• Nenhum resultado encontrado

Ijuí: sua história e sua arquitetura pelo olhar da fotografia

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Ijuí: sua história e sua arquitetura pelo olhar da fotografia"

Copied!
42
0
0

Texto

(1)

UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

LUCIANA SCHWERZ

IJUI: SUA HISTÓRIA E SUA ARQUITETURA PELO OLHAR DA

FOTOGRAFIA

Ijuí – RS 2014

(2)

Luciana Schwerz

IJUI: SUA HISTÓRIA E SUA ARQUITETURA PELO OLHAR DA

FOTOGRAFIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de História, exigido como requisito obrigatório para Obtenção do Título de Docente na Licenciatura de História na UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

Orientadora: Professora Vera Lucia Trennepohl

Ijuí – RS 2014

(3)

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, maiores incentivadores de meus

estudos e que me proporcionaram esta conquista. Ao meu esposo que sempre esteve ao meu lado nestes anos de estudo.

Aos tutores do curso sempre dispostos a sanar as dúvidas.

E um agradecimento especial à minha orientadora Vera, por sua dedicação e estimulo durante a construção deste trabalho.

À minha família, pelo seu amor. Muito Obrigada

(4)

RESUMO

Autora: Luciana Schwerz

Este estudo é o resultado da pesquisa sobre a Arquitetura da cidade de Ijuí. Através das imagens fotográficas produzidas pelos primeiros fotógrafos que nesta cidade se estabeleceram e tiveram papel importante no processo de desenvolvimento da estrutura social e construção dos cenários. O foco de estudo foi a cidade de Ijuí, durante os períodos da criação do município e após a emancipação política da cidade. Um olhar voltado para a preservação da memória através dos registros e imagens dos fotógrafos imigrantes, considerados aqui atores sociais desta história.

(5)

ABSTRACT

Author: Luciana Schwerz

This study is the result of research on the architecture of the town of Ijuí. Through the images produced by the first photographers in this city settled and played an important role in the development process of the social structure and construction of scenarios. The focus of the study was the city of Ijuí during periods of the city's creation and after the political emancipation of the city. A look toward the preservation of memory through the records and images of immigrants photographers, considered here social actors of this story.

(6)

LISTA DE ILUSTRAÇÕES Imagem 01 ...11 Imagem 02 ...13 Imagem 03 ...15 Imagem 04...17 Imagem 05...18 Imagem 06...18 Imagem 07...27 Imagem 08...28 Imagem 09...29 Imagem 10...30 Imagem 11...31 Imagem 12...31 Imagem 13...32 Imagem 14...33 Imagem 15...34 Imagem 16...35

(7)

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...08

1 LOCALIZANDO O MUNICÍPIO DE IJUÍ NO TEMPO E ESPAÇO...10

1 .1 Histórico de Ijuí...10

1.2 A economia de Ijuí...16

2 LINGUAGEM FOTOGRÁFICA COMO PRÁTICA SOCIAL...20

2.1 Relação fotografia e história...20

2.2 Primeiros fotógrafos da cidade...23

2.3 Considerações finais...26

3 UM OLHAR SOBRE ARQUITETURA DE IJUÍ ...27

3.1 Até a criação do Município...27

3.2 Após a emancipação política...33

3.3 Breve análise comparativa sobre prédios conservados e destruídos...35

CONSIDERAÇÕES FINAIS...41

(8)

INTRODUÇÃO

A temática desenvolvida contém aspectos relevantes a respeito da história de Ijuí, desde sua fundação até os dias atuais. Através da linguagem fotográfica será possível reconstruir a realidade sobre a arquitetura do município, a partir dos fragmentos agregados pela fotografia, liberados pela expressão de sua linguagem como referência e autenticação da identidade local. O objetivo da pesquisa é abordar a história da formação da cidade e de sua arquitetura através do olhar fotográfico, entendendo a fotografia como prática social e elemento materializador da memória histórica e de identidade do local.

Essa pesquisa se torna possível, pois se têm em Ijuí os precursores da cultura fotográfica no município, Carlos Germano Beck (imigrante alemão) e Eduardo Jausen (imigrante Leto).

Levando em consideração o interesse pelo tema, é possível afirmar que a fotografia encanta por sua magia temporal, a qual preserva a realidade do passado. O ângulo de visão que interessa não é puramente técnico neste sentido. A fotografia permite um passeio através do tempo e espaço, aproximando-se da história e possibilitando entendê-la, pois, antes de tudo, ela é um produto social.

Concomitantemente, há referências aos primeiros fotógrafos da cidade e o desenvolvimento de suas práticas no município. Percebe-se que através dela é possível fazer uma análise das mudanças ocorridas em Ijuí, ao longo do seu processo de desenvolvimento.

Este olhar para a arquitetura de Ijuí será lançado em dois momentos, respectivamente divididos em antes (até a criação do município) e após a emancipação política da cidade. Para suporte maior, serão utilizadas fotografias como fontes de pesquisa e análises comparativas, sendo estas os prédios mais antigos da cidade que ainda estão preservados e aqueles que tinham sua importância no passado e, hoje, possuem outros prédios construídos no local, trazendo um breve histórico de cada locação.

O trabalho consiste no levantamento e seleção de imagens relacionadas aos períodos distintos da história do município, porém sob a ótica da arquitetura. Para tanto, também serão consultadas fontes bibliográficas sobre a história de cada prédio, relacionando-os com a época em que foram construídos e ou preservados até os dias de hoje.

(9)

histórica da cidade. Já, o segundo relata sobre a fotografia, sua relação com a história e prática social, trazendo a história dos primeiros fotógrafos de Ijuí (Família Beck) e Eduardo Jausen, além de algumas considerações sobre suas contribuições para a história visual.

Por fim, o terceiro capítulo que diz respeito diretamente à arquitetura dos prédios públicos e algumas casas preservadas. Serão capturadas imagens atuais das locações para uma breve análise, traçando um paralelo entre os períodos em que as construções foram fotografadas.

(10)

1 LOCALIZANDO O MUNICÍPIO DE IJUÍ NO TEMPO E ESPAÇO

1.1 Histórico de Ijuí

O município de Ijuí localiza-se no noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, em uma região de economia baseada no setor agropecuário, no comércio, indústrias e serviços. Atualmente, é conhecida como a Terra das Culturas Diversificadas; Cidade Universitária; Colmeia do Trabalho; Terra das Fontes de Água Mineral e Portal das Missões.

Buscando a etimologia da palavra Ijuhy na língua Guarany, pode-se concluir sua origem indígena. Fato esse que remete aos primeiros habitantes desta terra. Seu significado representa sua geografia originária, rodeada de matas e rios. Primeiramente Ijuí era escrito com a letra Y, que em guarani significa rio. Já a sílaba “ju” corresponde a algo divino, celeste, pleno, completo. Houve muitas mudanças até chegar ao nome atualmente conhecido, por exemplo: “Ihjuy”- “rio das rãs”; "Juhy"-“rio dos espinhos”; “Jujuhy” - “rio dos pintassilgos”; “Ijhuy” “rio das águas divinas”.

(...) As referidas variações generalizam o uso do nome, cuja grafia “Ijuhy”, pela origem da cognominação do rio, pelos índios das Missões, como “rio das águas divinas”, também “rio das águas grandes”. Com as reformas ortográficas, ou tradução para a língua portuguesa do Brasil passou usar a grafia “Ijuí”, que hoje é denominado (LAZZAROTTO, 2002, p. 14).

