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ESFERA OU DISCO. A ciência na Idade Média.

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AMERICAN

HISTORIA

Um surpreendente panorama da extraordinária riqueza

da produção científica medieval

A reviravolta cultural

das primeiras

UNIVERSIDADES

0 nascimento da

ÁLGEBRA

moderna

Revolução dos

MOINHOS

e avanço da siderurgia

0 pioneirismo de

GUTENBERG

e a invenção da imprensa

As discussões sobre

o formato da

TERRA )

Os diversos ofícios da medicin

e a terapia dos

HUMORES

Desenvolvimento arquitetônico

na construção das

CATEDRAIS

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ATERRA COMO DISCO rodeado pelo mar. Iluminura do livro De proprietatibus rerum [Da propriedade das coisas), de Bartolomeu, o Inglês, em manuscrito francês de 1450

A idéia de que antes da

Renascença a Terra era

considerada plana ainda

persiste. No entanto, a

esfericidade do planeta

já era admitida na

época medieval

Por Rudolf Simek

A

prendi na escola que Cristóvão Co-lombo (1451 -1506) foi o primeiro

a derrubar, com sua travessia

L do Atlântico, em 1492, uma imagem do mundo na qual a Terra era um disco plano no centro do Cosmos.

O que se aprende na escola nem sempre está correto. Durante anos, pesquisei nos textos sobre a Idade Média as provas dessa representação plana da Terra. Em nenhum lugar aparece de modo explícito a menção à forma de disco. Os únicos elementos que indicam uma forma eventualmente diferente da redonda só são encontrados numa dezena de autores da Antigüidade tardia e do início da Idade Média. Entre eles, está o teólogo africano Lactâncio (240-320), que em seu

Instituições divinas se manifestou contra uma Terra esférica - sem dizer, no entanto, qual forma ele imaginava para ela.

Um formato diferente foi mencionado pelo comerciante de Alexandria, Cosmas Indicopleustes, que atravessou a índia e a África Ocidental por volta do ano 500.

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Tema Polêmico

Alguns letrados quiseram encontrar prova de uma refutação do formato esférico na argumentação do missionário anglo-saxão Bonifácio (675-764). Em 748, quando o arcebispo de Mogúncia (Mainz) já era um velhote azedo, ele arrastou diante do papa Zacarias o monge irlandês Virgílio, que sus-tentava a tese " inconcebível e contra a Natu-reza" de que "homens vivem do outro lado da Terra". Não se sabe se o monge acabou condenado. Se o foi, o papa teria mudado de idéia a posteriori, pois Virgílio foi nomeado, um ano depois, bispo de Salzburgo.

Nessa querela do século VIII, percebe-mos que a questão de a Terra ser redonda nem sequer foi abordada. O debate dizia respeito à presença de habitantes no extre-mo oposto. Durante toda a Idade Média, essa questão - muito delicada, como veremos - foi tratada de modo totalmente independente da discussão sobre o formato de nosso planeta.

As incertezas sobre a cosmografia eram grandes em meados do primeiro milênio: mesmo um sábio tão respeitado como o bispo Isidoro de Sevilha (por volta de 560-636), cujas obras Etimologias e o De natura

rerum ("Sobre a natureza das coisas")

torna-s ram-se muito conhecidas na Idade Média,

| expressou-se de maneira vaga a este respeito. | Tomando como modelo os escritos da

Anti-güidade, ele falou de cinco zonas climáticas

MARTIN BEHAIM construiu em 1492 o primeiro globo. Feito antes das viagens de Colombo, nele a América não existia, e um imenso oceano separa o Japão e a Europa

na Terra: duas frias nos pólos, uma muito quente na altura do Equador e duas regiões temperadas intermediárias. Tal descrição tem como corolário

uma forma redonda da Terra; entretanto, como essa idéia foi formulada de maneira in-direta, mesmo os ilustradores de manuscritos não sabiam como representá-la.

Dois séculos mais tarde, o bispo de Mo-gúncia (Mainz), Raban Maur (776- 856), citou e comentou a descrição de Isidoro em seu De Universo. O religioso não se interes-sou pelo formato do planeta. O círculo habi-tado (orbis terrarum) foi todavia designado como redondo, pois começava-se então a figurar corriqueiramente a Terra habitada sob a forma de um círculo cercado pelo anel do Oceano (ver figura na pág. 32).

Outros autores haviam sido bem mais precisos. Macróbio e Marciano Capela, dois letrados dos séculos IV e V, respectiva-mente, se pronunciaram sem ambigüidade em favor de uma forma esférica. Duzentos anos depois, os trabalhos do monge anglo-saxão Beda, o Venerável (672/673-735), se destacaram. Ele escreveu que a redondeza da Terra não deveria ser compreendida como roda ou como escudo arredondado e curvo, mas como uma bola.

