosse, a sua opção. Mas devia tê-lo feito, como decorre do

que atrás se disse.

Aqui chegados há, então, que responder à segunda questão enunciada em II: se tal falta de fundamentação integra a

nulidade invocada pela apelante.

Esta sustenta que com a referida omissão o Tribunal «a quo» não fundamentou a nomeação a que procedeu e deixou de se pronunciar sobre questão que foi colocada à sua apreciação, incorrendo, por isso, nas nulidades previstas nas als. b) e

d) do 1 do art. 668º do CPC.

Segundo estas alíneas, a sentença é nula quando “não especifique os fundamentos de facto e de direito que justificam a decisão” ou quando “o juiz deixe de pronunciar-se sobre questões que devesse apreciar ou conheça de questões de que não podia tomar conhecimento”. Parece-nos evidente que o caso em análise não se enquadra na previsão da segunda destas alíneas, pois a respectiva nulidade só ocorreria se o Tribunal «a quo» não se tivesse pronunciado sobre a nomeação do administrador da insolvência, incumprindo, assim, a imposição da al. d) do

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citado art. 36º.

Mas, faltando, como faltam, em absoluto, os fundamentos que levaram o Tribunal, por um lado, a não acolher a indicação da requerente, ora apelante, quanto à pessoa a nomear como administrador da insolvência e, por outro, a nomear outra para esse cargo, consideramos estar preenchida a previsão da primeira daquelas alíneas [que exige que falte em absoluto a indicação dos fundamentos de facto e/ou de direito da decisão, não bastando a mera deficiência ou insuficiência de fundamentação - assim, i. a., Alberto dos Reis, in “Código de Processo Civil Anotado”, vol. V, 1984, pgs. 139 a 141, Castro Mendes, in “Direito Processual Civil”, vol. III, AAFDL-1982, pg. 308, nota 1 e Lebre de Freitas e outros, in “Código de Processo Civil Anotado”, vol. 2º, 2001, pg. 669], embora tal nulidade, como é manifesto, se circunscreva à questão aqui em apreço, tratando-se, portanto, de uma nulidade parcial da sentença recorrida [cfr. Lebre de Freitas e outros, obr. e vol. cit., pg. 670].”

15 - E a finalizar:

“Há, assim, que declarar nula a sentença recorrida, na parte atinente à nomeação do administrador da . E, nos termos do nº 1 do art. 715º do CPC, cabe a este Tribunal de 2ª instância “conhecer do objecto da apelação”, ou seja, substituir-se ao Tribunal recorrido e, «in casu», proceder à nomeação do administrador da insolvência em função dos elementos fácticos que decorrem dos autos. Ora, não resultando destes que tenha sido indicada, por algum credor, outra pessoa para o exercício do cargo em questão, nem que a nomeação levada a cabo pelo Tribunal «a quo» tenha sido para observância do disposto na parte final

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do nº 2 do art. 2º da Lei nº 32/2004, pensamos que não resta outra solução que não seja a de nomear como administrador da insolvência a pessoa que a requerente, aqui apelante, indicou na parte final da p. i. com que se apresentou à insolvência, dando, deste modo, provimento ao recurso desta.”

16 - Deste modo, por unanimidade, acabou por se fixar a seguinte jurisprudência:

“Em conformidade com o exposto, os Juízes desta secção cível da Relação do Porto acordam em julgar procedente a apelação e anular parcialmente a decisão recorrida, na parte em que nomeou o administrador da insolvência, nomeando-se agora para tal cargo o Sr. Dr. C…………., com o domicílio profissional indicado na petição inicial (e na lista oficial de administradores de insolvências).”

17 – E ainda no mesmo sentido o Acordão do Tribunal da Relação de Guimarães nº 6811/10.1TBBRG-A.G1 de 27/01/2011- onde o Tribunal da Relação de Guimarães se vilta a pronunciar no mesmo sentido (doc. Nº 2):

“A nomeação do administrador da insolvência é da competência do juiz, nos termos do artigo 52º, nº 1, do CIRE, e a escolha recai em entidade inscrita na lista oficial de administradores de insolvência, conforme resulta do artigo 32º, nº 1, ex vi do nº 2 do citado artigo 52º do CIRE, e do artigo 2º, nº 1, da Lei nº 32/2004, de 22 de Julho (Estatuto do Administrador da Insolvência).

O devedor pode indicar a pessoa que deve exercer a função de administrador da insolvência e, havendo tal indicação, estabelece o citado artigo 52º, nº 2,

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na redacção do Decreto-lei 282/2007, de 7 de Agosto,

que o juiz pode tê-la em conta.

