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Paisagens do amanhã: fantasmas da mata

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Academic year: 2021

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UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DHE – DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO

CURSO DE ARTES VISUAIS BACHARELADO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

PAISAGENS DO AMANHÃ: FANTASMAS DA MATA

ORIENTADORA: SALÈTE PROTTI

ACADÊMICA: MARILENE STAHLHÖFER

Ijuí – RS

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Paisagens do amanhã: Fantasmas da mata

Marilene Stahlhöfer1

Resumo

O presente artigo tem como objetivo apresentarpesquisa, investigação e processo de criação da obra e sua exposição Paisagens do Amanhã: Fantasmas da Mata, trabalho que está vinculado ao componente curricular Ateliê VII e foi orientado pela professora Salète Protti. Esta exposição é resultado de uma pesquisa acadêmica na qual sempre se utilizou sementes como elemento de criação, tanto poética quanto esteticamente. Neste trabalho enfatizou-se o emprego da fotografia para registrar momentos e transformá-los em tela. Há um misto de curiosidade, euforia, medo, tristeza e também muita alegria; as sementes estão apresentadas implicitamente, pois fazem parte do tema de maneira indireta, isto é, são uma das razões de tantas fotos, viagens e caminhos diferentes, independente da forma como aparecem ou não na exposição.

Procurou-se nesta exposição contemplar o território das florestas, seus espaços, tempos, aromas, cheiros e sabores, fazendo com que, ao passear pela mesma o espectador seja reportado ao clima do ambiente, pela visualidade, pelo barulho, pelo tato; um passeio sensível por matas que são verdadeiras relíquias e, se não forem cuidadas, podem sumir feito fantasmas.

Palavras-chave: Arte. Instalação. Fotografia. Sementes. Paisagens. Abstract

This article aims to present research, research and creation process of the work and its exhibition Tomorrow's Landscapes: Ghosts of the forest, work that is linked to the curricular component Workshop VII and was mentored by Professor Salète Protti. This exhibition is the result of an academic research in which always used seeds as an element of poetic creation, both as aesthetically. In this work emphasized the use of photography to record moments and turn them into the screen. There is a mixture of curiosity, euphoria, fear, sadness and joy; the seeds are made implicitly, because part of the theme of indirect way, that is, they are one of the reasons so many photos, travel different paths and, regardless of how they appear or not in the exhibition.

It was this exhibition contemplate the territory of forests, their spaces, times, tastes, smells and tastes, causing, strolling by same the spectator is reported to environmental climate, by Visuality, by the noise, by touch; a sensitive trip by forest that are true relics and, if they are not cared for, can disappear done ghosts.

Keywords: Art. Installation. Photography. Seeds. Landscapes.

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Acadêmica de Artes Visuais, Bacharelado, pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

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PAISAGENS DO AMANHÃ: FANTASMAS DA MATA

Procurando sementes, percorrendo caminhos, conhecendo paisagens

Durante o curso de Artes Visuais, a maioria dos trabalhos que pesquisei e desenvolvi sempre tiveram como elemento principal as sementes. No início a intenção principal era tirá-las do foco caracterizado como artesanato. Com o passar do tempo, pesquisando materiais e técnicas para introduzi-las na arte, constatei que a arte contemporânea proporciona liberdade de utilizarmos todas as técnicas e materiais possíveis para nossas criações.

Dentro deste contexto, as sementes sempre se apresentaram como elemento principal. Neste processo de investigação inicial da pesquisa, na qual o foco principal era caracterizado pela procura de novos materiais que apresentem transparência, a pergunta era: O que as sementes me proporcionaram durante todos esses anos de procura? Colecionando tantas espécies, experimentando tantas utilidades, visitando feiras que as comercializam e, principalmente conhecendo locais e árvores nas quais muitas delas se originam, fica impossível não perceber este universo, esta beleza, esta riqueza, as possibilidades que a natureza oferece.

De um texto retirado de um catálogo sistemático produzido pela Natura, com o título “Natura Amor América nos Andes”, destaquei um trecho para que compreendam como se sente uma pessoa que faz um trabalho diretamente ligado com o que a natureza oferece de belo:

Do México a Terra do Fogo, o continente americano parece vibrar num ritmo semelhante, parece compartilhar uma alma comum, apesar de sua enorme diversidade. O impulso para mergulhar nesse ritmo e comungar com essa alma nos colocou em movimento. Percebemos que era preciso viajar, entrar em contato com os povos que nos formam, conhecer suas paisagens, percorrer seus caminhos. (MACCA, 2008).

Esta pesquisa não engloba só paixão pelas viagens e pelas sementes, ou simplesmente o fato de encontrá-las em uma feira de alguma cidade do Norte ou Nordeste brasileiro, ou conversar sobre algumas delas com alguém da população local, mas conhecer o ambiente em que estas pessoas trabalham com as sementes, o que é feito com elas, onde, quando e como são encontradas. Passear pela mata nas quais muitas delas são colhidas fornece material para infinitas possibilidades de desenvolver projetos de pesquisa em ateliê, além de satisfazer o desejo e a investigação sobre estes elementos que a natureza oferece.