Quanto ao povoamento da cidade, um dos primeiros habitantes do município foi o Caboclo. Antes da chegada dos imigrantes vindos da Europa eles se dedicavam principalmente à cultura de erva-mate. Uma parcela da história que a grande maioria desconhece, devido a certo preconceito gerado com relação a esta população, excluída do direito a terra e do convívio social durante o processo de colonização.

Na fotografia abaixo se observa um barbaquá (método antigo de produção de erva-mate que consiste em "sapecar", ou seja, expor às altas temperaturas em curto espaço de tempo a erva-mate, a fim de retirar umidade da folha, dando um aroma e sabor diferenciado a erva-mate semelhante a uma defumação). Pode ser chamado também de preparo no carijo. O trabalhador caboclo está transformando o produto para comercialização, como pode ser visualizada na imagem 01 abaixo:

(11)

CABOCLO

CJ. 00801 (Museu Antropológico Dr. Pestana, foto da coleção Eduardo Jausen, 1939).

Porém, a história da cidade relacionada aos registros fotográficos, que aqui interessa, é mais rica a partir do seu período de formação colonial.

(...) A formação colonial de Ijuí sintetiza muitos dos elementos que caracterizam a integração dos imigrantes europeus e seus descendentes no processo de desenvolvimento econômico, político e cultural do extremo sul do país. A colônia Ijuí, fundada em 1890 por iniciativa do governo estadual na orla inferior da floresta subtropical do planalto, entre os campos de Cruz Alta, Santo Ângelo, Tupanciretã e Palmeira das missões, significou o início da ocupação das últimas áreas disponíveis no Rio Grande do Sul, para onde eram enviados imigrantes recém-chegados da Europa: alemães, teuto-russos, poloneses, italianos, letos, austríacos, húngaros, suecos, franceses, espanhóis e, pouco depois, uma geração moça, excedente das “colônias velhas”, isto é, das áreas ocupadas inicialmente por alemães e italianos a partir de São Leopoldo e Caxias do Sul. (MARQUES E GRZYBOWSKI, 1990 p.9 e 10).

Em nível mundial, a Europa enfrentava uma crise devido à expansão capitalista e ao processo de industrialização. A concorrência das fábricas contra as manufaturas artesanais e da grande propriedade rural contra a economia camponesa afetava diretamente os trabalhadores europeus. Os efeitos da expansão do imperialismo dão início ao processo de emigração dos excedentes europeus. As guerras e a situação política, agitadas pelos movimentos revolucionários também foram fatores determinantes para agravar as condições de miserabilidade que os trabalhadores, principalmente ligados à agricultura, fossem em busca de melhores condições de vida.

(12)

Para o desenvolvimento do Brasil foi importante que se abrissem os portos para a chegada dos imigrantes, pois o país necessitava de trabalhadores para a lavoura do café, devido à abolição da escravatura e o fim da escravidão. Os imigrantes estavam em busca de uma nova terra e o país necessitava deles, como a mão de obra para a lavoura.

No início foi difícil para os imigrantes vindos da Europa, pois comparando com o Brasil, lá era mais desenvolvido. Os imigrantes tiveram que enfrentar as mudanças de clima, espaço, cultura e paisagens diferentes. Chegaram aqui e de certo modo houve uma frustração assim que se depararam com as terras despovoadas, compostas de matas cerradas, sem estradas, sem comunicação, sem recursos para viver e ferramentas para o trabalho. Estes imigrantes são os verdadeiros protagonistas do processo de ocupação, desde a derrubada de matas até a construção efetiva do espaço que ocuparam.

Considerados em sua identidade coletiva ficaram conhecidos como colonos, termo que os diferenciava dos brasileiros. Os pioneiros a chegar ao sul do Brasil foram os alemães, porém vários grupos étnicos constituíram os atores sociais na construção da identidade local. Além dos alemães, para cá vieram os italianos, poloneses, letos, austríacos, russos, luso-brasileiros (populações mistas com nativos).

Tarefa difícil esta de classificá-los em uma etnia específica, pois alguns imigrantes utilizavam a mesma língua para se comunicar, porém mantinham seus costumes e culturas do país de origem. Os alemães não vieram diretamente da Alemanha, a maioria em 1890 eram jovens que saíram das Colônias Velhas (São Leopoldo, Lajeado, Estrela, Teutônia e Santa Cruz do Sul). Os primeiros italianos chegaram ao final de 1890 ou início de 1891. Da mesma forma as outras etnias enfrentaram as mesmas dificuldades na ocupação, com o isolamento no mundo das matas.

Ijuí, em meio ao contexto mundial de expansão do capitalismo constituiu-se em sua maioria por indivíduos pertencentes ao mesmo grupo linguístico de diferentes regiões, porém com língua mãe alemã. Segundo Martin Fischer (1987), o número de imigrantes alemães vindos da Alemanha foi pequeno, justificando assim que o mesmo dialeto não significa as mesmas práticas culturais.

A chegada dos primeiros imigrantes foi coordenada inicialmente pelo Diretor Augusto Pestana, engenheiro carioca, político brasileiro, líder republicano, administrador público, especialista em transportes ferroviários e grande impulsionador da emancipação política da cidade de Ijuí em 1912. O município foi conduzido ao seu desenvolvimento quando, a partir

(13)

de 1899, Augusto Pestana assumiu a administração da cidade, ocorrendo assim o assentamento de colonos com conhecimento de agricultura, principalmente de colônias mais antigas do Rio Grande do Sul.

Como mencionado anteriormente, antes da chegada dos europeus, a terra de Ijuí já estava ocupada pelos lavradores nacionais, conhecidos também como caboclos. Conforme o artigo Imagens do Mundo do Trabalho de Canabarro e Schneider (2007), “o imigrante com seus conhecimentos e técnicas agrícolas de centenas de anos no ambiente europeu, deparou-se com um mundo novo que necessitava de preparo em sua terra para o plantio primeiramente de subsistência e posteriormente para a venda dos excedentes”.

Além da derrubada da mata para preparar o solo, esta técnica também seria útil nas construções das moradias, conforme pode ser visto na imagem 02:

IMIGRANTE

Coleção Eduardo Junsen, 1927.

A partir desta fotografia extraída do artigo em questão, e segundo a leitura dos detalhes observada neste, faz-se uma referência ao aprendizado que o imigrante teve com o caboclo. Ao preparar o ambiente para implantar os conhecimentos e tecnologias agrícolas, o imigrante que aqui chegou apropriou-se das técnicas de derrubada e queimadas, muito utilizadas pelos “caboclos”. Pode-se concluir que houve uma espécie de hibridismo cultural.

(14)

(...) Os primeiros tempos foram difíceis para os imigrantes; pessoas da Europa, mundo consideravelmente desenvolvido, com diferenças de clima, de espaço, paisagem e meio cultural. Os sonhos dos imigrantes por uma nova vida e prosperidade, ao chegar aqui, foram frustrados em terras desertas de população, ao meio de matas cerradas, sem estradas, sem comunicação, exposto ao isolamento, sem recursos e poucas reservas de alimentos e utensílios para vida. Na época Cruz Alta e Santo Ângelo eram duas vilas em formação cercadas de matas. Os campos faziam fronteiras nas proximidades. A passagem de uma vila para outra era um sacrifício, não existia estradas que ligasse em linha reta. Para encurtar a distância, o governo da Província decidiu construir uma picada. A estrada aberta até Ijuí começou dar acesso a caminho da integração econômica e permitiu acelerar o desenvolvimento da colonização.