Aquele artigo 52º, nº 2, na versão do Decreto-lei 53/2004, de 18 de Março, dispunha que: Aplica-se à nomeação do administrador de insolvência o disposto no nº 1 do artigo 32º, devendo o juiz atender igualmente às indicações que sejam feitas pelo próprio devedor ou pela comissão de credores, se existir…”. A este propósito, Luís Carvalho Fernandes e João Labareda defendem que a nova redacção dada, em 2007, ao nº 2, veio alargar o poder decisório do juiz, na medida em que, na sua versão primitiva, determinava que o juiz devia atender as indicações, ao passo que agora diz apenas que o juiz pode ter em conta essas indicações. As indicações para nomeação do administrador podem ser feitas na petição inicial pelo requerente da declaração de insolvência ou pelo devedor, se o processo começar por apresentação. (…) Confrontado com indicações contrárias do devedor e da comissão de credores, o tribunal não está obrigado a preferir nenhuma delas nem sequer é obrigado a optar por qualquer, mas deverá, como é próprio das decisões, fundamentar a escolha,

designadamente quando se afaste das indicações recebidas ou quando privilegie alguma delas, sendo que, quando a divergência for entre a indicação do credor e a do devedor, só deve seguir esta última quando haja razões objectivas que, a um tempo, aconselhem a rejeição do que o credor requerente propõe e o seguimento do que é pretendido pelo devedor. Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas Anotado, 2008, págs. 243 a 245. Isto é, se, como acontece no caso concreto, só o devedor indicar/sugerir administrador da insolvência e este constar das listas oficiais, o juiz deve, em

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princípio, acolher essa indicação/sugestão, desde que não

existam razões que a desaconselhem.

De todo o modo, sempre que não nomeie o administrador indicado pelo devedor na petição inicial, por força do disposto nos artigos 158º, nº 1 e 659º, nº 3, ambos do C.P.C., o juiz deve fundamentar a não nomeação daquele e as razões que o levaram a preferir um outro. “

18 - Volvendo ao caso concreto, na direcção da imprescindível síntese, diremos, desde já e linearmente, que:

19 - É um facto incontroverso e incontrovertível que nos termos do preceituado no artº 52º, nº 1, do CIRE, a nomeação do

administrador é sempre da competência do juiz.

20 - No entanto, o legislador regulamenta os termos em que essa

competência deve ser exercida, permitindo ao devedor e ao credor requerente da insolvência indicar a pessoa a nomear.

21 - Estabelecendo que o juiz “pode” atender à pessoa indicada pelo próprio devedor ou pelo credor requerente da insolvência –

artº 32º, 1, e artº 52º, nº, 2 do CIRE.

22 - Mas não em termos que o leve a não se pronunciar sobre o peticionado sem fundamentar, levando à discricionariedade e mesmo à arbitrariedade de tal decisão, ou simplesmente a não se pronunciar sobre o peticionado, nem mesmo, ainda, a não fundamentar devidamente a decisão - como, salvo o devido e maior respeito, será o caso dos autos.

23 - Sendo clara a letra da lei quando atribui ao juiz o poder de atender às indicações feitas (“poder de atender” no sentido

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de ouvir o requerente do PER ou o devedor sobre tal matéria e sobre o mesmo se pronunciar).

24 - Pois, o pedido de nomeação, apesar de não ser vinculativo, foi feito em tempo e fundamentadamente, merecendo a apreciação pelo Tribunal a quo.

25 - Como se viu supra, a Requerente, ora recorrente, requereu ao Tribunal (utilizou as expressões “solicita”, respectivamente no artº 20º na petição inicial em que peticionou o PER, que

fosse nomeado como Administrador da Insolvência o Sr. Dr. ANTÓNIO BONIFÁCIO, com os sinais dos autos, justificando tal proposta de nomeação e, ademais, que tal Sr. Administrador fora previamente contactado e manifestou disponibilidade para aceitar a nomeação, circunstância que comprovou com documento bastante,

anexo com a p. i. sob Docº nº 13/ anexo 11 (“Declaração de

Aceitação”, por si assinada, com data de 29 de Outubro de 2012).

26 - Na douta decisão do Tribunal a quo, em cumprimento dos

artºs 17-Cº e 32/1 do CIRE, foi nomeado administrador o Sr. Dr. Emanuel Freire Torre Gamelas, com domicílio profissional na Rua

Beatriz Costa, nº 14, R/C Dtº, Alfragide, sem menção de qualquer outro motivo para o não acatamento da sugestão feita na petição inicial.

27 - Não resulta dos autos que tenha havido (porque não houve)

outra indicação para o exercício do referido cargo além da do requerente do PER.