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Quando se sai à procura de algumas sementes ou apenas para conhecer a árvore que as produz, mexemos imensamente com alguns de nossos sentidos sensoriais. Algo nos toma de surpresa, enche nosso pensar e somos levados por uma espécie de magia. Ficamos impregnados de nostalgia, tomados por uma magia de cheiros, sabores, sons... Ao caminharmos sobre folhas e galhos secos no meio da mata, os sons fornecidos pelo nosso pisar causam eco por entre as árvores, chegando a provocar um pouco de medo. Temos a sensação de que alguém ou algo está a nos observar. Os sons do vento e dos pássaros na mata nos acalmam e a luz que entra por entre as clareiras das copas quase torna o ambiente mágico. Ficamos imbuídos de uma aura que nos contamina, contagia. A mente viaja com sensações e ideias. Geralmente acabamos esquecendo que o olhar deveria estar sobre o chão, à procura de sementes, e não observando a paisagem que nos rodeia.

Neste contexto, desenvolvi o projeto para a Mostra Acadêmica II2. Foi criado um ambiente que possa remeter, por meio de alguns de nossos sentidos sensoriais, à mesma experiência que obtive durante a coleta e observação do ambiente que produz sementes.

Sempre com uma máquina fotográfica em mãos, fica inevitável não fotografar árvores, sementes, galhos, folhas. Com o passar do tempo, após muitas viagens, fotografar árvores e as paisagens a que elas pertencem se tornou um hábito para mim.

Figura 1 - A artista (eu) - Parque Chico Mendes, Rio Branco, Acre (2010).

Foto: Jerônimo D. Stahlhöfer.

2

A Mostra Acadêmica II teve como título Paisagens do amanhã: Fantasmas da mata e esteve em exposição do dia 3 ao dia 10 de novembro na Sala de Exposições Java Bonamigo, como pré-requisito para obtenção do título de Bacharel em Artes Visuais na UNIJUÍ.

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O olhar de artista é mais forte quando a paisagem nos fornece conteúdo histórico, quando o que estamos vendo e fotografando vem com o conhecimento que faz com que o artista se sinta ainda mais atraído pelo que a sua câmera fotográfica capta, como, por exemplo, as castanheiras. Solitárias no caminho percorrido de Rio Branco, no Acre, até Brasileia, divisa com a Bolívia, elas aparecem em grandes pastagens nas quais se encontra a criação de gado. Existe uma lei que vigora no Brasil, Bolívia e Peru que proíbe a derrubada da castanheira e, realmente, os pecuaristas não estão desmatando as castanheiras e sim toda a vegetação que as rodeia. Onde antes havia uma floresta com grandes castanheiras, hoje estão àquelas imensas árvores solitárias sem produzir a castanha, pois as orquídeas, que atraem uma espécie de abelhas que poliniza as flores da castanheira, não estão presentes nestas árvores.3

Figura 2 - Castanheiras encontradas no caminho de Rio Branco a Brasileia, divisa com a Bolívia. (2011) Fotografado por mim

3 Algumas orquídeas não produzem néctar, mas perfume. As flores amarelas da castanheira-do-pará só podem ser polinizadas por um inseto suficientemente forte para levantar o "capuz" da flor e que tenha uma língua comprida o bastante para passar pela complexa espiral da flor, como é o caso das abelhas dos gêneros Bombus, Centris, Epicharis, Eulaema e Xylocopa. As orquídeas produzem um odor que atrai pequenas abelhas-da-orquídea (espécie Euglossa), de língua muito comprida, considerando que as abelhas-macho desta espécie precisam deste odor para atrair as fêmeas. A grande abelha-da-orquídea fêmea poliniza a castanheira-do-pará. Sem a orquídea as abelhas não cruzariam, e, portanto, a falta de abelhas significa que o fruto não é polinizado. Por ser proibido o desmatamento da castanheira, os pecuaristas derrubam todas as outras árvores e queimam o que resta no chão para plantar o pasto para o gado; consequentemente queimarão qualquer possibilidade de que cresça ali uma orquídea. Além disso, o homem tem caçado as cotias, espécie de roedor que se alimenta das castanhas. Ela abre o ouriço roendo com seus dentes até que possa pegar as castanhas de seu interior, come algumas e as outras ela enterra. Das que não são desenterradas, nascem novas castanheiras.

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Ao avistar de longe uma árvore destas, tem-se uma sensação de dor e tristeza na alma. Andando pelo asfalto, acha-se uma bela imagem, mas ao tomar conhecimento do porque desta solidão, entende-se o que propiciou esta paisagem.