FONTE: http://teobaldobranco.blogspot.com.br/2013/12/a-historia-da-colonizacao-de-ijui_8051.html

O fundador da colônia em 19 de outubro de 1890, Manuel da Siqueira Couto, foi o primeiro Diretor e administrador da Colônia Ijuí, que a denominou de “Colônia de Ijuhy Grande”.

Em 1912, Ijuí passou a município pela sua emancipação política e desenvolvimento econômico. No dia 31 de janeiro de 1912 o presidente (governador) do Rio Grande do Sul, Dr. Carlos Barboza Gonçalves criou o decreto nº 1814 e Ijuí foi emancipada do município de Cruz Alta, anteriormente conhecido como o 5º distrito desta.

Segundo este decreto: “... a Colônia de Ijuí foi elevada à categoria de Vila e Município. Para o cargo de Intendente Provisório foi nomeado o Dr. Augusto Pestana, que desde 1º de janeiro de 1898 vinha exercendo o cargo de Diretor da Colônia”. A imagem 03 a seguir mostra a Colônia de Ijuí na época de sua emancipação.

(15)

VILA DE IJUHY EM 1912, ANO DA EMANCIPAÇÃO POLÍTICO/ADMINISTRATIVA. FOTO TIRADA DA RUA DO COMÉRCIO, NA ALTURA ONDE HOJE SE ENCONTRA A LOJA DELTA INSTALAÇÕES ELÉTRICAS - ANTIGA SEDE DA CERILUZ. AO FUNDO, ALTOS DA RUA DO COMÉRCIO, ATUAL PRAÇA DA REPÚBLICA

Fonte: Coleção Família Beck

DECRETO No 1814, de 31 DE JANEIRO DE 1912 - Cria o município de Ijuí: Eleva a Colônia de Ijuí à categoria de Vila e município autônomo, com a denominação de Ijuí.

O Presidente do estado do Rio Grande do Sul, atendendo a insistentes solicitações dos habitantes da Colônia de Ijuí, 5º Distrito do Município de Cruz Alta, e usando da faculdade que lhe confere o artigo 20, no 15 e 16 da Constituição e disposições no Capítulo II, Título preliminar da Lei no 10, de 16 de dezembro de 1895, decreta: Art. 1º - Fica a Colônia de Ijuí, quinto Distrito do município de Cruz Alta, elevada à Vila em município autônomo sob a designação de “Ijuí”.

Art. 2º - O município é constituído, como ficou dito, do quinto distrito de Cruz Alta, tendo os seguintes limites: pelo rio Ijuí Grande, da foz do arroio dos Barbosa a do rio Porongos; pelo rio Porongos, desde a sua foz no Rio Ijuí Grande, até a foz do lajeado Rio Branco; por esse lajeado até encontrar a linha divisória da Colônia Rio Branco (atual cidade de Catuípe) com o núcleo Jesus; por essa linha até lajeado da Divisa; por esse lajeado, até sua foz no Rio da Ponte; por esse rio até a foz do lajeado que divide a invernada do Carvalho e os campos dos herdeiros de Alberto Noronha; por esse lajeado até suas nascentes no Capão do Guivá; daí por uma linha seca que vai à divisa das terras que foram de João Schorn e de José Vidal de Ramos, nos matos da margem direita do rio Conceição; e daí pela divisa dos Campos com os matos, até encontrar o rio Ijuizinho.

Com o município de Santo Ângelo, pelo rio Ijuizinho até a foz do lajeado dos Ferreiras; por esse lajeado até encontrar a linha que divide as terras dos herdeiros de João Mosqueira e de dona Maria Rosário Ayres; pelas divisas destas terras até encontrar a divisa das terras que foram do Doutor Venâncio Ayres, com as dos

(16)

herdeiros de dona Maria Rosário Ayres; por essas divisas até o Rio Ijuí Grande; por esse até a foz do Rio Santo Antônio; por esse rio até sair nos Campos; daí pela linha que divide os campos dos matos da margem direita de Ijuí Grande, até encontrar com a atual divisa de Santo Ângelo e Palmeira, e o arroio Faxinal; por essa divisa até a estrada geral que liga a vila Santo Ângelo a de Palmeira. Com o município de Palmeira, a divisa será pela estrada geral que vem de Santo Ângelo até em frente à casa do finado Antônio Soares, daí procurando a nascente do arroio dos Barbosas, e por esse arroio até sua foz no Ijuí Grande.

Art. 3º - 0 município, ora criado, fica sob a jurisdição da Comarca de Cruz Alta. Art.4º - Revogam-se as disposições em contrário.

Palácio do Governo, em Porto Alegre, 31 de janeiro de 1912. (Ass.) Doutor Carlos Barboza Gonçalves Protásio Alves

(MARQUES, Mário Osório; BRUM, Argemiro J. 2004 p. 50-51)

Devido ao processo de imigração e colonização, atualmente Ijuí é conhecido por reunir vários grupos étnicos, sendo daí conhecido como "Terra das Culturas Diversificadas". Pode-se citar os seguintes: afro-brasileiros, índios, portugueses, franceses, italianos, alemães, poloneses, austríacos, letos, holandeses, suecos, espanhóis, japoneses, russos, árabes, libaneses, lituanos, ucranianos dentre outros.

O parque de exposições que leva o nome do ex-prefeito da cidade nos anos 80 Wanderley Burmann, atualmente segundo as informações do site da prefeitura municipal, promove a “Expo-Ijuí, feira de amplo destaque na região e no estado, é possível conhecer o comércio, indústria, agropecuária, vestuário, artesanato da região e do estado. Juntamente na Expo-Ijuí é realizada a Fenadi - Festa Nacional das Culturas Diversificadas” (http://www.ijui.rs.gov.br/paginas/historico).

1.2 A economia de Ijuí

Assim que a cidade foi se constituindo oficialmente, o governo mandou fazer a medição de 1.000 lotes de 25 hectares cada, para ofertar aos imigrantes europeus. Os colonos recebiam estas terras e um auxílio até se instalar para, posteriormente, pagá-las em cinco anos, ou prestar serviços ao Estado construindo estradas, caminhos e outras obras através de remuneração para se manter até que o lote começasse a gerar uma produção mais efetiva. Desta maneira pode-se verificar o controle que havia sobre a produção dos novos agricultores, vindo a assegurar a produção dos excedentes para o mercado.

A partir do momento em que o espaço rural foi se estruturando, surge o comércio e o comerciante passa a ser o intermediário da circulação dos insumos e frutos produzidos através da agropecuária da colônia. Assim a cidade inicia seu desenvolvimento econômico.

