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Simpósio 5 Cadeia Negocial de PET. Adriana Moraes de Oliveira Tribucci InVivo 14:30-15:30

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Simpósio 5 – Cadeia Negocial de PET

Palestra 3 - Exportação, controle de qualidade e certificações de alimentos para animais.

Adriana Moraes de Oliveira Tribucci – InVivo

14:30 - 15:30

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Controle de Qualidade, Certificações e Exportação de alimentos para animais de estimação

Quality Control, Certification and Pet Food Export

Control de calidad, certificación y exportación de alimentos para mascotas

Adriana Moraes de Oliveira Tribucci InVivo adrianamot@gmail.com

Resumo

A indústria pet brasileira tem evoluído bastante, e a cada ano o faturamento aumenta. Até os anos 1990, o Brasil importava mais do que produzia alimentos completos para animais. Mas após este período, aumentaram muito as empresas do segmento, já que multinacionais começaram a se instalar por aqui. Mesmo com os problemas econômicos enfrentado pelo país nos últimos anos, o mercado pet tem se mantido em equilíbrio, e o Brasil está em 4º lugar no número de animais de estimação e ocupa o 3º lugar no ranking do mercado mundial do setor, com 5,3% do faturamento global. Para manter esse crescimento dentro do cenário nacional e internacional, é necessário que a empresa tenha um bom controle de qualidade aliado às certificações que a empresa possui, o que garante um processo de produção bem controlado e produtos com qualidade e segurança. As certificações mais importantes são: Boas Práticas de Fabricação (BPF), Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (HACCP ou APPCC) e a Certificação Feed & Food Safety (Gestão do Alimento Seguro). Diante da importância do Brasil no mercado mundial, as exportações de pet food também apresentam um aumento significativo, aliadas a boa imagem dos nossos produtos no mercado exterior e projetos que divulgam as empresas brasileiras desse segmento. Os maiores compradores dos produtos brasileiros são Ásia, seguida pela América do Sul.

Abstract

The Brazilian pet industry has evolved a lot, and every year the billing increases. Until the 1990s, Brazil imported more than producing complete feed. However, after this period, the companies of the segment have increased greatly, since multinationals began to settle here. Despite the economic

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problems faced by the country in recent years, the pet market has remained in balance, and Brazil ranks 4th in terms of the number of pets and occupies the 3rd place in the world market in the sector, with 5,3% of overall revenue. To maintain this growth within the national and international scenario, it is necessary that the company have a good quality control in addition to the certifications that the company has, which guarantees a good controlled production process and products with quality and safety. The most important Certifications are: Good Manufacturing Practices (GMP), Hazard Analysis and Critical Control Points (HACCP or HACCP) and the Feed & Food Safety Certification. Given the importance of Brazil in the world market, pet food exports also show a significant increase, together with the good image of our products in the foreign market and projects that Brazilian companies in this segment divulge. The largest buyers of Brazilian products are Asia, followed by South America.

Palavras chave: Boas práticas de fabricação, exportação, pet food, qualidade. Keywords: Good manufacturing practices, export, pet food, quality.

1. Introdução O crescimento do mercado de produtos para animais de companhia apresenta um constante aumento nas últimas décadas. Até os anos 1990, o Brasil importava um volume alto de ração animal. Porém, após este período, as multinacionais começaram a se instalar por aqui, causando uma inversão no cenário e criando uma estrutura para a produção no Brasil (ZANI, 2016).

Conforme o mercado brasileiro de alimentos para animais cresce, cresce junto a necessidade de se produzir alimentos com segurança e qualidade, a fim de satisfazer o cliente e ser mais competitivo no mercado. Diante dessas necessidades, os processos de produção das fábricas devem ser bem controlados.

Para isso, existem certificações próprias para empresas fabricantes de alimentos para animais, as quais devem ser bem empregadas e seguidas. É por isso que hoje a maior parte das empresas, principalmente as que também exportam seus produtos, possuem as certificações e atendem não só o mercado nacional como o internacional. É importante que todos os requisitos exigidos por essas certificações sejam cumpridos, já que com isso facilitam a entrada no comércio.