Sementes da Arte – nem arte, nem artesanato: relíquias

Desde os primórdios o homem vem utilizando as sementes de várias maneiras a ponto de estas passarem a fazer parte do nosso cotidiano despercebidamente. No início eram usadas basicamente para o consumo alimentar, passando também a constituir objetos de vaidade em adornos como pulseiras e colares e, mais recentemente, na cultura contemporânea, muito empregada em objetos de decoração. Sendo assim, como fazer com que uma cultura com conceitos preestabelecidos reveja suas ideias abrangendo projetos que normalmente estiveram fora de sua visão compreensiva?

Realizar um trabalho artístico utilizando sementes implica primeiramente que se faz artesanato ou bijuterias. O Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil são os locais que mais possuem comércio de sementes e outros materiais para o artesanato, pois é lá que está mais vinculado o conceito de “arte popular brasileira” comercializada juntamente com o turismo.

Para entendermos as diferenças entre arte e artesanato veremos o conceito de acordo com o Magno (Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa).

Arte, s.f. Execução prática de uma ideia ou concepção caracterizada pela perícia e

habilidade do autor. //2. Preceito regulador de uma execução acertada; o meio empregado nessa execução. //3. Obra que contém as regras, e indica os meios de uma execução perfeita. //4. Obra didática cujo conteúdo são os princípios de alguma disciplina. //5. Obra de perito. //6. Habilidade, perícia, destreza. //7. Afetação, falta de naturalidade. //8. ofício de artesão; profissão de um artista. //9. Modo, jeito, maneira. //10. Malícia; Travessura; Artimanha. //11. Manufatura. //12. Má-ação. //13. S.f.pl. Apetrechos de pescaria. (1992. p. 161).

Assim, esta citação trás presente a ação daquele que é o executor do objeto chamado arte. E por manipular com habilidade, destreza, perícia, criação, acaba por inserir na obra muito do que é seu conferindo-lhe caráter subjetivo como requer a criação de arte.

Artesanato, s.m. Processo produtivo desenvolvido no período medieval,

substituído modernamente pela produção mecânica em massa, a qual, entretanto não lhe tira o valor artístico. Artesania. (1992. p. 162).

Diferente do primeiro fazer, em que significados e percepções estão presentes no processo de criação, na artesania ou artesanato o manipular é mecânico, captado somente pela mão numa produção em série, sem subjetividade.

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Na própria universidade o artesanato é visto com certa reserva. Mesmo quando o assunto é relacionado à cultura regional, recebe várias nomenclaturas tais como primitivo, ingênuo, autodidata, etc. Nos Anais do X Encontro Nacional da ANPAP (Associação Nacional de Pesquisadores em Artes plásticas) sobre ensino e aprendizagem de Arte há um texto com o título “Artesanato: um tabu na Academia”, na qual retirei algumas citações para esclarecer o assunto:

A escolha do tema como objeto de pesquisa visa tanto o mapeamento de influências e contribuições de diversas culturas da formação do artesanato local bem como propiciar aos alunos de Artes plásticas e Design do curso de Artes Visuais a aproximação com procedimentos da aprendizagem não formal dos processos artesanais. Consideramos também a importância da formação de um repertório visual no qual estas formas sejam fundamentais na construção de uma identidade cultural do aluno enquanto sujeito e enquanto profissional de artes. (GUIMARÃES. 1999, p.233).

Percebe-se que a autora destaca como o artesanato influencia a formação do profissional em artes. A citação a seguir vem reforçar a importância das formas artesanais para a formação de artistas e designers no processo histórico de construção de suas identidades profissionais/culturais.

As formas artesanais carregam em si processos tradicionais que podem ser detectados em antigas tradições, e trazendo em torno do seu fazer contextos pessoais e coletivos da construção de identidades culturais esquecidas. Vimos que o artesanato constitui-se ao longo do tempo como base para o design contemporâneo. As artes aplicadas da era pós-industrial são uma continuidade dos antigos processos artesanais dos mestres de ofícios, relegados ao anonimato em detrimento do reconhecimento das “Belas Artes” a partir do Renascimento. Portanto todo curso de Artes ou Design que deseja construir bases sólidas para o seu desenvolvimento, mesmo adotando as soluções high tec dos computadores, não deve dispensar esse patamar inicial de sua formação. (GUIMARÃES. 1999, P238)

No texto citado a autora justifica a importância de resgatar processos tradicionais de artesania nas quais se constrói identidades culturais esquecidas e de suma importância para o desenvolvimento dos profissionais da área de artes.

Assim, as sementes constituem a formação de um bem cultural. Nesta pesquisa, as sementes estão contidas de significados estéticos, poéticos e socioculturais e são mantidas como suporte para a construção de uma poética visual.

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Transparências – telas: descoberta de territórios

Para se criar uma obra, primeiro é necessário saber o que realmente se deseja, onde e como se vai fazer. O que almejei foi construir um ambiente que pudesse parecer com um caminho na floresta ou em um bosque, com o olhar à procura por algo que se vê, mas não se compreende, andando por caminhos desconhecidos com a sensação do pisar em galhos e folhas e escutar algo mais que isto, de encontrar algo no chão, olhar para cima e se perguntar: “... de que árvore você nasceu?”4

.