Prova do Ovo

Nos séculos seguintes, encontramos esse conhecimento tanto nas enciclopédias, nas obras de astronomia e de filosofia da Natureza quanto nos escritos populares. Esses últimos, provavelmente destinados simplesmente aos religiosos do interior, são

interessantes para nosso conhecimento da mentalidade e das representações medievais. Os religiosos os utilizavam para a preparação de suas preces e como obras científicas de referência, fáceis de serem lidos.

Entre esses pequenos manuais popu-lares, estavam o Elucidarius (o "Esclarece-dor"), publicado em latim por volta de 1120, no sul da Alemanha, por Honorius Au-gustodunensis, o Lucidarius, inspirado no primeiro, escrito em alemão pelos capitães de Henrique, o Leão (duque da Baviera), ou ainda o Livro de Sidrac, também publicado em língua vulgar no século XIII, muito di-vulgado no final da Idade Média, na maioria das línguas romanas e germânicas.

O Livro de Sidrac mencionava a Terra e afirmava com grande clareza: see ist ront also

eyn appel ("redonda como uma maçã"). O

Elucidarius, em contrapartida, fazia uso de outras analogias. Ele comparava a estrutura do homem (do microcosmo) à do Universo (do macrocosmo), acrescentando que a ca-beça do homem tem o formato de uma bola porque o próprio mundo tem essa forma. O Lucidarius afirmava que a Terra era sinwel ("redonda"). Em 1492, quando Martin Behaim (1459-1507) fabricou o primeiro globo terrestre e o chamou de Erdapfel ("maçã terrestre"), ele se remeteu à tradição medieval (verfigura acima).

Os manuais populares também faziam uso de outro símbolo, o ovo. Como na Idade No regresso, após tornar-se monge, ele

se baseou na Bíblia e escreveu Topografia

cristã (entre 535 e 547), rejeitando a re-presentação grega do mundo. Ele chegou à conclusão de que a Terra teria forma trapezoidal, acima da qual se elevaria o céu, como uma abóbada. Mas fora de Bizâncio essa obra permaneceu desconhecida.

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Média considerava-se que o Cosmos era constituído pelos quatro elementos (água, terra, fogo e ar), podia-se estabelecer a correspondência com os quatro elementos constitutivos do ovo (gema, clara, membrana e casca) com os quatro elementos, dispostos em camadas, do Universo subestelar. A gema correspondia à terra, a clara à água, a membrana ao ar, e a casca ao fogo etéreo.

No final da Idade Média, os escritos de astronomia e as enciclopédias tornaram-se mais exatos. E esse o caso da prova científica da redondeza de nosso planeta, da situação dos continentes (inclusive a questão de um quarto continente no hemisfério sul) e, finalmente, do tamanho do globo terrestre. A esfericidade da Terra já era indiscutível: ela não era mais objeto de reflexões cosmológi-cas, mas sim seu ponto de partida.

O manual de astronomia mais conheci-do nas universidades medievais era o Liher

de Sphaera ('Tratado sobre a esfera"), escrito pelo inglês Jean de Sacrobosco, na primeira metade do século XIII. O autor tratava das bases da geometria e da astronomia, apre-sentando provas evidentes da esfericidade

da Terra e de outros corpos celestes. Além da sombra sempre redonda que todos esses corpos celestes projetam (o que se pode facil-mente observar quando ocorrem eclipses da Lua ou do Sol), é sobretudo a forma curva da superfície dos mares e da Terra que conven-ce, pois se pode verificar isso empiricamente. Sacrobosco retomou uma demonstração conhecida desde Plínio, o Velho, explicando que, a bordo de um navio que se afasta da margem, perde-se a terra firme de vista, em princípio sobre o convés, sendo que ela só desaparece mais tarde para um observador que estiver no alto do mastro.