(17)

Em 19 de outubro de 1911 foi inaugurada a estrada de ferro, que veio facilitar o fluxo das mercadorias, valorizando as terras, dobrando a produção e triplicando a exportação, como mostra a imagem 04 abaixo:

INAUGURAÇÃO DA LINHA E DO TREM EM IJUÍ, EM 1911

AI 01828 (Autor desconhecido)

Atualmente, segundo dados da Prefeitura Municipal de Ijuí, a agricultura caracteriza-se pelas culturas anuais, especialmente soja, trigo e milho. A pecuária constitui-caracteriza-se basicamente na criação de gado de corte e gado leiteiro. A agropecuária, nos últimos anos, tem alcançado crescimento importante na produção de leite, ovos, mel, cera e lã. O setor primário do município - agricultura e produção mineral – representa até 2003 um percentual de 12,90 da economia do município. A bacia leiteira do município produz aproximadamente 20 milhões de litros anualmente. O crescimento agrícola de Ijuí sobrepujou o setor industrial no último ano. O setor industrial especializou-se na construção de máquinas e implementos agrícolas e produtos alimentícios. Mais recentemente, está crescendo a produção de confecção e vestuário.

A vegetação original do município sofreu modificações com a urbanização. A hidrografia está determinada pelos rios Ijuí, Potiribú e Conceição que cortam o município. As diversas quedas de água de seus cursos representam ótimo potencial hidroelétrico.

Em junho de 1923, começa a operar uma usina hidroelétrica no interior de Ijuí. Era conhecida como Usina da Sede. Ela possuía, na ocasião, uma capacidade instalada de 280

(18)

KW. Em 1931, teve sua capacidade ampliada para 380 KW. Em 2007 essa era a mais antiga usina ainda em operação no Rio Grande do Sul.

Atualmente é conhecida como Usina Velha e a imagem 05 e 06 mostram a Usina na época do início da sua operacionalização.

USINA ELÉTRICA NO RIO POTIRIBÚ – 1923

AI 01833

PRIMEIROS TEMPOS DA USINA VELHA

Fonte: Departamento Municipal de Energia de Ijuí DEMEI

(19)

Com a instalação da usina, a fisionomia de Ijuí se transformou. O comércio e a indústria se modernizaram tecnologicamente e o desenvolvimento da cidade prosperou. Inicialmente, a produção da Usina era maior do que a demanda da cidade, podendo fornecer energia para cidades vizinhas. No entanto, em quatro anos sua força não foi mais que suficiente para atender as necessidades locais, em função do crescente número de fábricas e do desenvolvimento regional. Este processo pode contribuir para as mudanças na arquitetura do município.

(20)

2 LINGUAGEM FOTOGRÁFICA COMO PRÁTICA SOCIAL

2.1 Relação fotografia e história

Cabe dizer que o objetivo desta pesquisa é a busca pelo entendimento da história através de suas produções imagéticas, mais especificamente a fotografia, que pode ser considerada uma fonte de pesquisa recente. Os registros fotográficos transcendem o papel, através do olhar dos sujeitos que os produzem. Documentam fragmentos reais de determinados períodos da história, permitindo assim uma viagem detalhada ao passado. A questão em foco não condiz com um juízo de valor ou comparativo de importância com outras fontes de pesquisa, sendo que uma complementa a outra para um estudo mais aprofundado sobre um assunto específico.

Entender a importância desta prática como contribuição para a pesquisa histórica é de extrema necessidade para a construção do conhecimento histórico. Muitos historiadores, atualmente, tem buscado lançar um novo olhar para este estudo. Tornar o estudo da história um processo atrativo e de fácil compreensão, proporcionando aos indivíduos o entendimento de sua própria existência e o contexto que o cerca.

Os trabalhos sobre fotografia no Brasil são muito recentes, embora a prática fotográfica tenha iniciado há mais de cento e cinquenta anos. Este longo percurso da fotografia repercute em uma grande produção quantitativa e qualitativa. Os inúmeros acervos de imagens espalhados por todo o Brasil são capazes de revelar situações inéditas da cultura brasileira. Pode-se afirmar que parte significativa da história do Brasil ainda permanece revelada apenas na bidimensionalidade das fotografias. Alguns historiadores afirmam que, em termos de utilização da fotografia, ainda há, praticamente, tudo para fazer, visto ter muitas imagens, porém poucos trabalhos (CANABARRO, 2011,p. 19)

Conforme Canabarro (2011), a leitura dos elementos que compõem a fotografia pode facilitar a interpretação da história social, entender o caráter simbólico e a construção da memória coletiva das sociedades. Le Goff apud Canabarro (2011), observa sobre a característica revolucionária da fotografia, que tem o poder de multiplicar e democratizar. A fotografia, segundo ele, dá uma precisão e uma veracidade que possibilita guardar a memória do tempo e da evolução da sociedade.

Nesta relação com a memória, o que entra em questão também é a magia da fotografia, que ao mesmo tempo permite uma retrospectiva visual e possui a intencionalidade de

(21)

trabalhar com o tempo, este, objeto intrínseco no estudo da história. Além de captar o momento é ter conhecido que a fotografia preserva um momento que jamais será repetido. O tempo preservado por ela detém um sentido que vai além do objeto fotografado, mas a existência deste no passado.

A fotografia se refere a um micro-aspecto do mundo, a uma determinada realidade que ela registra. No entanto, queremos sempre saber mais a respeito daquilo que se acha gravado na fotografia. Porque temos a consciência que o que vemos se conecta a inúmeros fatos sobre os quais nada sabemos; e que podem contextualizar a imagem: um registro de aparências, composto de múltiplas realidades. Quaisquer que sejam os conteúdos das imagens devemos considerá-las sempre como fontes históricas de abrangência multidisciplinar, decisivas para seu emprego nas diferentes vertentes de investigação histórica. As imagens fotográficas, entretanto, são apenas o ponto de partida, a pista para tentarmos desvendar o passado. Elas nos mostram um fragmento selecionado da aparência das coisas, das pessoas, dos fatos, tal como foram esteticamente congelados num dado momento de sua existência /ocorrência. (http://www2.uol.com.br/historiaviva/artigos/imagem_fotografica_e_historia_impri mir.html KOSSOY, 2006).

Ao refletir sobre fotografia e história percebe-se a nítida semelhança entre fotógrafos e historiadores. O objeto de estudo de ambos é a realidade que pode ser explorada em áreas distintas, uma mais voltada ao registro ou a arte, outra preocupada em estudar esse fragmento. A fotografia torna-se o recorte dessa realidade, previamente pensado e enquadrado bidimensionalmente para algo que aconteceu e que esteve ali por um tempo determinado. “Os historiadores se apropriam destes indícios para a construção do conhecimento histórico”, conforme assegura Canabarro (2011, p. 01).

Conforme Canabarro (2011), fotografias podem ser ricas fontes de pesquisa, que não apenas preservam o objeto fotografado, e sim a existência deste no passado. Não havia muito que modificar após o segundo em que a foto era batida. Nela ficava impressa a história do fato ou objeto, situando-o permanentemente em seu tempo, registrando a cultura de uma sociedade. Neste período em questão onde não havia recursos para edição, as imagens simplesmente eram registradas através da câmera seguido de um processo que utilizava a câmara escura, chapas de vidro para fixação dos negativos da imagem e químicos para o processo de revelação.

A cultura fotográfica baseava-se mais no registro e hoje há uma questão a ser levantada, ou seja, a necessidade da preservação destes registros, dos acervos fotográficos, principalmente em se tratando desta relação com a história e a constituição da memória. O historiador tem um papel importante a desempenhar neste processo. Segundo Le Goff (1924) “cabe, com efeito, aos profissionais científicos da memória, antropólogos, historiadores,

(22)

jornalistas, sociólogos, fazer da luta pela democratização da memória social um dos imperativos prioritários da sua objetividade científica”.