Descoberto o tema, precisei selecionar o material a ser utilizado para a construção da obra. Foram usadas três telas grandes (2 a 2,50 metros X 1 metro) e quatro telas menores. Após estas telas estarem prontas para receberem a pintura, veio a seleção das imagens existentes em arquivos que foram obtidos em viagens e passeios em propriedades da região. A intenção destas imagens era apenas registrar o momento. Não se pensava em criar uma exposição como esta, portanto as imagens nem sempre eram satisfatórias para o que se desejava. Tornou-se necessário ir a campo para registrar novas fotos que preenchessem os requisitos pretendidos.

A obra então começou ao captar a imagem fotográfica, isto é, neste caso, o meu olhar ao fotografar já imaginava a tela e a árvore, a da parede e a suspensa. O olhar do artista trabalhando com o olhar do fotógrafo.

Na publicação Poièsis: estudos da ciência da arte, um artigo de autoria de Carlos A. Murad nos ajuda a esclarecer um pouco do trabalho do fotógrafo e seu pensamento poético:

Começaremos dizendo que o enquadramento poético é a concretização de um pensamento criador, sob o comando do Olhar. Defrontando-se com uma visibilidade profusa de imagens e formas em movimento, o fotógrafo enquadra tentando decifrar, no espaço-tempo de um instante único, os desejos e as opções poéticas do seu Olhar. Uma intervenção desta natureza implica a participação ativante dos potenciais da imaginação criadora. E é por meio de seus devaneios poéticos que o fotógrafo elabora, através do enquadramento, a elucidação formal dos fenômenos fotogênicos presentes na ambiência fotográfica (MURAD in POIÈSIS. 2000, p.16).

O meu olhar enquanto fotógrafa aproxima-se do relatado na citação anterior, pois também escolheu, no espaço-tempo de um instante único, a imagem do trabalho pronto que foi auxiliado pela imagem captada pela máquina fotográfica.

4 Referência à letra da música “Semente”, composta por Armandinho, Esdras Bedai e Régis, cantada por Armandinho.

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Após escolhidas as possíveis imagens que poderiam ser utilizadas, foram feitas as lâminas para passar para a tela as imagens desejadas. Estas imagens não foram copiadas ou reproduzidas; elas serviram como referência para que as imagens trabalhadas na tela ficassem o mais naturalista possível.

A tela da parede da sala de exposição é como uma janela horizontal, visualizando um pedaço da mata. Nesta janela há uma árvore cujo tronco está em primeiro plano. É este tronco que sai da tela e está sobre uma tela plástica vertical posicionada a alguns centímetros de distância da parede, suspensa por fios presos ao teto. Nesta tela plástica que se sobrepõe à da parede, um tronco estará compondo uma árvore inteira, cuja copa possui mais duas outras telas plásticas e, sobrepostas, uma de cada lado da tela plástica, criam uma nova imagem tridimensional.

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Figura 4 - Planta da Sala Java com a exposição

Na construção desta obra foram utilizadas imagens transformadas em grandes telas pintadas com tinta acrílica e grandes transparências, que tem árvores pintadas com caneta permanente manipuladas com álcool. Estas imagens são fotos tiradas em viagens e até em propriedades da região que estão sendo empregadas como referência para a pintura. As telas em acrílica ficaram nas paredes e as transparências ficaram suspensas no ambiente para que as pessoas pudessem se locomover entre elas. O chão estava coberto com folhas secas, pequenos galhos secos de árvores e sementes. Este ambiente se apresentou em um espaço da sala.

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Em outro espaço foram instaladas retângulos de tecido nos quais está estampado por frotagem com carvão vegetal, a textura de algumas árvores. Estes tecidos possuem 1 metro e 50 centímetros de altura por 75 centímetros de largura e estavam suspensos por fios de nylon.

Figura 6 – Tecidos com estampa em frotagem suspensos na sala de exposição.

Estes panos estão representando vestígios de algo que um dia foram árvores; vestígios construídos também por algo que um dia teve vida, o carvão vegetal.

Um pouco mais afastado desta peça se encontrava sobre um cubo branco o livro do artista. Feito de quatro molduras de madeira de 60 centímetros X 40 centímetros unidas por pequenas dobradiças de metal, suas folhas são de algodão cru e em suas páginas estão representados alguns trabalhos e técnicas. Como poética escrita, usei a letra da música “Semente”, de Armandinho. Este livro foi criado durante o componente curricular de Poéticas Visuais e Escrita e esta foi sua primeira exposição.