28 - Uma vez que só a Requerente do PER indicou a pessoa a nomear para o cargo de administrador provisório e este consta das listas oficiais, o Tribunal a quo deveria, em princípio,

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acolher essa indicação, a não ser que tivesse motivos que a

desaconselhassem.

29 - Não acolhendo a indicação da Requerente, o Tribunal a quo

devia fundamentar, de forma clara e cabal, esse não acolhimento e as razões que o levaram a nomear uma terceira pessoa, cuja

capacidade e idoneidade para o exercício do cargo obviamente não se coloca em causa, sendo todavia totalmente estranha ao

conhecimento da Requerente, tendo domicílio profissional na

cidade de Alfragide, relativamente longe, e longe, igualmente, da sede social da firma requerente, já que tal exigência decorre do que estabelecem os artºs 158º, nº 1, e 659º, nº 3, do CPC. 30 - O Tribunal a quo, para fundamentação da decisão, refere apenas que aquele é conhecido em juizo.

31 - Nenhuma referência é feita à indicação de pessoa a nomear

para tal cargo.

32 - Por outro lado, nem as normas acima citadas, mencionadas no segmento da decisão sob recurso, exclui, por si só, a

possibilidade de que a nomeação para o cargo de administrador provisório, recaísse na pessoa indicada pela Requerente.

33 - Com a referida omissão o Tribunal a quo não fundamentou a nomeação a que procedeu e, se bem analisamos, deixou de se pronunciar sobre questão que foi colocada à sua apreciação (não se pronunciou sobre a nomeação do administrador na pessoa indicada pelo requerente), incorrendo, por isso, nas nulidades

previstas nas als. b) e d) do nº 1 do art. 668º, no artigo 158/1 do CPC e 659/3, todos do CPC.

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34 - Segundo estas alíneas, a sentença é nula quando “não

especifique os fundamentos de facto e de direito que justificam a decisão” ou quando “o juiz deixe de pronunciar-se sobre questões que devesse apreciar ou conheça de questões de que não podia tomar conhecimento”.

35 - Faltando, como faltam, em absoluto, os fundamentos que levaram o Tribunal, por um lado, a não acolher a indicação da Requerente, ora apelante, quanto à pessoa a nomear como administrador provisorio e, por outro, a nomear outra para esse cargo, consideramos, por essa via, estar preenchida a previsão da primeira daquelas alíneas [que exige que falte em absoluto a indicação dos fundamentos de facto e/ou de direito da decisão, não bastando a mera deficiência ou insuficiência de fundamentação - assim, i. a., ALBERTO DOS REIS, in “Código de Processo Civil Anotado”, vol. V, 1984, pgs. 139 a 141, CASTRO MENDES, in “Direito Processual Civil”, vol. III, AAFDL-1982, pg. 308, nota 1 e LEBRE DE FREITAS e outros, in “Código de Processo Civil Anotado”, vol. 2º, 2001, pg. 669], embora tal nulidade,

como é manifesto, se circunscreva à questão aqui em apreço, tratando-se, portanto, de uma nulidade parcial da sentença recorrida [cfr. LEBRE DE FREITAS e outros, obr. e vol. cit., pg.

670].

36 - E, deixando de se pronunciar sobre questão que deveria apreciar, porque suscitada em articulado próprio e idóneo (artº

20º da p. i., não fazendo referência à indicação peticionada,

incorreu o Tribunal a quo na nulidade prevista na 1ª parte da

al. d) do nº 1 do artº 668º do CPC, que está directamente

relacionada com o comando fixado no nº 2 do artº 660º, segundo o qual “o juiz deve resolver todas as questões que as partes tenham submetido à sua apreciação exceptuadas aquelas cuja decisão esteja prejudicada pela solução dada a outras”.

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37 - Nessa medida, a decisão recorrida enferma de vício de

nulidade, que deverá determinar a sua revogação, na parte atinente à nomeação do administrador provisório.

Isto posto,

38 - De harmonia com a regra da substituição da Relação ao

tribunal recorrido (artº 715º, nº 1, na sua actual redacção),

cabe a este Tribunal de 2ª instância “conhecer do objecto da

apelação”, ou seja, substituir-se ao Tribunal recorrido e, «in

casu, proceder à nomeação do administrador provisório em função

dos elementos fácticos que decorrem dos autos.

39 - Ora, não resultando destes que tenha sido indicada, por algum credor ou pela Requerente, outra pessoa para o exercício do cargo em questão (com efeito, para além da indicação do Requerente, ninguém se apresentou nos autos a dizer ou requerer o que quer que fosse, a tal respeito), nem que a nomeação levada a cabo pelo Tribunal a quo tenha sido para observância do disposto na parte final do nº 2 do art. 2º da Lei nº 32/2004, crê-se que não se possibilita que se extraia outra solução que não seja a de nomear como administrador da insolvência a pessoa

que o requerente, aqui apelante, indicou na parte final da p. i. com que requereu a insolvência, dando, deste modo, provimento ao recurso.