Mesmo fora das universidades, a esfericidade da Terra fazia parte dos co-nhecimentos básicos na Idade Média. O erudito Gossuin de Metz, por exemplo, compôs uma cosmografia em versos tão popular, que foi diversas vezes copiada, traduzida, e finalmente se tornou um dos primeiros livros a serem impressos na In-glaterra, com o título Mirrour ofthe world, em 1481. Nele estavam representadas pela primeira vez as conseqüências advindas do formato arredondado da Terra, como, por

OS MAPPAE MUNDI da Idade Média representavam o mundo na forma de um disco (ao lado, o mapa Psalter

de Londres]. Nos séculos XVI e XVII, interpretava-se

esse tipo de ilustração como prova de que os eruditos medievais imaginavam uma Terra plana

exemplo, o fato de se poder dar a volta nela. Essa obra está na origem de um episódio do popular romance Travaih ("Viagens"), de Jean de Mandeville. Ele plagiou com tal talento vários relatos de viagem e outras descrições antigas do mundo, que passou, durante séculos, por um importante viajan-te medieval. No episódio em questão, ele conta ter conhecido no Extremo Oriente um homem que tinha andado sempre reto na direção leste, até o dia em que ouviu os sons de sua língua materna. Como tinha chegado pelo lado errado, não reconheceu seu país, e partiu novamente, voltando no mesmo caminho. Essa história mostrava bem a que ponto uma Terra redonda era óbvia já no século XIV.

A questão dos antípodas (ou habitantes do "outro lado" do mundo), no entanto, era uma verdadeira controvérsia. Já se supunha, desde o final da Antigüidade, a existência de um continente do outro lado do planeta, chamado na Idade Média de

terra australis incógnita ("continente austral desconhecido"). Pensava-se, porém, que não seria possível chegar até ele, em razão da crença popular no calor escaldante da zona equatorial. Mas supunha-se que esse continente deveria ser habitado, pois estava situado na zona temperada do hemisfério Sul. A questão de saber se homens (ou somente monstros humanóides, ou talvez ninguém) viviam ali era, antes de mais nada, teológica. No Novo Testamento, Jesus Cristo não diz a seus discípulos: "Ide e ensinai a todos os povos!"? Se houvesse homens no hemisfério Sul, então Cristo teria posto seus discípulos diante de obstáculos praticamente invencíveis: o calor tórrido da zona equatorial e o oceano, considerado intransponível. Ora, Cristo não teria lhes dado uma tarefa impossível. Portanto, não poderia haver habitantes do outro lado do mundo.

Essa era a opinião de alguns clérigos. Al-guns outros, porém, afirmavam que o outro

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lado do mundo existia, mas que seus habi-tantes não eram completamente humanos, sequer possuíam alma: não havia portanto qualquer necessidade de convertê-los ou de batizá-los. Após a descoberta da América do Sul, alguns conquistadores, retomando essa linha de argumentação por conta própria, por motivos puramente econômicos consi-deraram os índios como simples animais de carga, cuja conversão era supérflua.

Surge um Mito

Se a esfericidade da Terra - e todas as suas conseqüências - era uma idéia tão corrente na Idade Média, como foi possível chegar ao mito, que ainda persiste, que pretende que o homem medieval acreditava numa Terra plana ? Tal questão, que começou a interessar os cientistas somente há uns dez anos, ainda

VISÃO MECÂNICA do Universo, com anjos cuidando da rotação dos planetas, em iluminura de Le breviarid'amorde Mot/re Ermengaud, poema de 1H88. Esta cópia

é do século XIV

não está completamente esclareci-da. Essa idéia falsa, que surgiu nos séculos XVI e XVII, é resultado de múltiplas causas.

Uma delas resulta sem dúvida do fato de que os antigos mappae

mundi (mapas mundi) arredonda-dos da Idade Média foram pouco a pouco substituídos, a partir de meados do século XV, por mapas modernos, baseados em cálculos do geógrafo Ptolo-meu, da Antigüidade. Nos antigos mapas, em geral orientados para Leste, tentava-se representar dentro de um círculo os três continentes conhecidos: a Ásia, a África e a Europa (e algumas vezes até mesmo o continente austral desconhecido) - critério que seguem ainda hoje os mapas feitos em projeção Mercator, apesar de estes utilizarem dois círculos. Esse tipo de representação era muito esquemático. Em tomo do Mediter-râneo, situado no centro, estavam os três continentes, à volta dos quais se podiam ver algumas ilhas, como a Irlanda e a Islândia, ao largo da Europa, ou o Ceilão, próximo da Ásia. Circundando tudo, estendia-se o vasto Oceano, do qual só se via no entanto uma estreita faixa nos mapas, pois era conside-rado vazio e pouco digno de representação

(verfigura napág. 31).

No final da Idade Média, quando apareceram os novos mapas, feitos a partir do sistema de projeção das latitudes e lon-gitudes, os antigos mappae mundi foram reinterpretados, supondo-se que os antigos eruditos tinham representado a Terra como um disco redondo colocado sobre o Oceano. Tal conclusão era contestável, porque os ma-nuscritos que reproduziam tais mapas eram acompanhados de textos que se referiam sem equívoco à forma redonda da Terra.

