Nomenclatura e classificação
das enzimas
Século XIX - poucas enzimas identificadas
Adição do sufixo “ASE” ao nome do substrato:
* gorduras (lipo - grego) – LIPASE * amido (amylon - grego) – AMILASE
Nomes arbitrários:
Nomenclatura e classificação
das enzimas
Século XX - quantidade de enzimas descritas
Nomenclatura existente se tornou ineficaz
1955 - IUB - União Internacional de Bioquímica adotou um novo sistema de nomenclatura e classificação
mais complexo
sem ambigüidades
Nomenclatura e classificação
das enzimas
Cada enzima código com 4 dígitos que caracteriza o tipo de reação catalisada:
(E.C.- Enzime Comission)
1° dígito – classe
2° dígito – subclasse
3° dígito - sub-subclasse
Classificação das Enzimas
1. Oxido-redutases (Reações de oxidação/Redução)
1.1.atuando em CH-OH 1.2.atuando em C=O 1.3.atuando em C=O-1.4.atuando em CH-NH2 1.5.atuando em
CH-NH-1.6.atuando em NADH, NADPH
2.Transferases (Transferência de grupos) 2.1.grupos com um carbono
2.2.grupos aldeído ou cetona 2.3.grupos acil
2.4.grupos glicosil 2.7.grupos fosfatos
Classificação das Enzimas
3.Hidrolases (Reações de Hidrólise)3.1.ésteres
3.2.ligações glicosídicas 3.4.ligações peptídicas 3.5.outras ligações C-N 3.6.anidridos ácidos
4.Liases (Adição ou remoção de grupos)
4.1. =C=C= 4.2. =C=O 4.3.
=C=N-Classificação das Enzimas
5.Isomerases (Transferência de grupos dentro da mesma
molécula, formação de isômeros)
5.1.racemases
5.2. Cis-Trans isomerases
5.3. Oxirredutases Intramoleculares
5.4. Transferases Intramoleculares (Mutases) 5.5. Liases Intramoleculares
6.Ligases (catalisam a ligação de duas moléculas com
hidrólise da ligação pirofosfato na molécula de ATP (ou uma semelhante, igualmente trifosfatada)
6.1. C-O 6.2. C-S 6.3. C-N 6.4. C-C
Classificação das Enzimas
1. Oxirredutases – Reações de oxidação/Redução Exemplo: Lactato desidrogenase
Redução Ác. Pirúvico à Ác. lático
Classificação das Enzimas
Exemplo Hexoquinase
2. Transferases - Transferência de grupos
Tranferência do P do ATP para glicose
Classificação das Enzimas
3. Hidrolases - Reações de Hidrólise
Exemplo: Lactase
Classificação das Enzimas
4. Liases – Adição ou remoção de grupos (H2O, NH4+, CO2).
Ex: Fumarase
Classificação das Enzimas
5. Isomerases – Transferência de grupos dentro da mesma
molécula, formação de isômeros
Interconversão reversível de dihidroxiacetona fosfato e D-gliceraldeido-3-fosfato
Exemplo: Triose Fosfato Isomerase
Classificação das Enzimas
6. Ligases – catalisam a ligação de duas moléculas com hidrólise da ligação pirofosfato na molécula de ATP (ou uma semelhante, igualmente trifosfatada)
Formadora de ligação C-C Exemplo: Piruvato carboxilase
Classificação das Enzimas
ATP + D-Glicose ADP + D-Glicose-6-fosfatoGlicose fosfotransferase
2 - Classe - Transferase
Nome trivial: Hexoquinase
Exemplo:
Classificação das Enzimas
ATP + D-Glicose ADP + D-Glicose-6-fosfatoGlicose fosfotransferase
2 - Classe - Transferase
7 - Subclasse - Fosfotransferases
Nome trivial: Hexoquinase
Exemplo:
Classificação das Enzimas
ATP + D-Glicose ADP + D-Glicose-6-fosfatoGlicose fosfotransferase
2 - Classe - Transferase
7 - Subclasse - Fosfotransferases
1 - Sub-subclasse - Fosfotransferase que utiliza grupo hidroxila como
receptor
Nome trivial: Hexoquinase
Exemplo:
Classificação das Enzimas
ATP + D-Glicose ADP + D-Glicose-6-fosfatoGlicose fosfotransferase
2 - Classe - Transferase
7 - Subclasse - Fosfotransferases
1 - Sub-subclasse - Fosfotransferase que utiliza grupo hidroxila como
receptor
1 - Indica ser a D-glicose o receptor do grupo fosfato
Nome trivial: Hexoquinase
Exemplo:
Outras formas de classificar
Enzimas intracelulares
atuam no interior da célula sintetizam o material celular realizam reações
catabólicas que suprem as necessidades energéticas da célula.