Mas não se trata de um processo fácil. É necessário que a empresa possua um bom controle de qualidade e que prove que suas condições de produção e controle de processos são realmente eficazes e que tudo é avaliado e registrado.

Para as empresas exportadoras, as exigências são ainda maiores, pois devem se encaixar não só nas normas de certificações nacionais, como nas internacionais também.

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Vale ressaltar que o Brasil é um dos maiores exportadores de produtos para animais de estimação, principalmente pet food. Essa abertura do mercado nacional se dá ao fato de apresentarmos e produzirmos produtos de excelente qualidade e com boa imagem internacional.

2. Mercado Pet brasileiro

Ao longo de 2015, a Indústria Pet brasileira produziu 2,53 milhões de toneladas de pet food. Os três estados mais representativos foram São Paulo, com mais de 700 mil toneladas produzidas; Paraná, com mais de 650 mil toneladas e Minas Gerias, com mais de 380 mil toneladas. O segmento registra um crescimento de 2,66% em relação à 2014 (INSTITUTO PET BRASIL, 2015).

Dentro do mercado pet, o setor de pet food é o que possui maior faturamento, estimado em 67,5% para 2016, seguidos por 16,3% Pet Serv, 8,1% Pet Care e 8,1% Pet Vet. Esses valores representam um aumento no faturamento de 6,6% (R$ 19,2 bilhões) em relação à 2015 em que o faturamento foi de R$ 18 bilhões (ABINPET, 2016).

O Brasil possui 132,4 milhões de pets, destes, 52,2 milhões de cães, 22,1 milhões de gatos, 37,9 milhões de aves e 18 milhões de peixes e 2,2 milhões entre répteis e pequenos mamíferos (Figura 1) (ABINPET, 2016). Esse contingente movimenta um setor que, em 2015, chegou a ocupar 0,37% do PIB nacional (Instituto Pet Brasil, 2016). Além disso, ocupa o 3º lugar no ranking do mercado mundial do setor, com 5,3% do faturamento global, atrás apenas dos Estados Unidos, que ocupa a 1ª posição, com um faturamento de 42%, e o Reino Unido na 2ª colocação, com faturamento de 6,7% (Figura 2).

Figura 1: População Pet no Brasil.Fonte: IBGE. Elaboração: Abinpet. Dados 2013. Dados de répteis e pequenos mamíferos: estimativa Abinpet.

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Figura 2: Cenário Mundial de faturamento do setor Pet em 2015. Fonte: Euromonitor.

No mundo a população de animais de estimação é estimada em 1,56 bilhão (Figura 3).

Figura 3: População Pet no Mundo. Fonte: IBGE. Elaboração: Abinpet. Dados 2013. Dados de répteis e pequenos mamíferos: estimativa Abinpet.

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De acordo com dados do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI, 2016,), graças aos investimentos feitos em pesquisa, e uma agricultura baseada em ciência, o Brasil hoje é o 2º maior exportador de alimentos do mundo, e uma projeção da FAO (Food and Agriculture Organization of United Nations) coloca o Brasil na liderança em 2024. Isso porque com a ajuda de pesquisas, tivemos um considerável e importante aumento na produtividade, e consequentemente aumento na segurança alimentar do que produzimos, além disso, conseguimos aumentar a produção com diminuição das áreas e de utilização dos recursos naturais. Esse avanço influencia diretamente na produção de alimentos para animais, já que as empresas do setor, dependem diretamente de bons fornecedores de matérias primas. Apesar da crise, a demanda por alimentos industrializados para cães e gatos aumentou e somou 1,22 milhão de toneladas no 1º semestre de 2016 (ZANI, 2016a). Vale ressaltar que a carga tributária do segmento é de 50,33% (Figura 4), ou seja, a cada R$1,00 gasto com alimento completo, R$0,50 é imposto, e já no 2º trimestre de 2016 o IPI teve um aumento de 10%. De acordo com Zani (2016b), essa alteração do IPI afeta o equilíbrio competitivo, já que diminui o preço recebido pelo fabricante, desestimulando a oferta e aumentando o preço pago pelo consumidor.

Figura 4: Carga tributária do segmento pet food. *Portaria CAT 117/12 Fonte: Sindirações.