A polêmica sobre a existência de antí-podas era a segunda causa do mito da Terra plana. Mesmo no início da época moderna, a controvérsia não havia cessado, pois

so-mente em 1770 a Austrália foi "oficialso-mente" descoberta. Tudo o que os navegadores portugueses e holandeses sabiam, eles ti-nham escondido por razões econômicas. Nos séculos XVI e XVII, as pessoas eram, portanto, obrigadas a se contentar com os ru-mores da existência de um quarto continente no hemisfério Sul, incerteza que alimentava ainda mais a discussão científica.

A terceira causa parece provir das idéias extravagantes sobre o formato trapezoidal da Terra, que podiam ser encontradas nas obras do monge Cosmas Indicopleustes. A partir do século XVII, essas idéias foram consideradas - por engano - como típicas do pensamento monástico medieval. As correntes anticlericais da época das Luzes contribuíram para a propagação dessas inter-pretações errôneas, que visavam desmerecer uma Idade Média influenciada pela Igreja, pouco afeita às questões das ciências naturais e com uma visão de mundo limitada.

Dessa forma, os autores medievais, mais freqüentemente clérigos, devem sua reputação de geógrafos e astrônomos in-competentes aos letrados da época moderna, e em particular ao século XVIII. Se havia a crença de que nossa Terra era o centro do Universo, criado por Deus, sabia-se que essa

machina mundi, mantida em movimento pela vontade divina, era redonda, assim como os demais corpos celestes. HS

Rudolf Simek

é professor de estudos germânicos da Universidade de Bonn

1

® GOSSUIN DE METZ mostrou, em 1245, em sua obra/4

I imagem do mundo, algumas das conseqüências da

J. esfericidade da Terra. Na imagem, dois peregrinos que

| caminham em direções contrárias encontram-se no

(6)

As primeiras

r r

universidades

As instituições de ensino superior modernas

nasceram no século XII, mas só paulatinamente

assumiram a forma atual

Por Rainer Müller

considerados como importantes, conti-nuaram sendo utilizados como métodos didáticos. Entretanto, em seguida à leitura, outras passagens isoladas eram objeto de intensos comentários. A esses debates intelectuais, acrescentavam-se as

disputaciones, os embates regulares entre mestres e alunos, nos quais se exercita-vam a retórica e a lógica.

A efervescência intelectual da época e a curiosidade nascente levavam a um desafio crítico, com relação às autorida-des do passado. A esse ceticismo, soma-va-se o surgimento de novas matérias,

5 resultado de um estudo intenso das sete

| disciplinas do trivium (gramática, retóri-| ca e lógica) e do quadrivium (astronomia, I geometria, aritmética e teoria musical),

I e das disciplinas relativas ao direito e COPISTAS no scríptorium da abadia de Echtemach (Luxemburgo), em manuscrito alemão de cerca de 1040

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ILUMINURA DA OBRA De dicitis etfactis romanorum, de Valère Maxime, 1470, representa as famosas casas de banho da Idade Média

Por Wolfgang Reddig

Na Idade Média, a medicina era praticada pelos

mais diversos profissionais - médicos, cirurgiões,

barbeiros - e até mesmo por charlatães, oriundos de

todas as classes sociais

Q

te na Idade Média tinha, a ualquer um que ficasse doen-sua disposição, um amplo leque de especialistas que se gabavam da arte de curar. Barbeiros, cirurgiões ou parteiras tinham um sólido conhecimento prático, e era raro que se recorresse a um médico de formação acadêmica. Mais que isso: os acadêmicos eram ameaçados pela concorrência com os charlatães, enganadores e outros arranca-dores de dentes itinerantes. Em A nau dos

insensatos, publicado em 1494, Sebastian Brant descreve com pertinência a situação dos pacientes: "O doente busca a saúde. De onde ela vem, pouco lhe importa". No campo, longe do mercado urbano da saúde, os homens confiavam no barbeiro, na parteira ou na curandeira.

O paciente na Idade Média queria, antes de tudo, uma cura rápida, pois sua sobrevivência dependia disso. Como as estruturas de assistência social eram quase inexistentes, o trabalhador diarista, apren-diz ou mestre-artesão doente tinha de ficar de pé logo para ganhar sua vida. As epi-demias eram freqüentes, favorecidas pela promiscuidade no interior das habitações e muralhas das cidades, e pela má higiene. A cidade, ao mesmo tempo que deixava os trabalhadores livres (as obrigações fiscais e as corvéias eram menores lá do que no campo), deixava-os também doentes.

No começo do século XIV, com o crescimento das cidades, os magistra-dos estruturaram o sistema de saúde. Da mesma forma que a vida pública era regulamentada por leis de comércio e regras de corporações, os cidadãos de-sejavam que a medicina fosse exercida por profissionais.