Ao suspender o curso do tempo fixando-se num passado morto e ao realizar a ruptura da continuidade, a fotografia nega a história como desenvolvimento para afirmá-la como intensidade vivida. De acordo com Batthes (1980), na fotografia “se condessam tempo e espaço diferenciados como expressões relacionais e culturais particulares, mas capazes de revelar na postura, num gesto truncado, no detalhe, no fragmento, uma verdade mais essencial. Como a velhice, ela descarna a visão e faz aparecer a essência genética”.

Para Turazzi (1995), a fotografia oferece muitos temas que são pouco explorados. Tanto no Brasil como no exterior, a maioria das coleções fotográficas está relacionada a um tema específico. E o que predomina são os trabalhos mais direcionados ao estudo da fotografia em si. Para autora, a falta de estudos acerca da história da fotografia no Brasil dificulta o avanço de novos trabalhos historiográficos.

Em se tratando da fotografia como documento histórico cabe aqui destacar que ela não apenas relata ou remete ao passado, este sentido está ligado diretamente a memória. A fotografia utilizada pelo historiador como fonte de pesquisa passa pela leitura dos elementos contidos na imagem, e esta leitura estará sujeita a interpretações.

Ao levar uma imagem para sala de aula o professor torna-se responsável pela manutenção da veracidade deste documento, porém poderá transformar esta experiência em um momento de aprendizagem a partir das interpretações dos alunos. Sendo assim, deve ser levado em conta que a leitura individual das pessoas em relação a imagem vai mudando.

Conforme Karnal (2005):

A História necessita ser reescrita. Não é apenas um imperativo derivado das descobertas constantes de documentos no seu sentido amplo, mas também da mudança de significação que damos a documentos antigos. A representação do passado e daquilo que consideramos importante representar, é um processo constante de mudança. Se a memória muda sobre fatos concretos e protagonizados por nós, também muda para fatos mais amplos. A História está envolvida em um fazer orgânico: é viva e mutável. Um livro sobre uma guerra escrito há cem anos continua válido como documento, mas é muito provável que a visão de quem o escreveu esteja superada.

Atualmente os historiadores tem demonstrado cada vez mais interesse pela memória. A fotografia como fonte tem sido incorporada nas práticas pedagógicas reforçando a ideia de que as imagens vêm contribuindo para a história de determinadas regiões, marcando a

(23)

evolução e também o cotidiano de uma sociedade. Diante deste fato, o uso deste recurso instiga à preservação e a memória histórica, principalmente no que diz respeito à identidade de um grupo social.

2.2 Os primeiros fotógrafos da cidade

Não há como investigar a cultura fotográfica de determinado local sem antes conhecer os sujeitos, aqui descritos como os autores sociais deste processo. Torna-se necessário entender o discurso e as ações destes fotógrafos, sua chegada e inserção no meio em que viveram e lançaram seu olhar através de suas lentes para construção do cenário que ia sendo ocupado.

Partindo da ideia de Boris Kossoy (2001), que define o fotógrafo como um filtro cultural, que seleciona do real um aspecto determinado, organiza o visual que compõem o assunto a ser fotografado, explorando os recursos oferecidos pela tecnologia, pode-se afirmar que toda imagem traz consigo uma parcela da atitude deste profissional perante a realidade exposta. Impossível separar o indivíduo, com sua cultura, suas experiências vividas e costumes de suas ações profissionais. O ato de fotografar materializa o olhar do fotógrafo, aproximando o passado do presente, compondo através destes fragmentos da história a cultura de um povo.

Esta pesquisa traz uma breve história de dois importantes profissionais da fotografia que tem seus registros preservados até hoje no Museu Antropológico Augusto Pestana, da cidade de Ijuí.

O Arquivo Fotográfico se constitui de mais de 300 mil imagens, sendo que as positivas, em grande parte, estão tecnicamente organizadas e classificadas. Do arquivo fotográfico faz parte, por exemplo, as produções fotográficas de dois dos mais antigos fotógrafos do município: a Família Beck e Eduardo Jaunsem, cuja produção possibilita recuperar parcela significativa da história urbana e rural do município/região, até meados do século XX. Em nosso acervo encontra-se uma expressiva quantidade de negativos de vidro (em torno de 14 mil), considerado um dos maiores acervos do Brasil. O acervo fotográfico, preservado e atualizado através da doação da produção de fotógrafos, permite recuperar em imagens a história local, regional, nacional e, até mesmo, internacional em seus diferentes momentos. (https://www.unijui.edu.br/museu/pesquise-museu-ijui#imagemesom).

O casal Carlos Germano Beck e Clotilde Tarka Beck deslocou-se da Alemanha em direção ao Brasil por volta de 1896. Após seis anos de emancipação do município alocaram-se em Ijuí. Assim como outros imigrantes vieram para esta região movidos pelas propagandas

(24)

dos agentes de imigração que criavam um cenário romantizado das Américas. Carlos iniciou suas produções fotográficas já na Alemanha, ainda no século XIX, como atividade de final de semana, exercida após o duro trabalho em uma indústria. O casal enfrentou as mesmas dificuldades da grande maioria dos imigrantes que aqui chegavam.

No início compraram uma colônia destinada para a área rural na qual exerciam atividade produtiva voltada para a agricultura. Clotilde administrava a propriedade e Carlos Germano saía para fotografar, porém, seu laboratório também se estabelecia nesta. Ali ele construía um estúdio ao ar livre.

Os primeiros equipamentos fotográficos foram trazidos da Alemanha, visto que o mesmo já exercia a atividade fotográfica e trabalhava em uma indústria, antes de vir para o Brasil. As câmaras fotográficas eram todas profissionais (marca Zeiss e Ernemann e outras), confeccionadas em madeira e pelo seu tamanho deveriam ser utilizadas sobre um tripé. Os demais dispositivos técnicos, tais como; lentes, chapas de vidro, e os químicos geralmente eram da indústria Agfa, tendo esta marca muita circulação entre os fotógrafos de origem alemã (CANABARRO, 2011).

Devido a Beck realizar um trabalho itinerante, acabou por ser o responsável pela disseminação da cultura fotográfica. As pessoas geralmente não precisavam sair de seus ambientes para serem fotografadas. Além disto, o fotógrafo construía cenários com alguns acessórios e poses. Em sua maioria seus registros eram imagens individuais e coletivas, que aos poucos foram construindo a identidade dos indivíduos retratados. Estas imagens eram lembranças das experiências vividas no “Novo Mundo”.

Carlos Germano passou seu ofício para os filhos homens, que começaram seu aprendizado acompanhando o pai em sua atividade de fotografo viajante e observando o processo feito em seu laboratório em casa. Desta forma a fotografia foi se popularizando na região. Além das fotografias Beck exercia a atividade de cinematógrafo itinerante, projetando filmes para atrair a população e ao mesmo tempo conhecer seu trabalho fotográfico.

Segundo Canabarro (2011), os cenários usados pelos Beck eram pintados em tecido de algodão e incluem uma paisagem em preto e branco e uma paisagem com colunas (compradas antes de 1920), colunas feitas em Ijuí pelo pintor Scheid (cerca de 1928), cenários de flores comprados em “Três de Maio”, do professor Prauchner, a partir de 1936.

Contudo, além dos retratos, a família Beck acompanhou todo o processo de crescimento da cidade de Ijuí. Hoje se pode fazer um resgate das construções realizadas observando seu grande acervo presente e conservado no Museu.