40 - Atento o exposto, requer, em conclusão, seja concedido provimento ao recurso e anulada a sentença na parte em que

nomeia administrador de insolvência o Sr. Dr. Emanuel Freire Torre Gamelas, e, atendendo à indicação feita pela Requerente

ora recorrente, na sua petição inicial, nomear-se em

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escritório no Caminho de São Martinho 127, Funchal, e no Continente em Edifíco Ordem IV, R/C – 4º C, Apartado 47, 4634 – Marco de Canavezes, o qual se encontra inscrito na respectiva lista oficial – cfr. Listagem publicada no DR, II Série, nº 60, de 26 de Março de 2010; Vide, por último: Ministério da Justiça / Comissão de Apreciação e Controlo da Actividade dos Administradores da Insolvência / Lista Oficial Actualizada (em 12-11-2010) dos Administradores da Insolvência do Distrito

Judicial do Porto, consultável em

http://www.mj.gov.pt/sections/oministerio/organismos2182/direcca ogeralda/files/administradores-insolvencia/ -, ao qual deverão

ser efectuadas as notificações necessárias ao início do exercício de funções, e a quem se deve ter por referido tudo quanto é determinado na sentença recorrida em relação ao administrador.

41 – É ainda de ter em consideração que sendo o PER um processo de matriz não publico, pelo menos na nesta sua primeira fase, a fase de negociação, e que considerando que quem vai efectuar o pagamento ao Administrador Provisório é a Requerente, la diz o ditado que “quem paga pode!!!”, espera ser acompanhado por um Administrador provisório de sua escolha e confiança.

III - CONCLUSÕES

I - O presente recurso tem por objecto a douta decisão do Tribunal Judicial do Funchal de 27/11/2012 que nomeou como

administradora Provisório o Sr. Dr. Sr. Dr. Emanuel Freire Torre Gamelas, com domicílio profissional na Rua Beatriz

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II - É um facto incontroverso e incontrovertível que nos termos do preceituado no artº 52º, nº 1, do CIRE, a

nomeação do administrador é sempre da competência do juiz;

III - No entanto, o legislador regulamenta os termos em que

essa competência deve ser exercida, permitindo ao devedor e ao requerente indicar a pessoa a nomear;

IV - Estabelecendo que o juiz “pode” atender à pessoa

indicada – artº 32º, nº 1, e artº 52º, nº, 2 do CIRE;

V - Mas não em termos que o leve a não se pronunciar sobre o peticionado sem fundamentar, levando à discricionariedade e mesmo à arbitrariedade de tal decisão, ou simplesmente a não se pronunciar sobre o peticionado;

VI - Sendo clara a letra da lei quando atribui ao juiz o poder de atender às indicações feitas (“poder de atender” no sentido de ouvir a Requerente sobre tal matéria e sobre o mesmo se pronunciar);

VII - Pois, o pedido de nomeação, apesar de não ser vinculativo, foi feito em tempo e fundamentadamente, merecendo a apreciação pelo Tribunal a quo;

VIII – Demais que a Requerente, ora recorrente, requereu ao Tribunal (utilizou as expressões “solicita”,

respectivamente no artº 20 da petição inicial em que

peticionou que se desse inicio ao PER, que fosse nomeado como Administrador Provisório o Sr. Dr. ANTÓNIO BONIFÁCIO,

com os sinais dos autos e escritório na cidade e comarca de Marco de Canaveses e Funchal, justificando tal proposta de

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requerente, sabendo a mesma Requerente da sua competência e imparcialidade no exercício das funções, sendo um profissional diligente e justo, e, ademais, que tal Sr.

Administrador fora previamente contactado e manifestou

disponibilidade para aceitar a nomeação, circunstância que comprovou com documento bastante, anexo com a p. i. sob Docº nº 13 (“Declaração de Aceitação”, por si assinada, com

data de 29 de Outubro de 2012);

IX - Na douta decisão do Tribunal a quo, em cumprimento dos

artºs 17-C/3 e 32/1 do CIRE, foi nomeado administrador o Sr. Dr. Emanuel Freire Torre Gamelas, com domicílio

profissional na Rua Beatriz Costa, nº 14, R/C Dtº, Alfragide, sem menção de qualquer motivo justificativo ou fundamentação para o não acatamento da sugestão feita na petição inicial;

X - Não resulta dos autos que tenha havido (porque não

houve) outra indicação para o exercício do referido cargo além da do requerente do PER;