Profissão de Prestígio

No contexto da ordem feudal, as pessoas aptas a praticar a medicina pertenciam a classes sociais diferentes. No alto da pirâ-mide estava o médico distrital, encarregado de cuidar do bem-estar da comunidade. Freqüentemente se tratava de um doctor

medicinae, que estudara os clássicos an-tigos ou árabes da medicina nas grandes universidades, como as de Bolonha, Pá-dua, Montpellier ou Paris (ver A origem

das universidades, pág. 34). Os livros da época representam o doutor em medicina com veste longa e boina na cabeça. Figura de grande prestígio, o médico era, muitas vezes, assimilado à nobreza.

Os médicos funcionários faziam parte do pessoal pago pelas cidades mercantes do sul da Alemanha. Na rica Augsburgo, usava-se a expressão "médico de cabeceira da cidade". Os grandes comerciantes das classes superiores gostavam de mostrar que, assim como os reis e os bispos, também eles dispunham de seu próprio médico.

As tarefas do médico da cidade eram múltiplas. Por juramento, ele se compro-metia a cuidar do bem comum, e isso lhe impunha controle regular das farmácias, que só deviam oferecer remédios eficazes, e dos balneários, estabelecimentos públicos destinados a banhos, a fim de prevenir a propagação de doenças. Ele ainda avaliava os pacientes e decidia sobre a necessidade de levá-los para o hospício.

Mas ser médico também tinha suas desvantagens. A mais marcante era a proi-bição de deixar a cidade sem autorização. Na época das epidemias, muitos médicos morreram no exercício de sua profissão: nem o uniforme de couro, nem os óculos com lentes espessas nem a máscara im-pregnada de essências os protegiam da peste. As epidemias eram devastadoras: aproximadamente um terço da população européia morreu com a Peste Negra entre

1348e1352.

Para o médico medieval, as doenças apareciam por causa de um desequilíbrio entre os quatro humores corporais, e sua tarefa era restabelecer essa harmonia (ver

Medicina dos humores e símbolos, pág. 52).

Para aliviar, por exemplo, o excesso de bile negra de um melancólico, ele utilizava remédios qualificados como "quentes" e "úmidos", pois, pela teoria dos humores, a bile negra era fria e seca.

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sancionados por exame, os mestres barbeiros eram, tam-bém eles, autorizados a fazer sangrias em seus pacientes, competência marcada por uma pequena bacia pendurada na porta de sua barbearia. Para re-alizar uma sangria, bloqueava-se a passagem do sangue com um garrote, depois fazia-se um talho numa veia com um tipo de bisturi, e o sangue corria numa pequena bacia coloca-da de antemão. Os barbeiros prescreviam também lavagens e vomitivos, faziam curativos nos ferimentos e arrancavam dentes cariados.

Os mestres banhistas, em contrapartida, pertenciam às camadas sociais inferiores, e seu trabalho era considerado, em alguns lugares, uma ocupação

degradante, semelhante à do torturador, à do abatedor de cães e à do coveiro. Apesar de tudo, as termas eram extremamente popula-res: no final da Idade Média contavam-se 29 estabelecimentos públicos para banhos em Viena e o mesmo número em Paris.

Os aprendizes de artesãos reservavam uma parte do salário para ir ao balneário a cada dois meses. Para celebrar algumas fes-tas, os ricos burgueses tinham o costume de doar um banho aos pobres da cidade ou aos ocupantes dos hospícios - o que chamavam de "banho da alma". Essas termas ofereciam banhos em diferentes temperaturas, banheiras, banhos de vapor e sauna; acrescentavam-se à água essências de ervas, enxofre ou sal.

Os pobres se lavavam com água e sabão, enquanto os ricos ordenavam que alguém os molhasse com uma espécie de "regador", eram friccionados por um massagista, barbeados e penteados por um tosquiador. Por alguns centavos a mais, mandava-se colocar sobre o corpo sanguessugas, que com suas ventosas aspiravam o sangue através da pele (as sanguessugas seriam utilizadas até os anos

1950). Elas eram, junto com as sangrias, as medidas profiláticas mais difundidas.

Comida, bebida, música e outros pra-zeres faziam parte da visita ao balneário, tanto quanto a higiene corporal. Não por acaso que se acusava os mestres banhistas de favorecimento da prostituição, por cau-sa das roupas sumárias ucau-sadas por seus funcionários. Essa cultura dos banhos duraria até 1500, quando o perigo da sífilis encerrou a atividade.