(25)

A história de Eduardo Jaunsen e sua chegada ao município também compõem a história da imigração e a cena da difusão da cultura fotográfica do local. Da mesma forma que a família Beck, o jovem Eduardo veio para estas terras impulsionado pelo sonho de uma vida melhor.

Eduardo nasceu na Letônia em 11 de fevereiro de 1896, em Liepaja, local de belíssima praia do mar Báltico, lugar inspirador que desenvolveu sua sensibilidade e habilidade para as artes. Movido pelo sonho de ser artista, Jausen desperta para a busca do conhecimento sobre fotografia após conhecer o repórter fotográfico Leopoldo Lecktam, que lhe ensina suas primeiras lições sobre fotografia a partir do estudo sobre composições, operação dos dispositivos tecnológicos manuais e, também, sobre os químicos utilizados no processo de revelação.

Leopoldo emprestava-lhe a câmera e ele comprava o material necessário para sua utilização e desenvolvimento de suas práticas. Aos 16 anos de idade, o jovem iniciou suas atividades profissionais como mecânico para ajudar no sustento da família, porém o trabalho lhe gerava frustração e o desejo de tornar-se um artista mantinha-se vivo em seu coração.

Em 1914, Eduardo vem para o Brasil, deixando o amor de uma mulher para trás. Através do convite de seu tio, que já havia emigrado, Eduardo vem com toda família, saídos da Letônia como turistas. Do Rio de Janeiro de navio até Porto Alegre e de trem para Ijuí, cidade em que se estabelece.

Inicialmente sua família ficou alojada como muitos imigrantes no local conhecido como “Barracão” (local coletivo para acolher os imigrantes inicialmente após sua chegada). Após cinco anos vivendo em Ijuí, falece o pai de Eduardo. A partir de 1917 o sustento da família passa a ser responsabilidade dele, e então inicia seus trabalhos, além da agricultura como todos imigrantes, inicia seu trabalho como fotógrafo.

Suas fotografias demonstram a sensibilidade do olhar de um artista, pois, para ele, o ato de fotografar não era simplesmente técnico, mecânico, era visto como uma forma de expressão. O objeto ao qual seu olhar voltava-se transpassava o individual, o mero retrato familiar, demonstrando gosto pelas paisagens e a interação do homem com a natureza.

(26)

Eduardo reflete, em suas posições, um ideário europeu sobre fotografia, desenvolvido no século XIX, que atribuía este valor ao retrato ao expressar um pouco da alma dos retratados, como também a sua e o seu desejo de ir além da representação apenas física. Procurou retratar as singularidades do novo país, enfocando os atores sociais inseridos em seu cotidiano, as atividades produtivas, o lazer, as festas, e demais vivencias, tudo isto serviu como inspiração para a produção de uma “arte”, em virtude da fotografia ser concebida como tal. Não uma arte em sua forma clássica de expressão, todavia uma forma de expressão capaz de selecionar da, realidade vivida, algumas cenas, interrompidas do continnum do tempo para serem perenizadas (CANABARRO, 2011).

2.3 Considerações finais

Constata-se, por fim, a importância da fotografia como fonte histórica, que para além da preservação da memória, modifica o olhar do apreciador, fazendo-o percorrer um instante do passado, absorvendo dele fragmentos cristalizados, congelados para a eternidade. Com auxilio de apropriados métodos de conservação e armazenamento, tornam-se documentos capazes de proporcionar conhecimento aos sujeitos pertencentes ao presente e futuro de determinados locais. Conhecer a história é reconstruir e construir o entendimento sobre o espaço em que se vive. A memória de um grupo social é a história construída coletivamente pelos atores sociais que dela fazem parte.

Os primeiros fotógrafos aqui mencionados construíram uma relação especial com a cidade em que se estabeleceram, principalmente por serem estes agentes disseminadores da cultura fotográfica na região. Principalmente como meio de registro em primeira instância, e também, parte importante na formação da identidade da cidade de Ijuí e sua evolução.

Cada olhar é singular, seja ele um olhar fotográfico, histórico, artístico ou cotidiano. A singularidade está presente na ação destes agentes capazes de preservar o tempo através de suas câmeras. A contribuição da fotografia para o estudo da história é essencial em tempos efêmeros, de urbanização acelerada e obsolescência programada. A cultura moderna diz adeus ao passado e às construções antigas, fragilizando o município de uma memória viva.

(27)

3 UM OLHAR SOBRE A ARQUITETURA DE IJUI

3.1 Até a criação do município

O período de colonização de Ijuí, segundo o breve histórico inicial desta pesquisa, foram tempos difíceis para os imigrantes que aqui chegaram, com seu sonho por uma vida de prosperidade. As terras desertas, matas cerradas, nada de comunicação e estradas. Neste período as cidades vizinhas de Santo Ângelo e Cruz Alta eram apenas duas vilas, também cobertas de matas e passar de uma para outra se tornava um imenso sacrifício.

O governo da Província decide então iniciar a construção da chamada Picada da Conceição, liderada pelo engenheiro José Gabriel da Silva Lima (hoje nome de avenida no município), por volta do ano de 1848. Assim que chegavam os imigrantes eram acolhidos coletivamente na casa conhecida como “Barracão”, conforme a figura 07 abaixo:

BARRACÃO EM 1905

AI 610001 (foto de 1905, Museu Antropológico Dr. Pestana).

O barracão serviu durante muitos anos aos imigrantes como pousada. Localizado onde hoje o Banco “Santander”, Rua 15 de novembro. O barracão na parte superior ficavam os dormitórios, no porão era a guarda de carroças e animais. Na foto aparece Antônio Soares de Barros de capa e chapéu aba larga e Augusto Pestana a direita de chapéu preto (http://www.ijui.com/blog-do-teobaldo-branco/54915-os-primordios-da-historia-de-ijui.html).

(28)

Conforme Lazzarotto (2002, p. 73-77):

O início da colonização de Ijuí foi orientado pelo engenheiro José Manuel da Siqueira Couto, que era chefe da Comissão de Terras de Silveira Martins. [...] O primeiro relatório de Augusto Pestana foi o de 1899, no entanto, o de 1900 apresenta dados do 2º recenseamento realizado em Ijuí. Relativamente as edificações, este autor relata que de acordo com o referido relatório, [...] o estado possuía cinco prédios: a casa do escritório, a escola, o barracão, a casa do farmacêutico e a do médico. Em bom estado só o barracão, reconstruído em 1899, e a escola, que foi reformada. Duas casas serviram de templos provisórios para católicos e evangélicos. Na área urbana havia 65 casas de alvenaria e 72 de tábuas (estando em construção 11 de alvenaria e quatro de tábuas), enquanto nos lotes rústicos havia 858 casas de tábuas, 31 de alvenaria e 153 de pau-a-pique.

Em meio à derrubada das matas para o plantio do milho pode-se observar uma das primeiras moradias, por volta de 1893, ou seja, três anos após a instalação da Vila Ijuí. A casa ao fundo, ao que se observa de madeira crua coberta por telhas de barro escondia-se ainda em meio a vasta vegetação, como mostra a imagem 08.

PRIMEIRAS MORADIAS- 1893

Imagem extraída do livro História visual da Formação de Ijuí.