Dessa forma, a indústria brasileira vem se diversificando através de produtos diferenciados, tais como produtos naturais (contendo frutas e legumes e sem conservantes artificiais) ou alimentos especialmente concebidos para abordar questões específicas de saúde, as empresas continuaram a ver um forte crescimento do valor, apesar de movimentos de volume mais lento. Isso os ajudou a lidar com a crise econômica, e afastar-se da concorrência de preços, indicando o caminho para o desenvolvimento de novos produtos em cuidados com animais de estimação. E os consumidores estão cada vez mais dispostos a comprarem produtos de melhor qualidade dentro dos seus orçamentos (EUROMONITOR, 2016).

Grande parte desse aumento na demanda por alimentos para cães e gatos se deve ao fato de que os pets, cada vez mais, são considerados membros da família e merecem ter melhor qualidade de vida, considerando maior saúde, bem estar físico, menta e social (EUROMONITOR, 2016).

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Esse avanço no mercado pet food, não só tem importância fundamental dentro do mercado brasileiro, como também possui grande importância no exterior, já que nossos produtos são exportados para muitos países. Porém, essa aceitação dos nossos produtos por outros países não seria tão boa se os nossos produtos e empresas não fossem qualificadas suficientemente, já que para ter boa aceitação tanto no mercado nacional como internacional, essas precisam ter certificações que garantam a boa qualidade dentro do processo de produção e dos produtos (alimento completo).

1. Controle de Qualidade dos Alimentos Completos e Certificações para Fábricas de Ração Animal

O Controle de Qualidade dentro do processo de produção de alimentos para animais está envolvido desde a recepção das matérias primas até o produto acabado, passando por todas as etapas do processo produtivo a fim de garantir um alimento de qualidade e seguro.

Dessa forma, é ideal que as empresas sejam certificadas para produção de alimentos para animais e que o controle de qualidade possa garantir que as normas exigidas por estas sejam cumpridas, já que o trabalho da qualidade deve ser embasado e caminhar junto com as certificações que a empresa possui. Dentre as certificações mais importantes, as quais regulamentam a produção de alimentos para animais estão: Boas práticas de Fabricação (BPF), Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (HACCP ou APPCC) e a Certificação Feed & Food Safety (Gestão do Alimento Seguro).

É importante entender que o controle de qualidade de uma empresa é de vital importância, já que dessa forma, têm-se um processo de produção mais controlado. As funções de uma equipe da qualidade são muitas, desde análise das matérias primas na recepção das mesas, antes de entrar para o armazenamento, passando pelo monitoramento dos controles de pontos críticos de controle (PCCs) e avaliação em todo o processo de produção, até análise e monitoramento dos produtos acabados, embalagens e armazenamento. Além disso, a qualidade é responsável por manter e exigir os documentos e registros, verificando a correta execução de todos os procedimentos existentes na fábrica.

Os registros na forma de documentos e planilhas não só são importantes para o controle de todo processo de produção, dentro do fluxograma da fábrica, como também são utilizados para fazer rastreabilidade em caso de necessidade.

O MAPA é o órgão responsável pela regulamentação e fiscalização do setor de produtos destinados à alimentação animal. O estabelecimento que fabrica, fraciona, importa, exporta e comercializa rações, suplementos, premix, núcleos, alimentos para animais de companhia, ingredientes e aditivos para alimentação animal deve ser registrado no MAPA e observar a legislação vigente. A fiscalização destes estabelecimentos tem como principal objetivo garantir adequadas condições higiênico sanitárias nos processos de fabricação, bem como a conformidade e inocuidade dos produtos disponibilizados no mercado. E ainda a segurança e a rastreabilidade dos produtos importados e exportados (MAPA, 2015).

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Além do que, os Fiscais Federais são os responsáveis por vistoriar e fiscalizar as empresas, através de auditorias para verificar se os requisitos exigidos pela IN 4 também estão sendo cumpridos no que se refere às Boas Práticas de Fabricação.

1.1. BPF

O BPF está inserido dentro da Instrução Normativa nº 4, de 23 de fevereiro de 2007, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que diz “Aprovar o regulamento técnico sobre as condições higiênico-sanitárias e de boas práticas de fabricação para estabelecimentos fabricantes de produtos destinados à alimentação animal (MAPA, 2007).