XI – Uma vez que só a Requerente do PER indicou a pessoa a nomear para o cargo de administrador provisório e este consta das listas oficiais, o Tribunal a quo deveria, em

princípio, acolher essa indicação, a não ser que tivesse

motivos que a desaconselhassem;

XII – Além disso, não acolhendo a indicação da Requerente,

o Tribunal a quo devia fundamentar esse não acolhimento e as razões que o levaram a nomear uma terceira pessoa, cuja

capacidade e idoneidade para o exercício do cargo obviamente não se coloca em causa, sendo todavia totalmente

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profissional na cidade de Alfragide, relativamente longe da comarca do Funchal, precisamente onde se situa o domicílio profissional do Sr. Administrador que propôs, Dr. ANTÓNIO BONIFÁCIO, e longe, igualmente, da sede social da firma insolvente, que se situa no mesmo concelho do Funchal, já que tal exigência decorre do que estabelecem os artºs 158º,

1, e 659º, 3, do CPC;

XIII - No caso em apreço, o Tribunal a quo não acolheu a indicação da Requerente do PER (feita na petição inicial) e nomeou outra pessoa para o cargo de administrador provisório (um e outro constantes das aludidas listas oficiais) sem fundamentar, minimamente que fosse, a sua opção;

XIV - Com efeito, o Tribunal a quo, para fundamentação da decisão, refere apenas a norma que impõe que na sentença que declare o PER o juiz nomeie o administrador da insolvência – artº 32/1º;

XV - Nenhuma referência é feita à indicação de pessoa a

nomear para tal cargo, efectuada pela Requerente do PER;

XVI - Por outro lado, nem a norma acima citadas, mencionadas no segmento da decisão sob recurso, exclui, por

si só, a possibilidade de que a nomeação para o cargo de administrador, recaísse na pessoa indicada pela Requerente;

XVII - Com a referida omissão o Tribunal a quo não fundamentou a nomeação a que procedeu e, se bem analisamos, deixou de se pronunciar sobre questão que foi colocada à sua apreciação (não se pronunciou sobre a nomeação do administrador na pessoa indicada pela Requerente),

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incorrendo, por isso, nas nulidades previstas nas als. b) e d) do nº 1 do art. 668º do CPC;

XVIII - Segundo estas alíneas, a sentença é nula quando

“não especifique os fundamentos de facto e de direito que justificam a decisão” ou quando “o juiz deixe de pronunciar-se sobre questões que devesse apreciar ou conheça de questões de que não podia tomar conhecimento”;

XIX - Faltando, como faltam, em absoluto, os fundamentos que levaram o Tribunal, por um lado, a não acolher a indicação da Requerente, ora apelante, quanto à pessoa a nomear como administrador e, por outro, a nomear outra para esse cargo, consideramos, por essa via, estar preenchida a previsão da primeira daquelas alíneas [que exige que falte em absoluto a indicação dos fundamentos de facto e/ou de direito da decisão, não bastando a mera deficiência ou insuficiência de fundamentação, embora tal nulidade, como é

manifesto, se circunscreva à questão aqui em apreço, tratando-se, portanto, de uma nulidade parcial da sentença recorrida;

XX - E, deixando de se pronunciar sobre questão que deveria apreciar, porque suscitada em articulado próprio e idóneo

(artº 20º da p. i. não fazendo referência à indicação peticionada, incorreu o Tribunal a quo na nulidade prevista na 1ª parte da al. d) do nº 1 do artº 668º do CPC, que está

directamente relacionada com o comando fixado no nº 2 do

artº 660º, segundo o qual “o juiz deve resolver todas as

questões que as partes tenham submetido à sua apreciação exceptuadas aquelas cuja decisão esteja prejudicada pela solução dada a outras”;

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XXI - Nessa medida, a decisão recorrida enferma de vício de

nulidade, que deverá determinar a sua revogação, na parte atinente à nomeação do administrador provisório;

XXII - De harmonia com a regra da substituição da Relação

ao tribunal recorrido (artº 715º, nº 1, na sua actual

redacção), cabe a este Tribunal de 2ª instância “conhecer

do objecto da apelação”, ou seja, substituir-se ao Tribunal recorrido e, «in casu, proceder à nomeação do administrador provisório em função dos elementos fácticos que decorrem dos autos;

XXIII - Assim, não resultando destes que tenha sido indicada outra pessoa para o exercício do cargo em questão (com efeito, para além da indicação da Requerente, ninguém se apresentou nos autos a dizer ou requerer o que quer que fosse, a tal respeito), nem que a nomeação levada a cabo pelo Tribunal a quo tenha sido para observância do disposto na parte final do nº 2 do art. 2º da Lei nº 32/2004, crê-se que não se possibilita que se extraia outra solução que não seja a de nomear como administrador provisório a pessoa que

a Requerente, aqui apelante, indicou na parte final da p. i. com que requereu o PER, dando, deste modo, provimento ao recurso;

XXIV - Ao decidir nos termos em que o fez na douta decisão, o Tribunal a quo violou e fez errada interpretação e aplicação do disposto nas normas e princípios legais supra referidos.