Seguindo na sequencia da história, chega à Ijuí o professor Roberto Roeber , vindo da Alemanha. Foi pioneiro em sua área na cidade, ajudou aos imigrantes lecionando para os filhos de aproximadamente vinte e duas famílias que habitavam a vila. As primeiras aulas aconteciam nos fundos do Barracão onde se abrigavam os primeiros recém-chegados.

(29)

Na imagem 09 abaixo o professor está sentado à frente dos alunos em uma cadeira. As paredes eram madeira unidas com “matajunta” (ripas mais finas também de madeira). Uma construção de terra batida.

ESCOLA DO PROFESSOR ROBERTO ROEBER (DE BARBA LONGA, CHAPÉU GRANDE E COM UM GUARDA CHUVA

AI 41 0048 a, b

Outra obra construída logo após a chegada dos imigrantes em Ijuí em 1890 foi a Casa de Comércio de Henrique Kopf, fundada pela sua família neste período devido ele ser um dos primeiros imigrantes que tinha alguns recursos. A imagem 10 mostra a Casa de Comércio.

COMÉRCIO DE HENRIQUE KOPF (IMIGRANTE DA ALSÁCIA) FUNDADA EM 1890, MESMO ANO DA CHEGADA DA IMIGRAÇÃO A IJUÍ.

(30)

A Casa comercial também erguida em madeira, a partir do modelo arquitetônico Alemão, apresenta grandes portas e janelas abertas para receber a clientela. Em frente à entrada principal já há a presença de uma escadaria de acesso, construída em pedras e/ou cimento. Ao lado uma casa de tijolos, demonstrando a corrente estilística colonial que os imigrantes incorporavam em suas construções.

Abaixo a imagem 11 demonstra como os tijolos eram fabricados durante este período que antecede a emancipação do município. Ao fundo uma grande área vegetativa densa.

A FAMÍLIA APARECE COM UMA CARROÇA DE BOIS FRENTE A UM FORNO DE QUEIMAR TIJOLOS, MOSTRANDO ATIVIDADE OLEIRA NA FABRICAÇÃO DE TIJOLOS.

CB 33 0001 = Foto de 1910.

Na imagem 12 abaixo, aparece o prédio antigo da Prefeitura. Esse prédio foi construído em 1903, na Rua Benjamin Constant com a Rua do Comércio para a Comissão de Terras. É a primeira prefeitura de Ijuí, na qual funcionou a administração municipal até 1933, depois passou abrigar órgãos da prefeitura, como é até hoje.

(31)

PRIMEIRA PREFEITURA DE IJUI

AI 6.1 0026 (foto de 1904, Museu Antropológico Dr. Pestana)

FARMÁCIA ROSA LOPES EM 1910, LOCALIZADA NA RUA DO COMÉRCIO, HOJE GALERIA POCHMANN. NÃO HAVIA CALÇAMENTOS.

(32)

A partir deste breve apanhado de imagens pode-se perceber que até a criação efetiva do município, a arquitetura era basicamente inspirada nos modelos europeus. Cada imigrante trazia consigo uma inspiração a partir de sua cultura de origem.

Como a Vila Ijuí estava se estruturando com a chegada destes imigrantes, os mesmos foram através de suas construções, tanto de moradias quanto estabelecimentos comerciais que foram surgindo, criando a identidade do local. No entanto, apesar de rica em sua diversidade étnica, havia certa unidade no modelo arquitetônico.

No período da colonização de Ijuí os exemplares arquitetônicos contém características da arquitetura eclética ou historicista (mistura de estilos arquitetônicos do passado para a criação de uma nova linguagem arquitetônica), Art. Déco (decorativa) e Moderna (primeiro modernismo).

O marco do progresso econômico e que finda este período anterior à emancipação do município foi a inauguração da via férrea em Ijuí. Esta mudança nos transportes facilitou o intercâmbio das mercadorias produzidas e ampliou os meios de produção. Consequentemente, o poder aquisitivo das pessoas aumentou e a qualidade de vida melhorou. A partir daí torna-se possível verificar as mudanças ocorridas também no processo de desenvolvimento urbano do município, como mostra a imagem 13:

EM 19 DE OUTUBRO DE 1911 INAUGURAÇÃO DA VIAÇÃO FÉRREA DE IJUÍ COLÔNIA, SOB A CHEFIA DE AUGUSTO PESTANA.

(33)

3.2 Após emancipação política

A partir do Decreto nº 1814 de 31 de janeiro de 1912 foi solenemente instalado o município de Ijuí. O ato que empossou como Intendente Provisório Augusto Pestana ocorreu no dia 11 de fevereiro deste mesmo ano, no então conhecido e preservado até hoje Clube Ijuí, fundado em 7 de maio de 1905.

Partindo para uma análise da arquitetura pós-emancipação, o Clube representa parte da história da cidade que se mantém preservada até os dias de hoje. A obra original caracterizava-se pelo estilo Neoclássico adaptado ao Art. Déco. Após sofrer modificações em sua estrutura a fins de preservação em 1934, o clube teve um aumento no pavimento superior e algumas modificações internas. Infelizmente houve uma descaracterização na fachada que modificou a estética arquitetônica original, como mostram a imagem 14:

CLUBE IJUÍ

Fotos extraídas (recortadas) da imagem do site

http://ijuisuahistoriaesuagente.blogspot.com.br/2012/01/o-centenario-clube-ijui-ambiente-de.html

Com o crescimento do município após sua emancipação se tornou necessário a ampliação do ensino. A primeira escola fundada por Roberto Roeber, anteriormente

(34)

localizada ao lado da Igreja Natividade, abrigada entre paredes simples de madeira conforme figura abaixo, foi transferida para as novas instalações.

Em 20 de setembro de 1933 foi inaugurado o prédio da atual Escola Estadual de Ensino Fundamental Rui Barbosa, outro exemplo de conservação importante para a história do município. O prédio imponente ocupa a área central da cidade nas proximidades da Prefeitura. Ao observar os detalhes da imagem notavelmente se percebe a riqueza dos detalhes em sua fachada.

O prédio, conservado em suas características arquitetônicas originais, foi construído por Artur Hugo Lipp, o mesmo que construiu o atual edifício da Prefeitura Municipal de Ijuí, oficialmente inaugurado no mesmo ano de 1933, especificamente no dia 13 de agosto, conforme imagem 15 a seguir:

ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL RUY BARBOSA

Foto: Coleção Família Beck – Acervo MADP

No Relatório da Prefeitura Municipal de Ijuí, exercício de 1933, o Coronel Dico transcreve parecer do Dr. Freitas Vale e Silva, que ele considerava como “ilustre e competente homem de letras e amante de tudo quanto diz respeito ao progresso do Rio

(35)

Grande”. Nesse documento, se manifestava sobre o novo Edifício da Prefeitura Municipal de Ijuí, destacando entre outras coisas que, “de linhas severas mas elegantes ergue-se na Praça da República de Ijuí o Palácio da Prefeitura”, ressaltando: “a sobriedade das linhas arquitetônicas da majestosa obra revela um gosto apurado, na visão e no estudo consciente dos modelos europeus e americanos, que tão práticos se revelam na adaptação às necessidades modernas das típicas construções públicas gregas e romanas que jamais foram superadas, nem mesmo no tempo da renascença arquitetural”. Passados estes anos de sua existência, o Edifício da Prefeitura de Ijuí se mantém de pé, embora se possa lamentar os desvirtuamentos sofridos internamente e na pintura externa, mostrando que os administradores dos tempos modernos não souberam respeitar “a sobriedade das linhas arquitetônicas” e “o gosto apurado”, revelados na visão de Freitas Vale e Silva. (http://www.ijui.com/blog-do-ademar-binde/51492-edificio-da-prefeitura-completa-80-anos.html).