Enzimas extracelulares
atuam fora da célula
executando as alterações necessárias à penetração dos nutrientes para o
Outras formas de classificar
Endoenzimas
Exoenzimas
Agem dentro das moléculas Ex: endoamilases, que hidrolisam ligações glicosídicas ao acaso ao longo das cadeias de amilose
Agem nas extermidades das moléculas
Ex: exoamilases, que hidrolisam,sucessivamente, ligações glicosídicas a partir da extremidade não redutora das mesmas.
Outras formas de classificar
Enzimas habituais ou constitutivas
Enzimas indutivas
As células sempre as sintetizam
As células só as sintetizam quando estão na presença do substrato da enzima
Isoenzimas
Enzimas que têm a mesma função, ou seja, catalisam uma mesma
reação, porém apresentam estruturas diferentes
Propriedades Gerais
Diferenças entre enzimas e catalisadores químicos
Velocidade de reação mais rápida:
106 a 1012x > que as não catalisadas,
e são varias ordens de magnitude > do que as reações catalisadas quimicamente.
Propriedades Gerais
Diferenças entre enzimas e catalisadores químicos
Maior especificidade da reação
o Grau de especificidade imensamente > em relação a identidade dos seus S e dos seus P
o Reações enzimáticas raramente produzem subprodutos.
o Estereoespecificidade: Agem em grupos funcionais específicos catalisando reações de forma estereoepecífica, formando somente um dos enantiômeros possíveis
Propriedades Gerais
Condições reacionais mais brandaso pH
o Temperatura
Mecanismo de Ação
A reação enzimática ocorre em duas etapas:
E + S E S P + E
2 modelos:
Modelo chave-fechadura Modelo do ajuste induzido
Mecanismo de Ação
Modelo Chave-fechadura
Emil Fischer em 1894
Mecanismo de Ação
Modelo do ajuste induzido
Koshland em 1958
Prevê um sítio de ligação não totalmente
pré-formado,
Mecanismo de Ação
Estudos por raio X indicam que os sítios de ligação aos substratos da maioria das enzimas são, em grande
parte, pré-formados, mas sofrem mudanças
conformacionais no momento da ligação do substrato (um fenômeno denominado ajuste induzido).
Mecanismo de Ação
Conceitos
Teoria da Colisão:
o As reações químicas acontecem quando ligações são quebradas ou formadas.
o Para isto átomos, íons e moléculas devem colidir.
o Todos os átomos, íons e moléculas estão em constante movimento e portanto colidindo constantemente.
o A energia transferida pelas partículas na colisão pode desorganizar suas estruturas eletrônicas o suficiente para que as ligações químicas sejam quebradas ou novas ligações se formem.
Mecanismo de Ação
Energia de ativação: Quantidade de en. requerida para
romper a configuração eletrônica estável de qualquer molécula específica para que os elétrons possam ser reorganizados.
Energia de Ativação
Mecanismo de Ação
∆G: A diferença de energia entre produtos e reagentes Não depende da E.A.
Energia de Ativação
Mecanismo de Ação
Taxa de reação: A freqüência de colisões contendo
energia suficiente para que a reação aconteça.
taxa de reação:
o de T = o calor a freqüência das colisões e o n° de moléculas que atingem a E.A.
o Reagentes estão + concentrados = Dist. entre as moléculas menor.
Reações Catalisadas por
Enzimas
En erg ia do sistema (G ) Progresso da Reação Energia de Ativaçao na presença de enzima Energia de Ativação na ausência de enzima ∆G reação Não catalisada Catalisada Reagentes ProdutosEn e rg ia do sis tema (G) Progresso da Reação Energia de Ativaçao na presença de enzima Energia de Ativação na ausência de enzima ∆G reação Não catalisada Catalisada
Reações Catalisadas por
Enzimas
Reagentes
Produtos
Reações Catalisadas por
Enzimas
En e rg ia do sis tema (G) Progresso da Reação Energia de Ativaçao na presença de enzima Energia de Ativação na ausência de enzima ∆G reação Não catalisada CatalisadaNão altera : equilíbrio nem o ∆G
Reagentes
Reações Catalisadas por
Enzimas
En erg ia do sistema (G ) Progresso da Reação ΔG‡: Energia de Ativaçao na presença de enzima ΔG: Energia de Ativação na ausência de enzima ∆G reação Não catalisada Catalisada Reagentes ProdutosΔΔGcat‡ = Eficiência Catalisador
-Mecanismo de Ação
Enzimas atuam de diversas formas:
Baixando a E.A., através da criação de um ambiente
no qual o estado de transição é estabilizado (ex., distorcendo a forma da molécula do S).
