O COMITÊ DE RESOLUÇÃO DE DISPUTAS – CRD
nos Contratos de Construção daLinha 4 – Amarela do Metrô de São Paulo
Eng.º JORGE P. JOBIM
Vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito da Construção- Ibdic
Quando
surgiu o 1º caso de utilização do Comitê de Resolução de Disputas –CRD
, em um contrato daPor ocasião da construção da
Linha 4- Amarela da
Companhia do Metropolitano de São PauloPor que o METRÔ introduziu o CRD como ferramenta de solução de disputas nos contratos da Linha 4 - Amarela ?
Por
EXIGÊNCIA
do orgão internacional financiador do projeto: Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento -BIRD
Que tipos de contratos e qual o valor global envolvidos na construção da Linha 4 - Amarela ?
Foram celebrados
3 (três) contratos
do tipo “turn key
”, com os Consórcios Linha Amarela e Via Amarela, no valor total dePor que o metrô aceitou a exigência do BIRD para instalar um
CRD
?Porque a
permite que que no caso de obras realizadas com recursos
provenientes de financiamentos de agências oficiais de cooperação financeira ou de organismos financeiros multilaterais podem ser admitidas, na respectiva licitação, condições estabelecidas em normas
e procedimentos exigidos por aquelas entidades no
§5º
do ART.42
Como foi constituído o
CRD ?
Conforme estabelecido nos contratos,
o
CRD
foi constituído portrês engenheiros
,sendo um indicado pelo METRÔ, o outro pelo
Consórcio
.O Presidente do Comitê foi escolhido pelos dois membros e aprovado pelas Partes.
Quando foi constituído o
CRD
para atuar nos contratos da Linha 4 - Amarela ?
Para atuar nos
3 (três)
contratos da Linha 4 – Amarela,o
CRD
foi efetivamente implantado em
julho de 2004
, cerca de10 (dez) meses
Os procedimentos para a atuação do
CRD
Conforme exigência do BIRD os contratos continham
as regras e procedimentos para a constituição, atuação e remuneração do
CRD
nos documentos:Condições Gerais do Contrato
(GCC)
– Decisão sobre LitígiosCondições Especiais do Contrato
(SCC)
– Regras e Procedimentos do ComitêQuando ocorreu o primeiro caso submetido ao
CRD ?
A primeira intervenção do Comitê ocorreu em
outubro de 2006
por iniciativa do Consórcio Via Amarela
O pleito dizia respeito à diferença de custos decorrente de alteração
O método construtivo para o trecho (Lote 2) entre Estação Faria Lima e Pátio Vila Sônia previa a utilização de “Tunel Boring Machine – TBM”, conhecida como “
Shield
” e apelidada de “Tatuzão
”Mas foi alterado para ser executado pelo método “New Austrian Tunneling Method”
mais referido como método
Conforme o procedimento estabelecido nas GCC e SSC o
CRD
• verificava a regularidade da solicitação recebida; • analisava a configuração do litígio;
• confirmava se não havia possibilidade de solução mediada entre as
Cabendo a intervenção pelo
CRD
• solicitava às partes envio de argumentação sobre a disputa;
• marcava data para audiência, com envio antecipado do material de apresentação das partes;
• realizava a audiência, que poderia ser continuada em outra data;
• se necessário, contratava aconselhamento de especialista independente.
CRD
finalizava o processo emitindo o Relatório de Recomendação, contendo:
• caracterização do litígio; • instrução do processo;
• fundamentos da recomendação; • recomendação do comitê.
Decisão das partes quanto ao Relatório de Recomendação do
CRD
Caso qualquer das Partes não concordasse com a
recomendação do Comitê, poderia recorrer à Arbitragem. Mas, se decorridos 56 dias sem manifestação da outra Parte, a
recomendação tornava-se
No caso de se instituir a
Arbitragem
A recomendação do Comitê se tornaria
evidência
para o Juízo Arbitral, mas resguardado o seu poder para rever e revisar a referidaAlém da intervenção em outubro de 2006, o
CRD
2009
: uma disputa (operação dos sistemas);2010
: uma disputa (prazos para conclusão das obras);2011
: duas disputas (despesas com terceiros e custos de comissionamento);2012
: uma disputa (incremento dos custos de mão de obra, equipamentos e projetos);2013
: duas disputas (impostos sobre importação de bens e serviços);2014
: duas disputas (diferenças de valores relativos a fornecedores);2015
: uma disputa (pagamento de custos decorrentes de extensões de prazos contratuais).Quais as principais conclusões sobre esta experiência com o
CRD
PONTOS NEGATIVOS
Desconhecimento
do processo de “Dispute Board”;Inexistência
de Legislação Federal específica;Falta de
respaldo jurídico
para o gestor público;Falta de um Membro do Comitê com
formação jurídica
; Encaminhamento de litígios após aconclusão da obra
.PONTOS POSITIVOS
Existência de um
CRD
evitouinterrupção
da obra durante disputas; Disputas processadas em prazos de4 a 10 meses
do início;Custo total do Comitê e Consultores inferior a
0,1% do valor
dos contratos.Esta apresentação foi preparada com base no capítulo do livro “CRD – COMITÊ DE RESOLUÇÃO DE DISPUTAS NOS CONTRATOS DE
CONSTRUÇÃO E INFRAESTRUTURA”
de autoria dos Membros do