Nestes termos e nos melhores de direito que V. Exªs proficientemente suprirão, requer-se a V. Exªs que seja

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recorrida na parte em que nomeia administrador provisório Sr. Dr. Emanuel Freire Torre Gamelas, e seja substituída por uma outra que, atendendo à indicação feita pela Requerente ora recorrente, na sua petição inicial, nomeie em substituição o Administrador Judicial Provisório, o AI Dr.António Bonifácio, com escritório no Caminho de São Martinho 127, Funchal, e no Continente em Edifíco Ordem IV, R/C – 4º C, Apartado 47, 4634 – Marco de Canavezes, o qual se encontra inscrito na respectiva lista oficial – cfr. Listagem publicada no DR, II Série, nº 60, de 26 de Março de 2010; Vide, por último: Ministério da Justiça / Comissão de Apreciação e Controlo da Actividade dos Administradores da Insolvência / Lista Oficial Actualizada (em 12-11-2010) dos Administradores da Insolvência do Distrito

Judicial do Porto, consultável em

http://www.mj.gov.pt/sections/oministerio/organismos2182/direcca ogeralda/files/administradores-insolvencia/ -, ao qual deverão ser efectuadas as notificações necessárias ao início do exercício de funções, e a quem se deve ter por referido tudo quanto é determinado na sentença recorrida em relação ao administrador provisório.

JUSTIÇA!

Desde já se requer, nos termos e para os efeitos de disposto no art. 691.ºB, do C.P.C, sejam emitidas certidões das seguintes peças processuais:

1- P. I. do PER apresentada em 1/11/2012 e Docº nº 13 / anexo

11 da P.I. que a acompanhou (Declaração de Aceitação para

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Mais requer: seja certificado narrativamente e acompanhe o

expediente de instrução do recurso se, além do recorrente, algum credor ou, em geral, algum interessado legitimado, indicou ou sugeriu administrador provisório a nomear nos presentes autos, indicando o seu nome e domicílio profissional, e, em caso negativo, com menção expressa de nenhum interessado ou legitimado nos autos o ter feito, além do recorrente e se houve oposição ao PER.

Pede e espera deferimento A Advogada,

Sofia Faro Advogada

Ced. 12498L/ NIF 195717589 Rua Belo Horizonte, nº 420, 3º esq.

4430-027 Vila Nova de Gaia Telf. 22 783 92 36 / 919 36 49 85

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Acórdão do Tribunal da Relação do Porto

Processo: 175/10.0TBESP-A.P1

Nº Convencional: JTRP00043917

Relator: M. PINTO DOS SANTOS

Descritores: ADMINISTRADOR DA INSOLVÊNCIA

NOMEAÇÃO Nº do Documento: RP20100511175/10.0TBESP-A.P1 Data do Acordão: 11-05-2010 Votação: UNANIMIDADE Texto Integral: S Privacidade: 1

Meio Processual: APELAÇÃO.

Decisão: REVOGADA A DECISÃO.

Indicações Eventuais: 2ª SECÇÃO - LIVRO 372 FLS. 71.

Área Temática: .

Legislação Nacional: ARTº 32º DA LEI 32/2004, DE 22/07.

Sumário: I- Na nomeação do administrador da insolvência (na sentença de declaração desta), devem adoptar-se os seguintes procedimentos:

Se só o devedor indicar a pessoa/entidade a nomear para esse cargo e esta constar das listas oficiais, o Tribunal deve, em principio, acolher essa indicação, a não ser que haja motivos que a desaconselhem - por ex., por a pessoa/entidade em causa ser já administrador noutros processos

pendentes no Tribunal e porque o art. 2° n° 2 da Lei 32/2004 aconselha “distribuição em idêntico número” pelos administradores constantes daquelas listas.

II- Se além do devedor, também o credor indicar pessoa/entidade para o cargo, diversa da sugerida por aquele, o Tribunal pode nomear algum deles ou um outro à sua escolha, embora deva dar preferência à indicação do credor.

III- Em qualquer dos casos, quando não acolher as indicações - do

devedor, do credor, ou de ambos -, o Tribunal deve fundamentar esse não acolhimento e as razões que o levam a nomear uma terceira pessoa/ entidade.