No momento da apreciação, ao se deparar com uma tela horizontal, quase reconhecida como uma abstração, e observar a tela plástica completando a obra, se compreende o seu conteúdo, como também acontece em outras obras relatadas no texto já citado da publicação Poiesis. Neste, o autor Hélio G. Filho comenta sobre a tela A Barreira do Estácio de Armando Vieira na qual a obra busca o além-tela:

Curiosamente pintada sobre uma tela caracteristicamente horizontal, a obra em questão nos impulsiona para cima logo no primeiro olhar. A força da verticalidade central contida pelas árvores e interrompida pelo fim da tela nos eleva como vetores cósmicos e nos faz olhar para o céu. E todos os elementos nos guiam para a parte superior e para o além-tela: o infinito azul. (2000, pag.23)

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A citação anterior mostra a verdadeira posição do espectador e as possíveis sensações proporcionadas quando este interage com a obra. E o autor continua mostrando como o interagir do espectador torna a obra grandiosa e monumental espiritualmente:

E aqui está a Terra nos conduzindo para o Ar, numa prazerosa sensação de ressurreição, ascensão e espiritualidade. Sentimos aqui o verticalismo, interessantemente contido numa obra temática e numa metafísica da imaginação. Não é isso que o Homem busca (que o homem sonha) desde tempos imemoriais? (2000, pag.23).

É exatamente esta sensação que se espera de uma obra que apresente um diálogo com a natureza. E foi assim que estava apresentada a exposição aqui trabalhada, com um verticalismo interagindo com o olhar e a imaginação do espectador.

Trabalhar com a arte nos coloca frente a frente com questionamentos muitas vezes de fácil resolução, mas o ser humano possui limites impostos por ele mesmo que o impede, muitas vezes, de ver, aceitar e se relacionar com o que está a sua volta e, consequentemente, resolver estas questões. Uma artista que nos remete a este pensamento é Elaine Tedesco (2003) e nesta obra Elaine se envolve com o ambiente que trabalha artisticamente, com suas viagens e as paisagens que usufrui nestes percursos pela da fotografia.

Paisagens solitárias ou recantos quase esquecidos no interior do Rio Grande do Sul são apreendidos nesses poéticos registros fotográficos. Mas estes guardam em seu âmago, muito antes de tornarem-se fotografias, a intensa vivência da artista nesses espaços. Sente uma comunicação vital com o mundo, que se torna presente como um lugar familiar de sua vida. É a ele que os objetos percebidos e Elaine, como o sujeito que percebe, devem sua espessura. Viaja obsessivamente por essas regiões, até descobrir esses territórios, trazendo consigo muitos dos objetos já presentes em seu trabalho. As obras anteriores, a própria busca atual e o desvendamento de novos sítios constituem um único processo, o que não é capaz de reduzir-se a uma percepção passiva e unívoca de imagens fotográficas. É calcado em acentuada complexidade e traz, com isso, uma pluralidade de elementos que incitam a uma apreensão multifocal: tem-se contatos com diferentes tempos, com apropriações diversas de espaços e objetos e com variadas conexões que se estruturam entre eles. Uma obra que nos propõe um repensar em profundidade nossas relações com o mundo. (TEDESCO, 2003, p. 57)

Esta citação estabelece uma conexão entre as viagens e passeios pelas matas com o trabalho apresentado. As sensações e as diversas maneiras de olhar o mundo foram se modificando após conhecer lugares, culturas, pessoas e valores diferentes.

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O processo de pesquisa já não é o mesmo de anteriormente; o trabalho é uma continuação, uma constante. Pergunta-se: E as sementes, onde estão? As sementes sempre estiveram presentes, estética ou poeticamente, em todos os trabalhos. Este não foi exceção.

A Mostra Acadêmica I5 já indicou um pensamento para a Mostra Acadêmica II. Surge a necessidade de afastamento da toxidade oferecida pelo material utilizado anteriormente6. Tive de mudar alguns dos planos. Assim, novos materiais foram pensados para a execução da Mostra Acadêmica II.

Durante a exposição da Mostra Acadêmica I fui orientada sobre a possibilidade de apresentarmos na mostra seguinte à ausência visual das sementes, uma vez que nesta estavam se expondo em seu destaque máximo; eram relíquias. Mesmo antes de receber o diagnóstico médico este pensamento me acompanhava. Foi na última viagem ao Acre que formulei esta ideia. Meu filho e eu fotografávamos plantas no Parque Chico Mendes, em Rio Branco, quando me vi encontrando sementes no chão e logo olhava para cima para descobrir de que árvore elas caiam. Ainda não sabia como seriam as paredes, mas o chão estaria cheio de folhas, galhos e sementes, para que as pessoas pisem sobre elas. A ideia foi amadurecendo durante todo o semestre anterior, juntamente com a certeza de que teria de ser um trabalho que não ultrapassasse os limites permitidos pelos médicos.

No início deste semestre surgiu a ideia de criar uma floresta de transparências, isto é, as árvores estariam pintadas sobre telas plásticas e suspensas por fios ao teto da sala. Estava faltando algo, pois as telas estavam muito transparentes. A solução seria criar grandes janelas nas quais só se veria a mata. Nesta mata cheia de árvores e folhas, uma destas árvores estaria em primeiro plano, mas não estaria completa, apenas o seu tronco. Esta mesma árvore seria pintada sobre a tela plástica com caneta permanente e seria uma árvore inteira. Ficaria sobreposta à tela da parede compondo um conjunto por sobreposição como já descrito.