Suspeitas de Feitiçaria

As parteiras pertenciam também a uma classe social inferior e eram até suspeitas de feitiçaria. Segundo o Martelo das feiticeiras, o manifesto da caça às bruxas, ninguém era tão prejudicial à fé católica como essas mu-lheres que lidavam com práticas mágicas. A partir do século XV, regulamentações impuseram às parteiras renunciar a todo tipo de cuidado corporal, interno ou ex-terno. No fim da Idade Média, surgiu a parteira funcionária pública, ou "guardiã dos partos". Ela não se contentava em atuar apenas como parteira, sendo também a testemunha oficial de tudo o que

acon-Wolfgang Reddig

é historiador e trabalha no Museu do Hospício de Aub da Francônia

MÉDICO EXAMINA paciente com osso deslocado, em manuscrito de cerca de 1450 do livro La grande chimrgie, do cirurgião Guy of Chauliac (c.1300-1368)

tecia em torno do nascimento. Apenas no começo do século XVI - e também por intermé-dio dos médicos da cidade - o conhecimento empírico dessas mulheres sobre a posição dos bebês, as vias do parto, as mas-sagens e as técnicas de respiração conquistaram o direito de figurar na literatura médica.

Finalmente, os curandeiros itinerantes atuavam em uma zona obscura do mercado da saúde. Praticavam sua terapia nas feiras e nos mercados, oferecendo remédios milagrosos. A conota-ção negativa dos termos atuais não lhes faz justiça, pois muitos curandeiros tiveram uma real competência em matéria de terapia. Alguns médicos oficiais chegavam até a lhes confiar operações delicadas, como extração de cálculos renais, operação de hérnia inguinal ou de catarata. Quanto aos arrancadores de dentes, eles aliviavam as dores de seus clientes durante um espetáculo, com a participação do público.

Os remédios milagrosos oferecidos estavam em conformidade com o espírito da medicina medieval. Animais menos míticos que o unicórnio branco foram certamente sacrificados no "altar da me-dicina". Quando um doente procurava um médico titular, um cirurgião ou uma parteira, em última instância as duas partes, paciente e terapeuta, viviam na certeza de que Deus era o "grande médico". Assim, médico e doente rezavam antes de uma operação, para garantir seu sucesso. O famoso cirurgião francês Ambroise Paré resumia, aliás, sua atividade, nos seguintes termos: "Eu o tratei, Deus o curou", gj

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AQUARELA DE 1960 mostra Gutenberg lendo um texto impresso (à esq.] enquanto os gráficos trabalham com os tipos móveis e a prensa

mesma cor, costuravam-se os lados de mesmo tipo um de frente para o outro, a fim de obter uma homogeneidade de tons.

Para manuscritos ilustrados, os monges preferiam o pergami-nho branco de vitelo, cuja superfície fina estimulava a criação e a pintura livresca. Para escritos administrativos ou menos prestigio-sos, utilizava-se o pergaminho de ovelha, mais amarelado, e o de cabra, próximo do marrom. Com a ajuda de uma pedra porosa, as escrituras antigas eram apagadas, e assim uma folha podia ser utilizada diversas vezes (palimpsesto).

| Da China à Europa

I Enquanto a cultura da escrita se estendia, o papel, vindo do | Oriente, começava a entrar em concorrência com o pergaminho. § Apesar de algumas hesitações iniciais, ele se revelou rapidamente | um suporte de escrita e de imagem mais durável e claramente s menos oneroso que o pergaminho.

A tradição conta que à época da dinastia Han, aproximada-mente no ano 105, Ts'ai Luen (ou Tsai Lun), diretor dos ateliês imperiais da China, elaborou folhas utilizáveis com nanquim inspirado pela observação de insetos construindo ninhos com fibras vegetais. Ele forneceu uma descrição detalhada da fabri-cação do papel: primeiramente uma mistura de casca de tronco, velhas cordas de cânhamo, pedaços de tecido, cordões e palha de arroz era deixada em decomposição. Depois o material era comprimido e então diluído em um grande volume de água, sendo depois peneirado. Inicialmente, a peneira era de tecido, substituída depois por uma de bambu montada sobre rodas, o que facilitava a produção.