Em função das constantes mudanças do mercado consumidor e das exigências da Legislação, as Boas Práticas de Fabricação (BPF), fundamental em um Programa de Garantia da Qualidade, ficam em evidência como elementos cruciais e complementares na produção fornecimento de alimentos seguros (SINDIRAÇÕES, 2016).

A certificação BPF é bastante completa, com exigências e regras a serem seguidas pelas empresas desde a localização das instalações, infraestrutura, equipamentos, práticas de armazenamento, controle de processos, higiene e sanitização, organização, controle de pragas, treinamento, controle de qualidade, documentações e registros, armazenamento, conservação e transporte.

Para todos os setores de uma fábrica de ração são necessários Procedimentos Operacionais Padrão, que é a descrição pormenorizada e objetiva de instruções, técnicas e operações rotineiras a serem utilizadas pelos fabricantes de produtos destinados à alimentação animal, visando à proteção, à garantia de preservação da qualidade e da inocuidade das matérias-primas e produto final e a segurança dos manipuladores. Estes devem contemplar no mínimo: Qualificação de fornecedores e controle de matérias-primas e de embalagens; Limpeza/Higienização de instalações, equipamentos e utensílios; Higiene e saúde do pessoal; Potabilidade da água e higienização de reservatório; Prevenção de contaminação cruzada; Manutenção e calibração de equipamentos e instrumentos; Controle integrado de pragas; Controle de resíduos e efluentes; Programa de rastreabilidade e recolhimento de produtos (Recall).

Além dos procedimentos, as empresas devem possuir um manual de procedimentos de BPF, próprio e específico para o estabelecimento, que tenha base científica e que atenda as exigências do presente Regulamento, já que todas as operações devem ser realizadas com base neste.

1.2. APPCC ou HACCP

O conceito da Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) é uma abordagem sistemática para garantir a segurança do alimento. O método é baseado em vários princípios diferentes de detecção direta ou indireta de contaminação. O objetivo é controlar a segurança do alimento analisando os

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perigos em potencial, planejando o sistema para evitar problemas, envolvendo os operadores em tomada de decisão e registro das ocorrências, atendendo às exigências nacionais e internacionais que compreende todas as etapas do processo produtivo, evitando e prevenindo perigos (químicos, físicos e biológicos) e contaminações, garantindo assim a qualidade e a segurança do alimento.

O ideal é que este conceito seja aplicado em conjunto com as Boas Práticas de Fabricação. O embasamento do sistema de HACCP tem o termo perigo como um agente nocivo, ou condição do alimento inaceitável, que pode causar algum efeito de saúde adverso (FIGUEIREDO e COSTA NETO, 2001).

O APPCC tem sido exigido por várias regulamentações internacionais e é o principal tema para a certificação do Nível 2 pelo Programa Feed & Food Safety (SINDIRAÇÕES, 2016).

1.3. Feed & Food Safety – Gestão do alimento seguro

A certificação para este programa é exigida, principalmente, para empresas exportadoras, já que o mercado consumidor internacional é muito exigente quanto à qualidade e segurança alimentar e essa certificação se adequa as necessidades e com maior abrangência das regras para produção de alimentos. De acordo com o Sindirações (2016), trata-se da segurança do alimento com linguagem única em um mundo globalizado, alinhado com os mais recentes tópicos e tendências da produção internacional de alimentos.

1.4. Demais Instruções Normativas aplicadas aos setores de alimentação animal

Além das Certificações BPF e HACCP, todas as empresas voltadas à Alimentação Animal também deve respeitar e seguir outras Instruções Normativas, tais como: • Instrução Normativa MAPA nº 65 - Estabelece os procedimentos para a fabricação e o emprego de rações, suplementos, premixes, núcleos ou concentrados com medicamento para os animais de produção, visando garantir a proteção da saúde humana e animal, do meio ambiente e dos interesses dos consumidores”. • Instrução Normativa MAPA nº 69/03- Aprova a padronização da metodologia para Detecção de Subprodutos de Origem Animal em Misturas de Ingredientes para Alimentação de Ruminantes por Microscopia;