Estas telas transparentes são como fantasmas pairando pela sala. Árvores que nem são assim tão belas, tão exóticas ou estão no meu jardim, mas são de vital importância para o planeta.

5

Na Mostra Acadêmica I é exposta a produção do componente curricular Ateliê VI. Com o título “Relicários Contemporâneos” a exposição aconteceu de 28 de junho a 13 de julho de 2010 na Sala de exposições Java Bonamigo. Esta exposição apresenta um conjunto de objetos mostrando o significado da pesquisa plástica desenvolvida através do uso de diversas sementes da flora brasileira, fio de silicone e placa de acrílico.

6

Neste percurso um diagnóstico médico recomenda que algumas de minhas ações fossem limitadas. O material normalmente usado estava fora de questão pela sua toxicidade e risco oferecido à minha saúde naquele momento.

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Um dos objetivos desta obra foi que o receptor reagisse a estímulos que impliquem no processo de percepção da obra. De um texto de autoria de Mônica Tavares, retirado do livro Arte em Pesquisa: Especificidades, organizado pela Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas (Anpap) cito um trecho que explica esta ação.

Todavia, o que neste artigo interessa-nos é investigar as poéticas da obra aberta, ou seja, aquelas em que a implicação do receptor é baseada numa colaboração mental, na proposta de que ele interpreta um objeto fisicamente realizado, já previamente produzido e organizado em sua completude estrutural (ECO, 1969, p. 50). Enfim, pretende-se estudar como os programas formativos e produtivos das poéticas da sugestão, do estranhamento e do afastamento constroem o chamamento para a recepção, firmando-se assim como precursores na busca pela tão almejada interação da obra com o público (Tavares, 2004, p. 226).

O que a autora expõe nesta citação simplesmente é o que alguns artistas contemporâneos realmente desejam ao apresentar obras abertas: que o público não seja indiferente diante delas, que perceba e reaja a algo que, muitas vezes, até o próprio artista não previa.

O módulo com telas e transparências foi o ponto principal da exposição. Havia um espaço que conduzia o espectador à obra, o Livro do Artista, e outro que concluía o percurso da mesma, que eram os panos suspensos com a textura das árvores.

Este Livro do Artista apresenta algumas obras já feitas por mim e complementada com a letra da música Semente cantada por Armandinho. Esta música nos indicou o propósito poético do trabalho:

Semente, semente, semente, semente, semente Se não mente, fale a verdade

De que árvore você nasceu?

Semente, semente, semente, semente, semente Se não mente, fale a verdade

De que árvore você nasceu?

De onde venho, de onde apareceu?

Por que que o meu destino é tão parecido com o seu? Eu sou a terra, você minha semente

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Na chuva a gente se entende, é na chuva que a gente se entende

Semente, eu sei

Tem gente que ainda acredita e aposta na força da vida E busca um novo amanhecer

Lá vem o sol, agora diga que sim Semente eu sou sua terra Semente pode entrar em mim

Se conseguir aquilo que você quer E conseguir manter a nobreza de ser quem tu és

Tenha certeza que vai nascer uma planta Que a flor vai ser de esperança

De amor pro que der e vier... Oh, mulher

Se conseguir aquilo que você quer E conseguir manter a nobreza de ser quem tu és

Tenha certeza que vai nascer uma planta Que a flor vai ser de esperança

De amor pro que der e vier... Oh, mulher

Semente, semente, semente, semente, semente Se não mente, fale a verdade

De que árvore você nasceu? Semente, semente, semente, não mente.

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Da mesma maneira em que na música a poesia está relacionando a semente com a vida, este trabalho expõe a sensibilidade humana vinculada à semente. Todos têm uma semente dentro de si e acreditamos que o que nos dá vida também pode nos dar força e esperança.

Figura 7 - O Livro do Artista (2009)

Quanto ao processo de criação, na medida em que se concentra no trabalho, na solução dos problemas que surgirão, pode-se salientar um ponto muito positivo que ocorre, geralmente, durante o desempenho do artista: as ideias que surgem, algumas durante a construção, outras durante a solução dos problemas, mas a maioria quando a obra está pronta ou quase pronta; ideias estas que devem ser registradas e trabalhadas.

Todo o artista, após o término de sua obra, acredita que poderia fazer mais e que esta ainda não está pronta. Busquei subsídios em artistas conhecidos que, de alguma maneira, influenciam em pequenos detalhes durante o processo de criação mental, e com o tempo estes mesmos artistas poderão estar presentes na releitura de nossas obras.

A disposição espacial mostrando um sentido de bidimensionalidade ocupando um espaço tridimensional nos remete às ideias de Hélio Oiticica com seu “Relevo Espacial”.