No século VII, a arte da fabricação do papel chegou ao Japão. A partir de 770, o país começou a fabricar uma espécie de talismã, com versos budistas (os dharani, em sânscrito) impressos sobre folhas. Um pouco antes, em 751, os chineses foram derrotados

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Qutenberg (1400-1468), um pioneiro ignorado

Sem ele, nem as teses de Lutero sobre a Igreja nem as obras de Shakespeare teriam uma repercussão especial. Apesar de sua importância capital na história da técnica, Johannes Gutenberg, inventor da prensa de caracteres móveis, permanece um personagem misterioso. Não existe nenhum retrato autêntico dele, e sua data de nascimento não é muito mais que um acordo internacional. Ela se baseia unicamente em uma nota administrativa de 1420: nos autos de uma querela de he-rança da fazenda Gutenberg de Mayence, propriedade da família, evoca-se um filho já maior. A conclusão tirada, sabendo-se que esse mesmo filho teria se inscrito no verão de 1418 na Universidade de Erfurt, que pertencia à diocese de Mayence, sob o nome de Johannes de Alta Villa, parece-nos bem ousada. Por outro lado, esse estudante seria originário de Eltville, e é possível que o pai de Gutenberg tenha efetivamente se instalado em 1411 nes-sa cidade a fim de escapar de um conflito entre o patriarcado e as corporações de Mayence. No entanto, nenhuma fonte escrita sustenta essa hipótese.

Um traço das atividades de mercador e de inventor de Gutenberg aparece em 1434 em Estrasburgo. Com parceiros comerciais, ele fabricava suvenires em 1439, para a peregrinação de Aix-la-Chapelle. Acreditava-se que esses "espelhos dos peregrinos" recebiam uma parte da graça divina das relíquias; eram produzidos a partir de uma liga de chumbo e de estanho. Gutenberg parece ter-se dedicado igualmente a outras "artes e aventuras". Fala-se de uma prensa em madeira, da compra de chumbo e moldes. Fontes atestam que, em 1448, ele voltou para Mayence, onde seu primo Arnold Gelthus lhe emprestou dinheiro e um ano mais tarde um certo Johannes Fust se tornou seu sócio em "um negócio de livros".

A invenção decisiva de Gutenberg foi de início a letra metálica moldada. Em uma primeira etapa, os diferentes sinais eram gravados em relevo e ao inverso na extremidade de uma haste metálica (gravura em punção). Em seguida, esses punções eram presos a uma matriz de cobre. A matriz obtida servia de molde para as letras usadas no momento da impressão. Gutenberg elaborou para isso uma liga composta por três elementos: ?0% de chumbo, 25% de estanho (que deixava o metal fundi-do mais líquifundi-do e, portanto, os contornos fundi-do sinal mais precisos] e 5% de antimônio (que dá à letra a dureza necessária).

Retrato de Gutenberg, baseado em gravura de André Thevet (Paris, 1584)

Em um aparelho de fundição, as matri-zes de uma mesma escrita tinham a mesma largura, seja o magro "i" ou o gordo "m", o que permitia a produção em série de letras idên-ticas. Um caixotim deixava à mão, na quanti-dade desejada, todas as letras, as ligaturas, os sinais de pontuação e os números, bem como os espaços (spatium) que Gutenberg julgava indispensáveis à composição dos textos escritos. Um gancho angular recebia as linhas compostas, que eram em seguida dispostas em colunas enfileiradas, para en-tão produzir uma folha impressa.

Além disso, ele elaborou uma tinta de impressão à base de madeira resinosa e de verniz de óleo de linho e inventou esponjas para recobrir as letras de tinta. Todas essas inovações permaneceram, com raras exce-ções, a norma da técnica até o século XIX. Uma das questões ainda em debate é se Gutenberg conhecia a invenção, na Coréia, da imprensa de tipos móveis e de punções, a partir de 1234. Ele provou, em todo caso, a eficácia de sua inovação e o do-mínio total de sua arte com uma tipografia complexa e sem semelhante que ele aplicou em um texto bíblico, uma tradução latina de são Jerônimo datada do século IV. Nessa obra, realizada com 290 sinais diferentes e composta por 1.282 páginas de 41 linhas de duas colunas, os erros são raros. Todas as características dos manuscritos preciosos ali estão integradas. Posteriormente a Bíblia, impressa sobre papel ou sobre pergaminho, foi comercializada em 1454.

Gutenberg imprimiu também cartas de indulgência para a Igreja, calendários, panfletos e livros escolares. Esses trabalhos garantiram a seu negócio a entrada de dinheiro de que ele tanto necessitava, já que seu único apoio financeiro, seu sócio Fust, havia criado sua própria empresa.

Enquanto Gutenberg e seu novo sócio, o notável Conrad Humery, realizavam, ao que parece, a impressão do Catholicon, do dominicano Jean Balbus, depois de ele ter sido nomeado homem de corte de Adolfo de Nassau, numerosas tipografias nasciam: Bamberg e Estrasburgo em cer-ca de 1460, Subiaco, perto de Roma, em 1465, depois Colônia, em 1466. Eltville e Roma, em 146?, Augsburgo e Basiléia, em 1468, Veneza em 1469 e Paris em 1472.