• Instrução Normativa MAPA nº 8/04- Proíbe em todo o território nacional a produção, a comercialização e a utilização de produtos destinados à alimentação de ruminantes que contenham em sua composição proteínas e gorduras de origem animal;

• Instrução Normativa MAPA nº 17/08- Proíbe em todo o território nacional a fabricação, na mesma planta, de produtos destinados à alimentação de ruminantes e de não-ruminantes, exceto os estabelecimentos que atenderem aos requisitos estipulados;

• Instrução Normativa MAPA nº 22/09- Regulamenta a embalagem, rotulagem e propaganda dos produtos destinados à alimentação animal;

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• Instrução Normativa MAPA nº 30/09 - Estabelece critérios e procedimentos para o registro de produtos, para rotulagem e propaganda e para isenção da obrigatoriedade de registro de produtos destinados à alimentação de animais de companhia, entre outras.

Tanto as Certificações, quanto o seguimento das Instruções Normativas, torna uma empresa muito mais competitiva no mercado nacional e internacional, consequentemente mais confiável pelos consumidores. Por isso é que estas são tão importantes quando falamos sobre produção de alimentos.

2. Exportações de Pet Food

As exportações de alimentos completos para animais de estimação evoluíram bastante, principalmente na última década. Além da demanda mundial aumentada, os produtos brasileiros apresentam boa aceitação em outros países, já que todas as empresas exportadoras possuem certificações que garantem a qualidade e segurança do alimento. Não só as certificações das unidades fabris são importantes como também a certificação das empresas fornecedoras de matérias primas, principalmente quando se trata de matérias primas de origem animal.

O faturamento previsto para o ano de 2016 em exportações de produtos para animais de estimação é de R$ 19,2 bilhões. No primeiro semestre de 2016 as exportações somaram US$ FOB 107,1 milhões, menos da metade do volume exportado no ano passado que foi de US$ FOB 351,4 milhões (Figura 5), já com queda no ano passado. Apesar dessa queda, as exportações e a abertura para o mercado internacional parece se manter bem com um volume alto de exportações. Um dos motivos para essa abertura também pode ser o valor maior do dólar frente ao real, que tornou a produção nacional mais barata para o consumidor do exterior (Pet Brasil, 2016). Já as importações pet food neste 1º semestre foi de US$ FOB 2,9 milhões neste primeiro semestre, contra US$ FOB 6,6 milhões totais no ano de 2015. Esta queda no volume de importações é um bom cenário, já que indica que a indústria nacional tem suprido a demanda interna. Segundo a Abinpet (2016), Hong Kong é o principal destino das exportações brasileiras, somando US$ 14,5 milhões, seguido de mercados da América do Sul, tais como, Paraguai (US$ 13,8 milhões), Uruguai (US$ 8,4 milhões), Argentina (US$ 8,3 milhões) e Chile (US$ 7,9 milhões). Uma das ações para aumentar a visibilidade do produto pet brasileiro no exterior é o Projeto Pet Brasil, uma parceria entre a Abinpet e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), a qual tem o objetivo de auxiliar e orientar empresas que queiram exportar seus produtos, sejam elas iniciantes, já exportadoras ou internacionalizadas. Paralelamente, o Pet Brasil busca divulgar no mercado internacional o potencial da indústria brasileira, que se alinha cada vez mais às demandas dos principais mercados mundo afora (CRMV-SP, 2016).

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Figura 5: Faturamento das Exportações Brasileiras – Mercado Pet. Fonte: Apex-Brasil. Elaboração: Abinpet.

Uma empresa que deseja exportar, ela deve estar habilitada para tal função, já que os requisitos do MAPA em termos de documentação e legislação são muito exigentes, bem como os mercados consumidores internacionais. Além da empresa ser Certificada pelo programa Feed & Food Safety, esta deve solicitar ao Serviço de Inspeção Federal (SIF) os requisitos sanitários exigidos pelo mercado pretendido.