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Relevo Espacial de Hélio Oiticica, 1959. Figura 8 Figura 9 Figura 10

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O título da exposição surgiu durante a construção das peças. “Paisagens do Amanhã:

Fantasmas da Mata” nos remete ao pensamento de preservação da natureza. As telas pintadas

em acrílico mostram paisagens, algumas com muito verde, outras com árvores em total abandono, sem possibilidades de produzir frutos por interferência indiscriminada do homem. As telas plásticas fazem um diálogo com as telas em acrílico que possuem as paisagens com as castanheiras: as telas plásticas saem da paisagem com muito verde apresentando uma árvore que demonstra vida, mas está em uma transparência pairando no ar como se fosse um fantasma. Ela está sozinha no ar, mas a mata está na parede, enquanto as castanheiras estão sozinhas na tela e não há mata para sair, para demonstrar vida.

Esta exposição apresentou uma paisagem que se encontra em três tempos: ontem, hoje e amanhã.

Ontem são as sementes que estão no chão junto com folhas, galhos e matéria orgânica que caiu das árvores. Hoje são as árvores com muito verde que estão nas telas da parede. O amanhã são as telas plásticas que podem ser a lembrança do que tinha a mata um dia, e as telas com as castanheiras demonstram o que será se o homem continuar interferindo na natureza indiscriminadamente.

Para a construção desta instalação foram utilizados 15 metros de plástico transparente com 1,5 metros de largura; 11 metros de tela de algodão, tinta acrílica, pigmentos, cola branca, canetas permanente, cotonetes, algodão, álcool, vários tamanhos de pincéis, 60 metros de ripa de pinos, 3 rolos de fita dupla-face, 1 caixa de grampos para grampeador de tela; 1,5 metros de tecido de 3 metros de largura, carvão vegetal, material orgânico retirado do chão da mata (folhas, galhos, vagens secas, casulos de sementes), sementes in natura de tipos variados, fio de nylon.

A tela plástica foi usada para preparar as telas que estavam suspensas na sala. As canetas permanentes compradas não foram todas utilizadas pois muitas delas não forneciam o efeito desejado e eram dispensadas. Foi preciso testar uma grande quantidade de marcas e modelos de canetas, até encontrar aquela que se adaptasse ao desejado. O algodão, o cotonete e o álcool foram usados para interferir nos desenhos feitos na tela plástica.

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Figura 11 – Interferência com algodão e álcool na tela plástica desenhada com caneta permanente.

Figura 12 – Eu trabalhando no ateliê. Foto: Natascha Stahlhöfer.

O algodão em metro foi empregado para preparar as telas com a tinta acrílica e cola branca. Os pigmentos usados nestas telas foram preparados artesanalmente, misturando tinta acrílica, cola e pigmento líquido.

As ripas, juntamente com a fita dupla face e grampos, formaram as molduras e cabides das peças que ficaram suspensas. Todo o processo de montagem das peças passou por minhas mãos e foi projetado por mim.

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Figura 13 – Momento da colocação das ripas nas telas plásticas.

Num processo de busca e experiência pessoal, em nenhum momento separei-me de meu fazer, elaborando passo a passo todas as etapas do projeto.

O carvão vegetal foi usado para fazer a frotagem nos panos brancos. Logo após, passa-se para o momento do registro destas imagens com a impressão nas telas. O material orgânico foi espalhado no chão juntamente com as sementes.

Figura 14- Eu utilizando a técnica de frotagem na árvore. Foto: Jorge Stahlhöfer

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No dia da montagem estiveram presentes: a orientadora, professora Salète Protti, a estagiária da Sala Java, dois funcionários da UNIJUI e eu.

Figura 15- Os funcionários da UNIJUÍ, a orientadora e eu na montagem da exposição. Foto: Estagiária da sala Java.

Primeiro foi colocada à tela na parede para depois posicionar a tela transparente no local exato que deve ficar, isto é, exatamente atrás da árvore que está em primeiro plano.

Figura 16- O funcionário pendurando a tela plástica Foto: Estagiária da sala Java.

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Por último foram pendurados os panos com as texturas das árvores.

Figura 17- Funcionários pendurando os panos com frotagem. Foto: Estagiária da sala Java.

A exposição finalmente estava montada. Já era final da tarde. Com a colocação das folhas, galhos e sementes sobre o chão da instalação, apresentava-se “Paisagens do Amanhã”, e que viessem os fantasmas habitar estas matas.

Figura 18 – As sementes, folhas e restos de árvores espalhada pelo chão da sala. Fotografado por mim.

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Figura 19 Figura 20

Foram apresentadas telas com pinturas das castanheiras do Acre, paisagens desertas, árvores solitárias ou florestas que cantam ao pisarmos em folhas secas e sementes caídas ao chão. Esta exposição, concebida como instalação, é ao mesmo tempo, poesia e denúncia.