Gutenberg morreu em fevereiro de 1468. Deixou fôrmas, letras, ins-trumentos e todas as coisas úteis à arte de imprimir e fundou comércios, mercados e condições de vida totalmente novas. Até 1500, em apenas 40 anos, mais de 9 milhões de livros foram impressos na Europa.

pelos árabes em Samarcanda (atual Uzbequistão), e trabalhadores papeleiros, feitos prisioneiros, transmitiram o segredo da fabrica-ção do papel. Uma fábrica de papel foi construída em Bagdá em 7 9 3 , e outras se seguiram. Assim, por intermédio da Espanha muçulmana, o papel ganhou a Europa no século X I I .

Na Itália, a partir de meados do século X I I , os fabricantes de papel de Fabriano "industrializaram" a produção com o uso da força hidráulica para prensar a pasta de papel. Sobre as peneiras, já providas de fios, foram feitos desenhos que representavam o selo da fábrica:

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menos fibra era depositada nesse local de modo que ali aparecia, em § transparência, a marca da manufatura, conhecida como filigrana. A | marca mais antiga data de 1282. A partir do século XIV, a maior |

parte dos papéis possuía essa estampa. g A rigidez da peneira de fio tornou, no entanto, necessárias §

outras operações para deixar o papel maleável, como assentar e § comprimir, sobre um feltro, folhas úmidas. As atividades se divi- | diam então entre as de "abridores", "servidores", "estendedores". | Logo surgiu o trabalho do "colador", que recobria o papel com %

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Tergamínfio e papei passaram peias

mãos de diversos profissionais

O pergamínfieíro

Eu compro pele de ovelha

Ponho depois a pele em água cáustica Em seguida limpo-a

Estendo cada pele em uma moldura Aliso-a e logo faço dela o pergaminho Com grande labor em minha casa De chifres eu tiro a cola

E tudo isso vendo na cidade

Opape feiro

Eu preciso de tecidos para o meu moinho Lá, a roda faz circular muita água Que bate os tecidos picotados A mistura infla na água

Faço dela folhas, assento-as sobre o feltro Pressiono-as, e a água escorre

Em seguida suspendo-as, deixo-as secar Brancas como neve e lisas - assim delas gostamos

O ifuminador

Eu sou iluminador Alimento-me de meu pincel Eu pinto as imagens que estão lá Sobre o papel ou o pergaminho Com as cores, e eu lhes adiciono dourado Não gosto de modelos,

Que rendem somente trabalhos ruins, Brincadeiras e zombarias para todos os bolsos

O impressor

Sou hábil ao manusear a prensa Logo que passo o verniz

Logo que meu assistente move a alavanca Veja uma folha de papel impressa Dessa maneira se exibem bem obras de arte Que podemos facilmente contemplar Há muito tempo, escrevíamos os livros No meu tempo, fazemos isso melhor

O encadernador

Eu encaderno toda sorte de livros

Espirituais e mundanos, pequenos e grandes Em pergaminho ou pranchetas

E os reforço com um bom verniz E com pinças, e os decoro com selos No iníáo também os nivelo Em alguns até douro a borda

E assim ganho muito dinheiro

cola de origem animal - à base de restos de couro ou de pé de ovelha - para torná-lo impermeável à tinta.

Com todas essas inovações, papéis de qualidade passaram a ser produzidos em quantidade. Numerosos moinhos de fabricação de papel apareceram no norte e no centro da Itália. Na França, a primeira manufatura de papel surgiu em Troyes em 1348. A partir do primeiro quarto do século XIV, os papéis italianos chegaram à Alemanha e suplantaram rapidamente os pergaminhos ainda utilizados.

Até 1500, a escalada da produção de papel foi atestada pela criação de numerosas fábricas. Isso era resultado de uma neces-sidade crescente de papel e de cartão, em grande parte graças à grande popularidade, a partir do fim do século XIV, do jogo de cartas (verfigura napág. 90). Entretanto, é sobretudo graças a Gu-tenberg (ver quadro na pág. ao lado), e à sua invenção da prensa de caracteres móveis, que a demanda aumentou. O Humanismo e a Reforma contribuíram em seguida para alimentá-la, tanto que, por volta de 1600, contavam-se na Alemanha não menos de 200

fábricas de papel em atividade. ^

Frieder Schmidt

dirige as coleções sobre a história do papel do Museu do Livro e da Escrita na Biblioteca de Leipzig

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PÁGINA DA BÍBLIA de Gutenberg, a primeira obra impressa com os tipos móveis, entre 1452 e 1455

Referências

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