Providenciando uma via alternativa (ex., reagindo
com o S formando um complexo ES, de existência impossível sem a presença da E).
Reduzindo a variação da entropia da reação ao
orientar os S de forma correta para facilitar a reação. Na ausência de E, as moléculas colidem em todas as direções possíveis de forma aleatória.
Reações Catalisadas por
Enzimas
Ex: Decomposição do H2O2
H2O2 Catalase H2O + O2
Condições da Reação Energia livre de Ativação
KJ/mol Kcal/mol VelocidadeRelativa
Sem catalisador Platina Enzima Catalase 75,2 18,0 48,9 11,7 23,0 5,5 1 2,77 x 104 6,51 x 108
Reações Catalisadas por
Enzimas
Embora a enzima participe da seqüência da reação, ela não sofre nenhuma transformação.
Poucas moléculas de E são capazes de catalisar a
conversão de milhares de moléculas de S a P.
Reações Catalisadas por
Enzimas
Número de renovação = n° de moléculas de substrato
convertidas em produto por uma única molécula de enzima em uma dada unidade de tempo.
1 molécula de Catalase decompõe
5 000 000 de moléculas de H2O2
Fatores que Influenciam a Ação
Enzimática
pH Temperatura Concentração da Enzima Concentração do SubstratoFatores que Influenciam a Ação
Enzimática
pH
A ionização de aa pode provocar modificações na
conformação da enzima.
O substrato pode ver-se afetado.
Pepsina pH ótimo 1,5 Tripsina pH ótimo 7,7
Fatores que Influenciam a
Ação Enzimática
Temperatura
temperatura dois efeitos ocorrem:
A taxa de reação aumenta, como se observa na
maioria das reações químicas;
A estabilidade da proteína decresce devido a
desativação térmica. • Enzima temperatura ótima para que atinja sua atividade máxima
Fatores que Influenciam a
Ação Enzimática
Concentração da Enzima
A velocidade máxima da reação é uma função da
quantidade de enzima disponível (existindo substrato em excesso).
Figura: Efeito da [ ] da enzima sobre a velocidade inicial (V0) com de substrato em excesso.
Fatores que Influenciam a
Ação Enzimática
Concentração do Substrato
Inicialmente a velocidade da reação é diretamente proporcional a [S].
Fatores que Influenciam a
Ação Enzimática
Concentração do Substrato
A velocidade passa a ser constante porque não
Fatores que Influenciam a
Ação Enzimática
Concentração do Substrato
A quantidade de reagente é o suficiente grande para saturar todos os sítios
Inibição enzimática
Grande parte do arsenal farmacêutico
(Por ex. tratamento da AIDS feito com drogas que inibem a atividade de certas enzimas virais.
Inibidores
Substâncias que reduzem a
atividade de uma enzima de forma a influenciar a ligação do substrato.
Inibição enzimática
Classificação: Irreversível Reversível Competitiva Não CompetitivaInibição Irreversível
O inibidor liga-se tão fortemente à enzima que a dissociação é muito lenta.
Podem destruir grupos funcionais que são essenciais para a atividade enzimática.
A enzima não retoma a sua atividade normal.
Ex.: Inseticidas organofosforados na acetilcolinesterase (enzima importante na transmissão dos impulsos nervosos).
Inibição Irreversível
Ex: Inibição da enzima ciclo-oxigenase pelo acetilsalicilato
Ciclo-oxigenase SÍNTESE Prostaglandinas
Inibição Reversível
Competitiva
Uma substância que compete diretamente com o substrato pelo sitio de ligação de uma enzima.
Inibidor normalmente é semelhante ao substrato, de modo que se liga especificamente ao sitio ativo, mas difere do substrato por não poder reagir com ele.
O inibidor liga-se á enzima formando o complexo EI cataliticamente inativo.
Inibição Reversível Não
Competitiva
O inibidor não competitivo pode ser uma molécula que não se assemelha com o substrato, mas apresenta uma grande afinidade com a enzima.
Esta ligação pode distorcer a enzima tornando o processo catalítico ineficiente.
Co-fatores
Quase 1/3 das enzimas requerem um componente não protéico para sua atividade, denominado cofator
Porção protéica APOENZIMA Cofator HOLOENZIMA Íons metálicos Moléculas orgânicas Coenzimas
Co-fatores
A natureza essencial de tais co-fatores explica por que razão os organismos necessitam de quantidades
diminutas de certos elementos nas suas dietas.