Reclamações:

Decisão Texto Integral: Pc. 175/10.0TBESP-A.P1 – 2ª Secção (apelação)

_____________________ Relator: Pinto dos Santos Adjuntos: Des. Ramos Lopes Des. Cândido Lemos

* * *

Acordam nesta secção cível do Tribunal da Relação do Porto: I. Relatório:

B……….., residente em ……., Espinho, requereu a declaração da sua

insolvência pelos fundamentos que constam do requerimento certificado a fls. 3 a 10 deste apenso (de recurso em separado), tendo, também aí, sugerido que fosse nomeado como administrador da insolvência o Sr. Dr. C…………, cujo domicílio profissional indicou.

Na sentença que declarou a insolvência da requerente, certificada a fls. 74 a 76, foi nomeada administradora a Dra. D……….., sem que fosse feita qualquer alusão à sugestão apresentada pela requerente-insolvente no requerimento inicial.

Inconformada com tal segmento da sentença, a requerente interpôs o presente recurso de apelação (com subida imediata, em separado e efeito meramente devolutivo), cuja motivação culminou com as seguintes conclusões:

“a) A sentença recorrida não merece qualquer reparo quando declara a

insolvência da requerente.

b) Todavia, não se pronunciou, como peticionado na petição inicial, pela nomeação como administrador da insolvência do Dr. C……….., inscrito nas Listas Oficiais de Administradores de Insolvência, com escritório na ……..,

29-11-2012 http://www.dgsi.pt/jtrp.nsf/c3fb530030ea1c61802568d9005cd5bb/6c491f48f5041c9d...

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responsável e com experiência e conhecimentos técnicos. c) Nem fundamentou, de facto e de direito, a sua escolha pela administradora Dra. D………...

d) Pedido que a requerente fundamentou e quer ver apreciado pelo tribunal a quo.

e) Indicação que teve por suporte o disposto no artigo 52º nº 2 do CIRE (Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas), em conjugação com o consignado no artigo 2º nº 1 da Lei nº 32/04, de 22-07 (Estatuto do Administrador da Insolvência).

f) Nenhuma das normas mencionadas na sentença ou argumento excluiu, só por si, a possibilidade de que a nomeação para o cargo de

administrador da insolvência recaísse na pessoa indicada pela requerente. g) É um facto que nos termos do preceituado no art. 52º nº 1 do CIRE, (a) nomeação do administrador da insolvência é da competência do juiz. h) No entanto, o legislador regulamenta os termos em que essa

competência deve ser exercida, permitindo ao devedor/credor requerente da insolvência indicar a pessoa a nomear.

i) Estabelecendo que o juiz “pode” atender à pessoa indicada pelo próprio devedor ou pelo credor requerente da insolvência– art. 32º nº 1 e art. 52º nº 2 do CIRE.

j) É certo que a competência para a nomeação para o cargo de administrador da insolvência é sempre, por imposição legal, do juiz. k) Mas não em termos que o leve a não se pronunciar sobre o peticionado sem fundamentar, levando à arbitrariedade e mesmo à discricionariedade de tal decisão ou simplesmente a não se pronunciar sobre o peticionado. l) Sendo clara a letra da lei quando atribui ao juiz o poder de atender às indicações feitas (“poder de atender” no sentido de ouvir o requerente da

insolvência ou o devedor sobre tal matéria e sobre o mesmo se pronunciar).

m) Pois, o pedido de nomeação, apesar de não ser vinculativo, foi feito em tempo e fundamentadamente, merecendo a apreciação pelo tribunal «a quo».

n) A douta sentença ao ter procedido, sem mais, à nomeação do administrador da insolvência em pessoa diversa da indicada pela requerente sem especificar os fundamentos de facto e de direito que justificaram tal decisão,

o) Nem fazendo referência à indicação peticionada, deixou de se pronunciar sobre questão que foi colocada à apreciação do tribunal. p) O que constitui nulidade [cfr. alínea(s) b) e d) do nº 1 do art. 668º do C.P.Civil].

q) Dando-se provimento à apelação, deve ser revogada parcialmente a douta sentença recorrida, substituindo-se a mesma por outra que conheça do peticionado e, se o juiz assim o entender após apreciação da questão, seja nomeado o Dr. C…………. para administrador da insolvência.

r) E a ser nomeada pessoa diversa da indicada para administrador da

insolvência, que o mesmo seja fundamentado de facto e de direito”. Não houve contra-alegações.