Após a habilitação para exportar, a empresa fabricante deve-se adequar às exigências dos países para os quais vão exportar. Cada país possui uma exigência, principalmente, em relação às matérias primas de origem animal utilizadas para fabricação dos produtos. E por isso, toda matéria prima utilizada para fazer produtos de exportação devem possuir Certificado Sanitário. De acordo com Lilian Martini (gerente técnica da Abinpet) a certificação sanitária é rigorosa, pois exige, entre outros procedimentos, a construção de um prédio separado para produção de farinhas de origem animal, que comprovam que não foram empregados animais mortos no processo produtivo, o que ajuda a garantir a segurança alimentar e tenta minimizar ao máximo problemas com contaminação. Além do Certificado Sanitário exigido pelo comprador, junto às documentações enviadas ao Ministério da Agricultura também são necessários os Certificados de Conformidade dos produtos, o registro de exportação, notas fiscais de matérias primas, que devem ser enviadas ao MAPA antes do carregamento da carga, e cópia do Conhecimento ou Manifesto de carga (após o embarque). Dessa forma é muito importante que todos os passos para habilitação de exportação estejam de acordo, bem como os cuidados com os produtos a serem exportados para evitar ao máximo qualquer tipo de problema. 3. Conclusão

O mercado brasileiro de pet food está em constante avanço e vem demonstrando organização e qualidade. Os produtos brasileiros também têm apresentado boa visibilidade no mercado internacional

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apontando um crescimento nas exportações brasileiras. Mas para que todo esse crescimento se mantenha em equilíbrio, é necessário que as empresas possuam certificações que garantam a qualidade e segurança do alimento produzido.

4. Referências Bibliográficas

ABINPET. Associação Brasileira da Industria de Produtos para Animais de Estimação. Industria Pet brasileira exportou US$ 107 milhões (FOB) no primeiro semestre de 2016, agosto de 2016. Disponível em: <http://abinpet.org.br>. Acesso em: 28 de agosto de 2016.

CRMV. Conselho Regional de Medicina Veterinária. Exportação de pet food assegura setor pet brasileiro na crise, agosto de 2016. Disponível em: <http://www.crmvsp.gov.br/ift/exportacao-de-pet-food-assegura-setor-pet-brasileiro-na-crise/>. Acesso em: 28 de agosto de 2016.

EUROMONITOR INTERNATIONAL. Country Report: Pet care in Brazil. Jun, 2016. Disponível em: <http://www.euromonitor.com/pet-care-in-brazil/report>. Acesso em: 20 de novembro de 2016. FIGUEIREDO, V. F.; COSTA NETO, P. L. Implantação do HACCP na indústria de alimentos. Gestão & Produção, v.8, n.1, p.100-111, 2001. INSTITUTO PET BRASIL. Exportação de pet food é oportunidade para fabricantes na crise. Agosto 2016. Disponível em: <http://institutopetbrasil.com/exportacao-de-pet-food-e-oportunidade-para-fabricantes-na-crise/>. Acesso em: 2 de setembro de 2016.

INSTITUTO PET BRASIL. Mercado brasileiro. 2015. Disponível em: <http://www.petbrasil.org.br/mercado-brasileiro>. Acesso em: 20 de novembro de 2016.

LILIAN, M. Certificação Sanitária pode comprometer exportações de pet food. Pet Shop RJ, março de 2015. Disponível em: <http://www.petshoprj.com.br/blog/certificacao-sanitaria-pode-comprometer-exportacoes-de-pet-food/>. Acesso em: 20 de novembro de 2016.

MAPA. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa nº 4, de 23 de fevereiro de 2007. Aprova o regulamento técnico sobre as condições higiênico-sanitárias e de boas práticas de fabricação para estabelecimentos fabricantes de produtos destinados à alimentação animal. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 23 de fev. 2007. MCTI. Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação. Disponível em: <http://www.mcti.gov.br/>. Acesso em: 28 de setembro de 2016.

SINDIRAÇÕES. Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal. BPF. Disponível em: < http://sindiracoes.org.br>. Acesso em: 22 de setembro de 2016.

ZANI, A. Retrospectiva da alimentação animal no primeiro semestre. Revista Feed & Food, setembro de 2016. ZANI, A. Um pouco mais salgado. Revista Cães & Gatos VET FOOD, março de 2016. Disponível em:

<http://revistacaesegatos.com.br>. Acesso em: 18 de outubro de 2016.

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