Isso também explica, os efeitos tóxicos de certos metais pesados (o Cd2+ e o Hg2+) que podem substituir o Zn2+ nos sítios ativos de certas enzimas
Co-fatores
Algumas enzimas que contêm ou necessitam de elementos inorgânicos como cofatores
ENZIMA COFATOR PEROXIDASE Fe+2 ou Fe+3 CATALASE CITOCROMO OXIDASE Cu+2 ÁLCOOL DESIDROGENASE Zn+2 HEXOQUINASE Mg+2 UREASE Ni+2
Co-fatores - Coenzimas
Maioria deriva de vitaminas hidrossolúveis
Muitos organismos não conseguem sintetizar certas
porções das coenzimas essenciais. Tais substâncias devem estar presentes na dieta desses organismos e são, portanto, chamadas de vitaminas.
Classificam-se em:
transportadoras de hidrogênio
Co-fatores - Coenzimas
Transportadoras de hidrogênio
Coenzima Abreviatura Reação catalisada
Origem Nicotinamida adenina
dinucleotídio
NAD+ Oxi-redução Niacina ou Vitamina B3 Nicotinamida adenina
dinucleotídio fosfato
NADP+ Oxi-redução Niacina ou Vitamina B3
Flavina adenina dinucleotídio
FAD Oxi-redução Riboflavina ou Vitamina B2
Co-fatores - Coenzimas
Transportadoras de de grupos químicos
Coenzima Abrev. Reação catalisada Origem
Coenzima A CoA-SH Transferência de grupo acil Pantotenato ou Vitamina B5 Biotina Transferência de CO2 Biotina ou Vitamina H
Piridoxal fosfato PyF Transferência de grupo amino Piridoxina ou Vitamina B6 Metilcobalamina Transferência de unidades de carbono Cobalamina ou Vitamina B12 Tetrahidrofolato THF Transferência de unidades de carbono Ácido fólico Tiamina pirofosfato TPP Transferência de grupo aldeído Tiamina ou Vitamina B1
Regulação da Atividade
Enzimática
Um organismo deve poder regular as atividades catalíticas de suas enzimas para que ele possa coordernar seus processos metabólicos, responder às mudanças no meio, crescer e diferenciar-se, tudo de maneira ordenada.
Há duas maneiras pelas quais isso pode ocorrer:
Controle da disponibilidade da enzima. Controle da atividade da enzima.
Regulação da Atividade
Enzimática
Controle da disponibilidade da enzima.
A quantidade de uma enzima em uma célula
depende velocidade de síntese
velocidade de degradação.
Cada uma dessas velocidades é diretamente controlada pela célula e esta sujeita a
mudanças drásticas em períodos que vão de minutos (em bactérias) até horas (em
Regulação da Atividade
Enzimática
Controle da atividade da enzima.
A atividade pode ser regulada por meio de
alterações estruturais que influenciem a afinidade da ligação do substrato à enzima.
A afinidade de ligação do S a uma E pode, variar
também com a ligação de pequenas moléculas, chamadas efetores alostéricos que podem tanto aumentar como dimunuir a atividade.
Um modelo muito comum de regulação alostérica é
Regulação enzimática
Algumas enzimas podem ter suas atividades reguladas, atuando assim como moduladoras do metabolismo
celular. Esta modulação é essencial na coordenação dos inúmeros processos metabólicos pela célula.
Mecanismos de controle
Indução: A presença do substrato A induz a síntese da enzima a B C D E A Enzima a1 Enzima d Produto final Substrato inicial Enzima b Enzima c
Regulação enzimática
Algumas enzimas podem ter suas atividades reguladas, atuando assim como moduladoras do metabolismo
celular. Esta modulação é essencial na coordenação dos inúmeros processos metabólicos pela célula.
B C D E A Enzima a1 Enzima d Produto final Substrato inicial Enzima b Enzima c Mecanismos de controle
Retroinibição: O produto final E, inibe a ação das enzimas a
Regulação enzimática
Algumas enzimas podem ter suas atividades reguladas, atuando assim como moduladoras do metabolismo
celular. Esta modulação é essencial na coordenação dos inúmeros processos metabólicos pela célula.
B C D E A Enzima a1 Enzima d Produto final Substrato inicial Enzima b Enzima c Mecanismos de controle
Repressão catabólica: Caso haja um caminho mais
Regulação enzimática
Algumas enzimas podem ter suas atividades reguladas, atuando assim como moduladoras do metabolismo
celular. Esta modulação é essencial na coordenação dos inúmeros processos metabólicos pela célula.
Substrato inicial
Mecanismos de controle
Cada isoenzimas pode ser regulada independentemente Controle fino do metabolismo
B C D E A Enzima a1 Enzima a2 Enzima a3 Enzima d Produto final Enzima b Enzima c