* * * II. Questões a apreciar e decidir:

Em atenção à delimitação decorrente das conclusões das alegações da apelante - art. 684º nº 3 e 685º-A nºs 1 e 3 do C.Proc.Civ., na redacção, aqui aplicável, dada pelo DL 303/3007, de 24/08, já que o processo de

insolvência teve o seu início em 11/02/2010, conforme se afere do carimbo aposto na parte superior direita da 1ª folha da petição (cfr. arts. 11º nº 1, “a contrario” e 12º nº 1 de tal DL) –, as únicas questões que importa apreciar e decidir consistem em saber:

• Se o Tribunal «a quo» estava obrigado a fundamentar o não acolhimento da sugestão da requerente quanto à pessoa a nomear para o cargo de administrador da insolvência e, outrossim, a fundamentar por que nomeou outra pessoa

• E se a respectiva omissão integra a nulidade de sentença que vem invocada pela apelante.

29-11-2012 http://www.dgsi.pt/jtrp.nsf/c3fb530030ea1c61802568d9005cd5bb/6c491f48f5041c9d...

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III. Circunstancialismo fáctico e apreciação jurídica:

1. O circunstancialismo que importa reter para solução do caso «sub judice» é o seguinte:

• A requerente sugeriu ao Tribunal (utilizou a expressão “sugere-se”), no requerimento inicial em que peticionou a sua declaração de insolvência, que fosse nomeado como administrador da insolvência o Sr. Dr. C………… [cfr. parte final daquele requerimento, a fls. 9 deste apenso].

• Na sentença em que foi declarada a insolvência da requerente, foi nomeada administradora a Sra. Dra. D…………., sem menção de qualquer motivo para o não acatamento da sugestão feita no requerimento inicial [cfr. ponto 2º da parte decisória daquela, a fls. 75 destes autos].

• Não resulta da certidão junta a fls. 2 e segs. que tenha havido outra indicação para o exercício do referido cargo além da da

requerente/insolvente.

* *

2. A primeira questão jurídica que importa apreciar consiste em saber se o Tribunal «a quo» estava obrigado a fundamentar o não acolhimento da sugestão da requerente, ora apelante, quanto à pessoa a nomear para o cargo de administrador da insolvência e, outrossim, a fundamentar por que nomeou pessoa diversa.

Não há dúvida que na sentença que declara a insolvência, o Tribunal tem, além de outras proclamações, que nomear o administrador da insolvência, com indicação do seu domicílio profissional, conforme prescreve a al. d) do art. 36º do CIRE (diploma aplicável ao processo de insolvência em questão, atenta a data em que a requerente/insolvente se apresentou à mesma – a ele nos reportaremos quando outra menção não for feita). Inequívoco é também que “a nomeação do administrador da insolvência é da competência do juiz” - art. 52º nº 1 - e que a respectiva escolha “recai em entidade inscrita na lista oficial de administradores de insolvência” – art. 32º nº 1, “ex vi” da 1ª parte do nº 2 do art. 52º, e art. 2º nº 1 da Lei nº 32/2004, de 22/07 (que estabelece o “estatuto do administrador da

insolvência”).

Além disso, resulta da 2ª parte do nº 2 deste último preceito que o devedor pode, ele próprio, indicar a pessoa/entidade que deve exercer aquela função no processo. Tal indicação não está sujeita a qualquer formalidade nem a outra exigência que não seja a de que essa pessoa/entidade conste da referida lista oficial.

Havendo essa indicação atempada por parte do devedor, esclarece o mesmo normativo, na redacção aqui aplicável, dada pelo DL 282/2007, de 07/08, que o Juiz “pode” tê-la em conta. Na sua redacção primitiva, dada pelo DL 53/2004, de 18/03 (que aprovou o CIRE), o nº 2 daquele art. 52º dispunha que “aplica-se à nomeação do administrador da insolvência o disposto no nº 1 do art. 32º, devendo o juiz atender (…) às indicações que sejam feitas pelo próprio devedor (…)”.

A propósito da alteração operada neste preceito, Carvalho Fernandes e João Labareda [in “Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas Anotado”, 2008, pgs. 243 a 245, notas 7, 8 e 12] entendem que “a nova redacção dada, em 2007, ao nº 2, veio alargar o poder decisório do juiz”, na medida em que “na sua versão primitiva determinava (…) que o juiz devia atender as indicações do devedor (…)”, ao passo que agora diz apenas que “o juiz pode ter em conta essas indicações”. Acrescentam depois que “as indicações para nomeação do administrador (…) podem ser feitas na petição inicial pelo requerente da declaração de insolvência ou pelo devedor, se o processo começar por apresentação”. Quanto à articulação do referido normativo com o nº 2 do art. 2º da Lei nº 32/2004 - que dispõe que “sem prejuízo do disposto no nº 2 do art. 52º do Código da Insolvência

e da Recuperação de Empresas, a nomeação a efectuar pelo juiz processa-se por meio de sistema informático que asprocessa-segure a aleatoriedade da escolha e a distribuição em idêntico número dos administradores da

insolvência nos processos” – referem que o recurso a tal sistema

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