A imagem 16 mostra a imponência do prédio da Prefeitura Municipal de Ijuí.

PREFEITURA MUNICIPAL DE IJUÍ

Fonte: Acervo do MADP

3.3 Breve análise comparativa sobre prédios conservados e destruídos

Ressaltando o pensamento sobre a preservação da memória, sua relação com a fotografia e a história, cabe neste momento uma análise acerca dos vestígios desta arquitetura registrada pelo olhar fotográfico. Faz-se necessário um passeio pelos lugares que

(36)

cotidianamente os moradores da atual Ijuí percorrem, em meio à corrida pela manutenção da intitulada “Colmeia do Trabalho”.

Pode-se pensar em abelhas trabalhando para a manutenção de seu sustento, de seu trabalho e sobrevivência, ou avançar na ideia de que os indivíduos desta cidade fazem parte, são agentes transformadores da sua própria história. Importante ir além das representações, das diversificadas culturas presentes no Parque de Exposição e buscar sentido para a manutenção destas obras arquitetônicas, as quais revivem uma história que está se perdendo devido ao crescimento contínuo de novos projetos de ampliação predial. Pensar que o bem arquitetônico de uma cidade é a materialização de um momento histórico, que dá visibilidade e significado aos fatos.

Segue abaixo uma breve análise visual, um antes e depois de algumas locações escolhidas para este trabalho:

OBRAS PRESERVADAS

(37)
(38)
(39)

OBRAS DESTRUIDAS

(40)

Estes são apenas alguns dos prédios históricos selecionados para uma análise que perpassa os limites das palavras. Levando em consideração que uma imagem tem o poder de falar por si só.

(41)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após a conclusão do presente Trabalho de Conclusão de Curso, pode-se afirmar que esta pesquisa partiu de um resgate sobre a história de Ijuí, explorando o período desde sua formação inicial, agregando ao período de sua colonização a chegada dos imigrantes que expandiram a cultura fotográfica, responsável pela memória coletiva e de identidade da cidade. Memória esta incorporada às novas preocupações dos historiadores atuais.

À fotografia é dada a devida importância documental ao ser utilizada como fonte de pesquisa inclusive dentro das salas de aula. Além de mero registro, ela permite sensibilizar o olhar para a riqueza de detalhes que reconstrói, de um instante fixado no espaço bidimensional. Ela tem a propriedade de significar o tempo, dá a sensação de que este pode ser controlado e mantido por vários anos. Tempo este objeto inseparável da história.

A formação da consciência de uma sociedade sobre o valor que a preservação da arquitetura detém, é um processo que leva em consideração a iniciativa pública em adotar ou implementar coletivamente esta ideia. É inevitável a ação do tempo e o desenvolvimento das cidades e suas transformações urbanas, porém no caso de Ijuí o que pode ser concluído com este trabalho vem conjuntamente com uma preocupação sobre o destino da memória deste povo.

Uma história rica de diversidade cultural e de um hibridismo de costumes está sustentada atualmente pela manutenção do grande acervo fotográfico presente no Museu deixada principalmente por Beck e Jausen.

No que se refere aos prédios históricos, conclui-se novamente que sem um tombamento para estas edificações restará ao historiador e aos indivíduos conhecer sua história através das imagens fotográficas até hoje existentes.

Para finalizar, é importante mencionar que do surgimento da fotografia até hoje, pode-se dizer que muitos avanços aconteceram. Hoje a fotografia é uma arte com muitos aparatos tecnológicos a seu dispor. Olhando para o passado, é possível entender que o esforço de muitos marcou a história da fotografia. Principalmente na ideia que se tem de fotografia atualmente, essa busca tão fascinante, tão intensa, pela apreensão de uma imagem, pela ideia da memória coletiva.

(42)

REFERÊNCIAS

BARTHES, Roland. A câmara clara. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.

BRANCO, Teobaldo. O Ciclo da Colonização na região Noroeste do Rio Grande do Sul. Disponível em: <http://teobaldobranco.blogspot.com.br>. Acesso em Jan./2015.

CANABARRO, Ivo dos Santos. Dimensões da cultura fotográfica no sul do Brasil. Ijuí: UNIJUI, 2011.

CANABARRO, Ivo dos Santos; SCHNEIDER, Daniel. Imagens do mundo do trabalho. Revista Mouseion, Canoas, v. 1, jun. 2007. Disponível em: <www.revistamuseu.com.br>. Acesso em Jan./2015.

MARQUES, Mário Osório; GRZYBOWSK, Lourdes. História visual da formação de Ijuí e do Rio Grande do Sul. Ijuí: UNIJUI, 1990.

KARNAL, Leandro (org.). História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. São Paulo. Contexto, 2005.

KOSSOY, Boris. Fotografia& História. 2.ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001. LAZZAROTTO, Danilo. A história de Ijuí. Ijuí: UNIJUI, 2002.

LE GOFF, Jacques. História e memória. Tradução Bernardo Leitão. Campinas: UNICAMP 1990 (coleção repertório).

MARQUES, Mário Osório; BRUM, Argemiro J. Nossas coisas e nossa gente. Coleção Museu Antropológico Diretor Pestana. Ijuí: UNIJUÍ, 2004.

MUSEU ANTROPOLÓGICO DIRETOR PESTANA. Etnias diferenciadas na formação de Ijuí. Ijuí: MADP, 1987.

PREFEITURA MUNICIPAL DE IJUÍ. Dados históricos. Disponível em: <http://www.ijui.rs.gov.br/>. Acesso em Jan./2015.

TURAZZI, Maria Inês. Poses e trejeitos e a fotografia e as exposições na era do espetáculo. São Paulo: Rocco, 1995.

BINDÉ, Ademar Campos. Obras centenárias de um pioneiro. Disponível em: < http://ijuisuahistoriaesuagente.blogspot.com.br>. Acesso em Jan./2015.

Referências

Documentos relacionados

225 - meio ambiente ecologicamente equilibrado, neste incluso o do Trabalho (VIII, Art 200)  colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do

1 são apresentados os resultados de ângulo de contato em função da temperatura para as blendas de PBAT/PNIPAAm, eletrofiadas em diferentes proporções mássicas (Fig. 1A) e

[r]

A actividade destes docentes pode ser desenvolvida em instituições de educação especial ou em escolas de ensino regular e no âmbito de um grupo heterogéneo de crianças e

As etapas que indicam o processo de produção do milho moído são: recebimento da matéria prima pela empresa, transporte manual, armazenamento, elevação mecanizada do produto,

Se não quiser voltar para casa quando acharmos que você deve, uma opção de tratamento no valor de NZ$ 20.000 na Nova Zelândia, não normalmente incluso no seguro viagem,

Por exemplo se a primeira relação é anexada ao adaptador de rede VMnet 8 de VMware que está configurado como parte de uma rede 192.168.119.0/24 (como descrito abaixo), a seguir

Entrega do empenho e abertura do prazo para que o beneficiário da ata entregue o bem/serviço – é feito contato com o beneficiário da ata (o fornecedor que