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Figura 22

Fig. 19, 20, 21 e 22 são telas pintadas em acrílico nas quais representam castanheiras encontradas no caminho de Rio Branco, no Acre, à Brasileia, divisa com a Bolívia.

Fotografado por mim.

Nas paisagens e árvores presentes nas telas da exposição encontra-se o registro da realidade desoladora na qual vive o meio ambiente.

Ao termino do processo de investigação e produção, ao analisar a exposição, conclui que tudo estava muito além das minhas expectativas. Ao abordar como tema uma mata simples e introduzir a esta árvores quase mortas, árvores que nem pertencem a nossa flora regional, estou fazendo com que o espectador observe que nós somos únicos: as árvores, as abelhas, as orquídeas, o solo, as sementes, as chuvas, os rios e o homem. Quem dá atenção às pequenas sementes perdidas entre galhos e folhas na mata? Somente o olhar sensível do artista.

A contracapa do livro “Ensaios (sobre o) Fotográfico” traz uma citação que se aproxima do pensamento poético deste trabalho: na proximidade entre a queima do papel na fotografia e a queima da mata na paisagem está a angústia e a denúncia de um artista e de uma exposição.

Pequena queimadura de luz sobre uma superfície sensível (como uma alma) – os nitratos de prata, pele e película ao mesmo tempo – a fotografia é, na sua materialidade, tanto uma ferida como uma cicatriz, uma fenda aberta no tempo, uma rachadura do espaço, uma marca, um rastro, um indício. Corte e golpe, ela é esta superfície de signos múltiplos e complexos, aberta a um passado que já não existe mais e a um futuro que não chegou a ser. As fotografias são tecidos, malhas de silêncios, as pequenas peles, as películas das nossas vivências. As fotografias são memórias e confidências (SAMAIN apud ACHUTTI, 1998).

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Assim, esta exposição, bem mais do que o registro, pelo processo fotográfico, carrega inquietações de um olhar sensível sobre o meio ambiente, sobre as florestas brasileiras e sobre pequenas sementes que como pontos de cor se destacam no caminhar entre a mata. O meu pensamento como artista, vai mais longe, existe em mim também um sujeito inquieto com relação a questões sociais, esta exposição mostra, pela pintura e instalação, memórias e confidências de minha sensibilidade com o tema. Só isto não basta, é preciso dar forma a minha inquietação e mais do que os aspectos formais, as linguagens utilizadas, os materiais explorados, a varredura de um olhar, foi preciso criar um fantasma que consolidasse essas inquietações. Surgem então árvores transparentes que tomam forma, cor e o espaço para denunciar a sua apertada existência.

Ainda, esta exposição permitiu a superação da batalha entre dois conceitos: arte e artesanato. A vida da gente nos aproxima de um, o artesanato, enquanto a academia nos cobra o outro: a arte. Nesta via de mão dupla foi preciso buscar referências e rever conceitos. Um não anula o outro, é possível a existência em harmonia, porém é necessário que se saiba o que se quer e qual deles se quer experimentar.

Nesta exposição o movimento se deu no sentido de superar o debate e afirmar a importância da pesquisa, do uso das sementes que neste trabalho vem carregada de significados estéticos, poéticos e socioculturais. Vão longe a briga entre arte e artesanato, as sementes são agora material, suporte e fonte de uma poética visual em arte, são também um apelo a conservação das florestas.

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Referências

ACHUTTI, Luiz Eduardo Robinson. Ensaios (sobre o) Fotográficos. Porto Alegre, RS: Unidade Editorial Porto Alegre, 1998.

GUIMARÃES, Leda. Artesanato: um tabu na academia. In: Encontro Nacional da ANPAP, 10, 1999, São Paulo. Anais, São Paulo: ANPAP, 1999. p.233, p.238.

MACCA, Marcelo. Natura Amor América: nos Andes. São Paulo: Natura Cosméticos, 2008.

MAGNO Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. São Paulo: Edipar Edições e Participações, 1992. p 161, p.162.

MEDEIROS, Maria Beatriz de (org. e introdução). A arte pesquisa. Ensino e aprendizagem da arte. Linguagens visuais. Brasília, D.F: Mestrado em Artes; UnB, 2003, 2004. V.I.

POIÈSIS: estudos da ciência da arte. Publicação do Mestrado de Ciência da Arte. Niterói Editora da Universidade Federal Fluminense, ano 1, n. 1, 2000.

TAVARES, Mônica. As raízes poéticas da arte aberta à recepção. In: MEDEIROS, Maria Beatriz de (Org.). Arte em pesquisa: especificidades. Curadoria; história, teoria e crítica da arte; questões do corpo e da cena; restauro e conservação de materiais. Brasília: DF: Editora da Pós-Graduação em Arte da Universidade de Brasília, 2004. p.226. V. 1.

TEDESCO, Elaine. Sobreposições imprecisas. São Paulo: Escrituras Editora, 2003. http://arteatual.blogspot.com/2007/06/hlio-oiticica-online.html

Referências

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